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Juízo Da 6ª Vara Do Trabalho De Natal e outros x Juízo Da 3ª Vara Do Trabalho De Natal

ID: 256022783

Tribunal: TRT21 Órgão: Tribunal Pleno Classe: CONFLITO DE COMPETêNCIA CíVEL Nº Processo: 0000268-10.2024.5.21.0000

Data de Disponibilização: 14/04/2025

Polo Ativo:

JUíZO DA 6ª VARA DO TRABALHO DE NATAL MINISTÉRIO PÚBLICO DO TRABALHO

Polo Passivo:

JUíZO DA 3ª VARA DO TRABALHO DE NATAL

Notificação

PODER JUDICIÁRIO JUSTIÇA DO TRABALHO TRIBUNAL REGIONAL DO TRABALHO DA 21ª REGIÃO TRIBUNAL PLENO Relator: CARLOS NEWTON DE SOUZA PINTO 0000268-10.2024.5.21.0000 : JUÍZO DA 6ª VARA DO TRABALHO D… PODER JUDICIÁRIO JUSTIÇA DO TRABALHO TRIBUNAL REGIONAL DO TRABALHO DA 21ª REGIÃO TRIBUNAL PLENO Relator: CARLOS NEWTON DE SOUZA PINTO 0000268-10.2024.5.21.0000 : JUÍZO DA 6ª VARA DO TRABALHO DE NATAL : JUÍZO DA 3ª VARA DO TRABALHO DE NATAL PROCESSO nº 0000268-10.2024.5.21.0000 (CCCiv) SUSCITANTE: JUÍZO DA 6ª VARA DO TRABALHO DE NATAL SUSCITADO: JUÍZO DA 3ª VARA DO TRABALHO DE NATAL RELATOR: CARLOS NEWTON DE SOUZA PINTO EMENTA DIREITO PROCESSUAL DO TRABALHO. CONFLITO NEGATIVO DE COMPETÊNCIA. CUMPRIMENTO DE SENTENÇA. AÇÃO COLETIVA. PREVENÇÃO. I. CASO EM EXAME 1. Conflito negativo de competência suscitado pelo Juízo da 6ª Vara do Trabalho de Natal em ação de cumprimento de sentença, oriunda de ação coletiva julgada na 3ª Vara do Trabalho de Natal. O Juízo suscitante alegou prevenção, com base em jurisprudência do Tribunal Regional do Trabalho da 21ª Região, enquanto o Juízo suscitado entendeu pela ausência de prevenção e determinou a livre distribuição. O conflito foi submetido ao Tribunal Pleno. II. QUESTÃO EM DISCUSSÃO 2. Há duas questões em discussão: (i) definir qual juízo detém a competência para processar e julgar a ação de cumprimento de sentença; (ii) determinar se a prevenção se aplica no caso concreto. III. RAZÕES DE DECIDIR 3. A jurisprudência do Tribunal Regional do Trabalho da 21ª Região firmou entendimento de que a competência para o processamento de ações de cumprimento individual originárias de sentenças proferidas em ações coletivas é do juízo que proferiu a sentença condenatória, nos termos do artigo 877 da CLT, especialmente quando se trata de direitos individuais homogêneos, circunscritos a determinada empresa e região. 4. A redistribuição aleatória da ação de cumprimento, após o juízo da condenação ter declarado sua incompetência, não altera a competência originariamente estabelecida pelo artigo 98, § 2º, do Código de Defesa do Consumidor e pela jurisprudência deste Tribunal Regional. A transferência do feito não se justifica por ausência de ganho de efetividade para o exequente. IV. DISPOSITIVO E TESE 5. Conflito de competência julgado procedente. Tese de julgamento: 1. A competência para processar e julgar ações de cumprimento de sentença derivadas de ações coletivas, referentes a direitos individuais homogêneos, é do juízo que proferiu a sentença condenatória. Dispositivos relevantes citados: Artigo 877 da CLT, artigo 98, §2º, do CDC, artigo 172 e seguintes do Regimento Interno do Tribunal Regional do Trabalho da 21ª Região, artigos 804, "b", 805, "a" e 808, "a", todos da CLT. Jurisprudência relevante citada: Precedentes do Egrégio Tribunal Pleno desta Corte (CCCiv n. 0000384-60.2017.5.21.0000; CCCiv n. 0000007-55.2018.5.21.0000; e CCCiv n. 0000266-45.2021.5.21.0000). RELATÓRIO Trata-se de conflito negativo de competência suscitado pelo Juízo da 6ª Vara do Trabalho de Natal nos autos da ação de cumprimento de sentença n.º 0001022-74.2023.5.21.0003, em que figuram como exequentes ICEMARIA FELIPE SILVA E OUTROS e, como executada, a EMPRESA BRASILEIRA DE SERVICOS HOSPITALARES - EBSERH. O suscitante afirma ser prevento o Juízo da ação coletiva para conhecer e deliberar sobre pedido em ação de cumprimento de título judicial ali produzido, reportando-se à jurisprudência do Pleno deste Regional; assevera que não há como reconhecer a competência do Juízo da 6ª Vara do Trabalho de Natal por redistribuição aleatória do feito (ID ead8875). O Ministério Público do Trabalho apresentou parecer, pronunciando-se "para o fim de declarar-se a competência da 6ª Vara do Trabalho de Natal para apreciar e julgar a Ação de Cumprimento de Sentença nº 0001022-74.2023.5.21.0003" (ID d6d0820). É o breve relatório. FUNDAMENTAÇÃO ADMISSIBILIDADE Conflito negativo de competência instaurado entre Juízos de primeiro grau que integram o Tribunal Regional do Trabalho da 21ª Região, atraindo, assim, a competência deste Egrégio Tribunal Pleno para solucioná-lo, nos termos do artigo 172 e seguintes do Regimento Interno deste Regional e dos artigos 804, "b", 805, "a" e 808, "a", todos da Consolidação das Leis do Trabalho. Admito. MÉRITO Trata-se de conflito negativo de competência suscitado pelo Juízo da 6ª Vara do Trabalho de Natal nos autos da ação de cumprimento de sentença n.º 0001022-74.2023.5.21.0003, em que figuram como exequentes ICEMARIA FELIPE SILVA E OUTROS e, como executada, a EMPRESA BRASILEIRA DE SERVICOS HOSPITALARES - EBSERH. Compulsando os autos, verifica-se que a citada ação de cumprimento, decorrente de decisão proferida nos autos do processo nº 0000917-39.2019.5.21.0003, que tramitou perante a 3ª Vara do Trabalho de Natal, foi distribuída, por prevenção, para a 3ª Vara do Trabalho de Natal, que proferiu decisão pontuando que " não estão presentes qualquer hipótese prevista no art. 286 do CPC ou outro dispositivo legal que justifique a distribuição dirigida a este órgão julgador por prevenção à Ação Coletiva n. 0000917-39.2019.5.21.0003, razão pela qual determino a livre distribuição do presente feito, por sorteio, a uma das Varas do Trabalho de Natal" (ID eb329aa). O processo foi redistribuído à 6ª Vara do Trabalho de Natal, gerando a prolação da seguinte decisão (ID ead8875): (...) Esse Juízo adota os fundamentos da decisão acima até porque concorda com os argumentos ali expostos. Como consequência, suscita-se o conflito negativo de competência entre o Juízo da 3ª Vara do Trabalho de Natal e o da 6ª Vara do Trabalho de Natal, com fundamento no art. 66, II, CPC. Pela leitura do §2º do artigo 98 do Código de Defesa do Consumidor, temos que, em regra, a competência para processar e julgar as execuções individuais do título coletivo é do juízo da condenação. No caso dos autos, ambos os juízos - suscitante e suscitado - são situados na mesma localidade, de forma que não se vislumbra qualquer ganho de efetividade ou de acesso à justiça para o credor/exequente a justificar a modificação da competência do juízo "da condenação", na medida em que, correndo as execuções em juízos distintos, com metodologias de liquidação diversas, a efetividade da jurisdição executória poderia ser prejudicada. Este Tribunal firmou entendimento no sentido de que a competência para processar a ação de cumprimento individual é do Juízo da condenação, nos termos do art. 877 da CLT, especialmente nos casos em que se discutam direitos individuais homogêneos abrangentes de um universo de titulares identificáveis e restritos, circunscritos a determinada empresa e região, conforme assentado nos precedentes do Egrégio Tribunal Pleno desta Corte (CCCiv n. 0000384-60.2017.5.21.0000, Relator: Desembargador José Barbosa Filho, julgado em 02/04/20018; CCCiv n. 0000007-55.2018.5.21.0000, Redator: Desembargador José Barbosa Filho, julgado em 06/03/2018; e CCCiv n. 0000266-45.2021.5.21.0000, Relator: Desembargador Ronaldo Medeiros de Souza, julgado em 03/02/2022). Desta feita, julgo procedente o conflito negativo de competência, declarando a competência do Juízo da 3ª Vara do Trabalho de Natal para o processamento da ação de cumprimento de sentença nº 0001022-74.2023.5.21.00037. CONCLUSÃO Ante o exposto, admito e julgo procedente o conflito negativo de competência, declarando a competência do Juízo da 3ª Vara do Trabalho de Natal para o processamento da ação de cumprimento de sentença nº 0001022-74.2023.5.21.00037, devendo a Secretaria do Tribunal Pleno proceder à comunicação imediata desta decisão às autoridades conflitantes, independentemente de lavratura e publicação do respectivo acórdão, na forma do que estabelece o artigo 179, §1º, do Regimento Interno deste Regional. ACÓRDÃO Isto posto, na 2ª sessão Ordinária realizada nesta data, no interstício das 09h às 12h, sob a Presidência do Excelentíssimo Senhor Desembargador Eduardo Serrano da Rocha com a presença dos Excelentíssimos Senhores Desembargadores, Isaura Maria Barbalho Simonetti, Vice - Presidente, Maria do Perpetuo Socorro Wanderley de Castro, Carlos Newton Pinto, Ronaldo Medeiros de Souza, Auxiliadora Rodrigues, Ricardo Luís Espíndola Borges, Bento Herculano Duarte Neto e o Juiz Convocado Manoel Medeiros Soares de Souza ainda, com a presença da Representante da Procuradoria Regional do Trabalho da 21ª Região, Procuradora Regional do Trabalho, Maria Edilene Lins Felizardo. Acordam os Desembargadores do Trabalho da 21ª Região e o Juiz convocado, por unanimidade, admitir o conflito negativo de competência e, no mérito, julgar procedente o conflito negativo de competência, declarando a competência do Juízo da 3ª Vara do Trabalho de Natal para o processamento da ação de cumprimento de sentença nº 0001022-74.2023.5.21.00037, devendo a Secretaria do Tribunal Pleno proceder à comunicação imediata desta decisão às autoridades conflitantes, independentemente de lavratura e publicação do respectivo acórdão, na forma do que estabelece o artigo 179, §1º, do Regimento Interno deste Regional. Vencidos os Desembargadores Isaura Maria Barbalho Simonetti, Maria do Perpetuo Socorro Wanderley de Castro e Bento Herculano Duarte Neto que declaravam, em respeito à distribuição livre, igualitária e aleatória dos feitos, a competência da 6ª Vara do Trabalho de Natal para processar e julgar a demanda. Obs.: Ausentes, justificadamente, os Excelentíssimos Desembargadores Eridson João Fernandes Medeiros e José Barbosa Filho. O Senhor Juiz Manoel Medeiros Soares de Souza encontra-se convocado sob a égide da Resolução Administrativa 07/2025.Justificativa de voto vencido pela Desembargadora Isaura Maria Barbalho Simonetti. Sala das Sessões, 10 de abril de 2025. CARLOS NEWTON DE SOUZA PINTO Relator VOTOS Voto do(a) Des(a). ISAURA MARIA BARBALHO SIMONETTI / Gabinete da Desembargadora Isaura Simonetti JUSTIFICATIVA DE VOTO No presente caso, para o deslinde da controvérsia, diante da ausência de regramento próprio no texto consolidado, socorre-se ao disposto no sistema disciplinador da tutela coletiva, em especial à Lei n.º 8.078/1990 (Código de Defesa do Consumidor). Nessa perspectiva, tem-se que o §2.º do artigo 98 a legislação citada difere a execução coletiva da individual em matéria de competência para execução do título executivo judicial (sentença coletiva). Em relação à execução individual de sentença coletiva, prevê a competência do juízo da liquidação da sentença ou da ação condenatória. Trata-se de regra que deve ser interpretada, assim como todo o CDC, em benefício da parte exequente, de modo a atender seu direito básico de facilitação do acesso à justiça. Com efeito, a concorrência entre os foros - competência concorrente - emerge como uma faculdade ao empregado lesado, realçando-se que, admitir a prevalência da vinculação entre o juízo competente para o processo de conhecimento e para a execução, desnaturaria a própria essência da ação coletiva. Nesse sentido, colho precedentes do Tribunal Superior do Trabalho e de diversos Regionais, in verbis: (...) II - RECURSO DE REVISTA . EXECUÇÃO. REGÊNCIA PELA LEI 13467/2017. INCOMPETÊNCIA DA VARA DO TRABALHO. AÇÃO INDIVIDUAL DE EXECUÇÃO COLETIVA . AUSÊNCIA DE PREVENÇÃO DO JUÍZO DA AÇÃO CONDENATÓRIA. Esta Corte, por sua SbDI-II, tem posicionamento firme de que a execução coletiva encontra-se regulada pelo art. 98 do Código de Defesa do Consumidor, que faculta ao exequente a promoção de ação individual de execução de sentença coletiva no juízo da liquidação ou no juízo da ação condenatória, por se tratar de critério eletivo de foro conferido por Lei ao exequente, de forma que não há cogitar em prevenção do juízo da condenação, acaso ajuizada a ação individual de execução na mesma localidade da execução coletiva provida pelo sindicato. Precedentes . Incidência da Súmula 333 do TST. Recurso de revista não conhecido. (TST - RRAg: 00010096220205110002, Relator.: Sergio Pinto Martins, Data de Julgamento: 21/08/2024, 8ª Turma, Data de Publicação: 26/08/2024) (ênfases acrescidas) CONFLITO NEGATIVO DE COMPETÊNCIA. EXECUÇÕES INDIVIDUAIS DE AÇÃO COLETIVA. AUSÊNCIA DE PREVENÇÃO DO JUÍZO QUE JULGOU A AÇÃO COLETIVA. COMPETÊNCIA DO JUÍZO SUSCITADO . Tratando-se de cumprimento de sentença individual, em conformidade com os dispositivos legais aplicáveis à espécie, não se há de falar em prevenção do Juízo que proferiu a sentença da ação coletiva, de modo que o Juízo onde processada a referida ação não fica vinculado às ações de execução individualmente propostas pelos exequentes. Conflito negativo conhecido para declarar a competência do Juízo suscitado. (TRT-6 - CCCiv: 00013716920245060000, Relator.: CARMEN LUCIA VIEIRA DO NASCIMENTO, 2ª Seção Especializada - Desembargadora Carmen Lucia Vieira do Nascimento) (ênfases acrescidas) CONFLITO NEGATIVO DE COMPETÊNCIA. AÇÃO INDIVIDUAL DE CUMPRIMENTO DE SENTENÇA COLETIVA. INEXISTÊNCIA DE PREVENÇÃO DO JUÍZO QUE EXAMINOU O MÉRITO DA AÇÃO COLETIVA. TELEOLOGIA DOS ARTIGOS 98, § 2º, II E 101, I, DO CDC. Os artigos 98, § 2o, I, e 101, I do CDC, que dispõem sobre as execuções individuais em ações coletivas, estabelecem a competência do juízo do domicílio do autor ou da ação condenatória para a execução individual das sentenças coletivas. Ou seja, o exequente possui a faculdade de executar a sentença coletiva perante o Juízo de seu domicílio ou perante o Juízo em que proferida a sentença exequenda, não havendo se falar em prevenção, para julgamento da execução individual, do Juízo que decidiu a ação coletiva. Conflito de Competência admitido e julgado procedente para declarar a competência do Juízo da 17ª VTM. (TRT-11 0001744-96.2023.5.11.0000, Relator: ORMY DA CONCEIÇÃO DIAS BENTES, Seção Especializada II, DEJT: 29.11.2023) (ênfases acrescidas) CONFLITO DE COMPETÊNCIA. EXECUÇÃO INDIVIDUAL DE SENTENÇA COLETIVA. AUSÊNCIA DE PREVENÇÃO. A execução individual de sentença coletiva, ainda que proposta pelo exequente no foro do processamento da ação coletiva, deve ser livremente distribuída, inexistindo prevenção em relação ao juízo que proferiu a sentença condenatória. Conflito de Competência conhecido para declarar a competência do Juízo suscitado. (TRT-16 - CCCiv: 0016435-14.2022.5.16.0000, Relator: JOSE EVANDRO DE SOUZA, Pleno - Gab. Des. José Evandro de Souza, DEJT: 15.03.2023) (ênfases acrescidas) O certo é que deve-se ter em mente que a ação de cumprimento de sentença coletiva não se trata de execução em sentido estrito, mas de nova ação em que será individualizada a partir da decisão genérica proferida na ação coletiva, o que justifica o tratamento diferenciado relativamente às regras de competência. Com efeito, conclui-se que, ainda que a execução individual de sentença coletiva seja ajuizada dentro da mesma localidade em que se processou a Ação Coletiva, deve prevalecer a regra da livre e aleatória distribuição do feito entre os Juízos/Varas com a mesma competência territorial, nos termos do artigo 285 do Código de Processo Civil. Em suma, entendo que a competência para a execução individual de sentença coletiva é concorrente, podendo, portanto, ser processada tanto pelo juízo da liquidação da sentença como pelo da ação condenatória, a critério do exequente. Inteligência do §2.º do artigo 98 do Código de Defesa do Consumidor. Por conseguinte, a hipótese não é de prevenção do Juízo da 3ª Vara do Trabalho de Natal - prolator da sentença coletiva - pelo que se declara, em respeito à distribuição livre, igualitária e aleatória dos feitos, a competência da 6ª Vara do Trabalho de Natal para processar e julgar a demanda. NATAL/RN, 11 de abril de 2025. REBECA FERREIRA MADRUGA Diretor de Secretaria Intimado(s) / Citado(s) - Juízo da 3ª Vara do Trabalho de Natal

