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Michelly Silva De Padua x Vogal Luxury Beach Hotel & Spa Ltda

ID: 261110123

Tribunal: TRT21 Órgão: Segunda Turma de Julgamento Classe: AGRAVO DE PETIçãO Nº Processo: 0001008-59.2024.5.21.0002

Data de Disponibilização: 28/04/2025

Polo Ativo:

MICHELLY SILVA DE PADUA

Polo Passivo:

VOGAL LUXURY BEACH HOTEL & SPA LTDA

Acórdão

Advogados:

FERNANDO JOSE QUINTANEIRA FERREIRA

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MAX TORQUATO FONTES VARELA

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PODER JUDICIÁRIO JUSTIÇA DO TRABALHO TRIBUNAL REGIONAL DO TRABALHO DA 21ª REGIÃO SEGUNDA TURMA DE JULGAMENTO Relator: CARLOS NEWTON DE SOUZA PINTO 0001008-59.2024.5.21.0002 : MICHELLY SILVA DE… PODER JUDICIÁRIO JUSTIÇA DO TRABALHO TRIBUNAL REGIONAL DO TRABALHO DA 21ª REGIÃO SEGUNDA TURMA DE JULGAMENTO Relator: CARLOS NEWTON DE SOUZA PINTO 0001008-59.2024.5.21.0002 : MICHELLY SILVA DE PADUA : VOGAL LUXURY BEACH HOTEL & SPA LTDA Acórdão PROCESSO nº 0001008-59.2024.5.21.0002 (AP) AGRAVANTE: MICHELLY SILVA DE PADUA AGRAVANTE Advogados: FERNANDO JOSE QUINTANEIRA FERREIRA - RN0020893 AGRAVADO: VOGAL LUXURY BEACH HOTEL & SPA LTDA AGRAVADO Advogados: MAX TORQUATO FONTES VARELA - RN0011331 RELATOR: CARLOS NEWTON DE SOUZA PINTO EMENTA 1. AGRAVO DE PETIÇÃO. CUMPRIMENTO DE SENTENÇA PROFERIDA EM AÇÃO COLETIVA. PRETENSÃO DE EXECUÇÃO EM AÇÃO INDIVIDUAL. EXEQUENTE JÁ INCLUÍDO NA LIQUIDAÇÃO LEVADA A EFEITO NOS AUTOS PRINCIPAIS. IMPOSSIBILIDADE. APLICAÇÃO DOS PRINCÍPIOS DA CELERIDADE E ECONOMIA PROCESSUAL. Não se nega que as normas que regem a tutela coletiva de direitos asseguram ao trabalhador a possibilidade de promover a execução individual da sentença. No caso em apreço, contudo, a sentença proferida na ação coletiva já se encontra em adiantada fase de liquidação naqueles autos principais, figurando a requerente destes autos, inclusive, no rol de apuração. Nesse passo, carece de utilidade a propositura de execução individual, como a presente, pois isso implica risco de tumulto processual, execuções mais onerosas, além de atentar contra princípios da efetividade da tutela judicial (art. 4º do CPC), da economia e celeridade processual, almejados pelo chamado sincretismo processual, denotando verdadeira enxurrada de processos com o mesmo fim. 2. Agravo de petição conhecido e desprovido. RELATÓRIO Trata-se de Agravo de Petição interposto por MICHELLY SILVA DE PADUA contra a r. sentença de ID bec457b, prolatada pelo MM. Juízo da 2ª Vara do Trabalho de Natal, que extinguiu o pedido de execução individual de sentença proferida em ação coletiva, tendo como agravada a ex-empregadora VOGAL LUXURY BEACH HOTEL & SPA LTDA. Nas razões recursais de ID 785ee90, a parte agravante insiste que tem o direito de executar individualmente, nestes autos em apartado, a sentença coletiva prolatada nos autos nº 0000263-50.2022.5.21.0002. Afirma que "a escolha de executar o direito, seja de forma coletiva, por intermédio do sindicato, ou individualmente, pelo próprio titular - seja em ação individual ou nos autos da ação coletiva - é prerrogativa das partes envolvidas, e não uma decisão que cabe ao magistrado" (fls. 174) e argumenta que "o sindicato-autor não possui procuração dos substituídos e carece de informações detalhadas sobre as particularidades de cada trabalhador, o que inviabiliza a correta satisfação do crédito" (fls. 175). Defende que inexiste litispendência entre este feito e o processo nº 0000263-50.2022.5.21.0002. Contraminuta ofertada pela agravada em ID 252d047, em que se ventila a litispendência entre a presente demanda e a ação coletiva suso referida. É o relatório. FUNDAMENTAÇÃO ADMISSIBILIDADE Recurso tempestivo (ciência formal da decisão em vergasta em 27.01.2025, consoante "aba de expedientes do PJE" e interposição do agravo de petição em. 21.01.2025 - ID 785ee90). Representação regular (ID b75fb71). Matéria controvertida delimitada. Despicienda a garantia do juízo pela obreira. Conheço. MÉRITO Recurso de MICHELLY SILVA DE PADUA Execução individual de ação coletiva Nas razões recursais de ID 785ee90, a parte agravante insiste que tem o direito de executar individualmente, nestes autos em apartado, a sentença coletiva prolatada nos autos nº 0000263-50.2022.5.21.0002. Afirma que "a escolha de executar o direito, seja de forma coletiva, por intermédio do sindicato, ou individualmente, pelo próprio titular - seja em ação individual ou nos autos da ação coletiva - é prerrogativa das partes envolvidas, e não uma decisão que cabe ao magistrado" (fls. 174) e argumenta que "o sindicato-autor não possui procuração dos substituídos e carece de informações detalhadas sobre as particularidades de cada trabalhador, o que inviabiliza a correta satisfação do crédito" (fls. 175). Defende que inexiste litispendência entre este feito e o processo nº 0000263-50.2022.5.21.0002. Expõe, portanto, irresignação com a extinção do processo pelo julgador de primeiro grau, por entender não poder ser negado direito de executar individualmente a ação coletiva de nº 0000263-50.2022.5.21.0002. No caso vertente, o julgador de primeiro grau assim se pronunciou: SENTENÇA DE EXTINÇÃO DA EXECUÇÃO Vistos etc. 1. Autos conclusos, na forma da decisão de id. 795377f em seu item 7. 2. Na linha dos fundamentos indicados na referida decisão, e em integridade e coerência com fundamentos já trazidos em pronunciamentos judiciais anteriores em feitos idênticos apreciados neste Juízo, o caso reflete peculiar a ausência de interesse de agir, no diálogo das fontes do microssistema de processo coletivo. 3. A argumentação da parte exequente trazida posteriormente sob o id. 83c89ec não se prestou a afastar os fundamentos da decisão interlocutória em que reconhecida a ausência do interesse de agir. 3.1. Veja-se que, intimada para se manifestar, inclusive acerca do fato de a exequente já está contemplada na planilha de cálculos apresentada pelo Sindicato autor em 25.10.2023(id. c6d3442, proc. 0000263-50.2022.5.21.0002), estando o feito em fase de liquidação. 3.2. Quanto à ausência de requerimento de suspensão no processo principal de liquidação/execução de seu crédito naqueles autos, a fim de inibir que o substituído exequente se beneficie dos efeitos da decisão proferida na referida ação originária, na forma do art. 104, do CDC; declarou na petição de id. 5af966: que "a mera juntada de uma planilha de liquidação pelo sindicato-autor não significa que este tenha legitimidade plena para inicial a execução sem a prévia aquiescência do substituído". No entanto, sim, o sindicato obreiro tem esta legitimidade, salvo manifestação expressa do substituído, o que seria o caso do referido pedido de suspensão no processo principal. 3.3. Outrossim, nada impediria o ingresso do substituído no próprio processo principal, assistido por advogado de sua confiança e a quem haja outorgado poderes, requerendo a exclusão da assistência sindical, para, nos autos coletivos, dar prosseguimento à liquidação e execução de seu crédito. 4. Nesse quadro, como argumentado, nada recomenda a propositura de ações individuais para uma execução de ação coletiva, provisória ou definitiva, com rol limitado de substituídos - todos conhecidos. A teleologia do art. 98 do Código de Defesa do Consumidor, integrante do referido microssistema processual coletivo, precisa ser interpretado de forma sistemático com o art. 95. Assim, não se tratando de sentença genérica, mas sim de objeto certo e beneficiários definidos, com domicílio profissional no Juízo prolator da decisão, nada justifica a atomização da liquidação e execução do julgado, com o devido respeito aos entendimentos em contrário. 5. Ademais, é preciso sublinhar o caráter prático da execução do julgado, que envolve atos de quantificação, constrição e expropriação patrimonial, os quais devem ser conduzidos, dentre outros, pelo princípio da eficiência (art. 37, CF) e o da paridade de tratamento na relação processual (art. 7º, CPC). Por isso, a Consolidação dos Provimentos da Corregedoria-Geral da Justiça do Trabalho, na linha do que autorizado pela Lei nº 6.830/80, regulamenta o Procedimento de Reunião de Execuções (PRE), em seu art. 148. 6. Neste mesmo sentido, já decidiram as 2 (duas) Turmas deste TRT21, não se desconhecendo outras decisões turmárias dissonantes desse posicionamento; no entanto, quando isso ocorre, é preciso se valer da posição do Plenário do TRT da 21ª Região, que se pronunciou em caso análogo, conforme ementas colacionadas à decisão de id. 05b0a99, notadamente no Conflito de Competência nº 0000007-55.2018.5.21.0000 (Redator p/ o acórdão: Desembargador José Barbosa Filho, Tribunal Pleno, julgamento: 05/03/2018). 7. Note-se que o entendimento firmado nesse precedente plenário (que se soma também ao decidido no AgR-MS-0000016-17.2018.5.21.0000, rel. Juiz Convocado Luciano Athayde Chaves, Plenário, julg. 2. abr. 2018), é o de que - na hipótese de ação coletiva com rol restrito de credores, o procedimento de execução não apenas atrai a competência funcional do Juízo prolator da decisão, como também observa, por similitude, as características da execução de ação plúrima. Trata-se, portanto, de uma distinção da regra geral de opção para o foro e para o ator processual legitimado para propor a execução de uma ação coletiva. Tratando-se de distinguishing, não se nega a regra geral, mas apenas a excepciona para o caso concreto. 8. De outro lado, como já tenho pontuado em pronunciamentos mais recentes sobre casos análogos, em momento algum é justificada a razão do ajuizamento de ações individuais, o que ainda mais torna imperativo que a execução se faça - mesmo em caráter provisório - pela entidade substituta processual, assegurando a todos os substituídos as mesmas condições isonômicas na tramitação da liquidação e execução do julgado e o tratamento moderado das despesas processuais. 8-A. Em algumas manifestações recentes neste Juízo, a despeito da presente controvérsia, tem-se utilizado do argumento consequencialista de que a execução coletiva não se mostra sequer viável ou mais benéfica, como evidenciaria, no âmbito deste Juízo. O argumento não reflete o escorreito uso da retórica jurídico-consequencialista. Isto, porque um único processo não pode refletir a efetividade de um procedimento liquidatória/executivo, posto que não é amostra bastante para sustentar o argumento. 9. Esse entendimento também contribui para que se evite situações como a observada, por exemplo, no Proc. 0000441-67.2020.5.21.0002, no qual este Juízo negou chancela a proposta de acordo em execução individual de título formado em ação executiva, dentre outras razões, em função do excessivo ônus que se pretendia atribuir à parte trabalhadora em relação a despesas processuais, quadro que contraria a essência da ação coletiva, que é a de facilitar o acesso à justiça e reforçar o papel dos sindicatos na defesa da ordem jurídico-trabalhista. 10. Desta forma, ante a peculiar ausência de cabimento e interesse processual já constatada na decisão de id. 795377f e corroborada pela jurisprudência das Turmas deste Tribunal Regional do Trabalho, e considerando que a hipótese dos autos não é passível de saneamento, pelo que descabe a aplicação do art. 801, do CPC, declaro extinto o feito, sem resolução de mérito, nos termos do art. 485, VI e §3º, e do art. 925, do CPC. 11. Custas a cargo da parte autora, calculadas sobre o valor da causa, das quais fica dispensada, nos termos do §§ 3º e 4º, do art. 791, da CLT, tendo em vista o patamar salarial da parte promovente. (ID bec457b) A decisão não merece retoque. Inicialmente diga-se que o fundamento para a decisão ora objurgada não foi a falta de legitimidade, mas baseado nos princípios de economia e celeridade processuais. Com efeito, não há como se dar guarida à pretensão da parte agravante, mormente porque, como bem destacado pelo magistrado de primeiro grau, os autos principais já se encontram em adiantado estado de liquidação, figurando a parte autora no rol de beneficiários para os quais foi apurado crédito a executar. Nesse cenário, como dito na origem, se a exequente não está satisfeita com sua representação processual pelo sindicato, o ordenamento pátrio lhe garante o direito a cambiar seu patrocínio, para o que deve, nos autos principais, outorgar poderes ao novo causídico. Carece de utilidade a propositura de diversas execuções individuais, pois implica risco de tumulto processual, execuções mais onerosas, além de atentar contra princípios da efetividade da tutela judicial (art. 4º do CPC), da economia e celeridade processual, almejados pelo chamado sincretismo processual, denotando verdadeira enxurrada de processos com o mesmo fim. Nesse sentido, é o entendimento fixado pelo E. Pleno desta E. Corte Regional, veja-se: CONFLITO DE COMPETÊNCIA - EXECUÇÃO INDIVIDUAL DE TÍTULO COLETIVO - ROL RESTRITO DE CREDORES - PREVENÇÃO DO JUÍZO "DA CONDENAÇÃO" - ART. 98, § 2º, I, do CDC. A execução individual de título judicial coletivo deve ser processada e julgada no juízo "da condenação" (art. 98, § 2º, I, CDC). É faculdade do credor eleger foro diverso para garantir a efetividade da medida e facilitar o acesso à justiça, hipótese não verificada no caso em exame, em que os Juízos conflitantes atuam na mesma sede e jurisdição. Na realidade, a ação coletiva ajuizada em benefício de um universo restrito e identificável de trabalhadores (ASG's e camareiras do hotel Marsol de Natal) se assemelha a uma ação plúrima, para fins de execução do julgado, atraindo a regra geral prevista no art. 877 da CLT: "É competente para a execução das decisões o Juiz ou Presidente do Tribunal". Sendo assim, que tiver conciliado ou julgado originariamente o dissídio compete à 10ª Vara do Trabalho de Natal, a quem o feito foi originariamente distribuído e onde se processa a Ação Coletiva nº 0000746-37.2014.5.21.0010, processar e julgar a Execução de Título Judicial nº 0001409-78.2017.5.21.0010 (ExTiJu)."(TRT 21ª Região. Conflito de Competência nº 0000007-55.2018.5.21.0000. Redator p/ o acórdão: Desembargador José Barbosa Filho, Tribunal Pleno, julgamento: 05/03/2018). Por sua didática, oportuno citar ainda decisão da lavra do Exmo. Desembargador Ronaldo Medeiros, integrante desta E. Segunda Turma: AÇÃO COLETIVA. EXECUÇÃO PROVISÓRIA. PULVERIZAÇÃO DE AÇÕES INDIVIDUAIS. JUÍZOS DIVERSOS DA MESMA SEDE JURISDICIONAL. VIOLAÇÃO AOS PRINCÍPIOS DA ECONOMIA E CELERIDADE. PRECEDENTES DESTE TRIBUNAL. Inobstante o art. 98 do CDC tenha permitido a execução individual provisória pelos titulares do direito individual homogêneo, não se pode perder de vista que as ações coletivas tem como princípios fundantes a economia e a celeridade processuais, razão pela qual o Judiciário não pode subverter esse sistema principiológico ao permitir o ajuizamento de inúmeras ações provisórias de execução em juízos diferentes, causando congestionamento e tumulto processual; ao dificultar a uniformização de procedimentos e eventuais garantias à execução, ocasionando insegurança jurídica; ao aumentar desnecessariamente os custos do processo judicial, replicando despesas; e, por fim, ao gerar desequilíbrio na satisfação isonômica dos créditos dos titulares dos direitos individuais homogêneos. Além disso, autorizar indistintamente o ajuizamento consecutivo de ações provisórias de execução em diversas Varas na mesma sede jurisdicional segue na contramão da atual sistemática adotada com vistas à efetividade da execução, através da qual se determina a reunião das execuções contra o mesmo devedor sob jurisdição de uma única Vara do Trabalho. Por tais razões, inexiste qualquer violação ao princípio constitucional do acesso à justiça (art. 5º, XXXV, CF) e ao devido processo legal (art. 5º, LIV, CF), tendo em vista que o art. 98, do CDC, deve ser interpretado à luz do princípio constitucional da efetividade e celeridade processuais (art. 5º, LXXVIII, CF). Logo, não há qualquer reparo a ser feito na sentença que extinguiu o processo sem resolução de mérito face à ausência de interesse de agir e à inadequação processual, com supedâneo nos artigos 485, VI, e 330, III, todos do CPC. Precedentes do Pleno e de ambas as Turmas deste Tribunal. Agravo de petição conhecido e desprovido. (TRT-21 - AP: 00010105320175210041, Relator: RONALDO MEDEIROS DE SOUZA, Segunda Turma de Julgamento OJ de Análise de Recurso) Também não há falar em ofensa do direito de acesso ao Poder Judiciário, garantido pelo art. 5º, XXXV, da CF/88, porquanto a ação será liquidada e executada levando-se em conta o direito do substituído individualmente, não ofendendo sua literalidade. Outrossim, não há óbice a que o Sindicato atue como substituto processual também no processo de liquidação, ou seja, no cumprimento da sentença de mérito. Prejudicada a análise da tese de litispendência, ventilada inclusive em contrarrazões. Agravo de petição que se nega provimento, devendo ser mantida a decisão extintiva. À luz do princípio da persuasão racional, insculpido no art. 371 do CPC/2015, o qual prevê que o juiz apreciará a prova constante dos autos, independentemente do sujeito que a tiver promovido, e indicará na decisão as razões da formação de seu convencimento, considero todas as matérias prequestionadas, nos termos do art. 93, IX da CF/1988. CONCLUSÃO Ante o exposto, conheço do agravo de petição e, no mérito, nego-lhe provimento. ACÓRDÃO Isto posto, em Sessão Ordinária realizada nesta data,sob a Presidência do(a) Excelentíssimo(a) Senhor(a) Desembargador(a) José Barbosa Filho, com a presença do(a) (s) Excelentíssimo(a)(s) Senhor(a)(es) Desembargador(a)(s) Federal(is) Carlos Newton Pinto (Relator), Ronaldo Medeiros de Souza, e do(a) Representante da Procuradoria Regional do Trabalho da 21ª Região, Dr (a) Xisto Tiago de Medeiros Neto, ACORDAM o(a)s Excelentíssimo(a)s Senhor(a)es Desembargador(a)es da Segunda Turma do Tribunal Regional do Trabalho da 21ª Região, por unanimidade, conhecer do agravo de petição. Mérito: por maioria, negar provimento ao agravo de petição, tudo nos termos da fundamentação; vencido o Desembargador Ronaldo Medeiros de Souza, que dava provimento ao agravo de petição, portanto, para afastar a declaração de ausência de interesse de agir e ordenar a devolução dos autos à Vara de origem para regular processamento do feito. Obs: Ausente, justificadamente, a Excelentíssima Senhora Desembargadora Maria do Perpétuo Socorro Wanderley de Castro, por se encontrar em gozo de férias regulamentares.O(A) Excelentíssimo(a) Senhor(a) Desembargador(a) Presidente votou no presente processo para compor o quórum mínimo. Juntada de voto vencido pelo Desembargador Ronaldo Medeiros de Souza. Natal, 23 de abril de 2025. CARLOS NEWTON DE SOUZA PINTO Relator Voto do(a) Des(a). RONALDO MEDEIROS DE SOUZA / Gabinete do Desembargador Ronaldo Medeiros de Souza VOTO DIVERGENTE Não obstante já ter votado no mesmo sentido da sentença de origem, conforme acórdão proferido no AP-0001010-53.2017.5.21.0041 (Rel. Des. Ronaldo Medeiros de Souza, 2ª Turma, julgado em 11/07/2018), entendimento esse também da 1ª Turma do Regional, trago ao debate decisão proferida pela SBDI-1 do c. TST, para quem "o empregado substituído possui legitimidade para, de forma individual, promover procedimento de execução de sentença prolatada em ação coletiva". A SBDI-I explanou que, no caso, trata-se de legitimidade concorrente na referida iniciativa, e não legitimidade subsidiária. Eis a ementa do precedente em questão, Embargos E-RR-1843-88.2012.5.15.0049: "RECURSO DE EMBARGOS REGIDO PELA LEI 13.015/2014. EXECUÇÃO INDIVIDUAL DE SENTENÇA PROFERIDA NOS AUTOS DE AÇÃO COLETIVA AJUIZADA PELO SINDICATO NA CONDIÇÃO DE SUBSTITUTO PROCESSUAL EM FASE DE EXECUÇÃO. No caso, a Turma deste Tribunal não conheceu do recurso de revista da reclamante, por entender não observada a regra prevista no artigo 896, § 2º, da CLT, no que diz respeito à pretensão recursal calcada em ofensa ao artigo 5º, XXXV, da CF/88. Concluiu tratar-se de controvérsia sobre matéria infraconstitucional (Código de Defesa do Consumidor e Lei de Ação Civil Pública), relativa à possibilidade de o substituído promover individualmente a execução. O fundamento que ocasionou a extinção do feito sem resolução do mérito está relacionado com uma das clássicas condições da ação (falta de interesse de agir por já ter iniciado o processo de execução nos autos da ação promovida pelo sindicato da categoria profissional). Ocorre que os créditos reconhecidos como devidos na ação coletiva poderão ser individualizados e apurados por meio de liquidação de sentença em ação de execução autônoma individual, proposta pelo empregado substituído, ou nos próprios autos da ação coletiva mediante iniciativa do sindicato autor, por se tratar de legitimação concorrente e não subsidiária. Nesse contexto, o direito de escolha da ação de execução, individual ou coletiva, está relacionado com o próprio conteúdo do direito de ação, daí a razão de se entender que a extinção do processo na forma como decidida na instância ordinária está em desconformidade com o disposto no artigo 5º, XXXV, da CF/88. Recurso de embargos conhecido e provido" (E-RR-1843-88.2012.5.15.0049, Subseção I Especializada em Dissídios Individuais, Relator Ministro Augusto Cesar Leite de Carvalho, DEJT 11/04/2017). Nesse sentido, citem-se precedentes de Turmas do TST, a ilustrar: "RECURSO DE REVISTA INTERPOSTO DE DECISÃO PUBLICADA NA VIGÊNCIA DA LEI Nº 13.015/2014. EXECUÇÃO DE SENTENÇA. EXECUÇÃO INDIVIDUAL PROFERIDA NOS AUTOS DE AÇÃO COLETIVA AJUIZADA PELO SINDICATO NA CONDIÇÃO DE SUBSTITUTO PROCESSUAL. POSSIBILIDADE. A Subseção 1 Especializada em Dissídios Individuais do TST, no precedente E-RR-1843-88.2012.5.15.0049, proferiu decisão unânime sobre a possibilidade de o substituído promover individualmente a execução da sentença. Fixou-se o entendimento de que os créditos reconhecidos como devidos na ação coletiva poderão ser individualizados e apurados por meio de liquidação de sentença em ação de execução autônoma individual, proposta pelo empregado substituído, ou nos próprios autos da ação coletiva mediante iniciativa do sindicato autor. Trata-se de legitimação concorrente e não subsidiária, e, nesse contexto, o direito de escolha da ação de execução, individual ou coletiva, relaciona-se com o próprio conteúdo do direito de ação, razão pela qual a extinção do processo, na forma como decidida na instância ordinária, traduz desconformidade com o disposto no artigo 5º, XXXV, da Constituição Federal. Recurso de revista conhecido e provido". (RR-1839-51.2012.5.15.0049, 7ª Turma, Relator Ministro Claudio Mascarenhas Brandao, DEJT 15/12/2017). "RECURSO DE REVISTA. EXECUÇÃO. AÇÃO COLETIVA. LEGITIMIDADE DO REPRESENTADO PARA PROMOÇÃO INDIVIDUAL DA LIQUIDAÇÃO DE SENTENÇA. O art. 97 da Lei 8.078/90 define que a liquidação e a execução de sentença poderão ser promovidas pela própria vítima. Com base no referido artigo esta Corte já consignou, em casos que possuem, inclusive, o mesmo município reclamado, a possibilidade de iniciativa individual do interessado em procedimento de execução de sentença prolatada em ação coletiva. Assim, a decisão do Tribunal Regional impediu o acesso da exequente ao Poder Judiciário, garantido pelo art. 5.º, XXXV, da Constituição Federal. Recurso de revista conhecido e provido" (RR-2065-56.2012.5.15.0049, 2ª Turma, Relatora Ministra Delaide Miranda Arantes, DEJT 05/08/2016). "I - AGRAVO DE INSTRUMENTO. RECURSO DE REVISTA - PROVIMENTO. EXECUÇÃO DE SENTENÇA. SENTENÇA PROFERIDA EM AÇÃO COLETIVA AJUIZADA PELO SINDICATO NA CONDIÇÃO DE SUBSTITUTO PROCESSUAL. EXECUÇÃO INDIVIDUAL. POSSIBILIDADE. Diante de potencial violação do art. 5º, XXXV, da Constituição Federal, merece processamento o recurso de revista, na via do art. 896, "c", da CLT. Agravo de instrumento conhecido e provido. II - RECURSO DE REVISTA. EXECUÇÃO DE SENTENÇA. SENTENÇA PROFERIDA EM AÇÃO COLETIVA AJUIZADA PELO SINDICATO NA CONDIÇÃO DE SUBSTITUTO PROCESSUAL. EXECUÇÃO INDIVIDUAL. POSSIBILIDADE. O art. 97 do CDC, ao tratar das ações coletivas para a defesa de interesses individuais homogêneos, dispõe que "a liquidação e a execução de sentença poderão ser promovidas pela vítima e seus sucessores, assim como pelos legitimados de que trata o art. 82" Assim, o sindicato profissional ou o trabalhador, de forma individual, podem executar o título executivo judicial. Cuida-se, pois, de opção do autor em promover a execução individual, em detrimento da execução coletiva. Recurso de revista conhecido e provido". (RR-10874-63.2016.5.15.0059, 3ª Turma, Relator Ministro Alberto Luiz Bresciani de Fontan Pereira, DEJT 13/12/2019). "RECURSO DE REVISTA. PROCESSO EM FASE DE EXECUÇÃO DE SENTENÇA. LEGITIMIDADE ATIVA. EXECUÇÃO INDIVIDUAL. SENTENÇA PROFERIDA EM AÇÃO COLETIVA. I. O Tribunal Regional considerou que a Reclamante não possui legitimidade para ajuizar a ação individual de execução da sentença coletiva. II. O art. 97 do CDC (Lei nº 8.078/90) dispõe que " a liquidação e a execução de sentença poderão ser promovidas pela vítima e seus sucessores, assim como pelos legitimados de que trata o art. 82 ". Ao interpretar o referido preceito legal, esta Corte Superior já se posicionou no sentido de que, no procedimento de execução de sentença prolatada em ação coletiva, há autorização para a iniciativa individual do interessado. Precedente. III. Assim, ao entender que a Reclamante não possui legitimidade para ajuizar a ação individual de execução da sentença coletiva, a Corte Regional impediu o acesso da Recorrente ao Poder Judiciário, garantido pelo art. 5º, XXXV, da CF/88. IV. Recurso de revista de que se conhece, por violação do art. 5º, XXXV, da CF/88, e a que se dá provimento". (RR-1057-44.2012.5.15.0049, 4ª Turma, Relatora Desembargadora Convocada Cilene Ferreira Amaro Santos, DEJT 19/05/2017). "RECURSO DE REVISTA. EXECUÇÃO. PRINCÍPIO DA TRANSCENDÊNCIA. A aplicação do princípio da transcendência, previsto no artigo 896-A da CLT, ainda não foi regulamentada no âmbito deste Tribunal. Recurso de revista não conhecido. EXECUÇÃO. DIREITO DO SUBSTITUÍDO DE PROMOVER EXECUÇÃO DE FORMA INDIVIDUAL DE SENTENÇA PROFERIDA NOS AUTOS DE AÇÃO COLETIVA. O Regional manteve a decisão que extinguiu o feito sem resolução do mérito por estar relacionado com uma das clássicas condições da ação (falta de interesse de agir por já ter iniciado o processo de execução nos autos da ação promovida pelo sindicato da categoria profissional). Contudo, os créditos reconhecidos como devidos na ação coletiva poderão ser individualizados e apurados por meio de liquidação de sentença em ação de execução autônoma individual, proposta pelo empregado substituído, ou nos próprios autos da ação coletiva mediante iniciativa do sindicato autor, por se tratar de legitimação concorrente e não subsidiária. Nesse contexto, o direito de escolha da ação de execução, individual ou coletiva, está relacionado com o próprio conteúdo do direito de ação, daí a razão de se entender que a extinção do processo na forma como decidida na instância ordinária está em desconformidade com o disposto no artigo 5º, XXXV, da CF de 1988. Recurso conhecido e provido". (RR-1854-20.2012.5.15.0049, 6ª Turma, Relator Ministro Augusto Cesar Leite de Carvalho, DEJT 20/10/2017). "A) AGRAVO DE INSTRUMENTO EM RECURSO DE REVISTA. EXECUÇÃO INDIVIDUAL DE SENTENÇA PROLATADA EM AÇÃO COLETIVA PROMOVIDA PELO SINDICATO PROFISSIONAL. Ante a demonstração de possível violação do art. 5º, XXXV, da CF, merece processamento o recurso de revista. Agravo de instrumento conhecido e provido. B) RECURSO DE REVISTA. EXECUÇÃO INDIVIDUAL DE SENTENÇA PROLATADA EM AÇÃO COLETIVA PROMOVIDA PELO SINDICATO PROFISSIONAL. Não subsiste a conclusão adotada pelo Tribunal Regional de que falta à exequente < interesse processual para promover a execução individual, porquanto, segundo dicção dos artigos 97 e 98 do CDC (Lei nº 8.078/90), tanto o sindicato profissional como o empregado substituído, individualmente, podem promover a execução do título executivo formado em ação coletiva. Logo, a exequente, titular do direito material reconhecido na ação coletiva, possui a opção de impulsionar a execução individual, em detrimento da execução coletiva, providência que, inclusive, ocasiona a celeridade processual. Dessa forma, não há nenhum óbice legal ao ajuizamento de ação individual com a finalidade de executar a sentença condenatória prolatada em ação coletiva, sobretudo diante da garantia constitucional inserta no artigo 5º, XXXV, da Carta Magna. Recurso de revista conhecido e provido". (RR-1554-52.2017.5.21.0005, 8ª Turma, Relatora Ministra Dora Maria da Costa, DEJT 15/03/2019). Ressalto que em igual sentido votei nos autos do AP n. 0000369-80.2020.5.21.0002, julgado em 03/02/2021, do qual fui o Redator. Dou provimento ao agravo de petição, portanto, para afastar a declaração de ausência de interesse de agir e ordenar a devolução dos autos à Vara de origem para regular processamento do feito. NATAL/RN, 25 de abril de 2025. ROBERTO DE BRITO CALABRIA Diretor de Secretaria Intimado(s) / Citado(s) - MICHELLY SILVA DE PADUA

