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"5004769-47.2024.8.13.0693" - Resultados da Busca – Página 35 de 38

Processo nº 5004769-51.2025.8.21.3001

ID: 311111005

Tribunal: TJRS Órgão: Vara Cível do Foro Regional do Partenon da Comarca de Porto Alegre Classe: PROCEDIMENTO COMUM CíVEL Nº Processo: 5004769-51.2025.8.21.3001

Data de Disponibilização: 30/06/2025

Polo Ativo:

PAULO RICARDO DA SILVA MARQUES

Polo Passivo:

DESPACHO/DECISÃO

Advogados:

PALOMA MOTA UMANN

OAB/RS XXXXXX Desbloquear

EDUARDA VIEGAS NUNES

OAB/RS XXXXXX Desbloquear

EDUARDO ROCHA DE AGUIAR

OAB/RS XXXXXX Desbloquear

DE AGUIAR & ASSOCIADOS - SOCIEDADE DE ADVOGADOS

OAB/RS XXXXXX Desbloquear

BRUNO DE ABREU FEIJÓ

OAB/RS XXXXXX Desbloquear

PROCEDIMENTO COMUM CÍVEL Nº 5004769-51.2025.8.21.3001/RS AUTOR : PAULO RICARDO DA SILVA MARQUES ADVOGADO(A) : BRUNO DE ABREU FEIJÓ (OAB RS076347) ADVOGADO(A) : EDUARDO ROCHA DE AGUIAR (OAB RS076583)… PROCEDIMENTO COMUM CÍVEL Nº 5004769-51.2025.8.21.3001/RS AUTOR : PAULO RICARDO DA SILVA MARQUES ADVOGADO(A) : BRUNO DE ABREU FEIJÓ (OAB RS076347) ADVOGADO(A) : EDUARDO ROCHA DE AGUIAR (OAB RS076583) ADVOGADO(A) : EDUARDA VIEGAS NUNES (OAB RS099446) ADVOGADO(A) : PALOMA MOTA UMANN ADVOGADO(A) : EDUARDO ROCHA DE AGUIAR DESPACHO/DECISÃO Examinando os autos, verifico que nenhuma das partes reside (ou tem sede) na circunscrição do Foro Central, devendo, portanto, ser observada a competência regional , conforme o endereço declinado na exordial. AUTOR : Barão do Amazonas, 2738, CEP 90660-000, Porto Alegre/RS. RÉU :Rua 11 de Agosto, nº 56, Ed. Aloisio Hoepers, Bairro São João, Porto Alegre/RS. Conforme a Súmula 03 do TJRS, a competência do Foro Central e de cada um dos Foros Regionais é absoluta: 03. Na Comarca da Capital, a repartição dos feitos entre o Foro centralizado e os Foros Regionais é motivada em razões de ordem pública, autorizados os juízes a, de ofício, declinar da competência entre os referidos Foros, obedecidos os preceitos do COJE e dos arts. 94 a 111 do CPC. Referência: Julgada em 14.06.1985. Sessão das Câmaras Cíveis Reunidas. Publicação DJE 18.06.1985, p.2. Nesse sentido, também é o entendimento atual do TJRS: AGRAVO DE INSTRUMENTO. NEGÓCIOS JURÍDICOS BANCÁRIOS. COMPETÊNCIA. FOROS REGIONAIS E FORO CENTRAL DE PORTO ALEGRE . RELAÇÃO DE CONSUMO. A REPARTIÇÃO DOS FEITOS ENTRE O FORO CENTRAL E OS FOROS REGIONAIS DA COMARCA DE PORTO ALEGRE É MATÉRIA DE ORDEM PÚBLICA E POSSUI CARÁTER ABSOLUTO, NOS TERMOS DA SÚMULA Nº 03 DESTE TRIBUNAL DE JUSTIÇA. ASSIM, CONSIDERANDO O ENDEREÇO APONTADO NA QUALIFICAÇÃO DA PARTE AUTORA NA PETIÇÃO INICIAL , COMPETE AO FORO REGIONAL DO ALTO PETRÓPOLIS PROCESSAR E JULGAR O FEITO. RECURSO DESPROVIDO. UNÂNIME.(Agravo de Instrumento, Nº 50478563020218217000, Vigésima Quarta Câmara Cível, Tribunal de Justiça do RS, Relator: Jorge Alberto Vescia Corssac, Julgado em: 30-06-2021) (grifei). CONFLITO NEGATIVO DE COMPETÊNCIA. AÇÃO DE EXIGIR CONTAS. DOMICÍLIO DO RÉU. ARTS. 46 E 550 DO CPC. SÚMULA 3 DO TJRS. COMPETÊNCIA DOS FOROS REGIONAIS . POSSIBILIDADE DE DECLINAÇÃO DE OFÍCIO. NO CASO DOS AUTOS, TENDO EM VISTA QUE, COMO DEMONSTRADO PELO JUÍZO SUSCITANTE, O ENDEREÇO DO RÉU ESTÁ CONSTRITO À JURISDIÇÃO DO FORO REGIONAL DA RESTINGA, TOTALMENTE CABÍVEL A DECLINAÇÃO DA COMPETÊNCIA PELA MAGISTRADA TITULAR DA 3ª VARA CÍVEL DO FORO CENTRAL DA COMARCA DE PORTO ALEGRE, INCLUSIVE DE OFÍCIO , A TEOR DO QUE DISPÕEM A SÚMULA N.º 3 DO TJRS E OS ARTIGOS 46 E 550 DO CPC. OUTROSSIM, VEJA-SE QUE DESCABE ACOLHER O ARGUMENTO DO JUÍZO SUSCITADO DE QUE A SEDE DA SOCIEDADE DE ADVOGADOS ESTARIA LOCALIZADA EM ÁREA DE JURISDIÇÃO DAS VARAS CÍVEIS DO FORO CENTRAL , UMA VEZ QUE, COMO INFORMADO PELA PRÓPRIA AUTORA DA AÇÃO DE EXIGIR CONTAS, A SEDE ENCONTRA-SE DESATIVADA EM RAZÃO DO ENCERRAMENTO DAS ATIVIDADES. ASSIM SENDO, ENTENDE-SE QUE O PRESENTE CONFLITO NEGATIVO DE COMPETÊNCIA DEVA SER JULGADO PROCEDENTE, DECLARANDO-SE COMPETENTE PARA JULGAR E PROCESSAR O FEITO O JUÍZO DA 1ª VARA CÍVEL DO FORO REGIONAL DA RESTINGA DA COMARCA DE PORTO ALEGRE. JULGADO PROCEDENTE O CONFLITO, DECLARANDO-SE COMPETENTE O JUÍZO SUSCITADO, (JUÍZO DA 1ª VARA CÍVEL DO FORO REGIONAL DA RESTINGA DA COMARCA DE PORTO ALEGRE/RS).(Conflito de competência, Nº 50368883820218217000, Décima Quinta Câmara Cível, Tribunal de Justiça do RS, Relator: Ana Beatriz Iser, Julgado em: 09-06-2021) (grifei). CONFLITO NEGATIVO DE COMPETÊNCIA. CONDOMÍNIO. EXECUÇÃO DE TÍTULO EXTRAJUDICAL. DECLINAÇÃO DA COMPETÊNCIA. CLÁUSULA DE ELEIÇÃO DO FORO . FOROS REGIONAIS E FORO CENTRAL . A cláusula de Eleição de Foro diz respeito à Comarca na qual o feito irá tramitar, não possuindo efeito prático quanto à competência entre o Foro Central e os Foros Regionais da Comarca de Porto Alegre, que possuem natureza absoluta. Caso em que deve ser acolhido o Parecer da D. Procuradora de Justiça, a fim de julgar procedente o conflito negativo de competência, fixando a competência 1º Juízo da Vara Cível do Foro Regional do Alto Petrópolis da Comarca de Porto Alegre. CONFLITO NEGATIVO DE COMPETÊNCIA JULGADO PROCEDENTE, EM DECISÃO MONOCRÁTICA.(Conflito de competência, Nº 50266468320228217000, Décima Nona Câmara Cível, Tribunal de Justiça do RS, Relator: Eduardo João Lima Costa, Julgado em: 21-03-2022) (grifei). Ressalto, ainda, recente alteração no art. 63, §5º, do diploma processual civil, de maneira a considerar abusiva a escolha aleatória do juízo quando não demonstrado o domicílio ou a residência das partes ou com o negócio jurídico discutido na demanda, sendo cabível a declinação de competência de ofício, como no caso em apreço. Redistribua-se ao Foro Central , cujo juízo declino a competência. Lançada intimação eletrônica.

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Processo nº 5004769-96.2025.8.13.0439

ID: 311284505

Tribunal: TJMG Órgão: 2ª Vara Cível da Comarca de Muriaé Classe: PROCEDIMENTO COMUM CíVEL Nº Processo: 5004769-96.2025.8.13.0439

Data de Disponibilização: 30/06/2025

Polo Ativo:

JOSELIA HENRIQUES PIO GOUVEA

Polo Passivo:

Intimação

Advogados:

PAULO ENRIQUE FREITAS CRUZ

OAB/MG XXXXXX Desbloquear

MYRTES MAGALHAES DIAS

OAB/MG XXXXXX Desbloquear

VINICIUS RODRIGUES VILELA

OAB/MG XXXXXX Desbloquear

PODER JUDICIÁRIO DO ESTADO DE MINAS GERAIS Justiça de Primeira Instância Comarca de Muriaé / 2ª Vara Cível da Comarca de Muriaé Avenida Presidente Arthur Bernardes, 123, Centro, Muriaé - MG - CEP: 36… PODER JUDICIÁRIO DO ESTADO DE MINAS GERAIS Justiça de Primeira Instância Comarca de Muriaé / 2ª Vara Cível da Comarca de Muriaé Avenida Presidente Arthur Bernardes, 123, Centro, Muriaé - MG - CEP: 36880-005 PROCESSO Nº: 5004769-96.2025.8.13.0439 CLASSE: [CÍVEL] PROCEDIMENTO COMUM CÍVEL (7) ASSUNTO: [Indenização por Dano Moral] AUTOR: JOSELIA HENRIQUES PIO GOUVEA CPF: 038.916.806-86 RÉU: BANCO ITAU UNIBANCO S/A CPF: 60.701.190/0001-04 e outros DECISÃO Vistos. Trata-se de Ação de Obrigação de Fazer c/c Indenização por Danos Morais com Pedido Liminar ajuizada por JOSELIA HENRIQUES PIO GOUVEA, qualificada nos autos, em face de BANCO ITAU UNIBANCO S/A e QESH TECNOLOGIA LTDA. A parte autora narra, em sua petição inicial, que no dia 14 de abril de 2025, enquanto exercia suas funções como supervisora na Escola Municipal George Chalmers, situada no município de Nova Lima/MG, foi vítima de um sofisticado golpe de estelionato. Diz ter recebido uma ligação telefônica de um indivíduo que se identificou falsamente como "Dr. Paulo Henrique Freitas Cruz", advogado, informando-a sobre a existência de um processo em seu favor contra o Banco Itaú, no valor de R$ 30.196,00. A autora afirma ter efetuado dois pagamentos via PIX, um no valor de R$ 1.999,97 e outro no valor de R$ 999,99, totalizando a quantia de R$ 2.999,96 (dois mil novecentos e noventa e nove reais e noventa e seis centavos), para contas indicadas pelos golpistas, conforme comprovantes de transferência. Somente após ser instada a realizar novas transferências, a autora teria desconfiado da situação, constatando ter sido vítima de estelionato, o que a levou a registrar o competente Boletim de Ocorrência. Diante dos fatos narrados, a autora pleiteia, em sede de tutela de urgência, a imediata devolução dos valores subtraídos, no montante de R$ 2.999,96 (dois mil novecentos e noventa e nove reais e noventa e seis centavos), conforme fatos e fundamentos de ID. 10438386120. A inicial veio instruída com documentos. É o relatório do necessário. Decido. Inicialmente, vale ressaltar que, como sabido, para a concessão da tutela de urgência mister se faz a comprovação do preenchimento dos seus requisitos autorizativos, quais sejam: probabilidade do direito e o perigo de dano ou risco ao resultado útil do processo (NCPC, art. 300). No caso em tela, embora a narrativa da parte Autora seja detalhada e acompanhada de documentos que, em uma análise superficial, indicam a ocorrência de um evento danoso, a probabilidade do direito não se revela com a robustez necessária para a concessão da tutela de urgência neste estágio processual. A complexidade da fraude narrada, que envolve a atuação de terceiros estelionatários que se valeram de engenharia social para induzir a vítima a erro, bem como a suposta falha na prestação de serviços das instituições financeiras rés, exige uma dilação probatória mais aprofundada. A alegação de responsabilidade objetiva das instituições financeiras, não dispensa a necessidade de uma cognição exauriente sobre os fatos. A verificação da efetiva falha na segurança dos sistemas bancários, a negligência na identificação de transações atípicas ou a permissão para a abertura de contas fraudulentas, conforme alegado pela autora em relação à QESH TECNOLOGIA LTDA e ao BANCO ITAU UNIBANCO S/A, são questões que demandam a produção de provas por ambas as partes e a instauração do contraditório. Não obstante os argumentos invocados pela parte Demandante para a discussão do mérito da demanda, a análise da efetiva ocorrência da falha na prestação de serviços por parte das instituições financeiras Rés, bem como a ausência de excludentes de responsabilidade, como a culpa exclusiva da vítima ou de terceiro, demandam uma investigação probatória mais aprofundada. A complexidade dos fatos narrados, que envolvem a atuação de estelionatários e a suposta omissão das Demandadas em prevenir a fraude, não permite, em sede de cognição sumária, a formação de um juízo de certeza acerca da probabilidade do direito. Somente após a apresentação das defesas pelos Réus e a eventual produção de provas adicionais, será possível aferir com maior segurança se a conduta das instituições financeiras se enquadra nas hipóteses de responsabilidade objetiva por fortuito interno ou se houve culpa exclusiva da vítima ou de terceiro, excludentes de responsabilidade previstas no artigo 14, § 3º, do Código de Defesa do Consumidor. Ademais, o perigo de dano, embora presente na perspectiva da perda patrimonial, não se mostra tão iminente ou irreversível a ponto de justificar a antecipação de um provimento que, em última análise, representa a própria satisfação do direito material pleiteado. A restituição de valores, em casos de fraude, muitas vezes depende da identificação e bloqueio das contas dos beneficiários dos golpes, o que é uma medida complexa e que exige a colaboração das instituições financeiras envolvidas, bem como a atuação das autoridades policiais. A simples determinação judicial de devolução imediata, sem a prévia apuração da cadeia de eventos e da responsabilidade de cada agente, poderia gerar um risco de irreversibilidade da medida, caso, ao final da instrução processual, se conclua pela ausência de responsabilidade das rés. Portanto, neste momento processual, a probabilidade do direito não se encontra suficientemente demonstrada para justificar a concessão da tutela de urgência, sendo imperiosa a necessidade de dilação probatória para a formação de um juízo de valor mais seguro e definitivo sobre a responsabilidade das rés. Ante o exposto, INDEFIRO o pedido tutelar de urgência. Dando prosseguimento, à Secretaria para designar data e hora para realização de audiência de conciliação (CPC, art. 320), no primeiro dia desimpedido, de acordo com a pauta disponibilizada, a ser efetivada pelo Centro Judiciário de Solução de Conflitos e Cidadania desta Comarca (CEJUSC/Muriaé), ficando a parte Autora intimada na pessoa de seu advogado (CPC, art. 334, § 3º), salvo se assistido pela Defensoria Pública, bem como ciente das advertências previstas nos §§8º, 9º e 10º, do artigo 334 do CPC. Cite(m)-se o(s) Réu(s) para os termos desta ação, convocando(s)-o(s) para integrar a relação processual e intimando-o para comparecer na audiência de conciliação na forma supracitada, devendo a Secretaria atentar para os prazos do caput do artigo 334 do Código de Processo Civil. Não sendo a hipótese de expedição de carta precatória para citação (nesse caso o prazo de cumprimento será de 60 dias) ou não tendo sido requerida justificadamente a citação por Oficial de Justiça, a citação deve ser feita pelo correio (com observância do artigo 248, do Código de Processo Civil), salvo se for um dos casos elencados no artigo 247, do Código de Processo Civil. O ato citatório deverá conter as advertências e ressalvas legais, mormente aquelas previstas nos §§8º, 9º e 10º, do artigo 334, no artigo 341 e no artigo 344, todos do Código de Processo Civil, além de constar o prazo legal de 15 dias úteis para contestar, cujo termo inicial fluirá a partir da audiência de conciliação, caso não se obtenha a composição entre as partes (CPC, art. 335, I). Decorrido o prazo para contestação, intime-se a parte Autora para, no prazo de 15 (quinze) dias úteis, apresentar manifestação, oportunidade em que: I – havendo revelia, deverá informar se quer produzir outras provas ou se deseja o julgamento antecipado; II – havendo contestação, manifestar-se em réplica, inclusive com contrariedade e apresentação de provas relacionadas a eventuais questões preliminares e/ou incidentais; III – sendo formulada reconvenção, com a contestação ou no seu prazo, deverá a parte Autora apresentar resposta à reconvenção. Até esta fase processual, a Secretaria deve proceder às intimações determinadas sem encaminhamento à conclusão dos autos, salvo se houver algum pedido das partes nesse sentido. No mais, defiro o pedido de gratuidade de justiça. P. I. C. Muriaé, data da assinatura eletrônica. MARCELO PICANÇO DE ANDRADE VON HELD Juiz de Direito 2ª Vara Cível da Comarca de Muriaé

