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Dario Weellesnay Americo De Oliveira x Edserv Locacoes E Servicos Ambientais Eireli - Me

ID: 260019696

Tribunal: TRT6 Órgão: 1ª Vara do Trabalho de Ipojuca Classe: AçãO TRABALHISTA - RITO SUMARíSSIMO Nº Processo: 0000740-37.2024.5.06.0191

Data de Disponibilização: 24/04/2025

Polo Ativo:

DARIO WEELLESNAY AMERICO DE OLIVEIRA

Polo Passivo:

EDSERV LOCACOES E SERVICOS AMBIENTAIS EIRELI - ME

Notificação

Advogados:

JOSELMA FERREIRA LEITE GERSOSIMO

OAB/PE XXXXXX Desbloquear

IGOR DA ROCHA TELINO DE LACERDA

OAB/PE XXXXXX Desbloquear

GUSTAVO HENRIQUE DE SOUZA RAMOS

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PODER JUDICIÁRIO JUSTIÇA DO TRABALHO TRIBUNAL REGIONAL DO TRABALHO DA 6ª REGIÃO 1ª VARA DO TRABALHO DE IPOJUCA 0000740-37.2024.5.06.0191 : DARIO WEELLESNAY AMERICO DE OLIVEIRA : EDSERV LOCACOE… PODER JUDICIÁRIO JUSTIÇA DO TRABALHO TRIBUNAL REGIONAL DO TRABALHO DA 6ª REGIÃO 1ª VARA DO TRABALHO DE IPOJUCA 0000740-37.2024.5.06.0191 : DARIO WEELLESNAY AMERICO DE OLIVEIRA : EDSERV LOCACOES E SERVICOS AMBIENTAIS EIRELI - ME INTIMAÇÃO Fica V. Sa. intimado para tomar ciência da Sentença ID 5c623c0 proferida nos autos, cujo dispositivo consta a seguir: SENTENÇA Vistos, etc. I – RELATÓRIO Dispensado (art. 852-I, CLT). II – FUNDAMENTOS 1 – PRELIMINARMENTE 1.1 – DA INTIMAÇÃO EXCLUSIVA EM NOME DOS ADVOGADOS DAS PARTES Defiro o pedido de notificação exclusiva aos advogados indicados, conforme requerido nas peças dos autos, devendo a Secretaria dirigir a ciência dos atos processuais ao(s) causídico(s) ali indicado(s), lançando os registros pertinentes no Sistema PJe-JT, nos termos previstos na Súmula nº 427 do c. TST, bem como no tocante aos dados dos endereços indicados. À atenção da Secretaria. 1.2 – DA GRATUIDADE DA JUSTIÇA Pugnou a parte autora pela concessão do benefício estipulado no Art. 790 da CLT, apresentando declaração de pobreza devidamente assinada (conforme fl. 12). Consoante se infere do disposto no art. 790, § 3º, da CLT, a concessão da Assistência Judiciária Gratuita é facultada ao Magistrado, até mesmo de ofício, para os trabalhadores com renda igual ou inferior a 40% do limite máximo dos benefícios do RGPS, como transcrito: “§ 3º É facultado aos juízes, órgãos julgadores e presidentes dos tribunais do trabalho de qualquer instância conceder, a requerimento ou de ofício, o benefício da justiça gratuita, inclusive quanto a traslados e instrumentos, àqueles que perceberem salário igual ou inferior a 40% (quarenta por cento) do limite máximo dos benefícios do Regime Geral de Previdência Social.” Nada obstante, a mera percepção de renda em valor superior ao limite estabelecido no Art. 790, § 3º, do texto consolidado, ainda que suposta, não torna presumida a livre disponibilidade de recursos da parte autora de modo a custear o processo judicial sem detrimento de suas necessidades básicas de sobrevivência, especialmente quando a circunstância limitante se encontra declarada na forma da lei, encontrando-se, pois, revestida da presunção legal de veracidade, à guisa da previsão constante do art. 99, §3º, do CPC/2015 c/c o art. 1º da Lei n. 7.115/83, ambos aplicáveis ao processo do trabalho por força do disposto nos Arts. 769 da CLT e 15 do CPC. Frise-se que a aludida presunção, in casu, não quedou afastada por prova em sentido contrário. Aplicável à hipótese, por consectário, o § 4º do Art. 790 da CLT, para cujo pressuposto a declaração de pobreza firmada pelo(a) autor(a) já constitui prova suficiente: “§ 4º O benefício da justiça gratuita será concedido à parte que comprovar insuficiência de recursos para o pagamento das custas do processo” Desta forma, atendo o requerimento formulado na inicial, concedendo à parte autora o benefício da justiça gratuita, com arrimo no comando legal transcrito supra. 2 – MÉRITO 2.1 – DA REVELIA E CONFISSÃO FICTA Verifica-se que a parte reclamada, embora regularmente notificada (fls. 28), não compareceu à sessão designada, o que acarreta a aplicação da revelia e confissão quanto à matéria de fato, nos termos do artigo 844 da CLT. Como consequência, presumem-se verdadeiros os fatos narrados na inicial, restando analisar os pedidos à luz das provas documentais existentes nos autos e das presunções delas decorrentes. 2.2 – DO FGTS – DEPÓSITOS FALTANTES O Reclamante alega que a Reclamada não efetuou corretamente os depósitos na sua conta vinculada de FGTS durante o período do contrato de trabalho, pleiteando o pagamento dos valores faltantes, acrescidos da multa de 40% sobre esses valores. Segundo a inicial, o Reclamante foi admitido em 21/02/2022 na função de Motorista, com remuneração mensal de R$2.791,72, tendo sido dispensado sem justa causa em 05/09/2024. Afirma o autor que, ao tentar sacar seu FGTS, verificou discrepância entre o montante que deveria ter sido depositado pela empresa ao longo do contrato de trabalho e aquele efetivamente disponível na sua conta vinculada. Segundo sua alegação, a reclamada teria fornecido um comprovante de depósito do FGTS no valor somado à multa de 40% de R$10.830,42, enquanto o saldo efetivamente disponível seria muito inferior. Em atendimento ao comando judicial, a Caixa Econômica Federal apresentou o extrato analítico da conta vinculada do reclamante (fls. 74/75), documento essencial para a apreciação do pedido. Da análise do extrato fornecido pela CEF, verifica-se que o saldo total disponível na conta vinculada do reclamante, em 21/03/2025 (data da emissão do extrato), era de R$4.802,18, composto por R$4.415,05 de depósitos e R$387,13 de juros. Considerando o valor salarial de R$2.791,72 informado na inicial e tendo em vista que o reclamante trabalhou no período de 21/02/2022 a 05/09/2024 (aproximadamente 31 meses), o valor total devido a título de FGTS (8% sobre o salário mensal durante todo o período contratual), seria de aproximadamente R$6.924,32 (R$2.791,72 x 0,08 x 31), não considerando eventuais variações salariais. O extrato fornecido pela Caixa Econômica Federal (fls. 74/75) demonstra que os depósitos realizados pela empresa não seguiram um padrão regular, havendo períodos de atrasos e valores inferiores ao devido. Verifica-se, por exemplo, que em vários meses os depósitos foram feitos "em atraso", conforme anotação da própria CEF. Ademais, nota-se que, após a rescisão contratual ocorrida em 05/09/2024, não consta o depósito da multa rescisória de 40% sobre o FGTS, obrigação legal do empregador no caso de dispensa sem justa causa, conforme art. 18, §1º, da Lei 8.036/90. Diante dos documentos apresentados e considerando a revelia da reclamada, restou demonstrado que a empresa não efetuou corretamente os depósitos de FGTS ao longo do contrato de trabalho, bem como não comprovou o pagamento da multa rescisória de 40%. Destaco que a documentação ofertada pela ré às fls. 91/93 é a mesma já trazida aos autos pelo autor com a inicial, de modo que fora considerada para a análise da pretensão. Considerando o saldo existente na conta vinculada (R$4.415,05 de depósitos) e o valor teoricamente devido (R$6.924,32), verifica-se uma diferença de aproximadamente R$2.509,27 relativamente aos depósitos principais, sem contar a multa de 40%. Ademais, sobre o total dos depósitos devidos, incide a multa rescisória de 40%, estabelecida no art. 18, §1º, da Lei 8.036/90, o que corresponde a R$2.769,73 (40% sobre R$6.924,32). Assim, considerando a diferença de depósitos principais (R$2.509,27) e a multa rescisória (R$2.769,73), o valor total devido ao reclamante seria de R$5.279,00. Cumpre observar que o pedido do autor limitou-se ao valor de R$5.859,98, que é compatível com o apurado nesta sentença, considerando-se eventuais variações salariais e outros adicionais que podem ter composto a base de cálculo do FGTS. Portanto, julgo procedente o pedido para condenar a reclamada ao pagamento das diferenças de FGTS não depositadas, acrescidas da multa de 40%, totalizando o valor de R$5.279,00, a ser atualizado na forma da lei. Tais valores devem ser depositados diretamente na conta vinculada ao trabalhador, por aplicação do seguinte precedente vinculante do TST, in verbis: “Nos casos em que o empregado ajuíza reclamação trabalhista pretendendo a percepção de parcelas relativas ao FGTS e à respectiva multa, os valores devem ser depositados em conta vinculada e não pagos diretamente ao trabalhador.” (Processo: RRAg-0000003-65.2023.5.05.0201) - grifei 2.3 – DA BASE DE CÁLCULO Para efeito de liquidação do julgado, deve ser observada a evolução salarial indicada nas fichas financeiras acostadas aos autos ou, se faltantes, o salário informado na exordial, além dos limites do pedido, em observância aos arts. 141 e 492 do CPC. No mais, devem ser observadas as demais diretrizes traçadas na presente sentença. 2.4 – HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS A reclamada deverá arcar com (10%) do valor da condenação, na forma prevista no art. 791-A da CLT. Para fixação do percentual acima, foi observado o grau de zelo do profissional, a natureza e a importância da causa, o trabalho realizado pelos advogados e tempo despendido nas suas atribuições (art. 791-A, § 2º da CLT). 2.5 – JUROS E CORREÇÃO MONETÁRIA As parcelas deferidas serão corrigidas a partir do vencimento da obrigação, nos termos do artigo 459, § 1º, da CLT e da Súmula n. 381, do TST, inclusive os valores relativos ao FGTS (OJ n. 302 da SBDI-I do TST). Em observância à decisão proferida pelo do STF nas ADCs 58 e 59, a atualização monetária deverá observar o IPCA-E na fase pré-judicial e, a partir da citação, a taxa SELIC (art. 406 do Código Civil). Destaque-se que, como a taxa Selic engloba em sua composição os juros de mora e a correção monetária, com a sua incidência passa a ser defeso a cumulação com outros índices. Assim, resta igualmente afastada a aplicação do artigo 39, parágrafo 1º, da Lei 8.177/1991 que versa a respeito de juros quanto a créditos trabalhistas. III – CONCLUSÃO Isto posto, JULGO PROCEDENTE a postulação do reclamante DARIO WEELLESNAY AMÉRICO DE OLIVEIRA em face de EDSERV LOCAÇÕES E SERVIÇOS AMBIENTAIS EIRELI – ME, para condenar a ré a pagar à parte autora os valores correspondentes aos títulos integrantes do presente condeno, em até 48 (quarenta e oito) horas a contar da citação para pagamento, após o trânsito em julgado da sentença (art. 880, CLT). Tudo nos termos da fundamentação supra, a qual passa a integrar o presente dispositivo como se nele estivesse transcrita. Em observância à decisão proferida pelo do STF nas ADCs 58 e 59 e nas ADIs 5.867 e 6.021, a atualização monetária deverá observar o IPCA-E na fase pré-judicial, com acréscimo dos juros previstos no caput do art. 39, da Lei 8.177/91 (item 06 do acórdão da referida decisão), e, a partir da citação, a taxa SELIC (art. 406 do Código Civil), cuja composição engloba correção monetária e juros. Para fins do artigo 832, §3º, da CLT, o presente condeno não possui parcelas de natureza salarial. Custas pela reclamada, no importe de R$105,58 (cento e cinco reais e cinquenta e oito centavos), calculadas sobre o valor da condenação (R$5.279,00). Intimem-se as partes. LUCAS DE ARAUJO CAVALCANTI Juiz do Trabalho Titular Intimado(s) / Citado(s) - DARIO WEELLESNAY AMERICO DE OLIVEIRA

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Dario Weellesnay Americo De Oliveira x Edserv Locacoes E Servicos Ambientais Eireli - Me

ID: 260019742

Tribunal: TRT6 Órgão: 1ª Vara do Trabalho de Ipojuca Classe: AçãO TRABALHISTA - RITO SUMARíSSIMO Nº Processo: 0000740-37.2024.5.06.0191

Data de Disponibilização: 24/04/2025

Polo Ativo:

DARIO WEELLESNAY AMERICO DE OLIVEIRA

Polo Passivo:

EDSERV LOCACOES E SERVICOS AMBIENTAIS EIRELI - ME

Notificação

Advogados:

JOSELMA FERREIRA LEITE GERSOSIMO

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IGOR DA ROCHA TELINO DE LACERDA

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GUSTAVO HENRIQUE DE SOUZA RAMOS

