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Processo nº 5004342-13.2025.8.13.0209

ID: 292425937

Tribunal: TJMG Órgão: Unidade Jurisdicional da Comarca de Curvelo Classe: PROCEDIMENTO DO JUIZADO ESPECIAL CíVEL Nº Processo: 5004342-13.2025.8.13.0209

Data de Disponibilização: 09/06/2025

Polo Ativo:

A & M SUPERMERCADO LTDA

Polo Passivo:

Intimação

Advogados:

BRUNO CAMPOS FREITAS

OAB/MG XXXXXX Desbloquear

PODER JUDICIÁRIO DO ESTADO DE MINAS GERAIS Justiça de Primeira Instância Comarca de Curvelo / Unidade Jurisdicional da Comarca de Curvelo Avenida Sarobá, 400, Maria Amália, Curvelo - MG - CEP: 35790-… PODER JUDICIÁRIO DO ESTADO DE MINAS GERAIS Justiça de Primeira Instância Comarca de Curvelo / Unidade Jurisdicional da Comarca de Curvelo Avenida Sarobá, 400, Maria Amália, Curvelo - MG - CEP: 35790-000 PROCESSO Nº: 5004342-13.2025.8.13.0209 CLASSE: [CÍVEL] PROCEDIMENTO DO JUIZADO ESPECIAL CÍVEL (436) ASSUNTO: [Protesto Indevido de Título]. AUTOR: A & M SUPERMERCADO LTDA CPF: 15.557.902/0001-09 RÉU: SAFIRA ATACADISTA LTDA CPF: 36.379.365/0001-16 e outros. DECISÃO Vistos etc. Trata-se de pretensão liminar proposta pela autora, A & M SUPERMERCADO LTDA-ME, visando a suspensão dos efeitos do protesto/apontamento 163852, até decisão final e, ainda, que seu nome seja excluído dos Cadastros Restritivos de Crédito, ao argumento de não ter realizado qualquer operação com as partes rés, que gerasse a emissão de duplicata, conforme teor do pedido de ID 10464429773. Narra a inicial, em síntese, o seguinte: 1) que trabalha com comércio varejista de produtos alimentícios e está localizada no Centro da Cidade de Felixlândia/MG, realizando diversas compras de mercadorias junto as mais variadas empresas a crédito, com pagamento de boletos a prazo, necessitando de bom nome, para realização das citadas operações e consequente abastecimento de seu estabelecimento comercial; 2) que, todavia, foi surpreendida com uma intimação do Tabelionato de Protesto de Curvelo, acerca de um título protestado tendo como portador/apresentante o BANCO DAYCOVAL S/A., ora segundo Requerido, e Sacador, a empresa primeira requerida, SAFIRA ATACADISTA LTDA; 3) que a referida cobrança/protesto diz respeito à suposta venda mercantil realizada pela primeira requerida à requerente, que ocasionou a emissão, em 06/02/2025, da duplicata de nº 0092717/01, com vencimento em 06/03/2025, no valor de R$ 624,72 (seiscentos e vinte e quatro reais e setenta e dois centavos; 4) que, entretanto, a referida venda mercantil nunca existiu, já que não realizou qualquer operação com os requeridos que gerassem a emissão de suposta duplicata; 5) que em consulta ao Portal da Nota Fiscal Eletrônica do Estado de Minas Gerais, a empresa requerente constatou que a empresa SAFIRA ATACADISTA LTDA., emitiu nota fiscal de n.º 92717, tendo como destinatário a empresa requerente, em 06/02/2025 às 12h18min, mas posteriormente, na mesma data, às 14h43min, realizou o cancelamento, o que comprovaria que a compra nunca foi realizada pela autora; 6) que as rés levaram a protesto, no dia 21/03/2025, título inexistente, haja vista que a suposta nota fiscal que originou a cobrança foi emitida e cancelada no dia 06/02/2025. Assim, pugnou pela concessão da Antecipação de Tutela, com o fim de suspender os efeitos do protesto apontamento 163852 até a decisão final e, ainda, que seu nome seja excluído dos cadastros Restritivos de Crédito. Resumido o essencial, fundamento e decido. A tutela antecipada em casos como o ora analisado, será concedida quando estiverem presentes, concomitantemente, os requisitos previstos no artigo 300 do CPC, ou seja, a probabilidade do direito e o perigo de dano ou o risco ao resultado útil do processo. A parte autora narra, em suma, que teve seu nome protestado pelos réus em razão de débito que nunca existiu, já que não realizou qualquer operação com os requeridos que gerasse a emissão de suposta duplicata. No caso em tela, verifico a existência da probabilidade do direito e do risco de dano, tendo em vista que as intimações juntadas pela autora (ID nº 10464429189) demonstram que o segundo réu, em posse do débito cedido pela primeira ré, realizou apontamento em nome da parte autora, no valor de R$807,96 (oitocentos e sete reais e noventa e seis centavos). Outrossim, o documento de ID 10464434426 noticía que a primeira ré estava emitindo “títulos frios” contra diversas empresas e gerando protestos, conforme comunicado emitido pela Rede Atacadista e Varejista Villefort. Destarte, considerando que os documentos apresentados corroboram, a princípio, os fatos narrados na inicial, é certo que está comprovada a probabilidade de direito. O risco de dano, por sua vez, também está presente, já que a parte autora foi protestada em razão de um débito oriundo de um negócio jurídico aparentemente, inexistente, fato que gera toda espécie de restrições de crédito. Por fim, destaco que a medida pleiteada não é irreversível, nem mesmo de difícil reversão, pois, em caso de improcedência ao final do processo, basta que a parte ré realize novo apontamento junto aos órgãos de proteção ao crédito, às custas da parte autora. Destarte, preenchidos os requisitos do art. 300, do CPC, o deferimento da medida liminar é medida que se impõe. CONCLUSÃO Isso posto, DEFIRO a tutela antecipada de urgência para determinar que sejam suspensos os efeitos do protesto descrito no documento de ID nº 10464429189. Notifique-se/Oficie-se ao Cartório de Protesto de Títulos e Documentos de Curvelo, para que suspenda os efeitos do aludido protesto, até ulterior decisão deste Juízo, valendo a presente decisão como ofício, caso necessário. Quanto ao pedido de exclusão do nome da autora do SERASA, insta ressaltar não haver nos autos comprovação de que tenha sido ele incluído nos Cadastros Restritivos, pelo que nada há a deferir. Intime-se a parte autora acerca da presente decisão. Aguarde-se a realização da audiência de conciliação, expedindo-se mandado/carta de citação/intimação, bem como carta precatória, caso necessário. Ressalto que na data da realização da audiência de conciliação designada para o dia 15/08/2025 às 12h35min, os réus deverão apresentar contestação, bem como será oportunizado à parte autora o direito de ofertar impugnação. Não havendo acordo e nem pedido de realização de outras provas, proceda, a Secretaria, ao encaminhamento do processo ao(à) juiz(íza) leigo(a), para elaboração do projeto de sentença. Em caso contrário, as partes, no prazo máximo de 10 (dez) dias, deverão informar se pretendem produzir outras provas, devendo, em caso positivo, além de fundamentarem e justificarem sobre a necessidade, apresentarem o rol de testemunhas, bem como seus respectivos endereços, acaso a prova a ser produzida seja, exclusivamente, testemunhal. Ficam as partes cientes de que não observadas as disposições do parágrafo supra, estará preclusa a produção de outras provas, sendo o feito julgado no estado em que se encontra. Ressalte-se, ainda, que será considerado ato protelatório com incidência da multa por litigância de má-fé, nos termos dos arts. 80, IV e V e 81 do CPC, o requerimento de produção de prova oral que, injustificadamente, não for produzida em audiência de instrução e julgamento. Caso as partes pugnem pela produção de provas e apresentem o necessário rol de testemunhas, proceda, a Secretaria, ao encaminhamento do feito para a raia de designação de Audiência de Instrução e Julgamento. Caso contrário, ou transcorrido in albis o prazo, proceda, a Secretaria, ao encaminhamento do processo ao (à) juiz(a) leigo(o), para elaboração do projeto de sentença. Sem prejuízo, cumpra a Secretaria todos os atos ordinatórios previstos no Provimento n.º 355/2018 da CGJ/TJMG, bem como aqueles atos delegados pelo juízo, vindo os autos conclusos apenas em caso de atos que não possam ser cumpridos de ofício. Intime-se. Cumpra-se. Curvelo, data da assinatura eletrônica. BRENO AQUINO RIBEIRO Juiz de Direito Unidade Jurisdicional da Comarca de Curvelo

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Processo nº 5004342-10.2025.8.21.0041

ID: 320934420

Tribunal: TJRS Órgão: Núcleo de Justiça 4.0 de Busca e Apreensão de Veículos Automotores Classe: BUSCA E APREENSãO EM ALIENAçãO FIDUCIáRIA Nº Processo: 5004342-10.2025.8.21.0041

Data de Disponibilização: 09/07/2025

Polo Ativo:

BANCO PAN S.A.

Polo Passivo:

DESPACHO/DECISÃO

Advogados:

PAULO EDUARDO PRADO

OAB/SP XXXXXX Desbloquear

BUSCA E APREENSÃO EM ALIENAÇÃO FIDUCIÁRIA Nº 5004342-10.2025.8.21.0041/RS AUTOR : BANCO PAN S.A. ADVOGADO(A) : PAULO EDUARDO PRADO (OAB SP182951) DESPACHO/DECISÃO O Decreto-Lei nº 911/69 permite a c… BUSCA E APREENSÃO EM ALIENAÇÃO FIDUCIÁRIA Nº 5004342-10.2025.8.21.0041/RS AUTOR : BANCO PAN S.A. ADVOGADO(A) : PAULO EDUARDO PRADO (OAB SP182951) DESPACHO/DECISÃO O Decreto-Lei nº 911/69 permite a concessão de liminar de busca e apreensão nas ações que dizem respeito a contrato de concessão de crédito com garantia de alienação fiduciária, desde que preenchidos certos requisitos e formalidades legais. No caso concreto: 1. Há prova da contratação, pela documentação juntada à petição inicial 2. Há prova da constituição da mora, seja por carta registrada com aviso de recebimento (não importando se foi recebida pessoalmente, por terceira pessoa ou se houve informação de “mudou-se/recusado/desconhecido”) ou por notificação do devedor por edital. Isto posto , DEFIRO A LIMINAR de busca e apreensão do bem descrito na petição inicial. 1. EXPEÇA-SE mandado de Busca e Apreensão, CITANDO-SE a parte ré após a apreensão do veículo para: (a) pagar a integralidade da dívida - correspondente ao valor indicado na inicial -, no prazo de 05 (cinco) dias corridos a contar da execução da liminar; (b) apresentar contestaçã o, no prazo de 15 (quinze) dias a contar da execução da liminar. (c) Ocorrendo o pagamento previsto no item (a) , c.1. deverá a parte autora ser intimada para dizer sobre a suficiência do valor e acerca da liberação do bem, no prazo de 05 (cinco) dias. c.2. desde já fixo honorários advocatícios em 10% sobre o valor atualizado da causa; (d) Contestado o feito , d.1. deverá ser aberto o prazo para réplica; d.2. decorrido o prazo da réplica, sendo desnecessária a produção de mais provas, façam-me os autos conclusos para julgamento. 2. Sem a apreensão do veículo, (a) vai desde já deferida a inclusão da restrição junto ao RENAJUD a ser realizada pelo Núcleo; (b) incluída a restrição, deverá ser aberto prazo para a parte autora manifestar se sobre novas diligências ou sobre conversão do feito em execução, no prazo de 15 (quinze) dias : b.1. informado novo endereço, expeça-se novo mandado de busca e apreensão; b.2. havendo pedido de conversão da busca e apreensão em ação executiva, vai deferido desde já, devendo ser retirada a restrição junto ao RENAJUD. Nesta hipótese, não estando a ação executiva nas matérias especializadas de competência deste Núcleo (Resolução 1361/2021, 1311/2020 do COMAG) deverá ser providenciada a redistribuição. (c) Transcorrido o prazo de 15 (quinze) dias sem manifestação ou havendo desinteresse na conversão, retornem os autos conclusos para sentença extintiva. 3. Outras disposições , (a) Desde já, INDEFIRO o segredo de justiça nível 01, pois não verificada nenhuma das hipóteses previstas no art. 189 do Código de Processo Civil; (b) Em caso de necessidade de alteração do fiel depositário, a parte autora deverá informar nos autos para consulta pelo(a) Oficial; (c) Diante da singularidade da matéria, que envolve questão meramente patrimonial, dos princípios orientadores do Decreto-Lei nº 911/69, que prevê processo célere de recuperação da garantia contratual, diante da alta circulabilidade e da facilidade de ocultação dos referidos bens, havendo necessidade devidamente certificada pelo(a) Oficial de Justiça, DEFIRO desde já: c.1. a ordem de arrombamento do veículo, quando necessário, onde se encontrar; e dos acessos ao veículo, seja em espaços públicos ou privados, exclusivamente no endereço indicado no mandado; c.2. o cumprimento em local diverso do indicado no mandado, ressalvado o direito do Oficial de Justiça de devolvê-lo caso o novo endereço se encontre fora da sua zona de atuação. Em caso de necessidade de arrombamento de domicílio em local diverso do indicado no mandado, deverá o oficial de justiça certificar, informando a nova localização para expedição de novo mandado para o endereço indicado; c.3. o cumprimento fora do horário estabelecido no CPC ou em finais de semana, respeitada a inviolabilidade do domicílio no período noturno, nos termos do art. 5º, inciso XI da CF/88. c.4. a requisição e o acompanhamento de força policial, sempre que o Oficial de Justiça constatar, após diligências, ser indispensável ao cumprimento da medida. Sr.(a) Advogado(a), nomear corretamente as petições contribui muito para a celeridade da tramitação do processo. Entenda como sua petição chega às unidades jurisdicionais pelo sistema eproc: Todos os documentos nomeados simplesmente "PETIÇÃO" são direcionados ao localizador do sistema "PETIÇÃO", sendo necessária a triagem manual de cada processo para redirecionamento ao localizador correto. Os documentos nomeados corretamente são automaticamente direcionados aos localizadores específicos do sistema, abreviando-se o tempo para conclusão ou andamento do processo, como nos exemplos abaixo.