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Michelly Silva De Padua x Vogal Luxury Beach Hotel & Spa Ltda

ID: 261110150

Tribunal: TRT21 Órgão: Segunda Turma de Julgamento Classe: AGRAVO DE PETIçãO Nº Processo: 0001008-59.2024.5.21.0002

Data de Disponibilização: 28/04/2025

Polo Ativo:

MICHELLY SILVA DE PADUA

Polo Passivo:

VOGAL LUXURY BEACH HOTEL & SPA LTDA

Acórdão

Advogados:

FERNANDO JOSE QUINTANEIRA FERREIRA

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MAX TORQUATO FONTES VARELA

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PODER JUDICIÁRIO JUSTIÇA DO TRABALHO TRIBUNAL REGIONAL DO TRABALHO DA 21ª REGIÃO SEGUNDA TURMA DE JULGAMENTO Relator: CARLOS NEWTON DE SOUZA PINTO 0001008-59.2024.5.21.0002 : MICHELLY SILVA DE… PODER JUDICIÁRIO JUSTIÇA DO TRABALHO TRIBUNAL REGIONAL DO TRABALHO DA 21ª REGIÃO SEGUNDA TURMA DE JULGAMENTO Relator: CARLOS NEWTON DE SOUZA PINTO 0001008-59.2024.5.21.0002 : MICHELLY SILVA DE PADUA : VOGAL LUXURY BEACH HOTEL & SPA LTDA Acórdão PROCESSO nº 0001008-59.2024.5.21.0002 (AP) AGRAVANTE: MICHELLY SILVA DE PADUA AGRAVANTE Advogados: FERNANDO JOSE QUINTANEIRA FERREIRA - RN0020893 AGRAVADO: VOGAL LUXURY BEACH HOTEL & SPA LTDA AGRAVADO Advogados: MAX TORQUATO FONTES VARELA - RN0011331 RELATOR: CARLOS NEWTON DE SOUZA PINTO EMENTA 1. AGRAVO DE PETIÇÃO. CUMPRIMENTO DE SENTENÇA PROFERIDA EM AÇÃO COLETIVA. PRETENSÃO DE EXECUÇÃO EM AÇÃO INDIVIDUAL. EXEQUENTE JÁ INCLUÍDO NA LIQUIDAÇÃO LEVADA A EFEITO NOS AUTOS PRINCIPAIS. IMPOSSIBILIDADE. APLICAÇÃO DOS PRINCÍPIOS DA CELERIDADE E ECONOMIA PROCESSUAL. Não se nega que as normas que regem a tutela coletiva de direitos asseguram ao trabalhador a possibilidade de promover a execução individual da sentença. No caso em apreço, contudo, a sentença proferida na ação coletiva já se encontra em adiantada fase de liquidação naqueles autos principais, figurando a requerente destes autos, inclusive, no rol de apuração. Nesse passo, carece de utilidade a propositura de execução individual, como a presente, pois isso implica risco de tumulto processual, execuções mais onerosas, além de atentar contra princípios da efetividade da tutela judicial (art. 4º do CPC), da economia e celeridade processual, almejados pelo chamado sincretismo processual, denotando verdadeira enxurrada de processos com o mesmo fim. 2. Agravo de petição conhecido e desprovido. RELATÓRIO Trata-se de Agravo de Petição interposto por MICHELLY SILVA DE PADUA contra a r. sentença de ID bec457b, prolatada pelo MM. Juízo da 2ª Vara do Trabalho de Natal, que extinguiu o pedido de execução individual de sentença proferida em ação coletiva, tendo como agravada a ex-empregadora VOGAL LUXURY BEACH HOTEL & SPA LTDA. Nas razões recursais de ID 785ee90, a parte agravante insiste que tem o direito de executar individualmente, nestes autos em apartado, a sentença coletiva prolatada nos autos nº 0000263-50.2022.5.21.0002. Afirma que "a escolha de executar o direito, seja de forma coletiva, por intermédio do sindicato, ou individualmente, pelo próprio titular - seja em ação individual ou nos autos da ação coletiva - é prerrogativa das partes envolvidas, e não uma decisão que cabe ao magistrado" (fls. 174) e argumenta que "o sindicato-autor não possui procuração dos substituídos e carece de informações detalhadas sobre as particularidades de cada trabalhador, o que inviabiliza a correta satisfação do crédito" (fls. 175). Defende que inexiste litispendência entre este feito e o processo nº 0000263-50.2022.5.21.0002. Contraminuta ofertada pela agravada em ID 252d047, em que se ventila a litispendência entre a presente demanda e a ação coletiva suso referida. É o relatório. FUNDAMENTAÇÃO ADMISSIBILIDADE Recurso tempestivo (ciência formal da decisão em vergasta em 27.01.2025, consoante "aba de expedientes do PJE" e interposição do agravo de petição em. 21.01.2025 - ID 785ee90). Representação regular (ID b75fb71). Matéria controvertida delimitada. Despicienda a garantia do juízo pela obreira. Conheço. MÉRITO Recurso de MICHELLY SILVA DE PADUA Execução individual de ação coletiva Nas razões recursais de ID 785ee90, a parte agravante insiste que tem o direito de executar individualmente, nestes autos em apartado, a sentença coletiva prolatada nos autos nº 0000263-50.2022.5.21.0002. Afirma que "a escolha de executar o direito, seja de forma coletiva, por intermédio do sindicato, ou individualmente, pelo próprio titular - seja em ação individual ou nos autos da ação coletiva - é prerrogativa das partes envolvidas, e não uma decisão que cabe ao magistrado" (fls. 174) e argumenta que "o sindicato-autor não possui procuração dos substituídos e carece de informações detalhadas sobre as particularidades de cada trabalhador, o que inviabiliza a correta satisfação do crédito" (fls. 175). Defende que inexiste litispendência entre este feito e o processo nº 0000263-50.2022.5.21.0002. Expõe, portanto, irresignação com a extinção do processo pelo julgador de primeiro grau, por entender não poder ser negado direito de executar individualmente a ação coletiva de nº 0000263-50.2022.5.21.0002. No caso vertente, o julgador de primeiro grau assim se pronunciou: SENTENÇA DE EXTINÇÃO DA EXECUÇÃO Vistos etc. 1. Autos conclusos, na forma da decisão de id. 795377f em seu item 7. 2. Na linha dos fundamentos indicados na referida decisão, e em integridade e coerência com fundamentos já trazidos em pronunciamentos judiciais anteriores em feitos idênticos apreciados neste Juízo, o caso reflete peculiar a ausência de interesse de agir, no diálogo das fontes do microssistema de processo coletivo. 3. A argumentação da parte exequente trazida posteriormente sob o id. 83c89ec não se prestou a afastar os fundamentos da decisão interlocutória em que reconhecida a ausência do interesse de agir. 3.1. Veja-se que, intimada para se manifestar, inclusive acerca do fato de a exequente já está contemplada na planilha de cálculos apresentada pelo Sindicato autor em 25.10.2023(id. c6d3442, proc. 0000263-50.2022.5.21.0002), estando o feito em fase de liquidação. 3.2. Quanto à ausência de requerimento de suspensão no processo principal de liquidação/execução de seu crédito naqueles autos, a fim de inibir que o substituído exequente se beneficie dos efeitos da decisão proferida na referida ação originária, na forma do art. 104, do CDC; declarou na petição de id. 5af966: que "a mera juntada de uma planilha de liquidação pelo sindicato-autor não significa que este tenha legitimidade plena para inicial a execução sem a prévia aquiescência do substituído". No entanto, sim, o sindicato obreiro tem esta legitimidade, salvo manifestação expressa do substituído, o que seria o caso do referido pedido de suspensão no processo principal. 3.3. Outrossim, nada impediria o ingresso do substituído no próprio processo principal, assistido por advogado de sua confiança e a quem haja outorgado poderes, requerendo a exclusão da assistência sindical, para, nos autos coletivos, dar prosseguimento à liquidação e execução de seu crédito. 4. Nesse quadro, como argumentado, nada recomenda a propositura de ações individuais para uma execução de ação coletiva, provisória ou definitiva, com rol limitado de substituídos - todos conhecidos. A teleologia do art. 98 do Código de Defesa do Consumidor, integrante do referido microssistema processual coletivo, precisa ser interpretado de forma sistemático com o art. 95. Assim, não se tratando de sentença genérica, mas sim de objeto certo e beneficiários definidos, com domicílio profissional no Juízo prolator da decisão, nada justifica a atomização da liquidação e execução do julgado, com o devido respeito aos entendimentos em contrário. 5. Ademais, é preciso sublinhar o caráter prático da execução do julgado, que envolve atos de quantificação, constrição e expropriação patrimonial, os quais devem ser conduzidos, dentre outros, pelo princípio da eficiência (art. 37, CF) e o da paridade de tratamento na relação processual (art. 7º, CPC). Por isso, a Consolidação dos Provimentos da Corregedoria-Geral da Justiça do Trabalho, na linha do que autorizado pela Lei nº 6.830/80, regulamenta o Procedimento de Reunião de Execuções (PRE), em seu art. 148. 6. Neste mesmo sentido, já decidiram as 2 (duas) Turmas deste TRT21, não se desconhecendo outras decisões turmárias dissonantes desse posicionamento; no entanto, quando isso ocorre, é preciso se valer da posição do Plenário do TRT da 21ª Região, que se pronunciou em caso análogo, conforme ementas colacionadas à decisão de id. 05b0a99, notadamente no Conflito de Competência nº 0000007-55.2018.5.21.0000 (Redator p/ o acórdão: Desembargador José Barbosa Filho, Tribunal Pleno, julgamento: 05/03/2018). 7. Note-se que o entendimento firmado nesse precedente plenário (que se soma também ao decidido no AgR-MS-0000016-17.2018.5.21.0000, rel. Juiz Convocado Luciano Athayde Chaves, Plenário, julg. 2. abr. 2018), é o de que - na hipótese de ação coletiva com rol restrito de credores, o procedimento de execução não apenas atrai a competência funcional do Juízo prolator da decisão, como também observa, por similitude, as características da execução de ação plúrima. Trata-se, portanto, de uma distinção da regra geral de opção para o foro e para o ator processual legitimado para propor a execução de uma ação coletiva. Tratando-se de distinguishing, não se nega a regra geral, mas apenas a excepciona para o caso concreto. 8. De outro lado, como já tenho pontuado em pronunciamentos mais recentes sobre casos análogos, em momento algum é justificada a razão do ajuizamento de ações individuais, o que ainda mais torna imperativo que a execução se faça - mesmo em caráter provisório - pela entidade substituta processual, assegurando a todos os substituídos as mesmas condições isonômicas na tramitação da liquidação e execução do julgado e o tratamento moderado das despesas processuais. 8-A. Em algumas manifestações recentes neste Juízo, a despeito da presente controvérsia, tem-se utilizado do argumento consequencialista de que a execução coletiva não se mostra sequer viável ou mais benéfica, como evidenciaria, no âmbito deste Juízo. O argumento não reflete o escorreito uso da retórica jurídico-consequencialista. Isto, porque um único processo não pode refletir a efetividade de um procedimento liquidatória/executivo, posto que não é amostra bastante para sustentar o argumento. 9. Esse entendimento também contribui para que se evite situações como a observada, por exemplo, no Proc. 0000441-67.2020.5.21.0002, no qual este Juízo negou chancela a proposta de acordo em execução individual de título formado em ação executiva, dentre outras razões, em função do excessivo ônus que se pretendia atribuir à parte trabalhadora em relação a despesas processuais, quadro que contraria a essência da ação coletiva, que é a de facilitar o acesso à justiça e reforçar o papel dos sindicatos na defesa da ordem jurídico-trabalhista. 10. Desta forma, ante a peculiar ausência de cabimento e interesse processual já constatada na decisão de id. 795377f e corroborada pela jurisprudência das Turmas deste Tribunal Regional do Trabalho, e considerando que a hipótese dos autos não é passível de saneamento, pelo que descabe a aplicação do art. 801, do CPC, declaro extinto o feito, sem resolução de mérito, nos termos do art. 485, VI e §3º, e do art. 925, do CPC. 11. Custas a cargo da parte autora, calculadas sobre o valor da causa, das quais fica dispensada, nos termos do §§ 3º e 4º, do art. 791, da CLT, tendo em vista o patamar salarial da parte promovente. (ID bec457b) A decisão não merece retoque. Inicialmente diga-se que o fundamento para a decisão ora objurgada não foi a falta de legitimidade, mas baseado nos princípios de economia e celeridade processuais. Com efeito, não há como se dar guarida à pretensão da parte agravante, mormente porque, como bem destacado pelo magistrado de primeiro grau, os autos principais já se encontram em adiantado estado de liquidação, figurando a parte autora no rol de beneficiários para os quais foi apurado crédito a executar. Nesse cenário, como dito na origem, se a exequente não está satisfeita com sua representação processual pelo sindicato, o ordenamento pátrio lhe garante o direito a cambiar seu patrocínio, para o que deve, nos autos principais, outorgar poderes ao novo causídico. Carece de utilidade a propositura de diversas execuções individuais, pois implica risco de tumulto processual, execuções mais onerosas, além de atentar contra princípios da efetividade da tutela judicial (art. 4º do CPC), da economia e celeridade processual, almejados pelo chamado sincretismo processual, denotando verdadeira enxurrada de processos com o mesmo fim. Nesse sentido, é o entendimento fixado pelo E. Pleno desta E. Corte Regional, veja-se: CONFLITO DE COMPETÊNCIA - EXECUÇÃO INDIVIDUAL DE TÍTULO COLETIVO - ROL RESTRITO DE CREDORES - PREVENÇÃO DO JUÍZO "DA CONDENAÇÃO" - ART. 98, § 2º, I, do CDC. A execução individual de título judicial coletivo deve ser processada e julgada no juízo "da condenação" (art. 98, § 2º, I, CDC). É faculdade do credor eleger foro diverso para garantir a efetividade da medida e facilitar o acesso à justiça, hipótese não verificada no caso em exame, em que os Juízos conflitantes atuam na mesma sede e jurisdição. Na realidade, a ação coletiva ajuizada em benefício de um universo restrito e identificável de trabalhadores (ASG's e camareiras do hotel Marsol de Natal) se assemelha a uma ação plúrima, para fins de execução do julgado, atraindo a regra geral prevista no art. 877 da CLT: "É competente para a execução das decisões o Juiz ou Presidente do Tribunal". Sendo assim, que tiver conciliado ou julgado originariamente o dissídio compete à 10ª Vara do Trabalho de Natal, a quem o feito foi originariamente distribuído e onde se processa a Ação Coletiva nº 0000746-37.2014.5.21.0010, processar e julgar a Execução de Título Judicial nº 0001409-78.2017.5.21.0010 (ExTiJu)."(TRT 21ª Região. Conflito de Competência nº 0000007-55.2018.5.21.0000. Redator p/ o acórdão: Desembargador José Barbosa Filho, Tribunal Pleno, julgamento: 05/03/2018). Por sua didática, oportuno citar ainda decisão da lavra do Exmo. Desembargador Ronaldo Medeiros, integrante desta E. Segunda Turma: AÇÃO COLETIVA. EXECUÇÃO PROVISÓRIA. PULVERIZAÇÃO DE AÇÕES INDIVIDUAIS. JUÍZOS DIVERSOS DA MESMA SEDE JURISDICIONAL. VIOLAÇÃO AOS PRINCÍPIOS DA ECONOMIA E CELERIDADE. PRECEDENTES DESTE TRIBUNAL. Inobstante o art. 98 do CDC tenha permitido a execução individual provisória pelos titulares do direito individual homogêneo, não se pode perder de vista que as ações coletivas tem como princípios fundantes a economia e a celeridade processuais, razão pela qual o Judiciário não pode subverter esse sistema principiológico ao permitir o ajuizamento de inúmeras ações provisórias de execução em juízos diferentes, causando congestionamento e tumulto processual; ao dificultar a uniformização de procedimentos e eventuais garantias à execução, ocasionando insegurança jurídica; ao aumentar desnecessariamente os custos do processo judicial, replicando despesas; e, por fim, ao gerar desequilíbrio na satisfação isonômica dos créditos dos titulares dos direitos individuais homogêneos. Além disso, autorizar indistintamente o ajuizamento consecutivo de ações provisórias de execução em diversas Varas na mesma sede jurisdicional segue na contramão da atual sistemática adotada com vistas à efetividade da execução, através da qual se determina a reunião das execuções contra o mesmo devedor sob jurisdição de uma única Vara do Trabalho. Por tais razões, inexiste qualquer violação ao princípio constitucional do acesso à justiça (art. 5º, XXXV, CF) e ao devido processo legal (art. 5º, LIV, CF), tendo em vista que o art. 98, do CDC, deve ser interpretado à luz do princípio constitucional da efetividade e celeridade processuais (art. 5º, LXXVIII, CF). Logo, não há qualquer reparo a ser feito na sentença que extinguiu o processo sem resolução de mérito face à ausência de interesse de agir e à inadequação processual, com supedâneo nos artigos 485, VI, e 330, III, todos do CPC. Precedentes do Pleno e de ambas as Turmas deste Tribunal. Agravo de petição conhecido e desprovido. (TRT-21 - AP: 00010105320175210041, Relator: RONALDO MEDEIROS DE SOUZA, Segunda Turma de Julgamento OJ de Análise de Recurso) Também não há falar em ofensa do direito de acesso ao Poder Judiciário, garantido pelo art. 5º, XXXV, da CF/88, porquanto a ação será liquidada e executada levando-se em conta o direito do substituído individualmente, não ofendendo sua literalidade. Outrossim, não há óbice a que o Sindicato atue como substituto processual também no processo de liquidação, ou seja, no cumprimento da sentença de mérito. Prejudicada a análise da tese de litispendência, ventilada inclusive em contrarrazões. Agravo de petição que se nega provimento, devendo ser mantida a decisão extintiva. À luz do princípio da persuasão racional, insculpido no art. 371 do CPC/2015, o qual prevê que o juiz apreciará a prova constante dos autos, independentemente do sujeito que a tiver promovido, e indicará na decisão as razões da formação de seu convencimento, considero todas as matérias prequestionadas, nos termos do art. 93, IX da CF/1988. CONCLUSÃO Ante o exposto, conheço do agravo de petição e, no mérito, nego-lhe provimento. ACÓRDÃO Isto posto, em Sessão Ordinária realizada nesta data,sob a Presidência do(a) Excelentíssimo(a) Senhor(a) Desembargador(a) José Barbosa Filho, com a presença do(a) (s) Excelentíssimo(a)(s) Senhor(a)(es) Desembargador(a)(s) Federal(is) Carlos Newton Pinto (Relator), Ronaldo Medeiros de Souza, e do(a) Representante da Procuradoria Regional do Trabalho da 21ª Região, Dr (a) Xisto Tiago de Medeiros Neto, ACORDAM o(a)s Excelentíssimo(a)s Senhor(a)es Desembargador(a)es da Segunda Turma do Tribunal Regional do Trabalho da 21ª Região, por unanimidade, conhecer do agravo de petição. Mérito: por maioria, negar provimento ao agravo de petição, tudo nos termos da fundamentação; vencido o Desembargador Ronaldo Medeiros de Souza, que dava provimento ao agravo de petição, portanto, para afastar a declaração de ausência de interesse de agir e ordenar a devolução dos autos à Vara de origem para regular processamento do feito. Obs: Ausente, justificadamente, a Excelentíssima Senhora Desembargadora Maria do Perpétuo Socorro Wanderley de Castro, por se encontrar em gozo de férias regulamentares.O(A) Excelentíssimo(a) Senhor(a) Desembargador(a) Presidente votou no presente processo para compor o quórum mínimo. Juntada de voto vencido pelo Desembargador Ronaldo Medeiros de Souza. Natal, 23 de abril de 2025. CARLOS NEWTON DE SOUZA PINTO Relator Voto do(a) Des(a). RONALDO MEDEIROS DE SOUZA / Gabinete do Desembargador Ronaldo Medeiros de Souza VOTO DIVERGENTE Não obstante já ter votado no mesmo sentido da sentença de origem, conforme acórdão proferido no AP-0001010-53.2017.5.21.0041 (Rel. Des. Ronaldo Medeiros de Souza, 2ª Turma, julgado em 11/07/2018), entendimento esse também da 1ª Turma do Regional, trago ao debate decisão proferida pela SBDI-1 do c. TST, para quem "o empregado substituído possui legitimidade para, de forma individual, promover procedimento de execução de sentença prolatada em ação coletiva". A SBDI-I explanou que, no caso, trata-se de legitimidade concorrente na referida iniciativa, e não legitimidade subsidiária. Eis a ementa do precedente em questão, Embargos E-RR-1843-88.2012.5.15.0049: "RECURSO DE EMBARGOS REGIDO PELA LEI 13.015/2014. EXECUÇÃO INDIVIDUAL DE SENTENÇA PROFERIDA NOS AUTOS DE AÇÃO COLETIVA AJUIZADA PELO SINDICATO NA CONDIÇÃO DE SUBSTITUTO PROCESSUAL EM FASE DE EXECUÇÃO. No caso, a Turma deste Tribunal não conheceu do recurso de revista da reclamante, por entender não observada a regra prevista no artigo 896, § 2º, da CLT, no que diz respeito à pretensão recursal calcada em ofensa ao artigo 5º, XXXV, da CF/88. Concluiu tratar-se de controvérsia sobre matéria infraconstitucional (Código de Defesa do Consumidor e Lei de Ação Civil Pública), relativa à possibilidade de o substituído promover individualmente a execução. O fundamento que ocasionou a extinção do feito sem resolução do mérito está relacionado com uma das clássicas condições da ação (falta de interesse de agir por já ter iniciado o processo de execução nos autos da ação promovida pelo sindicato da categoria profissional). Ocorre que os créditos reconhecidos como devidos na ação coletiva poderão ser individualizados e apurados por meio de liquidação de sentença em ação de execução autônoma individual, proposta pelo empregado substituído, ou nos próprios autos da ação coletiva mediante iniciativa do sindicato autor, por se tratar de legitimação concorrente e não subsidiária. Nesse contexto, o direito de escolha da ação de execução, individual ou coletiva, está relacionado com o próprio conteúdo do direito de ação, daí a razão de se entender que a extinção do processo na forma como decidida na instância ordinária está em desconformidade com o disposto no artigo 5º, XXXV, da CF/88. Recurso de embargos conhecido e provido" (E-RR-1843-88.2012.5.15.0049, Subseção I Especializada em Dissídios Individuais, Relator Ministro Augusto Cesar Leite de Carvalho, DEJT 11/04/2017). Nesse sentido, citem-se precedentes de Turmas do TST, a ilustrar: "RECURSO DE REVISTA INTERPOSTO DE DECISÃO PUBLICADA NA VIGÊNCIA DA LEI Nº 13.015/2014. EXECUÇÃO DE SENTENÇA. EXECUÇÃO INDIVIDUAL PROFERIDA NOS AUTOS DE AÇÃO COLETIVA AJUIZADA PELO SINDICATO NA CONDIÇÃO DE SUBSTITUTO PROCESSUAL. POSSIBILIDADE. A Subseção 1 Especializada em Dissídios Individuais do TST, no precedente E-RR-1843-88.2012.5.15.0049, proferiu decisão unânime sobre a possibilidade de o substituído promover individualmente a execução da sentença. Fixou-se o entendimento de que os créditos reconhecidos como devidos na ação coletiva poderão ser individualizados e apurados por meio de liquidação de sentença em ação de execução autônoma individual, proposta pelo empregado substituído, ou nos próprios autos da ação coletiva mediante iniciativa do sindicato autor. Trata-se de legitimação concorrente e não subsidiária, e, nesse contexto, o direito de escolha da ação de execução, individual ou coletiva, relaciona-se com o próprio conteúdo do direito de ação, razão pela qual a extinção do processo, na forma como decidida na instância ordinária, traduz desconformidade com o disposto no artigo 5º, XXXV, da Constituição Federal. Recurso de revista conhecido e provido". (RR-1839-51.2012.5.15.0049, 7ª Turma, Relator Ministro Claudio Mascarenhas Brandao, DEJT 15/12/2017). "RECURSO DE REVISTA. EXECUÇÃO. AÇÃO COLETIVA. LEGITIMIDADE DO REPRESENTADO PARA PROMOÇÃO INDIVIDUAL DA LIQUIDAÇÃO DE SENTENÇA. O art. 97 da Lei 8.078/90 define que a liquidação e a execução de sentença poderão ser promovidas pela própria vítima. Com base no referido artigo esta Corte já consignou, em casos que possuem, inclusive, o mesmo município reclamado, a possibilidade de iniciativa individual do interessado em procedimento de execução de sentença prolatada em ação coletiva. Assim, a decisão do Tribunal Regional impediu o acesso da exequente ao Poder Judiciário, garantido pelo art. 5.º, XXXV, da Constituição Federal. Recurso de revista conhecido e provido" (RR-2065-56.2012.5.15.0049, 2ª Turma, Relatora Ministra Delaide Miranda Arantes, DEJT 05/08/2016). "I - AGRAVO DE INSTRUMENTO. RECURSO DE REVISTA - PROVIMENTO. EXECUÇÃO DE SENTENÇA. SENTENÇA PROFERIDA EM AÇÃO COLETIVA AJUIZADA PELO SINDICATO NA CONDIÇÃO DE SUBSTITUTO PROCESSUAL. EXECUÇÃO INDIVIDUAL. POSSIBILIDADE. Diante de potencial violação do art. 5º, XXXV, da Constituição Federal, merece processamento o recurso de revista, na via do art. 896, "c", da CLT. Agravo de instrumento conhecido e provido. II - RECURSO DE REVISTA. EXECUÇÃO DE SENTENÇA. SENTENÇA PROFERIDA EM AÇÃO COLETIVA AJUIZADA PELO SINDICATO NA CONDIÇÃO DE SUBSTITUTO PROCESSUAL. EXECUÇÃO INDIVIDUAL. POSSIBILIDADE. O art. 97 do CDC, ao tratar das ações coletivas para a defesa de interesses individuais homogêneos, dispõe que "a liquidação e a execução de sentença poderão ser promovidas pela vítima e seus sucessores, assim como pelos legitimados de que trata o art. 82" Assim, o sindicato profissional ou o trabalhador, de forma individual, podem executar o título executivo judicial. Cuida-se, pois, de opção do autor em promover a execução individual, em detrimento da execução coletiva. Recurso de revista conhecido e provido". (RR-10874-63.2016.5.15.0059, 3ª Turma, Relator Ministro Alberto Luiz Bresciani de Fontan Pereira, DEJT 13/12/2019). "RECURSO DE REVISTA. PROCESSO EM FASE DE EXECUÇÃO DE SENTENÇA. LEGITIMIDADE ATIVA. EXECUÇÃO INDIVIDUAL. SENTENÇA PROFERIDA EM AÇÃO COLETIVA. I. O Tribunal Regional considerou que a Reclamante não possui legitimidade para ajuizar a ação individual de execução da sentença coletiva. II. O art. 97 do CDC (Lei nº 8.078/90) dispõe que " a liquidação e a execução de sentença poderão ser promovidas pela vítima e seus sucessores, assim como pelos legitimados de que trata o art. 82 ". Ao interpretar o referido preceito legal, esta Corte Superior já se posicionou no sentido de que, no procedimento de execução de sentença prolatada em ação coletiva, há autorização para a iniciativa individual do interessado. Precedente. III. Assim, ao entender que a Reclamante não possui legitimidade para ajuizar a ação individual de execução da sentença coletiva, a Corte Regional impediu o acesso da Recorrente ao Poder Judiciário, garantido pelo art. 5º, XXXV, da CF/88. IV. Recurso de revista de que se conhece, por violação do art. 5º, XXXV, da CF/88, e a que se dá provimento". (RR-1057-44.2012.5.15.0049, 4ª Turma, Relatora Desembargadora Convocada Cilene Ferreira Amaro Santos, DEJT 19/05/2017). "RECURSO DE REVISTA. EXECUÇÃO. PRINCÍPIO DA TRANSCENDÊNCIA. A aplicação do princípio da transcendência, previsto no artigo 896-A da CLT, ainda não foi regulamentada no âmbito deste Tribunal. Recurso de revista não conhecido. EXECUÇÃO. DIREITO DO SUBSTITUÍDO DE PROMOVER EXECUÇÃO DE FORMA INDIVIDUAL DE SENTENÇA PROFERIDA NOS AUTOS DE AÇÃO COLETIVA. O Regional manteve a decisão que extinguiu o feito sem resolução do mérito por estar relacionado com uma das clássicas condições da ação (falta de interesse de agir por já ter iniciado o processo de execução nos autos da ação promovida pelo sindicato da categoria profissional). Contudo, os créditos reconhecidos como devidos na ação coletiva poderão ser individualizados e apurados por meio de liquidação de sentença em ação de execução autônoma individual, proposta pelo empregado substituído, ou nos próprios autos da ação coletiva mediante iniciativa do sindicato autor, por se tratar de legitimação concorrente e não subsidiária. Nesse contexto, o direito de escolha da ação de execução, individual ou coletiva, está relacionado com o próprio conteúdo do direito de ação, daí a razão de se entender que a extinção do processo na forma como decidida na instância ordinária está em desconformidade com o disposto no artigo 5º, XXXV, da CF de 1988. Recurso conhecido e provido". (RR-1854-20.2012.5.15.0049, 6ª Turma, Relator Ministro Augusto Cesar Leite de Carvalho, DEJT 20/10/2017). "A) AGRAVO DE INSTRUMENTO EM RECURSO DE REVISTA. EXECUÇÃO INDIVIDUAL DE SENTENÇA PROLATADA EM AÇÃO COLETIVA PROMOVIDA PELO SINDICATO PROFISSIONAL. Ante a demonstração de possível violação do art. 5º, XXXV, da CF, merece processamento o recurso de revista. Agravo de instrumento conhecido e provido. B) RECURSO DE REVISTA. EXECUÇÃO INDIVIDUAL DE SENTENÇA PROLATADA EM AÇÃO COLETIVA PROMOVIDA PELO SINDICATO PROFISSIONAL. Não subsiste a conclusão adotada pelo Tribunal Regional de que falta à exequente < interesse processual para promover a execução individual, porquanto, segundo dicção dos artigos 97 e 98 do CDC (Lei nº 8.078/90), tanto o sindicato profissional como o empregado substituído, individualmente, podem promover a execução do título executivo formado em ação coletiva. Logo, a exequente, titular do direito material reconhecido na ação coletiva, possui a opção de impulsionar a execução individual, em detrimento da execução coletiva, providência que, inclusive, ocasiona a celeridade processual. Dessa forma, não há nenhum óbice legal ao ajuizamento de ação individual com a finalidade de executar a sentença condenatória prolatada em ação coletiva, sobretudo diante da garantia constitucional inserta no artigo 5º, XXXV, da Carta Magna. Recurso de revista conhecido e provido". (RR-1554-52.2017.5.21.0005, 8ª Turma, Relatora Ministra Dora Maria da Costa, DEJT 15/03/2019). Ressalto que em igual sentido votei nos autos do AP n. 0000369-80.2020.5.21.0002, julgado em 03/02/2021, do qual fui o Redator. Dou provimento ao agravo de petição, portanto, para afastar a declaração de ausência de interesse de agir e ordenar a devolução dos autos à Vara de origem para regular processamento do feito. NATAL/RN, 25 de abril de 2025. ROBERTO DE BRITO CALABRIA Diretor de Secretaria Intimado(s) / Citado(s) - VOGAL LUXURY BEACH HOTEL & SPA LTDA

