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Processo nº 5025166-43.2021.8.08.0024

ID: 292755881

Tribunal: TJES Órgão: Vice-Presidência do Tribunal de Justiça Classe: APELAçãO CíVEL Nº Processo: 5025166-43.2021.8.08.0024

Data de Disponibilização: 09/06/2025

Polo Ativo:

BANCO VOTORANTIM S.A.

Polo Passivo:

Decisão

Advogados:

CRISTIANE MENDONCA

OAB/ES XXXXXX Desbloquear

MAURI MARCELO BEVERVANCO JUNIOR

OAB/PR XXXXXX Desbloquear

ESTADO DO ESPÍRITO SANTO PODER JUDICIÁRIO VICE-PRESIDÊNCIA RECURSO ESPECIAL NOS EMBARGOS DE DECLARAÇÃO NA APELAÇÃO CÍVEL Nº 5025166-43.2021.8.08.0024 RECORRENTE: MUNICÍPIO DE VITÓRIA RECORRIDA: BANCO… ESTADO DO ESPÍRITO SANTO PODER JUDICIÁRIO VICE-PRESIDÊNCIA RECURSO ESPECIAL NOS EMBARGOS DE DECLARAÇÃO NA APELAÇÃO CÍVEL Nº 5025166-43.2021.8.08.0024 RECORRENTE: MUNICÍPIO DE VITÓRIA RECORRIDA: BANCO VOTORANTIM S.A. ADVOGADO: MAURI MARCELO BEVERVANCO JUNIOR - OAB/PR 42277 DECISÃO MUNICÍPIO DE VITÓRIA interpôs RECURSO ESPECIAL (id. 9997586), com fulcro no artigo 105, inciso III, alínea “a”, da Constituição Federal, em face do ACÓRDÃO (id. 7262851), proferido pela Egrégia Terceira Câmara Cível, que negou provimento aos RECURSO DE APELAÇÃO CÍVEL manejados pelo Recorrente e por BANCO VOTORANTIM S.A, mantendo a SENTENÇA, prolatada pelo Juízo da 2ª Vara da Fazenda Pública Privativa de Execuções Fiscais Municipais de Vitória nos autos dos EMBARGOS À EXECUÇÃO FISCAL opostos por BANCO VOTORANTIM S.A, cujo Decisum “julgou parcialmente procedente os embargos à execução fiscal ajuizada pelo segundo apelante, apenas para reduzir o valor da multa fixada pelo PROCON no Processo Administrativo nº 2649/2013 de R$ 42.832,89 (quarenta e dois mil, oitocentos e trinta e dois reais e oitenta e nove centavos) para o montante de R$ 10.000,00 (dez mil reais), devendo incidir juros de mora, segundo o índice de remuneração da caderneta de poupança, desde a data em que foi constituído em mora, ou seja, trinta dias após o recebimento da notificação administrativa acerca da decisão irrecorrível que fixou a multa”. O referido Acórdão restou assim ementado, in verbis: EMENTA: APELAÇÕES CÍVEIS – EMBARGOS A EXECUÇÃO FISCAL – PRELIMINAR DE AUSÊNCIA DE DIALETICIDADE – REJEITADA – MÉRITO – ILEGITIMIDADE DO PROCON – REJEITADA – PRESCRIÇÃO INTERCORRENTE – INAPLICABILIDADE DO DECRETO 9.873/1999 E DECRETO N. 20.910/1932 – APLICABILIDADE DA MULTA ADMINISTRATIVA – EXISTÊNCIA DE CLÁUSULA ABUSIVA – VALOR DA MULTA APLICADA – POSSIBILIDADE DE REVISÃO EM CASO DE DESPROPORCIONALIDADE – ATENDIDOS OS CRITÉRIOS DO ART. 57 DO CDC, BEM COMO O CARÁTER SANCIONATÓRIO E PEDAGÓGICO DA APLICAÇÃO DA MULTA – IMPOSSIBILIDADE DE NOVA REDUÇÃO – CORREÇÃO MONETÁRIA – TERMO INICIAL DA DECISÃO DA REDUÇÃO DA MULTA – JUROS – ÍNDICE DA CADERNETA DE POUPANÇA – SUCUMBÊNCIA RECÍPROCA – ART. 85, § 3º, i E ART. 86, cpC – ALTERAÇÃO DA BASE DE CÁLCULO DA SUCUMBÊNCIA DO EMBARGANTE – RECURSOS CONHECIDOS E NÃO PROVIDOS. 1. É assente na jurisprudência do c. Superior Tribunal de Justiça e desta e. Corte que a reiteração de teses que foram objeto da inicial, por si só, não impede o conhecimento do recurso de apelação, quando são capazes de contrapor os fundamentos da sentença. Em sendo possível extrair da fundamentação recursal os pontos da sentença recorrida contra os quais a recorrente se insurge, deve ser rejeitada a preliminar de ausência de dialeticidade. 2. A multa aplicada pelo Procon municipal não carece de legitimidade, uma vez que o referido órgão possui legitimidade para impor multa diante de violação de preceitos consumeristas, com fulcro no artigo 56, I, do Código de Defesa do Consumidor (Lei Federal nº 8.078/1990), pois detém poder de polícia para cominar sanções administrativas relacionadas às violações de preceitos consumeristas, conforme disposto nos artigos 2º, 4º, III e IV, 5º e 18, § 2º, todos do Decreto Federal nº 2.181/1997. 3. Não é possível aplicar ao presente caso o instituto da prescrição intercorrente, ante o entendimento já pacificado pelo STJ de que a prescrição intercorrente não se aplica às sanções administrativas punitivas desenvolvidas por Estados e Municípios. 4. A falta de descrição contratual ou esclarecimento da empresa relativamente a tarifas estranhas ao objeto do contrato configuram claro prejuízo ao consumidor. E as cláusulas abusivas que, de alguma forma, geram prejuízos ao consumidor são nulas nos contratos de adesão, conforme previsão expressa do art. 51 do CDC. 5. Com relação a redução do valor de multa aplicado pelo órgão municipal de defesa do consumidor no âmbito judicial, existe a orientação deste E. Tribunal de Justiça no sentido de ser possível o controle judicial dos atos administrativos com o intuito de rever o valor da multa aplicada pelo PROCON com amparo na observância dos princípios da razoabilidade e proporcionalidade, mormente quando verificada a desproporcionalidade da multa arbitrada. 6. Ao realizar a dosimetria da penalidade, as circunstâncias motivadoras de atenuação ou agravamento da sanção são indicadas de maneira genérica e abstrata na decisão do Procon, sem especificação da conduta supostamente praticada pela empresa recorrida a favor do aumento ou da diminuição da multa. 7. Relativamente ao pedido de maior redução da multa, o BANCO não colaciona argumentos jurídicos direcionados ao provimento do recurso neste ponto, motivo pelo qual afasto a possibilidade de nova diminuição da multa já reduzida em 1º Grau de Jurisdição. 8. No que diz respeito ao termo inicial de contagem da correção monetária, a jurisprudência é assente ao entender que o índice de correção monetária deve passar a incidir da decisão que reduziu o valor da multa. 9. Quanto a incidência do juros de mora, deve seguir o índice da caderneta de poupança, em consonância com o entendimento que prevalece na jurisprudência do c. STJ. 10. Dentre as pretensões de ambas as partes, é possível observar que tanto o MUNICIPIO DE VITORIA quanto o BANCO foram vencedor e vencido, de forma que a distribuição do ônus sucumbencial na proporção de 50% (cinquenta por cento) para cada esta consoante com o ordenamento brasileiro, nos termos previstos no art. 85, § 3º, inciso I e art. 86, CPC. 11. Altera-se, de ofício, a base de cálculo dos honorários de sucumbência para que estes sejam fixados com base no proveito econômico obtido pelo embargante, atualizado, consistente na diferença entre o valor originário da penalidade (R$ 42.832,89) e aquele estabelecido por ocasião do julgamento da presente demanda (R$ 10.000,00), no patamar resultante de R$ 32.832,89 (trinta e dois mil, oitocentos e trinta e dois reais e oitenta e nove centavos), mantendo-se a base de cálculo do embargado (Município de Vitória) no valor da condenação. 