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PODER JUDICIÁRIO JUSTIÇA DO TRABALHO TRIBUNAL REGIONAL DO TRABALHO DA 6ª REGIÃO 1ª VARA DO TRABALHO DE IPOJUCA 0000740-37.2024.5.06.0191 : DARIO WEELLESNAY AMERICO DE OLIVEIRA : EDSERV LOCACOE… PODER JUDICIÁRIO JUSTIÇA DO TRABALHO TRIBUNAL REGIONAL DO TRABALHO DA 6ª REGIÃO 1ª VARA DO TRABALHO DE IPOJUCA 0000740-37.2024.5.06.0191 : DARIO WEELLESNAY AMERICO DE OLIVEIRA : EDSERV LOCACOES E SERVICOS AMBIENTAIS EIRELI - ME INTIMAÇÃO Fica V. Sa. intimado para tomar ciência da Sentença ID 5c623c0 proferida nos autos, cujo dispositivo consta a seguir: SENTENÇA Vistos, etc. I – RELATÓRIO Dispensado (art. 852-I, CLT). II – FUNDAMENTOS 1 – PRELIMINARMENTE 1.1 – DA INTIMAÇÃO EXCLUSIVA EM NOME DOS ADVOGADOS DAS PARTES Defiro o pedido de notificação exclusiva aos advogados indicados, conforme requerido nas peças dos autos, devendo a Secretaria dirigir a ciência dos atos processuais ao(s) causídico(s) ali indicado(s), lançando os registros pertinentes no Sistema PJe-JT, nos termos previstos na Súmula nº 427 do c. TST, bem como no tocante aos dados dos endereços indicados. À atenção da Secretaria. 1.2 – DA GRATUIDADE DA JUSTIÇA Pugnou a parte autora pela concessão do benefício estipulado no Art. 790 da CLT, apresentando declaração de pobreza devidamente assinada (conforme fl. 12). Consoante se infere do disposto no art. 790, § 3º, da CLT, a concessão da Assistência Judiciária Gratuita é facultada ao Magistrado, até mesmo de ofício, para os trabalhadores com renda igual ou inferior a 40% do limite máximo dos benefícios do RGPS, como transcrito: “§ 3º É facultado aos juízes, órgãos julgadores e presidentes dos tribunais do trabalho de qualquer instância conceder, a requerimento ou de ofício, o benefício da justiça gratuita, inclusive quanto a traslados e instrumentos, àqueles que perceberem salário igual ou inferior a 40% (quarenta por cento) do limite máximo dos benefícios do Regime Geral de Previdência Social.” Nada obstante, a mera percepção de renda em valor superior ao limite estabelecido no Art. 790, § 3º, do texto consolidado, ainda que suposta, não torna presumida a livre disponibilidade de recursos da parte autora de modo a custear o processo judicial sem detrimento de suas necessidades básicas de sobrevivência, especialmente quando a circunstância limitante se encontra declarada na forma da lei, encontrando-se, pois, revestida da presunção legal de veracidade, à guisa da previsão constante do art. 99, §3º, do CPC/2015 c/c o art. 1º da Lei n. 7.115/83, ambos aplicáveis ao processo do trabalho por força do disposto nos Arts. 769 da CLT e 15 do CPC. Frise-se que a aludida presunção, in casu, não quedou afastada por prova em sentido contrário. Aplicável à hipótese, por consectário, o § 4º do Art. 790 da CLT, para cujo pressuposto a declaração de pobreza firmada pelo(a) autor(a) já constitui prova suficiente: “§ 4º O benefício da justiça gratuita será concedido à parte que comprovar insuficiência de recursos para o pagamento das custas do processo” Desta forma, atendo o requerimento formulado na inicial, concedendo à parte autora o benefício da justiça gratuita, com arrimo no comando legal transcrito supra. 2 – MÉRITO 2.1 – DA REVELIA E CONFISSÃO FICTA Verifica-se que a parte reclamada, embora regularmente notificada (fls. 28), não compareceu à sessão designada, o que acarreta a aplicação da revelia e confissão quanto à matéria de fato, nos termos do artigo 844 da CLT. Como consequência, presumem-se verdadeiros os fatos narrados na inicial, restando analisar os pedidos à luz das provas documentais existentes nos autos e das presunções delas decorrentes. 2.2 – DO FGTS – DEPÓSITOS FALTANTES O Reclamante alega que a Reclamada não efetuou corretamente os depósitos na sua conta vinculada de FGTS durante o período do contrato de trabalho, pleiteando o pagamento dos valores faltantes, acrescidos da multa de 40% sobre esses valores. Segundo a inicial, o Reclamante foi admitido em 21/02/2022 na função de Motorista, com remuneração mensal de R$2.791,72, tendo sido dispensado sem justa causa em 05/09/2024. Afirma o autor que, ao tentar sacar seu FGTS, verificou discrepância entre o montante que deveria ter sido depositado pela empresa ao longo do contrato de trabalho e aquele efetivamente disponível na sua conta vinculada. Segundo sua alegação, a reclamada teria fornecido um comprovante de depósito do FGTS no valor somado à multa de 40% de R$10.830,42, enquanto o saldo efetivamente disponível seria muito inferior. Em atendimento ao comando judicial, a Caixa Econômica Federal apresentou o extrato analítico da conta vinculada do reclamante (fls. 74/75), documento essencial para a apreciação do pedido. Da análise do extrato fornecido pela CEF, verifica-se que o saldo total disponível na conta vinculada do reclamante, em 21/03/2025 (data da emissão do extrato), era de R$4.802,18, composto por R$4.415,05 de depósitos e R$387,13 de juros. Considerando o valor salarial de R$2.791,72 informado na inicial e tendo em vista que o reclamante trabalhou no período de 21/02/2022 a 05/09/2024 (aproximadamente 31 meses), o valor total devido a título de FGTS (8% sobre o salário mensal durante todo o período contratual), seria de aproximadamente R$6.924,32 (R$2.791,72 x 0,08 x 31), não considerando eventuais variações salariais. O extrato fornecido pela Caixa Econômica Federal (fls. 74/75) demonstra que os depósitos realizados pela empresa não seguiram um padrão regular, havendo períodos de atrasos e valores inferiores ao devido. Verifica-se, por exemplo, que em vários meses os depósitos foram feitos "em atraso", conforme anotação da própria CEF. Ademais, nota-se que, após a rescisão contratual ocorrida em 05/09/2024, não consta o depósito da multa rescisória de 40% sobre o FGTS, obrigação legal do empregador no caso de dispensa sem justa causa, conforme art. 18, §1º, da Lei 8.036/90. Diante dos documentos apresentados e considerando a revelia da reclamada, restou demonstrado que a empresa não efetuou corretamente os depósitos de FGTS ao longo do contrato de trabalho, bem como não comprovou o pagamento da multa rescisória de 40%. Destaco que a documentação ofertada pela ré às fls. 91/93 é a mesma já trazida aos autos pelo autor com a inicial, de modo que fora considerada para a análise da pretensão. Considerando o saldo existente na conta vinculada (R$4.415,05 de depósitos) e o valor teoricamente devido (R$6.924,32), verifica-se uma diferença de aproximadamente R$2.509,27 relativamente aos depósitos principais, sem contar a multa de 40%. Ademais, sobre o total dos depósitos devidos, incide a multa rescisória de 40%, estabelecida no art. 18, §1º, da Lei 8.036/90, o que corresponde a R$2.769,73 (40% sobre R$6.924,32). Assim, considerando a diferença de depósitos principais (R$2.509,27) e a multa rescisória (R$2.769,73), o valor total devido ao reclamante seria de R$5.279,00. Cumpre observar que o pedido do autor limitou-se ao valor de R$5.859,98, que é compatível com o apurado nesta sentença, considerando-se eventuais variações salariais e outros adicionais que podem ter composto a base de cálculo do FGTS. Portanto, julgo procedente o pedido para condenar a reclamada ao pagamento das diferenças de FGTS não depositadas, acrescidas da multa de 40%, totalizando o valor de R$5.279,00, a ser atualizado na forma da lei. Tais valores devem ser depositados diretamente na conta vinculada ao trabalhador, por aplicação do seguinte precedente vinculante do TST, in verbis: “Nos casos em que o empregado ajuíza reclamação trabalhista pretendendo a percepção de parcelas relativas ao FGTS e à respectiva multa, os valores devem ser depositados em conta vinculada e não pagos diretamente ao trabalhador.” (Processo: RRAg-0000003-65.2023.5.05.0201) - grifei 2.3 – DA BASE DE CÁLCULO Para efeito de liquidação do julgado, deve ser observada a evolução salarial indicada nas fichas financeiras acostadas aos autos ou, se faltantes, o salário informado na exordial, além dos limites do pedido, em observância aos arts. 141 e 492 do CPC. No mais, devem ser observadas as demais diretrizes traçadas na presente sentença. 2.4 – HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS A reclamada deverá arcar com (10%) do valor da condenação, na forma prevista no art. 791-A da CLT. Para fixação do percentual acima, foi observado o grau de zelo do profissional, a natureza e a importância da causa, o trabalho realizado pelos advogados e tempo despendido nas suas atribuições (art. 791-A, § 2º da CLT). 2.5 – JUROS E CORREÇÃO MONETÁRIA As parcelas deferidas serão corrigidas a partir do vencimento da obrigação, nos termos do artigo 459, § 1º, da CLT e da Súmula n. 381, do TST, inclusive os valores relativos ao FGTS (OJ n. 302 da SBDI-I do TST). Em observância à decisão proferida pelo do STF nas ADCs 58 e 59, a atualização monetária deverá observar o IPCA-E na fase pré-judicial e, a partir da citação, a taxa SELIC (art. 406 do Código Civil). Destaque-se que, como a taxa Selic engloba em sua composição os juros de mora e a correção monetária, com a sua incidência passa a ser defeso a cumulação com outros índices. Assim, resta igualmente afastada a aplicação do artigo 39, parágrafo 1º, da Lei 8.177/1991 que versa a respeito de juros quanto a créditos trabalhistas. III – CONCLUSÃO Isto posto, JULGO PROCEDENTE a postulação do reclamante DARIO WEELLESNAY AMÉRICO DE OLIVEIRA em face de EDSERV LOCAÇÕES E SERVIÇOS AMBIENTAIS EIRELI – ME, para condenar a ré a pagar à parte autora os valores correspondentes aos títulos integrantes do presente condeno, em até 48 (quarenta e oito) horas a contar da citação para pagamento, após o trânsito em julgado da sentença (art. 880, CLT). Tudo nos termos da fundamentação supra, a qual passa a integrar o presente dispositivo como se nele estivesse transcrita. Em observância à decisão proferida pelo do STF nas ADCs 58 e 59 e nas ADIs 5.867 e 6.021, a atualização monetária deverá observar o IPCA-E na fase pré-judicial, com acréscimo dos juros previstos no caput do art. 39, da Lei 8.177/91 (item 06 do acórdão da referida decisão), e, a partir da citação, a taxa SELIC (art. 406 do Código Civil), cuja composição engloba correção monetária e juros. Para fins do artigo 832, §3º, da CLT, o presente condeno não possui parcelas de natureza salarial. Custas pela reclamada, no importe de R$105,58 (cento e cinco reais e cinquenta e oito centavos), calculadas sobre o valor da condenação (R$5.279,00). Intimem-se as partes. LUCAS DE ARAUJO CAVALCANTI Juiz do Trabalho Titular Intimado(s) / Citado(s) - EDSERV LOCACOES E SERVICOS AMBIENTAIS EIRELI - ME

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Processo nº 0000740-65.2022.8.17.2320

ID: 300259195

Tribunal: TJPE Órgão: Gabinete do Des. Paulo Augusto de Freitas Oliveira 2ª TCRC (2) Classe: APELAçãO CíVEL Nº Processo: 0000740-65.2022.8.17.2320

Data de Disponibilização: 17/06/2025

Polo Ativo:

HELOISA FIGUEIRA DOS SANTOS SILVA

Polo Passivo:

Intimação (Outros)

TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE PERNAMBUCO CÂMARA REGIONAL DE CARUARU – 2ª TURMA APELAÇÃO CÍVEL: 0000740-65.2022.8.17.2320 ORIGEM: Vara Única da Comarca de Bonito RECORRENTE: INSTITUTO NACIONAL DO S… TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE PERNAMBUCO CÂMARA REGIONAL DE CARUARU – 2ª TURMA APELAÇÃO CÍVEL: 0000740-65.2022.8.17.2320 ORIGEM: Vara Única da Comarca de Bonito RECORRENTE: INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS ADVOGADO (A) DO RECORRENTE: REGINALDO PESSOA TEIXEIRA LIMA (Procurador Federal) RECORRIDO(A): VICTOR EDUARDO SANTOS SILVA ADVOGADO (A) DO RECORRIDO: HELOISA FIGUEIRA DOS SANTOS SILVA (OAB/PE 49.249) RELATOR: DES. PAULO AUGUSTO DE FREITAS OLIVEIRA DECISÃO TERMINATIVA 1. Trata-se de Apelação Cível interposta pelo INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS em face da sentença (ID 43027558) proferida pelo Juízo da Vara Única da Comarca de Bonito que, nos autos da Ação de Concessão de Benefício Acidentário ajuizada por VICTOR EDUARDO SANTOS SILVA, julgou procedente o pedido autoral. 2. A decisão recorrida, reconhecendo a presença dos requisitos para a concessão do benefício previdenciário decorrente de acidente de trabalho, determinou: (i) a concessão de tutela provisória de urgência para implantar, no prazo de 20 (vinte) dias, o benefício de auxílio-acidente em favor da parte demandante, no valor de um salário mínimo mensal; (ii) o pagamento das prestações vencidas desde a data do protocolo do requerimento administrativo (16/08/2021), mediante RPV, com correção monetária na forma do Manual de Orientação de Procedimentos para os Cálculos na Justiça Federal e juros de mora de 0,5% ao mês; (iii) a condenação do INSS ao pagamento de honorários advocatícios fixados em 10% (dez por cento) sobre o valor atualizado da condenação. Deixou de condenar o INSS em custas, ante a isenção legal. 3. Em suas razões (ID 43027861), o INSS, ora recorrente, sustenta, em síntese: (a) que os recolhimentos previdenciários do autor foram realizados em valor inferior ao limite mínimo mensal do salário de contribuição, o que, nos termos da Emenda Constitucional nº 103/2019 e do Decreto nº 10.410/2020, impossibilitaria a atribuição de efeitos previdenciários sem a devida complementação, não realizada no caso; (b) a ausência de prova da incapacidade laboral do autor após 08/10/2021, data em que o próprio INSS reconheceu a cessação da incapacidade que havia sido identificada a partir de 15/07/2021, e que o benefício foi indeferido administrativamente em razão da Data de Início da Incapacidade (DII) ser anterior ao reingresso no RGPS; (c) aduz que o autor já teve demanda anterior extinta na Justiça Federal, na qual se reconheceu a competência da Justiça Estadual para processar e julgar o feito por se tratar de benefício decorrente de acidente de trabalho. Pugna, ao final, pela reforma da sentença para que o pedido inicial seja julgado improcedente. 4. Contrarrazões apresentadas (ID 43027863), pugnando pelo seu total desprovimento, com a manutenção integral da sentença recorrida. 5. É o relatório em seu essencial. Passo a decidir monocraticamente. 6. ADMISSIBILIDADE RECURSAL O recurso é cabível (art. 1.009, CPC) e tempestivo, considerando que a sentença foi proferida em 29/11/2022, o INSS intimado em 30/11/2022 (IDs 43027859 e 43027860) e a apelação interposta em 05/12/2022 (ID 43027861), observando-se o prazo em dobro para a Fazenda Pública (art. 183 c/c art. 1.003, §5º, CPC). O preparo é dispensado, nos termos do art. 1.007, §1º, do CPC. Presentes os demais pressupostos de admissibilidade, conheço do recurso. 7. DO MÉRITO RECURSAL A controvérsia recursal cinge-se, fundamentalmente, em: i) analisar se a exigência de complementação de contribuições previdenciárias vertidas abaixo do mínimo legal, conforme a EC nº 103/2019 e o Decreto nº 10.410/2020, constitui óbice à concessão, ao autor, de benefício de natureza acidentária (Auxílio-doença - Atualmente denominado de Benefício por Incapacidade Temporária); ii) verificar se o autor ostentava a qualidade de segurado na data do infortúnio laboral; iii) aferir a comprovação da incapacidade laborativa que justifique a manutenção do benefício concedido pela sentença. A pretensão recursal não merece acolhida, devendo a sentença ser mantida por seus próprios e jurídicos fundamentos, os quais se alinham à pacífica jurisprudência pátria e à melhor doutrina sobre o tema. A). Da Dispensa de Carência e da Irrelevância do Valor das Contribuições para Benefícios Acidentários: O principal argumento do recorrente reside na suposta irregularidade das contribuições previdenciárias do autor, que teriam sido recolhidas em valor inferior ao mínimo legal, sem posterior complementação. Tal alegação, contudo, desconsidera a natureza acidentária do benefício em discussão. É cediço que os benefícios previdenciários decorrentes de acidente de trabalho possuem um regime jurídico protetivo especial, que visa amparar o trabalhador vitimado por infortúnio laboral. Nesse sentido, a Lei nº 8.213/91, em seu art. 26, inciso II, é expressa ao dispensar o cumprimento de período de carência para a concessão de auxílio-doença – atualmente denominado Benefício por Incapacidade Temporária, após a Emenda Constitucional nº 103/2019 – e aposentadoria por invalidez nos casos de acidente de qualquer natureza ou causa, bem como nos casos de doença profissional ou do trabalho. Tal dispensa é igualmente prevista para o auxílio-acidente, conforme se extrai da sistemática do diploma legal. O Decreto nº 3.048/99 (Regulamento da Previdência Social), com a redação conferida pelo Decreto nº 10.410/2020, invocado pelo recorrente, em seu art. 71, §2º, corrobora essa premissa ao estabelecer que "Será devido auxílio-doença, independentemente de carência, aos segurados obrigatório e facultativo, quando sofrerem acidente de qualquer natureza". A lógica subjacente é a de que o risco social coberto (acidente) não é passível de previsão ou cálculo atuarial que justifique a exigência de um número mínimo de contribuições. Destarte, a discussão acerca do valor das contribuições e da necessidade de sua complementação para atingir o salário mínimo, trazida à baila pela EC nº 103/2019, embora relevante para a contagem de tempo de contribuição e carência para outros benefícios, não se aplica aos benefícios de natureza acidentária, para os quais a carência é legalmente dispensada. O evento danoso (acidente) por si só, aliado à qualidade de segurado, deflagra a proteção previdenciária. Como bem salientado pelo Ministério Público em seu parecer (ID 46599182), "tal argumentação não se aplica ao presente caso, pois, como já destacado, trata-se de benefício por incapacidade decorrente de acidente de trabalho, hipótese em que a lei expressamente dispensa o requisito de carência." B). Da Qualidade de Segurado do Autor na Data do Acidente: O recorrente questiona a regularidade do vínculo previdenciário do autor. Contudo, os autos demonstram, de forma inequívoca, que o autor, Victor Eduardo Santos Silva, ingressou no Regime Geral de Previdência Social em 07/07/2021, conforme extrato do CNIS (ID 43027875 e ID 105720357 referenciado pelo MP). O acidente de trabalho que vitimou o autor ocorreu em 14/07/2021, conforme Boletim de Atendimento Médico (ID 105720340) e Comunicação de Acidente de Trabalho – CAT (ID 43027531). Portanto, na data do infortúnio, o autor detinha a qualidade de segurado empregado, sendo irrelevante para a concessão do benefício acidentário a alegação de que a DII (15/07/2021) seria supostamente anterior a um "reingresso" no RGPS, uma vez que o vínculo já existia e estava ativo. A proteção constitucional ao trabalhador (art. 7º, XXVIII, CF) e a finalidade social da Previdência (art. 194, CF) impõem o reconhecimento do direito quando presentes os pressupostos fáticos e jurídicos, como no caso. C). Da Comprovação da Incapacidade Laboral: O INSS alega a ausência de prova de incapacidade laboral do autor após 08/10/2021. A sentença recorrida concedeu o benefício de "auxílio-acidente" a partir da data do requerimento administrativo (16/08/2021). Embora haja uma imprecisão terminológica na sentença – já que o auxílio-acidente é, tipicamente, um benefício de natureza indenizatória devido após a consolidação de lesões que resultam em sequela redutora da capacidade, e não um benefício temporário no valor de um salário mínimo com DIB no requerimento de auxílio-doença –, o fato é que o próprio INSS, em sua perícia administrativa (Dossiê Médico ID 43027555), reconheceu a existência de incapacidade laboral do autor, fixando a Data de Início da Incapacidade (DII) em 15/07/2021 e a data de cessação do benefício em 08/10/2021. As considerações da perícia do INSS (ID 43027555) indicam "FERIMENTO DE DEDO , NO MOMENTO SEM INCAPACIDADE LABORAL -AUXILIAR DE PRODUÇÃO", referindo-se ao momento da perícia (08/10/2021). Contudo, o resultado da mesma perícia aponta: "EXISTIU INCAPACIDADE LABORATIVA". O magistrado sentenciante, analisando o conjunto probatório, entendeu pela presença da incapacidade decorrente do acidente. Nesse particular, convém assinalar que a convicção do magistrado sentenciante, ao ponderar o acervo probatório, encontra amparo na autonomia que lhe é conferida para a valoração das provas, não estando adstrito, de forma absoluta, às conclusões periciais. Conforme entendimento consolidado por este Egrégio Tribunal de Justiça, por meio da Súmula n. 118: “O juiz não está adstrito ao laudo pericial, podendo formar a sua convicção, desde que motivadamente, por outros elementos de prova colhidos nos autos." No caso vertente, a análise judicial considerou o contexto fático-probatório de forma integral, transcendendo uma leitura isolada do laudo administrativo para reconhecer o direito ao amparo acidentário. O INSS, em seu apelo, não logrou êxito em infirmar a conclusão da sentença quanto à existência de incapacidade ou sequela que justifique um benefício acidentário, limitando-se a afirmar la ausência de incapacidade após 08/10/2021, sem, contudo, apresentar prova robusta de plena recuperação sem sequelas redutoras para o trabalho habitual. Ademais, o recurso do INSS não se volta especificamente contra a natureza do benefício concedido ("auxílio-acidente"), mas contra os fundamentos gerais que embasariam qualquer benefício acidentário (carência, qualidade de segurado, incapacidade). Nesse contexto, e considerando o parecer ministerial pela manutenção integral da sentença, entendo que a decisão de primeiro grau, que reconheceu o direito do autor a um amparo previdenciário em face do acidente de trabalho sofrido, deve ser preservada. A proteção à dignidade da pessoa humana e o caráter alimentar do benefício recomendam uma interpretação que prestigie a cobertura previdenciária quando minimamente demonstrados os requisitos, especialmente diante da inércia do INSS em produzir contraprova eficaz. Cumpre registrar, ademais, no que tange ao período compreendido entre o indeferimento administrativo e a efetiva implantação do benefício por via judicial, que a jurisprudência pátria, notadamente do Superior Tribunal de Justiça, tem se firmado no sentido de proteger o segurado que, premido pela necessidade, retorna ao labor mesmo diante da incapacidade. Nesse sentido, o Tema Repetitivo 1.013/STJ estabeleceu que: "No período entre o indeferimento administrativo e a efetiva implantação de auxílio-doença ou de aposentadoria por invalidez, mediante decisão judicial, o segurado do RPGS tem direito ao recebimento conjunto das rendas do trabalho exercido, ainda que incompatível com sua incapacidade laboral, e do respectivo benefício previdenciário pago retroativamente." Tal diretriz reforça a imperatividade da proteção social e o caráter alimentar do benefício, assegurando que a demora na prestação jurisdicional ou o equívoco administrativo não penalizem duplamente o trabalhador. Diante deste cenário, conclui-se que a decisão recorrida deve ser mantida, considerando que os argumentos do INSS não possuem o condão de afastar o direito do autor ao benefício previdenciário de natureza acidentária, cujos pressupostos foram devidamente reconhecidos pelo juízo a quo. 9. DISPOSITIVO Ante o exposto, em conformidade à Súmula 118/TJPE e ao Tema Repetitivo 1.013/STJ, com fulcro no art. 932, inciso IV, alínea "a" e "b", do Código de Processo Civil, NEGO PROVIMENTO ao Recurso de Apelação interposto pelo INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS, mantendo integralmente a sentença recorrida por seus próprios fundamentos. Diante do total desprovimento recursal, majoro em 2% (dois por cento) os honorários sucumbenciais fixados na sentença (art. 85, §11, do CPC), observando-se os limites legais. Publique-se. Intimem-se. Após o trânsito em julgado, proceda-se à baixa dos autos. Caruaru-PE, data da assinatura eletrônica. PAULO AUGUSTO DE FREITAS OLIVEIRA Desembargador Relator P05