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Processo nº 0000007-91.2017.8.17.3220

ID: 300192811

Tribunal: TJPE Órgão: Gabinete da 1ª Vice Presidência Segundo Grau Classe: APELAçãO CíVEL Nº Processo: 0000007-91.2017.8.17.3220

Data de Disponibilização: 17/06/2025

Polo Ativo:

Polo Passivo:

BANCO SANTANDER (BRASIL) S/A

Intimação (Outros)

Advogados:

PAULO ROBERTO TEIXEIRA TRINO JUNIOR

OAB/RJ XXXXXX Desbloquear

Tribunal de Justiça de Pernambuco Poder Judiciário Gabinete da 1ª Vice Presidência Segundo Grau RECURSO ESPECIAL NA APELAÇÃO CÍVEL Nº 0000007-91.2017.8.17.3220 RECORRENTE: ISAAC HENRIQUE SOARES SILVA… Tribunal de Justiça de Pernambuco Poder Judiciário Gabinete da 1ª Vice Presidência Segundo Grau RECURSO ESPECIAL NA APELAÇÃO CÍVEL Nº 0000007-91.2017.8.17.3220 RECORRENTE: ISAAC HENRIQUE SOARES SILVA RECORRIDO (A): BANCO SANTANDER (BRASIL) S/A DECISÃO Recurso especial (id nº 45556558) interposto por ISAAC HENRIQUE SOARES SILVA, com fundamento no art. 105, III, “a” da Constituição Federal, em face do acórdão proferido pela 4ª Câmara Cível deste Egrégio Tribunal de Justiça do Estado de Pernambuco, o qual negou provimento à apelação cível manejada contra sentença que julgou improcedentes os pedidos formulados na ação indenizatória por danos materiais e morais ajuizada em desfavor do BANCO SANTANDER (BRASIL) S/A (id nº 44627421). O acórdão exarado foi assim ementado: DIREITO CIVIL. DIREITO DO CONSUMIDOR. AÇÃO DECLARATÓRIA. CONTRATO BANCÁRIO. PACOTE DE SERVIÇOS. CONTA UNIVERSITÁRIA. PREVISÃO CONTRATUAL DE REAJUSTE PROGRESSIVO. LEGITIMIDADE DA COBRANÇA. AUSÊNCIA DE ABUSIVIDADE. 1. É válida a cláusula contratual que prevê reajuste progressivo do valor do pacote de serviços bancários em conta universitária após determinado período da conclusão do curso, desde que expressamente pactuada no momento da contratação. 2. A alteração do valor da tarifa bancária, quando previamente estabelecida no contrato, independe de nova comunicação ao cliente, por constituir condição da qual teve ciência no momento da contratação. 3. Não configura cobrança indevida nem gera danos morais indenizáveis a majoração do valor do pacote de serviços bancários quando realizada nos estritos termos do contrato, em exercício regular de direito pela instituição financeira. A decisão recorrida entendeu legítima a cobrança efetuada pelo banco com base no contrato firmado entre as partes, consignando que o valor reajustado das tarifas mensais decorria de cláusula contratual previamente pactuada, não havendo, por conseguinte, abusividade ou vício que justificasse restituição ou indenização por danos morais. Em suas razões recursais, o recorrente sustenta que o acórdão proferido incorreu em violação aos artigos 373, II, 489, §1º, III e IV, e 492 do Código de Processo Civil, bem como aos artigos 6º, IV e VIII, e 51, IV, do Código de Defesa do Consumidor, alegando, em síntese: (i) ocorrência de julgamento extra petita; (ii) omissão quanto à análise do pedido de inversão do ônus da prova; (iii) ausência de enfrentamento da matéria probatória referente à alegada cobrança abusiva; (iv) cerceamento de defesa; (v) necessidade de reconhecimento de dano moral e restituição de valores pagos indevidamente. Assim, requer o conhecimento do recurso e, no mérito, seu provimento, a fim de reformar a decisão do Tribunal de Justiça. O recorrido apresentou contrarrazões ao recurso especial, pugnando, em suma, pela inadmissibilidade do apelo especial (id nº 45932283). É o relatório. Decido. Preenchidos, então, os requisitos extrínsecos de admissibilidade recursal, passo a análise do excepcional. ALEGAÇÃO DE OFENSA AOS ARTIGOS 489 E 1.022 DO CPC De início, com relação à alegação de inobservância do artigo 489, § 1º, inciso III e IV e artigo 1.022, ambos do Código de Processo Civil, é possível observar que o acórdão recorrido revela motivação suficiente para justificar o decisum, apresentando clareza e harmonia entre as suas proposições, bem como o enfrentamento de todas as questões suscitadas pelas partes litigantes nos autos e relevantes para o deslinde da controvérsia, sem incorrer nos vícios de obscuridade, contradição ou omissão. Veja-se: [...] 1. Cinge-se a controvérsia em definir se são devidas as cobranças de tarifas bancárias em valor superior ao inicialmente contratado pelo apelante. 2. Preliminarmente, não há que se falar em cerceamento de defesa pela ausência de saneamento do processo, uma vez que a matéria em discussão é exclusivamente documental, não havendo necessidade de dilação probatória. O julgamento antecipado da lide, nesse caso, não viola o contraditório e a ampla defesa. 3. Passo ao mérito. 4. Com efeito, da análise do Termo de Contratação de Pacote de Serviços (ID 23897269), verifica-se que o autor aderiu ao pacote universitário Santander, modalidade especial de conta corrente voltada para estudantes universitários. 5. O referido contrato traz cláusula específica - item 1.1 – acerca da cobrança do valor da tarifa mensal, que seria escalonada a partir do final do primeiro ano de conclusão do curso. Iniciaria da assinatura do contrato no valor de R$ 5,95 (cinco reais e noventa e cinco centavos) até os primeiros 12 mesesc após a conclusão. No segundo e no terceiro ano após o término do curso universitário o pacote seria substituído automaticamente para o Pacote Padronizado IV, cujo valor passaria para R$ 30,50 (trinta reais e cinquenta centavos), sendo que, por liberalidade, o réu concederia desconto, passando a cobrar R$ 15,95 (quinze reais e noventa e cinco centavos). 6. Tal condição contratual é perfeitamente válida, pois representa benefício concedido ao estudante durante o período universitário, com progressivo ajuste ao valor regular do pacote de serviços após a formatura. Não há qualquer abusividade nessa previsão, que foi livremente aceita pelo autor no momento da contratação. 7. Vale salientar que o negócio fora firmado em outubro de 2013 (ID 23897269). Onze anos se passaram desde a assinatura do contrato, período suficiente para que o autor concluísse qualquer curso superior, conquanto, paga R$ 19,90 (dezenove reais e noventa centavos), valor inferior ao contratualmente previsto para o período, que era R$ 30,50 (trinta reais e cinquenta centavos). 8. No caso em análise, tendo o autor contratado o pacote em outubro de 2013, é legítima a cobrança do valor de R$ 19,90 a partir de outubro de 2016, quando já decorrido o período de desconto previsto contratualmente. 9. Ressalte-se que não era necessária comunicação prévia sobre a alteração do valor, uma vez que esta já estava expressamente prevista no contrato original, sendo do conhecimento do contratante desde o início da relação jurídica. 10. Nesse contexto, não há que se falar em cobrança indevida ou dever de restituição de valores, muito menos em danos morais, pois o banco demandado agiu no exercício regular de direito ao cobrar as tarifas nos termos do que foi pactuado. [...]. (id nº 43282734). Desta forma, não vislumbro qualquer ofensa à legislação elencada – mormente diante da inexistência de obrigação, por parte do julgador, de analisar à exaustão todos os dispositivos suscitados nos autos, desde que a matéria posta à apreciação seja decidida através de fundamentação suficiente para sustentar a manifestação jurisdicional. É válido ressaltar que a aplicação do direito no caso concreto, ainda que por meio de solução jurídica diversa da requerida por pela parte insurgente, não configura negativa ou ausência de prestação jurisdicional, isto é, não caracteriza vício de fundamentação. APLICAÇÃO DAS SÚMULAS Nº 282 E Nº 356 DO STF De início, verifico que os artigos 373, II; e 492 do CPC, bem como os artigos 6º, IV e VIII, e 51, IV, do Código de Defesa do Consumidor, expressamente indicados nas razões recursais, não foram sequer objeto de deliberação pelo órgão julgador, assim como tampouco foram suscitados em sede de Embargos de Declaração, circunstâncias que impedem o conhecimento do presente reclamo, diante da incidência das Súmulas nº 282[1] e nº 356[2] do STF - aplicáveis por analogia aos recursos especiais -, visto que não satisfeito o requisito do prequestionamento. Com efeito, para que esteja caracterizada a ocorrência do prequestionamento, é necessário que a matéria alegada tenha sido devidamente abordada pelas instâncias ordinárias, diante da impossibilidade do c. Superior Tribunal de Justiça se pronunciar pela primeira vez sobre a sobredita questão federal, suscitada tão somente na via excepcional. Acerca do tema, o Tribunal da Cidadania possui o entendimento no sentido de que “a configuração do prequestionamento pressupõe debate e decisão prévios pelo colegiado, ou seja, emissão de juízo sobre o tema. Se o Tribunal de origem não adotou entendimento explícito a respeito do fato jurígeno veiculado nas razões recursais, inviabilizada fica a análise sobre a violação dos preceitos evocados pela recorrente.”(STJ – REsp 1670136/PE, Relator: Ministro HERMAN BENJAMIN, Segunda Turma, DJe: 30/06/2017). Veja-se, ainda: TRIBUTÁRIO E PROCESSUAL CIVIL. AGRAVO INTERNO. JULGAMENTO MONOCRÁTICO PELO RELATOR. POSSIBILIDADE. ART. 557 DO CPC/73. OFENSA AO ART. 535 DO CPC/73. INEXISTÊNCIA. AUSÊNCIA DE PREQUESTIONAMENTO. SÚMULAS 356/STF E 211/STJ. EFETIVO DEBATE. NECESSIDADE. COISA JULGADA. VERIFICAÇÃO. REEXAME DE MATÉRIA FÁTICA. IMPOSSIBILIDADE. SÚMULA 7/STJ. 1. É firme a jurisprudência do STJ no sentido de que o relator está autorizado a decidir monocraticamente o recurso manifestamente inadmissível, improcedente, prejudicado ou em confronto com súmula ou com jurisprudência dominante do respectivo tribunal, do Supremo Tribunal Federal ou de Tribunal Superior (art. 557 do CPC/73). Ademais, eventual nulidade da decisão singular fica superada com a apreciação do tema pelo órgão colegiado em sede de agravo interno. 2. Inexistência de ofensa ao art. 535 do CPC/73, na medida em que o Tribunal de origem dirimiu, fundamentadamente, as questões que lhe foram submetidas e apreciou integralmente a controvérsia posta nos autos. 3. A matéria pertinente aos arts. 16, 17, 18, 26, § 2º, 618 do CPC/73; e 840 do CC não foi apreciada pela instância judicante de origem, tampouco constou dos embargos declaratórios opostos para suprir eventual omissão. Portanto, ante a falta do necessário prequestionamento, incide o óbice da Súmula 356/STF. 4. No caso, o Tribunal de origem não se pronunciou sobre a matéria versada nos arts. 183, 475-J e 503 CPC, apesar de instado a fazê-lo por meio dos competentes embargos de declaração. Aplicação da Súmula 211/STJ. 5. Vigora no STJ o entendimento de que o prequestionamento da matéria pressupõe o efetivo debate pelo Tribunal de origem sobre a tese jurídica veiculada nas razões do recurso especial, não sendo suficiente, para tanto, que a questão tenha sido suscitada pelas partes nos recursos que aviaram perante a Corte local. Precedentes: AgInt no AREsp 1.573.372/SP, relator Ministro Mauro Campbell Marques, Segunda Turma, DJe de 17/3/2020; e AgInt no AREsp 1.373.173/SP, relator Ministro Benedito Gonçalves, Primeira Turma, DJe de 11/12/2019. 6. O recurso especial também não pode ser conhecido no tocante à alegada ofensa à Instrução Normativa INSS/DC 77/2002, porque o referido ato normativo não se enquadra no conceito de "tratado ou lei federal" de que cuida o art. 105, III, a, da CF. 7. Não se admite, em sede de recurso especial, o reexame dos elementos do processo a fim de apurar a existência ou não de coisa julgada, com fundamento em análise das provas colhidas nos autos, incidindo, assim, o óbice da Súmula 7/STJ. 8. Agravo interno não provido. (AgInt no REsp n. 1.585.917/SP, relator Ministro Sérgio Kukina, Primeira Turma, julgado em 18/11/2024, DJe de 22/11/2024.) APLICAÇÃO DA SÚMULA Nº 07 DO STJ Conforme reiteradamente assentado pela jurisprudência do STJ, o recurso especial não se presta à rediscussão de matéria fática, sendo-lhe vedado o revolvimento das provas que embasaram o acórdão recorrido. A propósito, dispõe a Súmula 7 do STJ: “A pretensão de simples reexame de prova não enseja recurso especial.” Na hipótese dos autos, a controvérsia foi decidida com base em cláusulas expressas do contrato firmado entre o autor, ora recorrente, e o banco recorrido, notadamente no que se refere à validade da estipulação contratual que previa a cobrança progressiva de tarifas bancárias após o encerramento do período universitário. O acórdão recorrido, com base na prova documental constante dos autos (especialmente o Termo de Contratação de Pacote de Serviços — id nº 23897269), foi categórico ao afirmar que: [...] Tal condição contratual é perfeitamente válida, pois representa benefício concedido ao estudante durante o período universitário, com progressivo ajuste ao valor regular do pacote de serviços após a formatura. Não há qualquer abusividade nessa previsão, que foi livremente aceita pelo autor no momento da contratação. [...]. (id nº id nº 43282734). A pretensão recursal, portanto, exige necessariamente a revisão da conclusão da instância ordinária quanto à validade da cláusula contratual, à suficiência da informação prestada ao consumidor, bem como à (i) existência ou não de prática abusiva e (ii) eventual falha na prestação de serviços — o que implicaria, indubitavelmente, novo exame das provas documentais e das circunstâncias fáticas do caso concreto. Não bastasse isso, o recorrente ainda busca discutir, no âmbito do recurso especial, questões atinentes ao alegado excesso de cobrança, à eventual ausência de autorização para os débitos mensais e à ocorrência de dano moral, todos aspectos que se encontram direta e intimamente ligados à valoração das provas — tarefa que compete exclusivamente às instâncias ordinárias. Portanto, revela-se evidente que, ao buscar modificar a conclusão deste Tribunal mediante uma nova apreciação dos elementos fáticos e probatórios — especialmente cláusulas contratuais e documentos bancários — o recorrente pretende valer-se do recurso especial como verdadeira terceira instância revisora, o que não encontra amparo no ordenamento jurídico. Ante o exposto, com fulcro no artigo 1.030, inciso V, do Código de Processo Civil, inadmito o recurso especial interposto. Publique-se. Intimem-se. Recife, data da certificação digital. Des. Fausto Campos 1º Vice-Presidente do TJPE [1] Súmula 282/STF. É inadmissível o recurso extraordinário, quando não ventilada, na decisão recorrida, a questão federal suscitada. [2] Súmula 356/STF. O ponto omisso da decisão, sobre o qual não foram opostos embargos declaratórios, não pode ser objeto de recurso extraordinário, por faltar o requisito do prequestionamento.