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Juiz Da 12A Vara Do Trabalho De Natal e outros x Juiz Da 3ª Vara Do Trabalho De Natal

ID: 256022874

Tribunal: TRT21 Órgão: Tribunal Pleno Classe: CONFLITO DE COMPETêNCIA CíVEL Nº Processo: 0001271-97.2024.5.21.0000

Data de Disponibilização: 14/04/2025

Polo Ativo:

JUIZ DA 12A VARA DO TRABALHO DE NATAL MINISTÉRIO PÚBLICO DO TRABALHO

Polo Passivo:

JUIZ DA 3ª VARA DO TRABALHO DE NATAL

Acórdão

PODER JUDICIÁRIO JUSTIÇA DO TRABALHO TRIBUNAL REGIONAL DO TRABALHO DA 21ª REGIÃO TRIBUNAL PLENO Relator: CARLOS NEWTON DE SOUZA PINTO 0001271-97.2024.5.21.0000 : JUIZ DA 12A VARA DO TRABALHO D… PODER JUDICIÁRIO JUSTIÇA DO TRABALHO TRIBUNAL REGIONAL DO TRABALHO DA 21ª REGIÃO TRIBUNAL PLENO Relator: CARLOS NEWTON DE SOUZA PINTO 0001271-97.2024.5.21.0000 : JUIZ DA 12A VARA DO TRABALHO DE NATAL : JUIZ DA 3ª VARA DO TRABALHO DE NATAL PROCESSO nº 0001271-97.2024.5.21.0000 (CCCiv) SUSCITANTE: JUIZ DA 12A VARA DO TRABALHO DE NATAL SUSCITADO: JUIZ DA 3ª VARA DO TRABALHO DE NATAL RELATOR: CARLOS NEWTON DE SOUZA PINTO EMENTA DIREITO PROCESSUAL DO TRABALHO. CONFLITO NEGATIVO DE COMPETÊNCIA. CUMPRIMENTO DE SENTENÇA. AÇÃO COLETIVA. PREVENÇÃO. I. CASO EM EXAME 1. Conflito negativo de competência suscitado pelo Juízo da 12ª Vara do Trabalho de Natal em ação de cumprimento de sentença, oriunda de ação coletiva julgada na 3ª Vara do Trabalho de Natal. O Juízo suscitante alegou prevenção, com base em jurisprudência do Tribunal Regional do Trabalho da 21ª Região, enquanto o Juízo suscitado entendeu pela ausência de prevenção e determinou a livre distribuição. O conflito foi submetido ao Tribunal Pleno. II. QUESTÃO EM DISCUSSÃO 2. Há duas questões em discussão: (i) definir qual juízo detém a competência para processar e julgar a ação de cumprimento de sentença; (ii) determinar se a prevenção se aplica no caso concreto. III. RAZÕES DE DECIDIR 3. A jurisprudência do Tribunal Regional do Trabalho da 21ª Região firmou entendimento de que a competência para o processamento de ações de cumprimento individual originárias de sentenças proferidas em ações coletivas é do juízo que proferiu a sentença condenatória, nos termos do artigo 877 da CLT, especialmente quando se trata de direitos individuais homogêneos, circunscritos a determinada empresa e região. 4. A redistribuição aleatória da ação de cumprimento, após o juízo da condenação ter declarado sua incompetência, não altera a competência originariamente estabelecida pelo artigo 98, § 2º, do Código de Defesa do Consumidor e pela jurisprudência deste Tribunal Regional. A transferência do feito não se justifica por ausência de ganho de efetividade para o exequente. IV. DISPOSITIVO E TESE 5. Conflito de competência julgado procedente. Tese de julgamento: 1. A competência para processar e julgar ações de cumprimento de sentença derivadas de ações coletivas, referentes a direitos individuais homogêneos, é do juízo que proferiu a sentença condenatória. Dispositivos relevantes citados: Artigo 877 da CLT, artigo 98, §2º, do CDC, artigo 172 e seguintes do Regimento Interno do Tribunal Regional do Trabalho da 21ª Região, artigos 804, "b", 805, "a" e 808, "a", todos da CLT. Jurisprudência relevante citada: Precedentes do Egrégio Tribunal Pleno desta Corte (CCCiv n. 0000384-60.2017.5.21.0000; CCCiv n. 0000007-55.2018.5.21.0000; e CCCiv n. 0000266-45.2021.5.21.0000). RELATÓRIO Trata-se de conflito negativo de competência suscitado pelo Juízo da 12ª Vara do Trabalho de Natal nos autos da ação de cumprimento de sentença n.º 0001023-59.2023.5.21.0003, em que figuram como exequentes JAILA SAMARA FERNANDES TAVARES E OUTROS e, como executada, a EMPRESA BRASILEIRA DE SERVICOS HOSPITALARES - EBSERH. O suscitante afirma ser prevento o Juízo da ação coletiva para conhecer e deliberar sobre pedido em ação de cumprimento de título judicial ali produzido, reportando-se à jurisprudência do Pleno deste Regional; assevera que não há como reconhecer a competência do Juízo da 12ª Vara do Trabalho de Natal por redistribuição aleatória do feito (ID 6cd65e6). O Ministério Público do Trabalho apresentou parecer, pronunciando-se "para o fim de declarar-se a competência da 12ª Vara do Trabalho de Natal para apreciar e julgar a Ação de Cumprimento de Sentença nº 0001023-59.2023.5.21.0003" (ID 5ff0987). É o breve relatório. FUNDAMENTAÇÃO ADMISSIBILIDADE Conflito negativo de competência instaurado entre Juízos de primeiro grau que integram o Tribunal Regional do Trabalho da 21ª Região, atraindo, assim, a competência deste Egrégio Tribunal Pleno para solucioná-lo, nos termos do artigo 172 e seguintes do Regimento Interno deste Regional e dos artigos 804, "b", 805, "a" e 808, "a", todos da Consolidação das Leis do Trabalho. Admito. MÉRITO Trata-se de conflito negativo de competência suscitado pelo Juízo da 12ª Vara do Trabalho de Natal nos autos da ação de cumprimento de sentença n.º 0001023-59.2023.5.21.0003, em que figuram como exequentes JAILA SAMARA FERNANDES TAVARES E OUTROS e, como executada, a EMPRESA BRASILEIRA DE SERVICOS HOSPITALARES - EBSERH. Compulsando os autos, verifica-se que a citada ação de cumprimento, decorrente de decisão proferida nos autos do processo nº 0000917-39.2019.5.21.0003, que tramitou perante a 3ª Vara do Trabalho de Natal, foi distribuída, por prevenção, para a 3ª Vara do Trabalho de Natal, que proferiu decisão pontuando que "entendo que não estão presentes qualquer hipótese prevista no art. 286 do CPC ou outro dispositivo legal que justifique a distribuição dirigida a este órgão julgador por prevenção à Ação Coletiva n. 0000917-39.2019.5.21.0003, razão pela qual determino a livre distribuição do presente feito, por sorteio, a uma das Varas do Trabalho de Natal" (ID d6cb043). O processo foi redistribuído à 11ª Vara do Trabalho de Natal, gerando a prolação da seguinte decisão (ID 6cd65e6): (...) Sendo assim, seguindo a jurisprudência já firmada no âmbito deste TRT da 21ª Região, entendo que é competente para julgar a presente ação de cumprimento provisório de sentença coletiva o juízo em que foi proferida a sentença coletiva, qual seja, 3ª Vara do Trabalho de Natal/RN (Processo nº 0000917-39.2019.5.21.0003 - ACC). Considerando, contudo, a prévia declaração de incompetência do Juízo da 3ª Vara do Trabalho de Natal/RN, alternativa não resta senão a de suscitar o Conflito Negativo de Competência, a ser apreciado pelo Egrégio Tribunal Regional do Trabalho da 21ª Região, nos termos do art. 19, inciso I, alínea "d", do seu Regimento Interno. Pela leitura do §2º do artigo 98 do Código de Defesa do Consumidor, temos que, em regra, a competência para processar e julgar as execuções individuais do título coletivo é do juízo da condenação. No caso dos autos, ambos os juízos - suscitante e suscitado - são situados na mesma localidade, de forma que não se vislumbra qualquer ganho de efetividade ou de acesso à justiça para o credor/exequente a justificar a modificação da competência do juízo "da condenação", na medida em que, correndo as execuções em juízos distintos, com metodologias de liquidação diversas, a efetividade da jurisdição executória poderia ser prejudicada. Este Tribunal firmou entendimento no sentido de que a competência para processar a ação de cumprimento individual é do Juízo da condenação, nos termos do art. 877 da CLT, especialmente nos casos em que se discutam direitos individuais homogêneos abrangentes de um universo de titulares identificáveis e restritos, circunscritos a determinada empresa e região, conforme assentado nos precedentes do Egrégio Tribunal Pleno desta Corte (CCCiv n. 0000384-60.2017.5.21.0000, Relator: Desembargador José Barbosa Filho, julgado em 02/04/20018; CCCiv n. 0000007-55.2018.5.21.0000, Redator: Desembargador José Barbosa Filho, julgado em 06/03/2018; e CCCiv n. 0000266-45.2021.5.21.0000, Relator: Desembargador Ronaldo Medeiros de Souza, julgado em 03/02/2022). Desta feita, julgo procedente o conflito negativo de competência, declarando a competência do Juízo da 3ª Vara do Trabalho de Natal para o processamento da ação de cumprimento de sentença nº 0001023-59.2023.5.21.00037. CONCLUSÃO Ante o exposto, admito e julgo procedente o conflito negativo de competência, declarando a competência do Juízo da 3ª Vara do Trabalho de Natal para o processamento da ação de cumprimento de sentença nº 0001023-59.2023.5.21.00037, devendo a Secretaria do Tribunal Pleno proceder à comunicação imediata desta decisão às autoridades conflitantes, independentemente de lavratura e publicação do respectivo acórdão, na forma do que estabelece o artigo 179, §1º, do Regimento Interno deste Regional. ACÓRDÃO Isto posto, na 2ª sessão Ordinária realizada nesta data, no interstício das 09h às 12h, sob a Presidência do Excelentíssimo Senhor Desembargador Eduardo Serrano da Rocha com a presença dos Excelentíssimos Senhores Desembargadores, Isaura Maria Barbalho Simonetti, Vice - Presidente, Maria do Perpetuo Socorro Wanderley de Castro, Carlos Newton Pinto, Ronaldo Medeiros de Souza, Auxiliadora Rodrigues, Ricardo Luís Espíndola Borges, Bento Herculano Duarte Neto e o Juiz Convocado Manoel Medeiros Soares de Souza ainda, com a presença da Representante da Procuradoria Regional do Trabalho da 21ª Região, Procuradora Regional do Trabalho, Maria Edilene Lins Felizardo. Acordam os Desembargadores do Trabalho da 21ª Região e o Juiz convocado, por unanimidade, admitir conflito negativo de competência e, no mérito, por maioria, julgar procedente o conflito negativo de competência, declarando a competência do Juízo da 3ª Vara do Trabalho de Natal para o processamento da ação de cumprimento de sentença nº 0001023-59.2023.5.21.00037, devendo a Secretaria do Tribunal Pleno proceder à comunicação imediata desta decisão às autoridades conflitantes, independentemente de lavratura e publicação do respectivo acórdão, na forma do que estabelece o artigo 179, §1º, do Regimento Interno deste Regional. Vencidos os Desembargadores Isaura Maria Barbalho Simonetti, Maria do Perpetuo Socorro Wanderley de Castro e Bento Herculano Duarte Neto que declaravam, em respeito à distribuição livre, igualitária e aleatória dos feitos, a competência da 12ª Vara do Trabalho de Natal para processar e julgar a demanda. Obs.: Ausentes, justificadamente, os Excelentíssimos Desembargadores Eridson João Fernandes Medeiros e José Barbosa Filho. O Senhor Juiz Manoel Medeiros Soares de Souza encontra-se convocado sob a égide da Resolução Administrativa 07/2025.Justificativa de voto vencido pela Desembargadora Isaura Maria Barbalho Simonetti. Sala das Sessões, 10 de abril de 2025. CARLOS NEWTON DE SOUZA PINTO Relator VOTOS Voto do(a) Des(a). ISAURA MARIA BARBALHO SIMONETTI / Gabinete da Desembargadora Isaura Simonetti JUSTIFICATIVA DE VOTO No presente caso, para o deslinde da controvérsia, diante da ausência de regramento próprio no texto consolidado, socorre-se ao disposto no sistema disciplinador da tutela coletiva, em especial à Lei n.º 8.078/1990 (Código de Defesa do Consumidor). Nessa perspectiva, tem-se que o §2.º do artigo 98 a legislação citada difere a execução coletiva da individual em matéria de competência para execução do título executivo judicial (sentença coletiva). Em relação à execução individual de sentença coletiva, prevê a competência do juízo da liquidação da sentença ou da ação condenatória. Trata-se de regra que deve ser interpretada, assim como todo o CDC, em benefício da parte exequente, de modo a atender seu direito básico de facilitação do acesso à justiça. Com efeito, a concorrência entre os foros - competência concorrente - emerge como uma faculdade ao empregado lesado, realçando-se que, admitir a prevalência da vinculação entre o juízo competente para o processo de conhecimento e para a execução, desnaturaria a própria essência da ação coletiva. Nesse sentido, colho precedentes do Tribunal Superior do Trabalho e de diversos Regionais, in verbis: (...) II - RECURSO DE REVISTA . EXECUÇÃO. REGÊNCIA PELA LEI 13467/2017. INCOMPETÊNCIA DA VARA DO TRABALHO. AÇÃO INDIVIDUAL DE EXECUÇÃO COLETIVA . AUSÊNCIA DE PREVENÇÃO DO JUÍZO DA AÇÃO CONDENATÓRIA. Esta Corte, por sua SbDI-II, tem posicionamento firme de que a execução coletiva encontra-se regulada pelo art. 98 do Código de Defesa do Consumidor, que faculta ao exequente a promoção de ação individual de execução de sentença coletiva no juízo da liquidação ou no juízo da ação condenatória, por se tratar de critério eletivo de foro conferido por Lei ao exequente, de forma que não há cogitar em prevenção do juízo da condenação, acaso ajuizada a ação individual de execução na mesma localidade da execução coletiva provida pelo sindicato. Precedentes . Incidência da Súmula 333 do TST. Recurso de revista não conhecido. (TST - RRAg: 00010096220205110002, Relator.: Sergio Pinto Martins, Data de Julgamento: 21/08/2024, 8ª Turma, Data de Publicação: 26/08/2024) (ênfases acrescidas) CONFLITO NEGATIVO DE COMPETÊNCIA. EXECUÇÕES INDIVIDUAIS DE AÇÃO COLETIVA. AUSÊNCIA DE PREVENÇÃO DO JUÍZO QUE JULGOU A AÇÃO COLETIVA. COMPETÊNCIA DO JUÍZO SUSCITADO . Tratando-se de cumprimento de sentença individual, em conformidade com os dispositivos legais aplicáveis à espécie, não se há de falar em prevenção do Juízo que proferiu a sentença da ação coletiva, de modo que o Juízo onde processada a referida ação não fica vinculado às ações de execução individualmente propostas pelos exequentes. Conflito negativo conhecido para declarar a competência do Juízo suscitado. (TRT-6 - CCCiv: 00013716920245060000, Relator.: CARMEN LUCIA VIEIRA DO NASCIMENTO, 2ª Seção Especializada - Desembargadora Carmen Lucia Vieira do Nascimento) (ênfases acrescidas) CONFLITO NEGATIVO DE COMPETÊNCIA. AÇÃO INDIVIDUAL DE CUMPRIMENTO DE SENTENÇA COLETIVA. INEXISTÊNCIA DE PREVENÇÃO DO JUÍZO QUE EXAMINOU O MÉRITO DA AÇÃO COLETIVA. TELEOLOGIA DOS ARTIGOS 98, § 2º, II E 101, I, DO CDC. Os artigos 98, § 2o, I, e 101, I do CDC, que dispõem sobre as execuções individuais em ações coletivas, estabelecem a competência do juízo do domicílio do autor ou da ação condenatória para a execução individual das sentenças coletivas. Ou seja, o exequente possui a faculdade de executar a sentença coletiva perante o Juízo de seu domicílio ou perante o Juízo em que proferida a sentença exequenda, não havendo se falar em prevenção, para julgamento da execução individual, do Juízo que decidiu a ação coletiva. Conflito de Competência admitido e julgado procedente para declarar a competência do Juízo da 17ª VTM. (TRT-11 0001744-96.2023.5.11.0000, Relator: ORMY DA CONCEIÇÃO DIAS BENTES, Seção Especializada II, DEJT: 29.11.2023) (ênfases acrescidas) CONFLITO DE COMPETÊNCIA. EXECUÇÃO INDIVIDUAL DE SENTENÇA COLETIVA. AUSÊNCIA DE PREVENÇÃO. A execução individual de sentença coletiva, ainda que proposta pelo exequente no foro do processamento da ação coletiva, deve ser livremente distribuída, inexistindo prevenção em relação ao juízo que proferiu a sentença condenatória. Conflito de Competência conhecido para declarar a competência do Juízo suscitado. (TRT-16 - CCCiv: 0016435-14.2022.5.16.0000, Relator: JOSE EVANDRO DE SOUZA, Pleno - Gab. Des. José Evandro de Souza, DEJT: 15.03.2023) (ênfases acrescidas) O certo é que deve-se ter em mente que a ação de cumprimento de sentença coletiva não se trata de execução em sentido estrito, mas de nova ação em que será individualizada a partir da decisão genérica proferida na ação coletiva, o que justifica o tratamento diferenciado relativamente às regras de competência. Com efeito, conclui-se que, ainda que a execução individual de sentença coletiva seja ajuizada dentro da mesma localidade em que se processou a Ação Coletiva, deve prevalecer a regra da livre e aleatória distribuição do feito entre os Juízos/Varas com a mesma competência territorial, nos termos do artigo 285 do Código de Processo Civil. Em suma, entendo que a competência para a execução individual de sentença coletiva é concorrente, podendo, portanto, ser processada tanto pelo juízo da liquidação da sentença como pelo da ação condenatória, a critério do exequente. Inteligência do §2.º do artigo 98 do Código de Defesa do Consumidor. Por conseguinte, a hipótese não é de prevenção do Juízo da 3ª Vara do Trabalho de Natal - prolator da sentença coletiva - pelo que se declara, em respeito à distribuição livre, igualitária e aleatória dos feitos, a competência da 12ª Vara do Trabalho de Natal para processar e julgar a demanda. NATAL/RN, 11 de abril de 2025. REBECA FERREIRA MADRUGA Diretor de Secretaria Intimado(s) / Citado(s) - Juiz da 12a Vara do Trabalho de Natal