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Processo nº 5000019-23.2007.8.24.0036

ID: 278691126

Tribunal: TJSC Órgão: 2ª Vara Cível da Comarca de Jaraguá do Sul Classe: CUMPRIMENTO DE SENTENçA Nº Processo: 5000019-23.2007.8.24.0036

Data de Disponibilização: 26/05/2025

Polo Ativo:

BANCO DO BRASIL S.A.

Polo Passivo:

DESPACHO/DECISÃO

Advogados:

JORGE ANDRE RITZMANN DE OLIVEIRA

OAB/SC XXXXXX Desbloquear

ELISIANE DORNELES DE DORNELLES

OAB/SC XXXXXX Desbloquear

GUSTAVO RODRIGO GOES NICOLADELI

OAB/SC XXXXXX Desbloquear

CUMPRIMENTO DE SENTENÇA Nº 5000019-23.2007.8.24.0036/SC EXEQUENTE : BANCO DO BRASIL S.A. DESPACHO/DECISÃO I - PENHORA PERCENTUAL SALÁRIO Pretende a parte credora a penhora de percentual do salário d… CUMPRIMENTO DE SENTENÇA Nº 5000019-23.2007.8.24.0036/SC EXEQUENTE : BANCO DO BRASIL S.A. DESPACHO/DECISÃO I - PENHORA PERCENTUAL SALÁRIO Pretende a parte credora a penhora de percentual do salário do devedor Rubens (Evento 273). Impende salientar que o tema ainda gera grande discussão jurisprudencial, haja vista existir entendimento do STJ que possibilita a constrição de percentual da remuneração do devedor para o pagamento de dívida de natureza não alimentar, flexibilizando a regra da impenhorabilidade salarial em situações excepcionais, a fim de alcançar parte da remuneração da parte executada para a satisfação do débito exequendo, desde que preservada verba suficiente para garantir a subsistência digna da parte demandada: DIREITO PROCESSUAL CIVIL. RECURSO ESPECIAL. AÇÃO DE EXECUÇÃO DE TÍTULO EXECUTIVO EXTRAJUDICIAL. PENHORA DE PERCENTUAL DE SALÁRIO. RELATIVIZAÇÃO DA REGRA DE IMPENHORABILIDADE. POSSIBILIDADE. [...] 5. A impenhorabilidade da verba remuneratória, contudo, não é absoluta, havendo exceção expressa na lei quando a dívida se referir a pagamento de prestação alimentícia (art. 649, § 2º, do CPC). 6. Ocorre que a jurisprudência desta Corte vem evoluindo no sentido de admitir, em execução de dívida não alimentar, a flexibilização da regra de impenhorabilidade quando a hipótese concreta dos autos revelar que o bloqueio de parte da remuneração não prejudica a subsistência digna do devedor e de sua família. 7. Busca-se, nesse contexto, harmonizar duas vertentes do princípio da dignidade da pessoa humana - de um lado, o direito ao mínimo existencial; de outro, o direito à satisfação executiva. 8. Sob essa ótica, a aplicação do art. 649, IV, do CPC/73 exige um juízo de ponderação à luz das circunstâncias que se apresentam caso a caso, sendo admissível que, em situações excepcionais, se afaste a impenhorabilidade de parte da remuneração do devedor para que se confira efetividade à tutela jurisdicional favorável ao credor. 9. Tem-se, assim, que a regra da impenhorabilidade pode ser relativizada quando a hipótese concreta dos autos permitir que se bloqueie parte da verba remuneratória, preservando-se o suficiente para garantir a subsistência digna do devedor e de sua família. 10. No âmbito do STJ, há, inclusive, julgados nesse sentido: REsp 1.285.970/SP, 3ª Turma, DJe 08/09/2014; REsp 1.326.394/SP, 3ª Turma, DJe 18/03/2013; e REsp 1.356.404/DF, 4ª Turma, DJe de 23/08/2013. 11. Mais recentemente, a matéria foi apreciada por esta Turma Julgadora no julgamento do REsp 1.514.931/DF (Rel. Min. Paulo de Tarso Sanseverino, DJe 06/12/2016), no qual se decidiu que "a regra geral da impenhorabilidade dos valores depositados na conta bancária em que o executado recebe a sua remuneração, situação abarcada pelo art. 649, IV, do CPC/73, pode ser excepcionada quando o montante do bloqueio se revele razoável em relação à remuneração por ele percebida, não afrontando a dignidade ou a subsistência do devedor e de sua família" [...] (REsp n.º 1.658.069/GO, rela. Mina. Nancy Andrighi,Terceira Turma, j. em 14/11/2017). Outrossim, sabe-se que as verbas salariais inferiores a 50 salários mínimos são impenhoráveis, nos termos do art. 833, IV e § 2º, do CPC. Não fosse o bastante, cumpre rememorar que o deferimento do pedido de penhora dos vencimentos da parte devedora é medida excepcional, cabível apenas em situações específicas (dívidas de cunho alimentar e quando os vencimentos são superiores a 50 salários mínimos), o que não ocorre no caso em comento. Nesse sentido, da jurisprudência do Tribunal de Justiça de Santa Catarina extrai-se: AGRAVO DE INSTRUMENTO. CUMPRIMENTO DE SENTENÇA. HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS. DECISÃO QUE INDEFERIU A PRETENSÃO DO EXEQUENTE DE PENHORA DE PERCENTUAL DO RENDIMENTO DA PARTE EXECUTADA. MONTANTE RELATIVO AO SALÁRIO QUE, NOS TERMOS DO ART. 833, IV, DO CPC, VIA DE REGRA, É IMPENHORÁVEL. NORMA QUE SOMENTE PODE SER EXCEPCIONADA QUANDO A PARTE EXECUTADA PERCEBA ALTA REMUNERAÇÃO, ACIMA DE 50 SALÁRIOS-MÍNIMOS NACIONAIS, NOS TERMOS DO §2º DO ART. 833 DO CPC OU, QUANDO A QUANTIA FOR INFERIOR, EXISTA DEMONSTRAÇÃO, NOS AUTOS, DE QUE A CONSTRIÇÃO DE PERCENTUAL NÃO IRÁ INVIABILIZAR O SUSTENTO DA PARTE E DE SEU NÚCLEO FAMILIAR, OBSERVADO, DENTRE OUTROS VALORES, O PRINCÍPIO CONSTITUCIONAL DA DIGNIDADE DA PESSOA HUMANA. PROVA NO CASO, DE QUE A CONSTRIÇÃO DE PERCENTUAL DOS RENDIMENTOS ACARRETA PREJUÍZO AO SUSTENTO DA AGRAVADA, A QUAL PASSA POR TRATAMENTO DE SAÚDE PARA LINFOMA. SALÁRIO INFERIOR A 50 SALÁRIOS-MÍNIMOS. DECISÃO MANTIDA. RECURSO CONHECIDO E DESPROVIDO. (TJSC, Agravo de Instrumento n. 5002837-60.2024.8.24.0000, do Tribunal de Justiça de Santa Catarina, rel. Jorge Luiz de Borba, Primeira Câmara de Direito Público, j. 23-04-2024). Ainda: AGRAVO DE INSTRUMENTO. CUMPRIMENTO DE SENTENÇA. DECISÃO QUE INDEFERIU A PENHORA DE PERCENTUAL SOBRE O SALÁRIO DA EXECUTADA. INSURGÊNCIA RECURSAL DA PARTE CREDORA. IMPENHORABILIDADE SALARIAL. REGRA PREVISTA NO ART. 833, IV, DO CPC. RELATIVIZAÇÃO ADMITIDA PELO SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA. CARÁTER EXCEPCIONAL. REQUISITOS. COMPROVAÇÃO DE QUE A MEDIDA NÃO COMPROMETERÁ A SUBSISTÊNCIA DIGNA DO DEVEDOR E DE SUA FAMÍLIA E INEXISTÊNCIA DE OUTROS MEIOS EXECUTÓRIOS APTOS A GARANTIR A EFETIVIDADE DA EXECUÇÃO. CASO CONCRETO. PRESSUPOSTOS NÃO CUMPRIDOS. AUSÊNCIA DE DEMONSTRAÇÃO MÍNIMA DE QUE A PENHORA DE PERCENTUAL DE SALÁRIO DA EXECUTADA NÃO COMPROMETERÁ A SUA SUBSISTÊNCIA DIGNA. ESCASSEZ DE INFORMAÇÕES SOBRE A ATIVIDADE LABORAL DESENVOLVIDA E OS PROVENTOS DA DEVEDORA. NOTÍCIA ISOLADA DE QUE POSSUI VÍNCULO EMPREGATÍCIO ATIVO COM HORTIFRUTIGRANJEIRO. NÃO COMPROVAÇÃO DA INEXISTÊNCIA DE OUTROS MEIOS EXECUTÓRIOS TÍPICOS, MENOS GRAVOSOS, HÁBEIS A GARANTIR A SATISFAÇÃO DA DÍVIDA. DECISUM MANTIDO. RECURSO CONHECIDO E DESPROVIDO. (TJSC, Agravo de Instrumento n. 5059304-59.2024.8.24.0000, do Tribunal de Justiça de Santa Catarina, rel. Luiz Felipe Schuch, Quinta Câmara de Direito Comercial, j. 07-11-2024). No caso em estudo, porque não se está diante de crédito de natureza alimentar, porque não comprovado que a parte executada percebe renda superior a 50 (cinquenta) salários mínimos, indefiro o pedido formulado. II - PRESCRIÇÃO INTERCORRENTE Vislumbra-se possível implementação da prescrição intercorrente, diante do insucesso da parte exequente em localizar bens suscetíveis de penhora por prazo superior a 5 (cinco) anos. Nesse sentido: APELAÇÃO CÍVEL. AÇÃO DE EXECUÇÃO DE TÍTULO EXTRAJUDICIAL. DEMANDA LASTREADA EM CONTRATO PARTICULAR DE COMPRA E VENDA. SENTENÇA DECLARATÓRIA DA PRESCRIÇÃO INTERCORRENTE. RECURSO DA PARTE EXEQUENTE. ALEGADA A INOCORRÊNCIA DE PRESCRIÇÃO INTERCORRENTE DA PRETENSÃO EXECUTIVA AO ARGUMENTO DE TER DADO IMPULSO AOS ATOS EXECUTIVOS DE EXPROPRIAÇÃO DURANTE TODO O TRANSCURSO DO FEITO. INSUBSISTÊNCIA. EXEQUENTE QUE NÃO OBTEVE ÊXITO EM LOCALIZAR BENS E EFETIVAR A CONSTRIÇÃO PATRIMONIAL DO DEVEDOR DENTRO DO PRAZO DE 5 (CINCO) ANOS. PRESCRIÇÃO CONSUMADA. DECISÃO MANTIDA INCÓLUME. PRECEDENTES JURISPRUDENCIAIS DO SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA (RESP 1604412 SC) E DESTA CORTE DE JUSTIÇA (SÚMULA 64 DO TJSC). HONORÁRIOS INCABÍVEIS. EXEGESE DO ART. 921, §5º, DO CPC. RECURSO CONHECIDO E DESPROVIDO. (TJSC, Apelação n. 0000740-16.2008.8.24.0104, rel. Denise Volpato, j. 12-11-2024). Destaca-se, por oportuno, nos termos §4º do art. 921 do CPC, que "o termo inicial da prescrição no curso do processo será a ciência da primeira tentativa infrutífera de localização do devedor ou de bens penhoráveis, e será suspensa, por uma única vez, pelo prazo máximo previsto no §1º deste artigo". Acerca do tema, a Súmula 64 do TJSC: A mera renovação de diligências inexitosas ou rejeitadas sem a efetiva constrição patrimonial, ainda que antes das alterações promovidas pela Lei n. 14.195/2021, não interrompe o curso do prazo da prescrição intercorrente”. Assim, com fulcro no art. 10 do Código de Processo Civil, intime-se a parte exequente sobre a possível implementação da prescrição intercorrente, a fim de que se manifeste, querendo, em 15 (quinze) dias. Intime-se. Cumpra-se.