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Processo nº 0000007-91.2017.8.17.3220

ID: 300192813

Tribunal: TJPE Órgão: Gabinete da 1ª Vice Presidência Segundo Grau Classe: APELAçãO CíVEL Nº Processo: 0000007-91.2017.8.17.3220

Data de Disponibilização: 17/06/2025

Polo Ativo:

ISAAC HENRIQUE SOARES SILVA

Polo Passivo:

Intimação (Outros)

Advogados:

RAFAEL PIRES CAMPOS

OAB/PE XXXXXX Desbloquear

FABIO LEANDRO DE BARROS

OAB/PE XXXXXX Desbloquear

Tribunal de Justiça de Pernambuco Poder Judiciário Gabinete da 1ª Vice Presidência Segundo Grau RECURSO ESPECIAL NA APELAÇÃO CÍVEL Nº 0000007-91.2017.8.17.3220 RECORRENTE: ISAAC HENRIQUE SOARES SILVA… Tribunal de Justiça de Pernambuco Poder Judiciário Gabinete da 1ª Vice Presidência Segundo Grau RECURSO ESPECIAL NA APELAÇÃO CÍVEL Nº 0000007-91.2017.8.17.3220 RECORRENTE: ISAAC HENRIQUE SOARES SILVA RECORRIDO (A): BANCO SANTANDER (BRASIL) S/A DECISÃO Recurso especial (id nº 45556558) interposto por ISAAC HENRIQUE SOARES SILVA, com fundamento no art. 105, III, “a” da Constituição Federal, em face do acórdão proferido pela 4ª Câmara Cível deste Egrégio Tribunal de Justiça do Estado de Pernambuco, o qual negou provimento à apelação cível manejada contra sentença que julgou improcedentes os pedidos formulados na ação indenizatória por danos materiais e morais ajuizada em desfavor do BANCO SANTANDER (BRASIL) S/A (id nº 44627421). O acórdão exarado foi assim ementado: DIREITO CIVIL. DIREITO DO CONSUMIDOR. AÇÃO DECLARATÓRIA. CONTRATO BANCÁRIO. PACOTE DE SERVIÇOS. CONTA UNIVERSITÁRIA. PREVISÃO CONTRATUAL DE REAJUSTE PROGRESSIVO. LEGITIMIDADE DA COBRANÇA. AUSÊNCIA DE ABUSIVIDADE. 1. É válida a cláusula contratual que prevê reajuste progressivo do valor do pacote de serviços bancários em conta universitária após determinado período da conclusão do curso, desde que expressamente pactuada no momento da contratação. 2. A alteração do valor da tarifa bancária, quando previamente estabelecida no contrato, independe de nova comunicação ao cliente, por constituir condição da qual teve ciência no momento da contratação. 3. Não configura cobrança indevida nem gera danos morais indenizáveis a majoração do valor do pacote de serviços bancários quando realizada nos estritos termos do contrato, em exercício regular de direito pela instituição financeira. A decisão recorrida entendeu legítima a cobrança efetuada pelo banco com base no contrato firmado entre as partes, consignando que o valor reajustado das tarifas mensais decorria de cláusula contratual previamente pactuada, não havendo, por conseguinte, abusividade ou vício que justificasse restituição ou indenização por danos morais. Em suas razões recursais, o recorrente sustenta que o acórdão proferido incorreu em violação aos artigos 373, II, 489, §1º, III e IV, e 492 do Código de Processo Civil, bem como aos artigos 6º, IV e VIII, e 51, IV, do Código de Defesa do Consumidor, alegando, em síntese: (i) ocorrência de julgamento extra petita; (ii) omissão quanto à análise do pedido de inversão do ônus da prova; (iii) ausência de enfrentamento da matéria probatória referente à alegada cobrança abusiva; (iv) cerceamento de defesa; (v) necessidade de reconhecimento de dano moral e restituição de valores pagos indevidamente. Assim, requer o conhecimento do recurso e, no mérito, seu provimento, a fim de reformar a decisão do Tribunal de Justiça. O recorrido apresentou contrarrazões ao recurso especial, pugnando, em suma, pela inadmissibilidade do apelo especial (id nº 45932283). É o relatório. Decido. Preenchidos, então, os requisitos extrínsecos de admissibilidade recursal, passo a análise do excepcional. ALEGAÇÃO DE OFENSA AOS ARTIGOS 489 E 1.022 DO CPC De início, com relação à alegação de inobservância do artigo 489, § 1º, inciso III e IV e artigo 1.022, ambos do Código de Processo Civil, é possível observar que o acórdão recorrido revela motivação suficiente para justificar o decisum, apresentando clareza e harmonia entre as suas proposições, bem como o enfrentamento de todas as questões suscitadas pelas partes litigantes nos autos e relevantes para o deslinde da controvérsia, sem incorrer nos vícios de obscuridade, contradição ou omissão. Veja-se: [...] 1. Cinge-se a controvérsia em definir se são devidas as cobranças de tarifas bancárias em valor superior ao inicialmente contratado pelo apelante. 2. Preliminarmente, não há que se falar em cerceamento de defesa pela ausência de saneamento do processo, uma vez que a matéria em discussão é exclusivamente documental, não havendo necessidade de dilação probatória. O julgamento antecipado da lide, nesse caso, não viola o contraditório e a ampla defesa. 3. Passo ao mérito. 4. Com efeito, da análise do Termo de Contratação de Pacote de Serviços (ID 23897269), verifica-se que o autor aderiu ao pacote universitário Santander, modalidade especial de conta corrente voltada para estudantes universitários. 5. O referido contrato traz cláusula específica - item 1.1 – acerca da cobrança do valor da tarifa mensal, que seria escalonada a partir do final do primeiro ano de conclusão do curso. Iniciaria da assinatura do contrato no valor de R$ 5,95 (cinco reais e noventa e cinco centavos) até os primeiros 12 mesesc após a conclusão. No segundo e no terceiro ano após o término do curso universitário o pacote seria substituído automaticamente para o Pacote Padronizado IV, cujo valor passaria para R$ 30,50 (trinta reais e cinquenta centavos), sendo que, por liberalidade, o réu concederia desconto, passando a cobrar R$ 15,95 (quinze reais e noventa e cinco centavos). 6. Tal condição contratual é perfeitamente válida, pois representa benefício concedido ao estudante durante o período universitário, com progressivo ajuste ao valor regular do pacote de serviços após a formatura. Não há qualquer abusividade nessa previsão, que foi livremente aceita pelo autor no momento da contratação. 7. Vale salientar que o negócio fora firmado em outubro de 2013 (ID 23897269). Onze anos se passaram desde a assinatura do contrato, período suficiente para que o autor concluísse qualquer curso superior, conquanto, paga R$ 19,90 (dezenove reais e noventa centavos), valor inferior ao contratualmente previsto para o período, que era R$ 30,50 (trinta reais e cinquenta centavos). 8. No caso em análise, tendo o autor contratado o pacote em outubro de 2013, é legítima a cobrança do valor de R$ 19,90 a partir de outubro de 2016, quando já decorrido o período de desconto previsto contratualmente. 9. Ressalte-se que não era necessária comunicação prévia sobre a alteração do valor, uma vez que esta já estava expressamente prevista no contrato original, sendo do conhecimento do contratante desde o início da relação jurídica. 10. Nesse contexto, não há que se falar em cobrança indevida ou dever de restituição de valores, muito menos em danos morais, pois o banco demandado agiu no exercício regular de direito ao cobrar as tarifas nos termos do que foi pactuado. [...]. (id nº 43282734). Desta forma, não vislumbro qualquer ofensa à legislação elencada – mormente diante da inexistência de obrigação, por parte do julgador, de analisar à exaustão todos os dispositivos suscitados nos autos, desde que a matéria posta à apreciação seja decidida através de fundamentação suficiente para sustentar a manifestação jurisdicional. É válido ressaltar que a aplicação do direito no caso concreto, ainda que por meio de solução jurídica diversa da requerida por pela parte insurgente, não configura negativa ou ausência de prestação jurisdicional, isto é, não caracteriza vício de fundamentação. APLICAÇÃO DAS SÚMULAS Nº 282 E Nº 356 DO STF De início, verifico que os artigos 373, II; e 492 do CPC, bem como os artigos 6º, IV e VIII, e 51, IV, do Código de Defesa do Consumidor, expressamente indicados nas razões recursais, não foram sequer objeto de deliberação pelo órgão julgador, assim como tampouco foram suscitados em sede de Embargos de Declaração, circunstâncias que impedem o conhecimento do presente reclamo, diante da incidência das Súmulas nº 282[1] e nº 356[2] do STF - aplicáveis por analogia aos recursos especiais -, visto que não satisfeito o requisito do prequestionamento. Com efeito, para que esteja caracterizada a ocorrência do prequestionamento, é necessário que a matéria alegada tenha sido devidamente abordada pelas instâncias ordinárias, diante da impossibilidade do c. Superior Tribunal de Justiça se pronunciar pela primeira vez sobre a sobredita questão federal, suscitada tão somente na via excepcional. Acerca do tema, o Tribunal da Cidadania possui o entendimento no sentido de que “a configuração do prequestionamento pressupõe debate e decisão prévios pelo colegiado, ou seja, emissão de juízo sobre o tema. Se o Tribunal de origem não adotou entendimento explícito a respeito do fato jurígeno veiculado nas razões recursais, inviabilizada fica a análise sobre a violação dos preceitos evocados pela recorrente.”(STJ – REsp 1670136/PE, Relator: Ministro HERMAN BENJAMIN, Segunda Turma, DJe: 30/06/2017). Veja-se, ainda: TRIBUTÁRIO E PROCESSUAL CIVIL. AGRAVO INTERNO. JULGAMENTO MONOCRÁTICO PELO RELATOR. POSSIBILIDADE. ART. 557 DO CPC/73. OFENSA AO ART. 535 DO CPC/73. INEXISTÊNCIA. AUSÊNCIA DE PREQUESTIONAMENTO. SÚMULAS 356/STF E 211/STJ. EFETIVO DEBATE. NECESSIDADE. COISA JULGADA. VERIFICAÇÃO. REEXAME DE MATÉRIA FÁTICA. IMPOSSIBILIDADE. SÚMULA 7/STJ. 1. É firme a jurisprudência do STJ no sentido de que o relator está autorizado a decidir monocraticamente o recurso manifestamente inadmissível, improcedente, prejudicado ou em confronto com súmula ou com jurisprudência dominante do respectivo tribunal, do Supremo Tribunal Federal ou de Tribunal Superior (art. 557 do CPC/73). Ademais, eventual nulidade da decisão singular fica superada com a apreciação do tema pelo órgão colegiado em sede de agravo interno. 2. Inexistência de ofensa ao art. 535 do CPC/73, na medida em que o Tribunal de origem dirimiu, fundamentadamente, as questões que lhe foram submetidas e apreciou integralmente a controvérsia posta nos autos. 3. A matéria pertinente aos arts. 16, 17, 18, 26, § 2º, 618 do CPC/73; e 840 do CC não foi apreciada pela instância judicante de origem, tampouco constou dos embargos declaratórios opostos para suprir eventual omissão. Portanto, ante a falta do necessário prequestionamento, incide o óbice da Súmula 356/STF. 4. No caso, o Tribunal de origem não se pronunciou sobre a matéria versada nos arts. 183, 475-J e 503 CPC, apesar de instado a fazê-lo por meio dos competentes embargos de declaração. Aplicação da Súmula 211/STJ. 5. Vigora no STJ o entendimento de que o prequestionamento da matéria pressupõe o efetivo debate pelo Tribunal de origem sobre a tese jurídica veiculada nas razões do recurso especial, não sendo suficiente, para tanto, que a questão tenha sido suscitada pelas partes nos recursos que aviaram perante a Corte local. Precedentes: AgInt no AREsp 1.573.372/SP, relator Ministro Mauro Campbell Marques, Segunda Turma, DJe de 17/3/2020; e AgInt no AREsp 1.373.173/SP, relator Ministro Benedito Gonçalves, Primeira Turma, DJe de 11/12/2019. 6. O recurso especial também não pode ser conhecido no tocante à alegada ofensa à Instrução Normativa INSS/DC 77/2002, porque o referido ato normativo não se enquadra no conceito de "tratado ou lei federal" de que cuida o art. 105, III, a, da CF. 7. Não se admite, em sede de recurso especial, o reexame dos elementos do processo a fim de apurar a existência ou não de coisa julgada, com fundamento em análise das provas colhidas nos autos, incidindo, assim, o óbice da Súmula 7/STJ. 8. Agravo interno não provido. (AgInt no REsp n. 1.585.917/SP, relator Ministro Sérgio Kukina, Primeira Turma, julgado em 18/11/2024, DJe de 22/11/2024.) APLICAÇÃO DA SÚMULA Nº 07 DO STJ Conforme reiteradamente assentado pela jurisprudência do STJ, o recurso especial não se presta à rediscussão de matéria fática, sendo-lhe vedado o revolvimento das provas que embasaram o acórdão recorrido. A propósito, dispõe a Súmula 7 do STJ: “A pretensão de simples reexame de prova não enseja recurso especial.” Na hipótese dos autos, a controvérsia foi decidida com base em cláusulas expressas do contrato firmado entre o autor, ora recorrente, e o banco recorrido, notadamente no que se refere à validade da estipulação contratual que previa a cobrança progressiva de tarifas bancárias após o encerramento do período universitário. O acórdão recorrido, com base na prova documental constante dos autos (especialmente o Termo de Contratação de Pacote de Serviços — id nº 23897269), foi categórico ao afirmar que: [...] Tal condição contratual é perfeitamente válida, pois representa benefício concedido ao estudante durante o período universitário, com progressivo ajuste ao valor regular do pacote de serviços após a formatura. Não há qualquer abusividade nessa previsão, que foi livremente aceita pelo autor no momento da contratação. [...]. (id nº id nº 43282734). A pretensão recursal, portanto, exige necessariamente a revisão da conclusão da instância ordinária quanto à validade da cláusula contratual, à suficiência da informação prestada ao consumidor, bem como à (i) existência ou não de prática abusiva e (ii) eventual falha na prestação de serviços — o que implicaria, indubitavelmente, novo exame das provas documentais e das circunstâncias fáticas do caso concreto. Não bastasse isso, o recorrente ainda busca discutir, no âmbito do recurso especial, questões atinentes ao alegado excesso de cobrança, à eventual ausência de autorização para os débitos mensais e à ocorrência de dano moral, todos aspectos que se encontram direta e intimamente ligados à valoração das provas — tarefa que compete exclusivamente às instâncias ordinárias. Portanto, revela-se evidente que, ao buscar modificar a conclusão deste Tribunal mediante uma nova apreciação dos elementos fáticos e probatórios — especialmente cláusulas contratuais e documentos bancários — o recorrente pretende valer-se do recurso especial como verdadeira terceira instância revisora, o que não encontra amparo no ordenamento jurídico. Ante o exposto, com fulcro no artigo 1.030, inciso V, do Código de Processo Civil, inadmito o recurso especial interposto. Publique-se. Intimem-se. Recife, data da certificação digital. Des. Fausto Campos 1º Vice-Presidente do TJPE [1] Súmula 282/STF. É inadmissível o recurso extraordinário, quando não ventilada, na decisão recorrida, a questão federal suscitada. [2] Súmula 356/STF. O ponto omisso da decisão, sobre o qual não foram opostos embargos declaratórios, não pode ser objeto de recurso extraordinário, por faltar o requisito do prequestionamento.

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Processo nº 0000007-06.1995.8.05.0146

ID: 298863166

Tribunal: TJBA Órgão: Des. Emílio Salomão Pinto Resedá Classe: APELAçãO CíVEL Nº Processo: 0000007-06.1995.8.05.0146

Data de Disponibilização: 16/06/2025

Polo Ativo:

Polo Passivo:

JOSÉ RENE SILVA DE MORAES

Decisão

Advogados:

DEUSDEDITE GOMES ARAUJO

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WILLIAM FERREIRA COSTA

OAB/BA XXXXXX Desbloquear

PODER JUDICIÁRIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DA BAHIA Quarta Câmara Cível Processo: APELAÇÃO n. 0000007-06.1995.8.05.0146 Órgão Julgador: Quarta Câmara Cível APELANTE: ESTADO DA BAHIA … PODER JUDICIÁRIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DA BAHIA Quarta Câmara Cível Processo: APELAÇÃO n. 0000007-06.1995.8.05.0146 Órgão Julgador: Quarta Câmara Cível APELANTE: ESTADO DA BAHIA Advogado(s): APELADO: JOSÉ RENÊ SILVA DE MORAES Advogado(s): WILLIAM FERREIRA COSTA (OAB:BA51849-A), DEUSDEDITE GOMES ARAÚJO (OAB:BA19982-A) DECISÃO Integro ao presente, o relatório da sentença, ID 79383253, que julgou procedente a exceção de pré-executividade, para reconhecer a prescrição intercorrente e determinar a extinção da execução fiscal, proposta pela Fazenda Pública Estadual, acrescentando que não se conformando com o julgado, o Estado da Bahia interpôs este apelo, ID 79383255, sustentando, em síntese, que não ocorreu prescrição intercorrente, uma vez que o feito ficou paralisado por mais de seis anos, exclusivamente por demora do Poder Judiciário, sem qualquer inércia dele exequente. Alega que após a certidão de decurso de prazo, em 03/06/2002, o processo permaneceu parado até 23/09/2008, período durante o qual não houve manifestação das partes, porque dependia, exclusivamente, de atos do juiz e do cartório. Sustenta, ainda, que foi efetivada penhora de outro imóvel, em 08/04/2002, dentro do prazo legal de prescrição, o que afasta a configuração da prescrição intercorrente. Requer o provimento do recurso para afastar a prescrição e determinar o prosseguimento da execução fiscal. Apesar de devidamente intimado, o apelado não apresentou contrarrazões, conforme certidão de ID 79383260. A controvérsia cinge-se à verificação da ocorrência, ou não, de prescrição intercorrente na execução fiscal, considerando o período de paralização processual entre os anos de 2002 e 2008. Sendo fenômeno intraprocessual, que ocorre após o ajuizamento da execução fiscal, caracterizado pela inércia continuada e ininterrupta no curso do processo executivo, para analisar a prescrição intercorrente, faz-se necessária a apreciação de fatos ocorridos no curso da própria execução fiscal. No caso em exame, a execução fora ajuizada em 15/02/1995, relativa à dívida de ICMS, inscrita em 24/09/1992, ID 79381811, e a citação do executado ocorreu em 08/05/1995, ID 79381815, interrompendo o prazo prescricional. Prosseguindo o curso processual, verifica-se que houve penhora de bem imóvel e, após dois leilões negativos, o autor requereu adjudicação, em 26/08/1998, ID 79383100, que foi deferida. O ponto crucial da controvérsia reside no período posterior à intimação por edital do executado sobre a adjudicação. Conforme demonstrado pelo apelante, após a publicação do edital, em 17/04/2002 e a certidão de decurso de prazo, sem manifestação do executado, em 03/06/2002, ID 79383145, o processo permaneceu paralisado no cartório por período superior a seis anos, até 23/09/2008, ID 79383147, quando houve despacho remetendo os autos à Vara de Fazenda Pública. Cumpre observar que, durante esse extenso período de paralização, o processo dependia exclusivamente de atos do juiz e do cartório, não havendo qualquer inércia ou desídia das partes. O apelante demonstrou que somente em 30/06/2009, houve despacho determinando a intimação do exequente para se manifestar sobre a ação, o que foi prontamente atendido em 17/06/2009, seguindo-se petição em 28/07/2009, requerendo penhora online. Considerando esta síntese dos atos processuais praticados nestes autos, torna-se possível concluir pela inocorrência da prescrição intercorrente. O julgado atacado incorreu em nítido erro material quanto aos parâmetros delineados, pelo Superior Tribunal de Justiça, no entendimento firmado em sede de Recurso Especial, julgado sob a sistemática do microssistema de julgamento de questões repetitivas, a seguir transcrito: RECURSO ESPECIAL REPETITIVO. ARTS. 1.036 E SEGUINTES DO CPC/2015 (ART. 543-C, DO CPC/1973). PROCESSUAL CIVIL. TRIBUTÁRIO. SISTEMÁTICA PARA A CONTAGEM DA PRESCRIÇÃO INTERCORRENTE (PRESCRIÇÃO APÓS A PROPOSITURA DA AÇÃO) PREVISTA NO ART. 40 E PARÁGRAFOS DA LEI DE EXECUÇÃO FISCAL (LEI N. 6.830/80). 1. O espírito do art. 40, da Lei n. 6.830/80 é o de que nenhuma execução fiscal já ajuizada poderá permanecer eternamente nos escaninhos do Poder Judiciário ou da Procuradoria Fazendária encarregada da execução das respectivas dívidas fiscais. 2. Não havendo a citação de qualquer devedor por qualquer meio válido e/ou não sendo encontrados bens sobre os quais possa recair a penhora (o que permitiria o fim da inércia processual), inicia-se automaticamente o procedimento previsto no art. 40 da Lei n. 6.830/80, e respectivo prazo, ao fim do qual restará prescrito o crédito fiscal. Esse o teor da Súmula n. 314/STJ: "Em execução fiscal, não localizados bens penhoráveis, suspende-se o processo por um ano, findo o qual se inicia o prazo da prescrição quinquenal intercorrente". 3. Nem o Juiz e nem a Procuradoria da Fazenda Pública são os senhores do termo inicial do prazo de 1 (um) ano de suspensão previsto no caput, do art. 40, da LEF, somente a lei o é (ordena o art. 40: "[...] o juiz suspenderá [...]"). Não cabe ao Juiz ou à Procuradoria a escolha do melhor momento para o seu início. No primeiro momento em que constatada a não localização do devedor e/ou ausência de bens pelo oficial de justiça e intimada a Fazenda Pública, inicia-se automaticamente o prazo de suspensão, na forma do art. 40, caput, da LEF. Indiferente aqui, portanto, o fato de existir petição da Fazenda Pública requerendo a suspensão do feito por 30, 60, 90 ou 120 dias a fim de realizar diligências, sem pedir a suspensão do feito pelo art. 40, da LEF. Esses pedidos não encontram amparo fora do art. 40 da LEF que limita a suspensão a 1 (um) ano. Também indiferente o fato de que o Juiz, ao intimar a Fazenda Pública, não tenha expressamente feito menção à suspensão do art. 40, da LEF. O que importa para a aplicação da lei é que a Fazenda Pública tenha tomado ciência da inexistência de bens penhoráveis no endereço fornecido e/ou da não localização do devedor. Isso é o suficiente para inaugurar o prazo, ex lege. 4. Teses julgadas para efeito dos arts. 1.036 e seguintes do CPC/2015 (art. 543-C, do CPC/1973): 4.1.) O prazo de 1 (um) ano de suspensão do processo e do respectivo prazo prescricional previsto no art. 40, §§ 1º e 2º da Lei n. 6.830/80 - LEF tem início automaticamente na data da ciência da Fazenda Pública a respeito da não localização do devedor ou da inexistência de bens penhoráveis no endereço fornecido, havendo, sem prejuízo dessa contagem automática, o dever de o magistrado declarar ter ocorrido a suspensão da execução; 4.1.1.) Sem prejuízo do disposto no item 4.1., nos casos de execução fiscal para cobrança de dívida ativa de natureza tributária (cujo despacho ordenador da citação tenha sido proferido antes da vigência da Lei Complementar n. 118/2005), depois da citação válida, ainda que editalícia, logo após a primeira tentativa infrutífera de localização de bens penhoráveis, o Juiz declarará suspensa a execução. 4.1.2.) Sem prejuízo do disposto no item 4.1., em se tratando de execução fiscal para cobrança de dívida ativa de natureza tributária (cujo despacho ordenador da citação tenha sido proferido na vigência da Lei Complementar n. 118/2005) e de qualquer dívida ativa de natureza não tributária, logo após a primeira tentativa frustrada de citação do devedor ou de localização de bens penhoráveis, o Juiz declarará suspensa a execução. 4.2.) Havendo ou não petição da Fazenda Pública e havendo ou não pronunciamento judicial nesse sentido, findo o prazo de 1 (um) ano de suspensão inicia-se automaticamente o prazo prescricional aplicável (de acordo com a natureza do crédito exequendo) durante o qual o processo deveria estar arquivado sem baixa na distribuição, na forma do art. 40, §§ 2º, 3º e 4º da Lei n. 6.830/80 - LEF, findo o qual o Juiz, depois de ouvida a Fazenda Pública, poderá, de ofício, reconhecer a prescrição intercorrente e decretá-la de imediato; 4.3.) A efetiva constrição patrimonial e a efetiva citação (ainda que por edital) são aptas a interromper o curso da prescrição intercorrente, não bastando para tal o mero peticionamento em juízo, requerendo, v.g., a feitura da penhora sobre ativos financeiros ou sobre outros bens. Os requerimentos feitos pelo exequente, dentro da soma do prazo máximo de 1 (um) ano de suspensão mais o prazo de prescrição aplicável (de acordo com a natureza do crédito exequendo) deverão ser processados, ainda que para além da soma desses dois prazos, pois, citados (ainda que por edital) os devedores e penhorados os bens, a qualquer tempo - mesmo depois de escoados os referidos prazos - considera-se interrompida a prescrição intercorrente, retroativamente, na data do protocolo da petição que requereu a providência frutífera. 4.4.) A Fazenda Pública, em sua primeira oportunidade de falar nos autos (art. 245 do CPC/73, correspondente ao art. 278 do CPC/2015), ao alegar nulidade pela falta de qualquer intimação dentro do procedimento do art. 40 da LEF, deverá demonstrar o prejuízo que sofreu (exceto a falta da intimação que constitui o termo inicial - 4.1., onde o prejuízo é presumido), por exemplo, deverá demonstrar a ocorrência de qualquer causa interruptiva ou suspensiva da prescrição. 4.5.) O magistrado, ao reconhecer a prescrição intercorrente, deverá fundamentar o ato judicial por meio da delimitação dos marcos legais que foram aplicados na contagem do respectivo prazo, inclusive quanto ao período em que a execução ficou suspensa. 5. Recurso especial não provido. Acórdão submetido ao regime dos arts. 1.036 e seguintes do CPC/2015 (art. 543-C, do CPC/1973). (REsp 1340553/RS , Rel. Ministro MAURO CAMPBELL MARQUES, PRIMEIRA SEÇÃO, julgado em 12/09/2018, DJe 16/10/2018) As teses fixadas pela Corte do STJ, devem estar associadas à noção basilar, anteriormente firmada pelo mesmo Tribunal, de que somente a inércia injustificada do credor caracteriza a prescrição intercorrente na execução, o que não se verificou no caso concreto. Eduardo Sabbag leciona que, "evidencia-se, assim, no contexto atual, a ideia de que a Fazenda Pública, abandonando a execução fiscal, dará ensejo à prescrição intercorrente, em razão da paralisação superior a um quinquênio legal. Nesse passo, a prescrição intercorrente pressupõe a inércia do exequente. É claro que havendo demora na citação, em virtude de motivos inerentes ao próprio mecanismo da Justiça, a entraves da própria máquina judiciária, ou mesmo, atraso em virtude de determinação judicial, não se justifica a arguição de prescrição, conforme o teor da Súmula 106 do STJ" (SABBAG, Eduardo. Direito tributário. Coleção saberes do Direito. São Paulo: Saraiva, 2012. P. 189.) Observa-se, no julgado vergastado, que não foram suficientemente definidos os marcos temporais indispensáveis à configuração da ocorrência da prescrição intercorrente, demonstrando, outrossim, não ter havido inércia do exequente, a teor da aplicação da Súmula 106/STJ, uma vez que a situação processual dependia de prática de ato inerente ao Poder Judiciário, não chegando sequer a inaugurar o procedimento previsto no art. 40, da Lei 6.830/80, com os contornos definidos pelo Superior Tribunal de Justiça no REsp 1340553/RS. Neste sentido: AGRAVO INTERNO NO AGRAVO EM RECURSO ESPECIAL. AÇÃO DE COBRANÇA. PRAZO PRESCRICIONAL. DEMORA NA CITAÇÃO. AUSÊNCIA DE DESÍDIA DO AUTOR. INCIDÊNCIA DA SÚMULA 7/STJ. AGRAVO INTERNO NÃO PROVIDO. 1. É firme o entendimento do STJ de que somente a inércia injustificada do credor caracteriza a prescrição intercorrente na execução, o que não se verifica no caso de demora no andamento do feito por motivos inerentes ao próprio mecanismo judiciário. Incidência da Súmula 83/STJ. 2. No caso dos autos, o Tribunal de origem concluiu que a citação apenas não se efetivou no prazo legal por demora exclusiva do serviço judiciário, pois o autor tomou todas as providências necessárias para viabilizá-la, cumprindo com o dever processual que lhe competia. A alteração do entendimento firmado, no sentido de reconhecer que a demora na citação decorreu de desídia da parte autora, demandaria o revolvimento do suporte fático-probatório dos autos. 3. Agravo interno a que se nega provimento. (AgInt no AREsp 1778946/GO, Rel. Ministro RAUL ARAÚJO, QUARTA TURMA, julgado em 17/05/2021, DJe 18/06/2021) De igual modo, alinha-se a jurisprudência deste Tribunal de Justiça: "TRIBUTÁRIO E PROCESSUAL CIVIL. EXECUÇÃO FISCAL. TFF. CREDOR. DESÍDIA. JUDICIÁRIO. IMPULSO OFICIAL. INÉRCIA. PRESCRIÇÃO INTERCORRENTE. SÚMULA 106/STJ. INCIDÊNCIA. AFASTAMENTO. PRELIMINAR. REJEIÇÃO. SENTENÇA. MANUTENÇÃO. I É descabida a anulação do processo, em razão da falta de intimação prévia do Exequente para se manifestar sobre a prescrição, se o mesmo, no recurso, não evidencia qualquer causa suspensiva ou interruptiva. PRELIMINAR REJEITADA. II De acordo com a Súmula 106 do STJ, a paralisação do processo, por ineficácia do mecanismo da Justiça, não justifica o decreto da prescrição, sobretudo porque não há configuração de negligência do credor. III Observada a desídia do exequente, afasta-se a incidência da Súmula referenciada, para manter a sentença que decretou a prescrição intercorrente dos créditos executados. RECURSO NÃO PROVIDO" (TJ-BA - APL: 07529328620128050001, Relator: HELOISA PINTO DE FREITAS VIEIRA GRADDI, QUARTA CÂMARA CÍVEL, Data de Publicação: 19/08/2020). Desta forma, desconstituída a premissa fática que fundamentou a sentença, impõe-se a sua reforma, por não restar configurada a prescrição intercorrente da execução fiscal. Diante do exposto, DOU PROVIMENTO à apelação, nos moldes do art. 1.011, I, combinado com o art. 932, V, "a" e"b", ambos do CPC, para reformar a sentença, afastar o reconhecimento da prescrição intercorrente e determinar o retorno dos autos ao juízo de origem, para o regular processamento do feito executivo. Publique-se. Intimem-se. Data registrada no sistema. Emílio Salomão Resedá Relator

