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Edgard Ferreira Da Silva x Refinaria Nacional De Sal S.A.

ID: 276117854

Tribunal: TJSP Órgão: Foro de Mauá - 2ª Vara Cível Classe: PROCEDIMENTO COMUM CíVEL Nº Processo: 1002831-61.2022.8.26.0348

Data de Disponibilização: 22/05/2025

Polo Ativo:

EDGARD FERREIRA DA SILVA

Polo Passivo:

REFINARIA NACIONAL DE SAL S.A.

Intimação

Advogados:

RODOLFO VITÓRIO DE ARAUJO SILVA

OAB/SP XXXXXX Desbloquear

ROBERTA BATISTA MARTINS ROQUE

OAB/SP XXXXXX Desbloquear

MARCELO SCAFF PADILHA

OAB/SP XXXXXX Desbloquear

ADV: Marcelo Scaff Padilha (OAB 109492/SP), Roberta Batista Martins Roque (OAB 203117/SP), Rodolfo Vitório de Araujo Silva (OAB 453827/SP) Processo 1002831-61.2022.8.26.0348 - Procedimento Comum Cíve… ADV: Marcelo Scaff Padilha (OAB 109492/SP), Roberta Batista Martins Roque (OAB 203117/SP), Rodolfo Vitório de Araujo Silva (OAB 453827/SP) Processo 1002831-61.2022.8.26.0348 - Procedimento Comum Cível - Reqte: Edgard Ferreira da Silva - Reqdo: Refinaria Nacional de Sal S.A. - Vistos. Trata-se de ação Adjudicação Compulsória ajuizada por Edgard Ferreira da Silva e Neuza Bianco Canizari em face de José Henrique de Carvalho, Joselita de Souza Rodrigues e Refinaria Nacional de Sal S.A., alegando que o requerente firmou contrato de Promessa de Compra e Venda em 04/05/1993 do imóvel situado na Rua Angelina Góz, n.º 255, Jardim Araguaia, CEP 09371-165, Mauá/SP com José Henrique de Carvalho e Joselita de Souza Rodrigues pelo valor de CZ$ 900.000.000,00 (Novecentos Milhões de Cruzeiros). Pagou parte do preço no ato da assinatura por cheques e entrega de um bem (veículo Volkswagen Gol 1000, ano 1993/1993, cinza, placa BQG 5920), além do saldo devedor junto à Loteadora Vendedora Ingaí Empreendimentos Imobiliários S/A (que intermediava a venda para a proprietária do imóvel, que é a requerida Refinaria Nacional de Sal S/A), pago em nome dos vendedores em seus vencimentos, valendo a posse dos recibos como pagamento do preço estipulado junto a loteadora. O referido saldo devedor do imóvel foi objeto de discussão nos autos nº 2050014-37.1987.8.26.0348, que tramitou perante a 4ª Vara Cível da Comarca de Mauá, mas houve acordo nos referidos autos e o bem foi quitado, inexistindo saldo devedor a ser pago. Porém, perdeu o contato dos vendedores e não conseguiu localizá-los para que eles firmassem a escritura pública de compra e venda do imóvel. Juntaram documentos (fls. 10/48), complementados às fls. 55/63. Deferida a gratuidade ao autor e determinado a inclusão da ex esposa ou comprovação da partilha (fl. 64). Emenda à inicial às fls. 67/68, acompanhada de documentos (fls. 69/76). Recebida a emenda e determinada a citação (fls. 77/78). Pedido de pesquisas para localizar o endereço dos corréus (fl. 82). Devidamente citado (fl. 86), o corréu Refinaria reconheceu a procedência do pedido (fl. 87/88; docs. fls. 89/100). Replica às fls. 105/106. Citação positiva de Joselita (fl. 118). Citação por edital de José Henrique (fl. 163). Contestação por negativa geral apresentada às fls. 168, pugnando pela improcedência. Réplica à fl. 172. Determinada a especificação de provas (fls. 174/175), a parte autora informou não ter mais provas a produzir (fl. 178), assim como o corréu José Henrique, representado pela Defensoria Pública (fl. 183). Certificado o decurso de prazo sem manifestação dos demais requeridos (fl. 188). É o relatório. Fundamento e DECIDO. Procedo ao julgamento do mérito, pois as provas encartadas aos autos são suficientes para o convencimento deste Juízo. Verifico que as partes são legítimas, estão regularmente representadas e há interesse processual. Estão presentes os pressupostos de constituição e desenvolvimento válido e regular do processo. Não há questões processuais a serem discutidas, nem preliminares, prejudiciais ou nulidades a serem sanadas, estando a causa madura para julgamento. No mérito, a ação é procedente. A corré Joselita de Souza Rodrigues foi citada à fl. 118, deixando transcorrer o prazo sem apresentar defesa. A revelia da parte ré, mercê de não apresentação de resistência ao pedido, implica na presunção relativa de veracidade quanto aos fatos alegados na petição inicial, nos termos do artigo 344 do Código de Processo Civil. O corréu José Henrique de Carvalho foi citado por edital às fls. 163/164, motivo pelo qual passou a intervir a Defensoria Pública como Curadora Especial, apresentando contestação por negativa geral (fl. 168). Ainda que admitida a contestação por negativa geral, é certo que nesta hipótese não se aplica o ônus da impugnação específica dos fatos. Isso porque abrange todas as questões passíveis de impugnação, tornando controvertida a matéria, não se aplicando os efeitos da revelia. Nos termos do artigo 341, parágrafo único, do Código de Processo Civil, não há de se falar em presunção de veracidade do quanto alegado na inicial. Todavia, os elementos do processo autorizam a procedência do pedido. Assim, à vista da natureza disponível do direito versado nos autos, aliado à prova documental produzida pela parte autora, não há motivo comprovado que afaste a pretensão aqui deduzida. A corré Refinaria Nacional de Sal S.A. informou que o imóvel está quitado e não se opôs ao pedido, informando que por culpa exclusiva do comprador não houve a lavratura da escritura pública quando da quitação, pugnando pela não condenação ao pagamento das verbas sucumbenciais (fls. 87/88). Há comprovação nos autos da celebração de compromisso de compra e venda (fls. 18/20), tendo por objeto o imóvel constante da matrícula nº. 44.134 do Cartório de Registro de Imóveis de Mauá/SP (fl. 17), contando com expressa concordância da proprietária registral às fls. 87/88, que confirma a quitação do preço. A ação de adjudicação compulsória é remédio processual destinado a promover o registro imobiliário necessário à transmissão da propriedade. Como é cediço, em ação em que exigida a outorga da escritura definitiva de imóvel compromissado a venda, indispensável a adequada identificação do legitimado passivo, já que a pretensão tutelada só prosperará em face do proprietário registral, a quem cabe a transferência do domínio, sob pena de violação ao princípio da continuidade do registro público. A promessa de compra e venda de imóvel (e não a cessão de direitos), enquanto não registrada se constitui em mero direito pessoal, sendo que, ao ser registrada passa a constituir um direito real, oponível erga omnes, atribuindo ao seu titular o direito de sequela (direito real de aquisição do imóvel). Registrada ou não, mas desde que formalmente correta, a promessa autoriza a adjudicação compulsória pelo disposto no artigo 16 do Decreto-lei 58/37. A diferença entre a promessa de compra e venda registrada e não registrada reside na oponibilidade a terceiros de que dispõe aquela e não dispõe esta, e não na possibilidade ou não de se intentar ação de adjudicação compulsória nos termos do Decreto-Lei 58/37, mesma conclusão que exsurge dos arts. 1.417 e 1.418 do Código Civil. Assim, quando integralizado o pagamento do preço, o promissário comprador intimará o promitente vendedor a outorgar-lhe escritura (realizar a prestação prometida de contratar) e, só depois de esgotado o prazo legal para fazê-lo, buscará a adjudicação compulsória por sentença, valendo como título para registro. É certo que, conforme entendimento há muito sedimentado no âmbito do Superior Tribunal de Justiça, não se exige o registro preliminar para o ajuizamento da ação de adjudicação compulsória, entretanto, o documento firmado deve ser hábil à transmissão do domínio. Tal entendimento cristalizou-se no âmbito do Superior Tribunal de Justiça, culminando com a edição do enunciado de n°. 239 de sua Súmula, que traz o seguinte enunciado: "O direito à adjudicação compulsória não se condiciona ao registro do compromisso de compra e venda no cartório de imóveis.". A certidão de matrícula de fl. 17 denota a propriedade registral da Refinaria Nacional, que reconhece a procedência do pedido (art. 487, III, alínea a do CPC), sendo certo que o documento acostado às fls. 18/21 comprova a existência do negócio jurídico, de modo que a procedência da ação é medida de rigor. Logo, HOMOLOGO o reconhecimento da procedência do pedido. Consectário lógico, não há condenação ao pagamento das verbas sucumbenciais. Ante o exposto, JULGO PROCEDENTE o pedido, extinguindo o feito com resolução de mérito, nos termos do artigo 487, III, "a", do Código de Processo Civil, para ADJUDICAR COMPULSORIAMENTE aos autores o imóvel descrito no compromisso de fls. 18/20 em favor da parte autora, produzindo a presente sentença os mesmos efeitos do contrato principal, observadas os requisitos e demais formalidades legais exigidas pelo Oficial de Registro de Imóveis quanto da apresentação do título, mediante a comprovação de pagamento de todas as taxas, tributos e emolumentos pertinentes. Em razão da ausência de resistência de todos os requeridos (de igual sorte em relação ao citado por edital e revel), deixo de condenar a parte ré ao pagamento de custas e despesas processuais, bem como dos honorários advocatícios por não haver litigiosidade. A eventual regularização das edificações existentes no imóvel deverá ser efetuada administrativamente junto à Municipalidade com posterior averbação no RGI. Preteridos os demais argumentos e pedidos, posto que incompatíveis com a linha adotada, ficam as partes advertidas de que a oposição de embargos de declaração fora das hipóteses legais e/ou com postulação meramente infringente ensejará a imposição da multa prevista pelo artigo 1026, § 2º, NCPC. Para fins de recurso, excetuada a hipótese de gratuidade, deverá ser recolhido o preparo de 4% sobre o valor da condenação, se houver, ou, caso não haja, ou não seja possível desde logo apurar o montante, sobre o valor atualizado da causa, observado o patamar mínimo de 5 UFESPs. Vista à Defensoria Pública, na qualidade de Curadora Especial. Transitado em julgado, certifique-se com baixa e expeça-se o competente mandado de averbação para o Cartório de Registro de Imóveis de Mauá. Após, nada mais sendo requerido, arquivem-se os autos com as cautelas de praxe, observadas as NSCGJ. P.I.C.