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Processo nº 5004769-66.2025.4.02.5118

ID: 316693641

Tribunal: TRF2 Órgão: 4ª Vara Federal de Duque de Caxias Classe: PROCEDIMENTO DO JUIZADO ESPECIAL CíVEL Nº Processo: 5004769-66.2025.4.02.5118

Data de Disponibilização: 04/07/2025

Polo Ativo:

NEILSON ARAUJO DIAS

Polo Passivo:

DESPACHO/DECISÃO

Advogados:

DEBORA LIMA LEITE

OAB/RJ XXXXXX Desbloquear

PROCEDIMENTO DO JUIZADO ESPECIAL CÍVEL Nº 5004769-66.2025.4.02.5118/RJ AUTOR : NEILSON ARAUJO DIAS ADVOGADO(A) : DEBORA LIMA LEITE (OAB RJ234413) DESPACHO/DECISÃO Cuida-se de pedido de antecipação d… PROCEDIMENTO DO JUIZADO ESPECIAL CÍVEL Nº 5004769-66.2025.4.02.5118/RJ AUTOR : NEILSON ARAUJO DIAS ADVOGADO(A) : DEBORA LIMA LEITE (OAB RJ234413) DESPACHO/DECISÃO Cuida-se de pedido de antecipação de tutela, sendo certo que o fundamental é examinar a presença dos pressupostos do art. 300 do CPC, quais sejam, a demonstração no caso concreto do perigo da demora que implique risco de dano irreparável ou de difícil reparação e a aparência de que existe o direito alegado, que deve sempre estar presente como condicionante elementar da concessão da tutela jurisdicional, seja cautelar, seja antecipatória da providência final. Entretanto, ante a necessidade de dilação probatória, indefiro, por ora, o pedido de antecipação de tutela. Defiro o pedido de gratuidade de justiça requerida . Determino desde já a realização de investigação da situação socioeconômica da parte autora, a ser efetivada por perito assistente social. Na hipótese do parágrafo anterior , a Secretaria deverá, por meio de ato ordinatório, nomear o perito assistente social dentre aqueles cadastrados no sistema AJG e que atenda a esta Subseção de Duque de Caxias. O(a) perito(a) assistente social tem ao todo 30 (trinta) dias para a realização da perícia e entrega do seu parecer a este Juízo, a contar de sua intimação pelo sistema judicial (e-proc). O(a) perito(a) nomeado(a) deverá comparecer ao endereço declinado na inicial a fim de certificar o estado socioeconômico da parte autora, respondendo aos seguintes quesitos: a) Com que pessoas a parte autora mora, seus nomes, CPF’s, estados civis, idades, graus de parentesco com a parte autora, respectivos graus de instrução, ocupações e rendas. Incluir as informações sobre a própria parte autora. Na hipótese de renda variável, informar qual o valor diário, se for o caso, e mensal aproximado; b) Se a parte autora ou algum dos membros da família que vive junto com a parte autora recebe algum tipo de benefício da previdência social ou algum tipo de benefício assistencial do Poder Público ou da sociedade civil (bolsa de estudante, vale-gás, cesta básica etc.). Em caso positivo informar quem recebe, a origem e discriminar o valor mensal. c) Até o momento, quem e de que maneira vem garantindo a subsistência da parte autora. Caso um dos genitores não resida com o menor, deverá informar o nome completo e o CPF do respectivo genitor. d) Se a parte autora necessita fazer uso constante de algum medicamento. Em caso positivo, informar se consegue obtê-lo na rede pública de saúde ou se o adquire, informando o respectivo valor mensal gasto. e) Se a parte autora necessita de algum cuidado especial (curativos, fraldas, alimentação especial, consultas médicas, tratamentos, etc.). Em caso positivo, informar qual o custo mensal de cada um desses cuidados. f) a quantidade de cômodos que possui o imóvel; g) a descrição dos móveis e dos aparelhos eletrônicos e eletrodomésticos que guarnecem cada cômodos do imóvel, com a indicação do estado de conservação; h) o estado geral da residência, como pinturas, rebocos das paredes, possíveis infiltrações, fios e tijolos expostos etc.; i) as condições de saneamento básico do local onde se encontra o imóvel; j) as condições de infraestrutura de serviços públicos nos arredores da residência, como hospitais, transporte, escolas etc.; k) informar se o núcleo familiar possui acesso a serviços como TV por assinatura, internet, celular (pré-pago, pós-pago, com plano de dados ou não); l) informar se algum integrante da família possui plano de saúde; m) Trazer fotografias das áreas interna e externa da residência. n) Outras observações que o(a) perito(a) entender relevantes. Fica a parte autora advertida de que não haverá intimação ou expedição de telegrama para informar a data de comparecimento da assistente social no seu domicílio para a realização da perícia social. Fixo os honorários periciais do(a) perito(a) assistente social no valor de R$ 320,00 (trezentos e vinte reais), nos termos da Resolução nº CJF-RES-2014/00305, de 7 de outubro de 2014. O pagamento dos honorários será feito oportunamente, devendo a Secretaria expedir a solicitação de pagamento de honorários periciais. Em seguida, cite-se e intime-se o INSS para, em 30 (trinta) dias , responder aos termos da petição inicial e manifestar-se sobre a(s) perícia(s) realizada(s), apresentando ao Juízo proposta de conciliação ou contestação aos fatos alegados, conforme art. 11 da Lei nº 10.259/01, bem como verificar a prevenção, conforme disposto no art. 337, VI, VII e VIII do NCPC/15. Após o prazo de resposta do réu, intime-se a parte autora para que se manifeste, em 10 (dez) dias, sobre a(s) perícias(s) realizada(s), a contestação/documentos juntados pela parte ré e, ainda, sobre eventual proposta de conciliação apresentada, indicando sua aceitação ou recusa. Ao final, venham os autos conclusos para sentença. P.I.

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Processo nº 5004769-93.2025.8.08.0000

ID: 281026058

Tribunal: TJES Órgão: 030 - Gabinete Des. MARCOS VALLS FEU ROSA Classe: HABEAS CORPUS CRIMINAL Nº Processo: 5004769-93.2025.8.08.0000

Data de Disponibilização: 27/05/2025

Polo Ativo:

JEOVA ANDRADE DOS SANTOS

Polo Passivo:

Acórdão

Advogados:

ANA CAROLINA MONTI SESANA

OAB/ES XXXXXX Desbloquear

ESTADO DO ESPÍRITO SANTO PODER JUDICIÁRIO PROCESSO Nº 5004769-93.2025.8.08.0000 HABEAS CORPUS CRIMINAL (307) PACIENTE: JEOVA ANDRADE DOS SANTOS COATOR: 1 Vara Criminal de Linhares-ES RELATOR: MARCOS … ESTADO DO ESPÍRITO SANTO PODER JUDICIÁRIO PROCESSO Nº 5004769-93.2025.8.08.0000 HABEAS CORPUS CRIMINAL (307) PACIENTE: JEOVA ANDRADE DOS SANTOS COATOR: 1 Vara Criminal de Linhares-ES RELATOR: MARCOS VALLS FEU ROSA ______________________________________________________________________________________________________________________________________________ Ementa: DIREITO PROCESSUAL PENAL. HABEAS CORPUS. TRÁFICO DE DROGAS E ASSOCIAÇÃO PARA O TRÁFICO. ALEGAÇÃO DE NULIDADE DECORRENTE DE QUEBRA DA CADEIA DE CUSTÓDIA DE APARELHO CELULAR. INVIABILIDADE DE ANÁLISE NA VIA ELEITA. ORDEM DENEGADA. I. CASO EM EXAME 1. Habeas Corpus impetrado em favor do paciente, denunciado pelos crimes previstos nos arts. 33, caput, 35, caput, e 40, IV, da Lei nº 11.343/06, art. 12 da Lei nº 10.826/03, c/c arts. 29 e 69 do Código Penal, com fundamento na alegada quebra da cadeia de custódia relativa a relatório de dados extraídos de aparelho celular, requerendo o desentranhamento da prova e reconhecimento de nulidade processual. II. QUESTÃO EM DISCUSSÃO 2. A questão em discussão consiste em verificar se a alegada quebra da cadeia de custódia referente ao relatório de análise de dados extraídos do aparelho celular apreendido acarreta nulidade da prova e justifica o desentranhamento dos autos, com eventual trancamento da ação penal. III. RAZÕES DE DECIDIR 3. A análise da alegada quebra de cadeia de custódia demanda dilação probatória para averiguar eventual adulteração ou contaminação dos vestígios, o que é incabível na via estreita do habeas corpus. 4. A jurisprudência consolidada dos Tribunais Superiores reconhece que o descumprimento do procedimento do art. 158-B, VIII do CPP não gera nulidade automática da prova, sendo imprescindível a demonstração de prejuízo real ou comprometimento da confiabilidade da prova. 5. O habeas corpus, como remédio constitucional de cognição sumária, não se presta à apuração de alegações que exijam exame aprofundado de prova técnica. IV. DISPOSITIVO E TESE 6. Ordem denegada. Tese de julgamento: 1. A alegação de quebra de cadeia de custódia somente enseja nulidade da prova quando comprovada, de forma concreta, a adulteração ou manipulação do vestígio. 2. A via do habeas corpus não comporta dilação probatória necessária à verificação de vícios na cadeia de custódia. Dispositivos relevantes citados: CPP, art. 158-B, VIII. Jurisprudência relevante citada: TJES, HC nº 5017536-03.2024.8.08.0000, 2ª CCrim, Rel. Des. Subst. Rogério R. de Almeida, DJES 20.02.2025; STJ, AgRg-HC nº 932.042/AC, Relª Min. Daniela Teixeira, 5ª Turma, DJe 05.03.2025. ______________________________________________________________________________________________________________________________________________ ACÓRDÃO Decisão: À unanimidade, denegar a ordem, nos termos do voto do Relator. Órgão julgador vencedor: 030 - Gabinete Des. MARCOS VALLS FEU ROSA Composição de julgamento: 030 - Gabinete Des. MARCOS VALLS FEU ROSA - MARCOS VALLS FEU ROSA - Relator / 012 - Gabinete Des. WALACE PANDOLPHO KIFFER - WALACE PANDOLPHO KIFFER - Vogal / 020 - Gabinete Des. HELIMAR PINTO - HELIMAR PINTO - Vogal VOTOS VOGAIS 012 - Gabinete Des. WALACE PANDOLPHO KIFFER - WALACE PANDOLPHO KIFFER (Vogal) Acompanhar 020 - Gabinete Des. HELIMAR PINTO - HELIMAR PINTO (Vogal) Acompanhar ________________________________________________________________________________________________________________________________________________ VOTO VENCEDOR HABEAS CORPUS CRIMINAL Nº 5004769-93.2025.8.08.0000 IMPETRANTE: ANA CAROLINA MONTI SESANA; RAFAEL ROZA DOS SANTOS AUTORIDADE COATORA: JUÍZO DA 1ª VARA CRIMINAL DE LINHARES/ES PACIENTE: JEOVA ANDRADE DOS SANTOS RELATOR: DESEMBARGADOR MARCOS VALLS FEU ROSA VOTO Trata-se de Habeas Corpus impetrado em favor de JEOVA ANDRADE DOS SANTOS contra suposto ato coator do juízo da 1ª VARA CRIMINAL DE LINHARES/ES, nos autos do processo nº 5010711-84.2023.8.08.0030, em que foi denunciado pela suposta prática dos crimes previstos no art. 33, caput, c/c art. 35, caput, c/c art. 40, inciso IV, da Lei nº 11.343/06 c/c art. 12, da Lei Nº 10.826/03, c/c art. 29, c/c art. 69, ambos do Código Penal. O impetrante requer, em linhas gerais, que seja reconhecida a quebra de cadeia de custódia e o desentranhamento do relatório policial (fls. 28/50), uma vez que teria havido violação ao procedimento previsto no art. 158-B, VIII do Código de Processo Penal. A Procuradoria de Justiça, em parecer ao ID 13362911, opinou pela denegação da ordem. Pois bem. Extrai-se da Denúncia (ID 33139678 dos autos de conhecimento) o que se segue sobre a dinâmica dos fatos: “ Consta dos autos que serve de base para o oferecimento da presente denúncia que, no dia 24 de fevereiro de 2023, por volta das 06h20min, na Rua Guiuna, Centro, Sooretama/ES, os denunciados WESLEY DE OLIVEIRA NASCIMENTO, JEOVÁ ANDRADE DOS SANTOS e PABLO DOS SANTOS FREDERICO, vulgo “Coroa”, em comunhão de vontades e desígnios, com vontades livres e conscientes, tinham em depósito, guardavam, armazenavam e vendiam drogas sem autorização e em desacordo com determinação legal ou regulamentar, bem como associaram-se de forma estável para o fim de praticarem o tráfico de drogas, havendo emprego de arma de fogo. Não bastasse, possuíam e mantinham sob suas guardas arma de fogo e munições, de uso permitido, no interior de sua residência. Emerge dos autos que policiais civis com a finalidade de dar cumprimento a um mandado de busca e apreensão1 se dirigiram até o endereço que tinha como alvo o denunciado JEOVÁ ANDRADE DOS SANTOS. Ao chegarem no imóvel, JEOVÁ não se encontrava no local, existindo claros sinais de que uma pessoa teria se evadido do local antes da chegada da polícia. A residência encontrava-se vazia, momento em que os policiais solicitaram que dois vizinhos acompanhassem as diligências. Iniciada as buscas, foi encontrado 01 (um) revólver, marca Taurus, calibre 32, número de série 6043459; 01 (uma) bucha de maconha; 02 (dois) pedaços de maconha; 01 (uma) sacola com pinos para embalo de cocaína vazios; sacos plásticos para embalo de drogas; 02 (duas) balanças de precisão; 01 (um) aparelho celular, marca Samsung, cor azul desbloqueado e diversos documentos do denunciado JEOVÁ ANDRADE DOS SANTOS. Evidenciou-se que no imóvel alvo residia o denunciado JEOVÁ ANDRADE DOS SANTOS, que estava no comando do tráfico de drogas na região conhecida como “Baixada” em Sooretama/ES e recebia ordens do denunciado PABLO DOS SANTOS FREDERICO, vulgo “Coroa”, que, na época dos fatos, estava foragido da justiça. Com a apreensão do aparelho celular do denunciado JEOVÁ ANDRADE DOS SANTOS, e com autorização judicial, foi confeccionado Relatório de Análise de Dados de Aparelho Celular, que deixou evidente que os denunciados WESLEY DE OLIVEIRA NASCIMENTO, JEOVÁ ANDRADE DOS SANTOS e PABLO DOS SANTOS FREDERICO, vulgo “Coroa” integram o grupo criminoso da região da “Baixada” em Sooretama/ES. […] Assim, verifica-se que, pelas circunstâncias dos fatos, pela quantidade de drogas apreendidas, além das demais informações dos autos comprovam que os denunciados se associaram para praticarem o tráfico de drogas. Autoria e materialidade extraídas do Inquérito Policial (ID 32797936): Boletim Unificado N° 50368808 (fls.03/06); Relatório de Investigação (fls.15/20); Formulário de Cadeia de Custódia (fls.22/25); Auto de Apreensão Nº 538.3.00158/2023 (fls.26/27); Relatório de Análise de Dados de Aparelho Celular (fls.28/50); Laudo de Exame de Arma de Fogo – Laudo Pericial Nº 4.390/2023 (fls.52/57); Laudo Toxicológico (fls.62/63); Relatório Final (fls.64/66), bem como as provas testemunhais e demais documentos que instruem o presente Inquérito Policial. Diante do exposto, incorreram os denunciados WESLEY DE OLIVEIRA NASCIMENTO, JEOVÁ ANDRADE DOS SANTOS e PABLO DOS SANTOS FREDERICO, vulgo “Coroa”, nas sanções penais previstas no artigo 33, caput, c/c artigo 35, caput, c/c artigo 40, inciso IV, da Lei Nº 11.343/06 c/c artigo 12, da Lei Nº 10.826/03, c/c artigo 29, c/c artigo 69, ambos do Código Penal. [...]” Vejamos a argumentação utilizada na decisão apontada como ato coator (ID 12938805), que não reconheceu nulidade referente à suposta quebra de cadeia de custódia: […] Outrossim, em relação à arguição de nulidade referente à suposta quebra da cadeia de custódia, também arguida na Resposta à Acusação apresentada em favor do réu JEOVÁ ANDRADE DOS SANTOS no ID 48842181, verifica-se não ser o caso de acolhimento. Nesse sentido, observa-se que, com cumprimento do mandado de busca e apreensão, os Policiais Civis lograram êxito em localizar 01 (um) aparelho celular, sendo que o procedimento ocorreu dentro da previsão legal, eis que houve autorização judicial para a realização do acesso e extração de todo conteúdo constante no aparelho celular, conforme se depreende da Decisão proferida nos autos da Cautelar Inominada Criminal n. 0000610-73.2023.8.08.0030 (fl. 07 do ID 32797936). Em relação ao argumento defensivo de suposta inobservância dos procedimentos técnicos necessários para o manuseio de provas, verifica-se que não houve a caracterização das referidas irregularidades. Com efeito, conforme se depreende do Relatório de Análise de Dados de Aparelho Celular encartado às fls. 28/50, observa-se que as imagens foram retratadas sem qualquer indicativo de adulteração, sendo as informações obtidas checadas com outras ferramentas, tais como o uso de sistema(s) disponível(eis) à Delegacia de Polícia e às diligências com outras Unidades Policiais, a exemplo de consultas à(s) operadora(s) de telefonia, para aferir a propriedade dos números integrantes nas conversas. Demais disso, deve ser ressaltado que “não há qualquer ilegalidade nas provas decorrentes de prints de Whatsapp, uma vez que tal meio de prova é válido até para sustentar uma condenação criminal, sendo, a fortiori, viável sua utilização para a deflagração da ação penal e para sustentar a decretação de medidas cautelares em face do acusado” (Habeas Corpus Criminal n. 5002210- 37.2023.8.08.0000, 1ª Câmara Criminal, julgado em 29/06/2023. Des. Rel. EDER PONTES DA SILVA). Obtempere-se, ainda, que, à luz do art. 563 do CPP, vigora no processo penal o princípio da instrumentalidade das formas, segundo o qual não haverá nulidade sem a ocorrência de prejuízo, materializando, tal dispositivo, a máxima francesa ne pas de nulitté sans grief, de modo que, no caso em tela, a d. Defesa não logrou êxito em comprovar o prejuízo. Nesse sentido, vale citar os seguintes julgados acerca do tema: “[…] 3. A alegação de quebra da cadeia de custódia não se sustenta apenas pela ausência de lacre ou ficha de acompanhamento dos objetos apreendidos. Para configurar a nulidade da prova, é necessário demonstrar, de forma concreta, a adulteração ou contaminação dos vestígios. No caso, não há qualquer indício ou prova de que os materiais tenham sido manipulados de forma indevida ou alterados, e a defesa não conseguiu demonstrar prejuízo ou irregularidades capazes de invalidar a prova. 4. A jurisprudência desta Corte tem entendimento pacificado de que a simples ausência de lacre ou ficha de acompanhamento não implica, por si só, na nulidade da prova, sendo necessário comprovar a adulteração dos vestígios. (STJ, HC n. 902.361/RJ, relatora Ministra Daniela Teixeira, Quinta Turma, julgado em 12/11/2024, DJe de 19/11/2024.) […] 3. A Lei nº 13.721/2018, ao estabelecer a cadeia de custódia, visa a preservar a idoneidade de todo o processo de produção da prova, documentando a história cronológica do vestígio, rastreando sua posse e manuseio e permitindo que a prova seja levada à análise judicial livre de interferências que possam comprometer sua confiabilidade. A despeito da normatização dos procedimentos a serem observados, é certo que eventual nulidade emergente de impropriedades no tratamento do vestígio somente ocorrerá se a parte demonstrar o risco concreto de que as provas tenham sido adulteradas. Na espécie, a defesa apenas se insurge contra a forma de tratamento do vestígio, em momento algum indicando possível adulteração ou fabricação de elementos de prova falsos [...] 10. Recursos conhecidos e desprovidos. (TJES; APCr 0005645-42.2021.8.08.0011; Primeira Câmara Criminal; Rel. Des. Fernando Zardini Antonio; Publ. 08/02/2024) - grifei Posto isso, afasto as nulidades arguidas pela d. Defesa do réu JEOVÁ ANDRADE DOS SANTOS, indefiro o desentranhamento pleiteado e determino o prosseguimento do feito. Cumpre destacar que a inobservância de algum dos procedimentos previstos no artigo 158-B do Código de Processo Penal, por si só, não tem o condão de, automaticamente, macular a prova, cumprindo avaliar, no caso concreto, se o elemento probatório realmente teve a sua confiabilidade prejudicada. Os julgados colacionados na decisão supramencionada demonstram o atual posicionamento jurisprudencial nesse sentido. O alegado prejuízo apontado pelos impetrantes não é concreto, somente podendo ser verificado após o encerramento da instrução criminal. O Habeas Corpus é um remédio constitucional de rito célere, pois é via de cognição sumária, que demanda prova pré-constituída e se destina, em regra, a tutelar o direito de ir, vir e permanecer. Não se trata, portanto, do instrumento adequado para analisar e decidir sobre questões que exigem exame de prova, na medida em que não comporta o aprofundamento necessário, que deve ser realizado nos autos de origem. Nesse sentido, tem decidido este e. Tribunal e o Superior Tribunal de Justiça: HABEAS CORPUS. TRÁFICO DE DROGAS E ASSOCIAÇÃO CRIMINOSA. PRISÃO PREVENTIVA. ALEGAÇÃO DE QUEBRA DA CADEIA DE CUSTÓDIA DAS PROVAS DIGITAIS. INVIABILIDADE DE ANÁLISE EM SEDE DE HABEAS CORPUS. DECISÃO FUNDAMENTADA NA GARANTIA DA ORDEM PÚBLICA. ORDEM DENEGADA. Alegação de quebra da cadeia de custódia das provas digitais demanda dilação probatória, sendo inviável sua análise na via do habeas corpus. A prisão preventiva está devidamente fundamentada na gravidade em concreto do delito e na garantia da ordem pública, inexistindo constrangimento ilegal. Ordem denegada. (TJES; HC 5017536-03.2024.8.08.0000; Segunda Câmara Criminal; REl. Des. Subst. Rogerio Rodrigues de Almeida; DJES 20/02/2025,) - destaquei DIREITO PROCESSUAL PENAL. AGRAVO REGIMENTAL EM HABEAS CORPUS. ORGANIZAÇÃO CRIMINOSA. QUEBRA DA CADEIA DE CUSTÓDIA. NECESSIDADE DE DILAÇÃO PROBATÓRIA. TRANCAMENTO DA AÇÃO PENAL. MEDIDA EXCEPCIONAL. PRISÃO PREVENTIVA. FUNDAMENTAÇÃO IDÔNEA. RISCO DE REITERAÇÃO DELITIVA. MEDIDAS CAUTELARES INSUFICIENTES. AUSÊNCIA DE ILEGALIDADE MANIFESTA. RECURSO DESPROVIDO. I. CASO EM EXAME 1. Agravo regimental interposto contra decisão monocrática que não conheceu de habeas corpus impetrado em favor do paciente, denunciado pela suposta prática dos crimes previstos no art. 2º, §§ 2º e 4º, I e IV, da Lei n. 12.850/2013, c/c o art. 1º, parágrafo único, V, da Lei n. 8.072/1990. A defesa alegou nulidade das provas obtidas a partir da apreensão de aparelho celular de corréu, por suposta quebra da cadeia de custódia, além da inexistência de justa causa para a ação penal e da ausência dos requisitos para a manutenção da prisão preventiva. II. QUESTÃO EM DISCUSSÃO 2. Há três questões em discussão: (I) verificar se há nulidade das provas obtidas a partir da apreensão de aparelho celular de corréu por quebra da cadeia de custódia; (II) definir se há justa causa para a ação penal e se o trancamento é cabível na via do habeas corpus; e (III) estabelecer se a prisão preventiva do paciente deve ser revogada ou substituída por medidas cautelares alternativas. III. RAZÕES DE DECIDIR 3. A alegação de quebra da cadeia de custódia da prova demanda dilação probatória, incompatível com a via do habeas corpus, sendo a instrução processual o meio adequado para avaliar a integridade e autenticidade das provas. 4. O trancamento da ação penal é medida excepcional, somente cabível quando demonstrada, de plano, a atipicidade da conduta, a inexistência de justa causa ou a presença de causa extintiva da punibilidade, o que não se verifica no caso. 5. A prisão preventiva do paciente está fundamentada na necessidade de garantia da ordem pública, considerando a gravidade concreta da conduta e o risco de reiteração delitiva, evidenciado pelo suposto envolvimento do paciente com organização criminosa. 6. Medidas cautelares diversas da prisão são insuficientes para assegurar a interrupção das atividades ilícitas, conforme entendimento pacífico desta Corte. 7. A existência de condições pessoais favoráveis não impede a manutenção da prisão preventiva quando demonstrada a sua necessidade. lV. DISPOSITIVO E TESE 8. Recurso desprovido. (STJ; AgRg-HC 932.042/AC; Proc. 2024/0275996-7; Quinta Turma; Relª Min. Daniela Teixeira; DJE 05/03/2025) - destaquei Por tudo até aqui exposto, concluo que não há quaisquer elementos nos autos que apontem para uma flagrante ilegalidade ou desnecessidade na imposição de tal medida cautelar. Não merece prosperar, de igual forma, o pleito pelo trancamento da ação penal por atipicidade do crime de estelionato. Diante do exposto, DENEGO A ORDEM. É como voto. _________________________________________________________________________________________________________________________________ VOTOS ESCRITOS (EXCETO VOTO VENCEDOR) Acompanho o E. Relator. É como voto. Acompanho o E. Relator para denegar a ordem.

