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"1036600-21.2023.8.26.0576" - Resultados da Busca – Página 23 de 23

Processo nº 1033512-37.2024.8.11.0000

ID: 282122907

Tribunal: TJMT Órgão: Segunda Câmara de Direito Privado Classe: AGRAVO DE INSTRUMENTO Nº Processo: 1033512-37.2024.8.11.0000

Data de Disponibilização: 28/05/2025

Polo Ativo:

JK IMPLANTES E ORTODONTIA LTDA

Polo Passivo:

Acórdão

Advogados:

RAPHAEL NAVES DIAS

OAB/MT XXXXXX Desbloquear

RAFAEL RIBEIRO DA GUIA

OAB/MT XXXXXX Desbloquear

ESTADO DE MATO GROSSO PODER JUDICIÁRIO SEGUNDA CÂMARA DE DIREITO PRIVADO Número Único: 1033512-37.2024.8.11.0000 Classe: AGRAVO DE INSTRUMENTO (202) Assunto: [Prestação de Serviços, Rescisão do contr… ESTADO DE MATO GROSSO PODER JUDICIÁRIO SEGUNDA CÂMARA DE DIREITO PRIVADO Número Único: 1033512-37.2024.8.11.0000 Classe: AGRAVO DE INSTRUMENTO (202) Assunto: [Prestação de Serviços, Rescisão do contrato e devolução do dinheiro] Relator: Des(a). TATIANE COLOMBO Turma Julgadora: [DES(A). TATIANE COLOMBO, DES(A). MARIA HELENA GARGAGLIONE POVOAS, DES(A). MARILSEN ANDRADE ADDARIO] Parte(s): [RAFAEL RIBEIRO DA GUIA - CPF: 011.791.931-48 (ADVOGADO), JK IMPLANTES E ORTODONTIA LTDA - CNPJ: 30.792.996/0001-86 (AGRAVANTE), RAPHAEL NAVES DIAS - CPF: 964.064.371-87 (ADVOGADO), INES FERREIRA GANDES - CPF: 205.055.581-49 (AGRAVADO), ORAL SIN FRANQUIAS LTDA - ME - CNPJ: 17.539.329/0001-28 (TERCEIRO INTERESSADO), ANGELA DA CRUZ SANTANA - CPF: 983.445.951-34 (ADVOGADO)] A C Ó R D Ã O Vistos, relatados e discutidos os autos em epígrafe, a SEGUNDA CÂMARA DE DIREITO PRIVADO do Tribunal de Justiça do Estado de Mato Grosso, sob a Presidência Des(a). MARIA HELENA GARGAGLIONE POVOAS, por meio da Turma Julgadora, proferiu a seguinte decisão: RECURSO PROVIDO. UNÂNIME. E M E N T A AGRAVO DE INSTRUMENTO. AÇÃO DE INDENIZAÇÃO POR DANOS MATERIAIS E MORAIS. CONTRATO DE PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS ODONTOLÓGICOS. EMPRESAS FRANQUEADAS. AUSÊNCIA DE SOLIDARIEDADE ENTRE FRANQUEADAS. INEXISTÊNCIA DE SUCESSÃO EMPRESARIAL OU GRUPO ECONÔMICO. ILEGITIMIDADE PASSIVA RECONHECIDA. RECURSO CONHECIDO E PROVIDO. I. CASO EM EXAME Agravo de instrumento interposto por JK Implantes e Ortodontia EIRELI contra decisão que a manteve no polo passivo de ação indenizatória ajuizada por consumidora que alega inadimplemento contratual em tratamento odontológico, sob o argumento de que teria ocorrido solidariedade entre a agravante franqueada e franqueadora rede Oral Sin. II. QUESTÃO EM DISCUSSÃO A questão em discussão consiste em definir se a recorrente JK Implantes e Ortodontia EIRELI deve figurar no polo passivo da ação, à luz da alegada existência de sucessão empresarial ou de grupo econômico entre ela e a empresa contratada originalmente pela autora, a empresa O.S. Instituto Odontológico Ltda. III. RAZÕES DE DECIDIR A responsabilização solidária entre franqueadas da mesma rede exige demonstração específica de vínculos jurídicos e fáticos concretos entre elas, não sendo presumida pela mera condição comum de franqueadas. A recorrente possui CNPJ e quadro societário distintos da empresa contratada, sem evidências de transferência de bens, fundo de comércio ou continuidade de atividade empresarial que caracterizem sucessão. Os documentos constantes dos autos (contrato, notas fiscais e orçamentos) indicam que o vínculo contratual da autora foi exclusivamente com a empresa O.S. Instituto Odontológico Ltda, atualmente em recuperação judicial e posteriormente falida. Não há prova de que a recorrente tenha assumido a administração, a clientela ou os passivos da empresa contratada, tampouco qualquer elemento que configure grupo econômico ou confusão patrimonial. Inexistente a relação jurídica ou fática entre a autora e a recorrente, é de rigor o reconhecimento da ilegitimidade passiva, com extinção do processo em relação à agravante, nos termos do art. 485, VI, do CPC. IV. DISPOSITIVO E TESE A mera condição de franqueadas de uma mesma rede não autoriza, por si só, a responsabilização solidária entre empresas juridicamente autônomas. A configuração de sucessão empresarial entre franqueadas exige prova inequívoca de transferência do fundo de comércio, bens ou continuidade da atividade com identidade empresarial. Inexistente vínculo contratual ou sucessório entre as empresas, é cabível o reconhecimento da ilegitimidade passiva da franqueada que não participou da relação jurídica original. R E L A T Ó R I O Trata-se de Recurso de Agravo de Instrumento com pedido de liminar interposto por JK IMPLANTES E ORTODONTIA LTDA contra a decisão proferida nos autos de origem nº 1036600-91.2023.811.0041, promovido por INES FERREIRA GANDES. A decisão agravada considerou saneados os autos, rejeitou a preliminar de ilegitimidade passiva, deferiu a produção de prova pericial requerida e indeferiu a produção de prova oral, por entender que esta seria desnecessária. Nas razões recursais, a Agravante alega que o juízo de primeiro grau não se manifestou expressamente acerca da tese de ilegitimidade passiva da Recorrida. Sustenta que não é franqueada da ORAL SIN FRANQUIAS e que não realizou qualquer procedimento em favor da Autora/Recorrida. Argumenta que a existência de relação de franchising descarta qualquer presunção de grupo econômico entre as partes. Afirma que a empresa O S INSTITUTO ODONTOLÓGICO, responsável pela celebração do contrato objeto da presente demanda, manteve-se ativa até recentemente. Diante do exposto, requer a antecipação dos efeitos da tutela para determinar a exclusão da parte Agravante do polo passivo da demanda. Subsidiariamente, pleiteia a suspensão do trâmite processual, sob o fundamento de que a Agravante terá que custear a prova pericial. O efeito suspensivo foi deferido no id. 254650167. Contrarrazões no id. 263140256. É o relatório. Tatiane Colombo Juíza de Direito Convocada V O T O R E L A T O R Egrégia Câmara. Na origem, a autora\agravada Inês Ferreira Gandes, alega ter celebrado contrato de prestação de serviços odontológicos com a ORAL SIN Implantes em 31.05.2017, para realizar diversos tratamentos dentários. O valor total do tratamento seria de R$16.900,00, dos quais a Requerente afirma ter pago R$13.703,33. A Requerente afirma que o tratamento não foi finalizado e que, ao comparecer na clínica, esta estava fechada, com a informação de que estaria funcionando em outro endereço, onde funcionava a JK Implantes e Ortodontia EIRELI. Alega que houve sucessão empresarial ou que as rés pertencem a um grupo econômico, e busca a restituição dos valores pagos e indenização por danos morais. Por sua vez, a ré\recorrente JK Implantes alega que não celebrou contrato com a autora, não recebeu valores e não prestou serviços à autora, portanto, não deve figurar no polo passivo da demanda. Argumenta que a autora\agravada celebrou contrato com O.S. Instituto Odontológico Ltda. (CNPJ nº 18.760.423/0001-75), conforme contrato de prestação de serviços odontológicos e comprovantes de pagamento juntados aos autos. Feita essas digressões, entendo que assiste razão a recorrente. Inicialmente, é crucial delimitar o escopo da presente análise, enfatizando que a controvérsia em apreço não se refere a já bem estabelecida questão da responsabilidade solidária entre a Franqueadora, no caso a ORAL SIN FRANQUIAS LTDA, e suas respectivas Franqueadas. Tal relação jurídica e suas implicações de responsabilidade já se encontram amplamente discutidas e pacificadas no âmbito jurisprudencial pátrio, não constituindo o núcleo central da presente lide. O ponto nodal da discussão reside, precisamente, na possível responsabilização solidária entre as próprias empresas franqueadas, especificamente entre a parte ora recorrente e a empresa O. S. Instituto Odontológico Ltda - ME. A distinção é fundamental, pois o regime de responsabilidade aplicável entre empresas que compartilham um sistema de franquia, mas operam de forma independente sob contratos distintos com a franqueadora, demanda uma análise jurídica particularizada, desvinculada das tradicionais discussões acerca da solidariedade entre franqueador e franqueado. A eventual existência de solidariedade entre as franqueadas não decorre automaticamente de sua vinculação à mesma rede de franquia, exigindo a demonstração de elementos fáticos e jurídicos específicos que justifiquem tal responsabilização. A recorrente JK Implantes e Ortodontia Ltda. (CNPJ nº 30.792.996/0001-86) é outra empresa, com CNPJ e sócios distintos, e não funcionou no mesmo endereço da O.S. Instituto Odontológico Ltda (CNPJ Nº 18.760.423/0001-75), confira-se: A única relação entre as empresas reside no fato de ambas serem franqueadas da Oral Sin. Cada empresa franqueada é uma pessoa jurídica distinta, com seu próprio CNPJ, administração, patrimônio e responsabilidade civil. Elas operam de forma independente, assumindo seus próprios riscos e lucros. A responsabilidade de cada franqueado é, em princípio, limitada aos seus próprios atos e obrigações contratuais. Conforme informe dos autos, a empresa que foi contratada pela autora\agravada e executou os serviços, foi a empresa O.S. Instituto Odontológico Ltda, que entrou em Recuperação Judicial e teve sua falência decretada, e chegou a funcionar com o nome fantasia de Nano Implantes. Conforme dos autos, o contrato e os comprovantes de pagamento não foram originados ou emitidos pela recorrente JK Implantes, conforme evidenciado pelas notas fiscais (id. 130116479), orçamento (id. 130116478) e contrato de prestação de serviço (id. 130116477), documentos existentes nos autos de origem, confira-se: A corroborar esses fatos, percebe-se que a própria empresa franqueadora (ORAL SIN FRANQUIAS LTDA) em Nota de Esclarecimento (id. 130116486, autos de origem), sobre os problemas decorrentes de sua franqueada O. S. Instituto Odontológico Ltda - ME, não menciona a empresa ré\agravante, confira-se: Por fim, com relação à arguição da autora\agravada, sobre a ocorrência de sucessão empresarial ou grupo econômico, tal circunstância não foi demonstrada nos autos. A sucessão empresarial implica a transferência tanto de bens materiais (corpóreos, como máquinas e instalações) quanto imateriais (incorpóreos, a exemplo de marca e clientela). Também, não foi demonstrado que houve transferência ininterrupta do fundo de comércio, aquisição de imóveis, equipamentos e demais bens entre as empresas franqueadas. As provas reunidas igualmente não evidenciam direção, administração ou controle por sócio comum, tampouco de uma empresa sobre a outra, restando ausente demonstração de relação efetiva entre elas. Dessa forma, de rigor manter-se o reconhecimento da ilegitimidade passiva da ré\agravante. Ante o exposto, conheço do recurso e DOU-LHE PROVIMENTO, a fim de reconhecer a ilegitimidade passiva da agravante e, por conseguinte, julgo extinto o processo em relação a ela, sem resolução do mérito, nos termos do art. 485, VI do CPC. Condeno a parte autora\agravada ao pagamento das custas processuais e dos honorários advocatícios da parte adversa, estes arbitrados em 10% sobre o valor atualizado da causa, conforme o artigo 85, §2º, do Código de Processo Civil. É como voto. Data da sessão: Cuiabá-MT, 21/05/2025