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Fernanda Rodrigues Da Silva x Ativos S.A. Securitizadora De Creditos Financeiros

ID: 331462661

Tribunal: TJMG Órgão: 1ª Unidade Jurisdicional - 5º JD da Comarca de Uberlândia Classe: PROCEDIMENTO DO JUIZADO ESPECIAL CíVEL Nº Processo: 5004342-86.2025.8.13.0702

Data de Disponibilização: 22/07/2025

Polo Ativo:

FERNANDA RODRIGUES DA SILVA

Polo Passivo:

ATIVOS S.A. SECURITIZADORA DE CREDITOS FINANCEIROS

Intimação

Advogados:

NELSON WILIANS FRATONI RODRIGUES

OAB/MG XXXXXX Desbloquear

UBIRATAN MAXIMO PEREIRA DE SOUZA JUNIOR

OAB/MT XXXXXX Desbloquear

PODER JUDICIÁRIO DO ESTADO DE MINAS GERAIS Justiça de Primeira Instância 1ª Unidade Jurisdicional - 5º JD da Comarca de Uberlândia PROCESSO Nº: 5004342-86.2025.8.13.0702 CLASSE: [CÍVEL] PROCEDIMENTO … PODER JUDICIÁRIO DO ESTADO DE MINAS GERAIS Justiça de Primeira Instância 1ª Unidade Jurisdicional - 5º JD da Comarca de Uberlândia PROCESSO Nº: 5004342-86.2025.8.13.0702 CLASSE: [CÍVEL] PROCEDIMENTO DO JUIZADO ESPECIAL CÍVEL (436) ASSUNTO: [Inclusão Indevida em Cadastro de Inadimplentes] AUTORA: FERNANDA RODRIGUES DA SILVA RÉ: ATIVOS S.A. SECURITIZADORA DE CREDITOS FINANCEIROS SENTENÇA Dispensado o relatório formal, a teor do art. 38 da Lei n. 9.099 de 1995, passa-se ao relato dos aspectos relevantes à compreensão da lide. Trata-se de ação declaratória e indenizatória em que alega a autora que teve seu nome negativado por débito que desconhece, pelo que pretende a declaração de inexistência do débito e compensação por danos morais. A ré contestou, aduzindo, preliminarmente, necessidade de suspensão em razão do Tema 91 do TJMG, ausência de interesse de agir, vício na representação, por falta de assinatura válida, ilegitimidade passiva, incorreção do valor da causa, ausência dos requisitos da gratuidade da justiça, e, no mérito, que o crédito se refere a empréstimo pessoal realizado perante o Banco do Brasil, objeto de cessão posterior, pelo que seriam devidas as cobranças e ausentes danos a serem reparados. Impugnada a contestação em ID Num. 10424893972. Tendo em vista a declaração das partes constante da audiência de conciliação dispensando a produção de prova em audiência, julga-se o feito antecipadamente (CPC, art. 355, I). I. - FUNDAMENTAÇÃO I.I. - Preliminares Quanto ao pedido de suspensão, não consta determinação do TJMG para tanto na amplitude pretendida, restando ausente, no caso, motivo idôneo a ensejar o sobrestamento do feito. Em relação ao alegado vício de representação, a autora compareceu à audiência de conciliação, restando, pois, superada qualquer discussão a respeito. Ademais, o valor da causa se amolda ao pedido de compensação por danos morais, pelo que corretamente definido, na forma do art. 292 do CPC. No tocante a falta de interesse de agir, consigne-se que a demanda é útil e necessária e o meio utilizado adequado para se obter a pretensão deduzida em juízo, tendo a parte ré apresentado ampla defesa, refutando combativamente a pretensão inicial, demonstra sua desconformidade com o pleito exordial e reforça a existência do interesse de agir do autor. No que toca à alegação de ilegitimidade passiva, consoante a teoria da asserção, a legitimidade ad causam diz respeito à verificação da pertinência abstrata com o direito material controvertido, e, em uma análise preliminar do feito, verifica-se que o pedido do autor é dirigido ao réu em razão dos fatos e fundamentos deduzidos na inicial, havendo, pois, pertinência subjetiva deste para responder aos termos da presente demanda. Por fim, quanto à impugnação ao pedido de justiça gratuita, como cediço, na primeira instância dos Juizados Especiais não há condenação em custas processuais e honorários advocatícios, ex vi do art. 55 da Lei 9.099/95, ao passo que incumbe à Turma Recursal exercer o juízo de admissibilidade recursal, na forma de seu Regimento Interno, o que torna inócua, neste momento, a discussão sobre o tema. Destarte, rejeito as preliminares. I.II. - Mérito Quanto ao fatos, restou incontroversa a negativação do nome da autora (ID Num. 10379354506), cingindo-se a controvérsia verificar se é devida a negativação do nome da parte autora e, em decorrência, se há danos a serem reparados. Ocorre que, afirmada a existência do débito, cabia ao réu juntar aos autos todos os documentos comprobatórios da relação jurídica havida entre as partes e que ensejou a exigibilidade da dívida, todavia, não trouxe nenhum documento com força probante suficiente para comprovar a legitimidade da cobrança em desfavor do autor. Isso porque, embora o recorrido tenha demonstrado que o débito se originou de cessão de crédito recebida do Banco do Brasil, não juntou documentos comprobatórios a demonstrar a regularidade do débito. De fato, apenas consta dos autos declaração subscrita pelo cedente (ID Num. 10415969685), informando que se trataria de débito de “CDC EMPRESTIMO”, modalidade “BB CREDITO RENOVACAO”, sem, contudo, haver outros elementos a permitirem um controle de regularidade da dívida, não bastando para tantos o termo coligido em ID Num. 10415977622, o qual, aliás, se refere à abertura de conta bancária e não a empréstimo, sem a juntada de contrato ou do instrumento de contratação assinado validamente, até porque, como se colhe, a autora nega dever referidos valores. Aliás, todos os documentos juntados com a contestação narram apenas a contratação da conta-corrente, mas nada a respeito de empréstimo. Em síntese, não basta demonstrar a origem do débito cobrado (cessão de crédito), deve-se comprovar a contratação e inadimplência do que foi cedido e negativado. A propósito: APELAÇÃO CÍVEL - AÇÃO DECLARATÓRIA DE INEXISTÊNCIA DE DÉBITO E INDENIZATÓRIA - INCLUSÃO INDEVIDA NOS CADASTROS DE INADIMPLENTES - CESSÃO DE CRÉDITO - APRESENTAÇÃO DO CONTRATO - IMPUGNAÇÃO DA ASSINATURA - PERÍCIA GRAFOTÉCNICA - CONTRATAÇÃO FRAUDULENTA - RESPONSABILIDADE DA CESSIONÁRIA - ART. 7º DO CDC - DANO MORAL - OCORRÊNCIA - QUANTUM - MANUTENÇÃO - LITIGÂNCIA DE MÁ-FÉ NÃO CONFIGURADA. - Embora tenha sido comprovada a cessão de créditos, em favor da apelante, não restou comprovada a contratação que acarretou tais créditos, razão pela qual a inscrição lançada nos cadastros de inadimplentes revela-se ilegítima, impondo-se a declaração de inexistência do débito que ensejou a negativação e a responsabilização da apelante pelos prejuízos causados ao apelado, nos termos do art. 7º do CDC. - Tratando-se de inclusão indevida nos cadastros de inadimplentes, o dano moral é in re ipsa, se não houver negativação preexistente (Súmula nº 385 do STJ). - Indenização por danos morais, arbitrada dentro dos parâmetros da razoabilidade e na proporcionalidade, atendendo ao intuito pedagógico e reparatório da medida, sem gerar enriquecimento sem causa. - Não estando comprovada qualquer das hipóteses discriminadas no art. 80 do CPC, não há que se falar em litigância de má-fé. (TJMG – AC 1.0000.23.065505-2/001 – Rel. Des. Sérgio André da Fonseca Xavier – j. 13/06/2023) Com efeito, referido tipo probatório deve ser feito na primeira oportunidade em que se manifestar a parte, ex vi do art. 434 do CPC, ressaltando-se, para os fins do art. 435 do mesmo Código, que os documentos, porquanto produzidos na entabulação do suposto vínculo, se encontram ao alcance do réu muito antes do ajuizamento da ação e, portanto, passíveis de imediata juntada, o que não ocorreu, ensejando, com isso, os efeitos da preclusão e da inexistência da contratação. Patente, pois, a irregularidade do débito negativado, deve ser declarada sua inexistência. Considerando, pois, as peculiaridades do caso em apreço, notadamente que o apontamento restritivo foi inicialmente devido, fator esse a influir no quantum indenizatório, é razoável a fixação da indenização no valor de R$ 6.000,00 (seis mil reais), quantia adequada e suficiente como justo lenitivo, sem excesso nem aviltamento. II. - DISPOSITIVO Posto isso, julgo PROCEDENTE o pedido inicial, resolvendo a lide (art. 487, I, do CPC/2015), para declarar a inexistência dos débitos objeto da lide e condenar a parte ré ao pagamento de R$ 6.000,00 (seis mil reais), a título de reparação por danos morais, a ser atualizado pelo IPCA (art. 389 do Código Civil) e com juros de mora pela SELIC, deduzido o índice de correção monetária (art. 206, § 1°, do CC), ambos a contar do presente julgamento (STJ – REsp 903.258/RS). Sem custas e verbas honorárias, nesta fase, ex vi lege. Publique-se. Intime-se. Transitada em julgado, arquivem-se os autos. Ricardo Augusto Salge Juiz de Direito documento assinado eletronicamente

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Processo nº 5000857-54.2022.8.08.0013

ID: 315025665

Tribunal: TJES Órgão: Gabinete Des. EWERTON SCHWAB PINTO JÚNIOR Classe: APELAçãO CíVEL Nº Processo: 5000857-54.2022.8.08.0013

Data de Disponibilização: 03/07/2025

Polo Ativo:

Polo Passivo:

BANCO C6 S.A.

Acórdão

Advogados:

FERNANDO ROSENTHAL

OAB/SP XXXXXX Desbloquear

ESTADO DO ESPÍRITO SANTO PODER JUDICIÁRIO PROCESSO Nº 5000857-54.2022.8.08.0013 APELAÇÃO CÍVEL (198) APELANTE: AELSON BENTO CANDIDO e outros (2) APELADO: BANCO C6 S.A. e outros (4) RELATOR(A): ______… ESTADO DO ESPÍRITO SANTO PODER JUDICIÁRIO PROCESSO Nº 5000857-54.2022.8.08.0013 APELAÇÃO CÍVEL (198) APELANTE: AELSON BENTO CANDIDO e outros (2) APELADO: BANCO C6 S.A. e outros (4) RELATOR(A): ______________________________________________________________________________________________________________________________________________ EMENTA Ementa: DIREITO CIVIL. DIREITO DO CONSUMIDOR. PROCESSO CIVIL. APELAÇÃO CÍVEL. FRAUDE ELETRÔNICA. GOLPE VIA APLICATIVO DE MENSAGENS. TRANSFERÊNCIA VIA PIX. RESPONSABILIDADE CIVIL. RESPONSABILIDADE OBJETIVA. FALHA NA PRESTAÇÃO DO SERVIÇO. CULPA EXCLUSIVA DO CONSUMIDOR. EXCLUSÃO DE RESPONSABILIDADE DO BANCO APELANTE. SENTENÇA REFORMADA EM PARTE. RECURSO PROVIDO DO BANCO. RECURSO DOS AUTORES DESPROVIDO. I. CASO EM EXAME 1. Apelações cíveis interpostas por Banco C6 S.A. e pelos autores Aelson Bento Cândido e Doroteia Andreão Cândido contra sentença que julgou parcialmente procedente pedido de indenização por danos materiais e morais, decorrentes de fraude eletrônica, reconhecendo a responsabilidade objetiva do banco pela devolução de R$ 5.780,00 transferidos via PIX a terceiro fraudador, com fundamento na teoria do risco da atividade e na falha na prestação do serviço bancário. II. QUESTÃO EM DISCUSSÃO 2. Há duas questões em discussão: (i) definir se houve falha na prestação do serviço por parte da instituição financeira ao permitir a efetivação da transferência eletrônica em favor de terceiro fraudador; (ii) estabelecer se a conduta do consumidor caracteriza culpa exclusiva, apta a romper o nexo de causalidade e excluir a responsabilidade objetiva do banco. III. RAZÕES DE DECIDIR 3. O julgamento reconhece que, embora a responsabilidade do banco seja objetiva, nos termos do art. 14 do CDC, essa pode ser afastada quando demonstrada a culpa exclusiva do consumidor, conforme prevê o § 3º, II, do mesmo dispositivo. 4. A análise dos autos demonstra que os autores realizaram a transferência com base unicamente em mensagem recebida por aplicativo de origem não confirmada, para conta bancária de titular diversa da pretendida, sem adoção de cautelas mínimas. 5. A conduta dos autores é considerada temerária, por se basear em mensagem não autenticada e desconsiderar divergência no nome do destinatário da transferência, o que rompe o nexo causal entre o serviço bancário e o dano sofrido. 6. Não se identifica falha na prestação do serviço bancário, pois a operação foi autorizada voluntariamente pelo consumidor, sem qualquer participação ou omissão da instituição financeira. 7. A responsabilidade do banco deve ser afastada, pois a fraude foi cometida à margem da relação direta entre a instituição e seus correntistas, sem indício de vício nos sistemas ou falha operacional. 8. A generalização da responsabilidade objetiva sem análise da conduta do consumidor compromete o equilíbrio do sistema de consumo e estimula práticas negligentes por parte dos usuários. 9. A indenização por danos morais também é indeferida, pois não se verifica ofensa à integridade psíquica dos autores, mas apenas situação de aborrecimento decorrente de ato próprio. IV. DISPOSITIVO E TESE 11. Recurso provido da Instituição Financeira. Recurso desprovido dos autores.. Tese de julgamento: A responsabilidade objetiva da instituição financeira por fraude eletrônica é afastada quando demonstrada a culpa exclusiva do consumidor. 2. A existência de divergência no nome do beneficiário da transação é elemento suficiente para impor ao consumidor dever de cautela, cuja inobservância rompe o nexo causal com o serviço prestado pela instituição financeira. Dispositivos relevantes citados: CF/1988, art. 5º, X; CDC, art. 14, § 3º, II. Jurisprudência relevante citada: STJ, Súmula nº 479; TJ-MG, AC 10000220413991002, Rel. Des. Newton Teixeira Carvalho, j. 26.01.2023; TJ-RJ, APL 00142690820208190206, Rel. Des. Custódio de Barros Tostes, j. 03.02.2022; TJES, ApCiv 5004342-38.2022.8.08.0021, Rel. Des. Carlos Magno Moulin Lima, j. 08.03.2024. ______________________________________________________________________________________________________________________________________________ ACÓRDÃO Decisão: Por unanimidade, CONHECER dos recursos para NEGAR PROVIMENTO ao recurso dos autores e DAR PROVIMENTO ao recurso da Instituição Financeira para reformando em parte a sentença tão somente para excluir a responsabilidade da mesma, nos termos do voto do Relator. Órgão julgador vencedor: Gabinete Des. EWERTON SCHWAB PINTO JÚNIOR Composição de julgamento: Gabinete Des. EWERTON SCHWAB PINTO JÚNIOR - EWERTON SCHWAB PINTO JUNIOR - Relator / Gabinete Des. JÚLIO CESAR COSTA DE OLIVEIRA - JULIO CESAR COSTA DE OLIVEIRA - Vogal / Gabinete Des. ALEXANDRE PUPPIM - ALEXANDRE PUPPIM - Vogal VOTOS VOGAIS Gabinete Des. JÚLIO CESAR COSTA DE OLIVEIRA - JULIO CESAR COSTA DE OLIVEIRA (Vogal) Acompanhar Gabinete Des. ALEXANDRE PUPPIM - ALEXANDRE PUPPIM (Vogal) Acompanhar ______________________________________________________________________________________________________________________________________________ RELATÓRIO _______________________________________________________________________________________________________________________________________________ NOTAS TAQUIGRÁFICAS ________________________________________________________________________________________________________________________________________________ VOTO VENCEDOR ESTADO DO ESPÍRITO SANTO PODER JUDICIÁRIO 1ª Câmara Cível Endereço: Rua Desembargador Homero Mafra 60, 60, Enseada do Suá, VITÓRIA - ES - CEP: 29050-906 Número telefone:( ) Processo nº 5000857-54.2022.8.08.0013 APELAÇÃO CÍVEL (198) APELANTE: AELSON BENTO CANDIDO, DOROTEIA ANDREAO CANDIDO Advogado do(a) APELANTE: RAFAEL CARDOSO MARTINS - RJ211231 APELADO: BANCO C6 S.A., BANCO DO BRASIL SA, JOELMA BUENO DE MOURA Advogado do(a) APELADO: EDUARDO JANZON AVALLONE NOGUEIRA - SP123199-A Advogado do(a) APELADO: FERNANDO ROSENTHAL - SP146730-A VOTO Conforma relatado, trata-se de apelações cíveis interpostas por BANCO C6 S.A e por Aelson Bento Candido e outro contra a sentença proferida pelo MM Juiz de Direito da 1ª Vara Cível de Castelo/ES que, nos autos da ação de indenização por danos materiais e morais decorrentes de fraude eletrônica, julgou procedente em parte o pedido, com base em responsabilidade objetiva da instituição financeira por falha na prestação do serviço, condenando-a a restituir o valor de R$ 5.780,00. Conheço dos recursos, vez que presentes todos os requisitos de admissibilidade. Posto isso, passa-se à análise do mérito recursal. Conforme se extrai da análise dos autos, o autor, Aelson Bento Cândido e Doroteia Andreão Cândido ajuizaram ação indenizatória c/c ressarcimento por danos materiais e morais, alegando que em 29.03.2022 recebeu mensagem por aplicativo de mensagens (whatsapp) acreditando ser de sua filha, solicitando a transferência de valores para quitação de dívida urgente. Apesar do número de telefone não corresponder ao usual, confiando tratar-se de sua filha, realizou transferência via PIX, no montante de R$ 5.780,00, para conta de titularidade de JOELMA BUENO DE MOURA, vinculada ao Banco C6 S.A. Assim, a controvérsia gira em torno da responsabilização da instituição financeira apelante por prejuízos decorrentes de fraude eletrônica, consumada por meio de comunicação enganosa via aplicativo de mensagens, que induziu a parte autora a realizar transferência bancária à conta de terceiro fraudador. A sentença de primeiro grau acolheu em parte os pedidos autorais, reconhecendo a responsabilidade solidária do banco apelante pela devolução do valor transferido, com fundamento na teoria do risco da atividade e na falha na prestação do serviço bancário, conforme preceitua o art. 14 do Código de Defesa do Consumidor. Pois bem. A atuação de fraudadores tem sido cada vez mais frequente, devendo as instituições bancárias cercar-se de cuidados necessários e redobrar a atenção para evitar esse tipo de fraude que, caso vier a ocorrer, responderá pelos prejuízos causados a terceiros em virtude do risco que assume ao firmar os negócios jurídicos. Enunciado nº 479, da Súmula de jurisprudência do STJ: “As instituições financeiras respondem objetivamente pelos danos gerados por fortuito interno relativo a fraudes e delitos praticados por terceiros no âmbito de operações bancárias.” (Súmula 479, SEGUNDA SEÇÃO, julgado em 27/06/2012, DJe 01/08/2012).1 Com efeito, após análise minuciosa dos documentos acostados evidencia que a parte autora, movida por impulso emocional e desprovida da cautela mínima exigida em operações bancárias, transferiu voluntariamente valores expressivos para conta bancária de pessoa desconhecida, baseando-se unicamente em mensagem recebida por aplicativo de origem não confirmada. A identificação do destinatário na transação apresentava nome diverso daquele que, segundo a narrativa autoral, seria o verdadeiro interlocutor, circunstância que, por si, impunha maior diligência e verificação por parte do consumidor. Nesse contexto, a conduta dos autores se reveste de temerária, rompendo o nexo causal necessário à responsabilização da instituição financeira. Assim, não restou evidenciada a falha na prestação dos serviços pelo banco, em especial, pela inobservância mínima dos autores a procederem a transferência de valores a conta de terceiro que sequer era a filha do casal. Neste caso, atrai a aplicação da regra trazida no Código de Defesa do Consumidor – art. 14, § 3º, II – segundo a qual exclui a responsabilidade objetiva do fornecedor quando demonstrada a culpa exclusiva do consumidor. Ademais, não se deve desconsiderar que a generalização da responsabilidade objetiva, desprovida da adequada ponderação quanto ao comportamento do consumidor, tem o potencial de gerar distorções sistêmicas e incentivar práticas desatentas por parte dos usuários do sistema financeiro. A segurança nas transações digitais é, em larga medida, compartilhada entre as partes, exigindo do consumidor postura ativa, vigilante e compatível com a natureza sensível dos dados e operações envolvidas. Assim, ausente prova de que o banco tenha contribuído direta ou indiretamente para a fraude, inexiste fundamento jurídico para a sua responsabilização. Não se ignora que o ordenamento jurídico protege o consumidor enquanto parte vulnerável da relação de consumo, mas tal proteção não se confunde com transferência irrestrita do risco de toda e qualquer ação fraudulenta a terceiros alheios à origem do golpe. A jurisprudência consolidada orienta que, na ausência de vício no serviço bancário, e sendo a fraude perpetrada à margem da atuação da instituição, o ônus pelos prejuízos deve recair sobre aquele que, por imprudência ou ausência de cautela, tornou possível a concretização do ilícito. Colaciono julgados dos Tribunais Pátrios, senão vejamos: EMENTA: APELAÇÃO CÍVEL - INEXISTÊNCIA DE DÉBITO - INDENIZAÇÃO POR DANOS MORAIS - GOLPE DO WHATSAPP - INEXISTÊNCIA DE RESPONSABILIZAÇÃO - CULPA EXCLUSIVA DO CONSUMIDOR. Diante da análise dos autos, não vislumbramos a existência de vazamento dos dados do amigo da vítima relativo à conta do WhatsApp. É importante ressaltar que as informações como nome, foto ou até mesmo número telefônico são instrumentos de fácil obtenção pela internet. Razão pela qual, conforme destacado na sentença, caberia à vítima tomar os cuidados necessários para não realizar as transferências para a conta de desconhecido, uma vez que os denominados "golpes do WhatsApp" já se tornaram bastante conhecidos e divulgados no meio social. Conforme se encontra previsto no CDC, a responsabilidade objetiva do fornecedor deve ser afastada quando for demonstrado que o dano foi causado por culpa exclusiva do consumidor ou de terceiros. (TJ-MG - AC: 10000220413991002 MG, Relator.: Newton Teixeira Carvalho, Data de Julgamento: 26/01/2023, Câmaras Cíveis / 13ª CÂMARA CÍVEL, Data de Publicação: 30/01/2023) DIREITO DO CONSUMIDOR. INSTITUIÇÃO FINACEIRA. "GOLPE DO WHATSAPP". TRANSFERÊNCIA BANCÁRIA REALIZADA PELA AUTORA, ACREDITANDO ESTAR ATENDENDO À SOLICITAÇÃO DE AMIGA . NOME DA DESTINATÁRIA DIFERENTE DA BENEFICIÁRIA CONHECIDA DA AUTORA. CULPA EXCLUSIVA DA CONSUMIDORA. ARTIGO 14, § 3º, II, DO CDC. AUSÊNCIA DE FALHA NA PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS PELA INSTITUIÇÃO FINANCEIRA . ENUNCIADO SUMULAR Nº 330 DO EG. TJRJ. PRECEDENTES. RECURSO DESPROVIDO. (TJ-RJ - APL: 00142690820208190206, Relator.: Des(a). CUSTÓDIO DE BARROS TOSTES, Data de Julgamento: 03/02/2022, PRIMEIRA CÂMARA CÍVEL, Data de Publicação: 16/02/2022) É o que entende este e. Tribunal de Justiça: Ementa: DIREITO CIVIL E PROCESSUAL CIVIL. APELAÇÃO CÍVEL. AÇÃO DE REPARAÇÃO POR DANOS MATERIAIS E MORAIS. GOLPE VIA WHATSAPP. CLONAGEM DE CONTA. CULPA EXCLUSIVA DO CONSUMIDOR. AUSÊNCIA DE FALHA NA PRESTAÇÃO DOS SERVIÇOS. IMPROCEDÊNCIA DO PEDIDO. RECURSO DESPROVIDO. I. CASO EM EXAME Apelação Cível interposta contra sentença que julgou improcedente a Ação de Reparação por Danos Materiais e Morais movida pelo Apelante, que alegava falha na prestação de serviços pela operadora de telefonia e pelo aplicativo WhatsApp. O Apelante argumenta que foi vítima de golpe digital, em que golpistas clonavam sua conta do WhatsApp e enviavam mensagens solicitando transferências bancárias a seus contatos. Alega, ainda, que a operadora de telefonia e o aplicativo não agiram com a devida diligência para bloquear sua conta em tempo hábil. II. QUESTÃO EM DISCUSSÃO Há duas questões em discussão: (i) definir se a sentença deve ser anulada por ausência de fundamentação quanto à revelia da segunda Requerida; e (ii) verificar se houve falha na prestação dos serviços, responsabilizando as Requeridas pelo golpe sofrido pelo Apelante. III. RAZÕES DE DECIDIR A alegação de ausência de fundamentação é rejeitada, uma vez que a sentença está devidamente motivada, com a clara indicação das razões da improcedência do pedido. A contestação da segunda Requerida, apesar de equívocos formais, impugnou os fatos narrados na inicial, afastando a possibilidade de revelia. A presunção de veracidade dos fatos em decorrência da revelia é relativa, de modo que sua decretação não induz ao automático julgamento de procedência do pedido. Quanto ao mérito, não ficou demonstrada qualquer falha na prestação de serviços por parte da operadora de telefonia ou do aplicativo WhatsApp. O Apelante foi vítima de golpe digital por ter fornecido seus dados de verificação a terceiros, permitindo a clonagem de sua conta. A jurisprudência consolidada aponta que a responsabilidade das empresas fornecedoras de serviços digitais não se configura quando o próprio consumidor facilita a ocorrência do golpe ao acessar links fraudulentos. O recurso, portanto, não merece provimento, uma vez que a sentença considerou corretamente a ausência de nexo causal entre a conduta das Requeridas e o dano sofrido pelo Apelante, sendo evidente a culpa exclusiva do consumidor. IV. DISPOSITIVO E TESE Recurso desprovido. Tese de julgamento: A sentença devidamente fundamentada não pode ser anulada pela simples discordância da parte. Não há falha na prestação de serviços de operadoras de telefonia ou aplicativos de mensagens quando o próprio consumidor acessa links fraudulentos, fornecendo dados que possibilitam golpes digitais. Dispositivos relevantes citados: CF/1988, art. 93, IX; CPC, art. 10; CDC, art. 14, § 3º, II. Jurisprudência relevante citada: STJ, REsp 1.644.682/RO, Rel. Min. Og Fernandes, Segunda Turma, DJe 15/12/2017; TJES, Apelação Cível 5007151-98.2022.8.08.0021, Rel. Des. Heloisa Cariello, 2ª Câmara Cível, j. 16/07/2024; TJES, Apelação Cível 5004342-38.2022.8.08.0021, Rel. Des. Carlos Magno Moulin Lima, 4ª Câmara Cível, j. 08/03/2024. Data: 30/Oct/2024. Órgão julgador: 4ª Câmara Cível Número: 0009683-11.2019.8.08.0030. Magistrado: ARTHUR JOSE NEIVA DE ALMEIDA. Classe: APELAÇÃO CÍVEL. Assunto: Indenização por Dano Moral. EMENTA: APELAÇÃO CÍVEL – CONSUMIDOR – FRAUDE BANCÁRIA – RESPONSABILIDADE DE TERCEIRO – FORTUITO EXTERNO – NEXO DE CAUSALIDADE ROMPIDO COM O SERVIÇO BANCÁRIO – IMPROCEDÊNCIA – RECURSO DESPROVIDO. 1. Vale salientar, inicialmente, que, a jurisprudência do C. STJ firmou entendimento, “em sede de recurso representativo da controvérsia, solidificou-se no sentido de que em hipóteses de danos causados por fraude mediante a utilização de documentos falsos, as instituições financeiras respondem objetivamente, porquanto a responsabilidade decorre do risco do empreendimento” (REsp 1.199.782/PR, da relatoria do eminente Ministro LUIS FELIPE SALOMÃO). 2. Entretanto, no caso em questão, observo que o próprio requerente reconhece que, mediante uma ligação de terceiro, enviou foto de seus documentos pessoais e sua própria foto para reconhecimento facial. 3. Verifica-se, assim, que no presente caso, a fraude fora integralmente perpetrada por terceiro, de forma a afastar a responsabilidade – objetiva – do banco, na medida em que rompe o nexo de causalidade com o serviço prestado. 4. Recurso desprovido. Data: 18/Oct/2023. Órgão julgador: 1ª Câmara Cível Número: 5000295-17.2023.8.08.0011. Magistrado: JULIO CESAR COSTA DE OLIVEIRA. Classe: APELAÇÃO CÍVEL. Assunto: Indenização por Dano Moral Por fim, em relação a pretensão recursal dos autores não encontro amparo, na medida que não passou de mero dissabor, uma vez que não demonstrada abalo psíquico e perturbação da paz de espírito dos autores. Pelos fundamentos acima expostos, CONHEÇO dos recursos para NEGAR PROVIMENTO ao recurso dos autores e DAR PROVIMENTO ao recurso da Instituição Financeira para reformando em parte a sentença tão somente para excluir a responsabilidade da mesma. Em relação aos ônus sucumbenciais, condeno os autores em honorários advocatícios relativos ao causídico do Banco C6 S/A, os quais fixo em 10% (dez por cento) sobre o valor da causa, suspendendo tal rubrica em razão da assistência judiciária gratuita já deferida. É como voto. 1 Data: 13/Aug/2024. Órgão julgador: 1ª Câmara Cível. Número: 5002213-45.2022.8.08.0026. Magistrado: JULIO CESAR COSTA DE OLIVEIRA. Classe: APELAÇÃO CÍVEL. Assunto: Bancários _________________________________________________________________________________________________________________________________ VOTOS ESCRITOS (EXCETO VOTO VENCEDOR) Gabinete Desembargador Júlio César Costa de Oliveira Sessão Virtual 23.06.2025 Acompanho o respeitável voto de Relatoria.