12. Recursos de apelação cível conhecidos e não providos. (TJES, APELAÇÃO CÍVEL nº 5025166-43.2021.8.08.0024, Relator: Desembargador SERGIO RICARDO DE SOUZA, Órgão Julgador: Terceira Câmara Cível, Data do Julgamento: 6 de fevereiro de 2024) Opostos Embargos de Declaração, foram eles desprovidos (id. 7262851). Irresignado, o Recorrente aduz violação ao artigo 1.022, inciso II, do Código de Processo Civil, sustentando omissão no Acórdão quanto às matérias suscitadas pelo Recorrente em Embargos de Declaração. Ademais, suscita contrariedade ao artigo 2º, §§ 1º e 2º, da Lei nº 6.830/80, ante a inobservância aos parâmetros fixados no artigo 4º, da Lei Municipal nº 4.452/97, bem como no artigo 2º, da Lei Municipal nº 5.248/00, com relação ao juros de mora e ao índice de atualização dos créditos da Fazenda Pública Municipal. Por fim, suscita ofensa ao artigo 39, da Lei nº 6830/1980 e ao artigo 927, inciso III, do Código de Processo Civil, diante da condenação do Município ao ressarcimento das custas processuais, o que estaria em desconformidade com o entendimento do Egrégio Superior Tribunal de Justiça. Contrarrazões pelo Recorrido pugnando pelo desprovimento do Apelo Nobre (id. 11461592). No que diz respeito ao artigo 1.022, inciso II, do Código de Processo Civil, o Recorrente afirma que “o Egrégio Tribunal a quo deixou de se manifestar a respeito do argumento erigido pelo ente político municipal relativamente à incidência do art. 2.º, §§ 1.º e 2.º da Lei Federal de n.º 6.830/1980”. Registre-se, então, ter o Egrégio Superior Tribunal de Justiça pacificado o entendimento de que inexiste omissão a ser sanada quando o Acórdão vergastado enfrenta as questões essenciais ao deslinde da controvérsia, não sendo o julgador obrigado a rebater um a um os argumentos das partes. Nesse horizonte, extrai-se do Voto condutor do Acórdão proferido nos Embargos de Declaração, in litteris: No caso em apreço, inexistem as obscuridades alegadas, porquanto o acórdão abordou de forma clara as temáticas relativas: I) ao termo inicial de contagem da correção monetária (o índice de correção monetária deve passar a incidir da decisão que reduziu o valor da multa) e quanto a incidência do juros de mora (deve seguir o índice da caderneta de poupança) e II) ao pagamento das custas adiantadas pela parte contrária, concluindo que a isenção conferida pela Lei de Execuções Fiscais não isenta a Fazenda Pública, quando vencida, do ressarcimento das custas eventualmente antecipadas pela parte contrária nos embargos à execução fiscal. Dessa forma, não se vislumbram as obscuridades aventadas diante da fundamentação expressa sobre ambas as questões suscitadas, sendo suficientemente claro o teor do acórdão impugnado, apto a permitir a certeza jurídica a respeito das questões resolvidas Portanto, em que pese a irresignação, mostra-se clara a fundamentação sobre a matéria posta em debate, sendo explicitados os termos iniciais dos juros e da correção monetária, bem como os índices a eles aplicados, justificando a conclusão perfilhada pela Egrégia Segunda Câmara Cível e restando evidenciada a pretensão do Recorrente de rediscussão da causa. Em assim sendo, resta evidenciada a pretensão de rediscussão da causa, não merecendo admissibilidade o Apelo Nobre, na esteira do entendimento do Egrégio Superior Tribunal de Justiça, verbo ad verbum: EMENTA: PROCESSO CIVIL. AMBIENTAL. EMBARGOS DE DECLARAÇÃO NO AGRAVO INTERNO NO RECURSO ESPECIAL. VÍCIOS DE FUNDAMENTAÇÃO. AUSÊNCIA. REDISCUSSÃO DA MATÉRIA DECIDIDA. IMPOSSIBILIDADE. PREQUESTIONAMENTO DE MATÉRIA CONSTITUCIONAL. DESCABIMENTO. EMBARGOS REJEITADOS. 1. Não há ofensa ao art. 1022 do CPC/15 quando a Corte de origem manifesta-se sobre todos os pontos essenciais à solução da controvérsia, não estando presentes nenhum dos vícios de fundamentação compreendidos no referido normativo. […] (STJ, EDcl no AgInt no REsp 1731932/MG, Rel. Ministro OG FERNANDES, SEGUNDA TURMA, julgado em 06/05/2020, DJe 14/05/2020). EMENTA: PROCESSUAL CIVIL. AGRAVO INTERNO NO AGRAVO EM RECURSO ESPECIAL. AÇÃO DE RESTITUIÇÃO DE VALORES. EMBARGOS DE DECLARAÇÃO. OMISSÃO, CONTRADIÇÃO OU OBSCURIDADE. NÃO OCORRÊNCIA. VIOLAÇÃO DO ART. 489 DO CPC/2015. NÃO OCORRÊNCIA. REEXAME DE FATOS E PROVAS. INADMISSIBILIDADE. SÚMULA 7 DO STJ. NOVA INTERPRETAÇÃO DE CLÁUSULAS CONTRATUAIS. INADMISSIBILIDADE. SÚMULA 5/STJ. […] 3. Devidamente analisadas e discutidas as questões de mérito, e fundamentado corretamente o acórdão recorrido, de modo a esgotar a prestação jurisdicional, não há que se falar em violação do art. 489 do CPC/2015. 4. Alterar o decidido no acórdão impugnado no que se refere à conclusão a que chegou o Tribunal de origem, no sentido de que não cabem honorários advocatícios contratuais, sendo ineficaz o contrato de prestação de serviços advocatícios celebrado entre as partes, porquanto o procurador é credenciado do sindicato e exerceu assistência jurídica gratuita na reclamação trabalhista, envolve o reexame de fatos e provas e a renovada interpretação de cláusulas contratuais, o que é vedado em recurso especial pelas Súmulas 5 e 7/STJ. 5. Agravo interno no agravo em recurso especial não provido. (STJ, AgInt no AREsp n. 2.040.491/RS, relatora Ministra Nancy Andrighi, Terceira Turma, julgado em 27/6/2022, DJe de 29/6/2022). Por conseguinte, em razão da aludida circunstância, incide no caso em tela a Súmula nº 83, do Egrégio Superior Tribunal de Justiça, a qual dispõe: “não se conhece do recurso especial pela divergência, quando a orientação do Tribunal se firmou no mesmo sentido da decisão recorrida. Recurso especial”, cujo teor “aplica-se, inclusive, aos recursos especiais interpostos com fundamento na alínea a do permissivo constitucional” (STJ, AgInt no AREsp 1484037/SP, Rel. Ministro FRANCISCO FALCÃO, SEGUNDA TURMA, julgado em 03/12/2019, DJe 09/12/2019). Além disso, o Apelo Nobre não comporta admissibilidade com relação ao artigo 2º, §§ 1º e 2º, da Lei nº 6.830/80, referente à afirmada inobservância aos parâmetros legais quanto aos juros de mora e ao índice de atualização dos créditos da Fazenda Pública Municipal, pois o acolhimento da pretensão recursal demandaria o exame das Leis Municipais nº 5.248/2000 e 4.452/97, o que encontra óbice na Súmula nº 280, do Excelso Supremo Tribunal Federal, aplicada por analogia, dispondo que “por ofensa ao direito local não cabe Recurso Extraordinário.” Nesse sentido: EMENTA. ADMINISTRATIVO E PROCESSUAL CIVIL. AGRAVO INTERNO NO AGRAVO EM RECURSO ESPECIAL. PAGAMENTO DE ABONO AOS SERVIDORES E PROFESSORES MUNICIPAIS DO ENSINO FUNDAMENTAL. DIALETICIDADE. AUSÊNCIA DE VIOLAÇÃO DO ART. 1.022, II, DO CPC/2015. INCIDÊNCIA DA SÚMULA 7/STJ. CONTROVÉRSIA DIRIMIDA COM SUPORTE EM LEI ORDINÁRIA MUNICIPAL E FUNDAMENTO CONSTITUCIONAL. APLICAÇÃO DAS SÚMULAS 280 E 126 DO STF. MAJORAÇÃO DE HONORÁRIOS RECURSAIS EM SENTENÇA/ACÓRDÃO ILÍQUIDO PELO STJ. IMPOSSIBILIDADE. COMPETÊNCIA DO JUÍZO DE ORIGEM. AGRAVO INTERNO PARCIALMENTE PROVIDO. [...] 6. Desse modo, verifica-se ter sido a lide julgada à luz de interpretação de legislação local, qual seja, a Lei Ordinária Municipal n. 2.833/2000, cuja apreciação, da forma como definiu o Colegiado estadual, seria imprescindível para o deslinde da controvérsia. Desse modo, aplica-se à espécie, por analogia, a Súmula 280 do STF, segundo a qual "por ofensa ao direito local não cabe Recurso Extraordinário" 7. (...) 