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Processo nº 1033512-37.2024.8.11.0000

ID: 282122912

Tribunal: TJMT Órgão: Segunda Câmara de Direito Privado Classe: AGRAVO DE INSTRUMENTO Nº Processo: 1033512-37.2024.8.11.0000

Data de Disponibilização: 28/05/2025

Polo Ativo:

Polo Passivo:

INES FERREIRA GANDES

Acórdão

Advogados:

ANGELA DA CRUZ SANTANA

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ESTADO DE MATO GROSSO PODER JUDICIÁRIO SEGUNDA CÂMARA DE DIREITO PRIVADO Número Único: 1033512-37.2024.8.11.0000 Classe: AGRAVO DE INSTRUMENTO (202) Assunto: [Prestação de Serviços, Rescisão do contr… ESTADO DE MATO GROSSO PODER JUDICIÁRIO SEGUNDA CÂMARA DE DIREITO PRIVADO Número Único: 1033512-37.2024.8.11.0000 Classe: AGRAVO DE INSTRUMENTO (202) Assunto: [Prestação de Serviços, Rescisão do contrato e devolução do dinheiro] Relator: Des(a). TATIANE COLOMBO Turma Julgadora: [DES(A). TATIANE COLOMBO, DES(A). MARIA HELENA GARGAGLIONE POVOAS, DES(A). MARILSEN ANDRADE ADDARIO] Parte(s): [RAFAEL RIBEIRO DA GUIA - CPF: 011.791.931-48 (ADVOGADO), JK IMPLANTES E ORTODONTIA LTDA - CNPJ: 30.792.996/0001-86 (AGRAVANTE), RAPHAEL NAVES DIAS - CPF: 964.064.371-87 (ADVOGADO), INES FERREIRA GANDES - CPF: 205.055.581-49 (AGRAVADO), ORAL SIN FRANQUIAS LTDA - ME - CNPJ: 17.539.329/0001-28 (TERCEIRO INTERESSADO), ANGELA DA CRUZ SANTANA - CPF: 983.445.951-34 (ADVOGADO)] A C Ó R D Ã O Vistos, relatados e discutidos os autos em epígrafe, a SEGUNDA CÂMARA DE DIREITO PRIVADO do Tribunal de Justiça do Estado de Mato Grosso, sob a Presidência Des(a). MARIA HELENA GARGAGLIONE POVOAS, por meio da Turma Julgadora, proferiu a seguinte decisão: RECURSO PROVIDO. UNÂNIME. E M E N T A AGRAVO DE INSTRUMENTO. AÇÃO DE INDENIZAÇÃO POR DANOS MATERIAIS E MORAIS. CONTRATO DE PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS ODONTOLÓGICOS. EMPRESAS FRANQUEADAS. AUSÊNCIA DE SOLIDARIEDADE ENTRE FRANQUEADAS. INEXISTÊNCIA DE SUCESSÃO EMPRESARIAL OU GRUPO ECONÔMICO. ILEGITIMIDADE PASSIVA RECONHECIDA. RECURSO CONHECIDO E PROVIDO. I. CASO EM EXAME Agravo de instrumento interposto por JK Implantes e Ortodontia EIRELI contra decisão que a manteve no polo passivo de ação indenizatória ajuizada por consumidora que alega inadimplemento contratual em tratamento odontológico, sob o argumento de que teria ocorrido solidariedade entre a agravante franqueada e franqueadora rede Oral Sin. II. QUESTÃO EM DISCUSSÃO A questão em discussão consiste em definir se a recorrente JK Implantes e Ortodontia EIRELI deve figurar no polo passivo da ação, à luz da alegada existência de sucessão empresarial ou de grupo econômico entre ela e a empresa contratada originalmente pela autora, a empresa O.S. Instituto Odontológico Ltda. III. RAZÕES DE DECIDIR A responsabilização solidária entre franqueadas da mesma rede exige demonstração específica de vínculos jurídicos e fáticos concretos entre elas, não sendo presumida pela mera condição comum de franqueadas. A recorrente possui CNPJ e quadro societário distintos da empresa contratada, sem evidências de transferência de bens, fundo de comércio ou continuidade de atividade empresarial que caracterizem sucessão. Os documentos constantes dos autos (contrato, notas fiscais e orçamentos) indicam que o vínculo contratual da autora foi exclusivamente com a empresa O.S. Instituto Odontológico Ltda, atualmente em recuperação judicial e posteriormente falida. Não há prova de que a recorrente tenha assumido a administração, a clientela ou os passivos da empresa contratada, tampouco qualquer elemento que configure grupo econômico ou confusão patrimonial. Inexistente a relação jurídica ou fática entre a autora e a recorrente, é de rigor o reconhecimento da ilegitimidade passiva, com extinção do processo em relação à agravante, nos termos do art. 485, VI, do CPC. IV. DISPOSITIVO E TESE A mera condição de franqueadas de uma mesma rede não autoriza, por si só, a responsabilização solidária entre empresas juridicamente autônomas. A configuração de sucessão empresarial entre franqueadas exige prova inequívoca de transferência do fundo de comércio, bens ou continuidade da atividade com identidade empresarial. Inexistente vínculo contratual ou sucessório entre as empresas, é cabível o reconhecimento da ilegitimidade passiva da franqueada que não participou da relação jurídica original. R E L A T Ó R I O Trata-se de Recurso de Agravo de Instrumento com pedido de liminar interposto por JK IMPLANTES E ORTODONTIA LTDA contra a decisão proferida nos autos de origem nº 1036600-91.2023.811.0041, promovido por INES FERREIRA GANDES. A decisão agravada considerou saneados os autos, rejeitou a preliminar de ilegitimidade passiva, deferiu a produção de prova pericial requerida e indeferiu a produção de prova oral, por entender que esta seria desnecessária. Nas razões recursais, a Agravante alega que o juízo de primeiro grau não se manifestou expressamente acerca da tese de ilegitimidade passiva da Recorrida. Sustenta que não é franqueada da ORAL SIN FRANQUIAS e que não realizou qualquer procedimento em favor da Autora/Recorrida. Argumenta que a existência de relação de franchising descarta qualquer presunção de grupo econômico entre as partes. Afirma que a empresa O S INSTITUTO ODONTOLÓGICO, responsável pela celebração do contrato objeto da presente demanda, manteve-se ativa até recentemente. Diante do exposto, requer a antecipação dos efeitos da tutela para determinar a exclusão da parte Agravante do polo passivo da demanda. Subsidiariamente, pleiteia a suspensão do trâmite processual, sob o fundamento de que a Agravante terá que custear a prova pericial. O efeito suspensivo foi deferido no id. 254650167. Contrarrazões no id. 263140256. É o relatório. Tatiane Colombo Juíza de Direito Convocada V O T O R E L A T O R Egrégia Câmara. Na origem, a autora\agravada Inês Ferreira Gandes, alega ter celebrado contrato de prestação de serviços odontológicos com a ORAL SIN Implantes em 31.05.2017, para realizar diversos tratamentos dentários. O valor total do tratamento seria de R$16.900,00, dos quais a Requerente afirma ter pago R$13.703,33. A Requerente afirma que o tratamento não foi finalizado e que, ao comparecer na clínica, esta estava fechada, com a informação de que estaria funcionando em outro endereço, onde funcionava a JK Implantes e Ortodontia EIRELI. Alega que houve sucessão empresarial ou que as rés pertencem a um grupo econômico, e busca a restituição dos valores pagos e indenização por danos morais. Por sua vez, a ré\recorrente JK Implantes alega que não celebrou contrato com a autora, não recebeu valores e não prestou serviços à autora, portanto, não deve figurar no polo passivo da demanda. Argumenta que a autora\agravada celebrou contrato com O.S. Instituto Odontológico Ltda. (CNPJ nº 18.760.423/0001-75), conforme contrato de prestação de serviços odontológicos e comprovantes de pagamento juntados aos autos. Feita essas digressões, entendo que assiste razão a recorrente. Inicialmente, é crucial delimitar o escopo da presente análise, enfatizando que a controvérsia em apreço não se refere a já bem estabelecida questão da responsabilidade solidária entre a Franqueadora, no caso a ORAL SIN FRANQUIAS LTDA, e suas respectivas Franqueadas. Tal relação jurídica e suas implicações de responsabilidade já se encontram amplamente discutidas e pacificadas no âmbito jurisprudencial pátrio, não constituindo o núcleo central da presente lide. O ponto nodal da discussão reside, precisamente, na possível responsabilização solidária entre as próprias empresas franqueadas, especificamente entre a parte ora recorrente e a empresa O. S. Instituto Odontológico Ltda - ME. A distinção é fundamental, pois o regime de responsabilidade aplicável entre empresas que compartilham um sistema de franquia, mas operam de forma independente sob contratos distintos com a franqueadora, demanda uma análise jurídica particularizada, desvinculada das tradicionais discussões acerca da solidariedade entre franqueador e franqueado. A eventual existência de solidariedade entre as franqueadas não decorre automaticamente de sua vinculação à mesma rede de franquia, exigindo a demonstração de elementos fáticos e jurídicos específicos que justifiquem tal responsabilização. A recorrente JK Implantes e Ortodontia Ltda. (CNPJ nº 30.792.996/0001-86) é outra empresa, com CNPJ e sócios distintos, e não funcionou no mesmo endereço da O.S. Instituto Odontológico Ltda (CNPJ Nº 18.760.423/0001-75), confira-se: A única relação entre as empresas reside no fato de ambas serem franqueadas da Oral Sin. Cada empresa franqueada é uma pessoa jurídica distinta, com seu próprio CNPJ, administração, patrimônio e responsabilidade civil. Elas operam de forma independente, assumindo seus próprios riscos e lucros. A responsabilidade de cada franqueado é, em princípio, limitada aos seus próprios atos e obrigações contratuais. Conforme informe dos autos, a empresa que foi contratada pela autora\agravada e executou os serviços, foi a empresa O.S. Instituto Odontológico Ltda, que entrou em Recuperação Judicial e teve sua falência decretada, e chegou a funcionar com o nome fantasia de Nano Implantes. Conforme dos autos, o contrato e os comprovantes de pagamento não foram originados ou emitidos pela recorrente JK Implantes, conforme evidenciado pelas notas fiscais (id. 130116479), orçamento (id. 130116478) e contrato de prestação de serviço (id. 130116477), documentos existentes nos autos de origem, confira-se: A corroborar esses fatos, percebe-se que a própria empresa franqueadora (ORAL SIN FRANQUIAS LTDA) em Nota de Esclarecimento (id. 130116486, autos de origem), sobre os problemas decorrentes de sua franqueada O. S. Instituto Odontológico Ltda - ME, não menciona a empresa ré\agravante, confira-se: Por fim, com relação à arguição da autora\agravada, sobre a ocorrência de sucessão empresarial ou grupo econômico, tal circunstância não foi demonstrada nos autos. A sucessão empresarial implica a transferência tanto de bens materiais (corpóreos, como máquinas e instalações) quanto imateriais (incorpóreos, a exemplo de marca e clientela). Também, não foi demonstrado que houve transferência ininterrupta do fundo de comércio, aquisição de imóveis, equipamentos e demais bens entre as empresas franqueadas. As provas reunidas igualmente não evidenciam direção, administração ou controle por sócio comum, tampouco de uma empresa sobre a outra, restando ausente demonstração de relação efetiva entre elas. Dessa forma, de rigor manter-se o reconhecimento da ilegitimidade passiva da ré\agravante. Ante o exposto, conheço do recurso e DOU-LHE PROVIMENTO, a fim de reconhecer a ilegitimidade passiva da agravante e, por conseguinte, julgo extinto o processo em relação a ela, sem resolução do mérito, nos termos do art. 485, VI do CPC. Condeno a parte autora\agravada ao pagamento das custas processuais e dos honorários advocatícios da parte adversa, estes arbitrados em 10% sobre o valor atualizado da causa, conforme o artigo 85, §2º, do Código de Processo Civil. É como voto. Data da sessão: Cuiabá-MT, 21/05/2025