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Aelson Bento Candido e outros x Banco Do Brasil Sa

ID: 315025675

Tribunal: TJES Órgão: Gabinete Des. EWERTON SCHWAB PINTO JÚNIOR Classe: APELAçãO CíVEL Nº Processo: 5000857-54.2022.8.08.0013

Data de Disponibilização: 03/07/2025

Polo Ativo:

AELSON BENTO CANDIDO DOROTEIA ANDREAO CANDIDO

Polo Passivo:

BANCO DO BRASIL SA

Acórdão

Advogados:

RAFAEL CARDOSO MARTINS

OAB/RJ XXXXXX Desbloquear

RAFAEL CARDOSO MARTINS

OAB/RJ XXXXXX Desbloquear

RAFAEL CARDOSO MARTINS

OAB/RJ XXXXXX Desbloquear

RAFAEL CARDOSO MARTINS

OAB/RJ XXXXXX Desbloquear

RAFAEL CARDOSO MARTINS

OAB/RJ XXXXXX Desbloquear

RAFAEL CARDOSO MARTINS

OAB/RJ XXXXXX Desbloquear

EDUARDO JANZON AVALLONE NOGUEIRA

OAB/SP XXXXXX Desbloquear

ESTADO DO ESPÍRITO SANTO PODER JUDICIÁRIO PROCESSO Nº 5000857-54.2022.8.08.0013 APELAÇÃO CÍVEL (198) APELANTE: AELSON BENTO CANDIDO e outros (2) APELADO: BANCO C6 S.A. e outros (4) RELATOR(A): ______… ESTADO DO ESPÍRITO SANTO PODER JUDICIÁRIO PROCESSO Nº 5000857-54.2022.8.08.0013 APELAÇÃO CÍVEL (198) APELANTE: AELSON BENTO CANDIDO e outros (2) APELADO: BANCO C6 S.A. e outros (4) RELATOR(A): ______________________________________________________________________________________________________________________________________________ EMENTA Ementa: DIREITO CIVIL. DIREITO DO CONSUMIDOR. PROCESSO CIVIL. APELAÇÃO CÍVEL. FRAUDE ELETRÔNICA. GOLPE VIA APLICATIVO DE MENSAGENS. TRANSFERÊNCIA VIA PIX. RESPONSABILIDADE CIVIL. RESPONSABILIDADE OBJETIVA. FALHA NA PRESTAÇÃO DO SERVIÇO. CULPA EXCLUSIVA DO CONSUMIDOR. EXCLUSÃO DE RESPONSABILIDADE DO BANCO APELANTE. SENTENÇA REFORMADA EM PARTE. RECURSO PROVIDO DO BANCO. RECURSO DOS AUTORES DESPROVIDO. I. CASO EM EXAME 1. Apelações cíveis interpostas por Banco C6 S.A. e pelos autores Aelson Bento Cândido e Doroteia Andreão Cândido contra sentença que julgou parcialmente procedente pedido de indenização por danos materiais e morais, decorrentes de fraude eletrônica, reconhecendo a responsabilidade objetiva do banco pela devolução de R$ 5.780,00 transferidos via PIX a terceiro fraudador, com fundamento na teoria do risco da atividade e na falha na prestação do serviço bancário. II. QUESTÃO EM DISCUSSÃO 2. Há duas questões em discussão: (i) definir se houve falha na prestação do serviço por parte da instituição financeira ao permitir a efetivação da transferência eletrônica em favor de terceiro fraudador; (ii) estabelecer se a conduta do consumidor caracteriza culpa exclusiva, apta a romper o nexo de causalidade e excluir a responsabilidade objetiva do banco. III. RAZÕES DE DECIDIR 3. O julgamento reconhece que, embora a responsabilidade do banco seja objetiva, nos termos do art. 14 do CDC, essa pode ser afastada quando demonstrada a culpa exclusiva do consumidor, conforme prevê o § 3º, II, do mesmo dispositivo. 4. A análise dos autos demonstra que os autores realizaram a transferência com base unicamente em mensagem recebida por aplicativo de origem não confirmada, para conta bancária de titular diversa da pretendida, sem adoção de cautelas mínimas. 5. A conduta dos autores é considerada temerária, por se basear em mensagem não autenticada e desconsiderar divergência no nome do destinatário da transferência, o que rompe o nexo causal entre o serviço bancário e o dano sofrido. 6. Não se identifica falha na prestação do serviço bancário, pois a operação foi autorizada voluntariamente pelo consumidor, sem qualquer participação ou omissão da instituição financeira. 7. A responsabilidade do banco deve ser afastada, pois a fraude foi cometida à margem da relação direta entre a instituição e seus correntistas, sem indício de vício nos sistemas ou falha operacional. 8. A generalização da responsabilidade objetiva sem análise da conduta do consumidor compromete o equilíbrio do sistema de consumo e estimula práticas negligentes por parte dos usuários. 9. A indenização por danos morais também é indeferida, pois não se verifica ofensa à integridade psíquica dos autores, mas apenas situação de aborrecimento decorrente de ato próprio. IV. DISPOSITIVO E TESE 11. Recurso provido da Instituição Financeira. Recurso desprovido dos autores.. Tese de julgamento: A responsabilidade objetiva da instituição financeira por fraude eletrônica é afastada quando demonstrada a culpa exclusiva do consumidor. 2. A existência de divergência no nome do beneficiário da transação é elemento suficiente para impor ao consumidor dever de cautela, cuja inobservância rompe o nexo causal com o serviço prestado pela instituição financeira. Dispositivos relevantes citados: CF/1988, art. 5º, X; CDC, art. 14, § 3º, II. Jurisprudência relevante citada: STJ, Súmula nº 479; TJ-MG, AC 10000220413991002, Rel. Des. Newton Teixeira Carvalho, j. 26.01.2023; TJ-RJ, APL 00142690820208190206, Rel. Des. Custódio de Barros Tostes, j. 03.02.2022; TJES, ApCiv 5004342-38.2022.8.08.0021, Rel. Des. Carlos Magno Moulin Lima, j. 08.03.2024. ______________________________________________________________________________________________________________________________________________ ACÓRDÃO Decisão: Por unanimidade, CONHECER dos recursos para NEGAR PROVIMENTO ao recurso dos autores e DAR PROVIMENTO ao recurso da Instituição Financeira para reformando em parte a sentença tão somente para excluir a responsabilidade da mesma, nos termos do voto do Relator. Órgão julgador vencedor: Gabinete Des. EWERTON SCHWAB PINTO JÚNIOR Composição de julgamento: Gabinete Des. EWERTON SCHWAB PINTO JÚNIOR - EWERTON SCHWAB PINTO JUNIOR - Relator / Gabinete Des. JÚLIO CESAR COSTA DE OLIVEIRA - JULIO CESAR COSTA DE OLIVEIRA - Vogal / Gabinete Des. ALEXANDRE PUPPIM - ALEXANDRE PUPPIM - Vogal VOTOS VOGAIS Gabinete Des. JÚLIO CESAR COSTA DE OLIVEIRA - JULIO CESAR COSTA DE OLIVEIRA (Vogal) Acompanhar Gabinete Des. ALEXANDRE PUPPIM - ALEXANDRE PUPPIM (Vogal) Acompanhar ______________________________________________________________________________________________________________________________________________ RELATÓRIO _______________________________________________________________________________________________________________________________________________ NOTAS TAQUIGRÁFICAS ________________________________________________________________________________________________________________________________________________ VOTO VENCEDOR ESTADO DO ESPÍRITO SANTO PODER JUDICIÁRIO 1ª Câmara Cível Endereço: Rua Desembargador Homero Mafra 60, 60, Enseada do Suá, VITÓRIA - ES - CEP: 29050-906 Número telefone:( ) Processo nº 5000857-54.2022.8.08.0013 APELAÇÃO CÍVEL (198) APELANTE: AELSON BENTO CANDIDO, DOROTEIA ANDREAO CANDIDO Advogado do(a) APELANTE: RAFAEL CARDOSO MARTINS - RJ211231 APELADO: BANCO C6 S.A., BANCO DO BRASIL SA, JOELMA BUENO DE MOURA Advogado do(a) APELADO: EDUARDO JANZON AVALLONE NOGUEIRA - SP123199-A Advogado do(a) APELADO: FERNANDO ROSENTHAL - SP146730-A VOTO Conforma relatado, trata-se de apelações cíveis interpostas por BANCO C6 S.A e por Aelson Bento Candido e outro contra a sentença proferida pelo MM Juiz de Direito da 1ª Vara Cível de Castelo/ES que, nos autos da ação de indenização por danos materiais e morais decorrentes de fraude eletrônica, julgou procedente em parte o pedido, com base em responsabilidade objetiva da instituição financeira por falha na prestação do serviço, condenando-a a restituir o valor de R$ 5.780,00. Conheço dos recursos, vez que presentes todos os requisitos de admissibilidade. Posto isso, passa-se à análise do mérito recursal. Conforme se extrai da análise dos autos, o autor, Aelson Bento Cândido e Doroteia Andreão Cândido ajuizaram ação indenizatória c/c ressarcimento por danos materiais e morais, alegando que em 29.03.2022 recebeu mensagem por aplicativo de mensagens (whatsapp) acreditando ser de sua filha, solicitando a transferência de valores para quitação de dívida urgente. Apesar do número de telefone não corresponder ao usual, confiando tratar-se de sua filha, realizou transferência via PIX, no montante de R$ 5.780,00, para conta de titularidade de JOELMA BUENO DE MOURA, vinculada ao Banco C6 S.A. Assim, a controvérsia gira em torno da responsabilização da instituição financeira apelante por prejuízos decorrentes de fraude eletrônica, consumada por meio de comunicação enganosa via aplicativo de mensagens, que induziu a parte autora a realizar transferência bancária à conta de terceiro fraudador. A sentença de primeiro grau acolheu em parte os pedidos autorais, reconhecendo a responsabilidade solidária do banco apelante pela devolução do valor transferido, com fundamento na teoria do risco da atividade e na falha na prestação do serviço bancário, conforme preceitua o art. 14 do Código de Defesa do Consumidor. Pois bem. A atuação de fraudadores tem sido cada vez mais frequente, devendo as instituições bancárias cercar-se de cuidados necessários e redobrar a atenção para evitar esse tipo de fraude que, caso vier a ocorrer, responderá pelos prejuízos causados a terceiros em virtude do risco que assume ao firmar os negócios jurídicos. Enunciado nº 479, da Súmula de jurisprudência do STJ: “As instituições financeiras respondem objetivamente pelos danos gerados por fortuito interno relativo a fraudes e delitos praticados por terceiros no âmbito de operações bancárias.” (Súmula 479, SEGUNDA SEÇÃO, julgado em 27/06/2012, DJe 01/08/2012).1 Com efeito, após análise minuciosa dos documentos acostados evidencia que a parte autora, movida por impulso emocional e desprovida da cautela mínima exigida em operações bancárias, transferiu voluntariamente valores expressivos para conta bancária de pessoa desconhecida, baseando-se unicamente em mensagem