9. Agravo Interno parcialmente provido. (STJ. AgInt no AREsp n. 2.383.225/PE, relator Ministro Herman Benjamin, Segunda Turma, julgado em 30/10/2023, DJe de 18/12/2023.) Por fim, o Recorrente aduz ofensa ao artigo 39, da Lei nº 6.830 e ao artigo 927, inciso III, do Código de Processo Civil, ao argumento de que a Fazenda Pública municipal não está sujeita ao pagamento de custas e emolumentos, razão pela qual “Além de violar o art. 39 da Lei n.º 6.830/80, o v. decisum recorrido materializa violação ao disposto no art. 927, inc. III do CPC[1] , visto que se revela manifestamente incompatível com o Precedente fixado por esse Colendo Sodalício no Recurso Especial Representativo de Controvérsia de n.º 1.107.543/SP [Tema 202], apreciado sob o rito dos recursos repetitivos, no sentido de que a União Federal, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios são isentos de custas judiciais estatais, nos termos do art. 39 da Lei n.º 6.830/1980”. Sobre o tema, o Órgão Fracionário entendeu pela manutenção da condenação do Município ao ressarcimento das custas processuais arcadas pela parte Recorrida nos seguintes termos, ipsis litteris: Quanto ao pleito de alteração do percentual de sucumbência, não assiste razão o MUNICÍPIO DE VITÓRIA. Dentre as pretensões judiciais de ambas as partes, é possível observar que tanto o MUNICÍPIO quanto o BANCO foram vencedor e vencido, de forma que a distribuição do ônus sucumbencial na proporção de 50% (cinquenta por cento) para cada esta consoante com o ordenamento brasileiro, nos termos previstos no art. 85, § 3º, inciso I e art. 86, CPC. Além disso, na hipótese de redução judicial de multa fixada pelo Procon, a condenação do Município ao pagamento de 50% das despesas processuais não viola o artigo 39 da Lei de Execuções Fiscais, ao contrário, respeita o que preceitua o § 1º, desta mesma norma. Nesse sentido a jurisprudência deste e. Tribunal: APELAÇÃO CÍVEL. DIREITO ADMINISTRATIVO, PROCESSUAL CIVIL E TRIBUTÁRIO. AÇÃO ANULATÓRIA. MULTA IMPOSTA PELO PROCON ESTADUAL. RECLAMAÇÃO INDIVIDUAL. REDUÇÃO DO MONTANTE. APLICAÇÃO DOS PRINCÍPIOS DA RAZOABILIDADE E PROPORCIONALIDADE. RESERVA DE PLENÁRIO. INEXISTÊNCIA DE VIOLAÇÃO. HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS. SUCUMBÊNCIA RECÍPROCA. RECURSO DESPROVIDO. […] Em ocorrendo apenas a redução da multa arbitrada no processo administrativo, de rigor reconhecer a incidência da sucumbência recíproca, com a condenação das partes ao pagamento do percentual arbitrado na origem (10%) sobre proveito econômico obtido por ambas na demanda. […] (TJES, Classe: Apelação Cível 0013548-70.2013.8.08.0024, Relator: ROBSON LUIZ ALBANEZ - Órgão julgador: QUARTA CÂMARA CÍVEL, Data de Julgamento: 12/12/2023). Com efeito, denota-se que os termos do Acórdão vergastado encontram-se balizados pela jurisprudência do Egrégio Superior Tribunal de Justiça, in verbis: EMENTA: PROCESSUAL CIVIL. TRIBUTÁRIO. RECURSO ESPECIAL REPRESENTATIVO DE CONTROVÉRSIA. ART. 543-C, DO CPC. EXECUÇÃO FISCAL. PAGAMENTO ANTECIPADO PARA EXPEDIÇÃO DE OFÍCIO AO CARTÓRIO DE TÍTULOS E DOCUMENTOS E CIVIL DE PESSOAS JURÍDICAS PELA FAZENDA PÚBLICA. DESNECESSIDADE. ART. 39, DA LEI Nº 6.830/80. ART. 27, DO CPC. DIFERENÇA ENTRE OS CONCEITOS DE CUSTAS E DESPESAS PROCESSUAIS. PRECEDENTES. 1. A certidão requerida pela Fazenda Pública ao cartório extrajudicial deve ser deferida de imediato, diferindo-se o pagamento para o final da lide, a cargo do vencido. (Precedentes: AgRg no REsp 1013586/SP, Rel. Ministro MAURO CAMPBELL MARQUES, SEGUNDA TURMA, julgado em 21/05/2009, DJe 04/06/2009; REsp 1110529/SP, Rel. Ministra ELIANA CALMON, SEGUNDA TURMA, julgado em 05/05/2009, DJe 21/05/2009; AgRg no REsp 1034566/SP, Rel. Ministro LUIZ FUX, PRIMEIRA TURMA, julgado em 10/02/2009, DJe 26/03/2009; REsp 1036656/SP, Rel. Ministra ELIANA CALMON, PRIMEIRA SEÇÃO, julgado em 11/03/2009, DJe 06/04/2009; REsp 1015541/SP, Rel. Ministro CASTRO MEIRA, SEGUNDA TURMA, julgado em 22/04/2008, DJe 08/05/2008) 2. O Sistema Processual exonera a Fazenda Pública de arcar com quaisquer despesas, pro domo sua, quando litiga em juízo, suportando, apenas, as verbas decorrentes da sucumbência (artigos 27 e 1.212, parágrafo único, do CPC). Tratando-se de execução fiscal, é textual a lei quanto à exoneração, consoante se colhe dos artigos 7º e 39, da Lei nº 6.830/80, por isso que, enquanto não declarada inconstitucional a lei, cumpre ao STJ velar pela sua aplicação. 3. A isenção de que goza a Fazenda Pública, nos termos do art. 39, da Lei de Execuções Fiscais, está adstrita às custas efetivamente estatais, cuja natureza jurídica é de taxa judiciária, consoante posicionamento do Pretório Excelso (RE 108.845), sendo certo que os atos realizados fora desse âmbito, cujos titulares sejam pessoas estranhas ao corpo funcional do Poder Judiciário, como o leiloeiro e o depositário, são de responsabilidade do autor exeqüente, porquanto essas despesas não assumem a natureza de taxa, estando excluídas, portanto, da norma insculpida no art. 39, da LEF. Diferença entre os conceitos de custas e despesas processuais. 4. Ressalte-se ainda que, de acordo com o disposto no parágrafo único art. 39 da Lei 6.830/80, a Fazenda Pública, se vencida, é obrigada a reembolsar a parte vencedora no que houver adiantado a título de custas, o que se coaduna com o art. 27, do Código de Processo Civil, não havendo, desta forma, riscos de se criarem prejuízos à parte adversa com a concessão de tal benefício isencional. 5. Mutatis mutandis, a exoneração participa da mesma ratio essendi da jurisprudência da Corte Especial que imputa a despesa extrajudicial da elaboração de planilha do cálculo àquele que pretende executar a Fazenda Pública. 6. Recurso especial provido, para determinar a expedição da certidão requerida pela Fazenda Pública, cabendo-lhe, se vencida, efetuar o pagamento das custas ao final. Acórdão submetido ao regime do art. 543-C do CPC e da Resolução STJ 08/2008. (STJ, REsp n. 1.107.543/SP, relator Ministro Luiz Fux, Primeira Seção, julgado em 24/3/2010, DJe de 26/4/2010). Assim, incide novamente ao caso a Súmula nº 83, do Egrégio Superior Tribunal de Justiça, que obsta a admissibilidade do Apelo Nobre quando a Decisão impugnada encontrar-se em conformidade com a jurisprudência do Egrégio Superior Tribunal de Justiça. Isto posto, com fulcro no artigo 1.030, inciso V, do Código de Processo Civil, inadmito o recurso. Intimem-se as Partes. Publique-se na íntegra. Transcorrido e certificado o trânsito em julgado, proceda-se à baixa definitiva do processo nos assentamentos deste Egrégio Tribunal de Justiça, inclusive, nos sistemas eletrônicos de processamento de dados, remetendo-se, ato contínuo, os autos, ao Juízo a quo, com as cautelas de estilo. NAMYR CARLOS DE SOUZA FILHO DESEMBARGADOR VICE-PRESIDENTE DO TJES