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Processo nº 0019361-21.2023.8.26.0576

ID: 311288030

Tribunal: TJSP Órgão: Foro de São José do Rio Preto - 1ª Vara Cível Classe: CUMPRIMENTO DE SENTENçA Nº Processo: 0019361-21.2023.8.26.0576

Data de Disponibilização: 30/06/2025

Polo Ativo:

ITAú UNIBANCO S/A

Polo Passivo:

Intimação

Advogados:

JORGE VICENTE LUZ

OAB/SP XXXXXX Desbloquear

BRUNO CESAR MORON LUZ

OAB/SP XXXXXX Desbloquear

Processo 0019361-21.2023.8.26.0576 (processo principal 1063860-10.2022.8.26.0576) - Cumprimento de sentença - Contratos Bancários - Itaú Unibanco S/A - Vistos. Pág(s). 102/106 e 1070/1071: vistos. 1.… Processo 0019361-21.2023.8.26.0576 (processo principal 1063860-10.2022.8.26.0576) - Cumprimento de sentença - Contratos Bancários - Itaú Unibanco S/A - Vistos. Pág(s). 102/106 e 1070/1071: vistos. 1.) Intime-se a empresa executada, por carta AR, acerca do bloqueio positivo de valores de págs. 74/97, nos termos do art. 854, §§2º e 3º (despesa recolhida à pág. 1073). 2.) Embora possa a constrição recair sobre quaisquer bens da parte executada, é necessário ser observado sempre o princípio da menor onerosidade, consubstanciado no art. 805, caput, do CPC/2015. Por tal motivo, a constrição de percentual de faturamento de pessoa jurídica deve pautar-se pela excepcionalidade e pelo comedimento, cabível apenas na hipótese de inexistência de outros bens penhoráveis, com a nomeação de administrador e desde que a constrição não acarrete o comprometimento da atividade empresarial: "[...] a penhora sobre o faturamento da empresa é admitida, excepcionalmente, quando presentes os seguintes requisitos: (i) não-localização de bens passíveis de penhora e suficientes à garantia da execução ou, se localizados, de difícil alienação; (ii) nomeação de administrador; (iii) não-comprometimento da atividade empresarial - sem que isto configure violação ao princípio da menor onerosidade ao devedor [...]." (STJ, AgRg no AREsp 573.647/RS, Rel. Ministro Benedito Gonçalves, julgado em 18/12/2014, DJe 03/02/2015). "[...] a penhora sobre faturamento da empresa não é sinônimo de penhora sobre dinheiro, razão porque o STJ tem entendido que referida a constrição exige sejam tomadas cautelas específicasnbsp discriminadasnbsp em lei. (...) É admissível proceder-se à penhora sobre faturamento da empresa, desde que: a) comprovada a inexistência outros bens passíveis de garantir a execução ou sejam os indicados de difícil alienação b)nomeação de administrador (arts. 678 e 719, caput do CPC), ao qual incumbirá a presentação das formas de administração e pagamento; c) fixação de percentual que não inviabilize a atividade econômica da empresa." (STJ, AgRg REsp 768.946/RJ, Rel. Ministro Luiz Fux, DJ 23.08.2007 p. 211). No caso dos autos, observo que não foram esgotadas todas as tentativas de localização de bens penhoráveis, razão pela qual assinalo o prazo de 15 dias para a parte exequente: a) comprovar a realização de pesquisa de bens imóveis pelo ONR (antigo ARISP), para pesquisa de bens imóveis registrados em nome da empresa executada; b) requerer a expedição de mandado para constatação dos bens que guarnecem o estabelecimento da parte executada, na forma § 1º do art. 836 do CPC, recolhendo previamente as despesas de condução de Oficial de Justiças, salvo se beneficiária da gratuidade de justiça 3.) O empresário individual exerce a atividade empresarial em nome próprio, sem personalidade jurídica, ou seja, a inscrição do comerciante como empresário não implica na formação de dois patrimônios distintos. O colendo Superior Tribunal de Justiça já asseverou que [a] empresa individual é mera ficção jurídica que permite à pessoa natural atuar no mercado com vantagens próprias da pessoa jurídica, sem que a titularidade implique distinção patrimonial entre o empresário individual e a pessoa natural titular da firma individual. (REsp 1355000/SP, Rel. Ministro MARCO BUZZI, QUARTA TURMA, julgado em 20/10/2016, DJe 10/11/2016). Desta forma, constituindo o empresário individual e a pessoa natural executada uma mesma identidade jurídica, um mesmo sujeito de direito, é desnecessária a instauração de incidente de desconsideração da personalidade jurídica. Neste sentido, julgado do egrégio Tribunal de Justiça: Ementa: AGRAVO DE INSTRUMENTO DESCONSIDERAÇÃO DA PERSONALIDADE JURÍDICA MICROEMPRESA INDIVIDUAL - AUSÊNCIA DE PERSONALIDADE JURÍDICA sendo a Ré firma individual, não se trata de caso de desconsideração da personalidade jurídica, pois, a rigor, inexiste distinção patrimonial entre ela e a pessoa física da sócia titular RECURSO DO AUTOR NÃO PROVIDO. (Agravo de Instrumento nº 0007005-25.2013.8.26.0000, 24ª Câmara de Direito Privado, Relator Desembargador Salles Vieira, j. 7.02.2013). CUMPRIMENTO DE SENTENÇA. Empresário individual. Inclusão do titular no polo passivo. Possibilidade. Inexiste separação entre o patrimônio da empresa individual e da pessoa física que figura como sua única titular. Personalidades que se confundem. Decisão parcialmente reformada. RECURSO PARCIALMENTE PROVIDO. (TJSP; Agravo de Instrumento 2120779-57.2017.8.26.0000; Relator (a): Fernando Sastre Redondo; Órgão Julgador: 38ª Câmara de Direito Privado; Foro de Macaubal - Vara Única; Data do Julgamento: 26/07/2017; Data de Registro: 28/07/2017). Nesse diapasão, acolho pedido de inclusão da pessoa natural no polo passivo da presente demanda executiva. Proceda-se à inclusão, nos registros do feito, do número concernente ao CPF do titular respectivo, JAIRO AIRES DE SOUZA, CPF nº 257.883.268-42, observadas as formalidades legais. 