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Juiz Da 12A Vara Do Trabalho De Natal e outros x Juiz Da 3ª Vara Do Trabalho De Natal

ID: 256022925

Tribunal: TRT21 Órgão: Tribunal Pleno Classe: CONFLITO DE COMPETêNCIA CíVEL Nº Processo: 0001271-97.2024.5.21.0000

Data de Disponibilização: 14/04/2025

Polo Ativo:

JUIZ DA 12A VARA DO TRABALHO DE NATAL MINISTÉRIO PÚBLICO DO TRABALHO

Polo Passivo:

JUIZ DA 3ª VARA DO TRABALHO DE NATAL

Acórdão

PODER JUDICIÁRIO JUSTIÇA DO TRABALHO TRIBUNAL REGIONAL DO TRABALHO DA 21ª REGIÃO TRIBUNAL PLENO Relator: CARLOS NEWTON DE SOUZA PINTO 0001271-97.2024.5.21.0000 : JUIZ DA 12A VARA DO TRABALHO D… PODER JUDICIÁRIO JUSTIÇA DO TRABALHO TRIBUNAL REGIONAL DO TRABALHO DA 21ª REGIÃO TRIBUNAL PLENO Relator: CARLOS NEWTON DE SOUZA PINTO 0001271-97.2024.5.21.0000 : JUIZ DA 12A VARA DO TRABALHO DE NATAL : JUIZ DA 3ª VARA DO TRABALHO DE NATAL PROCESSO nº 0001271-97.2024.5.21.0000 (CCCiv) SUSCITANTE: JUIZ DA 12A VARA DO TRABALHO DE NATAL SUSCITADO: JUIZ DA 3ª VARA DO TRABALHO DE NATAL RELATOR: CARLOS NEWTON DE SOUZA PINTO EMENTA DIREITO PROCESSUAL DO TRABALHO. CONFLITO NEGATIVO DE COMPETÊNCIA. CUMPRIMENTO DE SENTENÇA. AÇÃO COLETIVA. PREVENÇÃO. I. CASO EM EXAME 1. Conflito negativo de competência suscitado pelo Juízo da 12ª Vara do Trabalho de Natal em ação de cumprimento de sentença, oriunda de ação coletiva julgada na 3ª Vara do Trabalho de Natal. O Juízo suscitante alegou prevenção, com base em jurisprudência do Tribunal Regional do Trabalho da 21ª Região, enquanto o Juízo suscitado entendeu pela ausência de prevenção e determinou a livre distribuição. O conflito foi submetido ao Tribunal Pleno. II. QUESTÃO EM DISCUSSÃO 2. Há duas questões em discussão: (i) definir qual juízo detém a competência para processar e julgar a ação de cumprimento de sentença; (ii) determinar se a prevenção se aplica no caso concreto. III. RAZÕES DE DECIDIR 3. A jurisprudência do Tribunal Regional do Trabalho da 21ª Região firmou entendimento de que a competência para o processamento de ações de cumprimento individual originárias de sentenças proferidas em ações coletivas é do juízo que proferiu a sentença condenatória, nos termos do artigo 877 da CLT, especialmente quando se trata de direitos individuais homogêneos, circunscritos a determinada empresa e região. 4. A redistribuição aleatória da ação de cumprimento, após o juízo da condenação ter declarado sua incompetência, não altera a competência originariamente estabelecida pelo artigo 98, § 2º, do Código de Defesa do Consumidor e pela jurisprudência deste Tribunal Regional. A transferência do feito não se justifica por ausência de ganho de efetividade para o exequente. IV. DISPOSITIVO E TESE 5. Conflito de competência julgado procedente. Tese de julgamento: 1. A competência para processar e julgar ações de cumprimento de sentença derivadas de ações coletivas, referentes a direitos individuais homogêneos, é do juízo que proferiu a sentença condenatória. Dispositivos relevantes citados: Artigo 877 da CLT, artigo 98, §2º, do CDC, artigo 172 e seguintes do Regimento Interno do Tribunal Regional do Trabalho da 21ª Região, artigos 804, "b", 805, "a" e 808, "a", todos da CLT. Jurisprudência relevante citada: Precedentes do Egrégio Tribunal Pleno desta Corte (CCCiv n. 0000384-60.2017.5.21.0000; CCCiv n. 0000007-55.2018.5.21.0000; e CCCiv n. 0000266-45.2021.5.21.0000). RELATÓRIO Trata-se de conflito negativo de competência suscitado pelo Juízo da 12ª Vara do Trabalho de Natal nos autos da ação de cumprimento de sentença n.º 0001023-59.2023.5.21.0003, em que figuram como exequentes JAILA SAMARA FERNANDES TAVARES E OUTROS e, como executada, a EMPRESA BRASILEIRA DE SERVICOS HOSPITALARES - EBSERH. O suscitante afirma ser prevento o Juízo da ação coletiva para conhecer e deliberar sobre pedido em ação de cumprimento de título judicial ali produzido, reportando-se à jurisprudência do Pleno deste Regional; assevera que não há como reconhecer a competência do Juízo da 12ª Vara do Trabalho de Natal por redistribuição aleatória do feito (ID 6cd65e6). O Ministério Público do Trabalho apresentou parecer, pronunciando-se "para o fim de declarar-se a competência da 12ª Vara do Trabalho de Natal para apreciar e julgar a Ação de Cumprimento de Sentença nº 0001023-59.2023.5.21.0003" (ID 5ff0987). É o breve relatório. FUNDAMENTAÇÃO ADMISSIBILIDADE Conflito negativo de competência instaurado entre Juízos de primeiro grau que integram o Tribunal Regional do Trabalho da 21ª Região, atraindo, assim, a competência deste Egrégio Tribunal Pleno para solucioná-lo, nos termos do artigo 172 e seguintes do Regimento Interno deste Regional e dos artigos 804, "b", 805, "a" e 808, "a", todos da Consolidação das Leis do Trabalho. Admito. MÉRITO Trata-se de conflito negativo de competência suscitado pelo Juízo da 12ª Vara do Trabalho de Natal nos autos da ação de cumprimento de sentença n.º 0001023-59.2023.5.21.0003, em que figuram como exequentes JAILA SAMARA FERNANDES TAVARES E OUTROS e, como executada, a EMPRESA BRASILEIRA DE SERVICOS HOSPITALARES - EBSERH. Compulsando os autos, verifica-se que a citada ação de cumprimento, decorrente de decisão proferida nos autos do processo nº 0000917-39.2019.5.21.0003, que tramitou perante a 3ª Vara do Trabalho de Natal, foi distribuída, por prevenção, para a 3ª Vara do Trabalho de Natal, que proferiu decisão pontuando que "entendo que não estão presentes qualquer hipótese prevista no art. 286 do CPC ou outro dispositivo legal que justifique a distribuição dirigida a este órgão julgador por prevenção à Ação Coletiva n. 0000917-39.2019.5.21.0003, razão pela qual determino a livre distribuição do presente feito, por sorteio, a uma das Varas do Trabalho de Natal" (ID d6cb043). O processo foi redistribuído à 11ª Vara do Trabalho de Natal, gerando a prolação da seguinte decisão (ID 6cd65e6): (...) Sendo assim, seguindo a jurisprudência já firmada no âmbito deste TRT da 21ª Região, entendo que é competente para julgar a presente ação de cumprimento provisório de sentença coletiva o juízo em que foi proferida a sentença coletiva, qual seja, 3ª Vara do Trabalho de Natal/RN (Processo nº 0000917-39.2019.5.21.0003 - ACC). Considerando, contudo, a prévia declaração de incompetência do Juízo da 3ª Vara do Trabalho de Natal/RN, alternativa não resta senão a de suscitar o Conflito Negativo de Competência, a ser apreciado pelo Egrégio Tribunal Regional do Trabalho da 21ª Região, nos termos do art. 19, inciso I, alínea "d", do seu Regimento Interno. Pela leitura do §2º do artigo 98 do Código de Defesa do Consumidor, temos que, em regra, a competência para processar e julgar as execuções individuais do título coletivo é do juízo da condenação. No caso dos autos, ambos os juízos - suscitante e suscitado - são situados na mesma localidade, de forma que não se vislumbra qualquer ganho de efetividade ou de acesso à justiça para o credor/exequente a justificar a modificação da competência do juízo "da condenação", na medida em que, correndo as execuções em juízos distintos, com metodologias de liquidação diversas, a efetividade da jurisdição executória poderia ser prejudicada. Este Tribunal firmou entendimento no sentido de que a competência para processar a ação de cumprimento individual é do Juízo da condenação, nos termos do art. 877 da CLT, especialmente nos casos em que se discutam direitos individuais homogêneos abrangentes de um universo de titulares identificáveis e restritos, circunscritos a determinada empresa e região, conforme assentado nos precedentes do Egrégio Tribunal Pleno desta Corte (CCCiv n. 0000384-60.2017.5.21.0000, Relator: Desembargador José Barbosa Filho, julgado em 02/04/20018; CCCiv n. 0000007-55.2018.5.21.0000, Redator: Desembargador José Barbosa Filho, julgado em 06/03/2018; e CCCiv n. 0000266-45.2021.5.21.0000, Relator: Desembargador Ronaldo Medeiros de Souza, julgado em 03/02/2022). Desta feita, julgo procedente o conflito negativo de competência, declarando a competência do Juízo da 3ª Vara do Trabalho de Natal para o processamento da ação de cumprimento de sentença nº 0001023-59.2023.5.21.00037. CONCLUSÃO Ante o exposto, admito e julgo procedente o conflito negativo de competência, declarando a competência do Juízo da 3ª Vara do Trabalho de Natal para o processamento da ação de cumprimento de sentença nº 0001023-59.2023.5.21.00037, devendo a Secretaria do Tribunal Pleno proceder à comunicação imediata desta decisão às autoridades conflitantes, independentemente de lavratura e publicação do respectivo acórdão, na forma do que estabelece o artigo 179, §1º, do Regimento Interno deste Regional. ACÓRDÃO Isto posto, na 2ª sessão Ordinária realizada nesta data, no interstício das 09h às 12h, sob a Presidência do Excelentíssimo Senhor Desembargador Eduardo Serrano da Rocha com a presença dos Excelentíssimos Senhores Desembargadores, Isaura Maria Barbalho Simonetti, Vice - Presidente, Maria do Perpetuo Socorro Wanderley de Castro, Carlos Newton Pinto, Ronaldo Medeiros de Souza, Auxiliadora Rodrigues, Ricardo Luís Espíndola Borges, Bento Herculano Duarte Neto e o Juiz Convocado Manoel Medeiros Soares de Souza ainda, com a presença da Representante da Procuradoria Regional do Trabalho da 21ª Região, Procuradora Regional do Trabalho, Maria Edilene Lins Felizardo. Acordam os Desembargadores do Trabalho da 21ª Região e o Juiz convocado, por unanimidade, admitir conflito negativo de competência e, no mérito, por maioria, julgar procedente o conflito negativo de competência, declarando a competência do Juízo da 3ª Vara do Trabalho de Natal para o processamento da ação de cumprimento de sentença nº 0001023-59.2023.5.21.00037, devendo a Secretaria do Tribunal Pleno proceder à comunicação imediata desta decisão às autoridades conflitantes, independentemente de lavratura e publicação do respectivo acórdão, na forma do que estabelece o artigo 179, §1º, do Regimento Interno deste Regional. Vencidos os Desembargadores Isaura Maria Barbalho Simonetti, Maria do Perpetuo Socorro Wanderley de Castro e Bento Herculano Duarte Neto que declaravam, em respeito à distribuição livre, igualitária e aleatória dos feitos, a competência da 12ª Vara do Trabalho de Natal para processar e julgar a demanda. Obs.: Ausentes, justificadamente, os Excelentíssimos Desembargadores Eridson João Fernandes Medeiros e José Barbosa Filho. O Senhor Juiz Manoel Medeiros Soares de Souza encontra-se convocado sob a égide da Resolução Administrativa 07/2025.Justificativa de voto vencido pela Desembargadora Isaura Maria Barbalho Simonetti. Sala das Sessões, 10 de abril de 2025. CARLOS NEWTON DE SOUZA PINTO Relator VOTOS Voto do(a) Des(a). ISAURA MARIA BARBALHO SIMONETTI / Gabinete da Desembargadora Isaura Simonetti JUSTIFICATIVA DE VOTO No presente caso, para o deslinde da controvérsia, diante da ausência de regramento próprio no texto consolidado, socorre-se ao disposto no sistema disciplinador da tutela coletiva, em especial à Lei n.º 8.078/1990 (Código de Defesa do Consumidor). Nessa perspectiva, tem-se que o §2.º do artigo 98 a legislação citada difere a execução coletiva da individual em matéria de competência para execução do título executivo judicial (sentença coletiva). Em relação à execução individual de sentença coletiva, prevê a competência do juízo da liquidação da sentença ou da ação condenatória. Trata-se de regra que deve ser interpretada, assim como todo o CDC, em benefício da parte exequente, de modo a atender seu direito básico de facilitação do acesso à justiça. Com efeito, a concorrência entre os foros - competência concorrente - emerge como uma faculdade ao empregado lesado, realçando-se que, admitir a prevalência da vinculação entre o juízo competente para o processo de conhecimento e para a execução, desnaturaria a própria essência da ação coletiva. Nesse sentido, colho precedentes do Tribunal Superior do Trabalho e de diversos Regionais, in verbis: (...) II - RECURSO DE REVISTA . EXECUÇÃO. REGÊNCIA PELA LEI 13467/2017. INCOMPETÊNCIA DA VARA DO TRABALHO. AÇÃO INDIVIDUAL DE EXECUÇÃO COLETIVA . AUSÊNCIA DE PREVENÇÃO DO JUÍZO DA AÇÃO CONDENATÓRIA. Esta Corte, por sua SbDI-II, tem posicionamento firme de que a execução coletiva encontra-se regulada pelo art. 98 do Código de Defesa do Consumidor, que faculta ao exequente a promoção de ação individual de execução de sentença coletiva no juízo da liquidação ou no juízo da ação condenatória, por se tratar de critério eletivo de foro conferido por Lei ao exequente, de forma que não há cogitar em prevenção do juízo da condenação, acaso ajuizada a ação individual de execução na mesma localidade da execução coletiva provida pelo sindicato. Precedentes . Incidência da Súmula 333 do TST. Recurso de revista não conhecido. (TST - RRAg: 00010096220205110002, Relator.: Sergio Pinto Martins, Data de Julgamento: 21/08/2024, 8ª Turma, Data de Publicação: 26/08/2024) (ênfases acrescidas) CONFLITO NEGATIVO DE COMPETÊNCIA. EXECUÇÕES INDIVIDUAIS DE AÇÃO COLETIVA. AUSÊNCIA DE PREVENÇÃO DO JUÍZO QUE JULGOU A AÇÃO COLETIVA. COMPETÊNCIA DO JUÍZO SUSCITADO . Tratando-se de cumprimento de sentença individual, em conformidade com os dispositivos legais aplicáveis à espécie, não se há de falar em prevenção do Juízo que proferiu a sentença da ação coletiva, de modo que o Juízo onde processada a referida ação não fica vinculado às ações de execução individualmente propostas pelos exequentes. Conflito negativo conhecido para declarar a competência do Juízo suscitado. (TRT-6 - CCCiv: 00013716920245060000, Relator.: CARMEN LUCIA VIEIRA DO NASCIMENTO, 2ª Seção Especializada - Desembargadora Carmen Lucia Vieira do Nascimento) (ênfases acrescidas) CONFLITO NEGATIVO DE COMPETÊNCIA. AÇÃO INDIVIDUAL DE CUMPRIMENTO DE SENTENÇA COLETIVA. INEXISTÊNCIA DE PREVENÇÃO DO JUÍZO QUE EXAMINOU O MÉRITO DA AÇÃO COLETIVA. TELEOLOGIA DOS ARTIGOS 98, § 2º, II E 101, I, DO CDC. Os artigos 98, § 2o, I, e 101, I do CDC, que dispõem sobre as execuções individuais em ações coletivas, estabelecem a competência do juízo do domicílio do autor ou da ação condenatória para a execução individual das sentenças coletivas. Ou seja, o exequente possui a faculdade de executar a sentença coletiva perante o Juízo de seu domicílio ou perante o Juízo em que proferida a sentença exequenda, não havendo se falar em prevenção, para julgamento da execução individual, do Juízo que decidiu a ação coletiva. Conflito de Competência admitido e julgado procedente para declarar a competência do Juízo da 17ª VTM. (TRT-11 0001744-96.2023.5.11.0000, Relator: ORMY DA CONCEIÇÃO DIAS BENTES, Seção Especializada II, DEJT: 29.11.2023) (ênfases acrescidas) CONFLITO DE COMPETÊNCIA. EXECUÇÃO INDIVIDUAL DE SENTENÇA COLETIVA. AUSÊNCIA DE PREVENÇÃO. A execução individual de sentença coletiva, ainda que proposta pelo exequente no foro do processamento da ação coletiva, deve ser livremente distribuída, inexistindo prevenção em relação ao juízo que proferiu a sentença condenatória. Conflito de Competência conhecido para declarar a competência do Juízo suscitado. (TRT-16 - CCCiv: 0016435-14.2022.5.16.0000, Relator: JOSE EVANDRO DE SOUZA, Pleno - Gab. Des. José Evandro de Souza, DEJT: 15.03.2023) (ênfases acrescidas) O certo é que deve-se ter em mente que a ação de cumprimento de sentença coletiva não se trata de execução em sentido estrito, mas de nova ação em que será individualizada a partir da decisão genérica proferida na ação coletiva, o que justifica o tratamento diferenciado relativamente às regras de competência. Com efeito, conclui-se que, ainda que a execução individual de sentença coletiva seja ajuizada dentro da mesma localidade em que se processou a Ação Coletiva, deve prevalecer a regra da livre e aleatória distribuição do feito entre os Juízos/Varas com a mesma competência territorial, nos termos do artigo 285 do Código de Processo Civil. Em suma, entendo que a competência para a execução individual de sentença coletiva é concorrente, podendo, portanto, ser processada tanto pelo juízo da liquidação da sentença como pelo da ação condenatória, a critério do exequente. Inteligência do §2.º do artigo 98 do Código de Defesa do Consumidor. Por conseguinte, a hipótese não é de prevenção do Juízo da 3ª Vara do Trabalho de Natal - prolator da sentença coletiva - pelo que se declara, em respeito à distribuição livre, igualitária e aleatória dos feitos, a competência da 12ª Vara do Trabalho de Natal para processar e julgar a demanda. NATAL/RN, 11 de abril de 2025. REBECA FERREIRA MADRUGA Diretor de Secretaria Intimado(s) / Citado(s) - JUIZ DA 3ª VARA DO TRABALHO DE NATAL