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Processo nº 1006420-44.2025.4.01.3304

ID: 331177822

Tribunal: TRF1 Órgão: Juizado Especial Cível e Criminal Adjunto à 1ª Vara Federal da SSJ de Feira de Santana-BA Classe: PROCEDIMENTO DO JUIZADO ESPECIAL CíVEL Nº Processo: 1006420-44.2025.4.01.3304

Data de Disponibilização: 22/07/2025

Polo Ativo:

ADRIANA TEIXEIRA DE SENA

Polo Passivo:

Despacho

Advogados:

IRIS SOUZA SILVA

OAB/BA XXXXXX Desbloquear

PODER JUDICIÁRIO JUSTIÇA FEDERAL Juizado Especial Cível e Criminal Adjunto à 1ª Vara Federal da SSJ de Feira de Santana-BA PROCESSO N. 1006420-44.2025.4.01.3304 PROCEDIMENTO DO JUIZADO ESPECIAL CÍVEL… PODER JUDICIÁRIO JUSTIÇA FEDERAL Juizado Especial Cível e Criminal Adjunto à 1ª Vara Federal da SSJ de Feira de Santana-BA PROCESSO N. 1006420-44.2025.4.01.3304 PROCEDIMENTO DO JUIZADO ESPECIAL CÍVEL (436) AUTOR: ADRIANA TEIXEIRA DE SENA REU: INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS. DESPACHO A concessão de benefício previdenciário a segurados especiais exige a demonstração do trabalho rural ou atividade de pescador artesanal durante o período correspondente à carência ou no momento que antecedeu ao óbito do instituidor da pensão, na forma do art. 11, VII, §§ 1º, 6º a 12, da Lei n. 8.213/91, mediante início razoável de prova material, corroborada com prova testemunhal, ou prova documental plena, inadmissível a prova exclusivamente testemunhal (Súmula 149/STJ; Súmula n. 27/TRF-1). De acordo com a jurisprudência das duas turmas integrantes da 1ª Seção do TRF-1 (únicas com competência geral para matéria previdenciária), “não se prestam como necessário início razoável de prova material do labor rural documentos confeccionados em momento próximo ao ajuizamento da ação”. (AC 00102802020174019199, 1ª Turma, e-DJF1 26/03/2018). No mesmo sentido: “Para que sirvam como início de prova material do labor rural alegado os documentos apresentados pela parte autora devem ser dotados de integridade probante autorizadora de sua utilização, não se enquadrando em tal situação aqueles documentos que, confeccionados em momento próximo ao ajuizamento da ação ou ao implemento do requisito etário, deixam antever a possibilidade de sua obtenção com a finalidade precípua de servirem como instrumento de prova em ações de índole previdenciária.” (AC 00189481420164019199, 2ª Turma, e-DJF1 16/04/2018). De acordo com o art. 116 da Instrução Normativa 128/2022 do INSS, a comprovação da atividade rural será feita por meio dos seguintes documentos: I - contrato de arrendamento, parceria, meação ou comodato rural, cujo período da atividade será considerado somente a partir da data do registro ou do reconhecimento de firma do documento em cartório; II - Declaração de Aptidão ao Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar, de que trata o inciso II do caput do art. 2º da Lei nº 12.188, de 11 de janeiro de 2010, ou por documento que a substitua; III - bloco de notas do produtor rural; IV - notas fiscais de entrada de mercadorias, de que trata o § 7º do art. 30 da Lei nº 8.212, de 1991, emitidas pela empresa adquirente da produção, com indicação do nome do segurado como vendedor; V - documentos fiscais relativos à entrega de produção rural a cooperativa agrícola, entreposto de pescado ou outros, com indicação do segurado como vendedor ou consignante; VI - comprovantes de recolhimento de contribuição à Previdência Social decorrentes da comercialização da produção; VII - cópia da declaração de imposto de renda, com indicação de renda proveniente da comercialização de produção rural; VIII - licença de ocupação ou permissão outorgada pelo Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária - INCRA ou qualquer outro documento emitido por esse órgão que indique ser o beneficiário assentado do programa de reforma agrária; IX - comprovante de pagamento do Imposto sobre a Propriedade Territorial Rural - ITR, Documento de Informação e Atualização Cadastral do Imposto sobre a Propriedade Territorial Rural - DIAC e/ou Documento de Informação e Apuração do Imposto sobre a Propriedade Territorial Rural - DIAT, com comprovante de envio à RFB, ou outros que a RFB vier a instituir; X - certidão fornecida pela FUNAI, certificando a condição do índio como trabalhador rural, observado o contido no § 5º; XI - certidão de casamento civil ou religioso ou certidão de união estável; XII - certidão de nascimento ou de batismo dos filhos; XIII - certidão de tutela ou de curatela; XIV - procuração; XV - título de eleitor, ficha de cadastro eleitoral ou certidão eleitoral; XVI - certificado de alistamento ou de quitação com o serviço militar; XVII - comprovante de matrícula ou ficha de inscrição em escola, ata ou boletim escolar do trabalhador ou dos filhos; XVIII - ficha de associado em cooperativa; XIX - comprovante de participação como beneficiário em programas governamentais para a área rural nos Estados, no Distrito Federal ou nos Municípios; XX - comprovante de recebimento de assistência ou de acompanhamento de empresa de assistência técnica e extensão rural; XXI - escritura pública de imóvel; XXII - recibo de pagamento de contribuição federativa ou confederativa; XXIII - registro em processos administrativos ou judiciais, inclusive inquéritos, como testemunha, autor ou réu; XXIV - ficha ou registro em livros de casas de saúde, hospitais, postos de saúde ou do programa dos agentes comunitários de saúde; XXV - carteira de vacinação e cartão da gestante; XXVI - título de propriedade de imóvel rural; XXVII - recibo de compra de implementos ou de insumos agrícolas; XXVIII - comprovante de empréstimo bancário para fins de atividade rural; XXIX - ficha de inscrição ou registro sindical ou associativo junto ao sindicato de trabalhadores rurais, colônia ou associação de pescadores, produtores ou outras entidades congêneres; XXX - contribuição social ao sindicato de trabalhadores rurais, à colônia ou à associação de pescadores, produtores rurais ou a outras entidades congêneres; XXXI - publicação na imprensa ou em informativos de circulação pública; XXXII - registro em livros de entidades religiosas, quando da participação em batismo, crisma, casamento ou em outros sacramentos; XXXIII - registro em documentos de associações de produtores rurais, comunitárias, recreativas, desportivas ou religiosas; XXXIV - título de aforamento; ou XXXV - ficha de atendimento médico ou odontológico. § 1º Os documentos elencados nos incisos XI a XXXV do caput poderão ser utilizados desde que neles conste a profissão ou qualquer outro elemento que demonstre o exercício da atividade na categoria de segurado especial. Ademais, o INSS tem considerado, como início de prova material apta, pelo menos um documento contemporâneo para cada metade do período de carência referente ao benefício pleiteado, sendo que, no caso de salário maternidade, este documento deve ser anterior à gravidez (conforme orientações constantes do Ofício-Circular n. 46/DIRBEN/INSS, de 13/09/2019). No caso concreto, a parte autora restringiu-se a trazer documentos inaptos como início de prova material, como documentos relativos a terceiros, extemporâneos ao período de atividade que se pretende comprovar ou com indícios evidentes de adulteração ou inclusão de data anterior à sua confecção. Se enquadram nesta categoria, por exemplo, certidões de cadastro eleitoral recente e desacompanhados do histórico de revisões, declarações particulares produzidas unilateralmente pelo interessado, dentre outras. Partindo destas premissas, determino a intimação da parte autora para que, no prazo de 15 dias, sob pena de extinção do processo sem resolução de mérito.: a) junte aos autos documento(s) idôneo(s) e produzido(s) em período contemporâneo ao labor rural, que fundamente(m) a sua pretensão b) adite a inicial, caso não tenha sido especificado, para descrever o período no qual exerceu atividade rural, os locais onde residiu/trabalhou (nome da fazenda, distrito e município, se for o caso), o regime do uso da terra e sua titularidade, as pessoas com quem vive/trabalha, sendo necessário que o início de prova material, em nome do autor, seja correspondente ao período mencionado, conforme art. 55, § 3° da lei 8.213. Escoado o prazo, com ou sem manifestação, voltem conclusos os autos. Feira de Santana - BA. Juiz Federal ATENÇÃO Fica(m) a(s) parte(s) advertida(s) de que deverá(ão) observar os procedimentos necessários para a correta utilização do PJe, previstos no Manual do Advogado, especialmente que: a) Ao protocolar petição ou juntar documento nos autos, deverá selecionar o Tipo de documento correspondente à espécie ou finalidade da respectiva petição ou documento, evitando-se o uso de classificação genérica como Petição intercorrente, sob pena de o sistema não identificar a sua juntada nos autos, o que acarretará maior demora na análise da petição/documento. b) A habilitação de novo procurador nos autos eletrônicos por substabelecimento com ou sem reserva de poderes deverá ser feita pelo próprio substabelecente, independentemente de ato da Secretaria, através da rotina Menu > Processo > Outras ações > Solicitar habilitação; c) Quando da resposta a este ou a qualquer outro expediente do processo (inclusive juntada de contestação, recurso, contrarrazões ou qualquer espécie de petição diversa), a petição de resposta deverá ser vinculada à respectiva intimação, através da rotina Expedientes > Tomar ciência > Responder , sob pena de o sistema lançar a movimentação de decurso de prazo, o que acarretará maior demora na análise da petição.

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Processo nº 8164311-82.2022.8.05.0001

ID: 295699289

Tribunal: TJBA Órgão: 6ª VARA DE RELAÇÕES DE CONSUMO DA COMARCA DE SALVADOR Classe: PROCEDIMENTO COMUM CíVEL Nº Processo: 8164311-82.2022.8.05.0001

Data de Disponibilização: 11/06/2025

Polo Ativo:

RAMON DE SOUSA REGO

Polo Passivo:

Sentença

Advogados:

AKADJA CYBELLE TEIXEIRA LADEIA

OAB/BA XXXXXX Desbloquear

PODER JUDICIÁRIO DO ESTADO DA BAHIA Comarca de SALVADOR - BAHIA6ª Vara de Relações de Consumo Rua do Tingui, s/n, Campo da Pólvora, Fórum Prof. Orlando Gomes - 3º andar, Nazare - CEP 40040-380, Fone… PODER JUDICIÁRIO DO ESTADO DA BAHIA Comarca de SALVADOR - BAHIA6ª Vara de Relações de Consumo Rua do Tingui, s/n, Campo da Pólvora, Fórum Prof. Orlando Gomes - 3º andar, Nazare - CEP 40040-380, Fone: 3320-6683, Salvador-BA - E-mail: salvador6vrconsumo@tjba.jus.br PROCESSO: 8164311-82.2022.8.05.0001 CLASSE: PROCEDIMENTO COMUM CÍVEL (7) ASSUNTO: [Evicção ou Vicio Redibitório, Indenização por Dano Moral, Indenização por Dano Material] PARTE AUTORA: AUTOR: RAMON DE SOUSA REGO Advogado(s) do reclamante: AKADJA CYBELLE TEIXEIRA LADEIA PARTE RÉ: REU: CLARA E NANDO COMERCIO DE VEICULOS LTDA - ME, BANCO ITAUCARD S.A. Advogado(s) do reclamado: ENY ANGE SOLEDADE BITTENCOURT DE ARAUJO, TATSON CABRAL PIZZANI, MARCIO MARTINS TINOCO SENTENÇA Vistos, etc… Trata-se de ação ordinária ajuizada por RAMON DE SOUSA REGO contra CLARA E NANDO COMÉRCIO DE VEÍCULOS LTDA - ME e BANCO ITAUCARD S.A. objetivando o pagamento de indenização por danos morais e materiais, devido a alegado vício do produto (veículo Marca VOLKSWAGEM GOL 1.0, CITY, FLEX, 4P, PLACA 0MU 0346 , ANO 2012/2013, COR PRATA, CHASSI 9BWAA05UDT214111, RENAVAM Nº 497181274, COM OPCIONAIS COMPLETOS). Na exordial informa que, em 10.07.2021 adquiriu o veículo descrito na inicial pelo valor de R$ 28.900,00 (vinte oito mil e novecentos reais), com pagamento de R$ 18.000,00 (dezoito mil reais) à vista e R$ 10.900,00 (dez mil e novecentos) financiado pela própria loja através do Banco Itaú. Afirma que após apenas 6 (seis) dias de uso, o bem apresentou problemas/defeitos. Aduz que noticiou imediatamente à ré, que só pôde guinchar o carro para a oficina de confiança do primeiro réu no dia seguinte. Acrescenta que em passados 04 (quatro) dias foi informado que o veículo possuía bloqueador, constatando que a revisão não havia sido realizada, conforme informado durante transação. Que foi orientado pelo primeiro réu a retirar trava de segurança e que permanece sem o acessório até o presente momento. Em 12.08.2021 o veículo não ligava e a luz da injeção eletrônica encontrava-se acesa e que o primeiro réu arcou com os gastos, porém o veículo só foi entregue após 21 dias. Em 18/09/2021 o veículo voltou a acender a luz da injeção, com conserto finalizado após 7 (sete) dias, com gastos arcados pelo primeiro réu. Em 05/10/2021 foi necessária a troca do pedal do acelerador e do corpo de borboleta, ficando o carro 8 (oito) dias em conserto. Em 24/10/2021 houve trava do volante com o carro em movimento, com desligamento do motor, quando o primeiro réu informou ter transcorrido o período da garantia. Foi necessário a tentativa de reparo com mecânico, ficando o veículo 15 (quinze) dias em conserto, detectando-se vazamento de óleo, sem conserto. Em 01/11/2021 o carro apresentou problema, voltando para a oficina e que desde essa data não utiliza o veículo. Requereu, além dos pedidos de estilo, a condenação das rés a título de danos materiais no valor de R$ 30.536,86 (trinta mil quinhentos e trinta e seis reais e oitenta e seis centavos), condenação do primeiro réu à obrigação de fazer no sentido de transferir o veículo para sua propriedade, arcando com o pagamento de todas as despesas do veículo junto aos órgãos de trânsito do Estado da Bahia até a efetiva transferência do automóvel e a condenação aos danos morais no valor de R$ 10.000,00 (dez mil reais). Juntou procuração e documentos. Gratuidade da justiça deferida (Id. 348825194). Devidamente citado, o segundo réu contestou no Id. 368363713, arguindo preliminar de ilegitimidade passiva. No mérito alega a excludente de responsabilidade objetiva, por apenas disponibilizar o crédito necessário para o financiamento. Por sua vez, a primeira parte ré, no mérito, suscita que o veículo passou por revisão preventiva e vistoria cautelar realizada por empresa credenciada junto ao DETRAN e que o veículo apresentou pequenos problemas, sendo devidamente atendidos, com a entrega ao cliente sem qualquer vício. Relata que a empresa ofereceu a troca de seu veículo por um de características similares, o que não sendo aceito pelo autor. Pugnou pela improcedência da demanda, juntou documentos. Réplica no Id. 380976002. Intimadas as partes, a primeira ré (Id. 400249096) manifestou interesse na produção de provas, quais sejam a oitiva do mecânico responsável pelos reparos do veículo, a realização de perícia no veículo e apresentação de fotos com quilometragem do veículo. A parte autora, por seu turno, requer o prosseguimento do feito (Id. 428171657). Decisão saneadora ao Id. 459380010, afastando preliminar de ilegitimidade passiva, mantendo a gratuidade da justiça e designando audiência de instrução. Irresignada, a parte primeira ré opôs Embargos de Declaração ao Id. 462249056, alegando omissão arguindo não terem sido analisados os pedidos de perícia e apresentação de quilometragem do veículo. Audiência de Instrução devidamente realizada, conforme Id. 465874657. Contrarrazões aos Embargos de Declaração ao Id. 467112883. Decisão considerando prejudicado julgamento dos embargos face a abertura de prazo para que fossem juntadas novas provas (Id. 483039024). Primeiro réu reitera interesse em designação de perícia (Id. 483862445) e parte autora requer sejam consideradas documentos com fotos atuais do veículo, além de oitiva de testemunhas (Id. 485318229). Anunciado o julgamento. É o relatório. Decido. Inicialmente acolho as provas emprestadas apresentadas ao Id. 467436194 e 467436195, bem como fotos carreadas ao Id. 467436194 e 467436195, uma vez que se observam pertinentes e relevantes para a solução do litígio. MÉRITO DOS FATOS E DAS PROVAS - RESPONSABILIDADE CIVIL Passo à análise do caso, consoante o conjunto probatório produzido, admitindo que a relação estabelecida entre as partes é de consumo (artigos 2º e 3º, do CDC) e, por isso, a controvérsia deve ser solucionada à luz dos preceitos encontrados no Código de Defesa do Consumidor. Pois bem. É incontroversa nos autos a aquisição pelo autor de um veículo usado, com quase 10 anos de fabricação, tendo na ocasião firmado termo de recebimento e check list do referido automóvel, dando ciência quanto aos itens cobertos pela garantia de 90 dias do revendedor. É incontroverso também o surgimento de problemas, muitos dos quais foram reparados pela parte ré, conforme a própria autora admite. Não consta nos autos, por outro lado, se o autor contratou vistoria por técnico de sua confiança antes de comprar o bem, o que leva a presumir que não o fez. O fato é que alega o surgimento de inúmeros vícios antes do carro antes de passados 90 dias de tê-lo adquirido, os quais teriam motivado a compra de peças e o pagamento de serviços de reparo, para cuja demonstração junta notas fiscais e recibos. Não obstante, trata-se de automóvel, fabricado em 2012, comprado após vários anos de uso. Nesse contexto, obviamente, todas as peças passaram pelo desgaste natural decorrente do uso do decurso do tempo, de forma que competia ao comprador vistoriar adequandamente o bem antes da aquisição e, em sendo o caso, não optar pela sua aquisição. examinadas todas essas circunstâncias, no caso concreto não há como prosperar o pedido de ressarcimento dos valores gastos com a reparação de peças e componentes do veículo. De fato, há que se ter em conta que o veículo foi adquirido com nove anos de uso e era de se esperar o desgaste de vários componentes pelo próprio tempo de uso e comprometimento natural de bem de tal natureza, ou seja, ao optar pela compra do bem pelo preço cobrado, supõe-se que o autor soubesse o que estava adquirindo e tivesse considerado ser o valor por ele cobrado compatível com o estado em que se encontrava. Da forma como os fatos foram expostos na exordial, sugere-se que o autor adquiriu o veículo sem vê-lo mais atentamente, sem vistoriá-lo, sem checar o que estava adquirindo, o que não é verossímil e tão pouco a prova documental colacionada autoriza tal conclusão. Saliente-se que não é dado ao adquirente de veículo usado, após aceitar o preço ajustado e checar o bem, atribuir ao vendedor a responsabilidade pelo reparo de peças e componentes veiculares excluídos expressamente da garantia contratada. Via de consequência, ausente a obrigação da ré de indenizar, seja por dano material, seja por dano extrapatrimonial, tendo em vista a inexistência de dano de qualquer natureza suscetível de reparação. Os julgados predominantes sobre a matéria podem ser exemplificados com a conclusão ora exposta: AÇÃO DE RESCISÃO CONTRATUAL C.C. INDENIZATÓRIA. COMPRA E VENDA DE VEÍCULO USADO. VÍCIOS OCULTOS. Autor que pretende a rescisão de contrato de compra e venda de veículo usado, bem como indenização material e moral. Sentença de improcedência. Apelo do autor. Preliminar de cerceamento de defesa. O juiz é o destinatário final das provas que servem à formação da sua convicção sobre a demanda. Poder-dever de indeferir diligências que entenda inúteis ou meramente protelatórias para o desfecho da causa. Inteligência do art. 370 do Código de Processo Civil. Suficiência das provas constantes nos autos para o deslinde do feito. Prova oral e pericial que não possuem o condão de influir de forma determinante no convencimento de mérito da ação. Preliminar afastada. Mérito. Veículo com quinze anos de uso e alta quilometragem rodada que pressupõe o exame pelo adquirente ou por terceiro de sua confiança antes de decidir pela aquisição. Autor que pagou o preço correspondente por veículo usado, sendo natural a existência de desgastes ou vida útil reduzida de seus componentes. Contrato que possui garantia contratual de três meses, período no qual os reparos foram regularmente executados às custas da concessionária. Demais problemas que surgiram após ultrapassado o período de garantia contratual. Ausência de ilícito imputável à concessionária ré. Rescisão contratual indevida. Improcedência da ação. Sentença mantida. Recurso não provido.(TJSP; Apelação Cível 1006517-61.2022.8.26.0348; Relator (a): Mary Grün; Órgão Julgador: 32ª Câmara de Direito Privado; Foro de Mauá - 3ª Vara Cível; Data do Julgamento: 09/03/2023; Data de Registro: 10/03/2023) Com efeito, na compra de veículo usado, ainda mais quando fabricado há quase 10(dez) anos, sempre há determinado risco, seja pela existência de vícios, seja em razão do nível de desgaste das peças, pois não se presume que ele esteja em perfeitas condições de uso e estado de conservação equivalente ao de um veículo de "zero quilometragem", ou mesmo de um veículo seminovo. E, no caso em tela, o autor estava ciente do ano de fabricação do carro e da quilometragem rodada e, obviamente, este foi disponibilizado a ele, antes da compra, para verificação de suas condições. desse modo, quando decidiu comprá-lo, competia-lhe avaliar o risco de tal compra, aceitando-o nas condições em que se encontrava. Ante o exposto, e considerando o que mais dos autos consta, com fundamento no art. 487, inciso I, do CPC, bem como demais dispositivos legais aplicáveis à espécie, JULGO IMPROCEDENTES os pedidos formulados na inicial. Outrossim, com base no artigo 85 do CPC, condeno a parte autora ao pagamento das custas e de honorários advocatícios, em 10% sobre o valor da causa, suspensa a exigibilidade em razão da gratuidade concedida. Com o trânsito em julgado, arquivem-se os autos e dê-se baixa. P. R. I. Salvador - BA, 29 de maio de 2025. Maria de Lourdes Oliveira Araújo Juíza de Direito PCT

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Akadja Cybelle Teixeira Ladeia e outros x Banco Itaucard S.A. e outros

ID: 336796325

Tribunal: TJBA Órgão: 6ª VARA DE RELAÇÕES DE CONSUMO DA COMARCA DE SALVADOR Classe: PROCEDIMENTO COMUM CíVEL Nº Processo: 8164311-82.2022.8.05.0001

Data de Disponibilização: 29/07/2025

Polo Ativo:

AKADJA CYBELLE TEIXEIRA LADEIA RAMON DE SOUSA REGO

Polo Passivo:

BANCO ITAUCARD S.A. CLARA E NANDO COMERCIO DE VEICULOS LTDA - ME ENY ANGE SOLEDADE BITTENCOURT DE ARAUJO REGISTRADO(A) CIVILMENTE COMO ENY ANGE SOLEDADE BITTENCOURT DE ARAUJO MARCIO MARTINS TINOCO TATSON CABRAL PIZZANI

Sentença

Advogados:

MARCIO MARTINS TINOCO

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TATSON CABRAL PIZZANI

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ENY ANGE SOLEDADE BITTENCOURT DE ARAUJO

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AKADJA CYBELLE TEIXEIRA LADEIA