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Processo nº 0000740-46.2025.4.05.8102

ID: 277186700

Tribunal: TRF5 Órgão: 30ª Vara Federal CE Classe: PROCEDIMENTO DO JUIZADO ESPECIAL CíVEL Nº Processo: 0000740-46.2025.4.05.8102

Data de Disponibilização: 23/05/2025

Polo Ativo:

MARIA MARCIA JANUARIO MARQUES

Polo Passivo:

Intimação

Advogados:

TAYNARA ISLEY DE LIMA ALENCAR

OAB/CE XXXXXX Desbloquear

JUSTIÇA FEDERAL DA 5ª REGIÃO Processo Judicial Eletrônico 30ª VARA FEDERAL CE PROCESSO: 0000740-46.2025.4.05.8102 - PROCEDIMENTO DO JUIZADO ESPECIAL CÍVEL (436) AUTOR: MARIA MARCIA JANUARIO MARQUES A… JUSTIÇA FEDERAL DA 5ª REGIÃO Processo Judicial Eletrônico 30ª VARA FEDERAL CE PROCESSO: 0000740-46.2025.4.05.8102 - PROCEDIMENTO DO JUIZADO ESPECIAL CÍVEL (436) AUTOR: MARIA MARCIA JANUARIO MARQUES Advogado do(a) AUTOR: TAYNARA ISLEY DE LIMA ALENCAR - CE46855 REU: INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS ATO ORDINATÓRIO JUIZ FEDERAL da 30ª VARA FEDERAL da SEÇÃO JUDICIÁRIA DO ESTADO DO CEARÁ - SUBSEÇÃO JUDICIÁRIA DE JUAZEIRO DO NORTE, com fundamento no art. 93, inciso XIV, da Constituição da República Federativa do Brasil e no art. 203, § 4º, do Código de Processo Civil - CPC: 1. DESIGNE-SE a realização de PERÍCIA MÉDICA na DATA especificada no menu Perícias dos autos deste processo. 2. NOMEIE-SE o(a) Dr(a). PEDRO DE SOUSA LEITE, médico(a), clínico-geral, inscrito(a) no Conselho Regional de Medicina do Estado do Ceará – CREMEC sob o nº 21.651, para atuar no feito como PERITO(A) do juízo. 2.1. Deverá o(a) profissional nomeado(a) INFORMAR o juízo, no PRAZO de 5 (CINCO) DIAS, eventual existência de causa de SUSPEIÇÃO ou de IMPEDIMENTO para a realização da perícia, nos termos do que dispõe o art. 148, inciso III, c/c os arts. 144 e 145, todos do CPC. 3. INTIME-SE o(a) AUTOR(A) para COMPARECER ao consultório médico localizado na RUA JONAS DE SOUSA SILVA, S/N, Bairro LAGOA SECA, Município de JUAZEIRO DO NORTE/CE (JUSTIÇA FEDERAL), no DIA e HORA designados, cabendo-lhe CONHECER e ACOMPANHAR o agendamento mediante acesso ao menu Perícias dos autos deste processo. 3.1. Na ocasião deverá portar DOCUMENTO de IDENTIFICAÇÃO ORIGINAL COM FOTO e apresentar ao(à) PERITO(A) todos os EXAMES e LAUDOS que tenha EM SEU PODER e que entenda possam de algum modo servir à COMPROVAÇÃO da INCAPACIDADE afirmada. 3.2. A AUSÊNCIA do(a) AUTOR(A) à PERÍCIA implicará a declaração de EXTINÇÃO DO PROCESSO, SEM RESOLUÇÃO DE MÉRITO, nos termos do art. 51, inciso I, da Lei n. 9.099/95. 4. O(A) PERITO(A) deverá responder os QUESITOS DO JUÍZO constantes do ANEXO e, se houver, QUESITOS COMPLEMENTARES. 5. INTIMEM-SE as PARTES para, no PRAZO de 10 (DEZ) DIAS, indicarem ASSISTENTES TÉCNICOS e/ou formularem QUESITOS COMPLEMENTARES, nos termos do art. 12, § 2º, da Lei n. 10.259/2001, sob pena de preclusão. 5.1. INDEFERE-SE, de logo, a INDICAÇÃO de ASSISTENTES TÉCNICOS sem a mesma formação em nível superior do(a) PERITO(A) do juízo. 5.2. A participação de ASSISTENTES TÉCNICOS nas perícias designadas nestes autos é condicionada à comprovação, diante do PERITO(A) nomeado(a) ou de SERVIDOR(A) desta unidade jurisdicional, de que o(a) profissional indicado(a) tem a mesma formação em nível superior do auxiliar do juízo. 6. FIXA-SE o PRAZO de 10 (DEZ) DIAS para a ENTREGA DO LAUDO, a contar da data da realização do exame. 6.1. DISPENSA-SE o(a) PERITO(A) de RESPONDER quesitos complementares repetidos ou referentes à sua titulação acadêmica ou profissional, especialidade ou qualificação técnica, devendo, nestas hipóteses, mencionar expressamente o exercício desta prerrogativa. 7. Apresentado o laudo, a INTIMEM-SE as PARTES para, no PRAZO COMUM de 15 (QUINZE) DIAS, MANIFESTAREM-SE, oportunidade em que o(s) RÉU(S) deverá(ão) apresentar PROPOSTA DE ACORDO ou trazer aos autos todos os elementos de que disponha(m) para o ESCLARECIMENTO DA CAUSA, notadamente cópia integral dos autos do processo administrativo relacionado ao requerimento administrativo em discussão. 8. ARBITRAM-SE os HONORÁRIOS PERICIAIS no valor de R$ 270,00 (DUZENTOS E SETENTA REAIS), conforme Tabela II da Portaria Conjunta n. 2, de 16/12/2024, editada pelo Conselho da Justiça Federal e Ministério do Planejamento e Orçamento. INTIMEM-SE. Expedientes necessários. Juazeiro do Norte/CE, data da assinatura do documento. Servidor(a) da 30ª Vara Federal/SJCE documento assinado eletronicamente ANEXO PROCESSO: XXX CLASSE: PROCEDIMENTO DO JUIZADO ESPECIAL CÍVEL (436) AUTOR(A): XXX RÉU(RÉ): INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS 30ª VARA FEDERAL CE LAUDO MÉDICO PERICIAL BENEFÍCIO DE PRESTAÇÃO CONTINUADA - BPC AO DEFICIENTE MAIOR DE 16 ANOS * Esclarecimento: Assinalar apenas uma das respostas nos itens de múltipla escolha, salvo observação específica. Data de realização do exame: dd/mm/aaaa 1. INFORMAÇÕES SOBRE O(A) AUTOR(A) 1.1. O(A) AUTOR(A) é ou foi PACIENTE de V. Sª.? A. ( ) Sim. B. ( ) Não. 1.2. Quais a IDADE e o GRAU DE INSTRUÇÃO informados pelo(a) AUTOR(A)? Idade: xxx. Grau de instrução: xxx. 1.3. Qual a ATIVIDADE HABITUAL afirmada pelo(a) AUTOR(A)? Até quando a exerceu? Respostas: xxx. 1.4. Quais OUTROS TRABALHOS ou ATIVIDADES, ainda que temporários ou informais já realizados informados pelo(a) AUTOR(A)? Quando? Respostas: xxx. 2. DOENÇAS, DEFICIÊNCIAS OU SEQUELAS 2.1. O(A) AUTOR(A) tem alguma doença, deficiência ou sequela? A. ( ) Não tem doença, deficiência ou sequela. B. ( ) Não apresentou documentos que permitam o diagnóstico. C. ( ) Teve doença, deficiência ou sequela. Especifique: C.1. DESCRIÇÃO(ÕES) da(s) doença(s), deficiência(s) ou sequela(s) com o(s) respectivo(s) CID(s): xxx. C.2. DATAS de INÍCIO e de REVERSÃO DO ESTADO CLÍNICO, ainda que por estimativa, são: dd/mm/aaaa. D. ( ) Tem doença, deficiência ou sequela. Especifique: D.1. DESCRIÇÃO(ÕES) da(s) doença(s), deficiência(s) ou sequela(s) com o(s) respectivo(s) CID(s): xxx. D.2. DATA(S) DE INÍCIO da(s) doença(s), deficiência(s) ou sequela(s), ainda que por estimativa, é(são): dd/mm/aaaa. 2.2. Indique precisamente os documentos, constantes dos autos ou apresentados por ocasião da realização do exame pericial, que subsidiaram a resposta ao item anterior. Resposta: xxx. 2.3. O(a) AUTOR(A) tem tuberculose ativa, hanseníase, alienação mental, neoplasia maligna, cegueira, paralisia irreversível incapacitante, cardiopatia grave, doença de Parkinson, espondiloartrose anquilosante, nefropatia grave, estado avançado de doença de Paget (osteíte deformante), síndrome da deficiência imunológica adquirida (SIDA) e/ou contaminação por radiação? A. ( ) Não. B. ( ) Sim. 2.4. Há TRATAMENTO para doença/deficiência/sequela fornecido no Sistema Único de Saúde - SUS? A. ( ) Não. B. ( ) Sim. Justifique a resposta: xxx. 2.5. Consideradas a IDADE e as CONDIÇÕES SOCIOECONÔMICAS afirmadas pelo(a) AUTOR(A), o PROGNÓSTICO é favorável? A. ( ) Não. B. ( ) Sim. Justifique a resposta: xxx. 2.6. O QUADRO CLÍNICO diagnosticado é causa TRANSITÓRIA ou PERMANENTE que impede o(a) AUTOR(A) de exprimir sua VONTADE? A. ( ) Não. B. ( ) Sim. Transitória. C. ( ) Sim. Permanente. Justifique a resposta: xxx. 3. IMPEDIMENTO 3.1. A doença, deficiência ou sequela alguma PERDA ou ANORMALIDADE nas ESTRUTURAS e/ou FUNÇÕES do(a) AUTOR(A)? * Observação: Mais de uma resposta poderá ser assinalada. A. ( ) Prejudicado. Não tem doença, deficiência ou sequela, conforme assinalado no item 2.1. deste laudo. B. ( ) Não. Apesar de haver doença ou sequela, não há perda nem anormalidade nas estruturas e/ou funções do(a) AUTOR(A). C. ( ) Sim., de natureza FÍSICA, em grau ( ) inexpressivo, ( ) leve, ( ) moderado, ( ) grave, ( ) não especificado ou não se aplica. D. ( ) Sim, de natureza MENTAL, em grau ( ) inexpressivo, ( ) leve, ( ) moderado, ( ) grave, ( ) não especificado ou não se aplica. E. ( ) Sim., de natureza INTELECTUAL, em grau ( ) inexpressivo, ( ) leve, ( ) moderado, ( ) grave, ( ) não especificado ou não se aplica. F. ( ) Sim., de natureza SENSORIAL, em grau ( ) inexpressivo, ( ) leve, ( ) moderado, ( ) grave, ( ) não especificado ou não se aplica. Justifique a resposta: xxx. 3.2. Indique precisamente os documentos, constantes dos autos ou apresentados por ocasião da realização do exame pericial, que subsidiaram a resposta ao item anterior. Resposta: xxx. 3.3. A PERDA ou a ANORMALIDADE nas ESTRUTURAS e/ou FUNÇÕES do(a) AUTOR(A), em interação com os fatores ambientais (físico, social e atitudinal), implicam PREJUÍZO ao desempenho de ATIVIDADES (TAREFAS) e PARTICIPAÇÕES (ENVOLVIMENTO)? * Observação: Mais de uma resposta poderá ser assinalada. A. ( ) Prejudicado. Não há perda nem anormalidade nas estruturas do corpo do(a) AUTOR(A), conforme assinalado no item 3.1. deste laudo. B. ( ) Sim, de autocuidados, em grau ( ) inexpressivo, ( ) leve, ( ) moderado, ( ) grave, ( ) não especificado ou não se aplica. C. ( ) Sim, de vida doméstica, em grau ( ) inexpressivo, ( ) leve, ( ) moderado, ( ) grave, ( ) não especificado ou não se aplica. D. ( ) Sim, de mobilidade, em grau ( ) inexpressivo, ( ) leve, ( ) moderado, ( ) grave, ( ) não especificado ou não se aplica. E. ( ) Sim, laborais, em grau ( ) inexpressivo, ( ) leve, ( ) moderado, ( ) grave, ( ) não especificado ou não se aplica. F. ( ) Sim, de cognição, em grau ( ) inexpressivo, ( ) leve, ( ) moderado, ( ) grave, ( ) não especificado ou não se aplica. G. ( ) Sim, de comunicação, em grau ( ) inexpressivo, ( ) leve, ( ) moderado, ( ) grave, ( ) não especificado ou não se aplica. H. ( ) Sim, de vida comunitária, em grau ( ) inexpressivo, ( ) leve, ( ) moderado, ( ) grave, ( ) não especificado ou não se aplica. I. ( ) Não. Justifique a resposta: xxx. 3.4. Diante do QUADRO CLÍNICO apresentado pelo(a) AUTOR(A), há: A. ( ) Prejudicado. Não há perda nem anormalidade nas estruturas do corpo do(a) AUTOR(A), conforme assinalado no item 3.1. deste laudo. B. ( ) Capacidade. Apesar de ter doença, deficiência ou sequela, não há limitação nem incapacidade. C. ( ) Capacidade Parcial. Apesar de ter doença, deficiência ou sequela, pode desempenhar outras ocupações disponíveis na realidade socioeconômica afirmada. D. ( ) Limitação. Pode desempenhar as diversas ocupações, mas há redução da capacidade laboral. E. ( ) Incapacidade para todo e qualquer trabalho. Justifique a resposta: xxx. 3.5. Havendo CAPACIDADE PARCIAL ou LIMITAÇÃO, o(a) AUTOR(A) pode exercer as seguintes ocupações: *Observação: Mais de uma resposta poderá ser assinalada. A. ( ) Prejudicado. Não é caso de capacidade parcial nem de limitação. B. ( ) Braçal. Especifique: xxx. C. ( ) Manual. Especifique: xxx. D. ( ) Técnica. Especifique: xxx. E. ( ) Intelectual. Especifique: xxx. 3.6. O QUADRO CLÍNICO apresentado pelo(a) AUTOR(A) implica IMPEDIMENTO de natureza física, mental, intelectual ou sensorial, que, em interação com diversas barreiras, obstrui sua participação plena e efetiva do(a) periciando(a) na sociedade em igualdade de condições com as demais pessoas por PRAZO SUPERIOR a 2 (DOIS) ANOS? A. ( ) Prejudicado. Não há perda nem anormalidade nas estruturas do corpo do(a) AUTOR(A), conforme assinalado no item 3.1. deste laudo. B. ( ) Não. C. ( ) Sim. Justifique a resposta: xxx. 3.7. Indique precisamente os documentos, constantes dos autos ou apresentados por ocasião da realização do exame pericial, que subsidiaram a resposta ao item anterior. Resposta: xxx. 4. INÍCIO DO IMPEDIMENTO 4.1. Qual a data de início do impedimento? A. ( ) Prejudicado, pois não constatado impedimento, conforme item 3.5. deste laudo. B. ( ) Com o início da doença, deficiência ou sequela que acomete o(a) AUTOR(A). Especifique: xxx C. ( ) Após a doença, decorrente de agravamento ou progressão. Especifique: xxx. D. ( ) Na data da perícia médica judicial por não ter provas para estabelecer outra data. E. ( ) Em outra data. Especifique: xxx. 4.2. Indique precisamente os documentos, constantes dos autos ou apresentados por ocasião da realização do exame pericial, que subsidiaram a resposta ao item anterior. Resposta: xxx. 5. DIVERGÊNCIA DAS CONCLUSÕES DO LAUDO ADMINISTRATIVO 5.1. Em caso de divergência das conclusões médico-periciais ora estabelecidas com as conclusões do laudo administrativo, indique de forma fundamentada as razões técnicas e científicas que amparam o dissenso, especialmente no que se refere à comprovação do impedimento de longo prazo e sua data de início. Resposta: xxx. 6. RESPOSTAS AOS QUESITOS FORMULADOS PELAS PARTES, SE HOUVER 6.1. Quesitos apresentados pelo(a) AUTOR(A). Deverá o(a) sr(a). perito(a) observar se há nos autos quesitos apresentados pelo(a) AUTOR(A) e, em caso positivo, transcrevê-los e respondê-los neste espaço. 6.2. Quesitos apresentados pelo INSS. Deverá o(a) sr(a). perito(a) observar se há nos autos quesitos apresentados pelo INSS e, em caso positivo, transcrevê-los e respondê-los neste espaço. 7. ESCLARECIMENTOS DIVERSOS Preste o(a) sr(a). perito(a) os esclarecimentos adicionais que considerar necessários. Juazeiro do Norte/CE, dia de mês de ano. Nome Completo do(a) Perito(a) CREMEC n. xxxxx

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Corretagem De Seguros Streck Eireli e outros x Diego Rafael Castanha

ID: 323530054

Tribunal: TRT12 Órgão: OJ de Análise de Recurso Classe: AçãO RESCISóRIA Nº Processo: 0001036-58.2019.5.12.0000

Data de Disponibilização: 14/07/2025

Polo Ativo:

CORRETAGEM DE SEGUROS STRECK EIRELI MINISTÉRIO PÚBLICO DO TRABALHO STRECK CORRETORA DE SEGUROS LTDA

Polo Passivo:

DIEGO RAFAEL CASTANHA

Acórdão

Advogados:

LAERTON DA SILVA BUENO

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ROGERIO DE LEMES

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PODER JUDICIÁRIO JUSTIÇA DO TRABALHO TRIBUNAL REGIONAL DO TRABALHO DA 12ª REGIÃO OJC DE ANÁLISE DE RECURSO Relator: ROBERTO LUIZ GUGLIELMETTO AR 0001036-58.2019.5.12.0000 AUTOR: STRECK CORRETOR… PODER JUDICIÁRIO JUSTIÇA DO TRABALHO TRIBUNAL REGIONAL DO TRABALHO DA 12ª REGIÃO OJC DE ANÁLISE DE RECURSO Relator: ROBERTO LUIZ GUGLIELMETTO AR 0001036-58.2019.5.12.0000 AUTOR: STRECK CORRETORA DE SEGUROS LTDA E OUTROS (1) RÉU: DIEGO RAFAEL CASTANHA PODER JUDICIÁRIO JUSTIÇA DO TRABALHO TRIBUNAL REGIONAL DO TRABALHO DA 12ª REGIÃO PROCESSO nº 0001036-58.2019.5.12.0000 (AR) AUTOR: STRECK CORRETORA DE SEGUROS LTDA, CORRETAGEM DE SEGUROS STRECK EIRELI RÉU: DIEGO RAFAEL CASTANHA RELATOR: DESEMBARGADOR ROBERTO LUIZ GUGLIELMETTO AÇÃO RESCISÓRIA. VIOLAÇÃO MANIFESTA A NORMA JURÍDICA. NULIDADE DE CITAÇÃO. Não prospera o pleito de corte rescisório por violação a norma jurídica (art. 966, inc. V, do CPC) em razão de não ter sido demonstrado que a citação das autoras na ação trabalhista deixou de atender aos ditames legais que tratam da formação da relação processual, sem comprovação do óbice ao exercício regular do contraditório e da ampla defesa. VISTOS, relatados e discutidos estes autos de AÇÃO RESCISÓRIA, originários do Tribunal Regional do Trabalho da 12ª Região, SC, sendo autoras STRECK CORRETORA DE SEGUROS LTDA. e CORRETAGEM DE SEGUROS STRECK EIRELI e réu DIEGO RAFAEL CASTANHA. Cuida-se a presente de ação rescisória, por meio da qual as autoras pretendem, com fundamento no art. 966, inc. V, do CPC (violação manifesta a norma jurídica), desconstituir a sentença proferida na ação trabalhista nº 0000740-25.2018.5.12.0015, em trâmite perante a Vara do Trabalho de São Miguel do Oeste, SC, ao argumento de que foi inválida a citação procedida na lide principal. Sustentam que, em relação à segunda autora, foi incompleto o endereço indicado para citação na lide principal, pois não identificados a unidade e o bloco do edifício ("apto 306, bloco B") e, quanto à primeira autora, o endereço apresentado, além de incompleto, corresponde ao do ex-sócio desta entidade empresária. Apontam que o condomínio tem 48 apartamentos e 2 blocos, não se podendo presumir que a citação foi realizada. Suscitam ter havido afronta ao disposto nos arts. 841, § 1º, da CLT e 238 e 239 do CPC e aos princípios do contraditório e da ampla defesa insculpidos no art. 5º, LV, da CRFB/1988. Deduzem pedido liminar de suspensão da execução até o trânsito em julgado da ação rescisória, por entenderem demonstrados a probabilidade de direito e o perigo de dano ou o risco ao resultado útil do processo, pleito indeferido, conforme decisão das fls. 201-203. Realiza o depósito prévio previsto no art. 836 da CLT. O réu apresenta defesa (fls. 240-244), asseverando que não há amparo ao corte rescisório por nulidade de citação, ao argumento de que a notificação inicial das autoras na lide matriz foi enviada ao endereço correto, correspondente ao da residência do sócio em comum de ambas as empresas, antes da sua retirada do quadro societário da segunda autora. Refere que a notificação no Processo do Trabalho por intermédio de registro postal não está sujeita à pessoalidade. Pede, por fim, a imputação às autoras de multa por litigância de má-fé, ante a manifesta inadmissibilidade da presente ação rescisória. Após encerrada a instrução, apenas as autoras apresentam razões finais, reprisando os argumentos da peça inicial. O Ministério Público do Trabalho exara parecer (fls. 268-273), manifestando-se pelo cabimento e, no mérito, pela improcedência dos pedidos deduzidos na ação rescisória. É o relatório. V O T O Cabimento Atendidos os pressupostos de constituição e de desenvolvimento válido e regular do processo (ajuizamento em face de decisão transitada em julgado, dentro do biênio legal e com realização do depósito prévio disposto no art. 836 da CLT), julgo cabível a presente ação rescisória. M É R I T O Violação manifesta a norma jurídica. Nulidade de citação Postulam as autoras seja rescindida a sentença proferida pelo Juízo da Vara do Trabalho de São Miguel do Oeste, SC, ao argumento de que foi inválida a citação levada a efeito na lide matriz. Sustentam que, em relação à segunda autora, foi fornecido endereço incompleto para citação na lide principal, pois não identificados a unidade e o bloco do edifício ("apto 306, bloco B") e, quanto à primeira autora, o endereço apresentado, além de incompleto, correspondeu ao do ex-sócio desta entidade empresária. Apontam que o condomínio tem 48 apartamentos e 2 blocos, não se podendo presumir que a citação foi realizada. Suscitam afronta ao disposto nos arts. 841, § 1º, da CLT e 238 e 239 do CPC e aos princípios do contraditório e da ampla defesa insculpidos no art. 5º, LV, da CRFB/1988. À análise. A teor do que dispõe o art. 841 da CLT (com ressalva para a fase de execução), no processo do trabalho vige a regra da impessoalidade da citação. Uma vez entregue no local endereçado, presume-se a regularidade da notificação. Assim, para fins de validade exige-se apenas que a notificação inicial seja entregue no endereço indicado na peça de ingresso, sendo prescindível a entrega pessoal ao destinatário. Ainda, a teor da Súmula nº 16 do TST, o ônus da prova quanto ao não recebimento da notificação é do destinatário, in verbis: "Presume-se recebida a notificação 48 (quarenta e oito) horas depois de sua postagem. O seu não recebimento ou a entrega após o decurso desse prazo constitui ônus de prova do destinatário." Por outro lado, o art. 239, caput, do CPC, estabelece que a citação é pressuposto para a validade do processo, a seguir: "Para a validade do processo é indispensável a citação do réu ou do executado, ressalvadas as hipóteses de indeferimento da petição inicial ou de improcedência liminar do pedido." Sobre o tema, cabe citar o art. 248, §§ 1º e 2º, do CPC: Deferida a citação pelo correio, o escrivão ou o chefe de secretaria remeterá ao citando cópias da petição inicial e do despacho do juiz e comunicará o prazo para resposta, o endereço do juízo e o respectivo cartório. § 1º A carta será registrada para entrega ao citando, exigindo-lhe o carteiro, ao fazer a entrega, que assine o recibo. § 2º Sendo o citando pessoa jurídica, será válida a entrega do mandado a pessoa com poderes de gerência geral ou de administração ou, ainda, a funcionário responsável pelo recebimento de correspondências. Ademais, o art. 5º, incs. LIV e LV, da Constituição Federal, assegura a todos o devido processo legal e o direito à ampla defesa e ao contraditório. Tenho me posicionado em relação ao tema, por força do disposto nos arts. art. 841, § 1º, da CLT e 248, §§ 1º e 2º, do CPC, de que, embora sem a necessidade de pessoalidade, alguma pessoa, não necessariamente o representante da empresa, deva receber a citação acerca do ajuizamento da ação trabalhista. Porém, no caso em tela, as autoras não suscitam especificamente ausência de entrega da correspondência a uma pessoa, mas, sim, cingem a argumentação em busca de corte rescisório na impossibilidade de ter havido a efetiva entrega da notificação em virtude de ter sido estampado endereço incompleto na correspondência de citação, porque desta não constou o número e o bloco do apartamento de residência do seu sócio. Levantam, ainda, que, em relação à primeira autora, o referido sócio já havia se desvinculado do quadro societário desta empresa quando do envio da notificação. Contudo, por meio da cópia das peças da ação trabalhista juntadas a estes autos, verifico que a correspondência de "notificação inicial ao réu" (fl. 64) teve como escorreito destino o endereço correspondente à residência do Sr. Edson Gilberto Streck, sócio comum a ambas as empresas reclamadas (Av. Maravilha, 456, Maravilha, SC), mesmo endereço que consta da conta de consumo de energia elétrica da fl. 22. Quanto a não terem sido discriminados na notificação o número do apartamento e o bloco correspondente ao endereço para qual foi enviada a correspondência, não há como considerar que tal detalhe tenha impossibilitado a entrega da notificação ao destinatário, cumprindo salientar que, na forma disposta no art. 774, parágrafo único, da CLT, a Empresa de Correios e Telégrafos está obrigada a proceder à devolução da notificação postal no caso de o destinatário não ser encontrado ou de recusa de seu recebimento, situação não constatada no caso, compreendendo-se, assim, ter sido entregue a notificação ao destinatário naquele endereço. Não há notícia nos autos de que a correspondência de citação na lide matriz tenha sido devolvida pelos Correios por endereço insuficiente. Em relação ao argumento de que, quanto à primeira autora, a correspondência de notificação foi direcionada a quem não seria mais seu sócio, extrai-se da cópia da 7ª alteração contratual da primeira autora (fls. 17-18) que o Sr. Edson Gilberto Streck retirou-se do quadro societário da primeira autora em 29-8-2018, após ter sido realizada a notificação na lide matriz pela pela Vara do Trabalho, em 8-8-2018 (certidão da fl. 67). Assim, reconhece-se ter havido a escorreita citação das reclamadas da ação matriz, ora autoras. Dessarte, o direito ao corte rescisório por violação a norma jurídica (art. 966, inc. V, do CPC) não está caracterizado, uma vez que a citação das autoras na ação trabalhista atendeu aos ditames legais que tratam da formação da relação processual, sem óbice ao exercício regular do contraditório e da ampla defesa. Julgo improcedentes os pedidos da ação rescisória. Impõe-se às autoras o pagamento de honorários advocatícios sucumbenciais aos causídicos do réu, na proporção de 10% do valor dado à causa. Rejeito a arguição do réu de condenação das autoras ao pagamento de multa por litigância de má-fé, porquanto não identifico no ajuizamento da ação rescisória a hipótese de ilícito processual, apenas o regular exercício do direito de ação previsto em lei ordinária e na Constituição da República. Julgados, à unanimidade de votos, improcedentes os pedidos da presente ação rescisória, cabe a liberação em favor do réu, na forma de multa, do depósito prévio da fl. 197, conforme o disposto no art. 5º da Instrução Normativa nº 31 do TST, acrescido da atualização monetária aplicada pela instituição bancária. Custas pelas autoras, no importe de R$ 233,94, calculadas sobre o valor dado à causa de R$ 11.696,80. Pelo que, Participaram do julgamento realizado na sessão do dia 07 de julho de 2025, sob a presidência da Exma. Desembargadora do Trabalho Quézia de Araújo Duarte Nieves Gonzalez, Vice-Presidente, os Exmos. Desembargadores do Trabalho Roberto Luiz Guglielmetto, Wanderley Godoy Junior, Hélio Bastida Lopes, Cesar Luiz Pasold Júnior e Reinaldo Branco de Moraes e a Exma. Juíza do Trabalho-Convocada Maria Beatriz Vieira da Silva Gubert, vinculada ao processo em substituição a Exma. Desembargadora do Trabalho Teresa Regina Cotosky, em férias e com a presença da Dra. Cristiane Kraemer Gehlen, Procuradora Regional do Trabalho. Não participou do julgamento o Exmo. Desembargador do Trabalho Amarildo Carlos de Lima - Presidente (Ato SEAP nº 54/2023). Ausente justificadamente o Exmo. Desembargador do Trabalho Roberto Basilone Leite. ACORDAM as Exmas. Magistradas e os Exmos. Magistrados da Seção Especializada 1 do Tribunal Regional do Trabalho da 12ª Região, à unanimidade, Julgar cabível a ação rescisória e, NO MÉRITO, julgá-la improcedente. À unanimidade, condenar as autoras ao pagamento de honorários advocatícios de sucumbência aos procuradores do réu, na proporção de 10% do valor dado à causa. Determinar a liberação em favor do réu do depósito prévio, com a pertinente correção aplicada pela instituição bancária. À unanimidade, Rejeitar a arguição do réu de condenação das autoras ao pagamento de multa por litigância de má-fé. Custas pelas autoras, no importe de 233,94, calculadas sobre o valor dado à causa de R$ 11.696,80 ROBERTO LUIZ GUGLIELMETTO Desembargador-Relator FLORIANOPOLIS/SC, 11 de julho de 2025. JULIO CESAR VIEIRA DE CASTRO Assessor Intimado(s) / Citado(s) - STRECK CORRETORA DE SEGUROS LTDA

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Corretagem De Seguros Streck Eireli e outros x Diego Rafael Castanha

ID: 323530084

Tribunal: TRT12 Órgão: OJ de Análise de Recurso Classe: AçãO RESCISóRIA Nº Processo: 0001036-58.2019.5.12.0000

Data de Disponibilização: 14/07/2025

Polo Ativo:

CORRETAGEM DE SEGUROS STRECK EIRELI MINISTÉRIO PÚBLICO DO TRABALHO STRECK CORRETORA DE SEGUROS LTDA

Polo Passivo:

DIEGO RAFAEL CASTANHA

Acórdão

Advogados:

LAERTON DA SILVA BUENO

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ROGERIO DE LEMES

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PODER JUDICIÁRIO JUSTIÇA DO TRABALHO TRIBUNAL REGIONAL DO TRABALHO DA 12ª REGIÃO OJC DE ANÁLISE DE RECURSO Relator: ROBERTO LUIZ GUGLIELMETTO AR 0001036-58.2019.5.12.0000 AUTOR: STRECK CORRETOR… PODER JUDICIÁRIO JUSTIÇA DO TRABALHO TRIBUNAL REGIONAL DO TRABALHO DA 12ª REGIÃO OJC DE ANÁLISE DE RECURSO Relator: ROBERTO LUIZ GUGLIELMETTO AR 0001036-58.2019.5.12.0000 AUTOR: STRECK CORRETORA DE SEGUROS LTDA E OUTROS (1) RÉU: DIEGO RAFAEL CASTANHA PODER JUDICIÁRIO JUSTIÇA DO TRABALHO TRIBUNAL REGIONAL DO TRABALHO DA 12ª REGIÃO PROCESSO nº 0001036-58.2019.5.12.0000 (AR) AUTOR: STRECK CORRETORA DE SEGUROS LTDA, CORRETAGEM DE SEGUROS STRECK EIRELI RÉU: DIEGO RAFAEL CASTANHA RELATOR: DESEMBARGADOR ROBERTO LUIZ GUGLIELMETTO AÇÃO RESCISÓRIA. VIOLAÇÃO MANIFESTA A NORMA JURÍDICA. NULIDADE DE CITAÇÃO. Não prospera o pleito de corte rescisório por violação a norma jurídica (art. 966, inc. V, do CPC) em razão de não ter sido demonstrado que a citação das autoras na ação trabalhista deixou de atender aos ditames legais que tratam da formação da relação processual, sem comprovação do óbice ao exercício regular do contraditório e da ampla defesa. VISTOS, relatados e discutidos estes autos de AÇÃO RESCISÓRIA, originários do Tribunal Regional do Trabalho da 12ª Região, SC, sendo autoras STRECK CORRETORA DE SEGUROS LTDA. e CORRETAGEM DE SEGUROS STRECK EIRELI e réu DIEGO RAFAEL CASTANHA. Cuida-se a presente de ação rescisória, por meio da qual as autoras pretendem, com fundamento no art. 966, inc. V, do CPC (violação manifesta a norma jurídica), desconstituir a sentença proferida na ação trabalhista nº 0000740-25.2018.5.12.0015, em trâmite perante a Vara do Trabalho de São Miguel do Oeste, SC, ao argumento de que foi inválida a citação procedida na lide principal. Sustentam que, em relação à segunda autora, foi incompleto o endereço indicado para citação na lide principal, pois não identificados a unidade e o bloco do edifício ("apto 306, bloco B") e, quanto à primeira autora, o endereço apresentado, além de incompleto, corresponde ao do ex-sócio desta entidade empresária. Apontam que o condomínio tem 48 apartamentos e 2 blocos, não se podendo presumir que a citação foi realizada. Suscitam ter havido afronta ao disposto nos arts. 841, § 1º, da CLT e 238 e 239 do CPC e aos princípios do contraditório e da ampla defesa insculpidos no art. 5º, LV, da CRFB/1988. Deduzem pedido liminar de suspensão da execução até o trânsito em julgado da ação rescisória, por entenderem demonstrados a probabilidade de direito e o perigo de dano ou o risco ao resultado útil do processo, pleito indeferido, conforme decisão das fls. 201-203. Realiza o depósito prévio previsto no art. 836 da CLT. O réu apresenta defesa (fls. 240-244), asseverando que não há amparo ao corte rescisório por nulidade de citação, ao argumento de que a notificação inicial das autoras na lide matriz foi enviada ao endereço correto, correspondente ao da residência do sócio em comum de ambas as empresas, antes da sua retirada do quadro societário da segunda autora. Refere que a notificação no Processo do Trabalho por intermédio de registro postal não está sujeita à pessoalidade. Pede, por fim, a imputação às autoras de multa por litigância de má-fé, ante a manifesta inadmissibilidade da presente ação rescisória. Após encerrada a instrução, apenas as autoras apresentam razões finais, reprisando os argumentos da peça inicial. O Ministério Público do Trabalho exara parecer (fls. 268-273), manifestando-se pelo cabimento e, no mérito, pela improcedência dos pedidos deduzidos na ação rescisória. É o relatório. V O T O Cabimento Atendidos os pressupostos de constituição e de desenvolvimento válido e regular do processo (ajuizamento em face de decisão transitada em julgado, dentro do biênio legal e com realização do depósito prévio disposto no art. 836 da CLT), julgo cabível a presente ação rescisória. M É R I T O Violação manifesta a norma jurídica. Nulidade de citação Postulam as autoras seja rescindida a sentença proferida pelo Juízo da Vara do Trabalho de São Miguel do Oeste, SC, ao argumento de que foi inválida a citação levada a efeito na lide matriz. Sustentam que, em relação à segunda autora, foi fornecido endereço incompleto para citação na lide principal, pois não identificados a unidade e o bloco do edifício ("apto 306, bloco B") e, quanto à primeira autora, o endereço apresentado, além de incompleto, correspondeu ao do ex-sócio desta entidade empresária. Apontam que o condomínio tem 48 apartamentos e 2 blocos, não se podendo presumir que a citação foi realizada. Suscitam afronta ao disposto nos arts. 841, § 1º, da CLT e 238 e 239 do CPC e aos princípios do contraditório e da ampla defesa insculpidos no art. 5º, LV, da CRFB/1988. À análise. A teor do que dispõe o art. 841 da CLT (com ressalva para a fase de execução), no processo do trabalho vige a regra da impessoalidade da citação. Uma vez entregue no local endereçado, presume-se a regularidade da notificação. Assim, para fins de validade exige-se apenas que a notificação inicial seja entregue no endereço indicado na peça de ingresso, sendo prescindível a entrega pessoal ao destinatário. Ainda, a teor da Súmula nº 16 do TST, o ônus da prova quanto ao não recebimento da notificação é do destinatário, in verbis: "Presume-se recebida a notificação 48 (quarenta e oito) horas depois de sua postagem. O seu não recebimento ou a entrega após o decurso desse prazo constitui ônus de prova do destinatário." Por outro lado, o art. 239, caput, do CPC, estabelece que a citação é pressuposto para a validade do processo, a seguir: "Para a validade do processo é indispensável a citação do réu ou do executado, ressalvadas as hipóteses de indeferimento da petição inicial ou de improcedência liminar do pedido." Sobre o tema, cabe citar o art. 248, §§ 1º e 2º, do CPC: Deferida a citação pelo correio, o escrivão ou o chefe de secretaria remeterá ao citando cópias da petição inicial e do despacho do juiz e comunicará o prazo para resposta, o endereço do juízo e o respectivo cartório. § 1º A carta será registrada para entrega ao citando, exigindo-lhe o carteiro, ao fazer a entrega, que assine o recibo. § 2º Sendo o citando pessoa jurídica, será válida a entrega do mandado a pessoa com poderes de gerência geral ou de administração ou, ainda, a funcionário responsável pelo recebimento de correspondências. Ademais, o art. 5º, incs. LIV e LV, da Constituição Federal, assegura a todos o devido processo legal e o direito à ampla defesa e ao contraditório. Tenho me posicionado em relação ao tema, por força do disposto nos arts. art. 841, § 1º, da CLT e 248, §§ 1º e 2º, do CPC, de que, embora sem a necessidade de pessoalidade, alguma pessoa, não necessariamente o representante da empresa, deva receber a citação acerca do ajuizamento da ação trabalhista. Porém, no caso em tela, as autoras não suscitam especificamente ausência de entrega da correspondência a uma pessoa, mas, sim, cingem a argumentação em busca de corte rescisório na impossibilidade de ter havido a efetiva entrega da notificação em virtude de ter sido estampado endereço incompleto na correspondência de citação, porque desta não constou o número e o bloco do apartamento de residência do seu sócio. Levantam, ainda, que, em relação à primeira autora, o referido sócio já havia se desvinculado do quadro societário desta empresa quando do envio da notificação. Contudo, por meio da cópia das peças da ação trabalhista juntadas a estes autos, verifico que a correspondência de "notificação inicial ao réu" (fl. 64) teve como escorreito destino o endereço correspondente à residência do Sr. Edson Gilberto Streck, sócio comum a ambas as empresas reclamadas (Av. Maravilha, 456, Maravilha, SC), mesmo endereço que consta da conta de consumo de energia elétrica da fl. 22. Quanto a não terem sido discriminados na notificação o número do apartamento e o bloco correspondente ao endereço para qual foi enviada a correspondência, não há como considerar que tal detalhe tenha impossibilitado a entrega da notificação ao destinatário, cumprindo salientar que, na forma disposta no art. 774, parágrafo único, da CLT, a Empresa de Correios e Telégrafos está obrigada a proceder à devolução da notificação postal no caso de o destinatário não ser encontrado ou de recusa de seu recebimento, situação não constatada no caso, compreendendo-se, assim, ter sido entregue a notificação ao destinatário naquele endereço. Não há notícia nos autos de que a correspondência de citação na lide matriz tenha sido devolvida pelos Correios por endereço insuficiente. Em relação ao argumento de que, quanto à primeira autora, a correspondência de notificação foi direcionada a quem não seria mais seu sócio, extrai-se da cópia da 7ª alteração contratual da primeira autora (fls. 17-18) que o Sr. Edson Gilberto Streck retirou-se do quadro societário da primeira autora em 29-8-2018, após ter sido realizada a notificação na lide matriz pela pela Vara do Trabalho, em 8-8-2018 (certidão da fl. 67). Assim, reconhece-se ter havido a escorreita citação das reclamadas da ação matriz, ora autoras. Dessarte, o direito ao corte rescisório por violação a norma jurídica (art. 966, inc. V, do CPC) não está caracterizado, uma vez que a citação das autoras na ação trabalhista atendeu aos ditames legais que tratam da formação da relação processual, sem óbice ao exercício regular do contraditório e da ampla defesa. Julgo improcedentes os pedidos da ação rescisória. Impõe-se às autoras o pagamento de honorários advocatícios sucumbenciais aos causídicos do réu, na proporção de 10% do valor dado à causa. Rejeito a arguição do réu de condenação das autoras ao pagamento de multa por litigância de má-fé, porquanto não identifico no ajuizamento da ação rescisória a hipótese de ilícito processual, apenas o regular exercício do direito de ação previsto em lei ordinária e na Constituição da República. Julgados, à unanimidade de votos, improcedentes os pedidos da presente ação rescisória, cabe a liberação em favor do réu, na forma de multa, do depósito prévio da fl. 197, conforme o disposto no art. 5º da Instrução Normativa nº 31 do TST, acrescido da atualização monetária aplicada pela instituição bancária. Custas pelas autoras, no importe de R$ 233,94, calculadas sobre o valor dado à causa de R$ 11.696,80. Pelo que, Participaram do julgamento realizado na sessão do dia 07 de julho de 2025, sob a presidência da Exma. Desembargadora do Trabalho Quézia de Araújo Duarte Nieves Gonzalez, Vice-Presidente, os Exmos. Desembargadores do Trabalho Roberto Luiz Guglielmetto, Wanderley Godoy Junior, Hélio Bastida Lopes, Cesar Luiz Pasold Júnior e Reinaldo Branco de Moraes e a Exma. Juíza do Trabalho-Convocada Maria Beatriz Vieira da Silva Gubert, vinculada ao processo em substituição a Exma. Desembargadora do Trabalho Teresa Regina Cotosky, em férias e com a presença da Dra. Cristiane Kraemer Gehlen, Procuradora Regional do Trabalho. Não participou do julgamento o Exmo. Desembargador do Trabalho Amarildo Carlos de Lima - Presidente (Ato SEAP nº 54/2023). Ausente justificadamente o Exmo. Desembargador do Trabalho Roberto Basilone Leite. ACORDAM as Exmas. Magistradas e os Exmos. Magistrados da Seção Especializada 1 do Tribunal Regional do Trabalho da 12ª Região, à unanimidade, Julgar cabível a ação rescisória e, NO MÉRITO, julgá-la improcedente. À unanimidade, condenar as autoras ao pagamento de honorários advocatícios de sucumbência aos procuradores do réu, na proporção de 10% do valor dado à causa. Determinar a liberação em favor do réu do depósito prévio, com a pertinente correção aplicada pela instituição bancária. À unanimidade, Rejeitar a arguição do réu de condenação das autoras ao pagamento de multa por litigância de má-fé. Custas pelas autoras, no importe de 233,94, calculadas sobre o valor dado à causa de R$ 11.696,80 ROBERTO LUIZ GUGLIELMETTO Desembargador-Relator FLORIANOPOLIS/SC, 11 de julho de 2025. JULIO CESAR VIEIRA DE CASTRO Assessor Intimado(s) / Citado(s) - CORRETAGEM DE SEGUROS STRECK EIRELI

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Corretagem De Seguros Streck Eireli e outros x Diego Rafael Castanha

ID: 323530115

Tribunal: TRT12 Órgão: OJ de Análise de Recurso Classe: AçãO RESCISóRIA Nº Processo: 0001036-58.2019.5.12.0000

Data de Disponibilização: 14/07/2025

Polo Ativo:

CORRETAGEM DE SEGUROS STRECK EIRELI MINISTÉRIO PÚBLICO DO TRABALHO STRECK CORRETORA DE SEGUROS LTDA

Polo Passivo:

DIEGO RAFAEL CASTANHA

Acórdão

Advogados:

LAERTON DA SILVA BUENO

OAB/SC XXXXXX Desbloquear

ROGERIO DE LEMES

OAB/SC XXXXXX Desbloquear

PODER JUDICIÁRIO JUSTIÇA DO TRABALHO TRIBUNAL REGIONAL DO TRABALHO DA 12ª REGIÃO OJC DE ANÁLISE DE RECURSO Relator: ROBERTO LUIZ GUGLIELMETTO AR 0001036-58.2019.5.12.0000 AUTOR: STRECK CORRETOR… PODER JUDICIÁRIO JUSTIÇA DO TRABALHO TRIBUNAL REGIONAL DO TRABALHO DA 12ª REGIÃO OJC DE ANÁLISE DE RECURSO Relator: ROBERTO LUIZ GUGLIELMETTO AR 0001036-58.2019.5.12.0000 AUTOR: STRECK CORRETORA DE SEGUROS LTDA E OUTROS (1) RÉU: DIEGO RAFAEL CASTANHA PODER JUDICIÁRIO JUSTIÇA DO TRABALHO TRIBUNAL REGIONAL DO TRABALHO DA 12ª REGIÃO PROCESSO nº 0001036-58.2019.5.12.0000 (AR) AUTOR: STRECK CORRETORA DE SEGUROS LTDA, CORRETAGEM DE SEGUROS STRECK EIRELI RÉU: DIEGO RAFAEL CASTANHA RELATOR: DESEMBARGADOR ROBERTO LUIZ GUGLIELMETTO AÇÃO RESCISÓRIA. VIOLAÇÃO MANIFESTA A NORMA JURÍDICA. NULIDADE DE CITAÇÃO. Não prospera o pleito de corte rescisório por violação a norma jurídica (art. 966, inc. V, do CPC) em razão de não ter sido demonstrado que a citação das autoras na ação trabalhista deixou de atender aos ditames legais que tratam da formação da relação processual, sem comprovação do óbice ao exercício regular do contraditório e da ampla defesa. VISTOS, relatados e discutidos estes autos de AÇÃO RESCISÓRIA, originários do Tribunal Regional do Trabalho da 12ª Região, SC, sendo autoras STRECK CORRETORA DE SEGUROS LTDA. e CORRETAGEM DE SEGUROS STRECK EIRELI e réu DIEGO RAFAEL CASTANHA. Cuida-se a presente de ação rescisória, por meio da qual as autoras pretendem, com fundamento no art. 966, inc. V, do CPC (violação manifesta a norma jurídica), desconstituir a sentença proferida na ação trabalhista nº 0000740-25.2018.5.12.0015, em trâmite perante a Vara do Trabalho de São Miguel do Oeste, SC, ao argumento de que foi inválida a citação procedida na lide principal. Sustentam que, em relação à segunda autora, foi incompleto o endereço indicado para citação na lide principal, pois não identificados a unidade e o bloco do edifício ("apto 306, bloco B") e, quanto à primeira autora, o endereço apresentado, além de incompleto, corresponde ao do ex-sócio desta entidade empresária. Apontam que o condomínio tem 48 apartamentos e 2 blocos, não se podendo presumir que a citação foi realizada. Suscitam ter havido afronta ao disposto nos arts. 841, § 1º, da CLT e 238 e 239 do CPC e aos princípios do contraditório e da ampla defesa insculpidos no art. 5º, LV, da CRFB/1988. Deduzem pedido liminar de suspensão da execução até o trânsito em julgado da ação rescisória, por entenderem demonstrados a probabilidade de direito e o perigo de dano ou o risco ao resultado útil do processo, pleito indeferido, conforme decisão das fls. 201-203. Realiza o depósito prévio previsto no art. 836 da CLT. O réu apresenta defesa (fls. 240-244), asseverando que não há amparo ao corte rescisório por nulidade de citação, ao argumento de que a notificação inicial das autoras na lide matriz foi enviada ao endereço correto, correspondente ao da residência do sócio em comum de ambas as empresas, antes da sua retirada do quadro societário da segunda autora. Refere que a notificação no Processo do Trabalho por intermédio de registro postal não está sujeita à pessoalidade. Pede, por fim, a imputação às autoras de multa por litigância de má-fé, ante a manifesta inadmissibilidade da presente ação rescisória. Após encerrada a instrução, apenas as autoras apresentam razões finais, reprisando os argumentos da peça inicial. O Ministério Público do Trabalho exara parecer (fls. 268-273), manifestando-se pelo cabimento e, no mérito, pela improcedência dos pedidos deduzidos na ação rescisória. É o relatório. V O T O Cabimento Atendidos os pressupostos de constituição e de desenvolvimento válido e regular do processo (ajuizamento em face de decisão transitada em julgado, dentro do biênio legal e com realização do depósito prévio disposto no art. 836 da CLT), julgo cabível a presente ação rescisória. M É R I T O Violação manifesta a norma jurídica. Nulidade de citação Postulam as autoras seja rescindida a sentença proferida pelo Juízo da Vara do Trabalho de São Miguel do Oeste, SC, ao argumento de que foi inválida a citação levada a efeito na lide matriz. Sustentam que, em relação à segunda autora, foi fornecido endereço incompleto para citação na lide principal, pois não identificados a unidade e o bloco do edifício ("apto 306, bloco B") e, quanto à primeira autora, o endereço apresentado, além de incompleto, correspondeu ao do ex-sócio desta entidade empresária. Apontam que o condomínio tem 48 apartamentos e 2 blocos, não se podendo presumir que a citação foi realizada. Suscitam afronta ao disposto nos arts. 841, § 1º, da CLT e 238 e 239 do CPC e aos princípios do contraditório e da ampla defesa insculpidos no art. 5º, LV, da CRFB/1988. À análise. A teor do que dispõe o art. 841 da CLT (com ressalva para a fase de execução), no processo do trabalho vige a regra da impessoalidade da citação. Uma vez entregue no local endereçado, presume-se a regularidade da notificação. Assim, para fins de validade exige-se apenas que a notificação inicial seja entregue no endereço indicado na peça de ingresso, sendo prescindível a entrega pessoal ao destinatário. Ainda, a teor da Súmula nº 16 do TST, o ônus da prova quanto ao não recebimento da notificação é do destinatário, in verbis: "Presume-se recebida a notificação 48 (quarenta e oito) horas depois de sua postagem. O seu não recebimento ou a entrega após o decurso desse prazo constitui ônus de prova do destinatário." Por outro lado, o art. 239, caput, do CPC, estabelece que a citação é pressuposto para a validade do processo, a seguir: "Para a validade do processo é indispensável a citação do réu ou do executado, ressalvadas as hipóteses de indeferimento da petição inicial ou de improcedência liminar do pedido." Sobre o tema, cabe citar o art. 248, §§ 1º e 2º, do CPC: Deferida a citação pelo correio, o escrivão ou o chefe de secretaria remeterá ao citando cópias da petição inicial e do despacho do juiz e comunicará o prazo para resposta, o endereço do juízo e o respectivo cartório. § 1º A carta será registrada para entrega ao citando, exigindo-lhe o carteiro, ao fazer a entrega, que assine o recibo. § 2º Sendo o citando pessoa jurídica, será válida a entrega do mandado a pessoa com poderes de gerência geral ou de administração ou, ainda, a funcionário responsável pelo recebimento de correspondências. Ademais, o art. 5º, incs. LIV e LV, da Constituição Federal, assegura a todos o devido processo legal e o direito à ampla defesa e ao contraditório. Tenho me posicionado em relação ao tema, por força do disposto nos arts. art. 841, § 1º, da CLT e 248, §§ 1º e 2º, do CPC, de que, embora sem a necessidade de pessoalidade, alguma pessoa, não necessariamente o representante da empresa, deva receber a citação acerca do ajuizamento da ação trabalhista. Porém, no caso em tela, as autoras não suscitam especificamente ausência de entrega da correspondência a uma pessoa, mas, sim, cingem a argumentação em busca de corte rescisório na impossibilidade de ter havido a efetiva entrega da notificação em virtude de ter sido estampado endereço incompleto na correspondência de citação, porque desta não constou o número e o bloco do apartamento de residência do seu sócio. Levantam, ainda, que, em relação à primeira autora, o referido sócio já havia se desvinculado do quadro societário desta empresa quando do envio da notificação. Contudo, por meio da cópia das peças da ação trabalhista juntadas a estes autos, verifico que a correspondência de "notificação inicial ao réu" (fl. 64) teve como escorreito destino o endereço correspondente à residência do Sr. Edson Gilberto Streck, sócio comum a ambas as empresas reclamadas (Av. Maravilha, 456, Maravilha, SC), mesmo endereço que consta da conta de consumo de energia elétrica da fl. 22. Quanto a não terem sido discriminados na notificação o número do apartamento e o bloco correspondente ao endereço para qual foi enviada a correspondência, não há como considerar que tal detalhe tenha impossibilitado a entrega da notificação ao destinatário, cumprindo salientar que, na forma disposta no art. 774, parágrafo único, da CLT, a Empresa de Correios e Telégrafos está obrigada a proceder à devolução da notificação postal no caso de o destinatário não ser encontrado ou de recusa de seu recebimento, situação não constatada no caso, compreendendo-se, assim, ter sido entregue a notificação ao destinatário naquele endereço. Não há notícia nos autos de que a correspondência de citação na lide matriz tenha sido devolvida pelos Correios por endereço insuficiente. Em relação ao argumento de que, quanto à primeira autora, a correspondência de notificação foi direcionada a quem não seria mais seu sócio, extrai-se da cópia da 7ª alteração contratual da primeira autora (fls. 17-18) que o Sr. Edson Gilberto Streck retirou-se do quadro societário da primeira autora em 29-8-2018, após ter sido realizada a notificação na lide matriz pela pela Vara do Trabalho, em 8-8-2018 (certidão da fl. 67). Assim, reconhece-se ter havido a escorreita citação das reclamadas da ação matriz, ora autoras. Dessarte, o direito ao corte rescisório por violação a norma jurídica (art. 966, inc. V, do CPC) não está caracterizado, uma vez que a citação das autoras na ação trabalhista atendeu aos ditames legais que tratam da formação da relação processual, sem óbice ao exercício regular do contraditório e da ampla defesa. Julgo improcedentes os pedidos da ação rescisória. Impõe-se às autoras o pagamento de honorários advocatícios sucumbenciais aos causídicos do réu, na proporção de 10% do valor dado à causa. Rejeito a arguição do réu de condenação das autoras ao pagamento de multa por litigância de má-fé, porquanto não identifico no ajuizamento da ação rescisória a hipótese de ilícito processual, apenas o regular exercício do direito de ação previsto em lei ordinária e na Constituição da República. Julgados, à unanimidade de votos, improcedentes os pedidos da presente ação rescisória, cabe a liberação em favor do réu, na forma de multa, do depósito prévio da fl. 197, conforme o disposto no art. 5º da Instrução Normativa nº 31 do TST, acrescido da atualização monetária aplicada pela instituição bancária. Custas pelas autoras, no importe de R$ 233,94, calculadas sobre o valor dado à causa de R$ 11.696,80. Pelo que, Participaram do julgamento realizado na sessão do dia 07 de julho de 2025, sob a presidência da Exma. Desembargadora do Trabalho Quézia de Araújo Duarte Nieves Gonzalez, Vice-Presidente, os Exmos. Desembargadores do Trabalho Roberto Luiz Guglielmetto, Wanderley Godoy Junior, Hélio Bastida Lopes, Cesar Luiz Pasold Júnior e Reinaldo Branco de Moraes e a Exma. Juíza do Trabalho-Convocada Maria Beatriz Vieira da Silva Gubert, vinculada ao processo em substituição a Exma. Desembargadora do Trabalho Teresa Regina Cotosky, em férias e com a presença da Dra. Cristiane Kraemer Gehlen, Procuradora Regional do Trabalho. Não participou do julgamento o Exmo. Desembargador do Trabalho Amarildo Carlos de Lima - Presidente (Ato SEAP nº 54/2023). Ausente justificadamente o Exmo. Desembargador do Trabalho Roberto Basilone Leite. ACORDAM as Exmas. Magistradas e os Exmos. Magistrados da Seção Especializada 1 do Tribunal Regional do Trabalho da 12ª Região, à unanimidade, Julgar cabível a ação rescisória e, NO MÉRITO, julgá-la improcedente. À unanimidade, condenar as autoras ao pagamento de honorários advocatícios de sucumbência aos procuradores do réu, na proporção de 10% do valor dado à causa. Determinar a liberação em favor do réu do depósito prévio, com a pertinente correção aplicada pela instituição bancária. À unanimidade, Rejeitar a arguição do réu de condenação das autoras ao pagamento de multa por litigância de má-fé. Custas pelas autoras, no importe de 233,94, calculadas sobre o valor dado à causa de R$ 11.696,80 ROBERTO LUIZ GUGLIELMETTO Desembargador-Relator FLORIANOPOLIS/SC, 11 de julho de 2025. JULIO CESAR VIEIRA DE CASTRO Assessor Intimado(s) / Citado(s) - DIEGO RAFAEL CASTANHA