4.) Providencie a Serventia, via sistema SISBAJUD, a indisponibilidade de ativos financeiros existentes em nome da parte executada, até o limite do valor indicado pela parte exequente, observada a repetição programada da ordem ("teimosinha") até que se atinja a integralidade do valor executado ou pelo prazo de 30 (trinta) dias. Cumpra-se o Provimento CG 21/2006, elaborando-se a minuta de bloqueio. Executado(a)(s) abaixo: Jairo Aires de Souza Valor atualizado: R$ 168.170,97. Saliento, desde logo, que o SISBAJUD abrange valores em contas corrente, de investimento e de poupança, depósitos a prazo, aplicações financeiras, ativos mobiliários, títulos de renda fixa e ações em qualquer instituição financeira, incluídas as cooperativas de créditos e "Fintechs" que necessitem de autorização do Banco Central do Brasil para operar (como Nubank, PicPay, Mercadopago, Pagseguro etc.). Para não frustrar a diligência, a presente decisão deverá permanecer sob sigilo até o fim do prazo da repetição programada ou o bloqueio integral do débito, quando então será liberada nos autos. Frutífera a ordem de bloqueio, integral ou parcialmente, proceda-se ao desbloqueio de eventual quantia excedente, à transferência dos valores para conta judicial e dê-se ciência às partes quanto ao resultado, intimando-se a parte executada na forma do art. 854, § 2º, do CPC, ou seja, via ato ordinatório a ser publicado no DJE (através de seu[ua][s] advogado[a][s] constituído[a][s] ou caso seja[m] revel[is] e tenha[m] sido citado[s] por edital, consoante art. 346, caput, do CPC), ou mediante Carta AR/AR Digital (caso não possua[m] advogado[a][s] constituído[a][s], no último endereço cadastrado nos autos - reputando-se válida a intimação se a parte executada houver mudado de endereço sem prévia comunicação ao juízo, nos termos do art. 841, § 4º, do CPC). Deverão ser desbloqueados valores abaixo de R$200,00 (duzentos reais), considerando-se débitos acima de R$2.000,00 (dois mil reais). Deverão ser imediatamente liberados, e ainda, todos os bloqueios abaixo de R$50,00 (cinquenta reais) seja qual for o montante do débito, posto que sequer as despesas processuais serão cobertas, à exceção do valor de R$0,01(um centavo), uma vez que conforme comunicado do Comitê Gestor do SISBAJUD, referida resposta constando esse valor refere-se a bloqueio dos ativos sob a responsabilidade das instituições financeiras que custodiam investimentos dos devedores. Apresentada eventual impugnação no prazo de 5 (cinco) dias (art. 854, § 3º, do CPC), dê-se vista à parte exequente para manifestação por igual prazo e tornem conclusos para apreciação. Decorrido o prazo legal sem oposição, certifique-se e expeça-se Mandado de Levantamento Eletrônico em favor da parte exequente (art. 1.112 das NSCGJ e Comunicado Conjunto nº 1.514/2019, DJE de 10/09/2019, pp. 1/2), intimando-a para que, em 5 (cinco) dias, junte o "Formulário de MLE - Mandado de Levantamento Eletrônico" (disponível em http://www.tjsp.jus.br/IndicesTaxasJudiciarias/DespesasProcessuais) devidamente preenchido, a fim de possibilitar a expedição do Mandado de Levantamento Eletrônico (art. 1.112, § 8º, das NSCGJ), caso ainda não tenha juntado. Se o montante corresponder ao valor total do débito, tornem conclusos para extinção. 5.) Caso a ordem de bloqueio seja efetivada apenas parcialmente, reste totalmente infrutífera ou sejam encontrados somente valores irrisórios - os quais deverão ser, desde logo, liberados -, intime-se a parte exequente para que promova o recolhimento das taxas previstas no art. 2º, XI, da Lei nº 11.608/2003, no valor correspondente a 1 (uma) UFESP por cada pesquisa e por cada CPF/CNPJ a ser pesquisado (Provimento CSM nº 2.684/2023, DJE de 31/01/2023, pp. 1/2, na guia FEDTJ), código 434-1, no prazo improrrogável de 5 (cinco) dias. Justifica-se a adoção da medida supra a fim de se exaurir todas as possibilidades de pesquisas judiciais para localização de bens passíveis de constrição, em observância aos princípios da celeridade e economicidade processuais (art. 5º, LXXVIII, da CF/1988 e art. 4º do CPC). Após, à Serventia para minuta pelos sistemas: (a) RENAJUD, providenciando-se o bloqueio, para fins de "circulação" (o que já abrange "transferência" e "licenciamento"), de todos os veículos registrados em nome da parte executada; e (b) INFOJUD, a fim de se obter cópia das 2 (duas) últimas declarações de imposto de renda da parte executada. As informações relacionadas à situação econômico-financeira da parte obtidas via INFOJUD deverão ser juntadas nos autos observando-se a movimentação específica prevista no Comunicado CG nº 240/2023, devendo a Serventia providenciar as anotações necessárias no sistema SAJ, em conformidade com os arts. 121-B e 1.263 das NSCGJ. A pesquisa de titularidade de imóveis para parte que não for beneficiária da justiça gratuita deve ser feita pela própria parte exequente, através da ferramenta "Pesquisa de Bens" do Serviço de Atendimento Eletrônico Compartilhado do Operador Nacional do sistema de Registro Eletrônico de Imóveis (ONR), mediante acesso à página http://www.registradores.onr.org.br. Fica desde já indeferido eventual pedido de pesquisa de bens pelo sistema CNIB. Isso, pois a Central Nacional de Indisponibilidade de Bens (CNIB), instituída pelo Provimento nº 39/2014 do Conselho Nacional de Justiça, recepciona comunicações de indisponibilidade de bens imóveis não individualizados para auxiliar as autoridades competentes nas investigações de crime organizado e na recuperação de ativos financeiros de origem ilícita, não servindo para localizar bens móveis ou imóveis em nome de devedores. 6.) Realizadas as pesquisas, dê-se vista à parte exequente acerca do resultado, devendo manifestar, em 5 (cinco) dias, se ficará como depositária de eventuais bens móveis encontrados (considerando que não mais subsiste a figura da prisão civil do depositário infiel, a depreciação que esses bens sofrem com o passar do tempo e diante do fato de inexistir depositário judicial na Comarca), em atenção ao disposto no art. 840, § 1º, do CPC. 7.) Págs. 1077/1080: esclareça a parte exequente acerca da cessão de crédito, no prazo de 05 (cinco) dias, vez que o termo de cessão juntado aos autos não está subscrito pelos interessados. 8.) Após, tornem conclusos para deliberação. 9.) Em caso de inércia da parte exequente por mais de 30 (trinta) dias: (a) arquive-se provisoriamente, caso tratar-se de cumprimento de sentença; ou (b) intime-se pessoalmente a parte exequente, por Carta AR/AR Digital, para dar andamento útil ao feito no prazo de 5 (cinco) dias, sob pena de extinção por abandono (art. 485, III e § 1º, do CPC), caso tratar-se de execução de título extrajudicial. 10.) A fim de possibilitar ao juízo maior celeridade na apreciação de evnetual requerimento de desbloqueio de quantia penhorada pelo SISBAJUD, deverá a parte executada realizar peticionamento eletrônico, através do portal e-SAJ e escolher a opção "Petição Intermediária de 1º Grau" e nominá-la como "394 - Pedido de Desbloqueio de Penhora Online". Intime-se. - ADV: JORGE VICENTE LUZ (OAB 34204/SP), BRUNO CESAR MORON LUZ (OAB 258061/SP)