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Processo nº 5151905-83.2025.8.21.7000

ID: 299605018

Tribunal: TJRS Órgão: Secretaria da 2ª Câmara Cível Classe: AGRAVO DE INSTRUMENTO Nº Processo: 5151905-83.2025.8.21.7000

Data de Disponibilização: 16/06/2025

Polo Ativo:

Polo Passivo:

PINUS PARK AGRO-TERRITORIAL LTDA

DECISÃO MONOCRÁTICA

Advogados:

EMILIANO LEFFA BOFF

OAB/RS XXXXXX Desbloquear

Agravo de Instrumento Nº 5151905-83.2025.8.21.7000/RS TIPO DE AÇÃO: IPTU/ Imposto Predial e Territorial Urbano RELATOR : Desembargador RICARDO TORRES HERMANN AGRAVADO : PINUS PARK AGRO-TERRITORIAL L… Agravo de Instrumento Nº 5151905-83.2025.8.21.7000/RS TIPO DE AÇÃO: IPTU/ Imposto Predial e Territorial Urbano RELATOR : Desembargador RICARDO TORRES HERMANN AGRAVADO : PINUS PARK AGRO-TERRITORIAL LTDA ADVOGADO(A) : EMILIANO LEFFA BOFF (OAB RS107690) EMENTA AGRAVO DE INSTRUMENTO. TRIBUTÁRIO E PROCESSUAL CIVIL . EXECUÇÃO FISCAL. iptu. TAXAS. DILIGÊNCIA JUNTO AO REGISTRO de imóveis. CABIMENTO. ISENÇÃO DE CUSTAS E EMOLUMENTOS. RECONHECIMENTO. APLICAÇÃO DO TEMA 202/STJ. 1. Na forma do REsp nº. 1107543/SP, TEMA 202 do STJ, do art. 39 da LEF e do art. 91 do CPC, o cartório extrajudicial deve expedir as certidões requeridas pela municipalidade sem exigir a antecipação das respectivas custas e emolumentos, que serão pagas ao final, pelo vencido. Diante da determinação de averbação da penhora dos imóveis da executada pelo Juízo "a quo", há indicativo de que o Ofício Registral somente disponibiliza o documento, sem o adiantamento dos valores, se instado pelo Juízo. 2. Hipótese de provimento do recurso, na forma requerida pela Fazenda Pública, visto já ter sido cumprida a diligência junto ao Registro Geral de Imóveis local, independentemente de prévio pagamento, o qual será suportado ao final, pelo vencido. Precedentes desta Corte na apreciação de casos análogos. AGRAVO DE INSTRUMENTO PROVIDO, EM DECISÃO MONOCRÁTICA. DECISÃO MONOCRÁTICA Trata-se de agravo de instrumento interposto pelo MUNICÍPIO DE ARROIO DO SAL , nos autos em que contende com PINUS PARK AGRO TERRITORIAL LTDA , em face da decisão proferida nos seguintes termos ( evento 48, DESPADEC1 ): O pedido de Ev. 11 perdeu seu objeto, pois a ação de n.° 5001458-90.2017.8.21.0072 já se encontra baixada. No tocante ao Ev. 40.1 , caberá ao Município arcar com os emolumentos cartorários, o que deve realizar em 30 dias, conforme entendimento do Eg. TJRS: Ementa: APELAÇÃO CÍVEL. EXECUÇÃO FISCAL. CANCELAMENTO DE CDA. EMOLUMENTOS CARTORÁRIOS. RESPONSABILIDADE PELO PAGAMENTO. I. Caso em exame: Oficial do Registro de Imóveis de Passo Fundo interpõe apelação contra sentença que, ao extinguir execução fiscal promovida pelo Município de Passo Fundo em virtude do cancelamento da CDA, isentou o exequente do pagamento dos emolumentos referentes ao registro da penhora sobre imóvel e seu posterior cancelamento, com fundamento nos artigos 26 e 39 da Lei de Execuções Fiscais (LEF). II. Questão em discussão: Definir se os artigos 26 e 39 da LEF eximem a Fazenda Pública do pagamento de emolumentos cartorários referentes ao registro e ao cancelamento de penhora sobre imóvel na execução fiscal extinta por cancelamento da CDA, considerando a distinção entre custas judiciais e despesas de serventias extrajudiciais privatizadas. III. Razões de decidir: A isenção prevista nos artigos 26 e 39 da LEF abrange apenas as custas processuais de natureza estatal, não alcançando despesas com atos praticados por delegatários extrajudiciais, como registradores de imóveis. O Superior Tribunal de Justiça, ao julgar o Tema 202, assentou que a Fazenda Pública deve arcar com os custos decorrentes de serviços prestados por particulares, uma vez que tais despesas não possuem natureza de taxa judiciária. No mesmo sentido, o Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul, ao decidir o IRDR nº 70070020896, firmou entendimento de que a isenção prevista na LEF se restringe a serventias estatizadas, não alcançando serventias privatizadas. Dessa forma, impõe-se a responsabilização do exequente pelo pagamento dos emolumentos cartorários referentes ao registro da penhora e seu posterior cancelamento. IV. Dispositivo e Tese: Recurso provido para determinar que o Município de Passo Fundo arque com os emolumentos devidos ao Oficial do Registro de Imóveis de Passo Fundo. Tese: "A isenção de custas prevista nos artigos 26 e 39 da LEF não se estende a emolumentos cartorários devidos a serventias extrajudiciais privatizadas, devendo a Fazenda Pública arcar com tais despesas ao final do processo." V. Jurisprudência e Leis Relevantes Citadas: STJ, REsp 1107543/SP, Rel. Min. Luiz Fux, j. 10.06.2009; TJRS, Apelação Cível nº 5003179-07.2015.8.21.0021, Rel. Dr. Diego Carvalho Locatelli, j. 12.03.205; TJRS, Apelação Cível nº 5006300-38.2018.8.21.0021, Rel. Des. Ricardo Torres Hermann, j. 27.03.2025; TJRS, Apelação Cível nº 5003308-75.2016.8.21.0021, Rel. Des. Marcelo Bandeira Pereira, j. 11.12.2024; LEF, arts. 26 e 39; CPC.(Apelação Cível, Nº 50016843020128210021, Primeira Câmara Cível, Tribunal de Justiça do RS, Relator: Denise Oliveira Cezar, Julgado em: 29-03-2025) Sem prejuízo, aguarde-se o decurso do prazo de Ev. 47. Agendadas as intimações eletrônicas. Cumpra-se A inconformidade diz respeito a determinação de o Município arcar com os emolumentos cartorários, no prazo de 30 dias, após averbação da penhora dos imóveis sob "matrículas número 60.996, 60.998, 61.00, 61.001, 61.002 e 61.003 Livro 2" . Defende a incidência do art. 39 da LEF, prevendo que o Fisco não tem o dever de antecipar o pagamento das custas e despesas processuais dos atos processuais essenciais à sua função. Pede a reforma da decisão agravada para dar prosseguimento à execução fiscal ajuizada ( evento 1, INIC1 ). Vêm os autos à conclusão para julgamento. É o breve relatório. Decido. O recurso comporta julgamento monocrático, na forma do artigo 932, VIII, do CPC combinado com o art. 206, XXXVI, do Regimento Interno do TJRS. Na hipótese dos autos, verifico que, após a juntada da averbação de penhora incidente sobre os imóveis de propriedade da executada ( evento 40, OFIC1 ), o juízo singular determinou que o Município agravante arcasse com os emolumentos cartorários do ato no prazo de 30 dias ( evento 48, DESPADEC1 ). Pois bem. A Primeira Seção do Superior Tribunal de Justiça, no julgamento do REsp 1107543/SP, TEMA 202/STJ , firmou a compreensão de que: (a) em atenção à norma prevista no art. 39 da Lei nº. 6.830/1980, a Fazenda Pública da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios é isenta do recolhimento de custas efetivamente estatais, cuja natureza jurídica é de taxa judiciária, nas ações de execução fiscal, ainda que o feito tenha trâmite perante a Justiça estadual, a exemplo do que ocorre na hipótese vertente; (b) em Execução Fiscal, a Fazenda Pública está desobrigada do pagamento antecipado de certidões que requer, as quais serão recolhidas ao final, se vencida. A propósito: PROCESSUAL CIVIL. TRIBUTÁRIO. RECURSO ESPECIAL REPRESENTATIVO DE CONTROVÉRSIA. ART. 543-C, DO CPC. EXECUÇÃO FISCAL. PAGAMENTO ANTECIPADO PARA EXPEDIÇÃO DE OFÍCIO AO CARTÓRIO DE TÍTULOS E DOCUMENTOS E CIVIL DE PESSOAS JURÍDICAS PELA FAZENDA PÚBLICA. DESNECESSIDADE. ART. 39, DA LEI Nº 6.830/80. ART. 27, DO CPC. DIFERENÇA ENTRE OS CONCEITOS DE CUSTAS E DESPESAS PROCESSUAIS. PRECEDENTES. 