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Promotor De Justiça De João Alfredo x Dayanne Jacquelyne Albuquerque Silva e outros

ID: 304580435

Tribunal: TJPE Órgão: Vara Única da Comarca de João Alfredo Classe: AçãO PENAL - PROCEDIMENTO ORDINáRIO Nº Processo: 0000007-15.2019.8.17.0830

Data de Disponibilização: 20/06/2025

Polo Ativo:

PROMOTOR DE JUSTIçA DE JOãO ALFREDO

Polo Passivo:

DAYANNE JACQUELYNE ALBUQUERQUE SILVA JOHNNYS BARBOSA SALGADO RICARDO RAMOS DE ARAUJO

Despacho_Intimação_Intimação (Outros)

Tribunal de Justiça de Pernambuco Poder Judiciário Núcleo de Justiça 4.0 - Gabinete Virtual do 1º grau - F:( ) Processo nº 0000007-15.2019.8.17.0830 AUTOR(A): PROMOTOR DE JUSTIÇA DE JOÃO ALFREDO INVE… Tribunal de Justiça de Pernambuco Poder Judiciário Núcleo de Justiça 4.0 - Gabinete Virtual do 1º grau - F:( ) Processo nº 0000007-15.2019.8.17.0830 AUTOR(A): PROMOTOR DE JUSTIÇA DE JOÃO ALFREDO INVESTIGADO(A): JOAO BERNARDO DA SILVA SENTENÇA 1. RELATÓRIO: JOÃO BERNARDO DA SILVA, já qualificado na inicial, foi denunciado pelo Ministério Público em razão de ter, em tese, praticado o delito previsto no Art. 155, do Código Penal. Consta da denúncia, resumidamente, que no dia 06 de setembro de 2018, o denunciado, que é enteado da vítima, subtraiu uma considerável quantidade de plantação de palma forrageira destinada à alimentação dos animais, a qual encontrava-se, localizada na propriedade rural da sua sogra, conforme se depreende da perícia realizada no local docrime e auto de avaliação. Recebimento da denúncia em 15/04/2019(ID 136364027). O acusado foi citado e apresentou sua resposta à acusação. Não sendo caso de absolvição sumária, de logo determinado a realização de audiência de instrução e julgamento, onde foram ouvidas as testemunhas arroladas pelas partes e interrogado o acusado. Alegações Finais pelo Ministério Público orais pugnando pela absolvição em razão do princípio da insignificância, nos mesmos moldes a defesa pugnou pela insignificância. É o que de importante há a relatar. Passo a fundamentar (art. 93, IX, CF), para, ao final, decidir. 2. FUNDAMENTAÇÃO: Pelo compulsar dos autos, não observo nulidades a serem consideradas em sede preliminar. Inexistindo vícios, procedo ao exame dos elementos necessários ao encerramento da fase do judicium acusacionis. Ao acusado imputou o órgão ministerial a prática de fato criminoso, cuja conduta encontra-se descrita no Art. 155, do Código Penal, ipsis litteris: Furto Art. 155 - Subtrair, para si ou para outrem, coisa alheia móvel: Pena - reclusão, de um a quatro anos, e multa. Destarte, uma vez descrito o tipo penal imputado na peça de abertura, passo à análise da prova constante dos autos para verificação da ocorrência de delito e dos indícios de sua autoria. Observa-se que o acusado confessou a pratica delitiva, a materialidade restou comprovada, porém é de analisar a tipicidade material. Destarte, requer o Ministério Público e a defesa a absolvição por aplicação do princípio da insignificância, causa supra legal de exclusão da tipicidade. Quem primeiro tratou sobre o princípio da insignificância no direito penal foi Claus Roxin, em 1964. Esse princípio busca raízes no brocardo civil minimis non curat praetor (algo como “o pretor –magistrado à época–não cuida de coisas sem importância). O princípio da insignificância não tem previsão legal no direito brasileiro. Trata-se de uma criação da doutrina e da jurisprudência, tendo natureza jurídica de causa supralegal de exclusão da tipicidade material: “É um postulado hermenêutico voltado à descriminalização de condutas formalmente típicas” (Min.Gilmar Mendes). “O princípio da insignificância–que deve ser analisado em conexão com os postulados da fragmentariedade e da intervenção mínima do Estado em matéria penal–tem o sentido de excluir ou de afastar a própria tipicidade penal, examinada na perspectiva de seu caráter material.” (Min.Celso de Mello). Se o fato for penalmente insignificante significa que não lesou nem causou perigo de lesão ao bem jurídico. Logo, aplica-se o princípio da insignificância e o réu é absolvido por atipicidade material, com fundamento no art. 386, III do CPP. O princípio da insignificância atua, então, como um instrumento de interpretação restritiva do tipo penal. No entanto é de se destacar que o critério não é tão somente patrimonial, pois além do valor econômico, existem outros fatores que devem ser analisados e que podem servir para IMPEDIR a aplicação do princípio. O Min. Celso de Mello (HC 84.412-0/SP) idealizou quatro requisitos objetivos para a aplicação do princípio da insignificância, sendo eles adotados pela jurisprudência do STF e do STJ. Segundo a jurisprudência, somente se aplica o princípio da insignificância se estiverem presentes os seguintes requisitos cumulativos: a) mínima ofensividade da conduta; b) nenhuma periculosidade social da ação; c) reduzido grau de reprovabilidade do comportamento; e d) inexpressividade da lesão jurídica provocada. No caso do furto, o princípio da insignificância não pode ter como parâmetro apenas o valor da res furtiva (coisa subtraída), devendo ser analisadas as circunstâncias do fato e o reflexo da conduta do agente no âmbito da sociedade, para então se decidir sobre seu efetivo enquadramento na hipótese de crime de bagatela. Em casos de pequenos furtos, deve-se avaliar a incidência ou não do princípio a partir não só do valor do bem subtraído, mas também de outros aspectos relevantes da conduta imputada (STF. 1ª Turma. HC 120016, julgado em 03/12/2013) Nesse sentido, a 5ª Turma do STJ construiu a tese de que, para a aplicação do princípio da insignificância, além do aspecto objetivo, deve estar presente também o requisito subjetivo. Para o requisito subjetivo estar presente, o réu não poderá ser um criminoso habitual. Caso o agente responda por outros inquéritos policiais, ações penais ou tenha contra si condenações criminais, ele não pode ser beneficiado com a aplicação do princípio da insignificância por lhe faltar o requisito subjetivo. Nesse sentido: HC 260.375/SP, Rel. Min. Moura Ribeiro, Quinta Turma, julgado em 17/09/2013. É a posição que atualmente prevalece, sendo adota da pela 5ª Turma do STJ e pelo STF, in verbis: STF: (...) A reiteração delitiva, comprovada pela certidão de antecedentes criminais do paciente, impossibilita a aplicação do princípio da insignificância. (...) STF. 1ª Turma. HC 109705, Rel. Min. Roberto Barroso, julgado em 22/04/2014. (...) Sentenciados reincidentes na prática de crimes contra o patrimônio. Precedentes do STF no sentido de afastar a aplicação do princípio da insignificância aos acusados reincidentes ou de habitualidade delitiva comprovada. (...) (STF. 2° Turma. HC 117083, Rel. Min. Gilmar Mendes, julgado em 25/02/2014). "o princípio da insignificância não foi estruturado para resguardar e legitimar constantes condutas desvirtuadas, mas para impedir que desvios de condutas ínfimas, isoladas, sejam sancionados pelo direito penal, fazendo-se justiça no caso concreto. Comportamentos contrários à lei penal mesmo que insignificantes, quando constantes, devido a sua reprovabilidade, perdem a característica de bagatela e devem se submeter ao direito penal" (STF. 1ª Turma. HC 102.088/RS, Rel.Min. Cármen Lúcia, DJe de 21/05/2010). STJ (5ª Turma): (...) Apesar de não configurar reincidência, a existência de outras ações penais ou inquéritos policiais em curso é suficiente para caracterizar a habitualidade delitiva e, consequentemente, afastar a incidência do princípio da insignificância. No caso, há comprovação da existência de outros inquéritos policiais em seu desfavor, inclusive da mesma atividade criminosa. (...) (AgRg no AREsp 332.960/PR, Rel. Min. Laurita Vaz, julgado em 22/10/2013) (...) A reincidência específica é prognóstico de risco social, recaindo sobre a conduta do acusado elevado grau de reprovabilidade, o que impede a aplicação do princípio da insignificância. (...) (STJ. 5ª Turma. AgRg no AREsp 487.623/ES, julgado em 18/06/2014). Destarte, observo que é de se aplicar o princípio em causa, ante a menor ofensividade do delito, que tornou-se incapaz de lesar o bem jurídico tutelado, diante da insignificância do bem subtraído, algo em torno de R$ 400,00 (quatrocentos reais). DISPOSITIVO: Diante do exposto, JULGO IMPROCEDENTE O PEDIDO DE CONDENAÇÃO constante da denúncia, com o fim de ABSOLVER o denunciado JOÃO BERNARDO DA SILVA, pela prática do crime capitulado Art. 155, do Código Penal, o que faço com base no art. 386, III, do Código de Processo Penal. Com o trânsito em julgado, preencha-se o Boletim Individual enviando-os à IITB, devendo permanecer cópia nos autos e, em seguida, arquivem-se os autos com as cautelas de estilo. Sem custas. Publique-se. Registre-se. Intimem-se. Recife/PE, 12 de julho de 2025. DANILO FÉLIX AZEVEDO Juiz de Direito

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Processo nº 0000007-80.2025.4.05.8102

ID: 307990101

Tribunal: TRF5 Órgão: 17ª Vara Federal CE Classe: PROCEDIMENTO DO JUIZADO ESPECIAL CíVEL Nº Processo: 0000007-80.2025.4.05.8102

Data de Disponibilização: 26/06/2025

Polo Ativo:

ISLENIA TELES NOGUEIRA

Polo Passivo:

Sentença

Advogados:

FRANCISCA JULIANE SOARES LUCENA

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MARIA CARMELITA SAMPAIO LUCENA NETA

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PODER JUDICIÁRIO JUSTIÇA FEDERAL DE PRIMEIRA INSTÂNCIA DA 5ª REGIÃO SEÇÃO JUDICIÁRIA DO CEARÁ SUBSEÇÃO DE JUAZEIRO DO NORTE 17ª VARA - JUIZADO ESPECIAL FEDERAL SENTENÇA (Tipo “A”) Ben 80 - Seg. Espec… PODER JUDICIÁRIO JUSTIÇA FEDERAL DE PRIMEIRA INSTÂNCIA DA 5ª REGIÃO SEÇÃO JUDICIÁRIA DO CEARÁ SUBSEÇÃO DE JUAZEIRO DO NORTE 17ª VARA - JUIZADO ESPECIAL FEDERAL SENTENÇA (Tipo “A”) Ben 80 - Seg. Especial - DAP Recente - Depoimento Não Convincente (Jovem Mãe Solo Planta com Ajuda de Vizinhos) - Cútis Não Adusta - 0000007-80.2025.4.05.8102 · ISLENIA TELES NOGUEIRA - CPF: 086.993.173-36 (AUTOR: Num. 59804513 - Pág. 1) o DN 29/05/2002 · INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS - CNPJ: 29.979.036/0001-40 (REU) · DN 08/10/2024 do filho RENAN TELES FERNANDES ( Num. 59804514 - Pág. 1) · DER 07/11/2024 · DER 18/11/2024 Relatório Por força do disposto no art. 38 da Lei nº 9.099/95, combinado com o art. 1º da Lei nº 10.259/01, dispenso a feitura do Relatório. Passo, pois, à fundamentação. Fundamentação Cuida-se de demanda previdenciária ajuizada pelo rito do juizado especial em que a parte autora postula provimento jurisdicional que condene o INSS a conceder-lhe o benefício de salário-maternidade, na qualidade de segurada especial, devidamente corrigido e acrescido de juros de mora. O benefício de salário-maternidade, no valor de um salário mínimo, é devido à segurada especial, desde que esta comprove o exercício de atividade rural, individualmente ou em regime de economia familiar, ainda que de forma descontínua, nos 10 (dez) meses imediatamente anteriores ao do início do benefício, conforme estabelecido no parágrafo único do art. 39 da Lei 8.213/91. Entende-se como regime de economia familiar “a atividade em que o trabalho dos membros da família é indispensável à própria subsistência e ao desenvolvimento socioeconômico do núcleo familiar e é exercido em condições de mútua dependência e colaboração, sem a utilização de empregados permanentes” (art. 11, § 1º, da Lei 8.213/1991). Acerca da comprovação do efetivo exercício da atividade agrícola, o art. 55, § 3º da Lei nº 8.213/91 dispõe expressamente que: “A comprovação do tempo de serviço para os efeitos desta Lei, inclusive mediante justificação administrativa ou judicial, conforme o disposto no artigo 108, só produzirá efeito quando baseada em início de prova material, não sendo admitida prova exclusivamente testemunhal, salvo na ocorrência de motivo de força maior ou caso fortuito, conforme disposto no Regulamento.” Corroborando esse dispositivo legal, o Colendo STJ editou a Súmula 149, asseverando que: “A prova exclusivamente testemunhal não basta à comprovação da atividade rurícola, para efeito de obtenção do benefício previdenciário.” Não podem ser considerados início de prova material os seguintes documentos: 1) certidão da Justiça Eleitoral que não indica a data do cadastro e se houve alteração da profissão, ou a certidão que contenha ressalva expressa quanto ao valor probante das informações nela consignadas, máxime porque a profissão é informada pelo interessado sem nenhuma diligência para confirmação do alegado (v. TRF da 5ª Reg., AC 0004455-85.2012.4.05.9999, j. 20/11/2012); 2) declaração do sindicato de trabalhadores rurais não homologada pelo INSS (TNUJEF, PEDILEF nº 2006.83.03.501599-0/PE, DJ 26.11.2008; PEDILEF nº 2007.72.55.009096-5/SC, DJ 28/07/2009); 3) carteira de filiação a sindicato rural ou recibos de pagamento de mensalidades, máxime se recentes, já que, se por força legal, não se admite declaração do sindicato desprovida de homologação, que é o “mais”, não se pode admitir mera prova de filiação, que é o “menos” no âmbito dessa relação sindicato-filiado; 4) contrato de comodato rural, para o período anterior à data de reconhecimento das firmas pelo Cartório; 5) cadastro do imóvel no INCRA e comprovante de pagamento do ITR em nome de terceiro, proprietário do imóvel, não integrante do grupo familiar, pois apenas comprovam a existência e a propriedade do imóvel, mas não o labor pela parte autora; 6) certidão de casamento sem a indicação da profissão de agricultor para a parte autora ou seu cônjuge ou, ainda que existente essa indicação, quando existir prova nos autos de que passaram a exercer profissão diversa da agricultura após o matrimônio (STJ, AGA AgRg no Ag 1.340.365/PR, DJE 29/11/2010; STJ, AgRg no REsp 1.088.756/SC, DJe 03/11/2009); 7) declarações em geral de terceiros, como vizinho e parceiro rural, por consubstanciarem mera declaração testemunhal reduzida a escrito (TNUJEF, PEDILEF nº 2007.83.00.526657-4/PE, DJ 25.03.2009, PEDILEF nº 2006.83.02.503892-0/PE, DJ 29.05.2009); 8) declarações de servidores públicos, sem indicar os documentos públicos que estão arquivados na repartição e que embasaram as informações, pois equivalem a mero testemunho reduzido a escrito; 9) requerimentos de matrícula em escola pública, sem comprovação da entrega ao órgão público, ou sem assinatura de servidor público; 10) meros formulários preenchidos em unidades de saúde, referentes a dados de qualificação do paciente, quando a profissão é informada pelo interessado sem nenhuma diligência ou atenção na confirmação do referido dado. Observa-se que a lei exige o início de prova material consubstanciada em documentação idônea expedida nos dez meses anteriores ao início do benefício. Aplica-se, a propósito dessa questão, a Súmula nº 34 da Turma Nacional de Uniformização dos Juizados Especiais Federais: “Para fins de comprovação do tempo de labor rural, o início de prova material deve ser contemporâneo à época dos fatos a provar.” No presente caso, o nascimento do(a) filho(a) da autora foi comprovado a partir da anexação da sua certidão de nascimento, que demonstra ter ocorrido o fato deflagrador do direito ao benefício em : · ISLENIA TELES NOGUEIRA - CPF: 086.993.173-36 (AUTOR: Num. 59804513 - Pág. 1) o DN autora 29/05/2002 o DN 08/10/2024 do filho RENAN TELES FERNANDES ( Num. 59804514 - Pág. 1) Com o intento de comprovar o exercício de atividade rural pelo período de carência exigido por lei, a parte autora coligiu aos autos alguns documentos. Através da análise dos autos, observa-se que dele consta: · Provas Laborais: · 2024 (Jul): CAF ( Num. 59804518 - Pág. 1) Dentre outros documentos em nome de terceiros/parentes e/ou de menor importância. Em que pese o comprovante de labor rural durante a gestação, ao qual não poderia ser considerado início razoável de prova material, tais documentos restam infirmados pelo depoimento não crível e atípico da parte autora, jovem mãe solo que alega trabalhar sozinha com ajuda eventual de vizinhos : · Audiência: · https://w.jfce.jus.br/s/YWIEG · mora sozinha no St. Cipó; · vizinhos ajudam no plantio de 3 tarefas; · consegue sementes com vizinhos; · recentemente conseguiu cadastro na EMATERCE; Dessa forma, a prova oral produzida em audiência é insatisfatória, porquanto a parte autora apresentou provas em nome próprio emitidas durante a gestação, mais fica latente que a requerente não possuir a cútis adusta típica do labor campesino, situação sugestiva que não teria se dedicado à agricultura de subsistência no período de carência. Assim, tenho por não atendidos todos os requisitos necessários para a concessão do benefício requerido na inicial. Dispositivo Diante do exposto, JULGO IMPROCEDENTE o pedido da parte autora, extinguindo o processo com resolução de mérito, nos termos do art. 487, inciso I, do CPC. Defiro o benefício da justiça gratuita. Sem custas e honorários sucumbenciais (art. 55 da Lei n.º 9.099/95). Sem reexame necessário (art. 13, Lei nº 10.259/2001). Publicação e registro decorrem automaticamente da validação desta sentença no sistema eletrônico. Intimem-se. Após o trânsito em julgado, arquivem-se os autos com baixa na distribuição. Juazeiro do Norte/CE, data da movimentação. Lucas Mariano Cunha Aragão de Albuquerque Juiz Federal da 17ª Vara Federal/CE

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Marinalva Vieira Pereira x Danilo Souza Da Silva e outros

ID: 280397148

Tribunal: TRT5 Órgão: Vara do Trabalho de Conceição do Coité Classe: AçãO TRABALHISTA - RITO ORDINáRIO Nº Processo: 0000007-20.2021.5.05.0251

Data de Disponibilização: 27/05/2025

Polo Ativo:

MARINALVA VIEIRA PEREIRA

Polo Passivo:

DANILO SOUZA DA SILVA SHELLE MATOS DA CUNHA

Notificação

Advogados:

MARIA DULCE CUNHA VILALVA RIBEIRO

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JOSE MARCOS PINTO DA SILVA

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PODER JUDICIÁRIO JUSTIÇA DO TRABALHO TRIBUNAL REGIONAL DO TRABALHO DA 5ª REGIÃO VARA DO TRABALHO DE CONCEIÇÃO DO COITÉ ATOrd 0000007-20.2021.5.05.0251 RECLAMANTE: MARINALVA VIEIRA PEREIRA RECLA… PODER JUDICIÁRIO JUSTIÇA DO TRABALHO TRIBUNAL REGIONAL DO TRABALHO DA 5ª REGIÃO VARA DO TRABALHO DE CONCEIÇÃO DO COITÉ ATOrd 0000007-20.2021.5.05.0251 RECLAMANTE: MARINALVA VIEIRA PEREIRA RECLAMADO: DANILO SOUZA DA SILVA E OUTROS (1) INTIMAÇÃO Fica V. Sa. intimado para tomar ciência da Decisão ID 5910651 proferida nos autos. DECISÃO 1. RELATÓRIO SHELLE MATOS DA CUNHA, executada nos autos do processo em epígrafe, em que são partes MARINALVA VIEIRA PEREIRA e DANILO SOUZA DA SILVA E SHELLE MATOS DA CUNHA, reclamante e reclamados, respectivamente, apresentou exceção de pré-executividade, consoante promoção de Id 4dd6c93. A excepta se manifestou, nos termos da petição de Id 9b8027c. Sem necessidade ou requerimento de outras diligências, os autos foram feitos conclusos. É o relatório. 2. FUNDAMENTAÇÃO O excipiente apresenta exceção de pré-executividade, alegando, em apertada síntese, que houve penhora dos seus ativos financeiros, os quais são oriundos de proventos salariais, pelo que requer a redução do percentual de 20 para 10% na folha de pagamento. Ao exame. Inicialmente, cumpre destacar que a objeção ou exceção de pré-executividade é expediente de origem doutrinária, carecendo de previsão legal expressa. Nada obstante, este Juízo não vê vedação em adotá-lo, quando a particularidade do caso assim o permita. A exceção de pré-executividade apenas deve ser manejada em casos excepcionais, como questionamentos sobre matéria de ordem pública ou outras de iniciativa da parte, em que seja evidente a nulidade ou a inexistência do título, é que se pode fazer uso da defesa sem constrição patrimonial. Além disso, tais vícios devem ser perceptíveis, isto é, apreciados e apurados com a própria inicial, prescindindo de dilação probatória. É de se ver que a objeção tem cabimento naqueles casos em que a irregularidade presente no processo é de tal significância que poderia mesmo ser declarada de ofício pelo Juízo. A exceção de pré-executividade não pode atuar como substituto de embargos à execução. Apenas em casos excepcionais, como questionamentos sobre matéria de ordem pública ou outras de iniciativa da parte, em que seja evidente a nulidade ou a inexistência do título, é que se pode fazer uso da defesa sem constrição patrimonial. No que diz respeito aos argumentos de que o percentual de 20% se revela ilegal e injusto, há de ser ponderado, inicialmente, que a jurisprudência e a doutrina, já há bastante tempo, vêm interpretando com ressalva o dispositivo da legislação processual que estabelece a impenhorabilidade de salários na seara trabalhista no percentual de 20%. A aplicação do percentual de 20% se mostra razoável, mesmo em se tratando de salário, uma vez que respeita o princípio da dignidade humana w garante a manutenção da subsistência do executado. Ressalte-se que a penhora de salário em percentual inferior a 20% não pode ser conferida, sobre pena de premiar o mau pagador, permitindo que possa se escusar das obrigações judicialmente reconhecidas. Seu objetivo é sim deixá-lo amparado economicamente contra as adversidades da vida, de modo que não tenha a sua sobrevivência digna inviabilizada. No entanto, seria desarrazoado permitir que o empresário malfadado deixe de adimplir os débitos trabalhistas e, depois de já constituída a dívida, passe desfrutar do fruto do seu trabalho enquanto o empregado amarga anos e anos com a falta de satisfação do crédito chancelado pelo judiciário. Pontue-se que não seria razoável o devedor trabalhista, neste caso, dispor de 90% dos seus estipêndios, como pretende o excipiente, enquanto o trabalhador, no caso, a excepta (vítima da inadimplência daquele) permaneça sem poder prover o seu sustento e da sua família, ao menos com 20% de quem lhe deve. Desta sorte, não se revela razoável a pretensão da parte excipiente, para que a penhora seja limitada a apenas 10% da sua renda. No sentido aqui defendido, diversos julgados no âmbito desta Egrégio. Senão, vejam-se: AGRAVO DE PETIÇÃO. PENHORA DE SALÁRIOS E OUTROS PROVENTOS. SÚMULA N.47 TRT5 . Quanto à matéria, este E. TRT5 pacificou o entendimento no sentido de que: "SÚMULA TRT5 nº 47. INCIDENTE DE UNIFORMIZAÇÃO DE JURISPRUDÊNCIA. PENHORA DE SALÁRIOS E OUTROS PROVENTOS . INTERPRETAÇÃO DO ART. 833-IV E § 2º C/C ART. 529, § 3º, DO CPC/2015. POSSIBILIDADE . PENHORA LIMITADA A 20% DOS GANHOS LÍQUIDOS MENSAIS DO DEVEDOR. Com fundamento no art. 833, IV e § 2º, art. 529, § 3º, ambos do CPC/2015, é possível a penhora de" vencimentos "," subsídios "," soldos "," salários "," remunerações "," proventos de aposentadoria "," pensões "," pecúlios "," montepios "," bem como as quantias recebidas por liberalidade de terceiro e destinadas ao sustento do devedor e de sua família, os ganhos de trabalhador autônomo e os honorários de profissional liberal ", para pagamento de débitos trabalhistas de natureza alimentar, desde que não ultrapasse 20% dos ganhos líquidos mensais do executado" .Agravo parcialmente provido. (TRT-5 - AP: 00004277920165050031, Relator.: VANIA JACIRA TANAJURA CHAVES, Terceira Turma - Gab. Des. Vânia Jacira Tanajura Chaves). Ementa: EXECUÇÃO - PENHORA SOBRE SALÁRIOS E OUTROS PROVENTOS - Em razão da exegese da Súmula TRT5 nº 47, deste Regional, o bloqueio dos proventos da executada, realizado em sua conta-salário, deve ficar limitado a um percentual de 20%. Processo 0004000-62.2007.5.05.0251, Origem PJE, Relator(a) Desembargador(a) LUIZ TADEU LEITE VIEIRA, Terceira Turma, DJ 11/09/2020. Ementa: PENHORA DE SALÁRIOS E OUTROS PROVENTOS. POSSIBILIDADE DESDE QUE LIMITADA A 20% DOS GANHOS LÍQUIDOS. SÚMULA 47 DO TRT5. Este Regional fixou entendimento uniforme por meio da Súmula 47 no sentido de que é possível penhorar até 20% dos "vencimentos", "subsídios", "soldos", "salários", "remunerações", "proventos de aposentadoria", "pensões", "pecúlios", "montepios", "bem como as quantias recebidas por liberalidade de terceiro e destinadas ao sustento do devedor e de sua família, os ganhos de trabalhador autônomo e os honorários de profissional liberal", para pagamento de débitos trabalhistas de natureza alimentar . Processo 0001318-24.2016.5.05.0024, Origem PJE, Relator(a) Desembargador(a) VANIA JACIRA TANAJURA CHAVES, Terceira Turma, DJ 09/09/2020. Ementa: SÚMULA 47/TRT5. INCIDENTE DE UNIFORMIZAÇÃO DE JURISPRUDÊNCIA. PENHORA DE SALÁRIOS E OUTROS PROVENTOS. INTERPRETAÇÃO DO ART. 833-IV E § 2º C/C ART. 529, § 3º, DO CPC/2015. POSSIBILIDADE. PENHORA LIMITADA A 20% DOS GANHOS LÍQUIDOS MENSAIS DO DEVEDOR - Com fundamento no art. 833, IV e § 2º, art. 529, § 3º, ambos do CPC/2015, é possível a penhora de "vencimentos", "subsídios", "soldos", "salários", "remunerações", "proventos de aposentadoria", "pensões", "pecúlios", "montepios", "bem como as quantias recebidas por liberalidade de terceiro e destinadas ao sustento do devedor e de sua família, os ganhos de trabalhador autônomo e os honorários de profissional liberal", para pagamento de débitos trabalhistas de natureza alimentar, desde que não ultrapasse 20% dos ganhos líquidos mensais do executado. Processo 0047700-95.1994.5.05.0008, Origem PJE, Relator(a) Desembargador(a) MARCOS OLIVEIRA GURGEL, Primeira Turma, DJ 03/09/2020. Ementa: EXECUÇÃO - PENHORA SOBRE SALÁRIOS E OUTROS PROVENTOS - O bloqueio dos proventos do executado realizado em sua conta-salário ou proventos de aposentadoria é perfeitamente cabível, desde que limitado ao percentual de 20% dos seus ganhos mensais líquidos, conforme exegese da Súmula TRT5 nº 47, deste Regional. Processo 0135100-64.2006.5.05.0029, Origem PJE, Relator(a) Desembargador(a) LUIZ TADEU LEITE VIEIRA, Terceira Turma, DJ 03/09/2020. Desse modo, considerando os argumentos acima expendidos, mantém-se a penhora de salário da excipiente no percentual de 20%. 3. CONCLUSÃO Diante do quanto acima exposto, este Juízo resolve, NÃO ACOLHER a presente EXCEÇÃO DE PRÉ-EXECUTIVIDADE, tudo na forma da fundamentação supra, que integra o presente decisum para todos os fins. Notifiquem-se as partes desta decisão. CONCEICAO DO COITE/BA, 26 de maio de 2025. GEOVANE DE ASSIS BATISTA Juiz do Trabalho Titular Intimado(s) / Citado(s) - MARINALVA VIEIRA PEREIRA