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Processo nº 0019361-21.2023.8.26.0576

ID: 311288054

Tribunal: TJSP Órgão: Foro de São José do Rio Preto - 1ª Vara Cível Classe: CUMPRIMENTO DE SENTENçA Nº Processo: 0019361-21.2023.8.26.0576

Data de Disponibilização: 30/06/2025

Polo Ativo:

ITAú UNIBANCO S/A

Polo Passivo:

Intimação

Advogados:

JORGE VICENTE LUZ

OAB/SP XXXXXX Desbloquear

BRUNO CESAR MORON LUZ

OAB/SP XXXXXX Desbloquear

Processo 0019361-21.2023.8.26.0576 (processo principal 1063860-10.2022.8.26.0576) - Cumprimento de sentença - Contratos Bancários - Itaú Unibanco S/A - Vistos. Pág(s). 102/106 e 1070/1071: vistos. 1.… Processo 0019361-21.2023.8.26.0576 (processo principal 1063860-10.2022.8.26.0576) - Cumprimento de sentença - Contratos Bancários - Itaú Unibanco S/A - Vistos. Pág(s). 102/106 e 1070/1071: vistos. 1.) Intime-se a empresa executada, por carta AR, acerca do bloqueio positivo de valores de págs. 74/97, nos termos do art. 854, §§2º e 3º (despesa recolhida à pág. 1073). 2.) Embora possa a constrição recair sobre quaisquer bens da parte executada, é necessário ser observado sempre o princípio da menor onerosidade, consubstanciado no art. 805, caput, do CPC/2015. Por tal motivo, a constrição de percentual de faturamento de pessoa jurídica deve pautar-se pela excepcionalidade e pelo comedimento, cabível apenas na hipótese de inexistência de outros bens penhoráveis, com a nomeação de administrador e desde que a constrição não acarrete o comprometimento da atividade empresarial: "[...] a penhora sobre o faturamento da empresa é admitida, excepcionalmente, quando presentes os seguintes requisitos: (i) não-localização de bens passíveis de penhora e suficientes à garantia da execução ou, se localizados, de difícil alienação; (ii) nomeação de administrador; (iii) não-comprometimento da atividade empresarial - sem que isto configure violação ao princípio da menor onerosidade ao devedor [...]." (STJ, AgRg no AREsp 573.647/RS, Rel. Ministro Benedito Gonçalves, julgado em 18/12/2014, DJe 03/02/2015). "[...] a penhora sobre faturamento da empresa não é sinônimo de penhora sobre dinheiro, razão porque o STJ tem entendido que referida a constrição exige sejam tomadas cautelas específicasnbsp discriminadasnbsp em lei. (...) É admissível proceder-se à penhora sobre faturamento da empresa, desde que: a) comprovada a inexistência outros bens passíveis de garantir a execução ou sejam os indicados de difícil alienação b)nomeação de administrador (arts. 678 e 719, caput do CPC), ao qual incumbirá a presentação das formas de administração e pagamento; c) fixação de percentual que não inviabilize a atividade econômica da empresa." (STJ, AgRg REsp 768.946/RJ, Rel. Ministro Luiz Fux, DJ 23.08.2007 p. 211). No caso dos autos, observo que não foram esgotadas todas as tentativas de localização de bens penhoráveis, razão pela qual assinalo o prazo de 15 dias para a parte exequente: a) comprovar a realização de pesquisa de bens imóveis pelo ONR (antigo ARISP), para pesquisa de bens imóveis registrados em nome da empresa executada; b) requerer a expedição de mandado para constatação dos bens que guarnecem o estabelecimento da parte executada, na forma § 1º do art. 836 do CPC, recolhendo previamente as despesas de condução de Oficial de Justiças, salvo se beneficiária da gratuidade de justiça 3.) O empresário individual exerce a atividade empresarial em nome próprio, sem personalidade jurídica, ou seja, a inscrição do comerciante como empresário não implica na formação de dois patrimônios distintos. O colendo Superior Tribunal de Justiça já asseverou que [a] empresa individual é mera ficção jurídica que permite à pessoa natural atuar no mercado com vantagens próprias da pessoa jurídica, sem que a titularidade implique distinção patrimonial entre o empresário individual e a pessoa natural titular da firma individual. (REsp 1355000/SP, Rel. Ministro MARCO BUZZI, QUARTA TURMA, julgado em 20/10/2016, DJe 10/11/2016). Desta forma, constituindo o empresário individual e a pessoa natural executada uma mesma identidade jurídica, um mesmo sujeito de direito, é desnecessária a instauração de incidente de desconsideração da personalidade jurídica. Neste sentido, julgado do egrégio Tribunal de Justiça: Ementa: AGRAVO DE INSTRUMENTO DESCONSIDERAÇÃO DA PERSONALIDADE JURÍDICA MICROEMPRESA INDIVIDUAL - AUSÊNCIA DE PERSONALIDADE JURÍDICA sendo a Ré firma individual, não se trata de caso de desconsideração da personalidade jurídica, pois, a rigor, inexiste distinção patrimonial entre ela e a pessoa física da sócia titular RECURSO DO AUTOR NÃO PROVIDO. (Agravo de Instrumento nº 0007005-25.2013.8.26.0000, 24ª Câmara de Direito Privado, Relator Desembargador Salles Vieira, j. 7.02.2013). CUMPRIMENTO DE SENTENÇA. Empresário individual. Inclusão do titular no polo passivo. Possibilidade. Inexiste separação entre o patrimônio da empresa individual e da pessoa física que figura como sua única titular. Personalidades que se confundem. Decisão parcialmente reformada. RECURSO PARCIALMENTE PROVIDO. (TJSP; Agravo de Instrumento 2120779-57.2017.8.26.0000; Relator (a): Fernando Sastre Redondo; Órgão Julgador: 38ª Câmara de Direito Privado; Foro de Macaubal - Vara Única; Data do Julgamento: 26/07/2017; Data de Registro: 28/07/2017). Nesse diapasão, acolho pedido de inclusão da pessoa natural no polo passivo da presente demanda executiva. Proceda-se à inclusão, nos registros do feito, do número concernente ao CPF do titular respectivo, JAIRO AIRES DE SOUZA, CPF nº 257.883.268-42, observadas as formalidades legais. 