1. A certidão requerida pela Fazenda Pública ao cartório extrajudicial deve ser deferida de imediato, diferindo-se o pagamento para o final da lide, a cargo do vencido. (Precedentes: AgRg no REsp 1013586/SP, Rel. Ministro MAURO CAMPBELL MARQUES, SEGUNDA TURMA, julgado em 21/05/2009, DJe 04/06/2009; REsp 1110529/SP, Rel. Ministra ELIANA CALMON, SEGUNDA TURMA, julgado em 05/05/2009, DJe 21/05/2009; AgRg no REsp 1034566/SP, Rel. Ministro LUIZ FUX, PRIMEIRA TURMA, julgado em 10/02/2009, DJe 26/03/2009; REsp 1036656/SP, Rel. Ministra ELIANA CALMON, PRIMEIRA SEÇÃO, julgado em 11/03/2009, DJe 06/04/2009; REsp 1015541/SP, Rel. Ministro CASTRO MEIRA, SEGUNDA TURMA, julgado em 22/04/2008, DJe 08/05/2008) 2. O Sistema Processual exonera a Fazenda Pública de arcar com quaisquer despesas, pro domo sua, quando litiga em juízo, suportando, apenas, as verbas decorrentes da sucumbência (artigos 27 e 1.212, parágrafo único, do CPC). Tratando-se de execução fiscal, é textual a lei quanto à exoneração, consoante se colhe dos artigos 7º e 39, da Lei nº 6.830/80, por isso que, enquanto não declarada inconstitucional a lei, cumpre ao STJ velar pela sua aplicação. 3. A isenção de que goza a Fazenda Pública, nos termos do art. 39, da Lei de Execuções Fiscais, está adstrita às custas efetivamente estatais, cuja natureza jurídica é de taxa judiciária, consoante posicionamento do Pretório Excelso (RE 108.845), sendo certo que os atos realizados fora desse âmbito, cujos titulares sejam pessoas estranhas ao corpo funcional do Poder Judiciário, como o leiloeiro e o depositário, são de responsabilidade do autor exeqüente, porquanto essas despesas não assumem a natureza de taxa, estando excluídas, portanto, da norma insculpida no art. 39, da LEF. Diferença entre os conceitos de custas e despesas processuais. 4. Ressalte-se ainda que, de acordo com o disposto no parágrafo único art. 39 da Lei 6.830/80, a Fazenda Pública, se vencida, é obrigada a reembolsar a parte vencedora no que houver adiantado a título de custas, o que se coaduna com o art. 27, do Código de Processo Civil , não havendo, desta forma, riscos de se criarem prejuízos à parte adversa com a concessão de tal benefício isencional. 5. Mutatis mutandis, a exoneração participa da mesma ratio essendi da jurisprudência da Corte Especial que imputa a despesa extrajudicial da elaboração de planilha do cálculo àquele que pretende executar a Fazenda Pública. 6. Recurso especial provido, para determinar a expedição da certidão requerida pela Fazenda Pública, cabendo-lhe, se vencida, efetuar o pagamento das custas ao final. Acórdão submetido ao regime do art. 543-C do CPC e da Resolução STJ 08/2008. (REsp 1107543/SP, Rel. Ministro LUIZ FUX, PRIMEIRA SEÇÃO, julgado em 24/03/2010, DJe 26/04/2010) (grifos meus) Não bastasse o art. 39 da Lei das Execuções Fiscais e o repetitivo, cabe destacar que o art. 91 do CPC também prevê que “as despesas dos atos processuais praticados a requerimento da Fazenda Pública, do Ministério Público ou da Defensoria Pública serão pagas ao final pelo vencido” . Vale dizer, então, que, na forma do TEMA 202/STJ, do art. 39 da LEF e do art. 91 do CPC, o cartório extrajudicial deve expedir as certidões requeridas pela municipalidade sem exigir a antecipação das respectivas custas e emolumentos, que serão pagas ao final, pelo vencido. Ainda, verifico já ter sido disponibilizado documento pelo Registro Geral de Imóveis com a informação de que " vencem emolumentos (...) no valor de R$ 876,00 que deverá ser anexado a conta no final do processo ". Logo, a hipótese é de provimento do recurso para determinar que o pagamento seja realizado no fim da demanda pela parte vencida, conforme solicitado pela Fazenda Pública. Cabe ressaltar que, em feitos análogos, esta Corte tem reiteradamente assentado que a expedição de certidões e/ou documentos requeridos por município perante Cartório de Registro Civil/Cartório de Registro de Imóveis e/ou Junta Comercial deve ser deferida, com a postergação do pagamento das custas para o fim da lide, as quais ficam a cargo do vencido. Nesse sentido: APELAÇÃO CÍVEL. DIREITO TRIBUTÁRIO. EXECUÇÃO FISCAL. EXTINÇÃO DO FEITO POR AUSÊNCIA DE PRESSUPOSTO PROCESSUAL. PEDIDO DE SUSPENSÃO PARA CUMPRIMENTO DA MEDIDA. ABANDONO DA CAUSA. IMPOSSIBILIDADE. AUSÊNCIA DE INTIMAÇÃO ESPECÍFICA. 1. No presente momento processual, não há fundamento para a extinção por ausência de pressupostos de constituição e de desenvolvimento válido e regular do processo. In casu, uma vez citada pessoalmente a executada, considerando o pleito do ente municipal de suspensão do prazo para aguardar resposta de consulta perante o Cartório de Registro Civil das Pessoas Naturais, para o fim de regularização do polo passivo, não se pode reconhecer a extinção do feito sem resolução do mérito sob o fundamento de ausência de pressupostos de constituição e de desenvolvimento válido e regular do processo. Demais, com relação ao ponto, convém ressaltar que o entendimento deste Tribunal de Justiça é no sentido de que o Judiciário deve deferir eventual pedido de expedição de certidões e/ou documentos por meio inclusive do protocolo CRC-JUD. Precedentes. 2. Tampouco há de se falar em abandono da causa. A extinção do feito por inércia do exequente somente deve ser realizada depois de atendida à providência estabelecida no art. 485, § 1º, do Código de Processo Civil , o que, in casu, não se verificou, eis que, embora a intimação eletrônica possua caráter pessoal, deve ser específica, ou seja, quanto à possibilidade de extinção caso o feito não tenha impulsionamento, o que não ocorreu no caso. Precedentes do TJRS. Desconstituição da sentença, com o regular prosseguimento do feito executivo. APELAÇÃO PROVIDA, EM DECISÃO MONOCRÁTICA.(Apelação Cível, Nº 50007591520148210037, Segunda Câmara Cível, Tribunal de Justiça do RS, Relator: Laura Louzada Jaccottet, Julgado em: 29-11-2023) (grifos meus) AGRAVO DE INSTRUMENTO. EXECUÇÃO FISCAL . EXPEDIÇÃO DE OFÍCIO AO REGISTRO DE CIVIL DE PESSOAS NATURAIS. PAGAMENTO AO FINAL. TEMA 202 DO STJ. Na execução fiscal , é cabível a expedição de ofício ao Cartório de Registro Civil de Pessoas Naturais, devendo o pagamento das despesas ser realizado ao final pelo sucumbente. Aplicação do Tema 202 do STJ. Resp 1.107.543/SP. Jurisprudência do TJ/RS. Recurso provido. (Agravo de Instrumento, Nº 51658978220238217000, Vigésima Segunda Câmara Cível, Tribunal de Justiça do RS, Relator: Maria Isabel de Azevedo Souza, Julgado em: 16-06-2023) (grifos meus) AGRAVO DE INSTRUMENTO. TRIBUTÁRIO. EXECUÇÃO FISCAL. EXPEDIÇÃO DE OFÍCIO AO REGISTRO CIVIL DE PESSOAS NATURAIS. REQUISIÇÃO DE CERTIDÃO DE ÓBITO. ISENÇÃO DE CUSTAS. POSSIBILIDADE. RESP. Nº 1.107.543/SP (TEMA 202). “A certidão requerida pela Fazenda Pública ao cartório extrajudicial deve ser deferida de imediato, diferindo-se o pagamento para o final da lide, a cargo do vencido” (REsp. 1107543/SP, Rel. Ministro LUIZ FUX, PRIMEIRA SEÇÃO, julgado em 24/03/2010, DJe 26/04/2010). Desse modo, mostra-se plenamente cabível a expedição de ofício ao Registro Civil de Pessoas Naturais para que forneça a certidão de óbito do executado, na forma pretendida pela parte exequente, independente do pagamento prévio de qualquer custo ou taxa, a teor do que estabelece o art. 39 da LEF e art. 92 do CPC. Precedentes desta Corte. AGRAVO DE INSTRUMENTO PROVIDO.(Agravo de Instrumento, Nº 51275030620238217000, Segunda Câmara Cível, Tribunal de Justiça do RS, Relator: Lúcia de Fátima Cerveira, Julgado em: 11-05-2023) (grifos meus) AGRAVO DE INSTRUMENTO. DIREITO TRIBUTÁRIO. EXECUÇÃO FISCAL. PEDIDO DE EXPEDIÇÃO DE OFÍCIO À JUNTA COMERCIAL. PAGAMENTO DAS RESPECTIVAS CUSTAS DIFERIDO PARA O FINAL DA LIDE, A CARGO DO VENCIDO. POSSIBILIDADE NO CASO CONCRETO. PRECEDENTES DESTA CORTE DE JUSTIÇA E DO E. STJ. AGRAVO DE INSTRUMENTO PROVIDO, EM DECISÃO MONOCRÁTICA. (Agravo de Instrumento, Nº 70084982511, Vigésima Segunda Câmara Cível, Tribunal de Justiça do RS, Relator: Luiz Felipe Silveira Difini, Julgado em: 30-03-2021) (grifos meus) Ante o exposto, em decisão monocrática, DOU PROVIMENTO ao AGRAVO DE INSTRUMENTO ao efeito de deferir o pedido de diligência junto ao Registro de Imóveis, ficando o pagamento das respectivas custas e emolumentos postergado para o fim do processo, a cargo do vencido. Intime-se. Diligências legais. Porto Alegre, 13 de junho de 2025.