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Processo nº 0000740-86.2011.8.08.0029

ID: 328871466

Tribunal: TJES Órgão: Cachoeiro de Itapemirim - 1ª Vara Cível Classe: PETIçãO CíVEL Nº Processo: 0000740-86.2011.8.08.0029

Data de Disponibilização: 18/07/2025

Polo Ativo:

Polo Passivo:

PAULO ROBERTO CEZARIO MENDES

Sentença

Advogados:

NAUN DO LAGO DE LIMA

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ESTADO DO ESPÍRITO SANTO PODER JUDICIÁRIO Juízo de Cachoeiro de Itapemirim - 1ª Vara Cível Avenida Monte Castelo, S/N, Fórum Desembargador Horta Araújo, Independência, CACHOEIRO DE ITAPEMIRIM - ES - … ESTADO DO ESPÍRITO SANTO PODER JUDICIÁRIO Juízo de Cachoeiro de Itapemirim - 1ª Vara Cível Avenida Monte Castelo, S/N, Fórum Desembargador Horta Araújo, Independência, CACHOEIRO DE ITAPEMIRIM - ES - CEP: 29306-500 Telefone:(28) 35265814 Processo nº.: 0000740-86.2011.8.08.0029 PETIÇÃO CÍVEL (241) EXEQUENTE: COOPERATIVA DE CREDITO DE LIVRE ADMISSAO SUL DO ESPIRITO SANTO EXECUTADO: PAULO ROBERTO CEZARIO MENDES = S E N T E N Ç A = Trata-se de Exceção de Pré-Executividade (ID 70763085) oposta por PAULO ROBERTO CEZARIO MENDES, representado por curador especial nomeado, nos autos da Ação de Execução de Título Extrajudicial que lhe move a COOPERATIVA DE CRÉDITO DE LIVRE ADMISSÃO SUL DO ESPÍRITO SANTO – SICOOB SUL. O excipiente (executado) alega, em suma, a ocorrência de prescrição intercorrente. Sustenta que o prazo prescricional para a cobrança da Cédula de Crédito Bancário é de 3 (três) anos. Afirma que, após a ciência do exequente sobre a primeira tentativa de citação infrutífera em 25/03/2013, o prazo prescricional teria se consumado em 25/03/2017, após o transcurso de 1 (um) ano de suspensão, conforme o art. 921, §1º, do CPC. Requer, ao final, a extinção da execução e a condenação do exequente ao pagamento de honorários de sucumbência. Intimado (ID 71224903), o exequente apresentou impugnação (ID 72965019), rechaçando a alegação de prescrição. Argumenta que jamais se manteve inerte e que a demora na tramitação do feito não pode lhe ser imputada, devendo-se à morosidade dos mecanismos do próprio Poder Judiciário. Invoca a aplicação da Súmula 106 do STJ e pugna pela rejeição da exceção. É o relatório do necessário. Fundamento e Decido. O cerne da controvérsia reside em verificar a ocorrência da prescrição intercorrente no caso concreto. A prescrição intercorrente constitui matéria de ordem pública, cognoscível de ofício e arguível por simples petição, sendo a exceção de pré-executividade via processual adequada para tanto. O título que aparelha a presente execução é uma Cédula de Crédito Bancária, cujo prazo prescricional para a pretensão executória é de 3 (três) anos, conforme art. 70 da Lei Uniforme de Genebra, aplicável por força do art. 44 da Lei nº 10.931/2004. A execução prescreve no mesmo prazo da ação, nos termos da Súmula 150 do STF. O Superior Tribunal de Justiça, no julgamento do REsp 1.340.553/RS (Tema 566), sob o rito dos recursos repetitivos, firmou a tese de que o prazo de 1 (um) ano de suspensão do processo executivo tem início automático na data da ciência do credor a respeito da não localização do devedor ou da inexistência de bens penhoráveis. O Superior Tribunal de Justiça firmou o entendimento nos Temas 566 a 571, que o reconhecimento da prescrição intercorrente independe da verificação da inércia ou desídia do exequente, sendo suficiente a paralisação do processo executivo, sem a localização do devedor e/ou de bens penhoráveis, durante o período do prazo prescricional. Nesse sentido, veja o precedente do Egrégio TJES: AGRAVO INTERNO NA APELAÇÃO CÍVEL. EXECUÇÃO FISCAL. PRESCRIÇÃO INTERCORRENTE. DILIGÊNCIAS INFRUTÍFERAS . RECURSO DESPROVIDO. 1) Conforme definido pelo Superior Tribunal de Justiça nos Temas 566 a 571, o reconhecimento da prescrição intercorrente independe da verificação da inércia ou desídia do exequente, sendo suficiente a paralisação do processo executivo, sem a localização do devedor e/ou de bens penhoráveis, durante o período do prazo prescricional. 2) Exsurge inequívoca a prescrição intercorrente na hipótese em que o executivo fiscal tenha sido ajuizado em 1999, o município tenha tomado ciência, em 17/06/2005, da não localização de bens penhoráveis e, passados cinco anos, não tenha consumado diligência frutífera ou outra causa interruptiva. 3) Recurso desprovido .(TJ-ES - APELAÇÃO CÍVEL: 0010128-73.1999.8.08 .0048, Relator.: JOSE PAULO CALMON NOGUEIRA DA GAMA, 2ª Câmara Cível) Sob esse viés, vislumbro que a presente execução de título extrajudicial foi encobertada pela prescrição intercorrente, explico. O Código de Processo Civil é claro ao prever que a prescrição intercorrente inicia-se com a primeira ciência da tentativa infrutífera de citação ou da localização de bens penhoráveis, vejamos: Art. 921 (…) § 4º O termo inicial da prescrição no curso do processo será a ciência da primeira tentativa infrutífera de localização do devedor ou de bens penhoráveis, e será suspensa, por uma única vez, pelo prazo máximo previsto no § 1º deste artigo. Ainda, há de se destacar que o prazo prescricional inicia-se independentemente de despacho do juiz assim o reconhecendo, ou ainda, de despacho do juiz suspendendo a execução na forma do art. 921, § 1º do CPC, na medida em que tais decisões são meramente declaratórias. Nesse sentido, veja-se a jurisprudência: APELAÇÃO CÍVEL. AÇÃO DE EXECUÇÃO DE TÍTULO EXTRAJUDICIAL. TERMO INICIAL. NÃO LOCALIZAÇÃO DE BENS PENHORÁVEIS DA EXECUTADA. PRESCRIÇÃO INTERCORRENTE. I. Nos termos do artigo 921, § 1º, do Código de Processo Civil, conta-se o prazo de um ano para a suspensão do processo executório e, em seguida, inicia-se a contagem do prazo prescricional. II. O termo inicial da suspensão se dá na constatação da ausência de bens passíveis de penhora, sendo a decisão de suspensão meramente declaratória. III. O entendimento firmado pelo colendo STJ no julgamento do REsp 1.340.553/RS, julgado sob a sistemática de recursos repetitivos, deve ser adotado nas execuções de títulos extrajudiciais, no sentido de que o prazo de um ano de suspensão da execução é iniciado automaticamente da data da ciência da parte exequente a respeito da inexistência de bens penhoráveis, havendo ou não pronunciamento judicial sobre a suspensão. IV. Os requerimentos para realização de diligências que se mostraram infrutíferas em localizar bens do devedor não têm o condão de suspender ou interromper a prescrição intercorrente. V. A consumação da prescrição intercorrente não mais depende da inércia do credor em dar andamento à execução, mas sim da ausência de localização de bens penhoráveis. VI. Constatado que todas as diligências da parte exequente, após o transcurso do prazo de 1 (um) ano de suspensão, na busca de bens penhoráveis em nome da executada foram frustradas, o reconhecimento da prescrição é medida que se impõe. APELO CONHECIDO E DESPROVIDO. SENTENÇA MANTIDA. (TJGO, PROCESSO CÍVEL E DO TRABALHO -> Recursos - > Apelação Cível 007XXXX-07.1998.8.09.0051, Rel. Des (a). Aureliano Albuquerque Amorim, 10ª Câmara Cível, julgado em 25/10/2023, DJe de 25/10/2023) AGRAVO INTERNO NA APELAÇÃO CÍVEL. EXECUÇÃO FISCAL. PRESCRIÇÃO INTERCORRENTE. DILIGÊNCIAS INFRUTÍFERAS . RECURSO DESPROVIDO. 1) Conforme definido pelo Superior Tribunal de Justiça nos Temas 566 a 571, o reconhecimento da prescrição intercorrente independe da verificação da inércia ou desídia do exequente, sendo suficiente a paralisação do processo executivo, sem a localização do devedor e/ou de bens penhoráveis, durante o período do prazo prescricional. 2) Exsurge inequívoca a prescrição intercorrente na hipótese em que o executivo fiscal tenha sido ajuizado em 1999, o município tenha tomado ciência, em 17/06/2005, da não localização de bens penhoráveis e, passados cinco anos, não tenha consumado diligência frutífera ou outra causa interruptiva. 3) Recurso desprovido .(TJ-ES - APELAÇÃO CÍVEL: 0010128-73.1999.8.08 .0048, Relator.: JOSE PAULO CALMON NOGUEIRA DA GAMA, 2ª Câmara Cível) Portanto, no presente caso, a prescrição intercorrente iniciou-se no primeiro momento em que houve a tentativa de citação do devedor ou localização de penhora infrutífera. Portanto, consumada a prescrição intercorrente, a execução será extinta com resolução do mérito. Nesse mesmo sentido é o entendimento do Superior Tribunal de Justiça: AGRAVO INTERNO. RECURSO ESPECIAL. PRESCRIÇÃO INTERCORRENTE. DILIGÊNCIAS INFRUTÍFERAS. NÃO SUSPENSÃO DO PRAZO PRESCRICIONAL, SOB PENA DE IMPRESCRITIBILIDADE DA DÍVIDA . 1. A promoção de diligências infrutíferas não tem o condão de suspender ou interromper o prazo prescricional, tornando a dívida imprescritível . Precedentes. 2. No caso, o prazo prescricional é trienal. Não obstante, mesmo após efetuadas diversas diligências ao longo de 20 anos, a dívida ainda não foi satisfeita . 3. A jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça firmou o entendimento de ser possível ao relator dar ou negar provimento ao recurso especial, em decisão monocrática, nas hipóteses em que houver jurisprudência dominante quanto ao tema ou se tratar de recurso manifestamente inadmissível, prejudicado ou que não tenha impugnado especificamente os fundamentos da decisão recorrida (artigo 932, III e IV, do Código de Processo Civil de 2015). 4. Agravo interno não provido. (AgInt no REsp n. 1.986.517/PR, relator Ministro Luis Felipe Salomão, Quarta Turma, julgado em 23/8/2022, DJe de 9/9/2022.) (destaquei) No caso dos autos, os marcos temporais são incontroversos: O despacho que ordenou a citação, interrompendo a prescrição, data de 06/12/2011. A primeira tentativa de citação do executado restou infrutífera, conforme certidão de 24/02/2012. A parte exequente foi intimada e tomou ciência inequívoca da não localização do devedor em 25/03/2013 . Nos termos da tese vinculante do STJ, a data de 25/03/2013 constitui o termo inicial para a contagem do prazo de suspensão de 1 (um) ano, que, por consequência, findou-se em 25/03/2014. A partir deste marco, iniciou-se a contagem do prazo prescricional de 3 (três) anos, que se exauriu em 25/03/2017. Embora o exequente alegue ter sido diligente, promovendo diversos pedidos de consulta a sistemas e outras diligências, tais atos, por si sós, quando infrutíferos, não possuem o condão de interromper ou suspender o fluxo do prazo prescricional já iniciado. O ordenamento jurídico busca a estabilidade e a segurança das relações, não admitindo a perpetuação indefinida das execuções. O prazo legal (1 ano de suspensão + 3 anos de prescrição) é o período que a lei confere ao credor para que localize o devedor ou bens, sob pena de extinção de sua pretensão. Ainda que se reconheça a existência de períodos de mora do serviço judiciário, o lapso temporal desde a consumação da prescrição em 2017 é excessivamente longo, consolidando a situação jurídica. A aplicação da Súmula 106/STJ é mitigada nos casos de prescrição intercorrente, cujo regramento específico no art. 921 do CPC visa justamente estabelecer um marco objetivo para a extinção de execuções infrutíferas. Dessa forma, transcorrido o prazo legal sem que o crédito fosse satisfeito ou o devedor localizado de forma eficaz, o reconhecimento da prescrição intercorrente é medida que se impõe. Ante o exposto, ACOLHO a Exceção de Pré-Executividade (ID 70763085) para DECLARAR A OCORRÊNCIA DA PRESCRIÇÃO INTERCORRENTE da pretensão executória. Por conseguinte, JULGO EXTINTO o presente processo de execução, com resolução do mérito, nos termos do art. 487, II, c/c o art. 924, V, ambos do Código de Processo Civil. Em razão da sucumbência, condeno a parte Exequente ao pagamento de honorários advocatícios em favor do patrono do Excipiente, os quais fixo em 10% (dez por cento) sobre o valor atualizado da causa, nos termos do art. 85, §2º, do CPC. Fixo os honorários do curador especial, Dr. NAÚN DO LAGO DE LIMA (OAB/ES 41.127), em R$ 850,00 (oitocentos e cinquenta reais), a serem custeados pelo Estado do Espírito Santo, pela sua atuação no feito, Valendo a presente SENTENÇA COMO CERTIDÃO. Custas remanescentes pelo Exequente. Publique-se. Registre-se. Intimem-se. Após o trânsito em julgado, arquivem-se os autos com as devidas baixas. CACHOEIRO DE ITAPEMIRIM/ES, datado e assinado eletronicamente. ELAINE CRISTINE DE CARVALHO MIRANDA Juíza de Direito