4.) Providencie a Serventia, via sistema SISBAJUD, a indisponibilidade de ativos financeiros existentes em nome da parte executada, até o limite do valor indicado pela parte exequente, observada a repetição programada da ordem ("teimosinha") até que se atinja a integralidade do valor executado ou pelo prazo de 30 (trinta) dias. Cumpra-se o Provimento CG 21/2006, elaborando-se a minuta de bloqueio. Executado(a)(s) abaixo: Jairo Aires de Souza Valor atualizado: R$ 168.170,97. Saliento, desde logo, que o SISBAJUD abrange valores em contas corrente, de investimento e de poupança, depósitos a prazo, aplicações financeiras, ativos mobiliários, títulos de renda fixa e ações em qualquer instituição financeira, incluídas as cooperativas de créditos e "Fintechs" que necessitem de autorização do Banco Central do Brasil para operar (como Nubank, PicPay, Mercadopago, Pagseguro etc.). Para não frustrar a diligência, a presente decisão deverá permanecer sob sigilo até o fim do prazo da repetição programada ou o bloqueio integral do débito, quando então será liberada nos autos. Frutífera a ordem de bloqueio, integral ou parcialmente, proceda-se ao desbloqueio de eventual quantia excedente, à transferência dos valores para conta judicial e dê-se ciência às partes quanto ao resultado, intimando-se a parte executada na forma do art. 854, § 2º, do CPC, ou seja, via ato ordinatório a ser publicado no DJE (através de seu[ua][s] advogado[a][s] constituído[a][s] ou caso seja[m] revel[is] e tenha[m] sido citado[s] por edital, consoante art. 346, caput, do CPC), ou mediante Carta AR/AR Digital (caso não possua[m] advogado[a][s] constituído[a][s], no último endereço cadastrado nos autos - reputando-se válida a intimação se a parte executada houver mudado de endereço sem prévia comunicação ao juízo, nos termos do art. 841, § 4º, do CPC). Deverão ser desbloqueados valores abaixo de R$200,00 (duzentos reais), considerando-se débitos acima de R$2.000,00 (dois mil reais). Deverão ser imediatamente liberados, e ainda, todos os bloqueios abaixo de R$50,00 (cinquenta reais) seja qual for o montante do débito, posto que sequer as despesas processuais serão cobertas, à exceção do valor de R$0,01(um centavo), uma vez que conforme comunicado do Comitê Gestor do SISBAJUD, referida resposta constando esse valor refere-se a bloqueio dos ativos sob a responsabilidade das instituições financeiras que custodiam investimentos dos devedores. Apresentada eventual impugnação no prazo de 5 (cinco) dias (art. 854, § 3º, do CPC), dê-se vista à parte exequente para manifestação por igual prazo e tornem conclusos para apreciação. Decorrido o prazo legal sem oposição, certifique-se e expeça-se Mandado de Levantamento Eletrônico em favor da parte exequente (art. 1.112 das NSCGJ e Comunicado Conjunto nº 1.514/2019, DJE de 10/09/2019, pp. 1/2), intimando-a para que, em 5 (cinco) dias, junte o "Formulário de MLE - Mandado de Levantamento Eletrônico" (disponível em http://www.tjsp.jus.br/IndicesTaxasJudiciarias/DespesasProcessuais) devidamente preenchido, a fim de possibilitar a expedição do Mandado de Levantamento Eletrônico (art. 1.112, § 8º, das NSCGJ), caso ainda não tenha juntado. Se o montante corresponder ao valor total do débito, tornem conclusos para extinção. 5.) Caso a ordem de bloqueio seja efetivada apenas parcialmente, reste totalmente infrutífera ou sejam encontrados somente valores irrisórios - os quais deverão ser, desde logo, liberados -, intime-se a parte exequente para que promova o recolhimento das taxas previstas no art. 2º, XI, da Lei nº 11.608/2003, no valor correspondente a 1 (uma) UFESP por cada pesquisa e por cada CPF/CNPJ a ser pesquisado (Provimento CSM nº 2.684/2023, DJE de 31/01/2023, pp. 1/2, na guia FEDTJ), código 434-1, no prazo improrrogável de 5 (cinco) dias. Justifica-se a adoção da medida supra a fim de se exaurir todas as possibilidades de pesquisas judiciais para localização de bens passíveis de constrição, em observância aos princípios da celeridade e economicidade processuais (art. 5º, LXXVIII, da CF/1988 e art. 4º do CPC). Após, à Serventia para minuta pelos sistemas: (a) RENAJUD, providenciando-se o bloqueio, para fins de "circulação" (o que já abrange "transferência" e "licenciamento"), de todos os veículos registrados em nome da parte executada; e (b) INFOJUD, a fim de se obter cópia das 2 (duas) últimas declarações de imposto de renda da parte executada. As informações relacionadas à situação econômico-financeira da parte obtidas via INFOJUD deverão ser juntadas nos autos observando-se a movimentação específica prevista no Comunicado CG nº 240/2023, devendo a Serventia providenciar as anotações necessárias no sistema SAJ, em conformidade com os arts. 121-B e 1.263 das NSCGJ. A pesquisa de titularidade de imóveis para parte que não for beneficiária da justiça gratuita deve ser feita pela própria parte exequente, através da ferramenta "Pesquisa de Bens" do Serviço de Atendimento Eletrônico Compartilhado do Operador Nacional do sistema de Registro Eletrônico de Imóveis (ONR), mediante acesso à página http://www.registradores.onr.org.br. Fica desde já indeferido eventual pedido de pesquisa de bens pelo sistema CNIB. Isso, pois a Central Nacional de Indisponibilidade de Bens (CNIB), instituída pelo Provimento nº 39/2014 do Conselho Nacional de Justiça, recepciona comunicações de indisponibilidade de bens imóveis não individualizados para auxiliar as autoridades competentes nas investigações de crime organizado e na recuperação de ativos financeiros de origem ilícita, não servindo para localizar bens móveis ou imóveis em nome de devedores. 6.) Realizadas as pesquisas, dê-se vista à parte exequente acerca do resultado, devendo manifestar, em 5 (cinco) dias, se ficará como depositária de eventuais bens móveis encontrados (considerando que não mais subsiste a figura da prisão civil do depositário infiel, a depreciação que esses bens sofrem com o passar do tempo e diante do fato de inexistir depositário judicial na Comarca), em atenção ao disposto no art. 840, § 1º, do CPC. 7.) Págs. 1077/1080: esclareça a parte exequente acerca da cessão de crédito, no prazo de 05 (cinco) dias, vez que o termo de cessão juntado aos autos não está subscrito pelos interessados. 8.) Após, tornem conclusos para deliberação. 9.) Em caso de inércia da parte exequente por mais de 30 (trinta) dias: (a) arquive-se provisoriamente, caso tratar-se de cumprimento de sentença; ou (b) intime-se pessoalmente a parte exequente, por Carta AR/AR Digital, para dar andamento útil ao feito no prazo de 5 (cinco) dias, sob pena de extinção por abandono (art. 485, III e § 1º, do CPC), caso tratar-se de execução de título extrajudicial. 10.) A fim de possibilitar ao juízo maior celeridade na apreciação de evnetual requerimento de desbloqueio de quantia penhorada pelo SISBAJUD, deverá a parte executada realizar peticionamento eletrônico, através do portal e-SAJ e escolher a opção "Petição Intermediária de 1º Grau" e nominá-la como "394 - Pedido de Desbloqueio de Penhora Online". Intime-se. - ADV: JORGE VICENTE LUZ (OAB 34204/SP), BRUNO CESAR MORON LUZ (OAB 258061/SP)