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Processo nº 5186442-08.2025.8.21.7000

ID: 320817696

Tribunal: TJRS Órgão: Secretaria da 2ª Câmara Cível Classe: AGRAVO DE INSTRUMENTO Nº Processo: 5186442-08.2025.8.21.7000

Data de Disponibilização: 09/07/2025

Polo Ativo:

Polo Passivo:

JOSE LUIS ARAUJO TEIXEIRA

DECISÃO MONOCRÁTICA

Advogados:

RENATA DA SILVA FRAGA

OAB/RS XXXXXX Desbloquear

Agravo de Instrumento Nº 5186442-08.2025.8.21.7000/RS TIPO DE AÇÃO: IPTU/ Imposto Predial e Territorial Urbano RELATORA : Desembargadora LUCIA DE FATIMA CERVEIRA AGRAVADO : JOSE LUIS ARAUJO TEIXEIRA… Agravo de Instrumento Nº 5186442-08.2025.8.21.7000/RS TIPO DE AÇÃO: IPTU/ Imposto Predial e Territorial Urbano RELATORA : Desembargadora LUCIA DE FATIMA CERVEIRA AGRAVADO : JOSE LUIS ARAUJO TEIXEIRA ADVOGADO(A) : RENATA DA SILVA FRAGA (OAB RS072867) EMENTA DIREITO TRIBUTÁRIO. AGRAVO DE INSTRUMENTO. EXECUÇÃO FISCAL. EXPEDIÇÃO DE OFÍCIO PARA OBTENÇÃO DE CERTIDÃO DE ÓBITO. POSSIBILIDADE. PROVIMENTO DO RECURSO. I. CASO EM EXAME: Agravo de instrumento interposto contra decisão que indeferiu o pedido de expedição de ofício ao Registro Civil para obtenção da certidão de óbito do executado, fundamentando que tal diligência compete ao exequente. O agravante alega a impossibilidade de obtenção do documento sem o pagamento de taxa, requerendo a reforma da decisão. II. QUESTÃO EM DISCUSSÃO: A questão em discussão consiste em verificar a possibilidade de expedição de ofício ao Cartório de Registro Civil para a obtenção da certidão de óbito do executado, considerando a alegação de que o pagamento da taxa é indevido e que a Fazenda Pública é isenta de tais despesas. III. RAZÕES DE DECIDIR: A Fazenda Pública é isenta do pagamento antecipado de custas e emolumentos para a obtenção de certidões, conforme entendimento do Superior Tribunal de Justiça, que determina que a certidão requerida deve ser deferida de imediato, com o pagamento diferido para o final da lide. O art. 39 da Lei de Execuções Fiscais assegura a isenção de despesas à Fazenda Pública, que deve arcar apenas com as verbas decorrentes da sucumbência, não se aplicando a taxas exigidas por cartórios extrajudiciais. A jurisprudência do Tribunal de Justiça do RS reforça a possibilidade de expedição de ofício ao Registro Civil para a obtenção de certidão de óbito, com o pagamento das despesas sendo realizado ao final pelo vencido. A decisão agravada deve ser reformada para permitir a expedição do ofício, considerando que a Fazenda Pública não deve ser onerada com o pagamento antecipado de taxas para a obtenção de documentos necessários ao prosseguimento da execução fiscal. IV. DISPOSITIVO: Recurso provido para determinar a expedição de ofício ao Registro Civil de Pessoas Naturais para que forneça a certidão de óbito do executado, com o pagamento das custas diferido para o final do processo pelo vencido. Dispositivos relevantes citados: Lei nº 6.830/80, art. 39; CPC/2015, art. 91. Jurisprudência relevante citada: STJ, REsp 1.107.543/SP, Rel. Min. Luiz Fux, j. 24.03.2010; TJRS, Agravo de Instrumento, Nº 50174497020238217000, Relator: Maria Isabel de Azevedo Souza, julgado em 31-01-2023. AGRAVO DE INSTRUMENTO PROVIDO. DECISÃO MONOCRÁTICA MUNICÍPIO DE VIAMÃO agrava de instrumento da de decisão que, nos autos da execução fiscal ajuizada em desfavor de JOSE LUIS ARAUJO TEIXEIRA , indeferiu o pedido de diligência para obtenção da certidão de óbito do executado, nos seguintes termos: 1. A correta identificação do polo passivo é ônus do exequente. O sistema EPROC acusa que o executado JOSE LUIS ARAUJO TEIXEIRA é falecido(a), e, em pesquisa, no site da Receita Federal, cujo extrato foi juntado aos autos ( evento 43, SITCADCPF1 ), extrai-se também o óbito da parte, inclusive com informação do ano em que se deu. Trata-se de informação fornecida por órgão estatal, de modo que se presume sua veracidade, sendo certo, ademais, que, conforme art. 80, parágrafo único, da Lei de Registros Públicos, “o oficial de registro civil comunicará o óbito à Receita Federal e à Secretaria de Segurança Pública da unidade da Federação que tenha emitido a cédula de identidade, exceto se, em razão da idade do falecido, essa informação for manifestamente desnecessária”. Assim, se a informação de falecimento consta no banco de dados da Receita Federal, é porque o óbito já restou registrado e foi devidamente comunicado àquele órgão pelo oficial do registro civil, denotando-se a confiabilidade do dado. Ainda, colho do ensejo para de logo indeferir eventual pedido de expedição de ofício a cartórios de registro civil, uma vez que se cuida de diligência a cargo da parte e que não envolve matéria sob reserva de jurisdição. Ademais, há de se fazer distinção (CPC, art. 489, VI) com o entendimento firmado no REsp n. 1.107.543/SP (Tema 202), segundo o qual “a certidão requerida pela Fazenda Pública ao cartório extrajudicial deve ser deferida de imediato, diferindo-se o pagamento para o final da lide, a cargo do vencido”. No precedente, não se discutiu se é o próprio ente público que deve diligenciar acerca da certidão, mas somente se ele deve pagar de imediato pela expedição. E note-se que o STJ sequer constou o termo “ofício” na tese. Confira-se, a propósito, a delimitação que o próprio STJ fez da matéria submetida a julgamento naquela oportunidade: Questão referente à obrigatoriedade ou não de a Fazenda Pública, em sede de execução fiscal, proceder ao adiantamento dos valores relativos à expedição de ofício ao Cartório competente, para fornecimento de cópias dos atos constitutivos da executada. Como se vê, o precedente somente trata do pagamento do ato perante o registro público, e não da obrigatoriedade do Judiciário efetuar. No mesmo sentido da argumentação aqui esposada, destacam-se julgados do TJRS: (...) 