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Benedito Carmo Martins Cunha Junior x Direcional Diamante Empreendimentos Imobiliarios

ID: 310473903

Tribunal: TJPA Órgão: 2ª Turma de Direito Privado - Desembargador ALEX PINHEIRO CENTENO Classe: APELAçãO CíVEL Nº Processo: 0060085-04.2013.8.14.0301

Data de Disponibilização: 30/06/2025

Polo Ativo:

BENEDITO CARMO MARTINS CUNHA JUNIOR

Polo Passivo:

DIRECIONAL DIAMANTE EMPREENDIMENTOS IMOBILIARIOS

Acórdão

Advogados:

MARCOS MENEZES CAMPOLINA DINIZ

OAB/MG XXXXXX Desbloquear

ANDERSON COSTA RODRIGUES

OAB/PA XXXXXX Desbloquear

ULLY ARAUJO PINHEIRO

OAB/PA XXXXXX Desbloquear

SAVIO BARRETO LACERDA LIMA

OAB/PA XXXXXX Desbloquear

LEONARDO NASCIMENTO RODRIGUES

OAB/PA XXXXXX Desbloquear

TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DO PARÁ APELAÇÃO CÍVEL (198) - 0060085-04.2013.8.14.0301 APELANTE: BENEDITO CARMO MARTINS CUNHA JUNIOR APELADO: DIRECIONAL DIAMANTE EMPREENDIMENTOS IMOBILIARIOS RELATOR(… TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DO PARÁ APELAÇÃO CÍVEL (198) - 0060085-04.2013.8.14.0301 APELANTE: BENEDITO CARMO MARTINS CUNHA JUNIOR APELADO: DIRECIONAL DIAMANTE EMPREENDIMENTOS IMOBILIARIOS RELATOR(A): Desembargador ALEX PINHEIRO CENTENO EMENTA DIREITO CIVIL. APELAÇÃO CÍVEL. PROMESSA DE COMPRA E VENDA DE IMÓVEL. RESCISÃO CONTRATUAL. CULPA DO PROMITENTE COMPROADOR. RETENÇÃO DE VALORES CORRETA. PRECEDENETES DO STJ. AUSÊNCIA DE DANO MORAL. RECURSO IMPROVIDO. I. CASO EM EXAME 1. Apelação Cível interposta por Benedito Carmo Martins Cunha Junior contra sentença que julgou parcialmente procedente a ação de rescisão contratual cumulada com devolução de valores pagos e indenização por danos morais, em face de Direcional Diamante Empreendimentos Imobiliários. A sentença reconheceu o direito à rescisão contratual com restituição de 75% dos valores pagos e afastou o pedido de indenização por danos morais. II. QUESTÃO EM DISCUSSÃO 2. Há duas questões em discussão: (i) definir se o percentual de 25% de retenção dos valores pagos pelo promitente comprador, fixado na sentença, é abusivo; e (ii) estabelecer se houve dano moral indenizável decorrente da rescisão contratual por suposta falha da vendedora na comunicação com a instituição financeira. III. RAZÕES DE DECIDIR 3. A jurisprudência consolidada do STJ admite a retenção entre 10% e 25% do total pago pelo comprador em casos de rescisão contratual por iniciativa deste, não se configurando abusividade na retenção de 25%. 4. A obtenção de financiamento bancário é, em regra, responsabilidade do promitente comprador, não havendo prova de que a construtora tenha impedido ou dificultado o processo junto à instituição financeira. 5. A mera alegação de falha de comunicação entre a construtora e a CAIXA não comprova nexo causal entre a conduta da apelada e o insucesso na obtenção do financiamento. 6. Não configurado dano moral, pois o inadimplemento contratual, por si só, não gera abalo moral indenizável, ausente prova de situação excepcional ou de constrangimento relevante. IV. DISPOSITIVO E TESE 7. Recurso desprovido. Tese de julgamento: 1. É válida a retenção de até 25% dos valores pagos pelo comprador em caso de rescisão contratual por iniciativa deste, conforme parâmetros de razoabilidade fixados pelo STJ. 2. A responsabilidade pela obtenção de financiamento bancário é do comprador, salvo prova inequívoca de culpa da vendedora. 3. O mero inadimplemento contratual não configura, por si só, dano moral indenizável. Dispositivos relevantes citados: CF/1988, art. 5º, XXXII; CDC, arts. 6º, VI, e 51, IV; CPC/2015, arts. 489 e 927. Jurisprudência relevante citada: STJ, AgInt no AREsp 1788690/PR, Rel. Min. Marco Aurélio Bellizze, DJe 13.05.2021; STJ, AgInt nos EDcl no AgInt no AREsp 1701206/SP, Rel. Min. Ricardo Villas Bôas Cueva, DJe 17.06.2021; STJ, AgInt no AREsp 1673120/ES, DJe 24.06.2022; STJ, AgInt no REsp 1827064/SP, Rel. Min. Raul Araújo, DJe 02.04.2020. ACÓRDÃO Vistos, relatados e discutidos estes autos, onde figuram como partes as acima identificadas, acordam os Excelentíssimos Senhores Desembargadores membros da Colenda 2ª Turma de Direito Privado do Egrégio Tribunal de Justiça do Estado do Pará na Sessão Ordinária realizada em 10 de junho de 2025 (Plenário Virtual), na presença do Exmo. Representante da Douta Procuradoria de Justiça, por unanimidade de votos, em CONHECER e NEGAR PROVIMENTO ao Recurso de Apelação interposto pelos litigantes, nos termos do voto da Exmo. Desembargador Relator Alex Pinheiro Centeno. ALEX PINHEIRO CENTENO Desembargador Relator RELATÓRIO Trata-se de Apelação Cível interposta por BENEDITO CARMO MARTINS CUNHA JUNIOR contra a r. sentença proferida pelo Juízo de Direito da Comarca de Belém, que julgou parcialmente procedente o pedido formulado na ação de rescisão contratual c/c devolução de valores pagos e indenização por danos morais em face de DIRECIONAL DIAMANTE EMPREENDIMENTOS IMOBILIÁRIOS, conforme decisum registrado sob ID n.º 6949660, reconhecendo o direito do autor à rescisão do contrato firmado, com determinação de restituição de 75% (setenta e cinco por cento) do valor total adimplido, afastando o pleito de indenização por danos morais. Custas processuais rateadas na proporção do êxito e honorários sucumbenciais arbitrados em 10% (dez por cento) sobre o valor da condenação. Em suas razões recursais, encartadas sob os IDs 6949661, 6949662 e 6949663, o Apelante alega, em síntese, que: a) a existência de descumprimento contratual por parte da Apelada, que teria impedido a liberação do financiamento perante a CAIXA; b) a liberação do financiamento também não restou viável, em razão de uma falha de comunicação da apelada com a CAIXA Econômica Federal; c) optou pela rescisão contratual porque, não obstante toda a celeuma em epígrafe, a construtora notificou o apelante para entrega das chaves, sob pena de rescisão do contrato. Requereu, então, o provimento do recurso com a reforma da sentença para deferir a restituição integral e o reconhecimento de danos morais. Contrarrazões de IDs 6949667, 6949668 e 6949669. É o relatório. VOTO JUÍZO DE ADMISSIBILIDADE Avaliados, preliminarmente, os pressupostos processuais subjetivos e objetivos deduzidos pelos apelantes, tenho-os como regularmente constituídos, bem como atinentes à constituição regular do feito até aqui, razão pela qual conheço dos recursos, passando a proferir voto. MÉRITO A questão cinge-se determina se o valor de 25%, a ser retido pela construtora na devolução dos valores adimplidos pela apelada, é lícito, ou se a apelante tem direito à restituição integral, bem como se existe dano moral indenizável no presente feito. Adianto que não assiste razão à apelante. Quando ao valor do desconto, entende-se que andou bem o Magistrado ao fixar o valor do percentual de retenção em 25%, que está dentro do intervalo de flutuação admitido na jurisprudência do Egrégio STJ, senão vejamos: “AGRAVO INTERNO NO AGRAVO EM RECURSO ESPECIAL. RESCISÃO DE COMPROMISSO DE COMPRA E VENDA DE IMÓVEL AJUIZADA PELOS PROMITENTES COMPRADORES. PERCENTUAL DE RETENÇÃO. REEXAME DE MATÉRIA FÁTICA DA LIDE. SÚMULAS 5 E 7/STJ. AGRAVO INTERNO IMPROVIDO. 1. Verifica-se que o Tribunal estadual entendeu que o desfazimento do contrato decorreu de culpa exclusiva dos promitentes compradores, sendo devida a retenção, pela promitente vendedora, de parte dos valores adimplidos. Na ocasião, concluiu ser adequada ao caso a retenção do percentual de 10% (dez por cento) do montante já pago. Essa premissa foi fundada em matéria fático-probatória, o que atrai a aplicação da Súmula 7/STJ. 2. Nas hipóteses de rescisão de contrato de promessa de compra e venda de imóvel por iniciativa do comprador, é admitida a flutuação do percentual da retenção pelo vendedor entre 10% e 25% do total da quantia paga. Precedentes. Aplicação, no ponto, da Súmula 83/STJ. 3. Agravo interno improvido. (STJ - AgInt no AREsp: 1788690 PR 2020/0296844-6, Relator: Ministro MARCO AURÉLIO BELLIZZE, Data de Julgamento: 10/05/2021, T3 - TERCEIRA TURMA, Data de Publicação: DJe 13/05/2021) (grifos nossos). AGRAVO INTERNO NOS EMBARGOS DE DECLARAÇÃO NO AGRAVO INTERNO NO AGRAVO EM RECURSO ESPECIAL. AÇÃO DECLARATÓRIA. CONTRATO DE PROMESSA DE COMPRA E VENDA. DISTRATO. RESCISÃO. PEDIDO DO COMPRADOR. RETENÇÃO. PERCENTUAL. CLÁUSULA. ABUSIVIDADE. DIVERGÊNCIA COMPROVADA. 1. Recurso especial interposto contra acórdão publicado na vigência do Código de Processo Civil de 2015 (Enunciados Administrativos nºs 2 e 3/STJ). 2. O Superior Tribunal de Justiça entende ser cabível a revisão de distrato de contrato de compra e venda de imóvel, ainda que consensual, em que, a despeito da quitação ampla, geral e irrevogável, exista cláusula de decaimento (abusiva), prevendo a perda total ou substancial das prestações pagas pelo consumidor, em nítida afronta ao Código de Defesa do Consumidor e aos princípios da boa-fé objetiva e do equilíbrio contratual. 3. Nas hipóteses de rescisão do contrato de promessa de compra e venda por inadimplemento do comprador, a jurisprudência desta Corte admite a flutuação do percentual de retenção pelo vendedor entre 10% (dez por cento) e 25% (vinte e cinco por cento) do total da quantia paga. 4. Agravo interno não provido. (STJ - AgInt nos EDcl no AgInt no AREsp: 1701206 SP 2020/0110897-6, Relator: Ministro RICARDO VILLAS BÔAS CUEVA, Data de Julgamento: 01/06/2021, T3 - TERCEIRA TURMA, Data de Publicação: DJe 17/06/2021) (grifos nossos). “AGRAVO INTERNO NO AGRAVO EM RECURSO ESPECIAL. CIVIL. IMÓVEL. PROMESSA DE COMPRA E VENDA. DECISÃO. PERCENTUAL DE RETENÇÃO. PARÂMETROS DE RAZOABILIDADE. ALTERAÇÃO. SÚMULAS NºS 5 E 7/STJ. 1. Recurso especial interposto contra acórdão publicado na vigência do Código de Processo Civil de 2015 (Enunciados Administrativos nºs 2 e 3/STJ). 2. A jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça consolidou-se no sentido da razoabilidade de retenção dos pagamentos realizados até a rescisão operada entre 10% (dez por cento) e 25% (vinte e cinco por cento), conforme as circunstâncias do caso concreto. 3. Na hipótese, a modificação do percentual fixado na origem demandaria a interpretação de cláusula contratual e o reexame do acervo fático-probatório dos autos, procedimentos inviáveis em recurso especial (Súmulas nºs 5 e 7/STJ). 4. Agravo interno não provido”. (STJ - AgInt no AREsp: 1673120 ES 2020/0050419-0, Data de Julgamento: 20/06/2022, T3 - TERCEIRA TURMA, Data de Publicação: DJe 24/06/2022) (grifos nossos). Entendo que razão assiste ao Magistrado de 1º Grau, no sentido de que a culpa da rescisão é do apelante, e que não há prova de culpa em relação ao contrato de financiamento. De fato, não restou provado o nexo de causalidade entre a conduta da construtora e a suposta “ativação antecipada” do contrato de financiamento. A mera alegação de “falha na comunicação” é insuficiente para determinar a responsabilidade da construtora, uma vez que a obtenção de financiamento é, a princípio, responsabilidade do comprador do imóvel. Em verdade, a decisão de 1º Grau se coaduna com a jurisprudência pátria, senão vejamos: “AÇÃO INDENIZATÓRIA. Compromisso de compra e venda. Atraso na obtenção de financiamento. Obtenção de financiamento que é, a princípio, responsabilidade do comprador do imóvel. No caso concreto, o fato não pode ser imputado à ré a teor do contrato firmado entre as partes e da jurisprudência desta Corte. Ausência de dever de indenizar. Sentença mantida. Recurso negado (TJ-SP - AC: 00000079620148260229 SP 0000007-96.2014.8.26 .0229, Relator.: Maria de Lourdes Lopez Gil, Data de Julgamento: 31/07/2019, 7ª Câmara de Direito Privado, Data de Publicação: 31/07/2019) (grifos nossos). Ementa: CIVIL. PROCESSO CIVIL. COMPRA E VENDA. IMÓVEL. RESCISÃO. FINANCIAMENTO. NÃO OBTENÇÃO. PROMITENTE COMPRADOR. CULPA EXCLUSIVA. MULTA COMPENSATÓRIA. DEVIDA. REDUÇÃO. DESPROPORÇÃO. AUSÊNCIA. 1. Há culpa exclusiva do promitente comprador que não quita o preço, em razão da não obtenção de financiamento bancário, pela rescisão do contrato de compra e venda de imóvel 2 . A não obtenção do financiamento bancário não interfere na eficácia do contrato de compra e venda de imóvel. 3. Ausente a abusividade ou a desproporção da multa compensatória, à luz do princípio do pacta sunt servanda, devem ser preservadas as cláusulas contratuais livremente pactuadas pelas partes. 4 . Recurso conhecido e desprovido (TJ-DF 07445540420238070001 1905090, Relator.: MARIA DE LOURDES ABREU, Data de Julgamento: 08/08/2024, 3ª Turma Cível, Data de Publicação: 23/09/2024) (grifos nossos). APELAÇÃO CÍVEL. AÇÃO DE RESCISÃO CONTRATUAL C/C INDENIZAÇÃO POR DANOS MATERIAIS E MORAIS. PROMESSA DE COMPRA E VENDA DE IMÓVEL NA PLANTA. ATRASO DA ENTREGA DA OBRA. FINANCIAMENTO BANCÁRIO NÃO APROVADO. AUSÊNCIA DE PROVA DO NEXO CAUSAL DA NEGATIVA DE FINANCIAMENTO. PEDIDO DE RESCISÃO CONTRATUAL. ADMISSIBILIDADE. CULPA DO PROMITENTE COMPROVADOR. DESCONTO NO VALOR A SER DEVOLVIDO. 1. É admitido pedido de rescisão do contrato de compra e venda pelo promitente comprador quando este não consegue saldar o restante do valor do contrato . 2. É de responsabilidade do promissário comprador obter o financiamento bancário para saldar o valor remanescente do contrato de compra e venda. Como não foi comprovado que o atraso na entrega da obra tenha sido o motivo da negativa do financiamento bancário, não há nos autos prova de conduta abusiva praticada pela promitente vendedora, sendo descabido lhe atribuir a responsabilidade pela não obtenção do financiamento e rescisão contratual. 3 . Não obstante a culpa exclusiva do promitente comprador pela rescisão do pacto, faz ele jus à restituição dos valores pagos, devidamente atualizado segundo o item VI do quadro resumo, de forma imediata e em parcela única (recurso repetitivo, Resp 1300418/SC, Tema 577/STJ), deduzido 15% a título de despesas, conforme definido na avença. APELAÇÃO CÍVEL CONHECIDA E PARCIALMENTE PROVIDA. SENTENÇA REFORMADA (TJ-GO – Apelação Cível (CPC): 02812158520168090051, Relator.: SIVAL GUERRA PIRES, Data de Julgamento: 23/01/2020, 3ª Câmara Cível, Data de Publicação: DJ de 23/01/2020). Em assim sendo, não há que se falar em culpa da apelada na rescisão, e, por conseguinte, não existe dano moral a ser indenizado. Ainda que se entendesse pela culpa da construtora, deve-se recordar que o mero inadimplemento contratual não configura dano moral indenizável, salvo em situações excepcionais, nas quais a recusa injustificada gera constrangimento ou abalo extraordinário ao segurado – não provado nos autos. Nesse sentido, entendimento consolidado pela Corte Cidadã: AGRAVO INTERNO NO RECURSO ESPECIAL. COMPROMISSO DE COMPRA E VENDA. ATRASO NA ENTREGA DO IMÓVEL. DANO MORAL. INEXISTÊNCIA. MERO DESCUMPRIMENTO CONTRATUAL. RECURSO NÃO PROVIDO. 1. O Superior Tribunal de Justiça consolidou o entendimento de que o mero descumprimento contratual não acarreta, por si só, dano moral. Precedentes. 2. No caso, não foram apontadas particularidades que demonstrem a existência de circunstância excepcional que extrapole o mero aborrecimento decorrente do atraso da obra . Ausência de dano moral. 3. Agravo interno não provido (STJ - AgInt no REsp: 1827064 SP 2019/0207557-8, Relator.: Ministro RAUL ARAÚJO, Data de Julgamento: 10/03/2020, T4 - QUARTA TURMA, Data de Publicação: DJe 02/04/2020) (grifos nossos). Enfim, acercada a decisão de Juízo Primevo de deferimento somente a restituição, nos moldes do valor estabelecido pela E. Superior Tribunal de Justiça. DISPOSITIVO Ante o exposto, CONHEÇO e NEGO PROVIMENTO ao presente Recurso de Apelação, mantendo a sentença vergastada, em todos os seus termos. Majoro a condenação dos honorários de sucumbência para 15% (quinze por centro) sobre o valor da condenação. É como voto. Belém, datado e assinado digitalmente. ALEX PINHEIRO CENTENO Desembargador Relator Belém, 24/06/2025