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Processo nº 0000740-86.2011.8.08.0029

ID: 328871472

Tribunal: TJES Órgão: Cachoeiro de Itapemirim - 1ª Vara Cível Classe: PETIçãO CíVEL Nº Processo: 0000740-86.2011.8.08.0029

Data de Disponibilização: 18/07/2025

Polo Ativo:

COOPERATIVA DE CREDITO DE LIVRE ADMISSAO SUL DO ESPIRITO SANTO

Polo Passivo:

Sentença

Advogados:

ALOISIO ZAMBON PINHEIRO

OAB/ES XXXXXX Desbloquear

THIAGO STANZANI FONSECA

OAB/ES XXXXXX Desbloquear

ESTADO DO ESPÍRITO SANTO PODER JUDICIÁRIO Juízo de Cachoeiro de Itapemirim - 1ª Vara Cível Avenida Monte Castelo, S/N, Fórum Desembargador Horta Araújo, Independência, CACHOEIRO DE ITAPEMIRIM - ES - … ESTADO DO ESPÍRITO SANTO PODER JUDICIÁRIO Juízo de Cachoeiro de Itapemirim - 1ª Vara Cível Avenida Monte Castelo, S/N, Fórum Desembargador Horta Araújo, Independência, CACHOEIRO DE ITAPEMIRIM - ES - CEP: 29306-500 Telefone:(28) 35265814 Processo nº.: 0000740-86.2011.8.08.0029 PETIÇÃO CÍVEL (241) EXEQUENTE: COOPERATIVA DE CREDITO DE LIVRE ADMISSAO SUL DO ESPIRITO SANTO EXECUTADO: PAULO ROBERTO CEZARIO MENDES = S E N T E N Ç A = Trata-se de Exceção de Pré-Executividade (ID 70763085) oposta por PAULO ROBERTO CEZARIO MENDES, representado por curador especial nomeado, nos autos da Ação de Execução de Título Extrajudicial que lhe move a COOPERATIVA DE CRÉDITO DE LIVRE ADMISSÃO SUL DO ESPÍRITO SANTO – SICOOB SUL. O excipiente (executado) alega, em suma, a ocorrência de prescrição intercorrente. Sustenta que o prazo prescricional para a cobrança da Cédula de Crédito Bancário é de 3 (três) anos. Afirma que, após a ciência do exequente sobre a primeira tentativa de citação infrutífera em 25/03/2013, o prazo prescricional teria se consumado em 25/03/2017, após o transcurso de 1 (um) ano de suspensão, conforme o art. 921, §1º, do CPC. Requer, ao final, a extinção da execução e a condenação do exequente ao pagamento de honorários de sucumbência. Intimado (ID 71224903), o exequente apresentou impugnação (ID 72965019), rechaçando a alegação de prescrição. Argumenta que jamais se manteve inerte e que a demora na tramitação do feito não pode lhe ser imputada, devendo-se à morosidade dos mecanismos do próprio Poder Judiciário. Invoca a aplicação da Súmula 106 do STJ e pugna pela rejeição da exceção. É o relatório do necessário. Fundamento e Decido. O cerne da controvérsia reside em verificar a ocorrência da prescrição intercorrente no caso concreto. A prescrição intercorrente constitui matéria de ordem pública, cognoscível de ofício e arguível por simples petição, sendo a exceção de pré-executividade via processual adequada para tanto. O título que aparelha a presente execução é uma Cédula de Crédito Bancária, cujo prazo prescricional para a pretensão executória é de 3 (três) anos, conforme art. 70 da Lei Uniforme de Genebra, aplicável por força do art. 44 da Lei nº 10.931/2004. A execução prescreve no mesmo prazo da ação, nos termos da Súmula 150 do STF. O Superior Tribunal de Justiça, no julgamento do REsp 1.340.553/RS (Tema 566), sob o rito dos recursos repetitivos, firmou a tese de que o prazo de 1 (um) ano de suspensão do processo executivo tem início automático na data da ciência do credor a respeito da não localização do devedor ou da inexistência de bens penhoráveis. O Superior Tribunal de Justiça firmou o entendimento nos Temas 566 a 571, que o reconhecimento da prescrição intercorrente independe da verificação da inércia ou desídia do exequente, sendo suficiente a paralisação do processo executivo, sem a localização do devedor e/ou de bens penhoráveis, durante o período do prazo prescricional. Nesse sentido, veja o precedente do Egrégio TJES: AGRAVO INTERNO NA APELAÇÃO CÍVEL. EXECUÇÃO FISCAL. PRESCRIÇÃO INTERCORRENTE. DILIGÊNCIAS INFRUTÍFERAS . RECURSO DESPROVIDO. 1) Conforme definido pelo Superior Tribunal de Justiça nos Temas 566 a 571, o reconhecimento da prescrição intercorrente independe da verificação da inércia ou desídia do exequente, sendo suficiente a paralisação do processo executivo, sem a localização do devedor e/ou de bens penhoráveis, durante o período do prazo prescricional. 2) Exsurge inequívoca a prescrição intercorrente na hipótese em que o executivo fiscal tenha sido ajuizado em 1999, o município tenha tomado ciência, em 17/06/2005, da não localização de bens penhoráveis e, passados cinco anos, não tenha consumado diligência frutífera ou outra causa interruptiva. 3) Recurso desprovido .(TJ-ES - APELAÇÃO CÍVEL: 0010128-73.1999.8.08 .0048, Relator.: JOSE PAULO CALMON NOGUEIRA DA GAMA, 2ª Câmara Cível) Sob esse viés, vislumbro que a presente execução de título extrajudicial foi encobertada pela prescrição intercorrente, explico. O Código de Processo Civil é claro ao prever que a prescrição intercorrente inicia-se com a primeira ciência da tentativa infrutífera de citação ou da localização de bens penhoráveis, vejamos: Art. 921 (…) § 4º O termo inicial da prescrição no curso do processo será a ciência da primeira tentativa infrutífera de localização do devedor ou de bens penhoráveis, e será suspensa, por uma única vez, pelo prazo máximo previsto no § 1º deste artigo. Ainda, há de se destacar que o prazo prescricional inicia-se independentemente de despacho do juiz assim o reconhecendo, ou ainda, de despacho do juiz suspendendo a execução na forma do art. 921, § 1º do CPC, na medida em que tais decisões são meramente declaratórias. Nesse sentido, veja-se a jurisprudência: APELAÇÃO CÍVEL. AÇÃO DE EXECUÇÃO DE TÍTULO EXTRAJUDICIAL. TERMO INICIAL. NÃO LOCALIZAÇÃO DE BENS PENHORÁVEIS DA EXECUTADA. PRESCRIÇÃO INTERCORRENTE. I. Nos termos do artigo 921, § 1º, do Código de Processo Civil, conta-se o prazo de um ano para a suspensão do processo executório e, em seguida, inicia-se a contagem do prazo prescricional. II. O termo inicial da suspensão se dá na constatação da ausência de bens passíveis de penhora, sendo a decisão de suspensão meramente declaratória. III. O entendimento firmado pelo colendo STJ no julgamento do REsp 1.340.553/RS, julgado sob a sistemática de recursos repetitivos, deve ser adotado nas execuções de títulos extrajudiciais, no sentido de que o prazo de um ano de suspensão da execução é iniciado automaticamente da data da ciência da parte exequente a respeito da inexistência de bens penhoráveis, havendo ou não pronunciamento judicial sobre a suspensão. IV. Os requerimentos para realização de diligências que se mostraram infrutíferas em localizar bens do devedor não têm o condão de suspender ou interromper a prescrição intercorrente. V. A consumação da prescrição intercorrente não mais depende da inércia do credor em dar andamento à execução, mas sim da ausência de localização de bens penhoráveis. VI. Constatado que todas as diligências da parte exequente, após o transcurso do prazo de 1 (um) ano de suspensão, na busca de bens penhoráveis em nome da executada foram frustradas, o reconhecimento da prescrição é medida que se impõe. APELO CONHECIDO E DESPROVIDO. SENTENÇA MANTIDA. (TJGO, PROCESSO CÍVEL E DO TRABALHO -> Recursos - > Apelação Cível 007XXXX-07.1998.8.09.0051, Rel. Des (a). Aureliano Albuquerque Amorim, 10ª Câmara Cível, julgado em 25/10/2023, DJe de 25/10/2023) AGRAVO INTERNO NA APELAÇÃO CÍVEL. EXECUÇÃO FISCAL. PRESCRIÇÃO INTERCORRENTE. DILIGÊNCIAS INFRUTÍFERAS . RECURSO DESPROVIDO. 1) Conforme definido pelo Superior Tribunal de Justiça nos Temas 566 a 571, o reconhecimento da prescrição intercorrente independe da verificação da inércia ou desídia do exequente, sendo suficiente a paralisação do processo executivo, sem a localização do devedor e/ou de bens penhoráveis, durante o período do prazo prescricional. 2) Exsurge inequívoca a prescrição intercorrente na hipótese em que o executivo fiscal tenha sido ajuizado em 1999, o município tenha tomado ciência, em 17/06/2005, da não localização de bens penhoráveis e, passados cinco anos, não tenha consumado diligência frutífera ou outra causa interruptiva. 3) Recurso desprovido .(TJ-ES - APELAÇÃO CÍVEL: 0010128-73.1999.8.08 .0048, Relator.: JOSE PAULO CALMON NOGUEIRA DA GAMA, 2ª Câmara Cível) Portanto, no presente caso, a prescrição intercorrente iniciou-se no primeiro momento em que houve a tentativa de citação do devedor ou localização de penhora infrutífera. Portanto, consumada a prescrição intercorrente, a execução será extinta com resolução do mérito. Nesse mesmo sentido é o entendimento do Superior Tribunal de Justiça: AGRAVO INTERNO. RECURSO ESPECIAL. PRESCRIÇÃO INTERCORRENTE. DILIGÊNCIAS INFRUTÍFERAS. NÃO SUSPENSÃO DO PRAZO PRESCRICIONAL, SOB PENA DE IMPRESCRITIBILIDADE DA DÍVIDA . 1. A promoção de diligências infrutíferas não tem o condão de suspender ou interromper o prazo prescricional, tornando a dívida imprescritível . Precedentes. 2. No caso, o prazo prescricional é trienal. Não obstante, mesmo após efetuadas diversas diligências ao longo de 20 anos, a dívida ainda não foi satisfeita . 3. A jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça firmou o entendimento de ser possível ao relator dar ou negar provimento ao recurso especial, em decisão monocrática, nas hipóteses em que houver jurisprudência dominante quanto ao tema ou se tratar de recurso manifestamente inadmissível, prejudicado ou que não tenha impugnado especificamente os fundamentos da decisão recorrida (artigo 932, III e IV, do Código de Processo Civil de 2015). 4. Agravo interno não provido. (AgInt no REsp n. 1.986.517/PR, relator Ministro Luis Felipe Salomão, Quarta Turma, julgado em 23/8/2022, DJe de 9/9/2022.) (destaquei) No caso dos autos, os marcos temporais são incontroversos: O despacho que ordenou a citação, interrompendo a prescrição, data de 06/12/2011. A primeira tentativa de citação do executado restou infrutífera, conforme certidão de 24/02/2012. A parte exequente foi intimada e tomou ciência inequívoca da não localização do devedor em 25/03/2013 . Nos termos da tese vinculante do STJ, a data de 25/03/2013 constitui o termo inicial para a contagem do prazo de suspensão de 1 (um) ano, que, por consequência, findou-se em 25/03/2014. A partir deste marco, iniciou-se a contagem do prazo prescricional de 3 (três) anos, que se exauriu em 25/03/2017. Embora o exequente alegue ter sido diligente, promovendo diversos pedidos de consulta a sistemas e outras diligências, tais atos, por si sós, quando infrutíferos, não possuem o condão de interromper ou suspender o fluxo do prazo prescricional já iniciado. O ordenamento jurídico busca a estabilidade e a segurança das relações, não admitindo a perpetuação indefinida das execuções. O prazo legal (1 ano de suspensão + 3 anos de prescrição) é o período que a lei confere ao credor para que localize o devedor ou bens, sob pena de extinção de sua pretensão. Ainda que se reconheça a existência de períodos de mora do serviço judiciário, o lapso temporal desde a consumação da prescrição em 2017 é excessivamente longo, consolidando a situação jurídica. A aplicação da Súmula 106/STJ é mitigada nos casos de prescrição intercorrente, cujo regramento específico no art. 921 do CPC visa justamente estabelecer um marco objetivo para a extinção de execuções infrutíferas. Dessa forma, transcorrido o prazo legal sem que o crédito fosse satisfeito ou o devedor localizado de forma eficaz, o reconhecimento da prescrição intercorrente é medida que se impõe. Ante o exposto, ACOLHO a Exceção de Pré-Executividade (ID 70763085) para DECLARAR A OCORRÊNCIA DA PRESCRIÇÃO INTERCORRENTE da pretensão executória. Por conseguinte, JULGO EXTINTO o presente processo de execução, com resolução do mérito, nos termos do art. 487, II, c/c o art. 924, V, ambos do Código de Processo Civil. Em razão da sucumbência, condeno a parte Exequente ao pagamento de honorários advocatícios em favor do patrono do Excipiente, os quais fixo em 10% (dez por cento) sobre o valor atualizado da causa, nos termos do art. 85, §2º, do CPC. Fixo os honorários do curador especial, Dr. NAÚN DO LAGO DE LIMA (OAB/ES 41.127), em R$ 850,00 (oitocentos e cinquenta reais), a serem custeados pelo Estado do Espírito Santo, pela sua atuação no feito, Valendo a presente SENTENÇA COMO CERTIDÃO. Custas remanescentes pelo Exequente. Publique-se. Registre-se. Intimem-se. Após o trânsito em julgado, arquivem-se os autos com as devidas baixas. CACHOEIRO DE ITAPEMIRIM/ES, datado e assinado eletronicamente. ELAINE CRISTINE DE CARVALHO MIRANDA Juíza de Direito

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