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PODER JUDICIÁRIO DO ESTADO DA BAHIA Comarca de SALVADOR - BAHIA6ª Vara de Relações de Consumo Rua do Tingui, s/n, Campo da Pólvora, Fórum Prof. Orlando Gomes - 3º andar, Nazare - CEP 40040-380, Fone… PODER JUDICIÁRIO DO ESTADO DA BAHIA Comarca de SALVADOR - BAHIA6ª Vara de Relações de Consumo Rua do Tingui, s/n, Campo da Pólvora, Fórum Prof. Orlando Gomes - 3º andar, Nazare - CEP 40040-380, Fone: 3320-6683, Salvador-BA - E-mail: salvador6vrconsumo@tjba.jus.br PROCESSO: 8164311-82.2022.8.05.0001 CLASSE: PROCEDIMENTO COMUM CÍVEL (7) ASSUNTO: [Evicção ou Vicio Redibitório, Indenização por Dano Moral, Indenização por Dano Material] PARTE AUTORA: AUTOR: RAMON DE SOUSA REGO Advogado(s) do reclamante: AKADJA CYBELLE TEIXEIRA LADEIA PARTE RÉ: REU: CLARA E NANDO COMERCIO DE VEICULOS LTDA - ME, BANCO ITAUCARD S.A. Advogado(s) do reclamado: ENY ANGE SOLEDADE BITTENCOURT DE ARAUJO, TATSON CABRAL PIZZANI, MARCIO MARTINS TINOCO SENTENÇA Vistos, etc… Trata-se de ação ordinária ajuizada por RAMON DE SOUSA REGO contra CLARA E NANDO COMÉRCIO DE VEÍCULOS LTDA - ME e BANCO ITAUCARD S.A. objetivando o pagamento de indenização por danos morais e materiais, devido a alegado vício do produto (veículo Marca VOLKSWAGEM GOL 1.0, CITY, FLEX, 4P, PLACA 0MU 0346 , ANO 2012/2013, COR PRATA, CHASSI 9BWAA05UDT214111, RENAVAM Nº 497181274, COM OPCIONAIS COMPLETOS). Na exordial informa que, em 10.07.2021 adquiriu o veículo descrito na inicial pelo valor de R$ 28.900,00 (vinte oito mil e novecentos reais), com pagamento de R$ 18.000,00 (dezoito mil reais) à vista e R$ 10.900,00 (dez mil e novecentos) financiado pela própria loja através do Banco Itaú. Afirma que após apenas 6 (seis) dias de uso, o bem apresentou problemas/defeitos. Aduz que noticiou imediatamente à ré, que só pôde guinchar o carro para a oficina de confiança do primeiro réu no dia seguinte. Acrescenta que em passados 04 (quatro) dias foi informado que o veículo possuía bloqueador, constatando que a revisão não havia sido realizada, conforme informado durante transação. Que foi orientado pelo primeiro réu a retirar trava de segurança e que permanece sem o acessório até o presente momento. Em 12.08.2021 o veículo não ligava e a luz da injeção eletrônica encontrava-se acesa e que o primeiro réu arcou com os gastos, porém o veículo só foi entregue após 21 dias. Em 18/09/2021 o veículo voltou a acender a luz da injeção, com conserto finalizado após 7 (sete) dias, com gastos arcados pelo primeiro réu. Em 05/10/2021 foi necessária a troca do pedal do acelerador e do corpo de borboleta, ficando o carro 8 (oito) dias em conserto. Em 24/10/2021 houve trava do volante com o carro em movimento, com desligamento do motor, quando o primeiro réu informou ter transcorrido o período da garantia. Foi necessário a tentativa de reparo com mecânico, ficando o veículo 15 (quinze) dias em conserto, detectando-se vazamento de óleo, sem conserto. Em 01/11/2021 o carro apresentou problema, voltando para a oficina e que desde essa data não utiliza o veículo. Requereu, além dos pedidos de estilo, a condenação das rés a título de danos materiais no valor de R$ 30.536,86 (trinta mil quinhentos e trinta e seis reais e oitenta e seis centavos), condenação do primeiro réu à obrigação de fazer no sentido de transferir o veículo para sua propriedade, arcando com o pagamento de todas as despesas do veículo junto aos órgãos de trânsito do Estado da Bahia até a efetiva transferência do automóvel e a condenação aos danos morais no valor de R$ 10.000,00 (dez mil reais). Juntou procuração e documentos. Gratuidade da justiça deferida (Id. 348825194). Devidamente citado, o segundo réu contestou no Id. 368363713, arguindo preliminar de ilegitimidade passiva. No mérito alega a excludente de responsabilidade objetiva, por apenas disponibilizar o crédito necessário para o financiamento. Por sua vez, a primeira parte ré, no mérito, suscita que o veículo passou por revisão preventiva e vistoria cautelar realizada por empresa credenciada junto ao DETRAN e que o veículo apresentou pequenos problemas, sendo devidamente atendidos, com a entrega ao cliente sem qualquer vício. Relata que a empresa ofereceu a troca de seu veículo por um de características similares, o que não sendo aceito pelo autor. Pugnou pela improcedência da demanda, juntou documentos. Réplica no Id. 380976002. Intimadas as partes, a primeira ré (Id. 400249096) manifestou interesse na produção de provas, quais sejam a oitiva do mecânico responsável pelos reparos do veículo, a realização de perícia no veículo e apresentação de fotos com quilometragem do veículo. A parte autora, por seu turno, requer o prosseguimento do feito (Id. 428171657). Decisão saneadora ao Id. 459380010, afastando preliminar de ilegitimidade passiva, mantendo a gratuidade da justiça e designando audiência de instrução. Irresignada, a parte primeira ré opôs Embargos de Declaração ao Id. 462249056, alegando omissão arguindo não terem sido analisados os pedidos de perícia e apresentação de quilometragem do veículo. Audiência de Instrução devidamente realizada, conforme Id. 465874657. Contrarrazões aos Embargos de Declaração ao Id. 467112883. Decisão considerando prejudicado julgamento dos embargos face a abertura de prazo para que fossem juntadas novas provas (Id. 483039024). Primeiro réu reitera interesse em designação de perícia (Id. 483862445) e parte autora requer sejam consideradas documentos com fotos atuais do veículo, além de oitiva de testemunhas (Id. 485318229). Anunciado o julgamento. É o relatório. Decido. Inicialmente acolho as provas emprestadas apresentadas ao Id. 467436194 e 467436195, bem como fotos carreadas ao Id. 467436194 e 467436195, uma vez que se observam pertinentes e relevantes para a solução do litígio. MÉRITO DOS FATOS E DAS PROVAS - RESPONSABILIDADE CIVIL Passo à análise do caso, consoante o conjunto probatório produzido, admitindo que a relação estabelecida entre as partes é de consumo (artigos 2º e 3º, do CDC) e, por isso, a controvérsia deve ser solucionada à luz dos preceitos encontrados no Código de Defesa do Consumidor. Pois bem. É incontroversa nos autos a aquisição pelo autor de um veículo usado, com quase 10 anos de fabricação, tendo na ocasião firmado termo de recebimento e check list do referido automóvel, dando ciência quanto aos itens cobertos pela garantia de 90 dias do revendedor. É incontroverso também o surgimento de problemas, muitos dos quais foram reparados pela parte ré, conforme a própria autora admite. Não consta nos autos, por outro lado, se o autor contratou vistoria por técnico de sua confiança antes de comprar o bem, o que leva a presumir que não o fez. O fato é que alega o surgimento de inúmeros vícios antes do carro antes de passados 90 dias de tê-lo adquirido, os quais teriam motivado a compra de peças e o pagamento de serviços de reparo, para cuja demonstração junta notas fiscais e recibos. Não obstante, trata-se de automóvel, fabricado em 2012, comprado após vários anos de uso. Nesse contexto, obviamente, todas as peças passaram pelo desgaste natural decorrente do uso do decurso do tempo, de forma que competia ao comprador vistoriar adequandamente o bem antes da aquisição e, em sendo o caso, não optar pela sua aquisição. examinadas todas essas circunstâncias, no caso concreto não há como prosperar o pedido de ressarcimento dos valores gastos com a reparação de peças e componentes do veículo. De fato, há que se ter em conta que o veículo foi adquirido com nove anos de uso e era de se esperar o desgaste de vários componentes pelo próprio tempo de uso e comprometimento natural de bem de tal natureza, ou seja, ao optar pela compra do bem pelo preço cobrado, supõe-se que o autor soubesse o que estava adquirindo e tivesse considerado ser o valor por ele cobrado compatível com o estado em que se encontrava. Da forma como os fatos foram expostos na exordial, sugere-se que o autor adquiriu o veículo sem vê-lo mais atentamente, sem vistoriá-lo, sem checar o que estava adquirindo, o que não é verossímil e tão pouco a prova documental colacionada autoriza tal conclusão. Saliente-se que não é dado ao adquirente de veículo usado, após aceitar o preço ajustado e checar o bem, atribuir ao vendedor a responsabilidade pelo reparo de peças e componentes veiculares excluídos expressamente da garantia contratada. Via de consequência, ausente a obrigação da ré de indenizar, seja por dano material, seja por dano extrapatrimonial, tendo em vista a inexistência de dano de qualquer natureza suscetível de reparação. Os julgados predominantes sobre a matéria podem ser exemplificados com a conclusão ora exposta: AÇÃO DE RESCISÃO CONTRATUAL C.C. INDENIZATÓRIA. COMPRA E VENDA DE VEÍCULO USADO. VÍCIOS OCULTOS. Autor que pretende a rescisão de contrato de compra e venda de veículo usado, bem como indenização material e moral. Sentença de improcedência. Apelo do autor. Preliminar de cerceamento de defesa. O juiz é o destinatário final das provas que servem à formação da sua convicção sobre a demanda. Poder-dever de indeferir diligências que entenda inúteis ou meramente protelatórias para o desfecho da causa. Inteligência do art. 370 do Código de Processo Civil. Suficiência das provas constantes nos autos para o deslinde do feito. Prova oral e pericial que não possuem o condão de influir de forma determinante no convencimento de mérito da ação. Preliminar afastada. Mérito. Veículo com quinze anos de uso e alta quilometragem rodada que pressupõe o exame pelo adquirente ou por terceiro de sua confiança antes de decidir pela aquisição. Autor que pagou o preço correspondente por veículo usado, sendo natural a existência de desgastes ou vida útil reduzida de seus componentes. Contrato que possui garantia contratual de três meses, período no qual os reparos foram regularmente executados às custas da concessionária. Demais problemas que surgiram após ultrapassado o período de garantia contratual. Ausência de ilícito imputável à concessionária ré. Rescisão contratual indevida. Improcedência da ação. Sentença mantida. Recurso não provido.(TJSP; Apelação Cível 1006517-61.2022.8.26.0348; Relator (a): Mary Grün; Órgão Julgador: 32ª Câmara de Direito Privado; Foro de Mauá - 3ª Vara Cível; Data do Julgamento: 09/03/2023; Data de Registro: 10/03/2023) Com efeito, na compra de veículo usado, ainda mais quando fabricado há quase 10(dez) anos, sempre há determinado risco, seja pela existência de vícios, seja em razão do nível de desgaste das peças, pois não se presume que ele esteja em perfeitas condições de uso e estado de conservação equivalente ao de um veículo de "zero quilometragem", ou mesmo de um veículo seminovo. E, no caso em tela, o autor estava ciente do ano de fabricação do carro e da quilometragem rodada e, obviamente, este foi disponibilizado a ele, antes da compra, para verificação de suas condições. desse modo, quando decidiu comprá-lo, competia-lhe avaliar o risco de tal compra, aceitando-o nas condições em que se encontrava. Ante o exposto, e considerando o que mais dos autos consta, com fundamento no art. 487, inciso I, do CPC, bem como demais dispositivos legais aplicáveis à espécie, JULGO IMPROCEDENTES os pedidos formulados na inicial. Outrossim, com base no artigo 85 do CPC, condeno a parte autora ao pagamento das custas e de honorários advocatícios, em 10% sobre o valor da causa, suspensa a exigibilidade em razão da gratuidade concedida. Com o trânsito em julgado, arquivem-se os autos e dê-se baixa. P. R. I. Salvador - BA, 29 de maio de 2025. Maria de Lourdes Oliveira Araújo Juíza de Direito PCT

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Processo nº 1006420-21.2025.8.13.0024

ID: 283447734

Tribunal: TJMG Órgão: 15ª Vara Cível da Comarca de Belo Horizonte Classe: PROCEDIMENTO COMUM CíVEL Nº Processo: 1006420-21.2025.8.13.0024

Data de Disponibilização: 29/05/2025

Polo Ativo:

ROBSON COLEM FROEDE ROMARIO COLEM FROEDE RONALDO COLEN FROEDE ROSALIA COLEN FROEDE ROSANE COLEN FROEDE

Polo Passivo:

Decisão

Advogados:

GRACIELLE AUXILIADORA DOS SANTOS

OAB/MG XXXXXX Desbloquear

PROCEDIMENTO COMUM CÍVEL Nº 1006420-21.2025.8.13.0024/MG AUTOR : ROSANE COLEN FROEDE ADVOGADO(A) : GRACIELLE AUXILIADORA DOS SANTOS (OAB MG140335) AUTOR : ROSALIA COLEN FROEDE ADVOGADO(A) : GRACIELL… PROCEDIMENTO COMUM CÍVEL Nº 1006420-21.2025.8.13.0024/MG AUTOR : ROSANE COLEN FROEDE ADVOGADO(A) : GRACIELLE AUXILIADORA DOS SANTOS (OAB MG140335) AUTOR : ROSALIA COLEN FROEDE ADVOGADO(A) : GRACIELLE AUXILIADORA DOS SANTOS (OAB MG140335) AUTOR : ROMARIO COLEM FROEDE ADVOGADO(A) : GRACIELLE AUXILIADORA DOS SANTOS (OAB MG140335) AUTOR : RONALDO COLEN FROEDE ADVOGADO(A) : GRACIELLE AUXILIADORA DOS SANTOS (OAB MG140335) AUTOR : ROBSON COLEM FROEDE ADVOGADO(A) : GRACIELLE AUXILIADORA DOS SANTOS (OAB MG140335) DECISÃO Vistos, etc. Trata-se de ação de extinção do condomínio, arbitramento de aluguel cumulada com cobrança proposta pelos herdeiros e condôminos Ronaldo Colen Froede , Robson Colen Froede, Romário Colen Froede, Rosália Colen Froede e Rosane Colen Froede em face de Roberto Colen Froede , com a terceira interessada Rosângela Colen Froede. O imóvel objeto da lide, situado na Rua Bueno Brandão, nº 246, bairro Santa Tereza, Belo Horizonte/MG, encontra-se em condomínio entre as partes, incluindo o espólio da Sra. Mirtes Colen Froede, em inventário. Ocorre que o réu ocupa o imóvel com exclusividade desde outubro de 2024, impedindo o uso pelos demais co-proprietários e herdeiros, motivo pelo qual foi notificado extrajudicialmente para pagamento proporcional de aluguel e IPTU, desocupação ou formalização da proposta de venda. O réu, entretanto, permanece inerte, impossibilitando a alienação do bem comum, causando prejuízo financeiro aos autores. Diante disso, os autores pleiteiam a extinção do condomínio com a respectiva divisão e alienação do imóvel, o arbitramento judicial do aluguel proporcional e a condenação do réu ao pagamento dos alugueis retroativos, IPTU, custas processuais e honorários advocatícios, bem como a produção das provas necessárias. É o breve relatório. Decido. Nos termos do artigo 300 do Código de Processo Civil, a concessão de tutela provisória de urgência requer a presença cumulativa da probabilidade do direito (fumus boni iuris) e do perigo de dano ou risco ao resultado útil do processo (periculum in mora). Examinando os autos, verifico que ainda não estão preenchidos os requisitos legais para deferimento da tutela antecipada requerida. Embora os autores apresentem documentação e notificação extrajudicial que evidenciam a ocupação exclusiva do imóvel pelo réu, não há prova inequívoca, neste momento processual inicial, da existência de risco iminente e irreparável que justifique a intervenção liminar. O direito alegado, referente ao uso exclusivo do bem comum e à cobrança proporcional de alugueis e IPTU, é passível de análise no mérito e demanda instrução probatória para aferição do quantum devido e das condições reais da posse. Ademais, a extinção do condomínio e a alienação do imóvel constituem questões que dependem de regular processo de cognição, incluindo a manifestação do réu e demais interessados, garantindo o contraditório e a ampla defesa. Por fim, a concessão de tutela antecipada, que poderia resultar em desocupação ou imposição de pagamento liminar de valores, sem a devida instrução, pode causar prejuízo irreversível às partes, especialmente considerando a complexidade da situação envolvendo múltiplos co-proprietários e o espólio. Dessa forma, diante da ausência dos requisitos previstos no artigo 300 do CPC, INDEFIRO o pedido de tutela provisória de urgência formulado. Designo audiência de conciliação virtual (CPC, art. 334) que será realizada pelo Centro Judiciário de Solução de Conflitos e Cidadania - CEJUSC. Fica a parte autora intimada na pessoa de seu advogado (CPC, art. 334, § 3º). Ficam as partes desde já intimadas de que será disponibilizado no processo o link para viabilizar a participação na audiência virtual, no prazo de 03 (três) dias antes da audiência, sendo que a parte deverá acessar o link informado no dia e hora designados para participar da audiência. Inclua-se a presente intimação na carta de citação. Cite-se e intime-se a parte ré (art. 334, parte final, CPC/15). A audiência será realizada de forma virtual, por meio da plataforma disponibilizada pelo Conselho Nacional de Justiça, denominada CISCO WEBEX MEETINGS que funciona totalmente por meio eletrônico e a realização dos atos têm regulamentação por meio da Portaria Conjunta nº. 1.025 do TJMG, bem como a Portaria 61, de 31/03/2020, Resolução nº 105, de 06/04/2010 e Resolução nº 314, de 20/04/2020, ambas do CNJ. Todas as informações a respeito dela estão disponível no portal https://www.cnj.jus.br/plataforma-videoconferencia-nacional/. As partes e advogados das partes deverão instalar o aplicativo CISCO WEBEX MEETINGS no aparelho de telefone celular ou, caso utilizem computador, realizem o download e instalação do programa CISCO WEBEX MEETINGS(link para downloadhttps://www.webex.com/downloads.html/). A audiência somente não será realizada se todas as partes manifestarem, expressamente, desinteresse na composição consensual (CPC, art. 334, § 4º, I). Hipótese em que o prazo para contestação, de 15 (quinze) dias (CPC, art. 335, caput), terá início, para cada um dos réus, a partir da data de apresentação do respectivo pedido de cancelamento da audiência (CPC, art. 335, II). Desde já ficam as partes cientes de que o comparecimento, acompanhado de advogados, é obrigatório e que a ausência injustificada caracteriza ato atentatório à dignidade da justiça a ser sancionado com multa (CPC, art. 334, § 8º). As partes, no entanto, podem constituir representantes por meio de procuração específica, com poderes para negociar e transigir (CPC, art. 334, § 10). Realizada a audiência e não havendo autocomposição, o prazo de 15 (quinze) dias para contestação (CPC, art. 335, caput) terá início a partir da audiência ou, se for o caso, da última sessão de conciliação (CPC, art. 335, I). Se a parte ré não ofertar contestação, será considerada revel e presumir-se-ão verdadeiras as alegações de fato formuladas pela parte autora (CPC, art. 344). Caso haja participação do Ministério Público, nas hipóteses do art. 178 do CPC, intime-o para, no prazo de 30 (trinta) dias, intervir como fiscal da ordem jurídica. Frisa-se que cada parte deve assumir encargo processual de suas alegações, sendo o ônus da prova fixado para ambos os litigantes, salvo revisão desta decisão no despacho saneador ou se ocorrer a recusa de alguma parte no curso do processo em atender despacho específico do juízo sobre determinado fato, onde a distribuição do ônus processual pode ser revista ou invertida. Agende-se à Secretaria do Juízo a audiência de conciliação, nos termos, fins e forma do novo CPC. P.I. M

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Processo nº 5207053-85.2017.8.09.0051

ID: 309365706

Tribunal: TJGO Órgão: Goiânia - 6ª UPJ Varas Cíveis: 26ª, 27ª, 28ª, 29ª, 30ª e 31ª Classe: EXECUçãO DE TíTULO EXTRAJUDICIAL Nº Processo: 5207053-85.2017.8.09.0051

Data de Disponibilização: 27/06/2025

Polo Ativo:

BANCO RURAL S/A

Polo Passivo:

Sentença

Advogados:

NELSON WILIANS FRATONI RODRIGUES

OAB/GO XXXXXX Desbloquear

SILVIA FERREIRA PERSECHINI MATTOS

OAB/MG XXXXXX Desbloquear

Estado de GoiásPoder JudiciárioComarca de GOIÂNIAGoiânia - 31ª Vara CívelAção: PROCESSO CÍVEL E DO TRABALHO -> Processo de Execução -> Execução de Título Extrajudicial -> Execução de Título Extrajudi… Estado de GoiásPoder JudiciárioComarca de GOIÂNIAGoiânia - 31ª Vara CívelAção: PROCESSO CÍVEL E DO TRABALHO -> Processo de Execução -> Execução de Título Extrajudicial -> Execução de Título ExtrajudicialProcesso nº: 5207053-85.2017.8.09.0051Requerente/Exequente(s): BANCO RURAL S/ARequerido/Executado(s): FERNANDO BORGES QUEIROZSENTENÇA Tratam-se os presentes autos de Execução de Título Extrajudicial, proposta por BANCO RURAL S/A, em face de FERNANDO BORGES QUEIROZ e outro, ambos devidamente qualificados.O exequente objetiva a cobrança de obrigação decorrente de cédula de crédito bancário celebrada entre as partes, no valor original de R$ 759.981,46.Após um longo período de tentativa de citação dos executados, estes compareceram em ev. 144 e informaram sobre a aprovação e homologação do Plano de Recuperação Judicial do "Grupo Queiroz" nos autos da recuperação judicial que tramita desde 28.06.2021. Pugnaram pela extinção da execução em razão da novação operada, bem como a condenação do banco exequente ao pagamento dos ônus sucumbenciais.O exequente se manifestou informando a pendência de Agravo de Instrumento (nº 5707520-94.2023.8.09.0051) contra decisão proferida no processo de recuperação judicial que considerou seu voto contrário ao plano como abusivo e homologou o plano de recuperação. Requereu a suspensão da execução até o julgamento do agravo (ev. 146).Os executados reiteraram o pedido de extinção, sustentando que a concursalidade do crédito foi reconhecida e transitou em julgado, e que o agravo refere-se apenas à discussão sobre abusividade do voto, não à submissão do crédito à recuperação (ev. 148).Foram deferidas sucessivas prorrogações de suspensão do feito, por parte deste juízo, aguardando manifestações sobre o andamento do agravo.Por fim, o exequente veio informar que ainda não ocorreu o encerramento do Agravo de Instrumento interposto, e pugnou pela manutenção da suspensão da presente execução (ev. 174).O executado, por meio da manifestação de evento 177, reiterou os termos das petições presentes nos eventos nº 144 e 148.É o relatório. DECIDO.De início, adianto que não há razão para o deferimento de nova suspensão dos autos, pois não mais subsiste razão para o prosseguimento da presente execução.Isso porque, restou incontroverso que o Plano de Recuperação Judicial do "Grupo Queiroz" foi aprovado em Assembleia Geral de Credores e homologado judicialmente.Nesse sentido, o art. 59, § 1º, da Lei n. 11.101/2005 estabelece expressamente que: "O plano de recuperação judicial implica novação dos créditos anteriores ao pedido, e obriga o devedor e todos os credores a ele sujeitos, sem prejuízo das garantias, observado o disposto no § 2º deste artigo."A novação legal opera de pleno direito com a homologação do plano, extinguindo as obrigações anteriores e criando novas condições de pagamento conforme estabelecido no plano aprovado.Dessa forma, a dívida original executada no valor de R$ 759.981,46 foi novada, perdendo o título executivo extrajudicial sua eficácia para fins da presente execução individual.Ao ajuizar a ação, a parte exequente efetivamente detinha interesse de agir; entretanto, no decorrer do processo, ocorreu situação que afastou este interesse processual.Nesse cenário, considerando que o crédito exequendo teve origem em momento anterior ao deferimento do processamento do processo da recuperação judicial da empresa executada, sujeitar-se-á, indubitavelmente, à luz da norma em comento.O Superior Tribunal de Justiça possui entendimento consolidado no sentido de que a homologação do plano de recuperação judicial extingue as execuções individuais dos créditos sujeitos à recuperação, habilitados ou não:AGRAVO INTERNO NO AGRAVO EM RECURSO ESPECIAL. EXECUÇÃO. EMPRESA DEVEDORA SOB RECUPERAÇÃO JUDICIAL. APROVAÇÃO E HOMOLOGAÇÃO DO PLANO DE RECUPERAÇÃO . NOVAÇÃO DAS DÍVIDAS. EXTINÇÃO DA EXECUÇÃO. ACÓRDÃO REFORMADO. AGRAVO INTERNO PROVIDO PARA, EM NOVO JULGAMENTO, CONHECER DO AGRAVO E DAR PROVIMENTO AO RECURSO ESPECIAL . 1. Na forma da jurisprudência do STJ, a aprovação e a homologação do plano de recuperação judicial promovem a novação das dívidas derivadas de créditos concursais, habilitados ou não, impondo, por consequência, a extinção das execuções em curso em face da empresa recuperanda. 2. Acórdão reformado . Agravo interno provido para, em novo julgamento, conhecer do agravo e dar provimento ao recurso especial. (STJ - AgInt no AREsp: 2405145 SP 2023/0226601-7, Relator.: Ministro RAUL ARAÚJO, Data de Julgamento: 08/04/2024, T4 - QUARTA TURMA, Data de Publicação: DJe 19/04/2024) - grifeiDIREITO EMPRESARIAL. AGRAVO INTERNO NO RECURSO ESPECIAL. AÇÃO DE COBRANÇA. RECUPERAÇÃO JUDICIAL . EXECUÇÃO INDIVIDUAL. ENTINÇÃO. NOVAÇÃO 'SUI GENERIS'. DECISÃO MANTIDA . 1. A aprovação do plano de recuperação, e a posterior homologação pelo juízo competente, resulta na extinção das execuções individuais até então propostas contra a recuperanda. Precedentes. 2 . Agravo interno a que se nega provimento. (STJ - AgInt no REsp: 1884417 DF 2020/0174843-1, Relator.: Ministro ANTONIO CARLOS FERREIRA, Data de Julgamento: 21/08/2023, T4 - QUARTA TURMA, Data de Publicação: DJe 28/08/2023) - grifeiNo mesmo sentido, assente a jurisprudência:EMENTA: APELAÇÃO CÍVEL. AÇÃO DE EXECUÇÃO. EMPRESÁRIO EM RECUPERAÇÃO JUDICIAL. PLANO HOMOLOGADO . NOVAÇÃO DA DÍVIDA. EXTINÇÃO DA EXECUÇÃO INDIVIDUAL. PEDIDO DE INVERSÃO DOS ÔNUS SUCUMBENCIAIS EM SEDE DE CONTRARRAZÕES. INADMISSIBILIDADE1 . Com aprovação do plano de recuperação judicial e a posterior homologação pelo juízo competente, opera-se novação dos créditos e a decisão homologatória constitui-se novo título executivo judicial, nos termos do que dispõe o art. 59, caput, e § 1º da Lei federal nº 11.101/2005.2 . Assim, não há que se falar em suspensão, mas extinção da execução cujo crédito encontra-se devidamente inserido na relação de credores do plano de recuperação judicial homologado.3. Nos termos da Súmula 27 deste eg. Tribunal, não se conhece do pedido de alteração dos honorários advocatícios de sucumbência, quando formulado em sede de contrarrazões à apelação, ante a inadequação da via eleita . APELAÇÃO CONHECIDA E DESPROVIDA. (TJ-GO 54810720720178090107, Relator.: JOSÉ PROTO DE OLIVEIRA - (DESEMBARGADOR), 1ª Câmara Cível, Data de Publicação: 05/08/2024) - grifeiAPELAÇÃO – DESPESAS CONDOMINIAIS – EXECUÇÃO DE TÍTULO EXTRAJUDICIAL – Débito condominial anterior ao pedido de recuperação judicial formulado pela executada – Natureza concursal do crédito executado reconhecida (Tema nº 1.051 do STJ) – Novação do crédito decorrente da homologação do plano de recuperação judicial – Exequente que já requereu a habilitação do crédito nos autos da recuperação judicial – Circunstância que impõe a extinção da execução individual em curso (art. 924, III, do CPC)– VERBAS SUCUMBENCIAIS – Extinção superveniente em razão de homologação de plano de recuperação judicial – Executada que deu causa à distribuição da presente demanda e deve arcar com os ônus sucumbenciais, em observância ao princípio da causalidade – RECURSO PARCIALMENTE PROVIDO. (TJ-SP - Apelação Cível: 1006420-38 .2016.8.26.0068 Barueri, Relator.: Luis Fernando Nishi, Data de Julgamento: 14/05/2024, 31ª Câmara de Direito Privado, Data de Publicação: 20/05/2024) - grifeiO Agravo de Instrumento interposto pelo exequente questiona especificamente a abusividade de seu voto e a aplicação do instituto do "cram down" no processo de recuperação judicial e em análise daqueles autos, constato que houve a interposição de Agravo em Recurso Especial. Contudo, mesmo que haja eventual provimento deste recurso para não se considerar a abusividade do voto do banco, ora exequente, ainda assim não há razão para o prosseguimento da presente execução, pois, de qualquer forma, com a homologação de novo plano, haverá a novação da dívida, seguindo a lógica acima explicitada.Por conseguinte, vislumbro que não há razão para a manutenção do presente feito, revelando-se inadequado o seu prosseguimento.Desde já, ressalto que não se trata de cerceamento de defesa, pois o banco exequente foi devidamente intimado sobre as petições da parte executada pugnando pela extinção em razão da novação, mas se limitou a requerer a suspensão dos autos tendo em vista a pendência do julgamento de agravo de instrumento.Por fim, considerando que quando do ajuizamento da ação os executados deram causa à execução, de modo que a ação era cabível e o banco legítimo para propô-la, os executados devem arcar com os honorários advocatícios, tendo em vista que deram causa originária ao processo executivo.Ante o exposto, JULGO EXTINTA A PRESENTE EXECUÇÃO, com fundamento no art. 924, inciso III, do Código de Processo Civil.Ante o princípio da causalidade, condeno a parte executada ao pagamento das custas processuais e honorários advocatícios, fixados em R$ 10.000,00 (dez mil reais), com fundamento no art. 85, § 2º, do CPC.Transitada em julgado, arquivem-se os autos com as baixas e anotações de estilo. Publique-se. Registre-se. Intime-se.Goiânia, Data do Sistema. (Assinado e datado digitalmente)José Augusto de Melo SilvaJuiz de Direito/31ª Vara Cível emf