2. Por fim, antes de se analisar o prosseguimento da execução fiscal, na forma do art. 10 do CPC, intime-se a parte exequente para, querendo, manifestar-se acerca da incidência, na íntegra, da Resolução n.º 547 do CNJ, bem como do tema 1.184 do STF e quanto à ocorrência de prescrição intercorrente, no prazo de 30 dias. Decorrido o prazo, com ou sem manifestação, façam conclusos para análise (no localizador CONC EXECUÇÃO FISCAL - CONC EXECUÇÃO FISCAL). Agendada intimação eletrônica. Diligências legais. Em razões recursais, sustenta a parte exequente, em síntese, que o Oficial do Registro de Imóveis local apenas expede a matrícula atualizada do imóvel mediante o pagamento antecipado de taxa extrajudicial. Alega que a única maneira de ser fornecido o referido documento, sem a necessidade de pagamento antecipado, é mediante requisição do Juízo, o que lhe foi obstado na origem. Defende ser isento do pagamento da referida taxa, em razão do disposto no art. 39 da LEF e do art. 5º, I, da Lei Estadual nº 14.634/2014. Cita a jurisprudência. Pugna pela reforma da decisão agravada, para fins de determinar que o Juízo de primeiro grau expeça ofício ao Registro Civil de Pessoas Naturais para que forneça a certidão de óbito do executado/agravado Tiago Rodrigo da Silva, para o prosseguimento da execução, com fulcro no artigo 39 da Lei 6.830/80, artigo 91 do Código de Processo Civil. Pede provimento. Vêm os autos conclusos para julgamento. É o relatório. Decido. Possível o julgamento monocrático, nos termos do art. 932, VIII, do CPC 1 , combinado com artigo 206, XXXVI, do Regimento Interno deste Tribunal 2 . A controvérsia recursal apresentada diz com a possibilidade de expedição de ofício ao Cartório de Pessoas Naturais, para fins de solicitar cópia da certidão de óbito do executado, uma vez que nas tentativas de obtenção extrajudicial desse documento lhe fora exigido o pagamento de taxa manifestamente indevida. Nesse aspecto, tenho que assiste razão à parte exequente, visto ser defeso ao cartório imobiliário exigir a antecipação do pagamento de custas e emolumentos da Fazenda Pública. O Superior Tribunal de Justiça, em 24/03/2010, no julgamento do REsp nº 1.107.543/SP (Tema 202), submetido ao rito dos recursos repetitivos, firmou entendimento de que “A certidão requerida pela Fazenda Pública ao cartório extrajudicial deve ser deferida de imediato, diferindo-se o pagamento para o final da lide, a cargo do vencido” . Confira-se: PROCESSUAL CIVIL . TRIBUTÁRIO. RECURSO ESPECIAL REPRESENTATIVO DE CONTROVÉRSIA. ART. 543-C, DO CPC. EXECUÇÃO FISCAL. PAGAMENTO ANTECIPADO PARA EXPEDIÇÃO DE OFÍCIO AO CARTÓRIO DE TÍTULOS E DOCUMENTOS E CIVIL DE PESSOAS JURÍDICAS PELA FAZENDA PÚBLICA. DESNECESSIDADE. ART. 39, DA LEI Nº 6.830/80. ART. 27, DO CPC. DIFERENÇA ENTRE OS CONCEITOS DE CUSTAS E DESPESAS PROCESSUAIS. PRECEDENTES. 1. A certidão requerida pela Fazenda Pública ao cartório extrajudicial deve ser deferida de imediato, diferindo-se o pagamento para o final da lide, a cargo do vencido. (Precedentes: AgRg no REsp 1013586/SP, Rel. Ministro MAURO CAMPBELL MARQUES, SEGUNDA TURMA, julgado em 21/05/2009, DJe 04/06/2009; REsp 1110529/SP, Rel. Ministra ELIANA CALMON, SEGUNDA TURMA, julgado em 05/05/2009, DJe 21/05/2009; AgRg no REsp 1034566/SP, Rel. Ministro LUIZ FUX, PRIMEIRA TURMA, julgado em 10/02/2009, DJe 26/03/2009; REsp 1036656/SP, Rel. Ministra ELIANA CALMON, PRIMEIRA SEÇÃO, julgado em 11/03/2009, DJe 06/04/2009; REsp 1015541/SP, Rel. Ministro CASTRO MEIRA, SEGUNDA TURMA, julgado em 22/04/2008, DJe 08/05/2008) 2. O Sistema Processual exonera a Fazenda Pública de arcar com quaisquer despesas, pro domo sua, quando litiga em juízo, suportando, apenas, as verbas decorrentes da sucumbência (artigos 27 e 1.212, parágrafo único, do CPC). Tratando-se de execução fiscal, é textual a lei quanto à exoneração, consoante se colhe dos artigos 7º e 39, da Lei nº 6.830/80, por isso que, enquanto não declarada inconstitucional a lei, cumpre ao STJ velar pela sua aplicação. 3. A isenção de que goza a Fazenda Pública, nos termos do art. 39, da Lei de Execuções Fiscais, está adstrita às custas efetivamente estatais, cuja natureza jurídica é de taxa judiciária, consoante posicionamento do Pretório Excelso (RE 108.845), sendo certo que os atos realizados fora desse âmbito, cujos titulares sejam pessoas estranhas ao corpo funcional do Poder Judiciário, como o leiloeiro e o depositário, são de responsabilidade do autor exeqüente, porquanto essas despesas não assumem a natureza de taxa, estando excluídas, portanto, da norma insculpida no art. 39, da LEF. Diferença entre os conceitos de custas e despesas processuais. 4. Ressalte-se ainda que, de acordo com o disposto no parágrafo único art. 39 da Lei 6.830/80, a Fazenda Pública, se vencida, é obrigada a reembolsar a parte vencedora no que houver adiantado a título de custas, o que se coaduna com o art. 27, do Código de Processo Civil , não havendo, desta forma, riscos de se criarem prejuízos à parte adversa com a concessão de tal benefício isencional. 5. Mutatis mutandis, a exoneração participa da mesma ratio essendi da jurisprudência da Corte Especial que imputa a despesa extrajudicial da elaboração de planilha do cálculo àquele que pretende executar a Fazenda Pública. 