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Processo nº 5595874-07.2025.8.09.0020

ID: 339468083

Tribunal: TJGO Órgão: Cachoeira Alta - Vara das Fazendas Públicas Classe: PROCEDIMENTO COMUM CíVEL Nº Processo: 5595874-07.2025.8.09.0020

Data de Disponibilização: 31/07/2025

Polo Ativo:

MATEUS MORAES DE FREITAS

Polo Passivo:

Sentença

Advogados:

WILLIAN CORRÊA FERNANDES

OAB/GO XXXXXX Desbloquear

PODER JUDICIÁRIO DO ESTADO DE GOIÁSComarca de Cachoeira AltaGabinete do Juiz Filipe Luis PerucaAutos n.° 5595874-07.2025.8.09.0020Natureza da Ação: Procedimento Comum Cível Requerente: Mateus Moraes … PODER JUDICIÁRIO DO ESTADO DE GOIÁSComarca de Cachoeira AltaGabinete do Juiz Filipe Luis PerucaAutos n.° 5595874-07.2025.8.09.0020Natureza da Ação: Procedimento Comum Cível Requerente: Mateus Moraes de FreitasRequerido(a): Instituto Nacional do Seguro Social - INSSSENTENÇAVistos, etc.Trata-se de Ação de Concessão de Benefício Previdenciário de Auxílio-acidente ajuizada por MATEUS MORAES DE FREITAS em face do INSTITUTO NACIONAL DE SEGURIDADE SOCIAL – INSS.Narra o autor, em apertada síntese, que em 09/08/2024, sofreu acidente e no referido acidente, o requerente fraturou o membro inferior direito.Afirma que a sequela traumática que o Requerente é portador o incapacita para o trabalho, sendo a perda funcional definitiva, pois o mesmo necessita de um esforço maior para realizar as atividades exercidas na época do acidente, em virtude das sequelas.Defende que sua condição de portador de sequela do acidente e as perdas funcionais foram reconhecidas durante a perícia médica, sendo procedido a concessão do benefício de Auxílio-doença, sob o NB nº 716.492.961-1, motivo que faz jus a concessão do Auxílio-Acidente ou concessão da Aposentadoria por Invalidez Acidentária e garantindo seu pagamento vitalício, vez que as sequelas das doenças profissionais de que é portador estão consolidadas, e, são definitivas.Diante de tais fatos, ajuizou a presente ação, onde inicialmente pede o benefício da assistência judiciária gratuita, pede a concessão de tutela provisória para determinar a imediata implementação do benefício de auxílio-acidente, e, no mérito, pede a condenação definitiva do requerido a conceder o referido benefício de auxílio-acidente, desde a cessação do benefício. Com a inicial, juntou os documentos de evento n° 01 – arquivos 02/13.É o breve relatório. DECIDO. Pois bem. Compulsando os autos, observo que não consta dos autos indeferimento administrativo do pedido de prorrogação do auxílio-doença ou pedido de auxílio-acidente, de modo que o autor carece de interesse processual, que é condição da ação para ações previdenciárias, motivo que a inicial deve ser indeferida.Segundo a jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça, são considerados como documentos indispensáveis à propositura da ação os que dizem respeito às condições da ação ou a pressupostos processuais, bem como os que se vinculam diretamente ao próprio objeto da demanda, como é o caso do contrato para as ações que visam discutir exatamente a existência ou extensão da relação jurídica estabelecida entre as partes (STJ, 43 Turma, REsp 1.262.132/SP, rel. Min. Luiz Felipe Salomão, DJe 03/02/2015).Ante a ausência de decisão administrativa que indeferiu a prorrogação do auxílio-doença ou pedido de auxílio-acidente, a inicial deve ser indeferida.Portanto, não há interesse de agir, uma das condições da ação, nos termos das Teses Fixadas em Repercussão Geral no Recurso Extraordinário n° 631240 / STF. “A concessão de benefícios previdenciários depende de requerimento do interessado, não se caracterizando ameaça ou lesão a direito antes de sua apreciação e indeferimento pelo INSS, ou se excedido o prazo legal para sua análise. É bem de ver, no entanto, que a exigência de prévio requerimento não se confunde com o exaurimento das vias administrativas.” (STF, Recurso Extraordinário 631.240, Min. Roberto Barroso)Segundo a tese fixada sob o tema 277 da TNU - Turma Nacional de Uniformização: “O direito à continuidade do benefício por incapacidade temporária com estimativa de DCB (alta programada) pressupõe, por parte do segurado, pedido de prorrogação (§ 9º, art. 60 da Lei n. 8.213/91), recurso administrativo ou pedido de reconsideração, quando previstos normativamente, sem o quê não se configura interesse de agir em juízo.”Cito os seguintes precedentes do Tribunal Regional Federal da 1° Região:PREVIDENCIÁRIO E PROCESSUAL CIVIL. RESTABELECIMENTO DE AUXÍLIO-DOENÇA. INEXISTÊNCIA DE REQUERIMENTO DE PRORROGAÇÃO DO BENEFÍCIO CESSADO E DE PRÉVIO REQUERIMENTO DE AUXÍLIO-ACIDENTE. APLICAÇÃO DA TESE FIXADA PELA TNU EM JULGAMENTO DE REPRESENTATIVO DE CONTROVÉRSIA (TEMA 277). PEDILEF Nº 0500255-75.2019.4.05.8303/PE. AUSÊNCIA DE INTERESSE PROCESSUAL. EXTINÇÃO DO FEITO SEM EXAME DO MÉRITO. ART. 485, VI, CPC. RECURSO CONHECIDO E NÃO PROVIDO. 1. Cuida-se de ação previdenciária ajuizada por CARLOS EDUARDO FREITAS PINHEIRO contra o INSTITUTO NACIONAL DE SEGURO SOCIAL - INSS, na qual requer a concessão de auxílio-acidente, desde a cessação administrativa do benefício de auxílio-doença (NB: 548.708.064-6; DCB: 06/12/2012).2. Recurso inominado (ID: 348111189) interposto pela parte autora em face de sentença registrada em (ID: 348111187), que extinguiu o feito sem resolução de mérito, alusivamente ao entendimento de ausência de interesse de agir, supedaneado no fato de que o demandante não comprovou o protocolo de pedido de prorrogação do benefício cessado. O recorrente argumenta, em suas razões recursais, que "A cessação do benefício pelo INSS já é suficiente para caracterizar o direito de ajuizamento, eis que o exaurimento da via administrativa é desnecessário ao exercício do direito de ação. O próprio ato de indeferir demonstra a pretensão resistida da Administração, que dá abertura à proteção judicial do direito social em jogo.".3. Contrarrazões não apresentadas.4. Os requisitos indispensáveis para a concessão do benefício previdenciário de auxílio-acidente, nos termos da Lei 8.213/91 (art. 86), são: a) qualidade de segurado; b) a superveniência de acidente de qualquer natureza; c) a redução parcial e definitiva da capacidade para o trabalho habitual, e d) o nexo causal entre o acidente e a redução da capacidade.5. No caso concreto, tangente à circunstância deduzida pelo autor, de que faria jus ao auxílio-acidente com a cessação do benefício de auxílio-doença, necessário aplicar-se a compreensão firmada pela Turma Nacional de Uniformização, pertinente à ausência de requerimento de prorrogação de benefício por incapacidade, no julgamento do PEDILEF nº PEDILEF Nº 0500255-75.2019.4.05.8303/PE (Tema 277), submetido o julgamento da questão controvertida Saber, à vista do decidido no Tema 164/TNU, quais as consequências da ausência de pedido administrativo de prorrogação do auxílio-doença cessado por alta programada na postulação judicial de restabelecimento do benefício., fixada a seguinte tese: O direito à continuidade do benefício por incapacidade temporária com estimativa de DCB (alta programada) pressupõe, por parte do segurado, pedido de prorrogação (§ 9º, art. 60 da Lei n. 8.213/91), recurso administrativo ou pedido de reconsideração, quando previstos normativamente, sem o quê não se configura interesse de agir em juízo.. 5.1. Para melhor compreensão do tema, cita-se esclarecedor trecho do respectivo voto-conduto, da lavra do MM. Juiz Federal Dr. Francisco Glauber Pessoa Alves (Acórdão publicado em 17/03/2022): (...) Delimitação. Temas ns. 04 e 164 da TNU. Submetido e aprovado o encaminhamento deste Pedido de Uniformização como representativo de controvérsia por este Colegiado, donde superada a questão da admissibilidade, passo ao enfrentamento do mérito. A matéria submetida à uniformização deste órgão se constitui em desdobramento do alcance do Tema 164, decidido pela TNU mediante a fixação das seguintes teses: a) os benefícios de auxílio-doença concedidos judicial ou administrativamente, sem Data de Cessação de Benefício (DCB), ainda que anteriormente à edição da MP nº 739/2016, podem ser objeto de revisão administrativa, na forma e prazos previstos em lei e demais normas que regulamentam a matéria, por meio de prévia convocação dos segurados pelo INSS, para avaliar se persistem os motivos de concessão do benefício; b) os benefícios concedidos, reativados ou prorrogados posteriormente à publicação da MP nº 767/2017, convertida na Lei n.º 13.457/17, devem, nos termos da lei, ter a sua DCB fixada, sendo desnecessária, nesses casos, a realização de nova perícia para a cessação do benefício; c) em qualquer caso, o segurado poderá pedir a prorrogação do benefício, com garantia de pagamento até a realização da perícia médica. A afetação, na forma do art. 17 do Regimento Interno da TNU, submete ao julgamento deste Colegiado a seguinte vexata quaestio: Saber, à vista do decidido no Tema 164/TNU, quais as consequências da ausência de pedido administrativo de prorrogação do auxílio-doença cessado por alta programada na postulação judicial de restabelecimento do benefício. Cumpre registrar que, do ponto de vista normativo adequado, a alta programada foi instituída pela Medida Provisória n. 739, de 7 de julho de 2016 (com vigência entre 08.07.2016 e 04.11.2016), não convertida em lei, e pela Medida Provisória n. 767/2017 (com vigência a partir de 06.01.2017), convertida na Lei n. 13.457, de 26 de junho de 2017. Antes, prevista apenas no Decreto n. 3.048/99 (art. 78) e sem respaldo em lei, teve rechaçada sua legitimidade (TNU, PEDILEF nº 05013043320144058302, Rel. Juiz Federal Frederico Augusto Leopoldino Koehler, Sessão de 11/12/2015). Ao julgar o Tema 164, o eminente relator, Juiz Federal Fernando Moreira Gonçalves, propôs e restou acatado pelo Colegiado, à unanimidade, a seguinte premissa: Ainda no contexto da evolução da matéria, ressalto que o regramento contido nas Medidas Provisórias ns. 739/16 e 767/17, posteriormente convertidas na Lei n. 13.457/17, protege, por um lado, o direito dos segurados da Previdência Social de serem assistidos em situação de infortúnio relacionado à perda da capacidade laboral, ao prever a manutenção do pagamento até a realização de nova perícia, caso requerida tempestivamente a prorrogação do benefício, e, por outro lado, evita o pagamento do benefício a quem já recuperou sua capacidade laboral e, portanto, não faz jus àquela prestação previdenciária. Essa circunstância fática deve ser frisada vez que ali ( julgamento do Tema n. 164) já se mostrava evidente a total superação do Tema n. 04 desta TNU (É devido o restabelecimento do auxílio-doença nas hipóteses conhecidas por alta programada, independentemente de prévio pedido administrativo de prorrogação), julgado em 06.09.2011, quando ainda não tinha havido a alteração normativa (Medidas Provisórias ns. 739/16, não convertida em lei, e 