recebida por aplicativo de origem não confirmada. A identificação do destinatário na transação apresentava nome diverso daquele que, segundo a narrativa autoral, seria o verdadeiro interlocutor, circunstância que, por si, impunha maior diligência e verificação por parte do consumidor. Nesse contexto, a conduta dos autores se reveste de temerária, rompendo o nexo causal necessário à responsabilização da instituição financeira. Assim, não restou evidenciada a falha na prestação dos serviços pelo banco, em especial, pela inobservância mínima dos autores a procederem a transferência de valores a conta de terceiro que sequer era a filha do casal. Neste caso, atrai a aplicação da regra trazida no Código de Defesa do Consumidor – art. 14, § 3º, II – segundo a qual exclui a responsabilidade objetiva do fornecedor quando demonstrada a culpa exclusiva do consumidor. Ademais, não se deve desconsiderar que a generalização da responsabilidade objetiva, desprovida da adequada ponderação quanto ao comportamento do consumidor, tem o potencial de gerar distorções sistêmicas e incentivar práticas desatentas por parte dos usuários do sistema financeiro. A segurança nas transações digitais é, em larga medida, compartilhada entre as partes, exigindo do consumidor postura ativa, vigilante e compatível com a natureza sensível dos dados e operações envolvidas. Assim, ausente prova de que o banco tenha contribuído direta ou indiretamente para a fraude, inexiste fundamento jurídico para a sua responsabilização. Não se ignora que o ordenamento jurídico protege o consumidor enquanto parte vulnerável da relação de consumo, mas tal proteção não se confunde com transferência irrestrita do risco de toda e qualquer ação fraudulenta a terceiros alheios à origem do golpe. A jurisprudência consolidada orienta que, na ausência de vício no serviço bancário, e sendo a fraude perpetrada à margem da atuação da instituição, o ônus pelos prejuízos deve recair sobre aquele que, por imprudência ou ausência de cautela, tornou possível a concretização do ilícito. Colaciono julgados dos Tribunais Pátrios, senão vejamos: EMENTA: APELAÇÃO CÍVEL - INEXISTÊNCIA DE DÉBITO - INDENIZAÇÃO POR DANOS MORAIS - GOLPE DO WHATSAPP - INEXISTÊNCIA DE RESPONSABILIZAÇÃO - CULPA EXCLUSIVA DO CONSUMIDOR. Diante da análise dos autos, não vislumbramos a existência de vazamento dos dados do amigo da vítima relativo à conta do WhatsApp. É importante ressaltar que as informações como nome, foto ou até mesmo número telefônico são instrumentos de fácil obtenção pela internet. Razão pela qual, conforme destacado na sentença, caberia à vítima tomar os cuidados necessários para não realizar as transferências para a conta de desconhecido, uma vez que os denominados "golpes do WhatsApp" já se tornaram bastante conhecidos e divulgados no meio social. Conforme se encontra previsto no CDC, a responsabilidade objetiva do fornecedor deve ser afastada quando for demonstrado que o dano foi causado por culpa exclusiva do consumidor ou de terceiros. (TJ-MG - AC: 10000220413991002 MG, Relator.: Newton Teixeira Carvalho, Data de Julgamento: 26/01/2023, Câmaras Cíveis / 13ª CÂMARA CÍVEL, Data de Publicação: 30/01/2023) DIREITO DO CONSUMIDOR. INSTITUIÇÃO FINACEIRA. "GOLPE DO WHATSAPP". TRANSFERÊNCIA BANCÁRIA REALIZADA PELA AUTORA, ACREDITANDO ESTAR ATENDENDO À SOLICITAÇÃO DE AMIGA . NOME DA DESTINATÁRIA DIFERENTE DA BENEFICIÁRIA CONHECIDA DA AUTORA. CULPA EXCLUSIVA DA CONSUMIDORA. ARTIGO 14, § 3º, II, DO CDC. AUSÊNCIA DE FALHA NA PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS PELA INSTITUIÇÃO FINANCEIRA . ENUNCIADO SUMULAR Nº 330 DO EG. TJRJ. PRECEDENTES. RECURSO DESPROVIDO. (TJ-RJ - APL: 00142690820208190206, Relator.: Des(a). CUSTÓDIO DE BARROS TOSTES, Data de Julgamento: 03/02/2022, PRIMEIRA CÂMARA CÍVEL, Data de Publicação: 16/02/2022) É o que entende este e. Tribunal de Justiça: Ementa: DIREITO CIVIL E PROCESSUAL CIVIL. APELAÇÃO CÍVEL. AÇÃO DE REPARAÇÃO POR DANOS MATERIAIS E MORAIS. GOLPE VIA WHATSAPP. CLONAGEM DE CONTA. CULPA EXCLUSIVA DO CONSUMIDOR. AUSÊNCIA DE FALHA NA PRESTAÇÃO DOS SERVIÇOS. IMPROCEDÊNCIA DO PEDIDO. RECURSO DESPROVIDO. I. CASO EM EXAME Apelação Cível interposta contra sentença que julgou improcedente a Ação de Reparação por Danos Materiais e Morais movida pelo Apelante, que alegava falha na prestação de serviços pela operadora de telefonia e pelo aplicativo WhatsApp. O Apelante argumenta que foi vítima de golpe digital, em que golpistas clonavam sua conta do WhatsApp e enviavam mensagens solicitando transferências bancárias a seus contatos. Alega, ainda, que a operadora de telefonia e o aplicativo não agiram com a devida diligência para bloquear sua conta em tempo hábil. II. QUESTÃO EM DISCUSSÃO Há duas questões em discussão: (i) definir se a sentença deve ser anulada por ausência de fundamentação quanto à revelia da segunda Requerida; e (ii) verificar se houve falha na prestação dos serviços, responsabilizando as Requeridas pelo golpe sofrido pelo Apelante. III. RAZÕES DE DECIDIR A alegação de ausência de fundamentação é rejeitada, uma vez que a sentença está devidamente motivada, com a clara indicação das razões da improcedência do pedido. A contestação da segunda Requerida, apesar de equívocos formais, impugnou os fatos narrados na inicial, afastando a possibilidade de revelia. A presunção de veracidade dos fatos em decorrência da revelia é relativa, de modo que sua decretação não induz ao automático julgamento de procedência do pedido. Quanto ao mérito, não ficou demonstrada qualquer falha na prestação de serviços por parte da operadora de telefonia ou do aplicativo WhatsApp. O Apelante foi vítima de golpe digital por ter fornecido seus dados de verificação a terceiros, permitindo a clonagem de sua conta. A jurisprudência consolidada aponta que a responsabilidade das empresas fornecedoras de serviços digitais não se configura quando o próprio consumidor facilita a ocorrência do golpe ao acessar links fraudulentos. O recurso, portanto, não merece provimento, uma vez que a sentença considerou corretamente a ausência de nexo causal entre a conduta das Requeridas e o dano sofrido pelo Apelante, sendo evidente a culpa exclusiva do consumidor. IV. DISPOSITIVO E TESE Recurso desprovido. Tese de julgamento: A sentença devidamente fundamentada não pode ser anulada pela simples discordância da parte. Não há falha na prestação de serviços de operadoras de telefonia ou aplicativos de mensagens quando o próprio consumidor acessa links fraudulentos, fornecendo dados que possibilitam golpes digitais. Dispositivos relevantes citados: CF/1988, art. 93, IX; CPC, art. 10; CDC, art. 14, § 3º, II. Jurisprudência relevante citada: STJ, REsp 1.644.682/RO, Rel. Min. Og Fernandes, Segunda Turma, DJe 15/12/2017; TJES, Apelação Cível 5007151-98.2022.8.08.0021, Rel. Des. Heloisa Cariello, 2ª Câmara Cível, j. 16/07/2024; TJES, Apelação Cível 5004342-38.2022.8.08.0021, Rel. Des. Carlos Magno Moulin Lima, 4ª Câmara Cível, j. 08/03/2024. Data: 30/Oct/2024. Órgão julgador: 4ª Câmara Cível Número: 0009683-11.2019.8.08.0030. Magistrado: ARTHUR JOSE NEIVA DE ALMEIDA. Classe: APELAÇÃO CÍVEL. Assunto: Indenização por Dano Moral. EMENTA: APELAÇÃO CÍVEL – CONSUMIDOR – FRAUDE BANCÁRIA – RESPONSABILIDADE DE TERCEIRO – FORTUITO EXTERNO – NEXO DE CAUSALIDADE ROMPIDO COM O SERVIÇO BANCÁRIO – IMPROCEDÊNCIA – RECURSO DESPROVIDO. 1. Vale salientar, inicialmente, que, a jurisprudência do C. STJ firmou entendimento, “em sede de recurso representativo da controvérsia, solidificou-se no sentido de que em hipóteses de danos causados por fraude mediante a utilização de documentos falsos, as instituições financeiras respondem objetivamente, porquanto a responsabilidade decorre do risco do empreendimento” (REsp 1.199.782/PR, da relatoria do eminente Ministro LUIS FELIPE SALOMÃO). 2. Entretanto, no caso em questão, observo que o próprio requerente reconhece que, mediante uma ligação de terceiro, enviou foto de seus documentos pessoais e sua própria foto para reconhecimento facial. 3. Verifica-se, assim, que no presente caso, a fraude fora integralmente perpetrada por terceiro, de forma a afastar a responsabilidade – objetiva – do banco, na medida em que rompe o nexo de causalidade com o serviço prestado. 4. Recurso desprovido. Data: 18/Oct/2023. Órgão julgador: 1ª Câmara Cível Número: 5000295-17.2023.8.08.0011. Magistrado: JULIO CESAR COSTA DE OLIVEIRA. Classe: APELAÇÃO CÍVEL. Assunto: Indenização por Dano Moral Por fim, em relação a pretensão recursal dos autores não encontro amparo, na medida que não passou de mero dissabor, uma vez que não demonstrada abalo psíquico e perturbação da paz de espírito dos autores. Pelos fundamentos acima expostos, CONHEÇO dos recursos para NEGAR PROVIMENTO ao recurso dos autores e DAR PROVIMENTO ao recurso da Instituição Financeira para reformando em parte a sentença tão somente para excluir a responsabilidade da mesma. Em relação aos ônus sucumbenciais, condeno os autores em honorários advocatícios relativos ao causídico do Banco C6 S/A, os quais fixo em 10% (dez por cento) sobre o valor da causa, suspendendo tal rubrica em razão da assistência judiciária gratuita já deferida. É como voto. 1 Data: 13/Aug/2024. Órgão julgador: 1ª Câmara Cível. Número: 5002213-45.2022.8.08.0026. Magistrado: JULIO CESAR COSTA DE OLIVEIRA. Classe: APELAÇÃO CÍVEL. Assunto: Bancários _________________________________________________________________________________________________________________________________ VOTOS ESCRITOS (EXCETO VOTO VENCEDOR) Gabinete Desembargador Júlio César Costa de Oliveira Sessão Virtual 23.06.2025 Acompanho o respeitável voto de Relatoria.