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Processo nº 5207053-85.2017.8.09.0051

ID: 309365712

Tribunal: TJGO Órgão: Goiânia - 6ª UPJ Varas Cíveis: 26ª, 27ª, 28ª, 29ª, 30ª e 31ª Classe: EXECUçãO DE TíTULO EXTRAJUDICIAL Nº Processo: 5207053-85.2017.8.09.0051

Data de Disponibilização: 27/06/2025

Polo Ativo:

Polo Passivo:

FERNANDO BORGES QUEIROZ

Sentença

Advogados:

MARIANA IZABEL CUNHA SANTOS

OAB/GO XXXXXX Desbloquear

ALUIZIO GERALDO CRAVEIRO RAMOS

OAB/GO XXXXXX Desbloquear

Estado de GoiásPoder JudiciárioComarca de GOIÂNIAGoiânia - 31ª Vara CívelAção: PROCESSO CÍVEL E DO TRABALHO -> Processo de Execução -> Execução de Título Extrajudicial -> Execução de Título Extrajudi… Estado de GoiásPoder JudiciárioComarca de GOIÂNIAGoiânia - 31ª Vara CívelAção: PROCESSO CÍVEL E DO TRABALHO -> Processo de Execução -> Execução de Título Extrajudicial -> Execução de Título ExtrajudicialProcesso nº: 5207053-85.2017.8.09.0051Requerente/Exequente(s): BANCO RURAL S/ARequerido/Executado(s): FERNANDO BORGES QUEIROZSENTENÇA Tratam-se os presentes autos de Execução de Título Extrajudicial, proposta por BANCO RURAL S/A, em face de FERNANDO BORGES QUEIROZ e outro, ambos devidamente qualificados.O exequente objetiva a cobrança de obrigação decorrente de cédula de crédito bancário celebrada entre as partes, no valor original de R$ 759.981,46.Após um longo período de tentativa de citação dos executados, estes compareceram em ev. 144 e informaram sobre a aprovação e homologação do Plano de Recuperação Judicial do "Grupo Queiroz" nos autos da recuperação judicial que tramita desde 28.06.2021. Pugnaram pela extinção da execução em razão da novação operada, bem como a condenação do banco exequente ao pagamento dos ônus sucumbenciais.O exequente se manifestou informando a pendência de Agravo de Instrumento (nº 5707520-94.2023.8.09.0051) contra decisão proferida no processo de recuperação judicial que considerou seu voto contrário ao plano como abusivo e homologou o plano de recuperação. Requereu a suspensão da execução até o julgamento do agravo (ev. 146).Os executados reiteraram o pedido de extinção, sustentando que a concursalidade do crédito foi reconhecida e transitou em julgado, e que o agravo refere-se apenas à discussão sobre abusividade do voto, não à submissão do crédito à recuperação (ev. 148).Foram deferidas sucessivas prorrogações de suspensão do feito, por parte deste juízo, aguardando manifestações sobre o andamento do agravo.Por fim, o exequente veio informar que ainda não ocorreu o encerramento do Agravo de Instrumento interposto, e pugnou pela manutenção da suspensão da presente execução (ev. 174).O executado, por meio da manifestação de evento 177, reiterou os termos das petições presentes nos eventos nº 144 e 148.É o relatório. DECIDO.De início, adianto que não há razão para o deferimento de nova suspensão dos autos, pois não mais subsiste razão para o prosseguimento da presente execução.Isso porque, restou incontroverso que o Plano de Recuperação Judicial do "Grupo Queiroz" foi aprovado em Assembleia Geral de Credores e homologado judicialmente.Nesse sentido, o art. 59, § 1º, da Lei n. 11.101/2005 estabelece expressamente que: "O plano de recuperação judicial implica novação dos créditos anteriores ao pedido, e obriga o devedor e todos os credores a ele sujeitos, sem prejuízo das garantias, observado o disposto no § 2º deste artigo."A novação legal opera de pleno direito com a homologação do plano, extinguindo as obrigações anteriores e criando novas condições de pagamento conforme estabelecido no plano aprovado.Dessa forma, a dívida original executada no valor de R$ 759.981,46 foi novada, perdendo o título executivo extrajudicial sua eficácia para fins da presente execução individual.Ao ajuizar a ação, a parte exequente efetivamente detinha interesse de agir; entretanto, no decorrer do processo, ocorreu situação que afastou este interesse processual.Nesse cenário, considerando que o crédito exequendo teve origem em momento anterior ao deferimento do processamento do processo da recuperação judicial da empresa executada, sujeitar-se-á, indubitavelmente, à luz da norma em comento.O Superior Tribunal de Justiça possui entendimento consolidado no sentido de que a homologação do plano de recuperação judicial extingue as execuções individuais dos créditos sujeitos à recuperação, habilitados ou não:AGRAVO INTERNO NO AGRAVO EM RECURSO ESPECIAL. EXECUÇÃO. EMPRESA DEVEDORA SOB RECUPERAÇÃO JUDICIAL. APROVAÇÃO E HOMOLOGAÇÃO DO PLANO DE RECUPERAÇÃO . NOVAÇÃO DAS DÍVIDAS. EXTINÇÃO DA EXECUÇÃO. ACÓRDÃO REFORMADO. AGRAVO INTERNO PROVIDO PARA, EM NOVO JULGAMENTO, CONHECER DO AGRAVO E DAR PROVIMENTO AO RECURSO ESPECIAL . 1. Na forma da jurisprudência do STJ, a aprovação e a homologação do plano de recuperação judicial promovem a novação das dívidas derivadas de créditos concursais, habilitados ou não, impondo, por consequência, a extinção das execuções em curso em face da empresa recuperanda. 2. Acórdão reformado . Agravo interno provido para, em novo julgamento, conhecer do agravo e dar provimento ao recurso especial. (STJ - AgInt no AREsp: 2405145 SP 2023/0226601-7, Relator.: Ministro RAUL ARAÚJO, Data de Julgamento: 08/04/2024, T4 - QUARTA TURMA, Data de Publicação: DJe 19/04/2024) - grifeiDIREITO EMPRESARIAL. AGRAVO INTERNO NO RECURSO ESPECIAL. AÇÃO DE COBRANÇA. RECUPERAÇÃO JUDICIAL . EXECUÇÃO INDIVIDUAL. ENTINÇÃO. NOVAÇÃO 'SUI GENERIS'. DECISÃO MANTIDA . 1. A aprovação do plano de recuperação, e a posterior homologação pelo juízo competente, resulta na extinção das execuções individuais até então propostas contra a recuperanda. Precedentes. 2 . Agravo interno a que se nega provimento. (STJ - AgInt no REsp: 1884417 DF 2020/0174843-1, Relator.: Ministro ANTONIO CARLOS FERREIRA, Data de Julgamento: 21/08/2023, T4 - QUARTA TURMA, Data de Publicação: DJe 28/08/2023) - grifeiNo mesmo sentido, assente a jurisprudência:EMENTA: APELAÇÃO CÍVEL. AÇÃO DE EXECUÇÃO. EMPRESÁRIO EM RECUPERAÇÃO JUDICIAL. PLANO HOMOLOGADO . NOVAÇÃO DA DÍVIDA. EXTINÇÃO DA EXECUÇÃO INDIVIDUAL. PEDIDO DE INVERSÃO DOS ÔNUS SUCUMBENCIAIS EM SEDE DE CONTRARRAZÕES. INADMISSIBILIDADE1 . Com aprovação do plano de recuperação judicial e a posterior homologação pelo juízo competente, opera-se novação dos créditos e a decisão homologatória constitui-se novo título executivo judicial, nos termos do que dispõe o art. 59, caput, e § 1º da Lei federal nº 11.101/2005.2 . Assim, não há que se falar em suspensão, mas extinção da execução cujo crédito encontra-se devidamente inserido na relação de credores do plano de recuperação judicial homologado.3. Nos termos da Súmula 27 deste eg. Tribunal, não se conhece do pedido de alteração dos honorários advocatícios de sucumbência, quando formulado em sede de contrarrazões à apelação, ante a inadequação da via eleita . APELAÇÃO CONHECIDA E DESPROVIDA. (TJ-GO 54810720720178090107, Relator.: JOSÉ PROTO DE OLIVEIRA - (DESEMBARGADOR), 1ª Câmara Cível, Data de Publicação: 05/08/2024) - grifeiAPELAÇÃO – DESPESAS CONDOMINIAIS – EXECUÇÃO DE TÍTULO EXTRAJUDICIAL – Débito condominial anterior ao pedido de recuperação judicial formulado pela executada – Natureza concursal do crédito executado reconhecida (Tema nº 1.051 do STJ) – Novação do crédito decorrente da homologação do plano de recuperação judicial – Exequente que já requereu a habilitação do crédito nos autos da recuperação judicial – Circunstância que impõe a extinção da execução individual em curso (art. 924, III, do CPC)– VERBAS SUCUMBENCIAIS – Extinção superveniente em razão de homologação de plano de recuperação judicial – Executada que deu causa à distribuição da presente demanda e deve arcar com os ônus sucumbenciais, em observância ao princípio da causalidade – RECURSO PARCIALMENTE PROVIDO. (TJ-SP - Apelação Cível: 1006420-38 .2016.8.26.0068 Barueri, Relator.: Luis Fernando Nishi, Data de Julgamento: 14/05/2024, 31ª Câmara de Direito Privado, Data de Publicação: 20/05/2024) - grifeiO Agravo de Instrumento interposto pelo exequente questiona especificamente a abusividade de seu voto e a aplicação do instituto do "cram down" no processo de recuperação judicial e em análise daqueles autos, constato que houve a interposição de Agravo em Recurso Especial. Contudo, mesmo que haja eventual provimento deste recurso para não se considerar a abusividade do voto do banco, ora exequente, ainda assim não há razão para o prosseguimento da presente execução, pois, de qualquer forma, com a homologação de novo plano, haverá a novação da dívida, seguindo a lógica acima explicitada.Por conseguinte, vislumbro que não há razão para a manutenção do presente feito, revelando-se inadequado o seu prosseguimento.Desde já, ressalto que não se trata de cerceamento de defesa, pois o banco exequente foi devidamente intimado sobre as petições da parte executada pugnando pela extinção em razão da novação, mas se limitou a requerer a suspensão dos autos tendo em vista a pendência do julgamento de agravo de instrumento.Por fim, considerando que quando do ajuizamento da ação os executados deram causa à execução, de modo que a ação era cabível e o banco legítimo para propô-la, os executados devem arcar com os honorários advocatícios, tendo em vista que deram causa originária ao processo executivo.Ante o exposto, JULGO EXTINTA A PRESENTE EXECUÇÃO, com fundamento no art. 924, inciso III, do Código de Processo Civil.Ante o princípio da causalidade, condeno a parte executada ao pagamento das custas processuais e honorários advocatícios, fixados em R$ 10.000,00 (dez mil reais), com fundamento no art. 85, § 2º, do CPC.Transitada em julgado, arquivem-se os autos com as baixas e anotações de estilo. Publique-se. Registre-se. Intime-se.Goiânia, Data do Sistema. (Assinado e datado digitalmente)José Augusto de Melo SilvaJuiz de Direito/31ª Vara Cível emf