6. Recurso especial provido, para determinar a expedição da certidão requerida pela Fazenda Pública, cabendo-lhe, se vencida, efetuar o pagamento das custas ao final. Acórdão submetido ao regime do art. 543-C do CPC e da Resolução STJ 08/2008. (REsp 1107543/SP, Rel. Ministro LUIZ FUX, PRIMEIRA SEÇÃO, julgado em 24/03/2010, DJe 26/04/2010) [Grifado] Como visto, “o valor devido a título de despesas de ofício ao Cartório de Registro de Pessoas contém-se no conceito de custas processuais, razão pela qual não há como equiparar-se a despesa ao pagamento prévio exigido para que o Oficial de Justiça cumpra as diligências requeridas pela Fazenda Pública, que tem natureza jurídica de despesa processual” (REsp. 1107543/SP, Rel. Ministro LUIZ FUX, PRIMEIRA SEÇÃO, julgado em 24/03/2010, DJe 26/04/2010). Por analogia, esse entendimento deve ser aplicado à hipótese dos autos, uma vez que o Registro de Imóveis são serventias extrajudiciais, prestadoras de serviço público e cujas regras gerais estão disciplinadas na Lei nº 6.015/73, alterada pelo Lei 6.216/75, responsável por disciplinar também os Registros Civis de Pessoas Naturais e Jurídicas e o Registro de Títulos e Documentos. Cabe salientar que o pagamento das respectivas custas com a emissão dos documentos pleiteados deverá ser suportado ao final do processo pelo vencido, a teor do que estabelece o art. 91 do CPC, in verbis: Art. 91. As despesas dos atos processuais praticados a requerimento da Fazenda Pública, do Ministério Público ou da Defensoria Pública serão pagas ao final pelo vencido. Não se desconhece, ainda, que o art. 39 da Lei de Execuções Fiscais 3 também autoriza a dispensa das despesas da Fazenda Pública em Juízo. Nesse sentido são os precedentes deste E. Tribunal de Justiça: AGRAVO DE INSTRUMENTO . TRIBUTÁRIO E PROCESSUAL CIVIL . EXECUÇÃO FISCAL . EXPEDIÇÃO DE OFÍCIOS A ÓRGÃOS PÚBLICOS. VERIFICAÇÃO DO ÓBITO. MEDIDA EXCEPCIONAL. POSSIBILIDADE. ESGOTAMENTO DAS DILIGÊNCIAS POSSÍVEIS PELO CREDOR. 1. A intervenção do Poder Judiciário na obtenção de informações a respeito da localização do devedor é medida excepcional, já que é atribuição do credor proceder às diligências necessárias à localização da parte executada. 2. No caso, restou evidenciado o esgotamento das diligências possíveis pelo exequente, todas inexitosas, na intenção de localizar a parte executada para efetivar a citação na execução fiscal , afigurando-se cabível, diante da informação de suspensão da situação cadastral do CPF da executada e da diligência inexitosa perante o Registro de Pessoas Naturais do Município, a determinação de busca de eventual certidão de óbito junto ao Sistema Nacional de Informações de Registro Civil - SIRC. Precedentes desta Corte. AGRAVO DE INSTRUMENTO PROVIDO, EM DECISÃO MONOCRÁTICA.( Agravo de Instrumento , Nº 50550328920238217000, Segunda Câmara Cível, Tribunal de Justiça do RS, Relator: Ricardo Torres Hermann, Julgado em: 09-03-2023) AGRAVO DE INSTRUMENTO . EXECUÇÃO FISCAL . EXPEDIÇÃO DE OFÍCIO AO REGISTRO DE CIVIL DE PESSOAS NATURAIS . PAGAMENTO AO FINAL. TEMA 202 DO STJ. Na execução fiscal , é cabível a expedição de ofício ao Cartório de Registro Civil de Pessoas Naturais , devendo o pagamento das despesas ser realizado ao final pelo sucumbente. Aplicação do Tema 202 do STJ. Resp 1.107.543/SP. Pagamento ao final pelo sucumbente. Jurisprudência do TJ/RS. Recurso provido. ( Agravo de Instrumento , Nº 50174497020238217000, Vigésima Segunda Câmara Cível, Tribunal de Justiça do RS, Relator: Maria Isabel de Azevedo Souza, Julgado em: 31-01-2023) AGRAVO DE INSTRUMENTO . TRIBUTÁRIO E PROCESSUAL CIVIL. EXECUÇÃO FISCAL. IPTU E TCL. EXPEDIÇÃO DE OFÍCIO AO REGISTRO CIVIL DE PESSOAS NATURAIS. REQUISIÇÃO DE CERTIDÃO DE ÓBITO . ISENÇÃO DE CUSTAS. POSSIBILIDADE. RESP. Nº 1.107.543/SP (TEMA 202). Hipótese em que a inconformidade recursal se enquadra na tese firmada pela jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça no julgamento do REsp nº 1.107.543/SP, submetido ao rito do artigo 543-C, CPC/73, vigente à época, correspondente ao Tema 202 do STJ, que estabelece: "A certidão requerida pela Fazenda Pública ao cartório extrajudicial deve ser deferida de imediato, diferindo-se o pagamento para o final da lide, a cargo do vencido". Cabível, assim, a expedição de ofício ao Registro Civil de Pessoas Naturais para que forneça a certidão de óbito da parte executada, na forma pretendida pelo exequente, independente do pagamento prévio de qualquer custo ou taxa, a teor, inclusive, do que estabelece o art. 39 da LEF e art. 92 do CPC. AGRAVO DE INSTRUMENTO PROVIDO, EM DECISÃO MONOCRÁTICA.( Agravo de Instrumento , Nº 53158282820248217000, Segunda Câmara Cível, Tribunal de Justiça do RS, Relator: Ricardo Torres Hermann, Julgado em: 28-10-2024) Destarte, merece reforma a decisão agravada para determinar a expedição de ofício Registro Civil de Pessoas Naturais local, na forma requerida pela Fazenda Pública. Por tais razões , na forma do art. 932, inc. V, do CPC, dou provimento ao agravo de instrumento, para determinar a expedição de ofício ao Registro Civil de Pessoas Naturais para que forneça a certidão de óbito do executado/agravado JOSÉ LUIZ ARAÚJO TEIXEIRA, restando o pagamento das respectivas custas diferido para o final do processo pelo vencido. Comunique-se e intime-se. 1. Art. 932. Incumbe ao relator: [...] VIII - exercer outras atribuições estabelecidas no regimento interno do tribunal. 2. Art. 206. Compete ao Relator: [...] XXXVI – negar ou dar provimento ao recurso quando houver jurisprudência dominante acerca do tema no Supremo Tribunal Federal e Superior Tribunal de Justiça com relação, respectivamente, às matérias constitucional e infraconstitucional e deste Tribunal;

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