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Processo nº 5004342-85.2025.4.03.6106

ID: 319254040

Tribunal: TRF3 Órgão: 1ª Vara Federal de São José do Rio Preto Classe: PROCEDIMENTO COMUM CíVEL Nº Processo: 5004342-85.2025.4.03.6106

Data de Disponibilização: 08/07/2025

Polo Ativo:

HIERARCA UNIFORMES LTDA

Polo Passivo:

Decisão

Advogados:

ALEXANDRE FONTANA BERTO

OAB/SP XXXXXX Desbloquear

PROCEDIMENTO COMUM CÍVEL (7) Nº 5004342-85.2025.4.03.6106 / 1ª Vara Federal de São José do Rio Preto AUTOR: HIERARCA UNIFORMES LTDA Advogado do(a) AUTOR: ALEXANDRE FONTANA BERTO - SP156232 REU: CONSE… PROCEDIMENTO COMUM CÍVEL (7) Nº 5004342-85.2025.4.03.6106 / 1ª Vara Federal de São José do Rio Preto AUTOR: HIERARCA UNIFORMES LTDA Advogado do(a) AUTOR: ALEXANDRE FONTANA BERTO - SP156232 REU: CONSELHO REGIONAL DE ENGENHARIA E AGRONOMIA DO ESTADO DE SAO PAULO D E C I S Ã O Trata-se de Ação Anulatória de Débito Fiscal proposta por Hierarca Uniformes Ltda em face do Conselho Regional de Engenharia e Agronomia do Estado de São Paulo – CREA/SP, objetivando a antecipação da tutela para “determinar a suspensão dos efeitos do protesto do título relativo ao protocolo nº 378622-29/04/2025, referente a CDA nº 812957/2025, por falta de pagamento, no valor de R$2.994,99 (dois mil, novecentos e noventa e quatro reais e noventa e nove centavos), com data limite para pagamento em 06/05/2025” e, ao final, “tornar definitiva a liminar e declarar a inexigibilidade do título em razão do fato de que a atividade exercida pela demandante não se enquadra no rol que exige a inscrição perante o CREA, declarando a inexistência da relação jurídico-tributária entre a autora e o requerido e desconstituindo o lançamento que originou a CDA nº 812957/2025, bem como dos que sejam posteriormente lançados, para determinar ao réu que se abstenha de promover lançamentos futuros tendo por objeto a atividade exercida pela demandante, além de condená-lo ao pagamento de indenização por danos morais sofridos em quantia não inferior a R$10.000,00 (dez mil reais)” A autora alega que foi intimada pelo 1º Tabelião de Notas e de Protesto de Letras e Títulos da Comarca de Catanduva, protocolo nº 378622-29/04/2025, referente a CDA nº 812957/2025, por falta de pagamento, no valor de R$2.994,99 (dois mil, novecentos e noventa e quatro reais e noventa e nove centavos), com data limite para pagamento em 06/05/2025, sob pena de protesto. Afirma que, em resposta à reclamação promovida pela autora junto ao Centro de Defesa do Consumidor do Município de Catanduva, o CREA/SP justificou o protesto e a autuação como “decorrente do exercício de atividade constante na tabela de empresas do Conselho, o que, segundo a resposta do demandado, obrigaria o registro junto ao CREA”. A petição inicial foi instruída com procuração judicial e documentos e não houve o recolhimento do adiantamento das custas iniciais. É o relatório. Decido. Nos termos do art. 300, do CPC, a tutela de urgência será concedida quando concorrerem a probabilidade do direito e o perigo de dano ou risco ao resultado útil do processo. No presente caso, o perigo de dano é inconteste pela notificação de protesto do 1º Tabelião de Notas e de Protesto de Letras e Títulos de Catanduva para pagamento do título, com data final para pagamento ou aceite em 06/05/2025 (id 370762923). Resta, portanto, verificar a higidez jurídica da pretensão autoral. A Lei nº 6.839/80, que trata do registro de empresas nas entidades fiscalizadoras do exercício de profissões, dispõe que o critério para a exigência de inscrição em órgão de classe é a atividade básica preponderante desenvolvida pela empresa. Sobre o assunto, inclusive, o Superior Tribunal de Justiça consolidou entendimento no sentido de que é a atividade básica preponderante da empresa que condiciona seu registro e a anotação de profissionais habilitados em um dado conselho de fiscalização profissional. Nos termos da Lei nº 5.194/66, que regula o exercício das profissões de Engenheiro, Arquiteto e Engenheiro-Agrônomo: Art. 59. As firmas, sociedades, associações, companhias, cooperativas e empresas em geral, que se organizem para executar obras ou serviços relacionados na forma estabelecida nesta lei, só poderão iniciar suas atividades depois de promoverem o competente registro nos Conselhos Regionais, bem como o dos profissionais do seu quadro técnico. § 1º O registro de firmas, sociedades, associações, companhias, cooperativas e empresas em geral só será concedido se sua denominação for realmente condizente com sua finalidade e qualificação de seus componentes. § 2º As entidades estatais, paraestatais, autárquicas e de economia mista que tenham atividade na engenharia, na arquitetura ou na agronomia, ou se utilizem dos trabalhos de profissionais dessas categorias, são obrigadas, sem quaisquer ônus, a fornecer aos Conselhos Regionais todos os elementos necessários à verificação e fiscalização da presente lei. § 3º O Conselho Federal estabelecerá, em resoluções, os requisitos que as firmas ou demais organizações previstas neste artigo deverão preencher para o seu registro. Art. 60. Toda e qualquer firma ou organização que, embora não enquadrada no artigo anterior tenha alguma seção ligada ao exercício profissional da engenharia, arquitetura e agronomia, na forma estabelecida nesta lei, é obrigada a requerer o seu registro e a anotação dos profissionais, legalmente habilitados, delas encarregados. Dessa forma, a fim de regulamentar a Lei nº 5.194/66, foi editada a Resolução nº 218/73 do CONFEA, que preconiza o seguinte: Art. 1º - Para efeito de fiscalização do exercício profissional correspondente às diferentes modalidades da Engenharia, Arquitetura e Agronomia em nível superior e em nível médio, ficam designadas as seguintes atividades: (...) Atividade 11 -Execução de obra e serviço técnico; Atividade 12 -Fiscalização de obra e serviço técnico; Atividade 13 -Produção técnica e especializada; Atividade 14 -Condução de trabalho técnico; Atividade 15 -Condução de equipe de instalação, montagem, operação, reparo ou manutenção; Atividade 16 -Execução de instalação, montagem e reparo; Atividade 17 -Operação e manutenção de equipamento e instalação; Atividade 18 -Execução de desenho técnico. Vale ressaltar, no entanto, que os artigos 59 e 60 da Lei nº 5.194/66, referentes ao registro de empresas nas entidades fiscalizadoras, devem ser interpretados à luz do artigo 1º da Lei nº 6.839/80, conforme orientação do Superior Tribunal de Justiça. Por certo, o registro no CREA é obrigatório apenas para as entidades cuja atividade básica seja de competência privativa dos engenheiros. No caso dos autos, segundo consta no contrato social, a empresa autora possui como objeto social “CONFECÇÃO DE PEÇAS DO VESTUÁRIO, EXCETO ROUPAS ÍNTIMAS E AS CONFECCIONADAS SOB MEDIDA; CONFECÇÃO DE ROUPAS PROFISSIONAIS, EXCETO SOB MEDIDA; FABRICAÇÃO DE ARTIGOS DO VESTUÁRIO, PRODUZIDOS EM MALHARIAS E TRICOTAGENS, EXCETO MEIAS E FABRICAÇÃO DE ACESSÓRIOS DO VESTUÁRIO, EXCETO PARA SEGURANÇA E PROTEÇÃO” (id 370762918), cujas atividades básicas, nesse exame sumário, não se enquadrariam como atividades específicas da engenharia, o que, diante da autuação pelo Conselho réu, demonstra a probabilidade do direito alegado. Deve ser salientado que a presente decisão de natureza precária poderá ser reanalisada após a formalização do contraditório e realização da instrução probatória. Ante o exposto, DEFIRO o pedido de tutela de urgência formulado pela autora a fim de DETERMINAR a suspensão do protesto e seus efeitos junto ao 1º Tabelião de Notas e de Protesto de Letras e Títulos da Comarca de Catanduva, referente à CDA 812957/2025, emitido em 25/04/2025, protocolo 378622 – 29/04/2025, no valor total de R$ 3.264,54 (três mil duzentos e sessenta e quatro reais e cinquenta e quatro centavos) – id. 370762923. Oficie-se, com urgência, ao 1º Tabelião de Notas e de Protesto de Letras e Títulos da Comarca de Catanduva. Cite-se o Conselho Regional de Engenharia e Agronomia do Estado de São Paulo para apresentar contestação no prazo legal, bem como, na mesma oportunidade, apresentar todos os documentos que entender necessários ao deslinde meritório do feito e especificar provas que pretenda produzir. Apresentada a contestação, intime a parte autora para que, no prazo de 15 (quinze) dias, sobre ela se manifeste no tempo e modo do artigo 351 do Código de Processo Civil e especifique eventuais outras provas que pretenda produzir, identificando a essencialidade de cada uma delas ao deslinde do feito. Após, em havendo requerimento de outras provas, venham os autos conclusos para apreciação; acaso nada seja requerido pelas partes, abra-se a conclusão para sentença. A parte autora manifestou desinteresse na realização de audiência de conciliação. Cópia desta decisão servirá de Ofício/Mandado de Intimação e Citação. Certifique o senhor Diretor de Secretaria o recolhimento das custas processuais iniciais (id 371168329). Em face da previsão constante no art. 2º, § 1º, III, da Lei nº 10.259/2001, afasto a prevenção apontada na certidão id 370958075, pois o objeto da presente ação envolve requerimento para anulação de ato administrativo federal; Decisão registrada eletronicamente. Intimem-se. Cite-se. Cumpra-se, com urgência. São José do Rio Preto/SP, na data da assinatura eletrônica. CARLA ABRANTKOSKI RISTER JUÍZA FEDERAL

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Processo nº 5004342-23.2024.4.03.6332

ID: 338838135

Tribunal: TRF3 Órgão: 2ª Vara Gabinete JEF de Guarulhos Classe: PROCEDIMENTO DO JUIZADO ESPECIAL CíVEL Nº Processo: 5004342-23.2024.4.03.6332

Data de Disponibilização: 31/07/2025

Polo Ativo:

CONDOMINIO CLARICE LISPECTOR

Polo Passivo:

Sentença

Advogados:

JOAO PAULO SARDINHA DOS SANTOS

OAB/SP XXXXXX Desbloquear

PODER JUDICIÁRIO FEDERAL TRIBUNAL REGIONAL FEDERAL DA 3ª REGIÃO JUIZADO ESPECIAL FEDERAL DE GUARULHOS Av. Salgado Filho, 2050, Centro, Guarulhos/SP e-mail: guarul-sejf-jef@trf3.jus.br PROCEDIMENTO DO… PODER JUDICIÁRIO FEDERAL TRIBUNAL REGIONAL FEDERAL DA 3ª REGIÃO JUIZADO ESPECIAL FEDERAL DE GUARULHOS Av. Salgado Filho, 2050, Centro, Guarulhos/SP e-mail: guarul-sejf-jef@trf3.jus.br PROCEDIMENTO DO JUIZADO ESPECIAL CÍVEL (436) Nº 5004342-23.2024.4.03.6332 / 2ª Vara Gabinete JEF de Guarulhos AUTOR: CONDOMINIO CLARICE LISPECTOR Advogado do(a) AUTOR: JOAO PAULO SARDINHA DOS SANTOS - SP460.542 REU: CAIXA ECONOMICA FEDERAL - CEF Advogado do(a) REU: MARCOS RIGONY MENEZES COSTA - SP479821 VISTOS, em sentença. CONDOMÍNIO CLARICE LISPECTOR ajuizou a presente ação de cobrança em face da CAIXA ECONÔMICA FEDERAL (CEF). Pretende a condenação do banco ao pagamento das cotas condominiais do apartamento 23, bloco 18. Citada, a CEF contesta (id. 332320476). Sustenta, em síntese, preliminarmente, ilegitimidade passiva. No mérito, afirma que a responsabilidade pelo pagamento das cotas é do arrendatário. É o relatório. Decido. A ação é de cobrança de cotas condominiais movida em face da CEF. A preliminar de ilegitimidade passiva não comporta acolhimento. O pedido autoral é pelo reconhecimento da responsabilidade da CEF pelo valor devido o que, em aplicação da teoria da asserção, basta para a verificação das condições da ação. A efetiva responsabilidade da ré é questão de mérito. No mérito, o pagamento da cota condominial é cogente, a teor do artigo 1.315, caput, do CC, que dispõe que o condômino é obrigado, na proporção de sua parte, a concorrer para as despesas de conservação ou divisão da coisa, e a suportar os ônus a que estiver sujeita. O art. 1.336, I estipula que é dever do condômino contribuir para as despesas do condomínio. O débito condominial não possui natureza pessoal, e sim propter rem, ou seja, acompanha a coisa, adere a ela e se transmite com sua titularidade. É o que se depreende do art. 1.345 do CC, conforme interpretação pacífica na doutrina e na jurisprudência. Ajuizada ação de cobrança instruída com planilha que discrimina os períodos de inadimplemento, os valores devidos e os acréscimos moratórios ao débito principal, não se desincumbiu a CEF, enquanto proprietária de unidade residencial do condomínio (conforme matrícula de id. 328104479), do ônus de provar algum fato modificativo, extintivo ou impeditivo do direito invocado na inicial. A ré não nega a existência da dívida. Sustenta, no entanto, que a responsabilidade pelo pagamento das cotas condominiais seria do arrendatário, com base em cláusula contratual firmada no âmbito do Programa de Arrendamento Residencial (PAR). Tal alegação, contudo, não merece acolhimento. A jurisprudência relativa à responsabilidade do promissário comprador e sua responsabilidade nos casos de imissão na posse e ciência inequívoca do condomínio (tema 886 do STJ) não se aplica à espécie, pois diversa a natureza e o regime jurídico do arrendatário. O contrato de arrendamento residencial celebrado no âmbito do PAR, instituído pela Lei nº 10.188/2001, não possui natureza jurídica de compra e venda, ou de promessa de compra e venda, razão pela qual o arrendatário não é equiparado ao condômino nem ao promitente comprador. O STJ consignou expressamente que condômino é o proprietário do imóvel, sendo o arrendatário mero possuidor direto, sem legitimidade para participar da administração condominial ou ser responsabilizado externamente por obrigações típicas do proprietário (REsp n. 1.576.651/SE, relatora Ministra Maria Isabel Gallotti, Quarta Turma, julgado em 9/6/2020, DJe de 25/6/2020). Assim, a propriedade permanece com o Fundo de Arrendamento Residencial (FAR), representado pela Caixa Econômica Federal, que continua sendo o sujeito passivo das obrigações condominiais perante o condomínio. Nesse contexto, a cláusula contratual que transfere ao arrendatário a obrigação pelo pagamento das cotas condominiais é inoponível ao condomínio, uma vez que este não participou da relação contratual privada firmada entre a CEF e o arrendatário, razão pela qual a responsabilidade externa permanece com a proprietária formal do imóvel. Enquanto o art. 1.334, §2º do CC equipara expressamente aos proprietários os promitentes compradores e os cessionários de direitos relativos às unidades autônomas, dentro das relações condominiais, não o fez em relação ao arrendatário, justamente pela diferente natureza jurídica da relação com o arrendador. Deste modo, a responsabilidade por arcar com as cotas condominiais não é do eventual arrendatário, e sim do proprietário do imóvel. No que diz respeito aos encargos, as cotas de condomínio pagas em atraso sujeitam-se à correção monetária e juros de mora a partir do vencimento das parcelas. A multa de mora é devida no percentual de 2%, conforme previsão do art. 1336, § 1º do CC. Por fim, e apesar de ausente alegação defensiva da CEF neste sentido (art. 345, II do CPC), deve ser reconhecido que não é devido o pagamento de honorários advocatícios contratuais ao condomínio. Isto porque o entendimento consolidado pelo C. STJ afasta a condenação da parte contrária ao pagamento dos honorários advocatícios contratuais sob o argumento de que estes derivam de um ajuste particular entre cliente e advogado, não se confundindo com os honorários de sucumbência, fixados judicialmente com base no princípio da sucumbência (art. 85 do CPC). A Corte entende que a contratação de advogado para litigar não configura ato ilícito que gere dever de indenizar por perdas e danos (art. 389 do CC), sendo um ônus inerente ao exercício do direito de acesso à justiça. Neste sentido: AGRAVO INTERNO NO RECURSO ESPECIAL. APELAÇÃO CÍVEL. AÇÃO DE COBRANÇA DE TAXAS CONDOMINIAIS CUMULADA COM PEDIDO DE PERDAS E DANOS. CONDENAÇÃO AO PAGAMENTO DE HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS CONTRATUAIS PREVISTO EM CONVENÇÃO. INVIABILIDADE. SÚMULA 83/STJ. AGRAVO DESPROVIDO. 1. A jurisprudência do STJ orienta que "[o]s honorários advocatícios contratuais são de responsabilidade da parte contratante, cabendo à parte contrária apenas os honorários sucumbenciais. 'A Corte Especial e a Segunda Seção do STJ já se pronunciaram no sentido de ser incabível a condenação da parte sucumbente aos honorários contratuais despendidos pela vencedora. (...)' (AgInt no AREsp 1.332.170/SP, Rel. Ministra MARIA ISABEL GALLOTTI, Quarta Turma, julgado em 07/02/2019, DJe de 14/02/2019)" (AgInt nos EDcl no REsp 1.675.516/DF, Rel. Ministro RAUL ARAÚJO, QUARTA TURMA, julgado em 30/11/2020, DJe de 18/12/2020). 2. Não é possível o conhecimento do recurso especial em que se alega ofensa a disposição de convenção de condomínio, por não se tratar de ato normativo que se enquadre no conceito de lei federal, conforme disposto no art. 105, III, "a", da CF/1988. 3. Agravo interno a que se nega provimento. (AgInt no REsp n. 2.135.895/SC, relator Ministro Raul Araújo, Quarta Turma, julgado em 2/12/2024, DJEN de 9/12/2024). Nesse contexto probatório, inafastável a obrigação da CEF em arcar com o débito condominial de seu imóvel. Dispositivo. Em face do exposto, JULGO PARCIALMENTE PROCEDENTE o pedido, com resolução do mérito, nos termos do inciso I do art. 487 do Código de Processo Civil, para condenar a ré ao pagamento das cotas vencidas até o ajuizamento da ação (id. 328104480), com a incidência e exclusão de encargos conforme fundamentação, bem como as vencidas durante o trâmite do processo e as vincendas até o trânsito em julgado (ante a incompatibilidade da interpretação do art. 323 do CPC em sua máxima amplitude e o rito/estrutura dos JEFs, conforme art. 2º da Lei 9.099/95). Correção monetária e juros de mora conforme critérios previstos no Manual de Cálculos da Justiça Federal da 3ª Região. Termos iniciais de incidência do vencimento das cotas condominiais. Sem custas e honorários nesta instância, a teor do art. 1º da Lei n. 10.259/2001, c/c art. 55, da Lei n. 9.099/1995. Havendo recurso tempestivo, intime-se a parte recorrida para contra-arrazoar no prazo de 10 (dez) dias. Transcorrido o prazo, remetam-se os autos virtuais à colenda Turma Recursal. Com o trânsito em julgado, INTIME-SE o credor a apresentar cálculo atualizado do débito, no prazo de 15 dias e, em seguida, INTIME-SE a CEF para pagamento, no prazo de 15 dias. Oportunamente, arquivem-se os autos. Publique-se. Intime-se. Registrada eletronicamente. Guarulhos, data da assinatura eletrônica. RICCARDO SPENGLER HIDALGO SILVA JUIZ FEDERAL SUBSTITUTO