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Processo nº 5006127-47.2024.8.13.0693

ID: 257724813

Tribunal: TJMG Órgão: 3ª Vara Cível da Comarca de Três Corações Classe: PROCEDIMENTO COMUM CíVEL Nº Processo: 5006127-47.2024.8.13.0693

Data de Disponibilização: 16/04/2025

Polo Ativo:

Polo Passivo:

BANCO ITAU UNIBANCO S/A

Intimação

Advogados:

RENATO CHAGAS CORREA DA SILVA

OAB/MG XXXXXX Desbloquear

PODER JUDICIÁRIO DO ESTADO DE MINAS GERAIS -Justiça de Primeira Instância- Comarca de Três Corações / 3ª Vara Cível da Comarca de Três Corações CONRADO GROSSI DANGELO, 509, MORADA DO SOL, Três Coraçõ… PODER JUDICIÁRIO DO ESTADO DE MINAS GERAIS -Justiça de Primeira Instância- Comarca de Três Corações / 3ª Vara Cível da Comarca de Três Corações CONRADO GROSSI DANGELO, 509, MORADA DO SOL, Três Corações - MG - CEP: 37418-050 PROCESSO Nº: 5006127-47.2024.8.13.0693 CLASSE: [CÍVEL] PROCEDIMENTO COMUM CÍVEL (7) ASSUNTO: [Defeito, nulidade ou anulação, Indenização por Dano Moral, Indenização por Dano Material, Bancários] AUTOR: MARIA DO CARMO SALES FONSECA CPF: 002.790.816-00 e outros RÉU: BANCO ITAU UNIBANCO S/A CPF: 60.701.190/0001-04 SENTENÇA Vistos. Trata-se de PEDIDO DECLARATÓRIO CUMULADO COM INDENIZAÇÃO POR DANOS MATERIAIS E MORAIS proposto por MARIA DO CARMO SALES FONSECA e JOSÉ WAGNER FONSECA em desfavor de BANCO ITAU UNIBANCO S/A. Os autores, em sua petição inicial, narraram que são titulares de conta poupança conjunta mantida junto à instituição financeira ré, agência 1501, conta 51166-9/500. Alegaram que, em outubro de 2023, identificaram um débito no valor de R$ 22,30, referente a uma suposta tarifa de pacote de serviços (04 TAR PACOTE), e em novembro de 2023, um desconto de R$ 30,00, relativo a um suposto título de capitalização (29 CAP PIC). Sustentaram que jamais contrataram o referido título de capitalização e que não foram informados sobre a tarifa de serviço no momento da abertura da conta. Diante disso, postularam a declaração de inexistência do contrato de título de capitalização, a condenação do réu à restituição em dobro dos valores indevidamente debitados, bem como ao pagamento de indenização por danos morais. O réu, em sua contestação (ID 10301195541), argumentou que a adesão aos produtos e serviços ocorreu com a anuência dos autores. Asseverou que, em 27/05/2022, os autores optaram pela alteração do pacote para Conta com Pacote Itaú Poupança 4.0 e que o título de capitalização foi adquirido em 29/11/2023, mediante a utilização de cartão magnético com chip e digitação de senha pessoal. Relatou que todas as informações sobre os produtos foram devidamente prestadas no momento da contratação. Impugnou os pedidos de restituição de valores e de indenização por danos morais, pugnando pela total improcedência dos pedidos formulados na inicial. Houve réplica (fls. [número das folhas]), na qual o autor refutou os argumentos da defesa e reiterou os termos da inicial. Instadas a especificarem as provas que pretendiam produzir, a parte autora requereu a produção de prova testemunhal (IDs 10334505039), enquanto a parte ré pugnou pelo julgamento antecipado da lide (ID 10331291498). É o relato do essencial. DECIDO. As questões controvertidas estão suficientemente elucidadas pelos documentos juntados pelas partes, estando o processo em condição de receber julgamento. Assim, passo, de imediato, à análise das questões preliminares e ao julgamento antecipado do mérito, em conformidade com o disposto no artigo 355, inciso I, do CPC. DO REQUERIMENTO DE PROVA No tocante ao pedido de produção de prova oral, entendo que este deve ser indeferido. A análise dos autos revela que a controvérsia posta encontra-se suficientemente instruída com os documentos acostados pelas partes, os quais permitem a adequada apreciação do mérito da demanda, tornando desnecessária a dilação probatória pretendida. Ademais, a própria parte autora, ao justificar o rol de testemunhas, reconhece que estas atuarão na qualidade de meros informantes, o que, por si só, atenua o valor probante desses depoimentos, visto que não serão colhidos sob o compromisso legal de dizer a verdade, circunstância que enfraquece o conteúdo probatório almejado. Nesse contexto, diante da suficiência da prova documental e da natureza das testemunhas arroladas, revela-se despicienda a produção da prova oral requerida, de modo que a indefiro. DO MÉRITO Inicialmente, cumpre registrar que a relação jurídica estabelecida entre as partes é nitidamente de consumo, encontrando-se os autores na condição de consumidores e o réu na de fornecedor de serviços, nos termos dos artigos 2º e 3º do Código de Defesa do Consumidor (Lei nº 8.078/90). A Súmula 297 do Superior Tribunal de Justiça é clara ao dispor que "O Código de Defesa do Consumidor é aplicável às instituições financeiras". Nesse contexto, a responsabilidade do fornecedor por eventuais danos causados ao consumidor é objetiva, fundada na teoria do risco do empreendimento, conforme preceitua o artigo 14 do CDC. Isso significa que o fornecedor responde, independentemente da existência de culpa, pela reparação dos danos causados aos consumidores por defeitos relativos à prestação dos serviços, bem como por informações insuficientes ou inadequadas sobre sua fruição e riscos. DA VALIDADE DA CONTRATAÇÃO DO PACOTE DE SERVIÇOS E DO TÍTULO DE CAPITALIZAÇÃO A controvérsia central da presente demanda reside em verificar a validade da contratação do Pacote de Serviços "Itaú Poupança 4.0" e do Título de Capitalização "PIC", e, consequentemente, a legitimidade dos descontos efetuados na conta poupança dos autores. Os autores negam veementemente ter celebrado os referidos contratos, imputando à instituição financeira ré a responsabilidade pelos débitos ocorridos em sua conta. Por outro lado, a instituição financeira ré defende a plena regularidade da contratação, sustentando que a adesão aos produtos financeiros se deu por meio de mecanismos seguros, como o uso de cartão e senha pessoal, e mediante a assinatura do respectivo termo de adesão. Analisando detidamente o conjunto probatório, verifica-se que a versão apresentada pelo réu encontra respaldo nos documentos juntados aos autos. Quanto ao Pacote de Serviços "Itaú Poupança 4.0", o réu demonstrou (IDs 10301197683 e 10357917448) que a parte autora aderiu ao pacote em 27/05/2022, mediante a utilização de cartão magnético com chip e digitação de senha pessoal no Terminal do Caixa (TCX). O réu apresentou a tela sistêmica do produto (GS04) e o comprovante de contratação/alteração de pacote, indicando que a parte autora acessou o Terminal do Caixa com seu cartão e senha, prosseguindo com a escolha dos detalhamentos da transação. Em relação ao Título de Capitalização "PIC", o réu comprovou (IDs 10301194356 e 10357917448) que a contratação ocorreu em 29/11/2023, também por meio de Terminal do Caixa, com a utilização de cartão magnético com chip e digitação de senha pessoal. O réu apresentou o comprovante de registro da operação, indicando que a adesão se deu em ambiente seguro, com a validação do cartão e senha da correntista. Os extratos da conta poupança (IDs 10262060662 e 10262074932) demonstram que os descontos referentes ao Pacote de Serviços e ao Título de Capitalização foram realizados de forma regular, em cumprimento às obrigações contratualmente assumidas pelos autores. A alegação de que os autores não contrataram os serviços e que desconheciam as cobranças não se sustenta diante das provas apresentadas pelo réu. A utilização de cartão magnético com chip e senha pessoal para a adesão aos produtos financeiros gera uma presunção de legitimidade da transação e de manifestação de vontade do correntista. Ademais, causa estranheza o fato de que os autores efetuaram o pagamento das parcelas do Título de Capitalização por diversos meses, sem apresentar qualquer oposição ou reclamação administrativa. Tal conduta demonstra a aceitação tácita dos termos contratados e a ausência de vício de consentimento. Nesse sentido, a jurisprudência tem se posicionado de forma a validar contratações realizadas com o uso de cartão e senha pessoal, mesmo por pessoas com baixo grau de instrução, quando não comprovado vício de consentimento ou falha na segurança do sistema bancário. Conforme precedente relevante sobre tema similar: APELAÇÃO CÍVEL - AÇÃO DECLARATÓRIA C/C INDENIZAÇÃO - PRELIMINAR - CERCEAMENTO DE DEFESA - INOCORRÊNCIA - TÍTULO DE CAPITALIZAÇÃO - PIC - DESCONTOS MENSAIS - CONTRATAÇÃO COMPROVADA - AUSÊNCIA DE FALHA NA PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS - OPERAÇÃO EM TERMINAL PRESENCIAL DE CAIXA - USO DE CARTÃO MAGNÉTICO E SENHA PESSOAL - RECURSO DESPROVIDO - SENTENÇA MANTIDA. I - Impõe-se ao magistrado, na condução do processo, observância aos princípios da ampla defesa e do contraditório, constitucionalmente assegurados no art.5, LV da CR/88, sob pena de nulidade. Contudo, estes devem ser sopesados frente ao também constitucional direito à duração razoável do processo (art.5º, LXXVIII), cabendo-lhe, portanto, a função de indeferir ou dispensar a realização de provas desnecessárias ao deslinde do feito, sem que isso configure cerceamento de defesa. II - Verificada a existência de contrato firmado entre as partes, que ensejou os descontos realizados na conta corrente da parte autora, não há que se falar em ilegalidade dos mesmos, tampouco em condenação ao pagamento de indenização por danos morais e materiais ao requerente. IV - Em casos como o presente, (nos quais é negada a contratação, mas é utilizado cartão e senha pessoal, comparecimento pessoal na agência e biometria ), não havendo notícias de violência contra o correntista, obrigando-o a informar os dados pessoais, não há como responsabilizar a instituição financeira por eventuais saques ou contratações. V - O analfabetismo/semianalfabetismo não constitui incapacidade de realizar contratos e firmar relações jurídicas e, não pode se transmudar numa blindagem que culmina em um desenfreado pedido anulações contratuais baseado nesta limitação. (TJMG - Apelação Cível 1.0000.24.478091-2/001, Relator(a): Des.(a) João Cancio , 18ª CÂMARA CÍVEL, julgamento em 04/02/2025, publicação da súmula em 11/02/2025) O entendimento exarado no julgado supracitado amolda-se perfeitamente à situação dos autos. Havendo prova da contratação, formalizada por meio da utilização de meios eletrônicos seguros (cartão e senha), e não tendo os autores comprovado qualquer vício que macule sua manifestação de vontade ou falha na prestação do serviço bancário, não há como acolher a tese de inexistência ou nulidade dos contratos. Portanto, diante da comprovação da existência e validade da contratação do Pacote de Serviços "Itaú Poupança 4.0" e do Título de Capitalização "PIC", os descontos efetuados na conta corrente dos autores mostram-se legítimos, pois decorrentes do cumprimento de obrigação contratualmente assumida. Uma vez reconhecida a validade da contratação e a legitimidade dos descontos, conclui-se pela inexistência de ato ilícito praticado pela instituição financeira ré. A cobrança das parcelas do Pacote de Serviços e do Título de Capitalização nada mais é do que o exercício regular de um direito (artigo 188, I, do Código Civil), decorrente dos contratos firmados entre as partes. Ausente o ato ilícito, pressuposto fundamental da responsabilidade civil (artigos 186 e 927 do Código Civil), não há que se falar em dever de indenizar, seja a título de danos materiais (restituição de valores), seja a título de danos morais. Os pedidos indenizatórios formulados pelos autores carecem, portanto, de fundamento fático e jurídico. A improcedência dos pedidos é, pois, medida que se impõe. ANTE O EXPOSTO, JULGO IMPROCEDENTE O PEDIDO formulado por MARIA DO CARMO SALES FONSECA e JOSÉ WAGNER FONSECA em desfavor de BANCO ITAU UNIBANCO S/A, Condeno a parte autora ao pagamento das custas processuais e dos honorários advocatícios, os quais fixo em 10% (dez por cento) sobre o valor atualizado da causa, nos termos do artigo 85, §2º, do CPC. Suspensa a exigibilidade, em razão da gratuidade de justiça deferida. Via de consequência, JULGO EXTINTO O PROCESSO COM RESOLUÇÃO DO MÉRITO, com fundamento no artigo 487, inciso I, do Código de Processo Civil. Havendo interposição de recurso de apelação, dê-se vista à parte contrária para contrarrazões e, posteriormente, remetam-se os autos ao eg. TJMG, com nossas homenagens. I. Cumpra-se. REGINALDO MIKIO NAKAJIMA Juiz de Direito