767/17, convertida na Lei n. 13.457/17) que ensejaram o enfrentamento da matéria no Tema n. 164 desta TNU. Assim, o Tema n. 04 foi completamente ultrapassado pelo Tema n. 164, ambos da TNU, por força da inovação legal (Medidas Provisórias ns. 739/16, não convertida em lei, e 767/17, convertida na Lei n. 13.457/17) que introduziu, de direito posto, a alta programada no ordenamento. (...) Tem-se, hoje, em sede de repercussão geral (STF) e representativo de controvérsia (STJ) a clara orientação sobre a regra geral (imprescindibilidade de requerimento administrativo) e as exceções elencadas. Os benefícios por incapacidade (auxílio por incapacidade temporária e aposentadoria por incapacidade permanente, no que ora importam) devem atender dois pressupostos de ordem fático-jurídica (arts. 42 e 57 da Lei n. 8.213/91): a qualidade de segurado e a incapacidade. Como é intuitivo, a perícia médica administrativa inicial, como toda análise clínica, está jungida a condições de tempo e lugar, eis que o quadro patológico pode ser (no mais das vezes, é!) dinâmico e completamente mutável com o tempo. Ela não é uma previsão infalível, muito menos nostradâmica. A doença que incapacita hoje pode involuir e não ensejar mais incapacidade daqui a alguns meses ou mesmo dias, como também pode se agravar e ensejar a manutenção do benefício ou até mesmo configuração da aposentadoria por incapacidade permanente. E essa fluidez da condição clínica é antes humana. A estimativa menor que se faça para fins de alta programada não importa em erro administrativo ou mesmo médico da perícia médica administrativa inicial. Significa, sim, limitação inerente à condição humana e aos quadros patológicos, que vão e vêm na cadência própria da vida e da biologia humana. E sem erro quanto à estimativa para a DCB, não há que falar em revisão da decisão administrativa concessória. O pedido de prorrogação não é um pedido de revisão da decisão originária, mas, à luz de uma situação clínica apenas supervenientemente aferível, um pedido de manutenção do benefício por incapacidade temporária. Daí porque o STF bem ressaltou que as hipóteses de manutenção de benefício não dispensam requerimento administrativo prévio (de manutenção, perdoada a redundância, e não de revisão ou restabelecimento) quando dependerem da análise de matéria de fato ainda não levada ao conhecimento da Administração. Ora, e qual a matéria fática a ser levada à Administração pelo titular do benefício que quer vê-lo mantido? A resposta cristalina e dentro de qualquer lógica é: a permanência da condição clínica incapacitante. Dito dessa forma, não há margem a qualquer dúvida de que é imprescindível o pedido de prorrogação para fins de continuidade da percepção do benefício por incapacidade. Ele se reveste de garantia de mão dupla: para o administrado não ter excluído o benefício sem uma perícia médica administrativa atual; para a administração, ao não realizar as "perícias de saída", onerosas, quando não há razão clínica ou mesmo quando o próprio administrado não tem interesse na continuidade do benefício. E essa imperiosidade é convergente ao Tema 350 do STF por dois enfoques interligados por uma lógica inegável. O primeiro, porque a continuidade ou não da incapacidade é condição fática superveniente que precisa ser levada ao conhecimento da Administração. A continuidade da condição incapacitante para além da estimativa da DCB é circunstância fática que toca ao administrado, mediante sua iniciativa, sujeitar ao INSS. Isso porque a lei autorizou que o INSS possa estimar prazo de recuperação, assegurando ao titular do benefício meio ( pedido de prorrogação) de garantia de uma nova perícia médica administrativa. O segundo, porque foi a lei que, validamente, estabeleceu a possibilidade do pedido de prorrogação, conforme entendeu esta TNU, cuja dispensabilidade é impossível porque ele é pressuposto sine qua non para a manutenção do benefício - pelo menos até que seja realizada a nova perícia médica administrativa provocada pelo pedido de prorrogação. (...) Ao segurado, assim, assiste o direito (1) ao pedido de prorrogação (até 15 dias antes da DCB), (2) ao pedido de reconsideração (até 30 dias após a DCB) e (3) ao recurso para a Junta de Recurso do Conselho de Recursos da Previdência Social - JR/CRPS (até 30 dias após a DCB). Se a Administração, para além do pedido de prorrogação previsto diretamente na Lei n. 8.213/91 (§ 9º, art. 60), aceita, no panorama regrador, ainda que interno, outras formas de insurgências (via pedido de reconsideração ou recurso à JR/CRPS) para a discussão da matéria DCB naquela seara, com ensejo a nova avalição médica pericial, a provocação desses instrumentos configura pretensão resistida especificamente quanto à situação de fato que ensejou a DCB. À míngua de imposição normativa de manutenção do benefício enquanto não decidido administrativamente (diferentemente do pedido de prorrogação, onde isso é expresso) bem como de efeito suspensivo expressamente previsto, não se pode entender como mantido o que foi cessado, eis que o pedido de reconsideração e o recurso são sempre cronologicamente posteriores à DCB. Essa a hermenêutica que parece melhor contemporizar o quadro posto. De toda forma, mesmo que o pedido de reconsideração ou o recurso à JR/CRPS não ensejem a automática manutenção do benefício, ele será devido desde a DCB se a avaliação médica pericial entender que a DII existia desde aquela época (arts. 309 e 310 da IN n. 77/2015). Uma coisa é certa: se a lei (§ 9º, art. 60 da Lei n. 8.213/91) conferiu ao regulamento e este (§ 2º do art. 78 do Decreto n. 3.048/99) permitiu à Portaria MDSA n. 152, de 25.08.2016 (art. 2º, II) e à IN n. 77/2015 estabelecerem o prazo e a forma de insurgência quanto à DCB, o exercício válido pelo segurado de um dos instrumentos (pedido de prorrogação, pedido de reconsideração ou recurso para a Junta de Recurso do Conselho de Recursos da Previdência Social - JR/CRPS) preenche o interesse processual, no duplo enfoque da necessidade e utilidade da prestação jurisdicional eventual. E isso se aplica a eventuais mudanças nessa regulamentação atual quanto a formas de impugnação administrativa da decisão que fixa ou cumpra a DCB. Assim é que, viabilizada a irresignação administrativa, configurada a pretensão resistida, considerando-se eventuais alterações regulamentares no âmbito do próprio INSS. 5.2. Importante destacar-se que, embora não expressamente elencado como precedente vinculante pelo art. 927 do CPC, o posicionamento da Turma Nacional de Uniformização dos JEFs, criada com supedâneo no art. 14, da Lei 10.259/2001, com o objetivo de trazer ao sistema a segurança necessária em termos de direito material, deve ser prestigiado no âmbito do microssistema dos Juizados Especiais Federais; a uniformização de entendimentos, corolário da segurança jurídica, é objetivo a ser permanentemente almejado. Nessa linha de raciocínio, cita-se o enunciado 549, do Fórum Permanente de processualistas Civis - FPPC: "(art. 927; Lei n.º 10.259/2001) O rol do art. 927 e os precedentes da Turma Nacional de Uniformização dos Juizados Especiais Federais deverão ser observados no âmbito dos Juizados Especiais. (Grupo: Impacto nos Juizados e nos procedimentos especiais da legislação extravagante)" ..6. Voltando os olhos para o caso concreto, verifica-se que a parte autora deixou de apresentar requerimento de prorrogação do benefício cessado. Também não há comprovação de prévio requerimento especificamente de auxílio-acidente. Frente a tal contexto, não se visualiza, na hipótese em comento, razões que justifiquem a exclusão da exigência, ao revés, sob o influxo da tese jurídica fixada pela Turma Nacional de Uniformização acerca da matéria em debate, é forçoso reconhecer-se a existência de óbice processual instransponível para a análise do mérito da demanda, concernente à falta de interesse de agir da parte autora, ante a constatação de que não houve pedido prévia submissão ao crivo administrativo da questão fática posta na presente ação. 7. RECURSO CONHECIDO E NÃO PROVIDO.8. Honorários advocatícios fixados em 10% (dez por cento) sobre o valor atualizado da causa. Condenação suspensa ante o deferimento do benefício de justiça gratuita em sede recursal. (AGREXT 1036600-87.2023.4.01.3700, RUBEM LIMA DE PAULA FILHO, TRF1 - PRIMEIRA TURMA RECURSAL - MA, PJe Publicação 13/11/2023.) EMBARGOS DE DECLARAÇÃO. OMISSÃO/CONTRADIÇÃO. NÃO CONFIGURAÇÃO. REDISCUSSÃO DA MATÉRIA. (…) .5. Sobre o interesse de agir, a decisão embargada tratou da matéria em debate, verbis: 5. No caso em apreço, o exame da documentação juntada ao processo com a petição inicial mostra que não houve pedido expresso de concessão de auxilio acidente, tampouco houve pedido de prorrogação do auxílio doença, de modo que não se verifica ter havido indeferimento expresso ou tácito do pedido, uma vez que não realizada perícia para reafirmar a cessação do auxilio doença. Assim deve ser reconhecida a carência do direito de ação, por falta de interesse de agir, inexistindo lide. 6. Diferente do alegado pelo embargante, o comprovante de requerimento apresentado nos autos diz respeito ao pedido inicial de auxílio-doença, formulado na data do acidente - 09/01/2018 - e cessado em 21/05/2019, sem que tenha sido requerida a prorrogação do benefício.7. A alegação de que fora requerido o benefício de auxílio-acidente em 21/06/2021 foge dos limites da lide, não havendo na inicial menção ou pedido quanto a este requerimento, limitando-se o objeto da lide à concessão de auxílio-acidente com DIB na data seguinte à cessação do auxílio-doença (DIB: 22/05/2019).8. EMBARGOS DE DECLARAÇÃO REJEITADOS. (AGVINJURIS 1040630-57.2021.4.01.3500, FRANCISCO VALLE BRUM, TRF1 - PRIMEIRA TURMA RECURSAL - GO, PJe Publicação 19/04/2023.) No presente caso, observo que o autor teve o auxílio-doença concedido até 31/01/2025, e não apresentou requerimento administrativo para a prorrogação, tampouco apresentou pedido de auxílio-acidente, situação incontornável no presente momento, motivo que a inicial deve ser indeferida por falta de condição da ação.É o quanto basta. Isto posto, diante ausência de pedido de prorrogação e de auxílio-acidente, INDEFIRO a petição inicial e DECLARO EXTINTO O PROCESSO, sem resolução do mérito, nos termos do artigo 485, inciso IV, do Código de Processo Civil.CONDENO o requerente nas custas processuais, porém, fica suspensa a exigibilidade ante a concessão da justiça gratuita neste ato.Publicada e registrada automaticamente. Intime-se. Cumpra-se.Cachoeira Alta, datado e assinado digitalmente. FILIPE LUIS PERUCAJuiz de Direito

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Processo nº 1033512-37.2024.8.11.0000

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Processo nº 0019361-21.2023.8.26.0576

Processo nº 0019361-21.2023.8.26.0576

Processo nº 5595874-07.2025.8.09.0020