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Marinalva Vieira Pereira x Danilo Souza Da Silva e outros

ID: 280397178

Tribunal: TRT5 Órgão: Vara do Trabalho de Conceição do Coité Classe: AçãO TRABALHISTA - RITO ORDINáRIO Nº Processo: 0000007-20.2021.5.05.0251

Data de Disponibilização: 27/05/2025

Polo Ativo:

MARINALVA VIEIRA PEREIRA

Polo Passivo:

DANILO SOUZA DA SILVA SHELLE MATOS DA CUNHA

Notificação

Advogados:

MARIA DULCE CUNHA VILALVA RIBEIRO

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JOSE MARCOS PINTO DA SILVA

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PODER JUDICIÁRIO JUSTIÇA DO TRABALHO TRIBUNAL REGIONAL DO TRABALHO DA 5ª REGIÃO VARA DO TRABALHO DE CONCEIÇÃO DO COITÉ ATOrd 0000007-20.2021.5.05.0251 RECLAMANTE: MARINALVA VIEIRA PEREIRA RECLA… PODER JUDICIÁRIO JUSTIÇA DO TRABALHO TRIBUNAL REGIONAL DO TRABALHO DA 5ª REGIÃO VARA DO TRABALHO DE CONCEIÇÃO DO COITÉ ATOrd 0000007-20.2021.5.05.0251 RECLAMANTE: MARINALVA VIEIRA PEREIRA RECLAMADO: DANILO SOUZA DA SILVA E OUTROS (1) INTIMAÇÃO Fica V. Sa. intimado para tomar ciência da Decisão ID 5910651 proferida nos autos. DECISÃO 1. RELATÓRIO SHELLE MATOS DA CUNHA, executada nos autos do processo em epígrafe, em que são partes MARINALVA VIEIRA PEREIRA e DANILO SOUZA DA SILVA E SHELLE MATOS DA CUNHA, reclamante e reclamados, respectivamente, apresentou exceção de pré-executividade, consoante promoção de Id 4dd6c93. A excepta se manifestou, nos termos da petição de Id 9b8027c. Sem necessidade ou requerimento de outras diligências, os autos foram feitos conclusos. É o relatório. 2. FUNDAMENTAÇÃO O excipiente apresenta exceção de pré-executividade, alegando, em apertada síntese, que houve penhora dos seus ativos financeiros, os quais são oriundos de proventos salariais, pelo que requer a redução do percentual de 20 para 10% na folha de pagamento. Ao exame. Inicialmente, cumpre destacar que a objeção ou exceção de pré-executividade é expediente de origem doutrinária, carecendo de previsão legal expressa. Nada obstante, este Juízo não vê vedação em adotá-lo, quando a particularidade do caso assim o permita. A exceção de pré-executividade apenas deve ser manejada em casos excepcionais, como questionamentos sobre matéria de ordem pública ou outras de iniciativa da parte, em que seja evidente a nulidade ou a inexistência do título, é que se pode fazer uso da defesa sem constrição patrimonial. Além disso, tais vícios devem ser perceptíveis, isto é, apreciados e apurados com a própria inicial, prescindindo de dilação probatória. É de se ver que a objeção tem cabimento naqueles casos em que a irregularidade presente no processo é de tal significância que poderia mesmo ser declarada de ofício pelo Juízo. A exceção de pré-executividade não pode atuar como substituto de embargos à execução. Apenas em casos excepcionais, como questionamentos sobre matéria de ordem pública ou outras de iniciativa da parte, em que seja evidente a nulidade ou a inexistência do título, é que se pode fazer uso da defesa sem constrição patrimonial. No que diz respeito aos argumentos de que o percentual de 20% se revela ilegal e injusto, há de ser ponderado, inicialmente, que a jurisprudência e a doutrina, já há bastante tempo, vêm interpretando com ressalva o dispositivo da legislação processual que estabelece a impenhorabilidade de salários na seara trabalhista no percentual de 20%. A aplicação do percentual de 20% se mostra razoável, mesmo em se tratando de salário, uma vez que respeita o princípio da dignidade humana w garante a manutenção da subsistência do executado. Ressalte-se que a penhora de salário em percentual inferior a 20% não pode ser conferida, sobre pena de premiar o mau pagador, permitindo que possa se escusar das obrigações judicialmente reconhecidas. Seu objetivo é sim deixá-lo amparado economicamente contra as adversidades da vida, de modo que não tenha a sua sobrevivência digna inviabilizada. No entanto, seria desarrazoado permitir que o empresário malfadado deixe de adimplir os débitos trabalhistas e, depois de já constituída a dívida, passe desfrutar do fruto do seu trabalho enquanto o empregado amarga anos e anos com a falta de satisfação do crédito chancelado pelo judiciário. Pontue-se que não seria razoável o devedor trabalhista, neste caso, dispor de 90% dos seus estipêndios, como pretende o excipiente, enquanto o trabalhador, no caso, a excepta (vítima da inadimplência daquele) permaneça sem poder prover o seu sustento e da sua família, ao menos com 20% de quem lhe deve. Desta sorte, não se revela razoável a pretensão da parte excipiente, para que a penhora seja limitada a apenas 10% da sua renda. No sentido aqui defendido, diversos julgados no âmbito desta Egrégio. Senão, vejam-se: AGRAVO DE PETIÇÃO. PENHORA DE SALÁRIOS E OUTROS PROVENTOS. SÚMULA N.47 TRT5 . Quanto à matéria, este E. TRT5 pacificou o entendimento no sentido de que: "SÚMULA TRT5 nº 47. INCIDENTE DE UNIFORMIZAÇÃO DE JURISPRUDÊNCIA. PENHORA DE SALÁRIOS E OUTROS PROVENTOS . INTERPRETAÇÃO DO ART. 833-IV E § 2º C/C ART. 529, § 3º, DO CPC/2015. POSSIBILIDADE . PENHORA LIMITADA A 20% DOS GANHOS LÍQUIDOS MENSAIS DO DEVEDOR. Com fundamento no art. 833, IV e § 2º, art. 529, § 3º, ambos do CPC/2015, é possível a penhora de" vencimentos "," subsídios "," soldos "," salários "," remunerações "," proventos de aposentadoria "," pensões "," pecúlios "," montepios "," bem como as quantias recebidas por liberalidade de terceiro e destinadas ao sustento do devedor e de sua família, os ganhos de trabalhador autônomo e os honorários de profissional liberal ", para pagamento de débitos trabalhistas de natureza alimentar, desde que não ultrapasse 20% dos ganhos líquidos mensais do executado" .Agravo parcialmente provido. (TRT-5 - AP: 00004277920165050031, Relator.: VANIA JACIRA TANAJURA CHAVES, Terceira Turma - Gab. Des. Vânia Jacira Tanajura Chaves). Ementa: EXECUÇÃO - PENHORA SOBRE SALÁRIOS E OUTROS PROVENTOS - Em razão da exegese da Súmula TRT5 nº 47, deste Regional, o bloqueio dos proventos da executada, realizado em sua conta-salário, deve ficar limitado a um percentual de 20%. Processo 0004000-62.2007.5.05.0251, Origem PJE, Relator(a) Desembargador(a) LUIZ TADEU LEITE VIEIRA, Terceira Turma, DJ 11/09/2020. Ementa: PENHORA DE SALÁRIOS E OUTROS PROVENTOS. POSSIBILIDADE DESDE QUE LIMITADA A 20% DOS GANHOS LÍQUIDOS. SÚMULA 47 DO TRT5. Este Regional fixou entendimento uniforme por meio da Súmula 47 no sentido de que é possível penhorar até 20% dos "vencimentos", "subsídios", "soldos", "salários", "remunerações", "proventos de aposentadoria", "pensões", "pecúlios", "montepios", "bem como as quantias recebidas por liberalidade de terceiro e destinadas ao sustento do devedor e de sua família, os ganhos de trabalhador autônomo e os honorários de profissional liberal", para pagamento de débitos trabalhistas de natureza alimentar . Processo 0001318-24.2016.5.05.0024, Origem PJE, Relator(a) Desembargador(a) VANIA JACIRA TANAJURA CHAVES, Terceira Turma, DJ 09/09/2020. Ementa: SÚMULA 47/TRT5. INCIDENTE DE UNIFORMIZAÇÃO DE JURISPRUDÊNCIA. PENHORA DE SALÁRIOS E OUTROS PROVENTOS. INTERPRETAÇÃO DO ART. 833-IV E § 2º C/C ART. 529, § 3º, DO CPC/2015. POSSIBILIDADE. PENHORA LIMITADA A 20% DOS GANHOS LÍQUIDOS MENSAIS DO DEVEDOR - Com fundamento no art. 833, IV e § 2º, art. 529, § 3º, ambos do CPC/2015, é possível a penhora de "vencimentos", "subsídios", "soldos", "salários", "remunerações", "proventos de aposentadoria", "pensões", "pecúlios", "montepios", "bem como as quantias recebidas por liberalidade de terceiro e destinadas ao sustento do devedor e de sua família, os ganhos de trabalhador autônomo e os honorários de profissional liberal", para pagamento de débitos trabalhistas de natureza alimentar, desde que não ultrapasse 20% dos ganhos líquidos mensais do executado. Processo 0047700-95.1994.5.05.0008, Origem PJE, Relator(a) Desembargador(a) MARCOS OLIVEIRA GURGEL, Primeira Turma, DJ 03/09/2020. Ementa: EXECUÇÃO - PENHORA SOBRE SALÁRIOS E OUTROS PROVENTOS - O bloqueio dos proventos do executado realizado em sua conta-salário ou proventos de aposentadoria é perfeitamente cabível, desde que limitado ao percentual de 20% dos seus ganhos mensais líquidos, conforme exegese da Súmula TRT5 nº 47, deste Regional. Processo 0135100-64.2006.5.05.0029, Origem PJE, Relator(a) Desembargador(a) LUIZ TADEU LEITE VIEIRA, Terceira Turma, DJ 03/09/2020. Desse modo, considerando os argumentos acima expendidos, mantém-se a penhora de salário da excipiente no percentual de 20%. 3. CONCLUSÃO Diante do quanto acima exposto, este Juízo resolve, NÃO ACOLHER a presente EXCEÇÃO DE PRÉ-EXECUTIVIDADE, tudo na forma da fundamentação supra, que integra o presente decisum para todos os fins. Notifiquem-se as partes desta decisão. CONCEICAO DO COITE/BA, 26 de maio de 2025. GEOVANE DE ASSIS BATISTA Juiz do Trabalho Titular Intimado(s) / Citado(s) - SHELLE MATOS DA CUNHA

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Processo nº 1002286-93.2020.4.01.4000

ID: 277338810

Tribunal: TRF1 Órgão: 3ª Vara Federal Criminal da SJPI Classe: RESTITUIçãO DE COISAS APREENDIDAS Nº Processo: 1002286-93.2020.4.01.4000

Data de Disponibilização: 23/05/2025

Polo Ativo:

ITALO JAMES ALENCAR DE SOUZA

Polo Passivo:

Intimação

Advogados:

THALES CRUZ SOUSA

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PODER JUDICIÁRIO JUSTIÇA FEDERAL DE PRIMEIRA INSTÂNCIA Seção Judiciária do Piauí - 3ª Vara Federal Criminal da SJPI Juiz Titular : AGLIBERTO GOMES MACHADO Juiz Substituto : Dir. Secret. : MARTHA MARI… PODER JUDICIÁRIO JUSTIÇA FEDERAL DE PRIMEIRA INSTÂNCIA Seção Judiciária do Piauí - 3ª Vara Federal Criminal da SJPI Juiz Titular : AGLIBERTO GOMES MACHADO Juiz Substituto : Dir. Secret. : MARTHA MARIA DE SOUSA MARTINS ALMEIDA ROCHA AUTOS COM () SENTENÇA () DECISÃO ()DESPACHO () ATO ORDINATÓRIO 1002286-93.2020.4.01.4000 - RESTITUIÇÃO DE COISAS APREENDIDAS (326) - PJe REQUERENTE: ITALO JAMES ALENCAR DE SOUZA Advogado do(a) REQUERENTE: THALES CRUZ SOUSA - PI7954 REQUERIDO: SUPERINTENDÊNCIA REGIONAL DA POLÍCIA FEDERAL NO ESTADO DO PIAUÍ O(A) Exmo(a). Sr(a). Juiz(a) exarou : PROCESSO: 0027111-26.2017.4.01.4000 CLASSE: AÇÃO PENAL - PROCEDIMENTO ORDINÁRIO (283) POLO ATIVO: Ministério Público Federal (Procuradoria) POLO PASSIVO:NADDJA THALLYTA SOUSA SILVA e outros REPRESENTANTES POLO PASSIVO: VICENTE REIS REGO JUNIOR - PI10766, MILTON GUSTAVO VASCONCELOS BARBOSA - PI5553, THYAGO ANDRE ALVES DE BRITO MELO - PI9492, WILDES PROSPERO DE SOUSA - PI6373, WESLLEY MOREIRA DOS SANTOS - PI6338, DANIEL DE AGUIAR GONCALVES - PI11881, WYTTALO VERAS DE ALMEIDA - PI10837, ALEXANDRE VELOSO DOS PASSOS - PI2885, MATTSON RESENDE DOURADO - PI6594, WELTON ALVES DOS SANTOS - PI10199, THALES CRUZ SOUSA - PI7954, MARCELO LOBAO SALIM COELHO - PI9882, ILARA MARIA REIS COELHO - PI17973, VICENTE PAULO HOLANDA BEZERRA - PI1731 e JAIR DE OLIVEIRA ROCHA - PI19829 DECISÃO Considerando a recente orientação do STF externada no julgamento do Habeas Corpus n. 232.627, no qual restou assentada a permanência do foro por prerrogativa de função, ainda que instaurado o inquérito ou ação penal após a cessação do mandato, com alcance, inclusive, sobre processos em tramitação, declino da competência para o Tribunal Regional Federal da 1ª Região – TRF1. Traslade-se cópia da presente decisão aos processos associados abaixo, que deverão ser igualmente remetidos ao TRF1: 1-1002286-93.2020.4.01.4000 - Restituição de Coisas Apreendidas - Autor: ITALO JAMES ALENCAR DE SOUZA; 2-0024509-62.2017.4.01.4000 - Petição Criminal - Autor: EMANUELA MACHADO ARAUJO E OUTRO; 3-0003059-29.2018.4.01.4000 - Liberdade Provisória - Autor: ANTONIO MARCOLINO FERREIRA NETO; 4-0028963-17.2019.4.01.4000 - Restituição de Coisas Apreendidas - Autor: VITOR ALVES CARDOSO NETO; 5-0020857-37.2017.4.01.4000 - Representação Criminal - SIGILOSO - Autor: DEPARTAMENTO DE POLICIA FEDERAL. Demais processos associados são processos físicos não digitalizados que se Firefox https://pje1g.trf1.jus.br/pje/Processo/ConsultaProcesso/Detalhe/docum... 1 of 6 01/04/2025, 15:55 encontram arquivados conforme abaixo enumerados: 1-0023383-74.2017.4.01.4000 - Liberdade Provisória - Autor: WEBSTON DE CARVALHO E LIMA - Arquivado; 2-0023387-14.2017.4.01.4000 - Liberdade Provisória - Autor: JOSE BATISTA DE OLIVEIRA - Arquivado; 3-0023385-44.2017.4.01.4000 - Liberdade Provisória - Autor: FRANCISCO BATISTA DE OLIVEIRA - Arquivado; 4-0023391-51.2017.4.01.4000 - Liberdade Provisória - Autor: ANTONIO MARCOLINO FERREIRA NETO - Arquivado; 5-0023389-81.2017.4.01.4000 - Liberdade Provisória - Autor: WEBSTON DE CARVALHO LIMA - Arquivado; 6-0023489-36.2017.4.01.4000 - Liberdade Provisória - Autor: VENILSON DE OLIVEIRA ROCHA - Arquivado; 7-0023503-20.2017.4.01.4000 - Liberdade Provisória - Autor: ROMARIO LOPES DOS REIS - Arquivado; 8-0024011-63.2017.4.01.4000 - Inquérito Policial - Autor: ROMARIO LOPES DOS REIS - Processo Migrado para o PJe (ORACLE)/Petição Criminal - Autor: ROMARIO LOPES DOS REIS - Arquivado definitivamente (PJe); 9-0024013-33.2017.4.01.4000 - Pedido de Prisão Preventiva- Autor: DEPARTAMENTO DE POLICIA FEDERAL - Migrado para o PJe (ORACLE)/Pedido de Prisão Preventiva - Autor: Polícia Federal no Estado do Piauí - Arquivado Definitivamente (PJe); 10-0024739-07.2017.4.01.4000 - Liberdade Provisória - Autor: JOSE BATISTA DE OLIVEIRA E OUTRO - Arquivado; 11-0024899-32.2017.4.01.4000 - Liberdade Provisória - Autor: ANTONIA ELANE GOMES DE OLIVEIRA - Arquivado; 12-0000001-18.2018.4.01.4000 - Liberdade Provisória - Autor: MIRLY MACHADO ARAUJO - Arquivado; 13-0003139-90.2018.4.01.4000 - Liberdade Provisória - Autor: ANTONIO GOMES DE SOUSA - Arquivado; 14-0024017-70.2017.4.01.4000 - Liberdade Provisória - Autor: VENILSON DE OLIVEIRA ROCHA - Arquivado; 15-0024473-20.2017.4.01.4000 - Liberdade Provisória - Autor: WEBSTON DE Firefox https://pje1g.trf1.jus.br/pje/Processo/ConsultaProcesso/Detalhe/docum... 2 of 6 01/04/2025, 15:55 CARVALHO LIMA - Arquivado; 16-0027113-93.2017.4.01.4000 - Liberdade Provisória - Autor: WEBSTON DE CARVALHO LIMA - Processo migrado para o PJe (ORACLE)/Arquivado Definitivamente (PJe); 17-0024737-37.2017.4.01.4000 - Liberdade Provisória - Autor: FRANCISCO JARBAS DE ARAUJO MELO - Arquivado; 18-0027205-71.2017.4.01.4000 - Liberdade Provisória - Autor: FRANCISCO JARBAS DE ARAUJO MELO - Arquivado; 19-0025757-63.2017.4.01.4000 - Restituição de Coisas Apreendidas - Autor: BRUNO ARAUJO PAIVA - Processo migrado para o PJe (ORACLE)/Arquivado Definitivamente (PJe); 20-0025883-16.2017.4.01.4000 - Liberdade Provisória - Autor: ANTONIO MARCOLINO FERREIRA NETO - Arquivado; 21-0027197-94.2017.4.01.4000 - Liberdade Provisória - Autor: ANTONIO MARCOLINO FERREIRA NETO - Processo migrado para o PJe (ORACLE)/Arquivado Definitivamente (PJe); 22-0026023-50.2017.4.01.4000 - Restituição de Coisas Apreendidas - Autor: CASSIO HENRIQUE DE MENESES BRAGA - Arquivado; 23-0026115-28.2017.4.01.4000 - Liberdade Provisória - Autor: VITOR ALVES CARDOSO NETO - Arquivado; 24-0026855-83.2017.4.01.4000 - Inquérito Policial - Autor: DEPARTAMENTO DE POLICIA FEDERAL - Baixa remetidos distribuição com denúncia/queixa (ORACLE) o qual originou a Ação Penal nº 0027111-26.2017.4.01.4000 (ORACLE e PJe); 25-0016227-98.2018.4.01.4000 - Restituição de Coisas Apreendidas - Autor: TAMARA DE OLIVEIRA VALENCA QUEIROZ - Arquivado; 26-0020559-11.2018.4.01.4000 - Restituição de Coisas Apreendidas - Autor: ANTONIO MARCOLINO FERREIRA NETO - Arquivado; 27-0022541-60.2018.4.01.4000 - Restituição de Coisas Apreendidas - Autor: ANTONIO MARCOS COUTINHO GOMES - Arquivado; 28-0013637-51.2018.4.01.4000 - Restituição de Coisas Apreendidas - Autor: MATEUS LISBOA CARVALHO - Arquivado; 29-0027203-04.2017.4.01.4000 - Liberdade Provisória - Autor: JOSE BATISTA DE OLIVEIRA - Arquivado; Firefox https://pje1g.trf1.jus.br/pje/Processo/ConsultaProcesso/Detalhe/docum... 3 of 6 01/04/2025, 15:55 30-0027225-62.2017.4.01.4000 - Liberdade Provisória - Autor: JOSE BATISTA DE OLIVEIRA E OUTRO - Arquivado; 31-0002883-50.2018.4.01.4000 - Liberdade Provisória - Autor: FRANCISCO JARBAS DE ARAUJO MELO - Processo migrado para o PJe (ORACLE)/Arquivado Definitivamente (PJe); 32-0003053-22.2018.4.01.4000 - Liberdade Provisória - Autor: ANTONIA ELANE GOMES DE OLIVEIRA E OUTROS - Processo migrado para o PJe (ORACLE)/ Arquivado Definitivamente (PJe); 33-0003539-07.2018.4.01.4000 - Liberdade Provisória - Autor: MIRLY MACHADO ARAUJO - Arquivado; 34-0026615-26.2019.4.01.4000 - Restituição de Coisas Apreendidas - Autor: BRUNO ARAUJO PAIVA - Arquivado; 35-0027112-11.2017.4.01.4000 - Restituição de Coisas Apreendidas - Autor: ROMULO FRANKLIN DO REGO LIMA - Arquivado; 36-0027224-77.2017.4.01.4000 - Liberdade Provisória - Autor: ANTONIO MARCOLINO FERREIRA NETO - Arquivado; 37-0000007-25.2018.4.01.4000 - Liberdade Provisória - Autor: ANTONIO MARCOLINO FERREIRA NETO - Arquivado; 38-0000039-30.2018.4.01.4000 - Restituição de Coisas Apreendidas - Autor: ITALO JAMES ALENCAR DE SOUZA - Arquivado; 39-0002495-50.2018.4.01.4000 - Liberdade Provisória - Autor: VITOR ALVES CARDOSO NETO - Processo migrado para o PJe (ORACLE)/Arquivado Definitivamente (PJe); 40-0004849-48.2018.4.01.4000 - Restituição de Coisas Apreendidas - Autor: ITALO JAMES ALENCAR DE SOUZA - Arquivado; 41-0005243-55.2018.4.01.4000 - Restituição de Coisas Apreendidas - Autor: FERNANDO PORTELA TELES PESSOA - Arquivado; 42-0026601-42.2019.4.01.4000 - Restituição de Coisa Apreendidas - Autor: ITALO JAMES ALENCAR DE SOUZA - Arquivado; 43-0022701-22.2017.4.01.4000 - Pedido de Quebra de Sigilo de Dados - SIGILOSO - Autor: DEPARTAMENTO DE POLICIA FEDERAL - Baixa reunião com o Processo nº 0027111-26.2017.4.01.4000 (ORACLE); 44-0021231-19.2018.4.01.4000 - Restituição de Coisas Apreendidas - Firefox https://pje1g.trf1.jus.br/pje/Processo/ConsultaProcesso/Detalhe/docum... 4 of 6 01/04/2025, 15:55 Autor: RAYCELY FARIAS DOS SANTOS - Arquivado; 45-0021433-93.2018.4.01.4000 - Restituição de Coisas Apreendidas - Autor: ANTONIO HELIO RODRIGUES SOUSA - Arquivado; 46-0021223-42.2018.4.01.4000 - Restituição de Coisas Apreendidas - Autor: ANTONIO ALVES DA CRUZ - Arquivado; 47-0022569-28.2018.4.01.4000 - Restituição de Coisas Apreendidas - Autor: SALINAS EMPREENDIMENTOS E CONSTRUCOES LTDA ME - Arquivado; 48-0023372-45.2017.4.01.4000 - Liberdade Provisória - Autor: MIRLY MACHADO ARAUJO - Arquivado; 49-0023375-97.2017.4.01.4000 - Liberdade Provisória - Autor: ANTONIA ELANE GOMES DE OLIVEIRA - Arquivado; 50-0023379-37.2017.4.01.4000 - Liberdade Provisória - Autor: ANTONIO MARCOLINO FERREIRA NETO - Arquivado; 51-0023381-07.2017.4.01.4000 - Liberdade Provisória - Autor ANTONIO GOMES DE SOUSA - Arquivado. Nesse contexto, cancelo as audiências designadas para os dias 7/5/2025, 8/5/2025 e 9/5/2025, todas às 9h (despacho, id 2164095656). Desnecessária a remessa das Cartas Precatórias expedidas para as Comarcas de Crateús/CE (id 2176575683), Barro Duro/PI (id 2177065748) e Seção Judiciária da Paraíba (id 2177068432). Intimem-se o MPF, a DPU pelos Réus EMANUELA MACHADO ARAÚJO e RICARDO MATOS DA CRUZ e a defesa dos demais Réus. Prazo de 5 (cinco) dias. Após, cumpra-se. Teresina/PI, datado e assinado eletronicamente. AGLIBERTO GOMES MACHADO Juiz Federal - 3ª Vara SJ/PI mml Firefox https://pje1g.trf1.jus.br/pje/Processo/ConsultaProcesso/Detalhe/docum... 5 of 6 01/04/2025, 15:55 Assinado eletronicamente por: AGLIBERTO GOMES MACHADO 25/03/2025 12:46:03 https://pje1g.trf1.jus.br:443/pje/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam ID do documento: 2177889974

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Pro-Solo Produtos Agropecuarios Ltda - Epp x Abdias Nunes Pereira e outros

ID: 324309388

Tribunal: TJMT Órgão: VARA ÚNICA DE MATUPÁ Classe: CUMPRIMENTO DE SENTENçA Nº Processo: 0000007-70.2000.8.11.0111

Data de Disponibilização: 14/07/2025

Polo Ativo:

PRO-SOLO PRODUTOS AGROPECUARIOS LTDA - EPP

Polo Passivo:

ABDIAS NUNES PEREIRA ASSOCIACAO PRODUTORES RURAIS ALTO ALEGRE DALIRA ALVES NUNES GENUINO MEZZOMO JUBACIEL PEDRO PORTE MATILDE CEZARRIN MEZZOMO NORBERTO PEIXER ROSIMEIRE ARAUJO BORZO PEIXER SOLANGE ICASATTI PORTE

Sentença

Advogados:

WILSON PEAGUDO DE FREITAS

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IRINEU PAIANO FILHO

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MARCUS AUGUSTO GIRALDI MACEDO

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ALESSANDRA DASSOLLER

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RUY BARBOSA MARINHO FERREIRA