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Processo nº 5004769-36.2023.4.03.6338

ID: 277516589

Tribunal: TRF3 Órgão: 2ª Vara Gabinete JEF de São Bernardo do Campo Classe: PROCEDIMENTO DO JUIZADO ESPECIAL CíVEL Nº Processo: 5004769-36.2023.4.03.6338

Data de Disponibilização: 23/05/2025

Polo Ativo:

HILARIO PINTO DA FONSECA

Polo Passivo:

Sentença

Advogados:

MARIA APARECIDA LISBOA

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PODER JUDICIÁRIO JUIZADO ESPECIAL FEDERAL DA 3ª REGIÃO PROCEDIMENTO DO JUIZADO ESPECIAL CÍVEL (436) Nº 5004769-36.2023.4.03.6338 / 2ª Vara Gabinete JEF de São Bernardo do Campo AUTOR: HILARIO PINTO D… PODER JUDICIÁRIO JUIZADO ESPECIAL FEDERAL DA 3ª REGIÃO PROCEDIMENTO DO JUIZADO ESPECIAL CÍVEL (436) Nº 5004769-36.2023.4.03.6338 / 2ª Vara Gabinete JEF de São Bernardo do Campo AUTOR: HILARIO PINTO DA FONSECA Advogado do(a) AUTOR: MARIA APARECIDA LISBOA - SP257709 REU: CAIXA ECONOMICA FEDERAL - CEF SENTENÇA A parte autora postula em face da CAIXA ECONÔMICA FEDERAL, objetivando a aplicação do INPC ou IPCA, ou ainda qualquer outro índice mais favorável, no cálculo de correção do saldo de sua conta do FGTS. Aduz, em breve síntese, que a TR não remunera adequadamente o saldo de sua conta do FGTS, razão pela qual postula pela substituição. É o sucinto relatório, inclusive dispensado nos termos do artigo 38 da Lei 9.099/95. O feito comporta julgamento de improcedência liminar do pedido, nos termos do art. 332, II, do CPC, consubstanciada na decisão definitiva de mérito proferida pelo E. STJ no REsp 1.614.874/SC, corroborada pelo E. STF na ADI 5090 em data recente. Da manutenção da suspensão. Não cabe mais a manutenção da suspensão do processo. O STF já decidiu que, uma vez julgada a questão constitucional pelo seu Plenário “outra solução não cabe senão a de se dar efetivo cumprimento ao que foi decidido pelo Supremo Tribunal Federal, ficando sem objeto a suspensão nacional determinada quando da apreciação do pedido liminar” (Rcl 53462 AgR, Primeira Turma, Relator Min. DIAS TOFFOLI, Julgamento: 03/10/2022). A publicação da ata de julgamento contendo a tese de julgamento da ADI 5090, definida em sessão plenária no Supremo Tribunal Federal, é suficiente para autorizar a retomada do curso dos processos e o julgamento do mérito dos processos individuais que versem sobre a matéria, independentemente da publicação do acórdão ou do trânsito em julgado, conforme interpretação do próprio Supremo Tribunal Federal. Cito precedente: “Ementa: Direito Processual Civil. Agravo interno em reclamação. Aplicação imediata das decisões do STF. Desnecessidade de aguardar o trânsito em julgado. 1. As decisões proferidas por esta Corte são de observância imediata. Portanto, não é necessário aguardar o trânsito em julgado do acórdão paradigma para aplicação da sistemática da repercussão geral. Precedentes. 2. Agravo interno a que se nega provimento, com aplicação da multa prevista no art. 1.021, § 4º, do CPC/2015, em caso de decisão unânime” (Rcl 30003 AgR, Relator (a): ROBERTO BARROSO, Primeira Turma, julgado em 04/06/2018, PROCESSO ELETRÔNICO DJe-116 DIVULG 12-06-2018 PUBLIC 13-06-2018)” Neste sentido, o art. 1040, inc. III, do Código de Processo Civil: Art. 1.040. Publicado o acórdão paradigma: (...) III - os processos suspensos em primeiro e segundo graus de jurisdição retomarão o curso para julgamento e aplicação da tese firmada pelo tribunal superior; Passo a análise do mérito. O Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) foi criado para proteger o trabalhador demitido sem justa causa, em substituição, por opção do trabalhador à época, à estabilidade decenal prevista no artigo 492 da CLT. Após a promulgação da Constituição Federal de 1988, o FGTS passou a ser direito social, elencado no rol dos Direitos e Garantias Fundamentais, no art. 7º, III, da CF/88, perdendo sua natureza opcional. Regulamentando a matéria constitucional, a Lei 8.036/90 disciplinou a cobrança do FGTS, fixando como recursos incorporados ao fundo, a correção monetária e os juros, de modo a assegurar a cobertura de suas obrigações. Neste sentido, encontra-se o disposto nos artigos 2º e 13 da Lei 8.036/90. Por sua vez, os artigos 17 e 18, da Lei 8.177/91, traduzem com precisão a correlação dos índices de correção utilizados nas contas do FGTS e o saldo devedor dos financiamentos imobiliários pelo SFH (Sistema Financeiro da Habitação), in verbis: Art. 17. A partir de fevereiro de 1991, os saldos das contas do Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS) passam a ser remunerados pela taxa aplicável à remuneração básica dos depósitos de poupança com data de aniversário no dia 1º, observada a periodicidade mensal para remuneração. (...) Art. 18. Os saldos devedores e as prestações dos contratos celebrados até 24 de novembro de 1986 por entidades integrantes dos Sistemas Financeiros da Habitação e do Saneamento (SFH e SFS), com cláusula de atualização monetária pela variação da UPC, da OTN, do Salário Mínimo ou do Salário Mínimo de Referência, passam, a partir de fevereiro de 1991, a ser atualizados pela taxa aplicável à remuneração básica dos Depósitos de Poupança com data de aniversário no dia 1º, mantidas a periodicidade e as taxas de juros estabelecidas contratualmente. § 1º Os saldos devedores e as prestações dos contratos celebrados no período de 25 de novembro de 1986 a 31 de janeiro de 1991 pelas entidades mencionadas neste artigo, com recursos de depósitos de poupança, passam, a partir de fevereiro de 1991, a ser atualizados mensalmente pela taxa aplicável à remuneração básica dos Depósitos de Poupança com data de aniversário no dia de assinatura dos respectivos contratos. § 2º Os contratos celebrados a partir da vigência da medida provisória que deu origem a esta lei pelas entidades mencionadas neste artigo, com recursos de Depósitos de Poupança, terão cláusula de atualização pela remuneração básica aplicável aos Depósitos de Poupança com data de aniversário no dia de assinatura dos respectivos contratos. De tal modo, logo se vê que a correção monetária dos recursos do FGTS está intimamente ligada à correção dos saldos devedores do SFH, subsidiado com os recursos do FGTS, de modo que alterar o índice de correção monetária de um instituto (FGTS), sem alterar o índice de correção monetária do outro (SFH), ensejaria desequilíbrio nas contas de custeio dos recursos da habitação, hipótese não desejada pela Constituição da República. As ações veiculando a pretensão de alteração do índice de correção monetária do FGTS estiveram por muito tempo suspensas, por força da decisão monocrática proferida no REsp 1.614.874/SC, que determinou a suspensão dos processos que versavam sobre o tema. Contudo, em 11/04/2018, pacificando a controvérsia em sede de Recurso Especial Repetitivo (art. 1.036 do CPC/2015), a 1ª Seção do STJ, de forma unânime, decidiu que “A remuneração das contas vinculadas ao FGTS tem disciplina própria, ditada por lei, que estabelece a TR como forma de atualização monetária, sendo vedado, portanto, ao Poder Judiciário substituir o mencionado índice.” (REsp 1.614.874/SC). Retornados os autos ao sobrestamento, em 12 de junho de 2024, o Supremo Tribunal Federal concluiu o julgamento da Ação Direta de Inconstitucionalidade – ADI 5090, cujo resultado ficou assim sintetizado na certidão de julgamento: “O Tribunal, por maioria e nos termos do voto médio do Ministro Flávio Dino, Redator para o acórdão, julgou parcialmente procedente o pedido formulado na ação direta, com atribuição de efeitos ex nunc, a contar da publicação da ata de julgamento, estabelecendo o seguinte entendimento: a) Remuneração das contas vinculadas na forma legal (TR + 3% a.a. + distribuição dos resultados auferidos) em valor que garanta, no mínimo, o índice oficial de inflação (IPCA) em todos os exercícios; e b) Nos anos em que a remuneração das contas vinculadas ao FGTS não alcançar o IPCA, caberá ao Conselho Curador do Fundo (art. 3º da Lei nº 8.036/1990) determinar a forma de compensação. Vencidos os Ministros Luís Roberto Barroso (Presidente e Relator), André Mendonça, Nunes Marques e Edson Fachin, que julgavam parcialmente procedente o pedido para declarar que a remuneração das contas do FGTS não pode ser inferior à da caderneta de poupança, modulando os efeitos para os novos depósitos efetuados a partir de 2025. Ficaram vencidos parcialmente os Ministros Cristiano Zanin, Alexandre de Moraes, Dias Toffoli e Gilmar Mendes, que julgavam inteiramente improcedente o pedido. Plenário, 12.6.2024.” Em virtude dos efeitos vinculantes das decisões do STF em ação direta de inconstitucionalidade, que se produzem perante a Administração e os órgãos do Poder Judiciário, a partir de agora a correção das contas de FGTS passará automaticamente a ser feita na forma estabelecida. Por outro lado, considerando os efeitos somente para o futuro (“ex nunc”) estabelecidos pelo STF, não há quaisquer diferenças relativas ao passado, razão pela qual não há como vingar a tese inaugural. Por fim, os embargos de declaração opostos foram rejeitados, por unanimidade, conforme julgamento realizado no dia 28/03/2025, DJE 03/04/2025, de forma que não houve alteração da tese fixada, sendo de rigor o julgamento do feito. DISPOSITIVO Ante o exposto, JULGO IMPROCEDENTE O PEDIDO, com resolução do mérito, nos termos do artigo 332, II, c.c. artigo 487, I, do CPC, nos termos da fundamentação supra. Ficam prequestionados todos os dispositivos normativos já expressamente invocados pelas partes. Sem custas e sem honorários nesta instância. Defiro a justiça gratuita. Com o trânsito em julgado, arquivem-se os autos, com as baixas e anotações de praxe. Sentença registrada eletronicamente. Intimem-se. Cumpra-se. São Bernardo do Campo, data registrada no sistema.