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Gisela Rokitzki Verdasca Da Fonseca x Almir Rodrigues Sudan e outros

ID: 312568168

Tribunal: TJPR Órgão: 1ª Vice-Presidência Classe: PETIçãO CíVEL Nº Processo: 0000834-59.2025.8.16.0081

Data de Disponibilização: 01/07/2025

Polo Ativo:

GISELA ROKITZKI VERDASCA DA FONSECA

Polo Passivo:

ALMIR RODRIGUES SUDAN AMANDA DE FEITAS PENA DANIELLE DE FREITAS FABIAN WILLIAN DE FREITAS FLAVIA DE FREITAS PENA GLEICE APARECIDA DE FREITAS HAJJAR JOSE FLAVIO DE FREITAS JUNIOR MARIA JOSE FORMIGONI LAGO RAFAEL DE FREITAS SILVANA DE FREITAS SUDAN VALDIR DE FREITAS VALDIR DE FREITAS JUNIOR VERA LUCIA GOMES BARROS DE FREITAS VERA LUCIA LIMA DE FREITAS

Conclusão

Advogados:

SORAYA DE ALMEIDA CHRISTOFFOLI TUPAN

OAB/PR XXXXXX Desbloquear

MARCO ANTONIO ARAUJO MILIARI

OAB/PR XXXXXX Desbloquear

ALMIR ROGÉRIO RIBEIRO DA SILVA

OAB/PR XXXXXX Desbloquear

JOANI RADUY

OAB/PR XXXXXX Desbloquear

TIAGO LUIZ WOYCEICHOSKI

OAB/PR XXXXXX Desbloquear

FABIO BALESTRA

OAB/PR XXXXXX Desbloquear

JULIO CEZAR CHRISTOFFOLI

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VALDIR DE FREITAS JUNIOR

OAB/PR XXXXXX Desbloquear

FERNANDO ESTEVÃO DENEKA

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RENATA TELES DE SOUZA

OAB/PR XXXXXX Desbloquear

TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DO PARANÁ 1ª VICE-PRESIDÊNCIA Autos nº. 0000834-59.2025.8.16.0081 Recurso: 0000834-59.2025.8.16.0081 Pet Classe Processual: Petição Cível Assunto Principal: Re… TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DO PARANÁ 1ª VICE-PRESIDÊNCIA Autos nº. 0000834-59.2025.8.16.0081 Recurso: 0000834-59.2025.8.16.0081 Pet Classe Processual: Petição Cível Assunto Principal: Reivindicação Requerente(s): GISELA ROKITZKI VERDASCA DA FONSECA Requerido(s): GLEICE APARECIDA DE FREITAS HAJJAR RAFAEL DE FREITAS MARIA JOSE FORMIGONI LAGO AMANDA DE FEITAS PENA FLAVIA DE FREITAS PENA SILVANA DE FREITAS SUDAN FABIAN WILLIAN DE FREITAS JOSE FLAVIO DE FREITAS JUNIOR VALDIR DE FREITAS JUNIOR VERA LUCIA LIMA DE FREITAS VALDIR DE FREITAS VERA LUCIA GOMES BARROS DE FREITAS DANIELLE DE FREITAS ALMIR RODRIGUES SUDAN I – GISELA ROKITZKI VERDASCA DA FONSECA e OUTROS interpuseram recurso especial, com fundamento no artigo 105, inciso III, alíneas “a” e “c”, da Constituição Federal, contra os acórdãos da 17ª Câmara Cível deste Tribunal de Justiça. Sustentaram, em síntese, dissídio jurisprudencial e violação aos seguintes dispositivos legais: a) artigos 1.200, 1.201, 1.238 e 1.240 do Código Civil e 176, §§ 3º e 4º da Lei nº 6.015/73, sob a assertiva de que não restaram comprovados os requisitos legais ao reconhecimento da usucapião, primordialmente a posse mansa e pacífica. Argumentou que os recorridos estavam cientes da nulidade do título, pois já havia decisão transitada em julgado anulando a usucapião anterior (autos nº 274/1994). Salientam a imprescritibilidade do ato nulo, no caso, todos os atos posteriores a 09/11/2010 e praticados com o intuito de adquirir o imóvel, sendo inexistentes. Por outro aspecto, defende a existência de falhas insanáveis nos autos em apenso (autos nº 0000007-35.1994.8.16.0081), em face da inércia do cartório judicial em enviar ofício ao CRI, além de ausência de intimação dos patronos do espólio. Afirmam a má-fé dos recorridos no exercício da posse. Defendem a a nulidade da posse exercida pelos recorridos, a imprescritibilidade do ato nulo e a impossibilidade de reconhecimento da usucapião com base em aparência ou função social da propriedade, sem o preenchimento dos requisitos legais. b) artigo 1.241 do Código Civil, alegando que o acórdão aplicou indevidamente o enunciado 315 da IV Jornada de Direito Civil, ao admitir a declaração de usucapião em reconvenção, sem observar os requisitos legais e sem a devida instrução probatória exigida para esse tipo de ação. II - No que tange ao artigo 1.241 do CC, consta do aresto combatido: “A r. Sentença prolatada nos autos da Usucapião, é meramente declaratória, ou seja, reconhece e declara a existência do direito, no caso, de aquisição da propriedade (ou outro direito real), conforme assegura o caput do art. 1.241/CC. E, nesta linha, o Enunciado de n.º 315 da IV Jornada de Direito Civil do Conselho da Justiça Federal enuncia expressamente quê: “O art. 1.241 do Código Civil permite ao possuidor que figurar como réu em ação reivindicatória ou possessória formular pedido contraposto e postular ao juiz seja declarada adquirida, mediante usucapião, a propriedade imóvel, valendo a sentença como instrumento para registro imobiliário, ressalvados eventuais interesses de confinantes e terceiros”. Da mesma forma o assegura o Enunciado de n.º 46 do Fórum Permanente de Processualistas Civis, segundo o qual, “A reconvenção pode veicular pedido de declaração de usucapião, ampliando subjetivamente o processo, desde que se observem os arts. 259, I, e 328, § 1º, II. Ampliação do Enunciado 237 da Súmula do STF.” (Grupo: Petição inicial, resposta do réu e saneamento; redação revista no IV FPPC-BH). Portanto, é mister reconhecer pode-se analisar a usucapião arguida pela parte, que pode fazer jus ao seu reconhecimento, porque obstá-lo tão só considerando que nomeou a sua defesa como Reconvenção, revela um apego excessivo ao formalismo, mesmo porque, como já decidiu o e. Superior Tribunal de Justiça, o “nomen iuris” que se atribua a pretensão é pouco relevante desde que se possa adequadamente delimitar na peça a pretensão do requerente: (...)” (g.n. - mov. 124.1 da apelação cível) Desta forma, verifica-se que o entendimento exarado pelo Colegiado, no sentido de que é admissível o reconhecimento da usucapião suscitada como matéria de defesa em ação reinvidicatória, está em consonância com a jurisprudência do Tribunal Superior, conforme se verifica dos seguintes precedentes: RECURSO ESPECIAL. AÇÃO DE IMISSÃO DE POSSE. ALEGAÇÃO DE USUCAPIÃO COMO MATÉRIA DE DEFESA. POSSIBILIDADE. SÚMULA N. 237/STF. NEGATIVA DE PRESTAÇÃO JURISDICIONAL. OCORRÊNCIA. 1. O acórdão impugnado incorreu em negativa de prestação jurisdicional, pois negou a possibilidade de, em defesa contra ação de imissão de posse, ser arguida a usucapião, em verdadeira violação dos artigos 1238 e 1242 do Código Civil e 336 do CPC e ao conteúdo da Súmulan. 237 do STF. 2. Nos termos da jurisprudência desta Corte, a usucapião, como forma de aquisição de propriedade, pode ser alegada como defesa em ações possessórias, desde que os requisitos legais estejam presentes e devidamente comprovados. A negativa de apreciação dessa matéria, alegada em sede de contestação, configura omissão relevante, que prejudica o direito de defesa do recorrente. Recurso especial provido. (REsp n. 1.896.813/PB, relator Ministro Humberto Martins, Terceira Turma, julgado em 12/5/2025, DJEN de 15/5/2025.) AGRAVO INTERNO NO AGRAVO EM RECURSO ESPECIAL. AÇÃO REIVINDICATÓRIA. OMISSÃO, CONTRADIÇÃO OU CARÊNCIA DE FUNDAMENTAÇÃO INEXISTENTES. ACÓRDÃO DEVIDAMENTE JUSTIFICADO. CONCLUSÃO NO SENTIDO DA OCUPAÇÃO IRREGULAR. PROVA DA ÁREA REIVINDICADA E CABIMENTO DA IMISSÃO NA POSSE. SÚMULA 7/STJ. INOVAÇÃO RECURSAL SOBRE A TESE DE USUCAPIÃO. ÓBICE DA SÚMULA 83/STJ - ACERCA DA PRECLUSÃO PARA ALEGAÇÃO DESSA TESE DEFENSIVA. AGRAVO INTERNO DESPROVIDO. (...) 3. Consoante orientação do Superior Tribunal de Justiça, "a prescrição aquisitiva - usucapião - como matéria de defesa deve ser arguida na contestação, sob pena de preclusão" (AgInt no AREsp 484.474/MG, relator o Ministro Raul Araújo, Quarta Turma, julgado em 23/11/2020, DJe de 17/12/2020). Óbice da Súmula 83/STJ. 4. Agravo interno desprovido. (AgInt no AREsp n. 2.476.641/SP, relator Ministro Marco Aurélio Bellizze, Terceira Turma, julgado em 10/6/2024, DJe de 13/6/2024.) AGRAVO INTERNO NO AGRAVO EM RECURSO ESPECIAL. PROCESSUAL CIVIL. DECISÃO DA PRESIDÊNCIA. RECONSIDERAÇÃO. REIVINDICATÓRIA. POSSE INJUSTA NÃO CONFIGURADA. PRESCRIÇÃO AQUISITIVA. SÚMULA 7/STJ. SÚMULA 284/STF. AGRAVO INTERNO PROVIDO PARA CONHECER DO AGRAVO EM RECURSO ESPECIAL E NEGAR PROVIMENTO AO RECURSO ESPECIAL. (...) 2. Demonstrada a posse mansa, pacífica e ininterrupta do imóvel objeto do litígio, por mais de 10 anos, pelos requeridos, que detêm justo título e comprovaram sua boa-fé, a usucapião, como matéria de defesa, merece ser reconhecida, e, consequentemente, julgada improcedente a ação reivindicatória proposta na origem. 3. No caso, o Tribunal a quo considerou cabalmente demonstrada a prescrição aquisitiva de posse mansa, pacífica e com animus do mini, além da boa-fé e justo título. 5. Agravo interno provido para reconsiderar a decisão agravada e, em novo exame, conhecer do agravo para negar provimento ao recurso especial. (AgInt no AREsp n. 2.203.089/SC, relator Ministro Raul Araújo, Quarta Turma, julgado em 13/3/2023, DJe de 30/3/2023.) Portanto, a admissibilidade do recurso encontra óbice na Súmula 83 do Superior Tribunal de Justiça, que “(...) impede o conhecimento de recurso especial quando o entendimento do tribunal de origem está alinhado à jurisprudência consolidada do STJ, aplicando-se tanto às alíneas "a" quanto "c" do art. 105, III, da Constituição Federal.” (AREsp n. 2.746.774/RJ, relatora Ministra Daniela Teixeira, Terceira Turma, julgado em 12/5/2025, DJEN de 16/5/2025.). Por seu turno, sobre a aquisição da propriedade pela usucapião, indicou a Câmara Julgadora: “Partindo dessas premissas, observa-se que a prova constante dos autos é, com efeito, suficiente para que se reconheça a exceção de usucapião arguida pelos requeridos, apta a resultar na improcedência da pretensão reivindicatória. Isso porque, no feito originário, ajuizado em 1.º de agosto de 2011, consta da Inicial que o próprio autor reconhece que os requeridos exercem posse sobre o imóvel discutido desde antes de 1968, quando diz que, “12. Os Réus, portanto, ocupam indevidamente o imóvel de propriedade do Autor, por posse injusta, clandestina e de má-fé, explorando-o economicamente, desde antes mesmo da abertura da herança (29/06/68), em prejuízo do Espólio, herdeiros e/ou antigo proprietário (de cujo). 13. A exploração do imóvel é de natureza rural, tratando-se de terras lavradias de lavoura branca, por culturas de soja, milho, milho farinha, trigo, etc., como sói acontecer no imóvel e na região de costume” (mov. 1.2, fl. 9). A prova oral produzida no feito realça a presença dos requisitos legais, como se vê da transcrição pela Sentença, dos depoimentos colhidos nos autos: (...) Ora, como se verifica, por mais de 5 (cinco) décadas o imóvel foi possuído pelos requeridos (inicialmente por JÚLIO ANTUNES e depois pelos demais), sem qualquer oposição, até o ingresso da presente demanda, apenas no ano de 2011, utilizando-se os requeridos do bem para o cultivo de cereais e moradia, dando a ele uma função social, deixando evidenciado o exercício da posse publicamente e com animus domini, não havendo, então que se falar em clandestinidade ou em injustiça da posse exercida pelos requeridos, o que se reconhece por medida de Justiça. No que diz respeito ao prazo para configuração da prescrição aquisitiva, consta dos autos que JÚLIO ANTUNES e sua família passou a ser possuidor do imóvel no ano de 1961, antes do falecimento do extinto proprietário (ocorrido no ano de 1968), tendo sido a posse exercida por ele transmitida a terceiros, sem oposição, até o ingresso com a presente demanda, no ano de 2011. Mesmo que se considere que houve efetiva oposição à posse dos requeridos, com o ingresso do proprietário registral com a “Ação de Anulação”, que resultou em tornar nula a Sentença prolatada na “Ação de Usucapião” do imóvel movida por JÚLIO ANTUNES, no ano de 1994, constata-se que, há muito, já haveria sido implementado o prazo prescricional de 20 (vinte) anos para a configuração da usucapião extraordinária. E, ao que se vê dos autos, os requeridos nunca foram sequer interpelados pelos proprietários registrais quanto à utilização do imóvel rural em questão, mesmo sendo evidente a sua utilização pelos requeridos, o que denota a ausência de qualquer oposição do proprietário registral do imóvel, configurando-se a usucapião alegada, como reconhece a jurisprudência, e se vê destes julgados: (...) Desse modo, comprovado o exercício de posse, mansa, pacífica e ininterrupta pelos requeridos e sucessores, pelo lapso temporal previsto em Lei, sem qualquer oposição e “independentemente de título e boa-fé que, em tal caso, se presume”, nos termos do artigo 550 do Código Civil de 1916 (aqui aplicável, na medida em que o termo final do prazo prescricional deu-se ainda na vigência daquele Código), resta reconhecida a configuração da usucapião, deduzida como matéria de defesa na presente demanda, restando, então, afastada a pretensão reivindicatória inicial e qualquer pretensão de ‘despejo’.” (g.n. - mov. 124.1 da apelação cível) Portanto, exsurge que a convicção a que chegou o Órgão Julgador decorreu da análise das circunstâncias fáticas peculiares à causa, de maneira que o reexame das questões suscitadas - a fim de aferir se restaram satisfeitos os requisitos necessários à configuração da usucapião, suscitada como matéria de defesa -, com a modificação do julgado, configura-se inviável nesta fase processual diante do óbice da Súmula 7 do Superior Tribunal de Justiça, máxime em face das premissas fáticas estabelecidas, acima destacadas, uma vez que “Segundo a orientação desta Corte Superior, não há como afastar as premissas fáticas e probatórias estabelecidas pelas instâncias ordinárias, soberanas em sua análise, pois, na via estreita do recurso especial, a incursão em tais elementos esbarraria no óbice do enunciado 7 da Súmula do Superior Tribunal de Justiça.” (AgRg no REsp n. 1.273.861/PR, relator Ministro Marco Aurélio Bellizze, Terceira Turma, julgado em 15/4/2024, DJe de 17/4/2024.). A esse respeito: AGRAVO INTERNO NO RECURSO ESPECIAL. PROCESSUAL CIVIL. AÇÃO REIVINDICATÓRIA. USUCAPIÃO. NEGATIVA DE PRESTAÇÃO JURISDICIONAL. NÃO OCORRÊNCIA. APELAÇÃO. QUESTÕES NÃO SUSCITADAS. INOVAÇÃO RECURSAL. IMPUGNAÇÃO. INSUFICIÊNCIA. SÚMULA Nº 283/STF. VALOR DA CAUSA. AUSÊNCIA DE INTERESSE RECURSAL. USUCAPIÃO. RECONHECIMENTO. REQUISITOS. ATENDIMENTO. REEXAME FÁTICO-PROBATÓRIO. IMPOSSIBILIDADE. SÚMULA Nº 7/STJ. 1. Discute-se nos autos, entre outras questões, acerca do atendimento dos requisitos da ação reivindicatória e do reconhecimento da usucapião. (...) 6. Na hipótese, o tribunal de origem concluiu que não foram atendidos os requisitos para o provimento da ação reivindicatória e que restaram demonstrados os pressupostos para o reconhecimento da usucapião. 7. É inviável rever o entendimento firmado pelas instâncias ordinárias sem a análise dos fatos e das provas da causa, o que atrai a incidência da Súmula nº 7/STJ. 8. Agravo interno não provido. (AgInt no REsp n. 1.947.296/CE, relator Ministro Ricardo Villas Bôas Cueva, Terceira Turma, julgado em 31/3/2025, DJEN de 4/4/2025.) RECURSO ESPECIAL. AÇÃO DE USUCAPIÃO. RECONVENÇÃO. REIVINDICATÓRIA. LOTEAMENTO IRREGULAR. NEGATIVA DE PRESTAÇÃO JURISDICIONAL. ART. 1.022 DO CPC. NÃO OCORRÊNCIA. PREQUESTIONAMENTO. AUSÊNCIA. SÚMULA Nº 211/STJ. DEFICIÊNCIA NA FUNDAMENTAÇÃO DO RECURSO. SÚMULA Nº 284/STF. REQUISITOS. REEXAME DE PROVAS. INVIABILIDADE. SÚMULA Nº 7/STJ. (...) 5. Tendo a Corte de origem concluído, à luz da prova dos autos, no sentido da configuração de todos os requisitos para a procedência da ação de usucapião, inviável a inversão do julgado, por força da Súmula nº 7/STJ. 6. Recurso especial parcialmente conhecido e não provido. (REsp n. 2.149.556/DF, relator Ministro Ricardo Villas Bôas Cueva, Terceira Turma, julgado em 31/3/2025, DJEN de 4/4/2025.) Quanto à divergência jurisprudencial suscitada, mister consignar que “É pacífico o entendimento desta Corte superior de que os mesmos óbices impostos à admissão do recurso pela alínea "a" do permissivo constitucional impedem a análise recursal pela alínea "c", ficando prejudicada a apreciação do dissídio jurisprudencial referente ao mesmo dispositivo de lei federal apontado como violado ou à tese jurídica.” (AgInt no AREsp n. 2.683.103/PR, relator Ministro Humberto Martins, Terceira Turma, julgado em 9/12/2024, DJEN de 12/12/2024.). III – Diante do exposto, inadmito o recurso especial em razão da incidência das súmulas 7 e 83 do STJ. Intimem-se. Curitiba, data da assinatura digital. Desembargador HAYTON LEE SWAIN FILHO 1º Vice-Presidente do Tribunal de Justiça do Estado do Paraná AR21

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Herika Lucia Da Costa Silva e outros x Estado Do Rio De Janeiro e outros

ID: 262068739

Tribunal: TRT1 Órgão: 62ª Vara do Trabalho do Rio de Janeiro Classe: AçãO CIVIL PúBLICA CíVEL Nº Processo: 0101083-49.2022.5.01.0062

Data de Disponibilização: 29/04/2025

Polo Ativo:

HERIKA LUCIA DA COSTA SILVA MINISTÉRIO PÚBLICO DO TRABALHO SINDICATO DOS MEDICOS DO RIO DE JANEIRO

Polo Passivo:

ESTADO DO RIO DE JANEIRO FUNDACAO SAUDE DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO UTI SERVICOS MEDICOS LTDA

Edital

Advogados:

FERNANDO NASCIMENTO BURATTINI

OAB/SP XXXXXX Desbloquear

PODER JUDICIÁRIO JUSTIÇA DO TRABALHO TRIBUNAL REGIONAL DO TRABALHO DA 1ª REGIÃO 62ª VARA DO TRABALHO DO RIO DE JANEIRO 0101083-49.2022.5.01.0062 : SINDICATO DOS MEDICOS DO RIO DE JANEIRO : FUN… PODER JUDICIÁRIO JUSTIÇA DO TRABALHO TRIBUNAL REGIONAL DO TRABALHO DA 1ª REGIÃO 62ª VARA DO TRABALHO DO RIO DE JANEIRO 0101083-49.2022.5.01.0062 : SINDICATO DOS MEDICOS DO RIO DE JANEIRO : FUNDACAO SAUDE DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO E OUTROS (2) AUDIÊNCIA UNA O MM. Juiz(a) EDSON DIAS DE SOUZA da 62ª Vara do Trabalho do Rio de Janeiro, faz saber a todos quantos o presente EDITAL DE CITAÇÃO virem ou dele tiverem conhecimento que, por este, fica(m) citado(s) DESTINATÁRIO(S): UTI SERVICOS MEDICOS LTDA que se encontra(m) em local incerto e não sabido para comparecer(em) à audiência designada, conforme abaixo: Una - Sala "62VT": 12/06/2025 15:00 Local: 62ª Vara do Trabalho do Rio de Janeiro localizada na RUA DO LAVRADIO, 132, 9º andar, CENTRO, RIO DE JANEIRO/RJ - CEP: 20230-070, ciente(s) das observações que se seguem: 1) As audiências serão em regra UNAS, sempre na MODALIDADE PRESENCIAL, cabendo ao juiz decidir por eventual fracionamento para a instrução, de acordo com a complexidade da demanda e considerando-se que a marcação automática pelo PJe não possibilita a organização da pauta como um todo. 2) O não comparecimento do Reclamante à audiência importará no arquivamento do processo, nos termos do art. 844 da CLT. A ausência da Reclamada caracterizará a revelia e aplicação da confissão. 3) As partes e testemunhas deverão comparecer munidas de documento de identificação oficial com foto, sendo o Reclamante, preferencialmente, com a CTPS que conste o contrato porventura registrado pela Reclamada. Na hipótese de a Reclamada ser pessoa jurídica, deverá ela ser representada por sócio, diretor ou empregado registrado, juntando eletronicamente carta de preposto e contrato social ou dos atos constitutivos da pessoa jurídica. 4)Nos termos do art. 33, alínea "b" do Provimento Consolidado da Corregedoria Geral da Justiça do Trabalho, a pessoa jurídica de direito privado que comparece em Juízo, na qualidade de Autora ou Ré, deverá informar o número do CNPJ e do CEI, bem como cópia do contrato social ou da última alteração feita no contrato original, com o(s) número(s) do(s) CPF(s) do proprietário e do(s) sócio(s) da empresa, tudo em formato eletrônico. 5)A Reclamada deverá apresentar defesa e documentos em formato eletrônico, de acordo com a Lei nº 11.419/2006, com a Resolução nº 94/2012, com a redação dada pela Resolução nº 120/2013 do CSJT, ambas do CSJT, em até uma hora antes do início da audiência, conforme Ato nº 16/2013, art. 2º, §2º, do TRT/RJ. 6)Todos os documentos juntados eletronicamente pelas partes deverão estar rigorosamente classificados, sob pena de não serem considerados como meios de prova e sem prazo subsequente para a substituição. 7)Com exceção apenas das modalidades de defesas e documentos que as instruem, todos os demais atos processuais não ressalvados expressamente pela legislação de regência, deverão ser praticados sem a opção de "sigilo", inclusive, exemplificativamente, petições com manifestações, róis, quesitos e eventuais recursos ordinários e embargos de declaração. A não observância dessa determinação ensejará o não conhecimento do ato, pelo juízo, caracterizando-se a figura do ato jurídico processual inexistente. 8)As testemunhas deverão ser intimadas a comparecer na forma do artigo 455 do CPC, sob expressa cominação de pena de perda da prova. ATENÇÃO: TODOS OS DOCUMENTOS A SEREM APRESENTADOS DEVERÃO ESTAR ANEXADOS ELETRONICAMENTE. Descrição Tipo de documento Chave de acesso** Certidão Certidão 25042408174805300000226219655 Intimação Intimação 25042408113403300000226219397 Carta de Preposição - SindMedRJ - 0101083-49.2022.5.01.0062 Carta de Preposição 25041613094004300000225977610 Substabelecimento - Dra Lais - SindMedRJ - 0101083-49.2022.5.01.0062 Substabelecimento com Reserva de Poderes 25041613093969200000225977609 Pet. juntada - SindMedRJ - 0101083-49.2022.5.01.0062 Apresentação de Substabelecimento com Reserva de Poderes 25041613092852500000225977604 Ata da Audiência Ata da Audiência 25041516141762500000225930100 Intimação Intimação 25041119583942100000225694111 Despacho Despacho 25041115295323700000225664131 Petição Interlocutória_FS Manifestação 25041015021587900000225551407 Certidão de Oficial de Justiça Certidão 25033121142260200000224554620 Peça Processual - Peças diversas - Petição interlocutória Manifestação 25032014415400000000224334471 Certidão de Oficial de Justiça Certidão 25032711141206700000224177908 Intimação Intimação 25032614355095800000224079983 Despacho Despacho 25032613230811800000224066481 Petição Interlocutória_FS Manifestação 25032613102436500000224064782 Estatuto Estatuto 25032613121527100000224064980 Cadastro Nacional de Pessoa Jurídica (CNPJ) Cadastro Nacional de Pessoa Jurídica (CNPJ) 25032613122424900000224065004 Lei Estadual Documento Diverso 25032613131147900000224065136 Descreto Estadual Documento Diverso 25032613132229000000224065171 Lei Estadual Documento Diverso 25032613133532200000224065198 Decretos unidades Documento Diverso 25032613134644300000224065218 Procuração Procuração 25032613135895600000224065244 Mandado Mandado 25031814395255700000223292965 Mandado Mandado 25031814395223600000223292964 Intimação Intimação 25031814395191400000223292963 cit inicial UNA PRESENCIAL DEJT Intimação 25031814381267200000223292662 cit inicial UNA PRESENCIAL DEJT Intimação 25031814380136200000223292638 cit inicial UNA PRESENCIAL DEJT Intimação 25031814380101900000223292637 cit inicial UNA PRESENCIAL DEJT Intimação 25031814380043300000223292634 Despacho Despacho 25030608355536000000222157891 Certidão CNPJ inválido Certidão 25030608470922100000222159311 Certidão de trânsito em julgado Certidão 25021915224504600000221233557 Certidão de Publicação de Acórdão no DEJN Certidão 24121711304604200000221233555 Intimação Intimação 24121314323783100000221233553 Intimação Intimação 24121314323774300000221233551 Intimação Intimação 24121314323764700000221233550 Acórdão Acórdão 24101609224608800000221233549 Certidão de Julgamento Certidão 24111309465071200000221233548 Intimação de Pauta 26-11 Intimação 24111018271476200000221233547 Intimação de Pauta 26-11 Intimação 24111018255119200000221233545 Peça Processual - Peças diversas - Petição interlocutória Manifestação 24070510473500000000204511321 Intimação Intimação 24070417200791700000204471041 CRRO_FS Contrarrazões 24062514263941200000203612048 Procuração Procuração 24062514273151800000203612122 CRRO - Estado Manifestação 24061813463000000000203029297 Intimação Intimação 24060714350015600000202252431 Decisão Decisão 24060712145754800000202228161 TRT1 - ato º 118.2023 (anexo) Documento Diverso 24060617304129500000202176180 Acórdão - PROCESSO nº 1001402-50.2018.5.02.0467 Acórdão (cópia) 24060617304095100000202176178 Acórdão - PROC. N.º TRT- 0000301-58.2018.5.06.0313 (RO). Acórdão (cópia) 24060617304062100000202176177 Acórdão - 00114272-92.018.5.18.0004 Acórdão (cópia) 24060617304025800000202176176 Acórdão - 0011510-50.2016.5.03.0063 Acórdão (cópia) 24060617303997300000202176174 RO - Sind. Med RJ x Fundação Saude, ERJ- 0101083-49.2022.5.01.0062 Recurso Ordinário 24060617293355800000202176044 Intimação Intimação 24052015231017100000200772999 Intimação Intimação 24052015230794200000200772993 Sentença Sentença 24052009411391000000200715014 Peça Processual - Peças diversas - Petição interlocutória Manifestação 24032612520300000000196738647 Intimação Intimação 24031911133544900000196165615 Razões Finais_FS Razões Finais 24031515573951500000195949558 Razões_finais - Sind_Med_Rj_x_Fund_Saúde e Outro -0101083-49.2022.5.01.0062 Razões Finais 24031119532815600000195544097 Razões finais - ERJ Razões Finais 24030110493500000000194731020 Intimação Intimação 24022114252991200000193987308 Intimação Intimação 24022114252465200000193987275 Despacho Despacho 24022109185982300000193943739 Tréplica_FS Manifestação 23110116100421100000187888958 Manifestação ERJ Manifestação 23102514143700000000187408205 Réplica - Sind Med Rj x Fund Saúde e outro - 0101083-49.2022.5.01.0062 Réplica 23102412483890700000187289977 CARTA DE PREPOSIÇÃO - ROBERTA - 0101083-49.2022.5.01.0062 Carta de Preposição 23101114004131800000186513527 SUBSTABELECIMENTO ANTHONY - 0101083-49.2022.5.01.0062 Substabelecimento com Reserva de Poderes 23101114003440500000186513507 Pet.juntada de carta de preposição e substabelecimento- SINDMED RJ X SIND. DOS MED. DO RJ E OUTROS Apresentação de Substabelecimento com Reserva de Poderes 23101114002030300000186513483 Ata da Audiência Ata da Audiência 23101010045126700000186365950 Intimação Intimação 23100917231467000000186324924 Intimação Intimação 23100917231581700000186324944 Despacho Despacho 23100912171019600000186272553 Contestação_FS Contestação 23100911271310000000186264587 01. Estatuto Estatuto 23100911321522600000186265290 02. Cadastro Nacional de Pessoa Jurídica (CNPJ) Cadastro Nacional de Pessoa Jurídica (CNPJ) 23100911322171800000186265305 03. Lei Estadual 5164-2007 - Autoriza a instituição Fundação Estatal Documento Diverso 23100911323818800000186265366 04. Decreto Estadual 43.214-11 - Institui a Fundação Estatal Documento Diverso 23100911325174800000186265430 05. Lei 6.304-2012 - Incorporação e alteração da denominação da Fundação Saúde Documento Diverso 23100911330077500000186265450 06. Decretos Unidades de Saúde Documento Diverso 23100911330973300000186265482 07. Procuração Procuração 23100911331632700000186265492 08. Decisões TST prerrogativas de Fazenda Pública Documento Diverso 23100911332701300000186265515 09. LOA 2022 Documento Diverso 23100911334723900000186265606 10. LOA 2023 Documento Diverso 23100911341695000000186265698 11. Contrato-de-Gestão-020-2020 Documento Diverso 23100911443041300000186267423 12. Contrato_096.2020_UTI_SERVICOS___cor Documento Diverso 23100911445954900000186267479 13. Termo_de_Apostilamento_Cont._096.2020_UTI_JP Documento Diverso 23100911464994600000186267721 14. TR_PJ_Medico_Assinado Documento Diverso 23100911475454800000186267862 15. Lista ASSOCIADOS_OUTUBRO Documento Diverso 23100911514122100000186268307 16. Lista ASSOCIADOS_SETEMBRO Documento Diverso 23100911515607200000186268329 17. ESCALA_NOVEMBRO Documento Diverso 23100911520950400000186268370 18. ESCALA_OUTUBRO Documento Diverso 23100911522635800000186268406 19. ESCALA_SUPERVISA_u0192O_SETEMBRO Documento Diverso 23100911523744400000186268430 20. LISTA_DEZEMBRO Documento Diverso 23100911525720500000186268470 21. LISTA_JANEIRO Documento Diverso 23100911531344800000186268518 22. LISTA_FEVEREIRO Documento Diverso 23100911532343100000186268542 23. ESCALA_REG_E_INT_SETEMBRO Documento Diverso 23100911533481100000186268578 24. Despacho_de_Encaminhamento_de_Processo - SAMU Documento Diverso 23100911534340500000186268607 25. Diretrizes-NT-SES-n-13-COVID-19 Documento Diverso 23100911540247000000186268705 26. NOTA TECNICA 22 Documento Diverso 23100911540982200000186268730 27. NOTA TECNICA 31 Documento Diverso 23100911542074900000186268766 28. Nota técnica Conjunta SVS_SUBAIS_SES-RJ n. 05-2020 Documento Diverso 23100911543359200000186268832 29. NOTA TÉCNICA SES - ID-NTVA N 13 (COVID-19)_ Documento Diverso 23100911543927400000186268858 CONTESTAÇÃO ERJ Contestação 23100515341000000000186093562 Peça Processual - Peças diversas - Petição interlocutória Manifestação 23091213070600000000184223475 Intimação Intimação 23090510553915300000183794172 Intimação Intimação 23090413152626800000183702829 Intimação Intimação 23090413152446200000183702815 Despacho Despacho 23090408512404500000183664125 Peça Processual - Peças diversas - Petição interlocutória Manifestação 23082815514200000000183146283 Intimação Intimação 23082116195229600000182595843 Despacho Despacho 23082115014263200000182581432 Certidão de trânsito em julgado Certidão 23081710510799300000182319259 Ciência Manifestação 23071712111600000000182319253 Certidão de publicação de acórdão Certidão 23071710043271800000182319208 Intimação Intimação 23071412441130000000182319215 Intimação Intimação 23071412441170600000182319244 Intimação Intimação 23071412441156000000182319227 Intimação Intimação 23071412441143700000182319220 Acórdão Acórdão 23041112572270500000182319200 Certidão de Julgamento Certidão 23070314040151200000182319188 Peça Processual - Peças diversas - Petição interlocutória Manifestação 23062714313200000000182319174 Intimação de Pauta Intimação 23062209491302800000182319165 ADIADO PARA 05.07 Certidão 23061614155026300000182319159 Peça Processual - Peças diversas - Petição interlocutória Manifestação 23061414460800000000182319193 03-Acórdão-TRT01-0100976-28.2021.5.01.0001-Enfermeiros-Insalubridade em grau máximo-9ª Turma Acórdão (paradigma) 23061215400855200000182319294 02-Acórdão-TRT01-0100767-70.2021.5.01.0062-Médicos-Preliminar-Nulidade-1ª Turma Acórdão (paradigma) 23061215400839400000182319278 01-Acórdão-TRT01-0101025-36.2021.5.01.0012-Médicos-Direito Homogêneo e legitimidade ativa-4ªTurma Acórdão (paradigma) 23061215400819800000182319267 Memoriais-Sind Med RJ x Fundação saúde do estado do RJ-0101083-49.2022.5.01.0062 Apresentação de Memoriais 23061215395804900000182319184 Intimação de Pauta Intimação 23061212000163300000182319180 Peça Processual - Peças diversas - Petição interlocutória Manifestação 23052917062800000000182319154 Intimação Intimação 23052615524585900000182319148 Despacho Despacho 23052614275360000000182319135 RETIRADO PEDIDO SUST ADV e VISTA MPT Certidão 23051814434541400000182319143 Peça Processual - Peças diversas - Petição interlocutória Manifestação 23051517063800000000182319137 Contrarrazões (Estado) Contrarrazões 23032919355300000000172418641 CRRO_FS Contrarrazões 23032018312790100000171672186 01. Estatuto Estatuto 23032018341106900000171672264 02. Cadastro Nacional de Pessoa Jurídica (CNPJ) Cadastro Nacional de Pessoa Jurídica (CNPJ) 23032018341613600000171672271 03. Lei Estadual 5164-2007 - Autoriza a instituição Fundação Estatal Documento Diverso 23032018342283600000171672279 04. Decreto Estadual 43.214-11 - Institui a Fundação Estatal Documento Diverso 23032018342877400000171672283 05. Lei 6.304-2012 - Incorporação e alteração da denominação da Fundação Saúde Documento Diverso 23032018343567100000171672288 06. Decretos Unidades de Saúde Documento Diverso 23032018344147000000171672294 07. Procuração Procuração 23032018344477700000171672296 08. Decisões TST prerrogativas de Fazenda Pública Documento Diverso 23032018345283400000171672300 09. Lei Orçamentária Anual 2022 Documento Diverso 23032018345887400000171672305 10. Lei Orçamentária Anual 2021 Documento Diverso 23032018350962200000171672309 Intimação Intimação 23031409425163400000171175404 Intimação Intimação 23031409425244600000171175413 Decisão Decisão 23031015341836300000171008894 CRRO ERJ Manifestação 23030917325700000000170921554 Peça processual - Recurso - Recurso Adesivo Recurso Adesivo 23030815090600000000170810319 Intimação Intimação 23030614315541200000170614848 Intimação Intimação 23030614315670000000170614855 Despacho admissibilidade recurso Decisão 23030612455826400000170596976 Acórdão-TRT01-0100454-71.2021.5.01.0010-Enfermeiros-3ª Turma Documento Diverso 23030612354620700000170595545 Acórdão-TRT01-0100444-67.2021.5.01.0029-Enfermeiros-5ª Turma Documento Diverso 23030612354573400000170595541 Acórdão-TRT01-0100572-38.2021.5.01.0013-Comerciários-7ª Turma Documento Diverso 23030612354511500000170595540 Acórdão-TRT01-0100500-83.2021.5.01. 0067-C.Guanabara-Paradigma-6ª Turma Documento Diverso 23030612354451900000170595538 Acórdão-TRT01-0101025-36.2021.5.01.0012-Médicos-Direito Homogêneo e legitimidade ativa-4ªTurma Documento Diverso 23030612354417800000170595537 Acórdão-TRT06-0000007-58.2022.5.06.0412-Enfermeiros-grau médio fora do isolamento-3ª Turma Documento Diverso 23030612354373600000170595536 Acórdão-TRT01-0100489-92.2021.5.01.0022-Enfermeiros-legitimidade ativa-10ª Turma Documento Diverso 23030612354317600000170595534 Recurso Ordinário - ilegitimidade ativa - 0101083-49.2022.5.01.0062 Recurso Ordinário 23030612334891600000170595327 Peça Processual - Peças diversas - Petição interlocutória Manifestação 23030113363600000000170283139 Intimação Intimação 23021612421026800000169676511 Intimação Intimação 23021612421064900000169676514 Sentença Sentença 23021611235294700000169666009 Embargos de Declaração - ACP insalubridade - Fundação saúde Embargos de Declaração 23020617431920300000168926390 Peça Processual - Peças diversas - Petição interlocutória Manifestação 23011714300500000000167826515 Intimação Intimação 23011113414453500000167584025 Intimação Intimação 23011113414420100000167584024 Sentença Sentença 23011110250233000000167564525 35-Substabelecimento Sind.Médicos Substabelecimento com Reserva de Poderes 22120714440599500000166574927 34-CNPJ Estado do Rio de Janeiro Cadastro Nacional de Pessoa Jurídica (CNPJ) 22120714440562600000166574926 33-CNPJ Fundação Saúde Cadastro Nacional de Pessoa Jurídica (CNPJ) 22120714440531700000166574925 32-Resolução SES 2185-2020 Documento Diverso 22120714440492600000166574923 31-Publicação de Rescisão CG 020-2020 rescisão efeitos a partir de 01.03.2021 Documento Diverso 22120714440424800000166574921 30-Termo de Rescisão do CG 020-2020 Contrato 22120714440312200000166574920 29-Publicação Extrato CG 020-2020 de19.09.2020a18.09.2022 Documento Diverso 22120714440206600000166574918 28-Contrato Gestão 020-2020 Samu Contrato 22120714440145800000166574915 27-NR15-anexo-14 Documento Diverso 22120714440097000000166574912 26-NR15-atualizada-2022 Documento Diverso 22120714440053200000166574910 25-Sobre a doença e outros Documento Diverso 22120714435924100000166574908 24-Decreto Legislativo DLG6-2020-1 Documento Diverso 22120714435803600000166574905 23-FUNDACENTRO NR32 Documento Diverso 22120714435755700000166574901 22-NT ANVISA 04-2020 Documento Diverso 22120714435703900000166574898 21-Manual CIPA NR5-1 Documento Diverso 22120714435652400000166574897 20-Recomendação 3714-2020 MPT Documento Diverso 22120714420510200000166574481 19-Laudo peric-0100466-37.2021.5.01.0026-enfermeiros Documento Diverso 22120714420355500000166574476 18-Laudo pericial-0100445-70.2021.5.01.0023-favorável-Grajaú Documento Diverso 22120714420293400000166574474 18.1.Laudo pericial médicos-processo 0100225-58.2022.5.01.0081 Documento Diverso 22120714420204800000166574469 17-Sentença-Médicos RJ-0100746-83.2021.5.01.0001 Documento Diverso 22120714420146400000166574467 17.1.Sentença-médicos-RJ-0101011-36.2021.5.01.0082 Documento Diverso 22120714420108800000166574466 16-Sentença favorável comerc-0100737-67.2021.5.01.0019 Documento Diverso 22120714420069600000166574465 15-Sentença-0100467-62.2021.5.01.0045 Documento Diverso 22120714420025600000166574464 14-TRT1-Acórdão-0100500-83.2021.5.01.0067 Documento Diverso 22120714415996200000166574463 14.1.Acórdão-TRT07-0000460-88.2020.5.07.0026-Paradigma Documento Diverso 22120714415967200000166574462 13-TRT01-Acórdão-0100486-26.2021.5.01.0059 Documento Diverso 22120714415929000000166574461 12-Parecer favorável MPT RJ-0100467-62.2021.5.01.0045 Documento Diverso 22120714415893200000166574460 11-Parecer MPT-0100488-22.2021.5.01.0018 Documento Diverso 22120714415808000000166574455 10-Sentença-Enfermeiros-0100488-77.2021.5.01.0032 Documento Diverso 22120714404356000000166574270 09-Sentença-Enfermeiros-0100507-44.2021.5.01.0045 Documento Diverso 22120714404304000000166574269 08-Sentença-Enfermeiros-0100976-28.2021.5.01.0001 Documento Diverso 22120714404246400000166574267 07-Sentença-0100758-59.2021.5.01.0046 Documento Diverso 22120714404188600000166574263 06-Ata AGE SINMED Burattini-médicos Documento Diverso 22120714404142600000166574258 05-Contrato honorários-Sind.Médicos Burattini Documento Diverso 22120714404094000000166574257 04-Carta SINMED-RJ Documento Diverso 22120714404016600000166574256 03-Ata de Posse 2019 Registrada Documento Diverso 22120714403956200000166574253 02-Estatuto Sind.Médicos-RJ Estatuto 22120714403904600000166574252 01-Procuração Sind.Médicos-RJ Procuração 22120714403831000000166574250 Petição Inicial Petição Inicial 22120714390325800000166574017 Para acessar os documentos do processo, basta copiar e colar o número de cada chave de acesso (acima) na página http://pje.trt1.jus.br/primeirograu/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam ATENÇÃO: 1) É expressamente proibido o ingresso, circulação e permanência de pessoas armadas nos prédios da Justiça do Trabalho no Estado do Rio de Janeiro. 2) Em caso de dúvida, acesse a página: http://www.trt1.jus.br/processo-judicial-eletronico E para que chegue ao conhecimento dos interessados, foi passado o presente edital, ora publicado no Diário Eletrônico da Justiça do Trabalho. RIO DE JANEIRO/RJ, 28 de abril de 2025. MARCELA ROCHA CAMPOS DE FIGUEIREDO Assessor Intimado(s) / Citado(s) - UTI SERVICOS MEDICOS LTDA

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Lavol Prestadora De Servicos Eireli - Me e outros x Laura De Jesus Oss Emer e outros

ID: 263027700

Tribunal: TRT9 Órgão: OJ de Análise de Recurso Classe: RECURSO ORDINáRIO TRABALHISTA Nº Processo: 0000542-74.2023.5.09.0668

Data de Disponibilização: 30/04/2025

Polo Ativo:

LAVOL PRESTADORA DE SERVICOS EIRELI - ME MINISTÉRIO PÚBLICO DO TRABALHO

Polo Passivo:

LAURA DE JESUS OSS EMER MUNICIPIO DE MARECHAL CANDIDO RONDON

Notificação

Advogados:

RENATO LOURENCO GUIMARAES ZEN

OAB/PR XXXXXX Desbloquear

TAISA DE OLIVEIRA SANTOS

OAB/PR XXXXXX Desbloquear

MAURO MIGUEL PEDROLLO

OAB/PR XXXXXX Desbloquear

PODER JUDICIÁRIO JUSTIÇA DO TRABALHO TRIBUNAL REGIONAL DO TRABALHO DA 9ª REGIÃO OJC DE ANÁLISE DE RECURSO Relator: SERGIO MURILO RODRIGUES LEMOS 0000542-74.2023.5.09.0668 : LAVOL PRESTADORA DE… PODER JUDICIÁRIO JUSTIÇA DO TRABALHO TRIBUNAL REGIONAL DO TRABALHO DA 9ª REGIÃO OJC DE ANÁLISE DE RECURSO Relator: SERGIO MURILO RODRIGUES LEMOS 0000542-74.2023.5.09.0668 : LAVOL PRESTADORA DE SERVICOS EIRELI - ME : LAURA DE JESUS OSS EMER E OUTROS (1) INTIMAÇÃO Fica V. Sa. intimado para tomar ciência do Despacho ID 831ff3b proferido nos autos. 0000542-74.2023.5.09.0668 - 6ª TurmaPartes: 1. MUNICIPIO DE MARECHAL CANDIDO RONDON 2. LAURA DE JESUS OSS EMER 3. LAVOL PRESTADORA DE SERVICOS EIRELI - ME 4. MINISTÉRIO PÚBLICO DO TRABALHO PRESSUPOSTOS EXTRÍNSECOS Recurso tempestivo (decisão publicada em 14/03/2025 - Id 6208b3e; recurso apresentado em 15/04/2025 - Id 4a920e0). Representação processual regular (Súmula 436, itens I e II, do Tribunal Superior do Trabalho). Isento de preparo (artigos 790-A da Consolidação das Leis do Trabalho e 1º, inciso IV, do Decreto-lei 779/1969). O Município Reclamado pede que se afaste a responsabilidade subsidiária que lhe foi atribuída. Alega que o ônus de comprovar a falta de fiscalização do cumprimento das obrigações trabalhistas pela prestadora de serviços incumbe à parte Reclamante. O acórdão recorrido possui o seguinte teor: "(...) Incontroverso que o ente público foi beneficiado com o labor prestado pela parte autora durante o período do vínculo mantido com o respectivo empregador. De acordo com a decisão do STF na ADC 16, o simples inadimplemento da prestadora de serviços não enseja, por si só, a condenação subsidiária do ente público. Contudo, isso não exclui a responsabilidade subsidiária da administração pública quando ocorrer culpa "in vigilando" do ente público no que concerne à fiscalização do contrato. Com efeito, a Lei nº 8.666/93, em seus artigos 58, III; 67, caput e § 1º; 54, § 1º; 55, XIII; 58, III; 66; 77 e 78 impõe à contratante a obrigação de fiscalização e responsabilidade sobre a execução do contrato: (...) Caminhou na mesma trilha a nova Lei de licitações (Lei 14.133/2021), conforme se depreende dos artigos 89, caput e § 2º; 92, caput e XVI; 104, III; 115; 117, caput e § 1º; 155 e 137. Portanto, a Administração deve acompanhar e fiscalizar, por meio de um representante especialmente designado para esse fim, a execução do contrato. Nessa senda, a responsabilidade subsidiária decorre da culpa in vigilando (artigos 186, 187 e 927 do Código Civil) do ente público, já que é inerente aos contratos administrativos o dever de fiscalizar a execução do ajuste, conforme demonstrado. À luz de tais poderes-deveres legais, incumbe ao ente público o ônus de comprovar a efetiva fiscalização, dada a aptidão para a prova, sob pena de atribuição de responsabilidade subsidiária por todas as verbas deferidas. Nesse sentido, já decidiu a SBDI-I do C. TST: (...) Frise-se que esta E. 6ª Turma já decidiu que "Ainda que, hipoteticamente, no caso em espécie, existisse algum tipo de fiscalização na época da prestação de serviços pelo Reclamante (que não ocorreu), esta não seria suficientemente eficaz se não realizada de forma minuciosa, pormenorizada. Destarte, não é suficiente apenas verificar se havia o pagamento correto de salários, por exemplo, devendo o gestor acompanhar o contrato no que se refere ao recolhimento das contribuições previdenciárias e fiscais pela prestadora, verificar se há o regular depósito do FGTS (conforme IN nº 2/2008, acima transcrita), bem como as condições relativas ao ambiente de trabalho, o que só é possível com designação de servidores próprios para essa função." (autos 0001001-75.2021.5.09.0594, de relatoria do Exmo. Des. PAULO RICARDO POZZOLO, ac. publicado em 31/01/2023). Por fim, conforme entende esta E. 6ª Turma, não há "que se cogitar de ofensa aos arts. 2º e 5º, II, da própria Constituição de 1988, pois deve ser realizada interpretação harmônica e sistêmica do conjunto principiológico do texto constitucional, de onde ressai a necessidade de se conferir efetividade aos créditos alimentares intimamente ligados à dignidade da pessoa humana (art. 1º, III, CF/88)" (autos 0000024-52.2022.5.09.0011, de relatoria do Exmo. Des. ARNOR LIMA NETO, ac. publicado em 05/10/2022). No caso o ente público apresentou os documentos de fls. 282 e seguintes, relativos ao contrato de prestação de serviços, laudos de insalubridade, termo de licitação, LTCAT, bem como decretos municipais. Contudo, esses documentos não se prestam a comprovar a necessária fiscalização de modo idôneo, porque não existe prova robusta do acompanhamento contemporâneo da regularidade do desenrolar da relação contratual da autora. Conforme depoimentos transcritos em sentença, a testemunha indicada pelo Município, Fernando, afirmou que "houve queixa de falta de EPIs e nesse caso o depoente notificava a empresa para resolver o problema; não tem conhecimento de a empresa ter deixado de resolver; a empresa era responsável pelo fornecimento dos EPIs, as zeladoras solicitavam e a empresa deveria fornecer; se faltasse algum EPI e a notícia chegasse ao depoente, o depoente notificava a empresa por e-mail ou whatsapp". Assim, comungo do entendimento singular de que "nos presentes autos foi constatado labor em condições insalubres (conforme será analisado em item próprio), sem que o Município tenha tomado qualquer providência a este respeito ao longo do contrato de prestação de serviços". Vale dizer, o Ente Público não demonstrou que efetivamente exerceu, na realidade pactual, os poderes-deveres conectados ao monitoramento ativo e constante da relação jurídica firmada enquanto a relação empregatícia objeto dos presentes autos estava em desenvolvimento. Assim, caracterizada a culpa in vigilando, o ente público tomador de serviços deve responder subsidiariamente por todas as verbas decorrentes do contrato de trabalho da parte reclamante. Tal responsabilidade se revela ampla, de forma a englobar todas as verbas deferidas, por exemplo, salariais, indenizatórias, multas, juros e contribuições previdenciárias. Por conseguinte, inexiste ofensa ao artigo 279 do Código Civil. No mais, de fato, inexiste amparo legal para qualquer restrição, uma vez que o responsável subsidiário tem o dever de garantir o recebimento de todas as verbas decorrentes da violação dos direitos da parte trabalhadora, haja vista a culpa in vigilando do ente público, consoante fundamentado. Nessa linha, a responsabilidade subsidiária engloba todas as verbas que foram objeto da condenação, pois os créditos da presente ação, não adimplidos na época oportuna, decorrem diretamente da relação de trabalho havida entre o empregado e a empregadora, devendo referidos créditos ser satisfeitos em sua integralidade. Até porque não há razão para isentar o tomador do serviço da obrigação de pagá-las, se foi ele quem, em última análise, se beneficiou do seu adimplemento. A responsabilidade subsidiária do tomador dos serviços não se restringe às verbas salariais, mas compreende toda e qualquer obrigação não cumprida pelo empregador, inclusive as de caráter indenizatório e de penalidade, como multas dos artigos 467 e 477, § 8º, da CLT, multas convencionais, FGTS e multa, bem como verbas rescisórias. Importante destacar que a condenação não foi aplicada ao tomador de serviços, mas sim à ex-empregadora e não envolve obrigação personalíssima desta, mas imputação de ordem patrimonial, portanto resta passível de cumprimento pelo devedor subsidiário. O trabalhador que prestou serviços em benefício do ente não pode ficar ao desabrigo caso a empresa por este contratada (empregadora) não cumpra as determinações da sentença condenatória. Ou seja, a responsabilidade subsidiária deve contemplar todas as verbas deferidas judicialmente e não quitadas pela primeira reclamada, assegurado o direito de regresso. Registre-se também que o julgamento da ADPF 324/DF e do RE 958252/MG não alterou os parâmetros relativos ao decidido na ADC 16 quanto à responsabilidade da administração, bem como consectários, ora expostos. Precedente nos autos 0000007-27.2022.5.09.0654, de relatoria do Exmo. Des. PAULO RICARDO POZZOLO, ac. publicado em 05/10/2022. Ainda, não há que se falar em dona da obra, pois não se verifica que o ente público tenha contratado a empregadora para executar obra certa, em contrato de empreitada, mas sim que a contratou para prestar serviços essenciais ao desenvolvimento de suas atividades, ainda que, eventualmente, não se insiram em sua atividade fim. Além do mais, por um lado, registre-se que a responsabilidade solidária advém de previsão legal ou expressa negociação celebrada entre as partes. No caso, não há preenchimento de hipótese legal ou convencional que atraia a solidariedade pretendida, pelo que tal responsabilização não se sustenta. Por outro lado, frise-se que a condenação subsidiária tem a finalidade de salvaguardar os direitos daquele que contratou de boa-fé e dispensou sua força de trabalho em favor do tomador de serviços sem nada receber como contraprestação. Salienta-se que não há violação ao art. 37, "caput" da CF/88 e à Súmula 363 do C. TST já que não houve reconhecimento de vínculo diretamente com a recorrente. Outrossim, o artigo 37, XXI, da CF/88, não desonera a Administração Pública de verificar a idoneidade financeira da contratada, muito menos de controlar o cumprimento da lei por esta, inclusive porque, nos termos do artigo 37, § 6º, da CF/88, é responsável pelos atos que praticar, por conta própria ou por meio de terceiros. O artigo 5º, II, da CF/88 corrobora a conclusão ora esposada, pois a administração pública, por princípio constitucional (artigo 37, caput, CF/88), tem o dever constitucional de zelar pela observância da lei, inclusive em relação a seus agentes e seus contratados. O Poder Judiciário quando provocado também tem em vista o cumprimento da lei, o que não implica, de forma alguma, em usurpação de poder quando a tutela implica em condenação da administração pública. Portanto, não prospera o argumento de violação aos artigos 37, "caput", 114, "caput" e 173, § 1º, II e III da CF/88, já que existe embasamento legal e constitucional para o reconhecimento da responsabilidade subsidiária, conforme demonstrado, não se tratando, pois, de criação de norma genérica em abstrato, mas de interpretação sistemática do ordenamento. Sublinhe-se, por derradeiro, que inexiste violação ao artigo 121 da nova Lei de licitações (Lei nº 14.133/21), pois identificada a culpa in vigilando, a qual gera a responsabilidade subsidiária, conforme explanado. Finalmente, quanto ao pedido de sobrestamento do feito, adoto como razões de decidir o contido nos autos 0000856-53-2021-5-09-0130, da lavra do Exmo. Des. PAULO RICARDO POZZOLO e minha Revisão, com publicação em 07/03/2024: (...) Assim, inexiste razão para determinar o sobrestamento do feito. Mantenho". O Supremo Tribunal Federal julgou o Recurso Extraordinário 1298647, em 13/02/2025, decidindo, por maioria, que o ônus da prova quanto à falta de fiscalização do cumprimento das obrigações trabalhistas incumbe à parte Reclamante. O Pleno do STF fixou a seguinte tese: Decisão: O Tribunal, por maioria, apreciando o tema 1.118 da repercussão geral, deu provimento ao recurso extraordinário para, reformando o acórdão recorrido, afastar a responsabilidade subsidiária da Administração Pública, nos termos do voto do Relator, vencidos os Ministros Edson Fachin e Dias Toffoli. Em seguida, por maioria, foi fixada a seguinte tese: "1. Não há responsabilidade subsidiária da Administração Pública por encargos trabalhistas gerados pelo inadimplemento de empresa prestadora de serviços contratada, se amparada exclusivamente na premissa da inversão do ônus da prova, remanescendo imprescindível a comprovação, pela parte autora, da efetiva existência de comportamento negligente ou nexo de causalidade entre o dano por ele invocado e a conduta comissiva ou omissiva do poder público. 2. Haverá comportamento negligente quando a Administração Pública permanecer inerte após o recebimento de notificação formal de que a empresa contratada está descumprindo suas obrigações trabalhistas, enviada pelo trabalhador, sindicato, Ministério do Trabalho, Ministério Público, Defensoria Pública ou outro meio idôneo. 3. Constitui responsabilidade da Administração Pública garantir as condições de segurança, higiene e salubridade dos trabalhadores, quando o trabalho for realizado em suas dependências ou local previamente convencionado em contrato, nos termos do art. 5º-A, § 3º, da Lei nº 6.019/1974. 4. Nos contratos de terceirização, a Administração Pública deverá: (i) exigir da contratada a comprovação de capital social integralizado compatível com o número de empregados, na forma do art. 4º-B da Lei nº 6.019/1974; e (ii) adotar medidas para assegurar o cumprimento das obrigações trabalhistas pela contratada, na forma do art. 121, § 3º, da Lei nº 14.133/2021, tais como condicionar o pagamento à comprovação de quitação das obrigações trabalhistas do mês anterior", nos termos do voto do Relator, vencidos parcialmente os Ministros Cristiano Zanin, Flávio Dino, Edson Fachin e Dias Toffoli. Ausente, justificadamente, a Ministra Cármen Lúcia, que já havia proferido voto em assentada anterior. Impedido o Ministro Luiz Fux. Presidência do Ministro Luís Roberto Barroso. Plenário, 13.2.2025 (Acórdão publicado no DJe em 15/04/2024). As decisões proferidas pelo Pleno do STF em repercussão geral devem ser obrigatoriamente observadas em todos os processos pendentes, individuais ou coletivos, que versem sobre a mesma questão e tramitem em território nacional. Na análise da admissibilidade do Recurso de Revista, o processo deve ser encaminhado ao órgão prolator da decisão para que exerça o juízo de retratação, caso a decisão esteja em desacordo com a tese firmada pelo STF em casos com repercussão geral. Essa determinação encontra respaldo no artigo 1.040, inciso II, do CPC/2015. O fundamento adotado pela Turma revela possível conflito com a tese jurídica firmada pela Corte Superior. Nos termos dos artigos 896-B da CLT e 927, I e III, e 1.040, II, do CPC/2015, determino o retorno dos autos à Turma para análise de eventual necessidade de readequação. CONCLUSÃO: 1 ) Nos termos dos artigos 896-B da CLT e 927, I e III, e 1.040, inciso II, do CPC/2015 encaminhem-se os autos à Turma para que analise a necessidade de readequação do julgado. 2) Oportunamente, retornem para a análise da admissibilidade do recurso de revista. (lsm) CURITIBA/PR, 29 de abril de 2025. MARCO ANTONIO VIANNA MANSUR Desembargador do Trabalho Intimado(s) / Citado(s) - LAVOL PRESTADORA DE SERVICOS EIRELI - ME

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Lavol Prestadora De Servicos Eireli - Me e outros x Laura De Jesus Oss Emer e outros

ID: 263027729

Tribunal: TRT9 Órgão: OJ de Análise de Recurso Classe: RECURSO ORDINáRIO TRABALHISTA Nº Processo: 0000542-74.2023.5.09.0668

Data de Disponibilização: 30/04/2025

Polo Ativo:

LAVOL PRESTADORA DE SERVICOS EIRELI - ME MINISTÉRIO PÚBLICO DO TRABALHO

Polo Passivo:

LAURA DE JESUS OSS EMER MUNICIPIO DE MARECHAL CANDIDO RONDON

Notificação

Advogados:

RENATO LOURENCO GUIMARAES ZEN

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TAISA DE OLIVEIRA SANTOS

OAB/PR XXXXXX Desbloquear

MAURO MIGUEL PEDROLLO

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PODER JUDICIÁRIO JUSTIÇA DO TRABALHO TRIBUNAL REGIONAL DO TRABALHO DA 9ª REGIÃO OJC DE ANÁLISE DE RECURSO Relator: SERGIO MURILO RODRIGUES LEMOS 0000542-74.2023.5.09.0668 : LAVOL PRESTADORA DE… PODER JUDICIÁRIO JUSTIÇA DO TRABALHO TRIBUNAL REGIONAL DO TRABALHO DA 9ª REGIÃO OJC DE ANÁLISE DE RECURSO Relator: SERGIO MURILO RODRIGUES LEMOS 0000542-74.2023.5.09.0668 : LAVOL PRESTADORA DE SERVICOS EIRELI - ME : LAURA DE JESUS OSS EMER E OUTROS (1) INTIMAÇÃO Fica V. Sa. intimado para tomar ciência do Despacho ID 831ff3b proferido nos autos. 0000542-74.2023.5.09.0668 - 6ª TurmaPartes: 1. MUNICIPIO DE MARECHAL CANDIDO RONDON 2. LAURA DE JESUS OSS EMER 3. LAVOL PRESTADORA DE SERVICOS EIRELI - ME 4. MINISTÉRIO PÚBLICO DO TRABALHO PRESSUPOSTOS EXTRÍNSECOS Recurso tempestivo (decisão publicada em 14/03/2025 - Id 6208b3e; recurso apresentado em 15/04/2025 - Id 4a920e0). Representação processual regular (Súmula 436, itens I e II, do Tribunal Superior do Trabalho). Isento de preparo (artigos 790-A da Consolidação das Leis do Trabalho e 1º, inciso IV, do Decreto-lei 779/1969). O Município Reclamado pede que se afaste a responsabilidade subsidiária que lhe foi atribuída. Alega que o ônus de comprovar a falta de fiscalização do cumprimento das obrigações trabalhistas pela prestadora de serviços incumbe à parte Reclamante. O acórdão recorrido possui o seguinte teor: "(...) Incontroverso que o ente público foi beneficiado com o labor prestado pela parte autora durante o período do vínculo mantido com o respectivo empregador. De acordo com a decisão do STF na ADC 16, o simples inadimplemento da prestadora de serviços não enseja, por si só, a condenação subsidiária do ente público. Contudo, isso não exclui a responsabilidade subsidiária da administração pública quando ocorrer culpa "in vigilando" do ente público no que concerne à fiscalização do contrato. Com efeito, a Lei nº 8.666/93, em seus artigos 58, III; 67, caput e § 1º; 54, § 1º; 55, XIII; 58, III; 66; 77 e 78 impõe à contratante a obrigação de fiscalização e responsabilidade sobre a execução do contrato: (...) Caminhou na mesma trilha a nova Lei de licitações (Lei 14.133/2021), conforme se depreende dos artigos 89, caput e § 2º; 92, caput e XVI; 104, III; 115; 117, caput e § 1º; 155 e 137. Portanto, a Administração deve acompanhar e fiscalizar, por meio de um representante especialmente designado para esse fim, a execução do contrato. Nessa senda, a responsabilidade subsidiária decorre da culpa in vigilando (artigos 186, 187 e 927 do Código Civil) do ente público, já que é inerente aos contratos administrativos o dever de fiscalizar a execução do ajuste, conforme demonstrado. À luz de tais poderes-deveres legais, incumbe ao ente público o ônus de comprovar a efetiva fiscalização, dada a aptidão para a prova, sob pena de atribuição de responsabilidade subsidiária por todas as verbas deferidas. Nesse sentido, já decidiu a SBDI-I do C. TST: (...) Frise-se que esta E. 6ª Turma já decidiu que "Ainda que, hipoteticamente, no caso em espécie, existisse algum tipo de fiscalização na época da prestação de serviços pelo Reclamante (que não ocorreu), esta não seria suficientemente eficaz se não realizada de forma minuciosa, pormenorizada. Destarte, não é suficiente apenas verificar se havia o pagamento correto de salários, por exemplo, devendo o gestor acompanhar o contrato no que se refere ao recolhimento das contribuições previdenciárias e fiscais pela prestadora, verificar se há o regular depósito do FGTS (conforme IN nº 2/2008, acima transcrita), bem como as condições relativas ao ambiente de trabalho, o que só é possível com designação de servidores próprios para essa função." (autos 0001001-75.2021.5.09.0594, de relatoria do Exmo. Des. PAULO RICARDO POZZOLO, ac. publicado em 31/01/2023). Por fim, conforme entende esta E. 6ª Turma, não há "que se cogitar de ofensa aos arts. 2º e 5º, II, da própria Constituição de 1988, pois deve ser realizada interpretação harmônica e sistêmica do conjunto principiológico do texto constitucional, de onde ressai a necessidade de se conferir efetividade aos créditos alimentares intimamente ligados à dignidade da pessoa humana (art. 1º, III, CF/88)" (autos 0000024-52.2022.5.09.0011, de relatoria do Exmo. Des. ARNOR LIMA NETO, ac. publicado em 05/10/2022). No caso o ente público apresentou os documentos de fls. 282 e seguintes, relativos ao contrato de prestação de serviços, laudos de insalubridade, termo de licitação, LTCAT, bem como decretos municipais. Contudo, esses documentos não se prestam a comprovar a necessária fiscalização de modo idôneo, porque não existe prova robusta do acompanhamento contemporâneo da regularidade do desenrolar da relação contratual da autora. Conforme depoimentos transcritos em sentença, a testemunha indicada pelo Município, Fernando, afirmou que "houve queixa de falta de EPIs e nesse caso o depoente notificava a empresa para resolver o problema; não tem conhecimento de a empresa ter deixado de resolver; a empresa era responsável pelo fornecimento dos EPIs, as zeladoras solicitavam e a empresa deveria fornecer; se faltasse algum EPI e a notícia chegasse ao depoente, o depoente notificava a empresa por e-mail ou whatsapp". Assim, comungo do entendimento singular de que "nos presentes autos foi constatado labor em condições insalubres (conforme será analisado em item próprio), sem que o Município tenha tomado qualquer providência a este respeito ao longo do contrato de prestação de serviços". Vale dizer, o Ente Público não demonstrou que efetivamente exerceu, na realidade pactual, os poderes-deveres conectados ao monitoramento ativo e constante da relação jurídica firmada enquanto a relação empregatícia objeto dos presentes autos estava em desenvolvimento. Assim, caracterizada a culpa in vigilando, o ente público tomador de serviços deve responder subsidiariamente por todas as verbas decorrentes do contrato de trabalho da parte reclamante. Tal responsabilidade se revela ampla, de forma a englobar todas as verbas deferidas, por exemplo, salariais, indenizatórias, multas, juros e contribuições previdenciárias. Por conseguinte, inexiste ofensa ao artigo 279 do Código Civil. No mais, de fato, inexiste amparo legal para qualquer restrição, uma vez que o responsável subsidiário tem o dever de garantir o recebimento de todas as verbas decorrentes da violação dos direitos da parte trabalhadora, haja vista a culpa in vigilando do ente público, consoante fundamentado. Nessa linha, a responsabilidade subsidiária engloba todas as verbas que foram objeto da condenação, pois os créditos da presente ação, não adimplidos na época oportuna, decorrem diretamente da relação de trabalho havida entre o empregado e a empregadora, devendo referidos créditos ser satisfeitos em sua integralidade. Até porque não há razão para isentar o tomador do serviço da obrigação de pagá-las, se foi ele quem, em última análise, se beneficiou do seu adimplemento. A responsabilidade subsidiária do tomador dos serviços não se restringe às verbas salariais, mas compreende toda e qualquer obrigação não cumprida pelo empregador, inclusive as de caráter indenizatório e de penalidade, como multas dos artigos 467 e 477, § 8º, da CLT, multas convencionais, FGTS e multa, bem como verbas rescisórias. Importante destacar que a condenação não foi aplicada ao tomador de serviços, mas sim à ex-empregadora e não envolve obrigação personalíssima desta, mas imputação de ordem patrimonial, portanto resta passível de cumprimento pelo devedor subsidiário. O trabalhador que prestou serviços em benefício do ente não pode ficar ao desabrigo caso a empresa por este contratada (empregadora) não cumpra as determinações da sentença condenatória. Ou seja, a responsabilidade subsidiária deve contemplar todas as verbas deferidas judicialmente e não quitadas pela primeira reclamada, assegurado o direito de regresso. Registre-se também que o julgamento da ADPF 324/DF e do RE 958252/MG não alterou os parâmetros relativos ao decidido na ADC 16 quanto à responsabilidade da administração, bem como consectários, ora expostos. Precedente nos autos 0000007-27.2022.5.09.0654, de relatoria do Exmo. Des. PAULO RICARDO POZZOLO, ac. publicado em 05/10/2022. Ainda, não há que se falar em dona da obra, pois não se verifica que o ente público tenha contratado a empregadora para executar obra certa, em contrato de empreitada, mas sim que a contratou para prestar serviços essenciais ao desenvolvimento de suas atividades, ainda que, eventualmente, não se insiram em sua atividade fim. Além do mais, por um lado, registre-se que a responsabilidade solidária advém de previsão legal ou expressa negociação celebrada entre as partes. No caso, não há preenchimento de hipótese legal ou convencional que atraia a solidariedade pretendida, pelo que tal responsabilização não se sustenta. Por outro lado, frise-se que a condenação subsidiária tem a finalidade de salvaguardar os direitos daquele que contratou de boa-fé e dispensou sua força de trabalho em favor do tomador de serviços sem nada receber como contraprestação. Salienta-se que não há violação ao art. 37, "caput" da CF/88 e à Súmula 363 do C. TST já que não houve reconhecimento de vínculo diretamente com a recorrente. Outrossim, o artigo 37, XXI, da CF/88, não desonera a Administração Pública de verificar a idoneidade financeira da contratada, muito menos de controlar o cumprimento da lei por esta, inclusive porque, nos termos do artigo 37, § 6º, da CF/88, é responsável pelos atos que praticar, por conta própria ou por meio de terceiros. O artigo 5º, II, da CF/88 corrobora a conclusão ora esposada, pois a administração pública, por princípio constitucional (artigo 37, caput, CF/88), tem o dever constitucional de zelar pela observância da lei, inclusive em relação a seus agentes e seus contratados. O Poder Judiciário quando provocado também tem em vista o cumprimento da lei, o que não implica, de forma alguma, em usurpação de poder quando a tutela implica em condenação da administração pública. Portanto, não prospera o argumento de violação aos artigos 37, "caput", 114, "caput" e 173, § 1º, II e III da CF/88, já que existe embasamento legal e constitucional para o reconhecimento da responsabilidade subsidiária, conforme demonstrado, não se tratando, pois, de criação de norma genérica em abstrato, mas de interpretação sistemática do ordenamento. Sublinhe-se, por derradeiro, que inexiste violação ao artigo 121 da nova Lei de licitações (Lei nº 14.133/21), pois identificada a culpa in vigilando, a qual gera a responsabilidade subsidiária, conforme explanado. Finalmente, quanto ao pedido de sobrestamento do feito, adoto como razões de decidir o contido nos autos 0000856-53-2021-5-09-0130, da lavra do Exmo. Des. PAULO RICARDO POZZOLO e minha Revisão, com publicação em 07/03/2024: (...) Assim, inexiste razão para determinar o sobrestamento do feito. Mantenho". O Supremo Tribunal Federal julgou o Recurso Extraordinário 1298647, em 13/02/2025, decidindo, por maioria, que o ônus da prova quanto à falta de fiscalização do cumprimento das obrigações trabalhistas incumbe à parte Reclamante. O Pleno do STF fixou a seguinte tese: Decisão: O Tribunal, por maioria, apreciando o tema 1.118 da repercussão geral, deu provimento ao recurso extraordinário para, reformando o acórdão recorrido, afastar a responsabilidade subsidiária da Administração Pública, nos termos do voto do Relator, vencidos os Ministros Edson Fachin e Dias Toffoli. Em seguida, por maioria, foi fixada a seguinte tese: "1. Não há responsabilidade subsidiária da Administração Pública por encargos trabalhistas gerados pelo inadimplemento de empresa prestadora de serviços contratada, se amparada exclusivamente na premissa da inversão do ônus da prova, remanescendo imprescindível a comprovação, pela parte autora, da efetiva existência de comportamento negligente ou nexo de causalidade entre o dano por ele invocado e a conduta comissiva ou omissiva do poder público. 2. Haverá comportamento negligente quando a Administração Pública permanecer inerte após o recebimento de notificação formal de que a empresa contratada está descumprindo suas obrigações trabalhistas, enviada pelo trabalhador, sindicato, Ministério do Trabalho, Ministério Público, Defensoria Pública ou outro meio idôneo. 3. Constitui responsabilidade da Administração Pública garantir as condições de segurança, higiene e salubridade dos trabalhadores, quando o trabalho for realizado em suas dependências ou local previamente convencionado em contrato, nos termos do art. 5º-A, § 3º, da Lei nº 6.019/1974. 4. Nos contratos de terceirização, a Administração Pública deverá: (i) exigir da contratada a comprovação de capital social integralizado compatível com o número de empregados, na forma do art. 4º-B da Lei nº 6.019/1974; e (ii) adotar medidas para assegurar o cumprimento das obrigações trabalhistas pela contratada, na forma do art. 121, § 3º, da Lei nº 14.133/2021, tais como condicionar o pagamento à comprovação de quitação das obrigações trabalhistas do mês anterior", nos termos do voto do Relator, vencidos parcialmente os Ministros Cristiano Zanin, Flávio Dino, Edson Fachin e Dias Toffoli. Ausente, justificadamente, a Ministra Cármen Lúcia, que já havia proferido voto em assentada anterior. Impedido o Ministro Luiz Fux. Presidência do Ministro Luís Roberto Barroso. Plenário, 13.2.2025 (Acórdão publicado no DJe em 15/04/2024). As decisões proferidas pelo Pleno do STF em repercussão geral devem ser obrigatoriamente observadas em todos os processos pendentes, individuais ou coletivos, que versem sobre a mesma questão e tramitem em território nacional. Na análise da admissibilidade do Recurso de Revista, o processo deve ser encaminhado ao órgão prolator da decisão para que exerça o juízo de retratação, caso a decisão esteja em desacordo com a tese firmada pelo STF em casos com repercussão geral. Essa determinação encontra respaldo no artigo 1.040, inciso II, do CPC/2015. O fundamento adotado pela Turma revela possível conflito com a tese jurídica firmada pela Corte Superior. Nos termos dos artigos 896-B da CLT e 927, I e III, e 1.040, II, do CPC/2015, determino o retorno dos autos à Turma para análise de eventual necessidade de readequação. CONCLUSÃO: 1 ) Nos termos dos artigos 896-B da CLT e 927, I e III, e 1.040, inciso II, do CPC/2015 encaminhem-se os autos à Turma para que analise a necessidade de readequação do julgado. 2) Oportunamente, retornem para a análise da admissibilidade do recurso de revista. (lsm) CURITIBA/PR, 29 de abril de 2025. MARCO ANTONIO VIANNA MANSUR Desembargador do Trabalho Intimado(s) / Citado(s) - LAURA DE JESUS OSS EMER

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