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ESTADO DE MATO GROSSO PODER JUDICIÁRIO VARA ÚNICA DE MATUPÁ Processo: 0000007-70.2000.8.11.0111. AUTOR(A): PRO-SOLO PRODUTOS AGROPECUARIOS LTDA - EPP REU: ASSOCIACAO PRODUTORES RURAIS ALTO ALEGRE, GE… ESTADO DE MATO GROSSO PODER JUDICIÁRIO VARA ÚNICA DE MATUPÁ Processo: 0000007-70.2000.8.11.0111. AUTOR(A): PRO-SOLO PRODUTOS AGROPECUARIOS LTDA - EPP REU: ASSOCIACAO PRODUTORES RURAIS ALTO ALEGRE, GENUINO MEZZOMO, MATILDE CEZARRIN MEZZOMO, ABDIAS NUNES PEREIRA, DALIRA ALVES NUNES, JUBACIEL PEDRO PORTE, SOLANGE ICASATTI PORTE, NORBERTO PEIXER, ROSIMEIRE ARAUJO BORZO PEIXER SENTENÇA Trata-se de ação monitória em fase de cumprimento de sentença, cujo título executivo foi constituído em 02/05/2001 (ID 82646516 - págs. 148/151). Em 24/05/2001, o exequente indicou bens à penhora (ID 82646516 - pág. 205), que foram avaliados em 31/07/2012 (ID 82646506 - págs. 64/65). Em 08/02/2013, o exequente requereu a adjudicação dos bens (ID 82646506 - pág. 69), o que foi deferido pelo Juízo em 01/04/2013 (ID 82646506 - págs. 70/71 e 73/77). Em 09/12/2013 foram cumpridos os mandados de entrega de bem móvel e imissão do exequente na posse dos imóveis adjudicados (ID 82646506 - págs. 155/161). Em 19/04/2016 foi deferida a penhora online de valores para pagamento do débito remanescente (ID 82646507 - pág. 88), que, em 25/04/2016, resultou parcialmente frutífera (ID 82646507 - págs. 90/92). Em 20/11/2017 o exequente indicou bens (ID 82646507 - págs. 94/96), parcialmente avaliados em 28/06/2019 (ID 82646507 - págs. 114/117), sendo certificada a não localização dos demais (ID 82646507 - págs. 118 a 124). Em 18/11/2022 o exequente requereu a desconsideração da personalidade jurídica da executada “Associação Produtores Rurais Alto Alegre" e concessão de tutela de urgência consistente na penhora online do saldo remanescente (ID 104227407). Intimada para se manifestar sobre a prescrição intercorrente (ID 193435154), a exequente manifestou-se contrariamente no ID 196262352. É O RELATÓRIO. Fundamento e decido. À vista do retrospecto processual verifico que última penhora ocorrida nos autos se deu em 25/04/2016 (ID 82646507 - págs. 90/92). Embora a parte exequente tenha indicado a existência de bens remanescentes, avaliados em 28/06/2019 (ID 82646507 - págs. 114/117), sobre eles não mais se manifestou. A parte exequente voltou a impulsionar o feito somente em 18/11/2022 ao requerer a desconsideração da personalidade jurídica do executado e tutela de urgência consistente na penhora online do saldo remanescente (ID 104227407). Por esse cenário, nota-se que desde o último ato constritivo (25/04/2016 - ID 82646507 - págs. 90/92), até o pedido de desconsideração da personalidade jurídica, decorreu mais de seis anos. É certo, ainda, que entre intimação do executado, em 26/08/2019 (ID 82646507 - pág. 126) para recolher as custas remanescentes e se manifestar sobre a avaliação dos bens até a presente data houve o transcurso de mais de 5 anos, sem efetivo impulsionamento dos autos para satisfação do seu crédito. Percebe-se a desídia do exequente em relação aos autos, seja pela demora de mais de anos para impulsionar o feito, seja na localização efetiva de bens por mais de 6 (seis) anos. Nesse sentido, confira-se julgados do Egrégio TJMT: RECURSO DE APELAÇÃO CÍVEL – EXECUÇÃO DE TÍTULO EXECUTIVO EXTRAJUDICIAL – CÉDULA RURAL PIGNORATÍCIA – RECONHECIDA PRESCRIÇÃO INTERCORRENTE – AUSÊNCIA DE BENS PASSÍVEIS DE PENHORA – SUCESSIVAS SUSPENSÕES DO PROCESSO – ETERNIZAÇÃO DE UM LITÍGIO SEM QUE HAJA A PACIFICAÇÃO SOCIAL – DURAÇÃO RAZOÁVEL DO PROCESSO – SENTENÇA MANTIDA – RECURSO DESPROVIDO. Não há como eternizar a lide executiva, movimentando-se a máquina judiciária com reiteradas pesquisas e atos meramente protelatórios que não buscam a satisfação do “quantum debeatur”. Os sucessivos pedidos de suspensão processual apenas eternizam um litígio, sem que haja a pacificação social, fim precípuo do Direito, em detrimento da celeridade, da efetividade processual e da duração razoável do processo, razão pela qual há que ser mantida a decretação de prescrição da execução. (N.U 0007541-88.2006.8.11.0003, CÂMARAS ISOLADAS CÍVEIS DE DIREITO PRIVADO, MARILSEN ANDRADE ADDARIO, Segunda Câmara de Direito Privado, Julgado em 11/09/2024, Publicado no DJE 18/09/2024) (grifei). APELAÇÃO CÍVEL – EXECUÇÃO DE TÍTULO EXECUTIVO EXTRAJUDICIAL – DESÍDIA DO EXEQUENTE – DILIGÊNCIAS FRUSTRADAS – NÃO INTERRUPÇÃO DO PRAZO – ENTENDIMENTO DO STJ – PRESCRIÇÃO INTERCORRENTE CONFIGURADA - RECURSO NÃO PROVIDO. “A promoção de diligências infrutíferas não tem o condão de suspender ou interromper o prazo prescricional, tornando a dívida imprescritível. Precedentes”. (AgInt no REsp 1986517/PR). (N.U 0000414-86.2012.8.11.0004, CÂMARAS ISOLADAS CÍVEIS DE DIREITO PRIVADO, RUBENS DE OLIVEIRA SANTOS FILHO, Quarta Câmara de Direito Privado, Julgado em 04/09/2024, Publicado no DJE 05/09/2024) (grifei). RECURSO DE APELAÇÃO CÍVEL – AÇÃO DE EXECUÇÃO DE TÍTULO EXTRAJUDICIAL – DUPLICATA – PRESCRIÇÃO INTERCORRENTE – OCORRÊNCIA – INÉRCIA DO EXEQUENTE POR MAIS DE TREZE ANOS – AUSÊNCIA DE DILIGÊNCIA – RECURSO CONHECIDO E DESPROVIDO. Constatando-se que a execução permaneceu paralisada por prazo superior ao prazo prescricional previsto para pretensão deduzida em juízo, deve ser mantida a sentença que acolhe a prescrição intercorrente, extinguindo o processo. Enquanto o processo está suspenso por ausência de localização de bens penhoráveis, nos termos do art. 921, III, do CPC, não há fluência do prazo prescricional, todavia, o feito não pode ficar infinitamente suspenso, pois a paralisação indefinida da execução para localização de bens do devedor acabaria por perpetuar a execução, tornando a ação imprescritível, o que não pode ser aceito, sob pena de violar o princípio constitucional da razoável duração do processo. (N.U 0001285-75.2003.8.11.0055, , DIRCEU DOS SANTOS, TERCEIRA CÂMARA DE DIREITO PRIVADO, Julgado em 13/06/2018, Publicado no DJE 21/06/2018) (grifei). APELAÇÃO CÍVEL - AÇÃO DE EXECUÇÃO - DUPLICATAS - PRESCRIÇÃO INTERCORRENTE RECONHECIDA DE OFÍCIO - PARALISAÇÃO DO FEITO - NEGLIGÊNCIA DA PARTE INTERESSADA - RECURSO DESPROVIDO. Mantém-se a sentença que reconheceu a prescrição intercorrente e declarou a extinção da ação de execução, todavia, ao contrário da conclusão do decisum, agora por aplicação do art. 269, IV, do CPC, ou seja, com resolução do mérito. No caso, impõe-se o reconhecimento da prescrição intercorrente e a consequente extinção da ação de execução, em razão da paralisação do feito, de forma injustificada, por longo período de tempo, 14 anos, sem que a parte interessada, qual seja, o credor, adotasse as medidas necessárias ao seu andamento. (N.U 0000466-80.1992.8.11.0005, GUIOMAR TEODORO BORGES, QUARTA CÂMARA DE DIREITO PRIVADO, Julgado em 14/12/2011, Publicado no DJE 13/01/2012) (grifei). Incumbia à parte exequente realizar as devidas diligências dentro do prazo prescricional aplicável. Somente a efetiva constrição patrimonial é apta a interromper o curso da prescrição intercorrente. No caso, a avaliação de bens não tem o condão de suspender ou interromper o prazo prescricional, tampouco o pedido de desconsideração da personalidade jurídica e penhora online. Ante o exposto, DECLARO EXTINTO o presente cumprimento de sentença em razão do reconhecimento da prescrição intercorrente, com fundamento nos artigos 924, inciso V, do Código de Processo Civil EXPEÇA-SE alvará judicial para transferência ao exequente dos valores bloqueados nos autos (ID 82646507 - págs. 90/92). Ante a nova redação do art. 921, § 5º, do Código de Processo Civil, sem condenação em custas e honorários advocatícios. Fica prejudicada a análise do pedido de desconsideração da personalidade jurídica e de penhora online (ID 104227407), à vista do reconhecimento da prescrição intercorrente. Após o trânsito em julgado e cumprida a diligência supra, ARQUIVEM-SE os autos. Intimem-se. Certifique-se. MATUPÁ, data da assinatura eletrônica. Marcelo Ferreira Botelho Juiz Substituto

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Mateus Dos Anjos De Sousa x Ariklenes Da Silva Ferreira e outros

ID: 321231368

Tribunal: TRT7 Órgão: 5ª Vara do Trabalho de Fortaleza Classe: AçãO TRABALHISTA - RITO ORDINáRIO Nº Processo: 0000007-20.2024.5.07.0005

Data de Disponibilização: 10/07/2025

Polo Ativo:

MATEUS DOS ANJOS DE SOUSA

Polo Passivo:

ARIKLENES DA SILVA FERREIRA FUTEBOL CLUBE ATLETICO CEARENSE NATALIA DA SILVA FERREIRA

Notificação

Advogados:

JORGE HENRIQUE CARVALHO PARENTE

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BRENO PINTO GONDIM DE ALMEIDA

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JOYCE LIMA MARCONI GURGEL

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PODER JUDICIÁRIO JUSTIÇA DO TRABALHO TRIBUNAL REGIONAL DO TRABALHO DA 7ª REGIÃO 5ª VARA DO TRABALHO DE FORTALEZA ATOrd 0000007-20.2024.5.07.0005 RECLAMANTE: MATEUS DOS ANJOS DE SOUSA RECLAMADO:… PODER JUDICIÁRIO JUSTIÇA DO TRABALHO TRIBUNAL REGIONAL DO TRABALHO DA 7ª REGIÃO 5ª VARA DO TRABALHO DE FORTALEZA ATOrd 0000007-20.2024.5.07.0005 RECLAMANTE: MATEUS DOS ANJOS DE SOUSA RECLAMADO: FUTEBOL CLUBE ATLETICO CEARENSE E OUTROS (2) INTIMAÇÃO Fica V. Sa. intimado para tomar ciência do Despacho ID 34e9d5a proferido nos autos. CERTIDÃO/CONCLUSÃO Certifico, para os devidos fins, que a pesquisa SISBAJUD resultou infrutífera e os dados dos executados foram registrados no BNDT. Certifico, também, que a parte exequente requereu expedição de ofício ao Fortaleza Esporte Clube (clube vendedor), Fluminense Football Club (clube comprador), Ceara Sporting Club (clube vendedor), Esporte Clube Bahia (clube comprador), bem como Confederação Brasileira de Futebol (CBF), para que proceda ao bloqueio de valores que o clube reclamado tem direito a título de mecanismo de solidariedade, relacionados à transferência do atleta Hércules para o Fluminense Football Club e Erick Pulga para o Esporte Clube Bahia, até o limite do valor da execução, conforme petições sob #id:c72f363 e #id:0ea528a. Nesta data, 08/07/2025, eu, THIAGO CAVALCANTE FARIAS, faço conclusos os presentes autos ao(à) Exmo(a). Sr.(ª) Juiz(íza) do Trabalho desta Vara. DESPACHO Ante o teor da certidão supra, e considerando que o crédito trabalhista tem natureza alimentar e que a execução se faz no interesse do credor, bem como a possibilidade de resultado prático e útil da medida à satisfação do crédito exequendo, defiro o pedido. Oficie-se às entidades futebolísticas constantes da petição sob ID.0ea528a, através dos e-mails constantes na referida peça, a fim de que informem a existência de valores disponíveis para repasse em favor de FUTEBOL CLUBE ATLETICO CEARENSE, CNPJ: 07.045.826/0001-16 em face de mecanismo de solidariedade, relacionados à transferência do atleta Hércules para o Fluminense Football Club e Erick Pulga para o Esporte Clube Bahia, devendo, em caso afirmativo, bloquear o valor até o limite do débito trabalhista (R$ 144.231,13), conforme planilha de cálculos sob #id:510f040 (https://pje.trt7.jus.br/pjekz/validacao/25043010381934200000042954581?instancia=1) e realizar o depositado judicial do numerário em conta à disposição deste Juízo a ser aberta na página principal do PJe no link "Gerar boleto de depósito judicial", devendo enviar o comprovante para o email vara05@trt7.jus.br, no ,prazo de dez dias, de modo a garantir integralmente o crédito do(a) exequente ou justificar o motivo de não fazer, sob pena de o responsável pelo descumprimento arcar com multa de 20% sobre o valor da causa, por ato atentatório à dignidade da justiça (art. 77, § 2º, do CPC), em favor da União, a ser inscrita em dívida ativa; sem prejuízo da apuração da eventual prática do crime de desobediência (art. 330 do Código Penal). Link para abertura do depósito judicial: https://pje.trt7.jus.br/sif/boleto/novo. Confirmada a existência de valores devidos ao clube reclamado e o depósito judicial, notifique-se a parte executada para, querendo, opor embargos à execução, no prazo de 05 (cinco) dias, nos termos do art. 884, da CLT. Dando ciência que eventuais embargos somente serão recebidos se a parte executada complementar o que falta para garantir a execução; e que eventuais novos bloqueios parciais serão liberados à parte exequente, no limite de seu crédito, sem que haja nova determinação para que complemente o montante executório. Decorrido o prazo legal sem manifestação da parte interessada, expeça-se alvará para reversão do valores bloqueados em favor da parte reclamante. Com o objetivo de evitar deslocamento à agência bancária, notifique-se a parte interessada para que informe, nos autos, seus dados bancários para transferência em caso de liberação de valores por ALVARÁ. Negativo o expediente retro, inclua(m)-se a(s) executada(s) FUTEBOL CLUBE ATLETICO CEARENSE, CNPJ 07.045.826/0001-16, ARIKLENES DA SILVA FERREIRA, CPF 005.170.313-02 e NATALIA DA SILVA FERREIRA, CPF 618.732.713-60, nos sistemas RENAJUD, CNIB e SERASAJUD. Pesquise-se junto ao sistema RENAJUD a existência de bens de propriedade das partes executadas FUTEBOL CLUBE ATLETICO CEARENSE, CNPJ 07.045.826/0001-16, ARIKLENES DA SILVA FERREIRA, CPF 005.170.313-02 e NATALIA DA SILVA FERREIRA, CPF 618.732.713-60. Positivo o RENAJUD, deve ser inserida cláusula de circulação/restrição total (ou alterada se constar cláusula de licenciamento ou transferência), expedindo-se o competente mandado de penhora do veículo, o qual dever ser penhorado, avaliado e removido ao depósito judicial localizado, solicitando, se for o caso, auxílio ao leiloeiro oficial deste Regional. Juntamente com o veículo, dever ser entregue à autoridade de trânsito o Certificado de Licenciamento Anual. O executado deverá ser cientificado da penhora, bem como de que o veículo será imediatamente levado à leilão, por meio de venda judicial antecipada, na forma do art. 852, I, do CPC. Não localizando o veículo no endereço do executado constante do mandado, deverá o Oficial de Justiça fixar-lhe prazo de três dias, retornando ao endereço após decorrido o prazo com o fim de realizar a penhora, dando-lhe ciência de que o desobedecimento da ordem poderá caracterizar crime de desobediência, nos termos do art. 330 do Código Penal. Proceda a Secretaria ao registro de indisponibilidade de bens do(a) executado(a) FUTEBOL CLUBE ATLETICO CEARENSE, CNPJ 07.045.826/0001-16, ARIKLENES DA SILVA FERREIRA, CPF 005.170.313-02 e NATALIA DA SILVA FERREIRA, CPF 618.732.713-60 , através da Central Nacional de Indisponibilidade de Bens (CNIB), nos termos do Provimento n. 39/2014 do CNJ. Restando exitosa a pesquisa, EXPEÇA-SE OFÍCIO ao(s) Cartório(s) de Registro de Imóvel(is) informado(s) pela Central, solicitando o envio da(s) respectiva(s) matrícula(s), no prazo de 10 (dez) dias. Com a resposta, voltem os autos conclusos para novas deliberações. Considerando a parceria firmada entre o Tribunal Regional do Trabalho do Ceará e a Serasa Experian, determino a inclusão dos executados FUTEBOL CLUBE ATLETICO CEARENSE, CNPJ 07.045.826/0001-16, ARIKLENES DA SILVA FERREIRA, CPF 005.170.313-02 e NATALIA DA SILVA FERREIRA, CPF 618.732.713-60 - na lista dos órgãos de proteção ao crédito, haja vista a existência de débito no valor de R$144.231,13 datado de 30/04/2025. Havendo pedido de desconsideração da personalidade jurídica, retornem os autos conclusos. Caso contrário, intime-se o(a) exequente para indicar OUTROS MEIOS EFETIVOS ao prosseguimento da execução, no prazo de 05 (cinco) dias, sob pena de arquivamento provisório dos autos, ficando ciente que, no curso do prazo prescricional, deve informar ao Juízo a existência de causas suspensivas ou interruptivas da prescrição. Fica o(a) reclamante advertido de que deve atentar às diligências já realizadas por este juízo antes de solicitá-las novamente, causando tumulto processual, sob pena de ser considerado litigante de má-fé (art. 80, V, do CPC) e condenado no pagamento de multa (art. 81, do CPC), consoante recente jurisprudência do TRT 7 (acórdão de ID. 3a633b5 do processo 0001302-68.2015.5.07.0018) Havendo manifestação, retornem os autos conclusos. Decorrido o prazo supra (2 anos), notifique-se a parte Exequente para, em cinco dias, informar a existência de causas suspensivas ou interruptivas da prescrição e, findo o prazo, façam-se os autos conclusos para análise da decretação da prescrição intercorrente. A publicação desta decisão (ou seu ID) no DEJT tem efeito de notificação. Expedientes necessários. Pelos princípios da economia e celeridade processuais, dou força de OFÍCIO ao presente despacho. Ciência ao requerente. FORTALEZA/CE, 09 de julho de 2025. CAMILA MIRANDA DE MORAES Juíza do Trabalho Titular Intimado(s) / Citado(s) - MATEUS DOS ANJOS DE SOUSA

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