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Processo nº 5004769-36.2023.4.03.6338

ID: 277516599

Tribunal: TRF3 Órgão: 2ª Vara Gabinete JEF de São Bernardo do Campo Classe: PROCEDIMENTO DO JUIZADO ESPECIAL CíVEL Nº Processo: 5004769-36.2023.4.03.6338

Data de Disponibilização: 23/05/2025

Polo Ativo:

INTEGRAçãO DJEN-TRF3

Polo Passivo:

Sentença

Advogados:

MARIA APARECIDA LISBOA

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PODER JUDICIÁRIO JUIZADO ESPECIAL FEDERAL DA 3ª REGIÃO PROCEDIMENTO DO JUIZADO ESPECIAL CÍVEL (436) Nº 5004769-36.2023.4.03.6338 / 2ª Vara Gabinete JEF de São Bernardo do Campo AUTOR: HILARIO PINTO D… PODER JUDICIÁRIO JUIZADO ESPECIAL FEDERAL DA 3ª REGIÃO PROCEDIMENTO DO JUIZADO ESPECIAL CÍVEL (436) Nº 5004769-36.2023.4.03.6338 / 2ª Vara Gabinete JEF de São Bernardo do Campo AUTOR: HILARIO PINTO DA FONSECA Advogado do(a) AUTOR: MARIA APARECIDA LISBOA - SP257709 REU: CAIXA ECONOMICA FEDERAL - CEF SENTENÇA A parte autora postula em face da CAIXA ECONÔMICA FEDERAL, objetivando a aplicação do INPC ou IPCA, ou ainda qualquer outro índice mais favorável, no cálculo de correção do saldo de sua conta do FGTS. Aduz, em breve síntese, que a TR não remunera adequadamente o saldo de sua conta do FGTS, razão pela qual postula pela substituição. É o sucinto relatório, inclusive dispensado nos termos do artigo 38 da Lei 9.099/95. O feito comporta julgamento de improcedência liminar do pedido, nos termos do art. 332, II, do CPC, consubstanciada na decisão definitiva de mérito proferida pelo E. STJ no REsp 1.614.874/SC, corroborada pelo E. STF na ADI 5090 em data recente. Da manutenção da suspensão. Não cabe mais a manutenção da suspensão do processo. O STF já decidiu que, uma vez julgada a questão constitucional pelo seu Plenário “outra solução não cabe senão a de se dar efetivo cumprimento ao que foi decidido pelo Supremo Tribunal Federal, ficando sem objeto a suspensão nacional determinada quando da apreciação do pedido liminar” (Rcl 53462 AgR, Primeira Turma, Relator Min. DIAS TOFFOLI, Julgamento: 03/10/2022). A publicação da ata de julgamento contendo a tese de julgamento da ADI 5090, definida em sessão plenária no Supremo Tribunal Federal, é suficiente para autorizar a retomada do curso dos processos e o julgamento do mérito dos processos individuais que versem sobre a matéria, independentemente da publicação do acórdão ou do trânsito em julgado, conforme interpretação do próprio Supremo Tribunal Federal. Cito precedente: “Ementa: Direito Processual Civil. Agravo interno em reclamação. Aplicação imediata das decisões do STF. Desnecessidade de aguardar o trânsito em julgado. 1. As decisões proferidas por esta Corte são de observância imediata. Portanto, não é necessário aguardar o trânsito em julgado do acórdão paradigma para aplicação da sistemática da repercussão geral. Precedentes. 2. Agravo interno a que se nega provimento, com aplicação da multa prevista no art. 1.021, § 4º, do CPC/2015, em caso de decisão unânime” (Rcl 30003 AgR, Relator (a): ROBERTO BARROSO, Primeira Turma, julgado em 04/06/2018, PROCESSO ELETRÔNICO DJe-116 DIVULG 12-06-2018 PUBLIC 13-06-2018)” Neste sentido, o art. 1040, inc. III, do Código de Processo Civil: Art. 1.040. Publicado o acórdão paradigma: (...) III - os processos suspensos em primeiro e segundo graus de jurisdição retomarão o curso para julgamento e aplicação da tese firmada pelo tribunal superior; Passo a análise do mérito. O Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) foi criado para proteger o trabalhador demitido sem justa causa, em substituição, por opção do trabalhador à época, à estabilidade decenal prevista no artigo 492 da CLT. Após a promulgação da Constituição Federal de 1988, o FGTS passou a ser direito social, elencado no rol dos Direitos e Garantias Fundamentais, no art. 7º, III, da CF/88, perdendo sua natureza opcional. Regulamentando a matéria constitucional, a Lei 8.036/90 disciplinou a cobrança do FGTS, fixando como recursos incorporados ao fundo, a correção monetária e os juros, de modo a assegurar a cobertura de suas obrigações. Neste sentido, encontra-se o disposto nos artigos 2º e 13 da Lei 8.036/90. Por sua vez, os artigos 17 e 18, da Lei 8.177/91, traduzem com precisão a correlação dos índices de correção utilizados nas contas do FGTS e o saldo devedor dos financiamentos imobiliários pelo SFH (Sistema Financeiro da Habitação), in verbis: Art. 17. A partir de fevereiro de 1991, os saldos das contas do Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS) passam a ser remunerados pela taxa aplicável à remuneração básica dos depósitos de poupança com data de aniversário no dia 1º, observada a periodicidade mensal para remuneração. (...) Art. 18. Os saldos devedores e as prestações dos contratos celebrados até 24 de novembro de 1986 por entidades integrantes dos Sistemas Financeiros da Habitação e do Saneamento (SFH e SFS), com cláusula de atualização monetária pela variação da UPC, da OTN, do Salário Mínimo ou do Salário Mínimo de Referência, passam, a partir de fevereiro de 1991, a ser atualizados pela taxa aplicável à remuneração básica dos Depósitos de Poupança com data de aniversário no dia 1º, mantidas a periodicidade e as taxas de juros estabelecidas contratualmente. § 1º Os saldos devedores e as prestações dos contratos celebrados no período de 25 de novembro de 1986 a 31 de janeiro de 1991 pelas entidades mencionadas neste artigo, com recursos de depósitos de poupança, passam, a partir de fevereiro de 1991, a ser atualizados mensalmente pela taxa aplicável à remuneração básica dos Depósitos de Poupança com data de aniversário no dia de assinatura dos respectivos contratos. § 2º Os contratos celebrados a partir da vigência da medida provisória que deu origem a esta lei pelas entidades mencionadas neste artigo, com recursos de Depósitos de Poupança, terão cláusula de atualização pela remuneração básica aplicável aos Depósitos de Poupança com data de aniversário no dia de assinatura dos respectivos contratos. De tal modo, logo se vê que a correção monetária dos recursos do FGTS está intimamente ligada à correção dos saldos devedores do SFH, subsidiado com os recursos do FGTS, de modo que alterar o índice de correção monetária de um instituto (FGTS), sem alterar o índice de correção monetária do outro (SFH), ensejaria desequilíbrio nas contas de custeio dos recursos da habitação, hipótese não desejada pela Constituição da República. As ações veiculando a pretensão de alteração do índice de correção monetária do FGTS estiveram por muito tempo suspensas, por força da decisão monocrática proferida no REsp 1.614.874/SC, que determinou a suspensão dos processos que versavam sobre o tema. Contudo, em 11/04/2018, pacificando a controvérsia em sede de Recurso Especial Repetitivo (art. 1.036 do CPC/2015), a 1ª Seção do STJ, de forma unânime, decidiu que “A remuneração das contas vinculadas ao FGTS tem disciplina própria, ditada por lei, que estabelece a TR como forma de atualização monetária, sendo vedado, portanto, ao Poder Judiciário substituir o mencionado índice.” (REsp 1.614.874/SC). Retornados os autos ao sobrestamento, em 12 de junho de 2024, o Supremo Tribunal Federal concluiu o julgamento da Ação Direta de Inconstitucionalidade – ADI 5090, cujo resultado ficou assim sintetizado na certidão de julgamento: “O Tribunal, por maioria e nos termos do voto médio do Ministro Flávio Dino, Redator para o acórdão, julgou parcialmente procedente o pedido formulado na ação direta, com atribuição de efeitos ex nunc, a contar da publicação da ata de julgamento, estabelecendo o seguinte entendimento: a) Remuneração das contas vinculadas na forma legal (TR + 3% a.a. + distribuição dos resultados auferidos) em valor que garanta, no mínimo, o índice oficial de inflação (IPCA) em todos os exercícios; e b) Nos anos em que a remuneração das contas vinculadas ao FGTS não alcançar o IPCA, caberá ao Conselho Curador do Fundo (art. 3º da Lei nº 8.036/1990) determinar a forma de compensação. Vencidos os Ministros Luís Roberto Barroso (Presidente e Relator), André Mendonça, Nunes Marques e Edson Fachin, que julgavam parcialmente procedente o pedido para declarar que a remuneração das contas do FGTS não pode ser inferior à da caderneta de poupança, modulando os efeitos para os novos depósitos efetuados a partir de 2025. Ficaram vencidos parcialmente os Ministros Cristiano Zanin, Alexandre de Moraes, Dias Toffoli e Gilmar Mendes, que julgavam inteiramente improcedente o pedido. Plenário, 12.6.2024.” Em virtude dos efeitos vinculantes das decisões do STF em ação direta de inconstitucionalidade, que se produzem perante a Administração e os órgãos do Poder Judiciário, a partir de agora a correção das contas de FGTS passará automaticamente a ser feita na forma estabelecida. Por outro lado, considerando os efeitos somente para o futuro (“ex nunc”) estabelecidos pelo STF, não há quaisquer diferenças relativas ao passado, razão pela qual não há como vingar a tese inaugural. Por fim, os embargos de declaração opostos foram rejeitados, por unanimidade, conforme julgamento realizado no dia 28/03/2025, DJE 03/04/2025, de forma que não houve alteração da tese fixada, sendo de rigor o julgamento do feito. DISPOSITIVO Ante o exposto, JULGO IMPROCEDENTE O PEDIDO, com resolução do mérito, nos termos do artigo 332, II, c.c. artigo 487, I, do CPC, nos termos da fundamentação supra. Ficam prequestionados todos os dispositivos normativos já expressamente invocados pelas partes. Sem custas e sem honorários nesta instância. Defiro a justiça gratuita. Com o trânsito em julgado, arquivem-se os autos, com as baixas e anotações de praxe. Sentença registrada eletronicamente. Intimem-se. Cumpra-se. São Bernardo do Campo, data registrada no sistema.

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Caroline Franciele Cassiano x Agibank Financeira S.A. - Credito, Financiamento E Investimento

ID: 274975064

Tribunal: TJMG Órgão: 2ª Vara Cível da Comarca de Varginha Classe: PROCEDIMENTO COMUM CíVEL Nº Processo: 5004769-05.2024.8.13.0707

Data de Disponibilização: 21/05/2025

Polo Ativo:

CAROLINE FRANCIELE CASSIANO

Polo Passivo:

AGIBANK FINANCEIRA S.A. - CREDITO, FINANCIAMENTO E INVESTIMENTO

Intimação

Advogados:

ISABELA GOMES CUNHA

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PAULO AUGUSTO BALDONI JUNIOR

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DENNER DE BARROS E MASCARENHAS BARBOSA