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Processo nº 5004342-23.2024.4.03.6332

ID: 338838169

Tribunal: TRF3 Órgão: 2ª Vara Gabinete JEF de Guarulhos Classe: PROCEDIMENTO DO JUIZADO ESPECIAL CíVEL Nº Processo: 5004342-23.2024.4.03.6332

Data de Disponibilização: 31/07/2025

Polo Ativo:

INTEGRAçãO DJEN-TRF3

Polo Passivo:

Sentença

Advogados:

JOAO PAULO SARDINHA DOS SANTOS

OAB/SP XXXXXX Desbloquear

PODER JUDICIÁRIO FEDERAL TRIBUNAL REGIONAL FEDERAL DA 3ª REGIÃO JUIZADO ESPECIAL FEDERAL DE GUARULHOS Av. Salgado Filho, 2050, Centro, Guarulhos/SP e-mail: guarul-sejf-jef@trf3.jus.br PROCEDIMENTO DO… PODER JUDICIÁRIO FEDERAL TRIBUNAL REGIONAL FEDERAL DA 3ª REGIÃO JUIZADO ESPECIAL FEDERAL DE GUARULHOS Av. Salgado Filho, 2050, Centro, Guarulhos/SP e-mail: guarul-sejf-jef@trf3.jus.br PROCEDIMENTO DO JUIZADO ESPECIAL CÍVEL (436) Nº 5004342-23.2024.4.03.6332 / 2ª Vara Gabinete JEF de Guarulhos AUTOR: CONDOMINIO CLARICE LISPECTOR Advogado do(a) AUTOR: JOAO PAULO SARDINHA DOS SANTOS - SP460.542 REU: CAIXA ECONOMICA FEDERAL - CEF Advogado do(a) REU: MARCOS RIGONY MENEZES COSTA - SP479821 VISTOS, em sentença. CONDOMÍNIO CLARICE LISPECTOR ajuizou a presente ação de cobrança em face da CAIXA ECONÔMICA FEDERAL (CEF). Pretende a condenação do banco ao pagamento das cotas condominiais do apartamento 23, bloco 18. Citada, a CEF contesta (id. 332320476). Sustenta, em síntese, preliminarmente, ilegitimidade passiva. No mérito, afirma que a responsabilidade pelo pagamento das cotas é do arrendatário. É o relatório. Decido. A ação é de cobrança de cotas condominiais movida em face da CEF. A preliminar de ilegitimidade passiva não comporta acolhimento. O pedido autoral é pelo reconhecimento da responsabilidade da CEF pelo valor devido o que, em aplicação da teoria da asserção, basta para a verificação das condições da ação. A efetiva responsabilidade da ré é questão de mérito. No mérito, o pagamento da cota condominial é cogente, a teor do artigo 1.315, caput, do CC, que dispõe que o condômino é obrigado, na proporção de sua parte, a concorrer para as despesas de conservação ou divisão da coisa, e a suportar os ônus a que estiver sujeita. O art. 1.336, I estipula que é dever do condômino contribuir para as despesas do condomínio. O débito condominial não possui natureza pessoal, e sim propter rem, ou seja, acompanha a coisa, adere a ela e se transmite com sua titularidade. É o que se depreende do art. 1.345 do CC, conforme interpretação pacífica na doutrina e na jurisprudência. Ajuizada ação de cobrança instruída com planilha que discrimina os períodos de inadimplemento, os valores devidos e os acréscimos moratórios ao débito principal, não se desincumbiu a CEF, enquanto proprietária de unidade residencial do condomínio (conforme matrícula de id. 328104479), do ônus de provar algum fato modificativo, extintivo ou impeditivo do direito invocado na inicial. A ré não nega a existência da dívida. Sustenta, no entanto, que a responsabilidade pelo pagamento das cotas condominiais seria do arrendatário, com base em cláusula contratual firmada no âmbito do Programa de Arrendamento Residencial (PAR). Tal alegação, contudo, não merece acolhimento. A jurisprudência relativa à responsabilidade do promissário comprador e sua responsabilidade nos casos de imissão na posse e ciência inequívoca do condomínio (tema 886 do STJ) não se aplica à espécie, pois diversa a natureza e o regime jurídico do arrendatário. O contrato de arrendamento residencial celebrado no âmbito do PAR, instituído pela Lei nº 10.188/2001, não possui natureza jurídica de compra e venda, ou de promessa de compra e venda, razão pela qual o arrendatário não é equiparado ao condômino nem ao promitente comprador. O STJ consignou expressamente que condômino é o proprietário do imóvel, sendo o arrendatário mero possuidor direto, sem legitimidade para participar da administração condominial ou ser responsabilizado externamente por obrigações típicas do proprietário (REsp n. 1.576.651/SE, relatora Ministra Maria Isabel Gallotti, Quarta Turma, julgado em 9/6/2020, DJe de 25/6/2020). Assim, a propriedade permanece com o Fundo de Arrendamento Residencial (FAR), representado pela Caixa Econômica Federal, que continua sendo o sujeito passivo das obrigações condominiais perante o condomínio. Nesse contexto, a cláusula contratual que transfere ao arrendatário a obrigação pelo pagamento das cotas condominiais é inoponível ao condomínio, uma vez que este não participou da relação contratual privada firmada entre a CEF e o arrendatário, razão pela qual a responsabilidade externa permanece com a proprietária formal do imóvel. Enquanto o art. 1.334, §2º do CC equipara expressamente aos proprietários os promitentes compradores e os cessionários de direitos relativos às unidades autônomas, dentro das relações condominiais, não o fez em relação ao arrendatário, justamente pela diferente natureza jurídica da relação com o arrendador. Deste modo, a responsabilidade por arcar com as cotas condominiais não é do eventual arrendatário, e sim do proprietário do imóvel. No que diz respeito aos encargos, as cotas de condomínio pagas em atraso sujeitam-se à correção monetária e juros de mora a partir do vencimento das parcelas. A multa de mora é devida no percentual de 2%, conforme previsão do art. 1336, § 1º do CC. Por fim, e apesar de ausente alegação defensiva da CEF neste sentido (art. 345, II do CPC), deve ser reconhecido que não é devido o pagamento de honorários advocatícios contratuais ao condomínio. Isto porque o entendimento consolidado pelo C. STJ afasta a condenação da parte contrária ao pagamento dos honorários advocatícios contratuais sob o argumento de que estes derivam de um ajuste particular entre cliente e advogado, não se confundindo com os honorários de sucumbência, fixados judicialmente com base no princípio da sucumbência (art. 85 do CPC). A Corte entende que a contratação de advogado para litigar não configura ato ilícito que gere dever de indenizar por perdas e danos (art. 389 do CC), sendo um ônus inerente ao exercício do direito de acesso à justiça. Neste sentido: AGRAVO INTERNO NO RECURSO ESPECIAL. APELAÇÃO CÍVEL. AÇÃO DE COBRANÇA DE TAXAS CONDOMINIAIS CUMULADA COM PEDIDO DE PERDAS E DANOS. CONDENAÇÃO AO PAGAMENTO DE HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS CONTRATUAIS PREVISTO EM CONVENÇÃO. INVIABILIDADE. SÚMULA 83/STJ. AGRAVO DESPROVIDO. 1. A jurisprudência do STJ orienta que "[o]s honorários advocatícios contratuais são de responsabilidade da parte contratante, cabendo à parte contrária apenas os honorários sucumbenciais. 'A Corte Especial e a Segunda Seção do STJ já se pronunciaram no sentido de ser incabível a condenação da parte sucumbente aos honorários contratuais despendidos pela vencedora. (...)' (AgInt no AREsp 1.332.170/SP, Rel. Ministra MARIA ISABEL GALLOTTI, Quarta Turma, julgado em 07/02/2019, DJe de 14/02/2019)" (AgInt nos EDcl no REsp 1.675.516/DF, Rel. Ministro RAUL ARAÚJO, QUARTA TURMA, julgado em 30/11/2020, DJe de 18/12/2020). 2. Não é possível o conhecimento do recurso especial em que se alega ofensa a disposição de convenção de condomínio, por não se tratar de ato normativo que se enquadre no conceito de lei federal, conforme disposto no art. 105, III, "a", da CF/1988. 3. Agravo interno a que se nega provimento. (AgInt no REsp n. 2.135.895/SC, relator Ministro Raul Araújo, Quarta Turma, julgado em 2/12/2024, DJEN de 9/12/2024). Nesse contexto probatório, inafastável a obrigação da CEF em arcar com o débito condominial de seu imóvel. Dispositivo. Em face do exposto, JULGO PARCIALMENTE PROCEDENTE o pedido, com resolução do mérito, nos termos do inciso I do art. 487 do Código de Processo Civil, para condenar a ré ao pagamento das cotas vencidas até o ajuizamento da ação (id. 328104480), com a incidência e exclusão de encargos conforme fundamentação, bem como as vencidas durante o trâmite do processo e as vincendas até o trânsito em julgado (ante a incompatibilidade da interpretação do art. 323 do CPC em sua máxima amplitude e o rito/estrutura dos JEFs, conforme art. 2º da Lei 9.099/95). Correção monetária e juros de mora conforme critérios previstos no Manual de Cálculos da Justiça Federal da 3ª Região. Termos iniciais de incidência do vencimento das cotas condominiais. Sem custas e honorários nesta instância, a teor do art. 1º da Lei n. 10.259/2001, c/c art. 55, da Lei n. 9.099/1995. Havendo recurso tempestivo, intime-se a parte recorrida para contra-arrazoar no prazo de 10 (dez) dias. Transcorrido o prazo, remetam-se os autos virtuais à colenda Turma Recursal. Com o trânsito em julgado, INTIME-SE o credor a apresentar cálculo atualizado do débito, no prazo de 15 dias e, em seguida, INTIME-SE a CEF para pagamento, no prazo de 15 dias. Oportunamente, arquivem-se os autos. Publique-se. Intime-se. Registrada eletronicamente. Guarulhos, data da assinatura eletrônica. RICCARDO SPENGLER HIDALGO SILVA JUIZ FEDERAL SUBSTITUTO

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Taciane Moraes Braga Pinheiro x Cooperativa De Credito De Livre Admissao Do Nordeste De Minas Gerais E Sul Da Bahia Ltda. - Sicoob Credinorte

ID: 297542987

Tribunal: TJES Órgão: Linhares - 1ª Vara Cível e Comercial Classe: PROCEDIMENTO COMUM CíVEL Nº Processo: 5004342-40.2024.8.08.0030

Data de Disponibilização: 13/06/2025

Polo Ativo:

TACIANE MORAES BRAGA PINHEIRO

Polo Passivo:

COOPERATIVA DE CREDITO DE LIVRE ADMISSAO DO NORDESTE DE MINAS GERAIS E SUL DA BAHIA LTDA. - SICOOB CREDINORTE

Decisão

Advogados:

LORENA PONTES IZEQUIEL LEAL

OAB/RJ XXXXXX Desbloquear

ESTADO DO ESPÍRITO SANTO PODER JUDICIÁRIO Juízo de Linhares - 1ª Vara Cível e Comercial Rua Alair Garcia Duarte, S/N, Fórum Desembargador Mendes Wanderley, Três Barras, LINHARES - ES - CEP: 29907-110… ESTADO DO ESPÍRITO SANTO PODER JUDICIÁRIO Juízo de Linhares - 1ª Vara Cível e Comercial Rua Alair Garcia Duarte, S/N, Fórum Desembargador Mendes Wanderley, Três Barras, LINHARES - ES - CEP: 29907-110 Telefone:(27) 33716178 PROCESSO Nº 5004342-40.2024.8.08.0030 PROCEDIMENTO COMUM CÍVEL (7) AUTOR: TACIANE MORAES BRAGA PINHEIRO Advogado do(a) AUTOR: LORENA PONTES IZEQUIEL LEAL - RJ245274 REU: COOPERATIVA DE CREDITO DE LIVRE ADMISSAO DO NORDESTE DE MINAS GERAIS E SUL DA BAHIA LTDA. - SICOOB CREDINORTE DECISÃO Vistos, etc. 1.Trata-se de ação de revisão de cláusulas contratuais com indenização por dano moral e pedido liminar, proposta por TACIANE MORAES BRAGA PINHEIRO em face de COOPERATIVA DE CREDITO DE LIVRE ADMISSAO DO NORDESTE DE MINAS GERAIS E SUL DA BAHIA LTDA. Relata a parte autora, em síntese, que na data de 01/02/2022 celebrou junto à instituição financeira ré cédula de crédito bancário empréstimo nº 262070, no importe de R$49.142,81, devendo ser quitado em 60 parcelas mensais, com vencimento da primeira em 25/02/2022, bem como realizou a alienação fiduciária de seu veículo junto ao réu como forma de garantia. Afirma a parte autora, que ao realizar a assinatura do contrato, verificou que também lhe estava sendo cobrado valores referentes taxas, às quais não eram de seu conhecimento. Aduz ainda, que reagiu com indignação, visto que em proposta verbal tais valores não foram informados e, com isso, tentou contestar com o vendedor da agência. Todavia, este mostrou-se contrário em retirar a referida cobrança, bem como informou à autora que caso se recusasse a pagar tal valor o crédito oriundo da empresa ré não lhe seria concedido. Desta a parte autora que o valor total do empréstimo liberado seria de R$46.041,00 e ao incluir as taxas por “SEGURO E IOF” o valor aumenta para R$49.142,81. Afirma também que tais serviços jamais foram contratados pela autora, sendo aplicada ao contrato uma taxa efetiva anual de juros remuneratórios de 16,48%. Narra a parte autora que desconhece qualquer outro serviço prestado pelo banco réu que não o empréstimo do valor para pagamento parcial do veículo adquirido, vez que qualquer serviço relacionado ao contrato de financiamento deve ser custeado pelo próprio banco, pois inerente à própria atividade de concessão de empréstimo por ele desenvolvida. Aduz ainda a parte autora que por diversas vezes tentou solucionar a questão junto ao banco réu, porém suas tentativas restaram infrutíferas. À vista disso, requer a parte autora em sede liminar, tutela de urgência, para que seja determinada a manutenção da posse do autor sob o automóvel objeto do contrato de financiamento em questão, bem como que a ré se abstenha de proceder com o nome do autor em órgãos de proteção ao crédito, enquanto durar o processo. Pois bem. Como é cediço, o deferimento de tutela de urgência somente é cabível quando o juiz se convence da existência de elementos que evidenciem a probabilidade do direito e o perigo de dano ou risco ao resultado útil do processo. Esses requisitos, diga-se de passagem, são irremovíveis e devem fluir dos autos para gerar a certeza de que o provimento invocado está juridicamente resguardado e não cause dano irreversível àquele contra quem se pede. No caso em análise, em sede de cognição sumária, a qual comporta a espécie, tenho por ausentes os pressupostos autorizativos à concessão da tutela de urgência aqui postulada, por não ver exsurgir, no caso concreto, a verossimilhança das afirmações inicialmente expendidas. No que tange o pedido de abstenção da inserção do nome do autor nos cadastros de proteção ao crédito, entendo que não merece prosperar, eis que a simples discussão judicial acerca da dívida não é suficiente para afastar a mora, bem como obstaculizar ou remover a negativação do devedor nos bancos de dados (Súmula 380 do STJ). No caso concreto, embora o autor tenha questionado parcialmente o débito que lhe é cobrado, tenho que não restou demonstrado que a abusividade por ele apontada se baseia na aparência do bom direito e em jurisprudência consolidada dos tribunais superiores. Para além disso, por meio de análise perfunctória dos autos, própria deste momento processual, não vislumbro a taxa de juros prevista no contrato como sendo divergente da taxa média aplicada pelo mercado à época da celebração, o que afasta a hipótese de abusividade. Por fim, em relação ao pedido de manutenção na posse do bem exige que o devedor demonstre a verossimilhança das alegações de abusividade das cláusulas contratuais e dos encargos financeiros capazes de elidir a mora, bem como deposite valor incontroverso da dívida, o que não foi realizado. Ademais, a parte autora não se desincumbiu de seu ônus de comprovar quais seriam seus efetivos prejuízos em caso de busca e apreensão do bem, afirmando apenas que este é destinado ao seu uso diário e ao sustento de sua família. Em vista disso, os fatos expostos pelo autor, por si sós, são frágeis para demonstrar uma probabilidade do direito capaz de ensejar o deferimento da tutela. Ante o exposto, ante a inexistência dos elementos necessários para concessão, INDEFIRO a tutela de urgência pleiteada pela parte autora. Acrescente-se, contudo, que o indeferimento da tutela de urgência não corresponde a um antecipado posicionamento a respeito da demanda, uma vez que a efetiva apuração do contexto fático e a consequente aplicação das normas jurídicas pertinentes serão analisadas no momento processual oportuno, ou seja, após o regular trâmite do feito. 2.Ante o desinteresse da parte autora na autocomposição, deixo de designar audiência de conciliação, sem prejuízo às partes de que esta realizada em momento oportuno a requerimento destas. 3.Cite-se a parte ré para apresentar resposta no prazo legal (art. 231, II do CPC)1, ficando advertida nos termos do art. 344 do CPC2; devendo o instrumento citatório observar o contido no art. 250 do CPC. 4.Caso a parte ré possua Domicílio Judicial Eletrônico do Conselho Nacional de Justiça, deverá a sua citação ser realizada eletronicamente, no prazo de 02 (dois) dias úteis, por meio do referido domicílio (art. 246, caput, do CPC). 4.1.O prazo para apresentação da contestação iniciará a partir do quinto dia útil seguinte à confirmação da ciência da citação, nos termos do art. 246, § 1º-A do CPC, c/c art. 230, inciso IX do CPC. 4.2.Caso a parte ré não confirme o recebimento da citação eletrônica dentro do prazo de 03 (três) dias úteis, promova a sua citação por Carta/AR (art. 246, §1°-A, inciso I, do CPC); 4.3.Desde já fica a parte ré advertida que a ausência de confirmação do recebimento da citação eletrônica no prazo supra ensejará na sua condenação em multa correspondente a 5% (cinco por cento) do valor da causa por ato atentatório à dignidade da justiça, salvo se apresentar justa causa para ausência de confirmação no primeiro ato em que falar nos autos (art. 246, §§ 1°-B e 1°-C, do CPC). 5.Havendo contestação, e caracterizada alguma das situações previstas nos arts. 350 e 351, ambos do CPC, intime-se a parte autora para impugná-la, no prazo de 15 (quinze) dias; bem ainda, se houver intervenção, abra-se vista ao nobre Presentante do Ministério Público. Em seguida, remetam-se conclusos para saneamento ou julgamento conforme o estado do processo. 6.Deixando, porém, a parte ré de rechaçar o pedido inicial, porque inerte durante o prazo concedido para a defesa, remetam-se conclusos (arts. 344 e 348, ambos do CPC). 7.Tendo em vista que o momento processual oportuno para designação de eventual Audiência de Instrução e Julgamento e produção de prova pericial é na decisão de saneamento e organização do processo (art. 357, incisos II e V, e §§ 4o e 8o, do CPC); bem como considerando o dever de cooperação para que se obtenha, em tempo razoável, decisão de mérito justa e efetiva (art. 6 e art. 139, inciso II, ambos do CPC), ficam advertidas as partes, desde já, para especificarem e justificarem – na contestação e na réplica – as provas que pretendem produzir (art. 373, do CPC), sob pena de serem consideradas como renunciadas, resultando, se for possível, o julgamento antecipado da lide (art. 355, do CPC). Vale dizer, o requerimento genérico de provas sem a devida fundamentação será indeferido de plano. 8.Em caso de possível distribuição diversa do ônus da prova, nos termos do § 1o do art. 373, do CPC, quando do saneamento do processo (art. 357, do CPC), este juízo renovará a intimação das partes para especificarem e justificarem provas que pretendem produzir (arts. 9o e 10, do CPC). 9.Caso as partes tenham apresentado declaração de imposto de renda nos autos para fins de análise de pedido de assistência judiciária gratuita, proceda-se à Secretaria com a inclusão de sigilo nos referidos documentos, tornando-os visíveis somente para as partes do presente feito. 10.Caso necessário, utilize-se cópia da presente como Carta/AR. Linhares/ES, data registrada no sistema. Samuel Miranda Gonçalves Soares Juiz de Direito Nome: TACIANE MORAES BRAGA PINHEIRO Endereço: Rua Santo Menelli, 35, APTO T03 BL2, Planalto, LINHARES - ES - CEP: 29906-585 Nome: COOPERATIVA DE CREDITO DE LIVRE ADMISSAO DO NORDESTE DE MINAS GERAIS E SUL DA BAHIA LTDA. - SICOOB CREDINORTE Endereço: RUA PARACATU, 200, CENTRO, NANUQUE - MG - CEP: 39860-000

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Processo nº 5004342-50.2025.4.04.7111

ID: 330557074

Tribunal: TRF4 Órgão: 1ª Vara Federal de Santa Cruz do Sul Classe: PROCEDIMENTO DO JUIZADO ESPECIAL CíVEL Nº Processo: 5004342-50.2025.4.04.7111

Data de Disponibilização: 21/07/2025

Polo Ativo:

GALVAO ENI NUNES DE CASTRO

Polo Passivo:

DESPACHO/DECISÃO

Advogados:

ANDERSON DE FREITAS MACHADO

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MOZART SIQUEIRA DA SILVA

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ETIEL CRISTIANO GOMES MEDEIROS

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PROCEDIMENTO DO JUIZADO ESPECIAL CÍVEL Nº 5004342-50.2025.4.04.7111/RS AUTOR : GALVAO ENI NUNES DE CASTRO ADVOGADO(A) : ETIEL CRISTIANO GOMES MEDEIROS (OAB RS138123) ADVOGADO(A) : MOZART SIQUEIRA DA… PROCEDIMENTO DO JUIZADO ESPECIAL CÍVEL Nº 5004342-50.2025.4.04.7111/RS AUTOR : GALVAO ENI NUNES DE CASTRO ADVOGADO(A) : ETIEL CRISTIANO GOMES MEDEIROS (OAB RS138123) ADVOGADO(A) : MOZART SIQUEIRA DA SILVA (OAB RS088301) ADVOGADO(A) : ANDERSON DE FREITAS MACHADO (OAB RS118182) DESPACHO/DECISÃO Vistos. Cuida-se de processo entre as partes supramencionadas, por meio da qual a parte autora objetiva, em síntese, a declaração de inexistência débito c/c repetição de indébito e indenização por danos morais, decorrente de valores em tese descontados indevidamente de seu benefício previdenciário a título de contribuição associativa. Vieram os autos conclusos. Decido . 1. Assistência Judiciária Gratuita Defiro o beneplácito da gratuidade judiciária ao autor. Anote-se. 2. Emenda à Inicial Intime-se a parte autora para que, no prazo de 10 (dez) dias, proceda a emenda da petição inicial , nos termos que seguem: a) Deverá especificar claramente a competência de início dos descontos intitulados sob a rúbrica “256 – CONTRIBUICAO AAPB 0800 111 0099” , bem como o período em que perduraram os referidos descontos ou se ainda permancem inclusos; b) Esclareça a divergência constante entre o pedido da alínea "E" da peça exordial e a planilha de cálculo juntada no evento 1, CALC7 , retificando o valor atribuído à causa. 3. Sobrestamento da demanda A TNU afetou o tema nº 326 como representativo de controvérsia nos PEDILEFs 0517143-49.2019.4.05.8100/CE e 5001931-18.2022.4.04.7118/RS, in verbis : Tema nº 326 - "Definir se o INSS é civilmente responsável nas hipóteses em que se realizam descontos de contribuições associativas em benefício previdenciário sem autorização do segurado, bem como se, em caso positivo, quais os limites e as condições para caracterização dessa responsabilidade . " Tem-se verificado que os juízes que compõem a 5ª Turma Recursal do Rio Grande do Sul , em decisões monocráticas, têm sobrestado os recursos cíveis que versam sobre o tema até o julgamento definitivo dos PEDILEFs pela Turma Nacional da Uniformização . Dentre tantas decisões, confiram-se: Nos PEDILEFs nº 0517143-49.2019.4.05.8100/CE e 5001931-18.2022.4.04.7118/RS, a TNU afetou o seguinte tema como representativo de controvérsia: Tema nº 326 - "Definir se o INSS é civilmente responsável nas hipóteses em que se realizam descontos de contribuições associativas em benefício previdenciário sem autorização do segurado, bem como se, em caso positivo, quais os limites e as condições para caracterização dessa responsabilidade . " Assim, considerando que a controvérsia instaurada neste processo guarda similitude com a tese jurídica a ser apreciada no representativo, o presente feito deverá permanecer sobrestado até o julgamento definitivo dos PEDILEFs pela Turma Nacional da Uniformização. (5018733-77.2024.4.04.7100, QUINTA TURMA RECURSAL DO RS, Relator GIOVANI BIGOLIN, julgado em 28/11/2024) (grifos originais) ... A TNU afetou como representativo de controvérsia os PEDILEFs nºs 0517143-49.2019.4.05.8100/CE e 5001931-18.2022.4.04.7118/RS (Tema nº 326 - "Definir se o INSS é civilmente responsável nas hipóteses em que se realizam descontos de contribuições associativas em benefício previdenciário sem autorização do segurado, bem como se, em caso positivo, quais os limites e as condições para caracterização dessa responsabilidade . ") . O Regimento Interno das Turmas Recursais e da Turma Regional de Uniformização dos Juizados Especiais Federais da 4ª Região (Resolução nº 33/2018 do TRF4) dispõe: Art. 10. Ao relator incumbe: (...) XV – determinar a suspensão: (...) b) dos processos que versarem sobre tema admitido como representativo de controvérsia na Turma Nacional de Uniformização e na Turma Regional de Uniformização; c) dos processos que versarem sobre tema admitido como incidente de resolução de demandas repetitivas. (...) Assim, considerando que a controvérsia instaurada neste processo guarda similitude com a tese jurídica a ser apreciada no representativo, o presente feito deverá permanecer sobrestado até o julgamento definitivo dos mencionados PEDILEFs pela Turma Nacional da Uniformização. (5001893-38.2024.4.04.7117, QUINTA TURMA RECURSAL DO RS, Relatora JOANE UNFER CALDERARO, julgado em 10/12/2024) (grifos originais) ... A TNU afetou o tema como representativo de controvérsia nos PEDILEFs 0517143-49.2019.4.05.8100/CE e 5001931-18.2022.4.04.7118/RS (Tema nº 326 - "Definir se o INSS é civilmente responsável nas hipóteses em que se realizam descontos de contribuições associativas em benefício previdenciário sem autorização do segurado, bem como se, em caso positivo, quais os limites e as condições para caracterização dessa responsabilidade . ") . Assim, considerando que a controvérsia instaurada neste processo guarda similitude com a tese jurídica a ser apreciada no representativo, o presente feito deverá permanecer sobrestado até o julgamento definitivo dos PEDILEFs pela Turma Nacional da Uniformização. (5073124-16.2023.4.04.7100, QUINTA TURMA RECURSAL DO RS, Relator GUSTAVO SCHNEIDER ALVES, julgado em 10/12/2024) (grifos originais) Portanto, considerando que a controvérsia instaurada neste caso concreto envolve, precisamente, discussão acerca da tese jurídica a ser definida quando do julgamento do Tema 326 , o presente feito deverá permanecer sobrestado até o julgamento definitivo dos PEDILEFs pela Turma Nacional da Uniformização. Ressalte-se, ainda, que a Nota Técnica Conjunta nº 04/2025 – REINT4/CLIPR/CLISC/CLIRS, propõe a suspensão temporária dos processos que tratam de descontos em benefícios previdenciários em favor de entidades associativas e sindicais, em razão da existência de encaminhamentos administrativos para devolução dos valores e da conveniência da adoção de tratamento institucional uniforme das demandas. Ademais, na publicação do Diário Eletrônico da Justiça Federal da 4ª Região, de 09 de maio de 2025, a Corregedoria Regional recomendou (Despacho 7781525 do Processo Administrativo nº 0002035-88.2024.4.04.8003) a suspensão de demandas que tenham por objeto a matéria ora discutida, reforçando a necessidade de uniformização do entendimento jurisprudencial sobre o tema. Cumprido o item 2, suspenda-se o feito. Em caso de descumprimento, registrem-se para sentença de indeferimento. Intime-se a parte autora. Cumpra-se.

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