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Processo nº 8019407-18.2025.8.05.0080

ID: 307798481

Tribunal: TJBA Órgão: 2ª V DE FEITOS DE REL DE CONS. CÍVEL E COMERCIAIS DE FEIRA DE SANTANA Classe: PROCEDIMENTO COMUM CíVEL Nº Processo: 8019407-18.2025.8.05.0080

Data de Disponibilização: 26/06/2025

Polo Ativo:

ERASMO PAES ALMEIDA NETO

Polo Passivo:

Intimação

Advogados:

ERASMO PAES ALMEIDA NETO

OAB/BA XXXXXX Desbloquear

PODER JUDICIÁRIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DA BAHIA 2ª VARA DOS FEITOS DE RELAÇÕES DE CONSUMO, CÍVEIS E COMERCIAIS DE FEIRA DE SANTANA Telefone: (75) 3602.5929 E-mail: fsantana2vfrccomer@tjb… PODER JUDICIÁRIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DA BAHIA 2ª VARA DOS FEITOS DE RELAÇÕES DE CONSUMO, CÍVEIS E COMERCIAIS DE FEIRA DE SANTANA Telefone: (75) 3602.5929 E-mail: fsantana2vfrccomer@tjba.jus.br Processo: 8019407-18.2025.8.05.0080 Parte autora: Nome: C. A. B.Endereço: Rua Quinta do Sol, 186, Rua J, Parque Ipê, FEIRA DE SANTANA - BA - CEP: 44055-860Nome: MARYSE SILVA CARNEIRO DE ASSIS ANDRADEEndereço: Rua Quinta do Sol, 186, Rua J, Parque Ipê, FEIRA DE SANTANA - BA - CEP: 44055-860 Parte ré: Nome: BRADESCO SAUDE S/AEndereço: Avenida Rio de Janeiro, 555, Sala 801/901/1001/1201/1301/1401/1701, Caju, RIO DE JANEIRO - RJ - CEP: 20931-675 DECISÃO Trata-se de AÇÃO DE OBRIGAÇÃO DE FAZER COM PEDIDO DE TUTELA DE URGÊNCIA (FORNECIMENTO DE MEDICAMENTO) C/C DANOS MATERIAIS E MORAIS, proposta por C. A. B., representada pela sua genitora, MARYSE CARNEIRO ANDRADE LACERDA, em face de BRADESCO SAÚDE, na qual a autora requer, liminarmente, que a Requerida seja compelida a fornecer as medicações SOMATROPINA (hormônio recombinante de crescimento humano), de forma contínua e pelo tempo necessário ao tratamento, conforme prescrição médica, sob pena de multa diária pelo descumprimento. Requer, ainda, a prioridade na tramitação do feito, a concessão dos benefícios da justiça gratuita, a inversão do ônus da prova e a não realização de audiência conciliatória. É O RELATÓRIO. PASSO A DECIDIR. Inicialmente, defiro a gratuidade da justiça à parte autora. No que tange ao pedido de tutela antecipada, destaco que, com o advento do novo Código de Processo Civil, em vigor desde o ano de 2016, para a concessão de "Tutelas de Urgências" é necessária a presença dos requisitos de probabilidade do direito e perigo de dano ou risco ao resultado útil do processo, previstos no art. 300 do novo diploma processual cível: "A tutela de urgência será concedida quando houver elementos que evidenciem a probabilidade do direito e o perigo de dano ou o risco ao resultado útil do processo". Pois bem, a concessão das tutelas urgentes exige apenas uma cognição sumária, objetivando um juízo de verossimilhança e probabilidade, ou seja, fundamenta-se no fumus boni iuris (aparência do direito invocado), e no periculum in mora, que é a probabilidade de haver dano irreparável para uma das partes até o julgamento final. Na hipótese sub judice, considero que os requisitos acima referidos se mostram configurados. Com efeito, há provas nos autos de que a autora é beneficiária do seguro saúde fornecido pela Bradesco Saúde, de titularidade de sua genitora (nº 880 740 700027 0140), e está adimplente com o pagamento das mensalidades. Além disso, infere-se da petição inicial e documentos coligidos que a autora possui diagnóstico de Síndrome de Turner, Doença Celíaca e TDAH (CID Q 96.8). O relatório médico coligido em id 505824867, expedido pela médica Endocrinologista Pediátrica Dra. Paula Varjão - CRM/BA 29206 (id 505824867), datado de 30/04/2025, indica que "O tratamento da Síndrome de Turner consta de avaliações periódicas com Endocrinologista Pediátrica para avaliação de estatura e desenvolvimento dos caracteres sexuais e uso de hormônio do crescimento diariamente e hormônio estrogênio". A especialista aponta que o tratamento da enfermidade é de alto custo e essencial para a manutenção do crescimento, desenvolvimento metabólico e dos caracteres sexuais da paciente, ressaltando que a família não dispõe de recursos suficientes para o custeio do tratamento. Além disso, o laudo do exame de radiografia realizado em janeiro do ano em curso (id 505824868) aponta que a autora está com atraso de crescimento pois, com 11 anos de idade, possui idade óssea compatível com uma criança de 09 anos e 10 meses. Por sua vez, o plano de saúde negou o fornecimento do medicamento ao argumento de "SEM COBERTURA PARA MEDICAMENTO AMBULATORIAL FORA DO REGIME DE URGÊNCIA E EMERGÊNCIA". Assim, a probabilidade do direito está consubstanciada nos documentos médicos que instruem a exordial, em especial o relatório médico no qual se afirma de modo categórico a necessidade do tratamento com hormônio de crescimento (Somatropina) e avaliações clínicas periódicas, sob pena de prejuízo irreversível ao desenvolvimento da criança. A recusa do plano de saúde em fornecer a medicação configura prática abusiva, principalmente em contratos de adesão como os planos de saúde, os quais devem ser interpretados de forma mais favorável ao consumidor, em consonância com o Código de Defesa do Consumidor. Por sua vez, o perigo de dano é evidente, pois o atraso na implementação do tratamento hormonal poderá comprometer definitivamente a estatura, o desenvolvimento puberal e a saúde óssea e metabólica da paciente, tendo em vista sua condição clínica complexa e o atraso já evidenciado em sua idade óssea. Em casos semelhantes, o entendimento jurisprudencial do Superior Tribunal de Justiça e dos tribunais estaduais é uniforme e reiterado no sentido de que é abusiva a negativa de cobertura contratual por parte do plano de saúde quando o tratamento prescrito for indispensável à preservação da vida ou da saúde do paciente, mesmo que se trate de medicamento de uso domiciliar ou fora de urgência/emergência: APELAÇÃO CÍVEL. DIREITO DO CONSUMIDOR. AÇÃO DE OBRIGAÇÃO DE FAZER C/C INDENIZATÓRIA POR DANOS MORAIS. PLANO DE SAÚDE. AUTORA PORTADORA DE HIPOPITUARISMO. RECUSA DO PLANO DE SAÚDE EM FORNECER O MEDICAMENTO ¿SOMATROPINA (SAIZEN)¿. SENTENÇA DE PARCIAL PROCEDÊNCIA PARA CONFIRMAR A TUTELA DE URGÊNCIA QUE CONDENOU A RÉ NO CUSTEIO DO MEDICAMENTO "SOMATROPINA" (SAIZEN) ATÉ A IDADE ÓSSEA DE 16 ANOS OU VELOCIDADE DE CRESCIMENTO FINAL, E AO PAGAMENTO DE R$ 5.000,00 A TÍTULO DE INDENIZAÇÃO EXTRAPATRIMONIAL. RECURSO DA DEMANDADA. 1. A controvérsia se cinge em verificar se deve ser afastada a obrigação imposta à ré/recorrente de custear o medicamento "Somatropina" - Saizen e se dos fatos narrados decorreram danos de ordem moral, bem como, subsidiariamente, se o valor arbitrado a esse título merece redução, e, ainda, se deve ser reconhecida a sucumbência recíproca. 2. A autora/apelada, menor de 12 anos de idade, foi diagnosticada com quadro de ¿hipopituarismo¿, sendo prescrito o uso do medicamento ¿Somatropina¿ (Saizen), com vistas a atingir peso e altura compatíveis com sua idade. 3. O medicamento ¿Somatropina¿ se refere ao denominado ¿Hormônio do Crescimento¿, também conhecido como Gh ¿ ¿Growth Hormone¿, ou, ainda, Hgh ¿ ¿Human Growth Hormone¿, que atua sobre o sistema endócrino do paciente, o qual possui registro junto à ANVISA, e, do teor da Resolução Normativa nº 465/2021 da ANS, que atualizou o Rol de Procedimentos e Eventos em Saúde de cobertura assistencial obrigatória dos planos privados de saúde, verifica-se que foi incluído o ¿Hgh¿ em seu Anexo I. 4 . O Superior Tribunal de Justiça firmou entendimento, no julgamento do REsp nº 1.692.938/SP, no sentido de que, em regra, o plano de saúde não é obrigado a fornecer medicamentos de uso domiciliar, salvo os antineoplásicos orais (e correlacionados), a medicação assistida (home care) e outros fármacos incluídos pela ANS no rol de fornecimento obrigatório. 5 . O ¿Hgh¿ está previsto no Anexo I da Resolução Normativa nº 465/2021 da ANS, e, nos termos do artigo 10, §10, da Lei n. 9.656/98, a ¿somatropina¿ será incluída no rol de procedimentos e eventos em saúde suplementar a tecnologia avaliada e recomendada pela Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias no Sistema Único de Saúde (Conitec), consoante consta no item H: ¿Preparações hormonais sistêmicas, excluindo hormônios sexuais e insulinas, na Relação Nacional de Medicamentos Essenciais - RENAME, da Secretaria de Ciência, Tecnologia, Inovação e Insumos Estratégicos em Saúde do Ministério da Saúde, além da incorporação ao SUS na forma da Portaria nº 47, de 1º de novembro de 2017.¿ 6 . A recorrente não sustentou a ineficácia do tratamento ou a ausência de comprovação científica, e restou evidenciada sua eficácia, consoante atesta o laudo médico. 7. Conquanto o medicamento seja disponibilizado pela Assistência Farmacêutica do SUS, seu fornecimento está condicionado a situações específicas, quando a secreção de GH está abaixo de 5 nanogramas, não sendo este o caso da apelada. 8. A recusa em cobrir o medicamento perseguido se revela indevida, não se desincumbindo a recorrente do ônus que lhe cabia, na forma do art. 373, II, do CPC, estando latente a falha na prestação de seus serviços, restando escorreita a sentença que confirmou a tutela antecipada e determinou o custeio pela apelante do medicamento. 9. Danos morais configurados, eis que a negativa no fornecimento do medicamento traz abalo psíquico e aflição da incerteza quanto à cobertura, no momento em que a apelada obtinha êxito em seu tratamento, importando em ofensa à dignidade da pessoa humana e frustração de sua legítima expectativa. 