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PODER JUDICIÁRIO DO ESTADO DE MINAS GERAIS Justiça de Primeira Instância Comarca de Varginha / 2ª Vara Cível da Comarca de Varginha Avenida Isaltina Moraes Braga, 125, Fórum Dr. Antônio Pinto de Oliv… PODER JUDICIÁRIO DO ESTADO DE MINAS GERAIS Justiça de Primeira Instância Comarca de Varginha / 2ª Vara Cível da Comarca de Varginha Avenida Isaltina Moraes Braga, 125, Fórum Dr. Antônio Pinto de Oliveira, Vale das Palmeiras, Varginha - MG - CEP: 37031-300 PROCESSO Nº: 5004769-05.2024.8.13.0707 CLASSE: [CÍVEL] PROCEDIMENTO COMUM CÍVEL (7) ASSUNTO: [Contratos Bancários] AUTOR: CAROLINE FRANCIELE CASSIANO CPF: 139.907.976-03 RÉU: AGIBANK FINANCEIRA S.A. - CREDITO, FINANCIAMENTO E INVESTIMENTO CPF: 13.660.104/0001-74 SENTENÇA I – RELATÓRIO Cuida-se de ação ajuizada por CAROLINE FRANCIELE CASSIANO, qualificada nos autos, em face de AGIBANK FINANCEIRA S.A. - CRÉDITO, FINANCIAMENTO E INVESTIMENTO, também qualificado, visando a exibição e revisão de contratos entabulado entre as partes para declarar a abusividade na taxa de juros remuneratórios, bem como a condenação do réu a restituição dos valores indevidamente exigidos. Argumenta a autora que celebrou com a instituição requerida diversos contratos de empréstimos pessoais, cujas vias não lhe foram fornecidas, mesmo após reiteradas tentativas. Aduz que pretende a exibição de tais contratos, bem como pleiteia a limitação dos juros pactuados. Com a inicial foram juntados os documentos. Consoante despacho de ID 10230340429 foi deferido o pedido de gratuidade de justiça. Audiência de conciliação não designada, tendo em vista a possibilidade de ser realizada em qualquer momento caso seja interesse das partes. Citado, o réu apresentou contestação e documentos, arguindo, preliminarmente, a ausência de interesse de agir e a impugnação à gratuidade de justiça. No mérito, requereu a rejeição dos pedidos da autora, ao argumento de que o contrato celebrado entre as partes se deu por meio de biometria facial da autora. Por sua vez, a autora apresentou impugnação à contestação, oportunidade em que rechaçou as alegações do réu e reiterou os pedidos exordiais. Através do despacho de ID 10300318780 foi indeferido o pedido de inversão do ônus da prova. Intimadas as partes para juntarem acordo ou especificarem provas, a autora quedou-se inerte, ao passo que o réu pugnou pelo julgamento antecipado da lide. Em despacho de ID 10333595830 as partes foram intimadas acerca da possibilidade de suspensão do processo até o julgamento do IRDR tema 91 e quedaram-se inertes. Ao ID 10359960123 foi suspenso o processo até decisão do IRDR. A autora se manifestou em ID 10414477057 mencionando o ID da notificação extrajudicial. Após, vieram-me os autos conclusos para sentença. É o relatório. Decido. II – FUNDAMENTAÇÃO Trata-se de ação ajuizada por CAROLINE FRANCIELE CASSIANO, qualificada nos autos, em face de AGIBANK FINANCEIRA S.A. - CRÉDITO, FINANCIAMENTO E INVESTIMENTO, também qualificado, visando a revisão do contrato entabulado entre as partes para declarar a abusividade na taxa de juros remuneratórios, bem como a condenação do réu a restituição dos valores indevidamente exigidos. Da preliminar de ausência de interesse de agir Em contestação, o réu arguiu a preliminar de ausência de interesse de agir, ao argumento de que a autora não demonstrou que sua pretensão foi resistida, essencial para a formação da lide. Todavia, tal alegação não merece prosperar. Conforme se verifica nos autos, o documento de ID 10202996309 comprova que a autora buscou solucionar a questão administrativamente antes de ingressar com a presente ação. Diante disso, resta configurado o interesse de agir, uma vez que a autora buscou, sem sucesso, a resolução extrajudicial da questão, tendo recorrido à via judicial como último recurso para a satisfação de seu direito. Dessa forma, rejeito a preliminar arguida pelo réu. Da preliminar de impugnação à gratuidade de justiça Ainda, em contestação, o réu arguiu a preliminar de impugnação à justiça gratuita, ao argumento de que não restou demonstrada a hipossuficiência da autora. Todavia, a preliminar não merece acolhimento. Com efeito, analisando petição inicial, verifica-se que não restou comprovado que a impugnada realmente tenha condição de suportar os ônus processuais sem prejuízo de seu sustento e de sua família, ônus que competia a ora impugnante. Desse modo, a declaração firmada pela impugnada junto a inicial, de que não possui condições de solver as custas processuais é suficiente para a concessão e manutenção da gratuidade de justiça. Outrossim, não foram arguidas outras preliminares e não há preliminares para serem examinadas e declaradas de ofício, tampouco nulidades ou irregularidades para serem sanadas. Passo, pois, ao exame do mérito. No mérito, o caso é de acolhimento dos pedidos, conforme será demonstrado. Inicialmente, destaco que, embora a autora afirme possuir mais de um contrato com o réu, suas alegações, tanto na petição inicial quanto na impugnação, foram genéricas, sem apresentar qualquer indício concreto da existência de outros contratos além daquele juntado pelo réu com a contestação. Dessa forma, este Juízo limitou-se à análise do contrato efetivamente apresentado pelo réu. Pois bem. Visa a autora a revisão do contrato de empréstimo pessoal firmado com o réu, asseverando que contêm cobranças abusivas que a colocam em exagerada desvantagem, as quais passo a examinar. Da cobrança de juros: A autora aduz que as taxas aplicadas no contrato estão acima estão acima da taxa média do mercado financeiro. Neste sentido, a jurisprudência tem considerado abusivas as taxas superiores a uma vez e meia a média praticada no mercado no período da contratação, conforme entendimento Tribunal de Justiça Minas Gerais: EMENTA: APELAÇÃO CÍVEL. AÇÃO DE REVISÃO CONTRATUAL. EMPRÉSTIMO PESSOAL. CERCEAMENTO DE DEFESA. REJEIÇÃO. JUROS REMUNERATÓRIOS SUPERIORES A 12% AO ANO. CAPITALIZAÇÃO MENSAL DE JUROS. CONTRATO COM INSTITUIÃO FINANCEIRA. AUSÊNCIA DE ABUSIVIDADE. SENTENÇA MANTIDA. I – Se os elementos de prova colacionados aos autos são suficientes ao julgamento da controvérsia, não há falar em cerceamento de defesa pelo indeferimento de produção probatória, consistente em perícia contábil. II – Aplicam-se as disposições do Código de Defesa do Consumidor em contratos de empréstimo celebrados com instituições financeiras. III – As instituições financeiras não se sujeitam à limitação de juros remuneratórios à taxa de 12% ao ano, sendo livres para pactuá-las além desse limite. IV – Configura abusividade a estipulação de taxa de juros quando superar uma vez e meia a taxa médica de mercado divulgada pelo BACEN, fato que deve ser provado por quem alega. V – Em contratos com instituições financeiras, é permitida a capitalização de juros com periodicidade inferior a um ano, desde que expressamente pactuada. VI – Considera-se pactuada a capitalização mensal de juros quando a taxa de juros anal indicada no contrato superar o duodécuplo da taxa mensal. VII – Recurso improvido. (TJMG – Apelação Cível 1.0000.24.016929-2/001, Relator(a): Des.(a) Luiz Gonzaga Silveira Soares, 20ª CÂMARA CÍVEL, julgamento em 17/04/2024, publicação da súmula em 18/04/2024) Desta forma, basta confrontar os juros remuneratórios incidente no contrato com a taxa média de mercado à época da contratação, estipulada pelo Banco Central. Apreciando o contrato de empréstimo pessoal firmado entre as partes (ID 10262121006 – pág. 8), nota-se que a taxa de juros remuneratórios aplicado no contrato é de 10,99% a.m. e 249,47% a.a., ao passo que as informações retiradas do sítio do Banco Central na internet demonstram a taxa média de juros remuneratórios praticadas no mercado à época da contratação eram de 3,02% a.m. (25470 – Taxa média mensal de juros das operações de crédito com recursos livres – Pessoas físicas – Crédito pessoal total) e 42,85% a.a. (20748 – Taxa média de juros das operações de crédito com recursos livres – Pessoas físicas – Crédito pessoal total) em 29/05/2023. Assim sendo, a taxa de juros remuneratórios praticada no contrato está muito acima de uma vez meia da taxa média de mercado. Portanto, entendo que realmente merece ser reconhecida a abusividade dessa cobrança, de modo que torna imperativo que a taxa de juros remuneratórios neste contrato seja adequada à taxa média de mercado à época da respectiva contratação, qual seja, 3,02% a.m. e 42,85% a.a. Deste modo, reconheço a abusividade da cobrança de juros remuneratórios, devendo ser readequados à taxa média de mercado, bem como procedida a devolução do valor indevidamente cobrado. Impera, pois o acolhimento dos pedidos da autora. III – DECISÃO Diante do exposto, acolho os pedidos formulados pela autora para: 1 – Declarar nula a cobrança de taxas juros acima de uma vez e meia a taxa média de mercado e determinar o recálculo do contrato de empréstimo sob nº 1507861977, aplicando-se os juros remuneratórios reajustados à taxa média de mercado à época da contratação, quais sejam, 3,02% a.m. e 42,85% a.a. 2 – Condenar o réu à devolução do valor indevidamente exigido, de forma simples ou sua compensação, corrigidos monetariamente pela tabela da CGJ, desde a data do desembolso e juros moratórios de 1% ao mês, desde a data da citação, até a entrada em vigor da Lei 14.905/2024, quando, então, incidirá o IPCA e a Taxa Selic, para efeitos de correção e juros, respectivamente, observada a regra do §1º do art. 406 do Código Civil. Declaro extinto o processo, com resolução de mérito, na forma do Art. 487, I, do Código de Processo Civil. Condeno o réu ao pagamento das custas processuais e dos honorários do advogado da autora que, considerando a natureza da causa e o trabalho desempenhado, arbitro em R$1.500,00, face ao valor irrisório da causa. Publique-se. Intimem-se. Varginha, data da assinatura eletrônica. TEREZA CRISTINA COTA Juiz(íza) de Direito 2ª Vara Cível da Comarca de Varginha

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Jose Francisco De Souza Lopes x Banco Do Brasil S/A

ID: 299089168

Tribunal: TJRS Órgão: 2ª Vara Judicial da Comarca de Taquari Classe: PROCEDIMENTO COMUM CíVEL Nº Processo: 5004769-48.2024.8.21.0071

Data de Disponibilização: 16/06/2025

Polo Ativo:

JOSE FRANCISCO DE SOUZA LOPES

Polo Passivo:

BANCO DO BRASIL S/A

DESPACHO/DECISÃO

Advogados:

RICARDO LOPES GODOY

OAB/BA XXXXXX Desbloquear

RICARDO LOPES GODOY

OAB/MG XXXXXX Desbloquear

JOAO ARTHUR SANTOS FLESCH

OAB/RS XXXXXX Desbloquear

PROCEDIMENTO COMUM CÍVEL Nº 5004769-48.2024.8.21.0071/RS AUTOR : JOSE FRANCISCO DE SOUZA LOPES ADVOGADO(A) : JOAO ARTHUR SANTOS FLESCH (OAB RS105958) RÉU : BANCO DO BRASIL S/A DESPACHO/DECISÃO Visto… PROCEDIMENTO COMUM CÍVEL Nº 5004769-48.2024.8.21.0071/RS AUTOR : JOSE FRANCISCO DE SOUZA LOPES ADVOGADO(A) : JOAO ARTHUR SANTOS FLESCH (OAB RS105958) RÉU : BANCO DO BRASIL S/A DESPACHO/DECISÃO Vistos. Passo à análise das preliminares. 1. Das preliminares 1.1 Da impugnação ao pedido de justiça gratuita (Art. 337, XIII do CPC) O benefício questionado foi deferido com base no documento do evento 1, HISCRE6 . A parte demandada, com a contestação, não juntou aos autos nenhum documento que alterasse a situação inicial, ônus que lhe competia, a teor do art. 373, II, do Novo Código de Processo Civil. Portanto, não merece acolhimento a preliminar invocada. Ante o exposto, rejeito a preliminar de impugnação à Assistência Judiciária Gratuita. 1.2 Da prescrição decenal Trata-se de ação indenizatória relativa ao PASEP, cujo prazo prescricional para ajuizamento da ação é decenal, conforme tese firmada no julgamento do Tema 1150 do STJ: II) a pretensão ao ressarcimento dos danos havidos em razão dos desfalques em conta individual vinculada ao Pasep se submete ao prazo prescricional decenal previsto pelo artigo 205 do Código Civil; e III) o termo inicial para a contagem do prazo prescricional é o dia em que o titular, comprovadamente, toma ciência dos desfalques realizados na conta individual vinculada ao Pasep. Nesse sentido: AGRAVO DE INSTRUMENTO. RESPONSABILIDADE CIVIL. AÇÃO INDENIZATÓRIA POR DANOS MORAIS E MATERIAIS. VALORES RELATIVOS À CONTA PASEP. LEGITIMIDADE PASSIVA DO BANCO DO BRASIL. COMPETÊNCIA DA JUSTIÇA COMUM ESTADUAL. PRESCRIÇÃO NÃO VERIFICADA. MATÉRIAS SEDIMENTADAS NO TEMA n.º 1.150 DO STJ. 1. AO JULGAR OS RECURSOS AFETADOS PELO TEMA n.º 1.150, O STJ FIRMOU AS SEGUINTES TESES: I) O BANCO DO BRASIL POSSUI LEGITIMIDADE PASSIVA AD CAUSAM PARA FIGURAR NO POLO PASSIVO DE DEMANDA NA QUAL SE DISCUTE EVENTUAL FALHA NA PRESTAÇÃO DO SERVIÇO QUANTO A CONTA VINCULADA AO PASEP, SAQUES INDEVIDOS E DESFALQUES, ALÉM DA AUSÊNCIA DE APLICAÇÃO DOS RENDIMENTOS ESTABELECIDAS PELO CONSELHO DIRETOR DO REFERIDO PROGRAMA; II) A PRETENSÃO AO RESSARCIMENTO DOS DANOS HAVIDOS EM RAZÃO DOS DESFALQUES EM CONTA INDIVIDUAL VINCULADA AO PASEP SE SUBMETE AO PRAZO PRESCRICIONAL DECENAL PREVISTO PELO ARTIGO 205 DO CÓDIGO CIVIL; E III) O TERMO INICIAL PARA A CONTAGEM DO PRAZO PRESCRICIONAL É O DIA EM QUE O TITULAR, COMPROVADAMENTE, TOMA CIÊNCIA DOS DESFALQUES REALIZADOS NA CONTA INDIVIDUAL VINCULADA AO PASEP. 2. CASO CONCRETO EM QUE A PARTE AUTORA APONTA FALHA DO SERVIÇO PRESTADO PELO BANCO NA SUA CONTA PASEP, RAZÃO POR QUE LEGITIMADO O BANCO DO BRASIL PARA FIGURAR NO POLO PASSIVO, NÃO HAVENDO FALAR EM NECESSÁRIA INCLUSÃO DA UNIÃO NO POLO PASSIVO DO FEITO, NEM QUESTIONAR A COMPETÊNCIA DA JUSTIÇA ESTADUAL. 3. PRESCRIÇÃO DECENAL NÃO EVIDENCIADA, UMA VEZ QUE O FEITO FOI AJUIZADO EM 19/03/2024 E A PARTE AUTORA TOMOU CIÊNCIA DO DESFALQUE EM SUA CONTA PASEP EM 05/11/2019, DATA EM QUE TEVE ACESSO AO EXTRATO E MICROFILMAGENS DE SUA CONTA. AGRAVO DE INSTRUMENTO DESPROVIDO.(Agravo de Instrumento, n.º 50007746120258217000, Nona Câmara Cível, Tribunal de Justiça do RS, Relator: Carlos Eduardo Richinitti, Julgado em: 08-01-2025) Observa-se, quanto à contagem do prazo prescricional, que o termo inicial é o dia em que o titular, comprovadamente, toma ciência dos desfalques realizados na conta individual vinculada ao PASEP. Assim, uma vez que a parte autora comprovou que apenas tomou conhecimento da suposta má gestão de sua conta PASEP quando teve acesso ao extrato e às microfilmagens da movimentação da conta, a contagem do prazo prescricional se inicia a contar da emissão desse documento, o qual, evidentemente, ainda não expirou. Dessa forma, não verifico a ocorrência da prescrição, motivo pelo qual rejeito a prejudicial arguida. 1.3 Da ilegitimidade passiva No que concerne à preliminar de ilegitimidade passiva, menciono que, à luz do tema 1.150 do STJ, foi reconhecida a legitimidade passiva do Banco do Brasil para responder às demandas em que se discute eventual falha na prestação de serviços relativas às contas vinculadas ao PASEP, saques indevidos e desfalques, além da ausência de aplicação dos rendimentos estabelecidas pelo Conselho Diretor do referido programa. No presente feito, a controvérsia envolve a alegada má administração do saldo vinculado ao programa PASEP por parte do banco réu, razão pela qual não há que se falar em extinção da demanda com base na ilegitimidade passiva. Dessa forma, rejeito a preliminar de ilegitimidade passiva. 1.4 Da competência da Justiça Estadual Consoante o entendimento firmado quando do julgamento do Tema 1150 do STJ: i) o Banco do Brasil possui legitimidade passiva ad causam para figurar no polo passivo de demanda na qual se discute eventual falha na prestação do serviço quanto a conta vinculada ao Pasep , saques indevidos e desfalques, além da ausência de aplicação dos rendimentos estabelecidas pelo Conselho Diretor do referido programa; ii) a pretensão ao ressarcimento dos danos havidos em razão dos desfalques em conta individual vinculada ao Pasep se submete ao prazo prescricional decenal previsto pelo artigo 205 do Código Civil; e iii) o termo inicial para a contagem do prazo prescricional é o dia em que o titular, comprovadamente, toma ciência dos desfalques realizados na conta individual vinculada ao Pasep. [grifei] . Logo, cabe à Justiça Estadual, portanto, apenas o processamento e julgamento das ações movidas contra o Banco do Brasil em que se discuta eventual falha na prestação do serviço quanto a conta vinculada ao Pasep, saques indevidos e desfalques, além da ausência de aplicação dos rendimentos estabelecidas pelo Conselho Diretor do referido programa (REsp n.º 1895936/TO). 2. Da suspensão pelo Tema 1300 Em 16 de dezembro de 2024, foram publicados os acórdãos em que determinada a afetação dos Recursos Especiais n.º 2.162.222/PE, 2.162.223/PE, 2.162.198/PE e 2.162.323/PE, de relatoria da Min. Maria Thereza de Assis Moura, cadastrado como Tema 1300/STJ, o qual possui a seguinte questão submetida a julgamento: Saber a qual das partes compete o ônus de provar que os lançamentos a débito nas contas individualizadas do PASEP correspondem a pagamentos ao correntista. Analisando a presente demanda, entendo que se enquadra dentre as matérias abrangidas pelo Tema 1300/STJ, motivo pelo qual determino o sobrestamento do presente feito, devendo permanecer suspenso até o julgamento do referido Tema ou eventual revogação da determinação de “ suspensão do processamento de todos os processos pendentes, individuais ou coletivos, que versem sobre a mesma matéria e tramitem no território nacional”. Registre-se a afetação no sistema ao Tema 1300/STJ. Após, aguarde-se o julgamento do Tema em comento ou determinação de levantamento da suspensão. Agendada a intimação eletrônica.