10. Dano moral fixado pelo juízo a quo, no valor de R$ 5.000,00, que se revela adequado, não merecendo redução, considerando as peculiaridades do caso sub judice, os princípios da razoabilidade e da proporcionalidade, além do que costuma estabelecer este Órgão Julgador em casos correlatos. 11. Ônus de sucumbência adequadamente fixados em desfavor da recorrente, em atenção ao disposto nos artigos 85, § 2º e art. 86, ambos do CPC, diante do acolhimento dos pedidos iniciais em maior parte, ainda que o valor da indenização tenha sido estabelecido em montante inferior ao pugnado na inicial, consoante súmula nº 326 do STJ. 12. Recurso conhecido e desprovido, majorando-se os honorários sucumbenciais, em desfavor da ré/apelante, para 12% sobre o valor da condenação, nos termos do art . 85, § 11, do CPC/2015. (TJ-RJ - APELAÇÃO: 08116323420238190210 202400130541, Relator.: Des(a). MARIANNA FUX, Data de Julgamento: 08/05/2024, TERCEIRA CAMARA DE DIREITO PRIVADO (ANTIGA 18ª CÂMARA CÍVEL), Data de Publicação: 09/05/2024) Apelação. Ação de obrigação de fazer. Plano de saúde. Fornecimento de medicamento Somatropina . Sentença de procedência. Recusa de cobertura do tratamento. Abusividade. Prescrição médica recomendando o tratamento com referida medicação. Súmulas 95 e 102 deste E. Tribunal. Atribuição do médico e não do plano de saúde indicar o medicamento necessário de acordo com o quadro do paciente. Precedentes desta E . Corte em casos análogos. Cobertura do tratamento que deverá se dar até alta médica definitiva. Sentença mantida. Recurso não provido. (TJ-SP - Apelação Cível: 1006420-68.2023.8.26 .0011 São Paulo, Relator.: Emerson Sumariva Júnior, Data de Julgamento: 12/04/2024, 5ª Câmara de Direito Privado, Data de Publicação: 12/04/2024) APELAÇÃO. PLANO DE SAÚDE. NEGATIVA DE MEDICAMENTO CONSUMIDOR. PLANO DE SAÚDE. CRIANÇA PORTADORA DE BAIXA ESTATURA . AQUISIÇÃO DE MEDICAMENTO (SOMATROPINA). USO EM AMBIENTE DOMICILIAR OU AMBULATORIAL. POSSIBILIDADE. OBRIGAÇÃO INERENTE AO CONTRATO . CONSENAÇÃO EM DANOS MORAIS. CABIMENTO. RECURSO PROVIDO. DECISÃO UNÂNIME . 1.1.In casu, O (a) paciente é portador (a) de baixa estatura, secundária a um déficit na produção do hormônio de crescimento (GH), Cid: E 23,0 e a uma velocidade de crescimento anual menor que 4cm/ano. 2 . 2.Cabe ao médico assistente do paciente indicar o melhor tratamento para alcançar a cura, e não ao plano de saúde de forma unilateral. Precedentes. Droga requerida que foi, segundo diagnóstico médico, classificada como a mais indicada para a melhoria do estado clínico do demandante, não cabendo ao plano de saúde escolher a melhor terapia . 3. 3.É ilegal/abusiva a recusa do plano de saúde em fornecer o medicamento requerido, uma vez que compete ao especialista responsável por acompanhar o paciente, e não ao plano de saúde, eleger qual o tratamento necessário e adequado à sua cura/melhora/sobrevivência. Negar tal cobertura fere o princípio da boa-fé, indo de encontro à própria finalidade do contrato, haja vista que restringe direitos/obrigações fundamentais do contrato de seguro saúde e impõe desvantagem excessiva ao beneficiário . Ofensa aos arts. 6º, IV; 39, V; e 51, IV e § 1º, II, do CDC. 4.4 .O rol de procedimentos da Agência Nacional de Saúde Suplementar - ANS não é taxativo, mas meramente exemplificativo, constituindo-se como referência básica para cobertura assistencial mínima nos planos privados de assistência à saúde - Lei 14.454/2021. 5.5 .Negativa indevida de cobertura. Condenação em danos morais. Possibilidade. O montante de R$ 4 .000,00, revela-se proporcional e atende as particularidades do caso concreto. 6. 6.Recurso provido . decisão unânime. ACÓRDÃO Vistos, relatados e discutidos estes autos, ACORDAM os Excelentíssimos Senhores Desembargadores que compõem a 6ª Câmara Cível deste Tribunal de Justiça do Estado de Pernambuco, por unanimidade, em DAR PROVIMENTO ao recurso de apelação, tudo na conformidade do voto do Relator, que passa a integrar este julgado. Recife, data da sessão de julgamento. GABRIEL DE OLIVEIRA CAVALCANTI FILHO DESEMBARGADOR RELATOR. (TJ-PE - APELAÇÃO CÍVEL: 0135555-20 .2021.8.17.2001, Relator.: GABRIEL DE OLIVEIRA CAVALCANTI FILHO, Data de Julgamento: 22/11/2023, Gabinete do Des . Gabriel de Oliveira Cavalcanti Filho (6ª CC)) Desse modo, ficam caracterizados, em sede de cognição sumária, a plausibilidade jurídica do pedido formulado e o iminente risco de dano ao bem-estar físico e mental da parte autora, o que conduz ao dever da parte ré em fornecer o medicamento, conforme prescrição médica, ante a proteção constitucionalmente prevista que se relaciona com o direito à vida e a dignidade da pessoa humana (inciso III do art. 1º, CF). Diante do exposto, defiro o pedido de antecipação dos efeitos da tutela, para determinar que a ré, BRADESCO SAÚDE, forneça, no prazo de 15 (quinze) dias, o medicamento OMNITROPE 15 mg/1,5mL, 2 ampolas/mês, conforme indicado pela médica assistente no relatório de id 505824867, nos exatos termos da requisição médica colacionada em id 505824873, durante todo o período em que durar o tratamento da autora, até o julgamento final da demanda ou ulterior decisão judicial. Fixo, para o caso de descumprimento desta decisão, multa, em periodicidade diária, no importe de R$ 2.000,00 (dois mil reais), sem prejuízo de eventual majoração em caso de descumprimento, além do bloqueio de contas, a fim de garantir os valores necessários ao fornecimento do medicamento à parte autora. Intime-se a parte autora, através de seu advogado. Intime-se a parte ré, pessoalmente, PREFERENCIALMENTE POR MEIO DO DOMICÍLIO ELETRÔNICO para o cumprimento desta decisão. Em que pese o desinteresse manifestado pela parte autora acerca da realização da audiência de conciliação, é importante dizer que a referida assentada apenas não acontecerá se ambas as partes manifestarem, expressamente, desinteresse na composição consensual ou quando o direito invocado não admitir a autocomposição, conforme art. 334, §4º, I e II, todos do CPC. Sendo assim, proceda-se à designação de audiência de conciliação, a ser realizada pelo Cejusc. Cite(m)-se o(s) Réu(s) para os termos desta ação, convocando(s)-o(s) para integrar a relação processual e intimando-o para comparecer na audiência de conciliação, devendo a Secretaria atentar para os prazos do caput do artigo 334 do Código de Processo Civil. Não sendo a hipótese de expedição de carta precatória para citação (nesse caso o prazo de cumprimento será de 60 dias) ou não tendo sido requerida justificadamente a citação por Oficial de Justiça, a citação deve ser feita pelo correio (com observância do artigo 248 do Código de Processo Civil), salvo se for um dos casos elencados no artigo 247 do Código de Processo Civil. O Autor deve ser intimado da audiência na pessoa de seu advogado. O ato citatório deverá conter as advertências e ressalvas legais, mormente aquelas previstas nos §§8º, 9º e 10, do artigo 334 e no artigo 344, todos do Código de Processo Civil, além de constar o prazo legal de 15 dias úteis para contestar, cujo termo inicial fluirá a partir da audiência de conciliação, caso não se obtenha a composição entre as partes. Art. 334: (...) § 9º As partes devem estar acompanhadas por seus advogados ou defensores públicos. § 10. A parte poderá constituir representante, por meio de procuração específica, com poderes para negociar e transigir. Art. 344. Se o réu não contestar a ação, será considerado revel e presumir-se-ão verdadeiras as alegações de fato formuladas pelo autor. Ademais, advirta-se ao réu que caso também não possua interesse na realização de audiência de conciliação, deverá manifestar-se a respeito, por petição, apresentada com 10 (dez) dias de antecedência da data da audiência. Nesta hipótese, o termo inicial para apresentar contestação será a data do protocolo do pedido de cancelamento da audiência de conciliação ou de mediação apresentado pelo réu, nos termos do art. 335, II, do CPC. Aplico à espécie a regra da inversão do ônus da prova, estabelecido no art. 6º, inciso VIII, do CDC, considerando caracterizada a hipossuficiência econômica e técnica da parte autora e a verossimilhança das alegações suscitadas na petição inicial, determinando que a parte ré colacione, até a apresentação da contestação, todos os documentos pertinentes ao litígio versado nestes autos que se encontrarem em seu poder, sob pena de serem presumidos como verdadeiros os fatos alegados pela parte contrária, que por meio deles se pretendia provar (art. 400, I, do CPC). Apresentada contestação, o Autor deve ser intimado para se manifestar sobre a mesma no prazo de 15 (quinze) dias úteis, atentando-se, se for o caso, para as disposições do artigo 338 do Código de Processo Civil. Ainda, tendo sido apresentada reconvenção, deve o Autor no mesmo prazo acima apresentar contestação. Em caso de reconvenção, após apresentada a contestação pelo(s) Autor(es)/Reconvindo(s), deve o Réu/Reconvinte ser intimado para apresentar impugnação no prazo de 15 dias úteis. Por fim, devem as partes ser intimadas para no prazo de 15 dias úteis especificarem suas provas, justificando-as, sob pena de indeferimento, vindo os autos conclusos para saneamento. Até esta fase processual, a Secretaria deve proceder às intimações determinadas sem encaminhamento à conclusão dos autos, salvo se houver algum pedido das partes nesse sentido. UTILIZE-SE ESTA DECISÃO COMO MANDADO / CARTA DE CITAÇÃO E INTIMAÇÃO. Feira de Santana- BA, data registrada no sistema. Feira de Santana-BA, data registrada no sistema. Marco Aurélio Bastos de Macedo Juiz de Direito

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