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Processo nº 5004769-32.2024.4.03.6328

ID: 326481690

Tribunal: TRF3 Órgão: 2ª Vara Gabinete JEF de Presidente Prudente Classe: PROCEDIMENTO DO JUIZADO ESPECIAL CíVEL Nº Processo: 5004769-32.2024.4.03.6328

Data de Disponibilização: 16/07/2025

Polo Ativo:

MARIA JOSE MALAGUTI DE FARIAS

Polo Passivo:

Sentença

Advogados:

CLAUDIO MARCIO DE ARAUJO

OAB/SP XXXXXX Desbloquear

PROCEDIMENTO DO JUIZADO ESPECIAL CÍVEL (436) Nº 5004769-32.2024.4.03.6328 / 2ª Vara Gabinete JEF de Presidente Prudente AUTOR: MARIA JOSE MALAGUTI DE FARIAS Advogado do(a) AUTOR: CLAUDIO MARCIO DE AR… PROCEDIMENTO DO JUIZADO ESPECIAL CÍVEL (436) Nº 5004769-32.2024.4.03.6328 / 2ª Vara Gabinete JEF de Presidente Prudente AUTOR: MARIA JOSE MALAGUTI DE FARIAS Advogado do(a) AUTOR: CLAUDIO MARCIO DE ARAUJO - SP262598 REU: INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS FISCAL DA LEI: MINISTERIO PUBLICO FEDERAL - PR/SP S E N T E N Ç A Relatório Por força do disposto no art. 38 da Lei 9.099/95, combinado com o art. 1º da Lei nº 10.259/01, dispenso a feitura do Relatório. Passo, pois, à fundamentação. Fundamentação Prejudicial de mérito – Alegação de prescrição A Autarquia Previdenciária pugna pelo reconhecimento da prescrição quinquenal. No entanto, verifico que entre a data da entrada do requerimento administrativo do benefício e o ajuizamento da ação não transcorreu o lustro legal. Assim, rejeito a preliminar de prescrição. Mérito - Concessão do amparo ao idoso Cuida-se de demanda previdenciária ajuizada pelo rito do juizado especial em que a parte autora postula provimento jurisdicional que condene o INSS a estabelecer-lhe o benefício de amparo assistencial ao idoso, com o pagamento do atrasado devidamente corrigido e acrescido de juros de mora. O ponto controvertido consiste em saber se a parte autora preenchia os requisitos para a concessão do benefício assistencial previsto no artigo 203, V, da CRFB, ou seja, se é idosa ou portadora de deficiência e se é incapaz de manter a sua subsistência ou de tê-la mantida pela família. A Lei nº 8.742/1993 foi recentemente alterada pela Lei nº 12.435/2011, com a finalidade de adequar seus dispositivos legais às inovações trazidas pela Convenção sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência e de seu Protocolo Facultativo, aprovada pelo Decreto Legislativo nº 186/2008, incorporado à ordem constitucional brasileira na forma do §3º do art. 5º da CRFB, passando a integrar o Texto Magno como Emenda Constitucional. No art. 20 da Lei nº 8.742/1993, o legislador definiu como beneficiários do amparo assistencial o idoso com 65 (sessenta e cinco) anos, bem como a pessoa com deficiência, como aquela que tem impedimentos de longo prazo de natureza física, mental, intelectual ou sensorial, os quais, em interação com diversas barreiras, podem obstruir sua participação plena e efetiva na sociedade em igualdade de condições com as demais pessoas; e a pessoa com impedimentos de longo prazo, assim considerados aqueles que incapacitam a pessoa com deficiência para a vida independente e para o trabalho pelo prazo mínimo de 2 (dois) anos. Quanto à miserabilidade, considera-se incapaz de prover a manutenção da pessoa com deficiência ou idosa a família cuja renda mensal per capita seja inferior a 1/4 (um quarto) do salário mínimo. Requisito etário Em relação ao requisito etário, este restou atendido, uma vez que a autora tem 69 anos, pois nasceu em 18/08/1955, conforme documento pessoal da postulante anexado ao feito (ID 348825473 – pág. 3), razão pela qual passo a analisar o requisito pertinente à miserabilidade do grupo familiar. Requisito da miserabilidade Quanto ao aspecto da miserabilidade do núcleo familiar, registro que a lei exige que a renda “per capita” familiar seja inferior a um quarto do salário-mínimo. O art. 20, § 3º, da Lei nº 8.742/1993, estabelece que “considera-se incapaz de prover a manutenção da pessoa com deficiência ou idosa a família cuja renda mensal per capita seja inferior a 1/4 (um quarto) do salário-mínimo”. Diante da redação deste dispositivo legal, em uma interpretação restritiva, poder-se-ia cogitar que em toda e qualquer situação na qual a renda mensal do grupo familiar supere o valor de ¼ do valor do salário-mínimo o requisito legal não estaria satisfeito. É preciso observar que o rigor legislativo sempre foi mitigado pela jurisprudência pátria. A Turma de Uniformização Nacional dos Juizados Especiais Federais, inclusive, já se manifestara pelo afastamento do rigor legal contido no art. 20, § 3º, da Lei nº 8.742/1993. Recentemente, nos julgamentos dos Recursos Extraordinários nos 567985 e 580963 e Reclamação nº 4374, o Plenário do STF declarou a inconstitucionalidade do parágrafo 3º do art. 20 da Lei Orgânica da Assistência Social, afastando de plano a questão da renda mensal familiar per capita inferior a um quarto do salário mínimo, por considerar que esse critério é defasado para a caracterização da miserabilidade. Assim, a análise do requisito pertinente à miserabilidade no grupo familiar deve ser feita com bastante cautela, diante das peculiaridades que o caso concreto apresentar. Segundo o laudo socioeconômico (ID 356711309 e seguintes), a autora tem 69 anos de idade, reside sozinha, tendo informado à Perita que se separou há poucos meses, tem por profissão: do lar, e escolaridade: 3º ano do ensino fundamental. De acordo com o mesmo laudo, a autora reside em imóvel próprio (de propriedade dos seus filhos, mas com reserva de usufruto em seu favor), localizado na Rua Alves de Almeida, nº 771, Centro, Narandiba/SP- CEP: 19.220-000 – celular: (18) 99680-7956. A residência é de alvenaria e conta com cinco cômodos: dois quartos, sala, cozinha e banheiro. A casa está composta com: televisor, rack, sofá, camas, guarda-roupas, fogão, geladeira, armários de cozinha, máquina de lavar roupas, micro-ondas e ventiladores. Tanto a casa como o mobiliário, se encontram em bom estado de conservação. A autora informou à Perita que “Quanto ao pagamento de pensão alimentícia do ex-marido, a mesma informa que quando da separação a casa ficou para ela, para que o mesmo não precisasse pagar pensão alimentícia e a autora disse ter concordado, alegando que não teria onde morar com a separação (a casa já foi passada em nome dos filhos com uso e frutos da autora)” sic – ID 366596239 – pág. 1. Há relato sobre a existência de uma edícula no fundo da residência, que, segundo o laudo complementar (ID 366596209 e seguintes), encontra-se alugada para Maria Eduarda Matos Correia – CPF 481.254.348-79, por R$ 300,00 (trezentos reais). E, foi informado à Perita, que a motocicleta e o veículo que se encontravam na casa da autora, pertencem à inquilina Maria Eduarda e ao vizinho, respectivamente. Quanto à renda familiar, segundo a perita, foi relatado que o único recurso para sobrevivência familiar é proveniente de aluguel de salão comercial, no valor de R$ 400,00 (quatrocentos reais). Contudo, foi esclarecido o recebimento de aluguel referente à edícula que fica no fundo da residência da autora, no valor de R$ 300,00 (trezentos reais), consoante laudo complementar (ID 366596209 e seguintes). Portanto, conclui-se, que a renda mensal per capta familiar é, na verdade, de R$ 700,00 (setecentos reais), valor muito superior a 1/4 do salário mínimo vigente. Ademais, a autora relatou à Perita, ainda, que recebe auxílio financeiro das suas filhas, Cleiana Cortês Real, e Clélia Cortês Real de Araújo. Na conclusão do laudo pericial, mesmo antes de serem prestados esclarecimentos pela Perita (laudo complementar de ID 366596209 e seguintes) a respeito do recebimento do aluguel quanto à edícula dos fundos da residência da autora, constou do laudo socioeconômico: “Concluo que a autora encontra-se em dificuldades financeiras e não na linha da miserabilidade.” – id 356711322 – pág. 3. Malgrado a Constituição estabeleça que o benefício será devido na forma da lei, esta apenas estará obedecendo aos preceitos constitucionais se, no caso concreto, houver a situação de fato que o constituinte previu para que o amparo assistencial do Estado ao deficiente ou ao idoso fosse devido, qual seja, a comprovação pelo idoso ou deficiente de que não possui “meios de prover à própria manutenção ou de tê-la provida por sua família”. A família não pode, pois, escusar-se de sua obrigação, atribuindo, por consequência, desde logo, ao Estado (que também, é certo, possui o dever de amparo), cumprindo destacar que o benefício assistencial não se presta para incrementar a renda familiar, mas sim garantir o mínimo necessário à sobrevivência do deficiente ou idoso. No caso presente, não vislumbro uma situação socioeconômica de miserabilidade que necessite de amparo assistencial do Estado, já que o objetivo do benefício da LOAS não é melhorar a situação financeira daqueles que o requerem, mas sim, prover um piso vital mínimo condizente com a dignidade da pessoa humana. Insta ressaltar que o benefício assistencial da LOAS tem como objetivo amparar as famílias que se encontram em estado de miséria, ou seja, abaixo da linha da pobreza, o que compromete o bem-estar e a dignidade da pessoa humana daqueles cidadãos que não dispõem de meios próprios para a manutenção de um piso vital mínimo. Pelos dados trazidos aos autos percebe-se que o grupo familiar está protegido, não havendo a necessidade da ajuda subsidiária prestada pelo INSS. Outrossim, por mais que se considerem as regras de interpretação das normas de assistência social, quais sejam, in dubio pro misero, da interpretação extensiva da lei e, principalmente, o sentido social da lei, mesmo assim este Juízo entende, por tudo o que foi exposto, que a parte autora não se enquadra entre os necessitados que o legislador quis alcançar ao instituir o benefício assistencial, motivo pelo qual não preenche o requisito da miserabilidade. Neste diapasão, sendo cumulativos os requisitos para a concessão do benefício assistencial aqui pretendido, e não preenchido um deles (miserabilidade), a improcedência do pedido é medida que se impõe. Dispositivo Pelo exposto, com fundamento no art. 487, I, do CPC, JULGO IMPROCEDENTE o pedido formulado pela parte autora. Sem custas e honorários advocatícios, em face do disposto no art. 55 da Lei n° 9.099/1995. Havendo interposição de recurso, intime-se a parte contrária para contrarrazões no prazo legal e, após, com ou sem apresentação destas, remetam-se os autos a uma das C. Turmas Recursais de São Paulo com nossas homenagens. Caso contrário, certifique-se o trânsito em julgado e arquivem-se os autos, observadas as anotações cabíveis. Sentença registrada eletronicamente. Publique-se. Intimem-se. PRESIDENTE PRUDENTE, data da assinatura eletrônica. Juiz Federal

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