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Antonio Alberto Barreto Ramos e outros x Fábio Gil Moreira Santiago

ID: 312212732

Tribunal: TJBA Órgão: VARA DOS FEITOS DE REL DE CONS CIV E COMERCIAIS DE LIVRAMENTO DE NOSSA SENHORA Classe: PROCEDIMENTO COMUM CíVEL Nº Processo: 8000410-11.2015.8.05.0153

Data de Disponibilização: 01/07/2025

Polo Ativo:

ANTONIO ALBERTO BARRETO RAMOS BYANCA KAROLYNE RODRIGUES SANTOS

Polo Passivo:

FÁBIO GIL MOREIRA SANTIAGO

Intimação

Advogados:

FÁBIO GIL MOREIRA SANTIAGO

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GABRIELLA DE ANDRADE LOPES LACERDA

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MARCIA ELIZABETH SILVEIRA NASCIMENTO BARRA

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PAULO ROCHA BARRA

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BYANCA KAROLYNE RODRIGUES SANTOS

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ANTONIO ALBERTO BARRETO RAMOS

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PODER JUDICIÁRIO COMARCA DE LIVRAMENTO DE NOSSA SENHORA 1ª VARA DOS FEITOS RELATIVOS ÀS RELAÇÕES DE CONSUMO, CÍVEIS, COMERCIAIS, REGISTROS PÚBLICOS e ACIDENTES DE TRABALHO … PODER JUDICIÁRIO COMARCA DE LIVRAMENTO DE NOSSA SENHORA 1ª VARA DOS FEITOS RELATIVOS ÀS RELAÇÕES DE CONSUMO, CÍVEIS, COMERCIAIS, REGISTROS PÚBLICOS e ACIDENTES DE TRABALHO Av. Dr. Nelson Leal, 568 - Centro, Livramento de Nossa Senhora. - BA, 46140-000 Telefone: (77) 3444-2311. E-mail: ldensenhora1vcivel@tjba.jus.br Autos: 8000410-11.2015.8.05.0153 SENTENÇA 1 - RELATÓRIO MERCIA BONFIM CAIRES - ME, pessoa jurídica de direito privado devidamente qualificada nos autos, ajuizou ação revisional de débito bancário c/c danos morais, materiais e lucros cessantes com pedido de tutela antecipada em face do BANCO BRADESCO S/A, igualmente qualificado. Conforme petição inicial (ID 814744), a autora alega que mantém conta corrente nº 0000002-7, Agência 5193, junto ao banco réu desde a abertura da agência em Dom Basílio/BA, sendo uma das primeiras contas abertas. Sustenta que possuía limite de crédito de R$550.000,00, distribuídos em R$500.000,00 para custódia e R$ 50.000,00 de cheque especial, sempre honrando seus compromissos dentro dos limites estabelecidos. Alega que o banco retirou abruptamente todos os limites da conta baseando-se em renegociação realizada pelo sogro da proprietária (Juraci Dias da Silva), causando danos à atividade empresarial de transporte. A autora requereu: a) pagamento de custas ao final da lide; b) antecipação de tutela para não inclusão nos órgãos de proteção ao crédito; c) exclusão de juros capitalizados; d) redução dos juros remuneratórios a 12% ao ano; f) afastamento de encargos moratórios; g) parcelamento do valor incontroverso (R$154.108,10) em 48 parcelas h) condenação em danos morais; i) condenação em lucros cessantes no valor de R$40.000,00. Por decisão de 24/02/2016 (ID 1666860), foi deferido o pedido de antecipação de tutela para abstenção de inclusão da autora nos órgãos de proteção ao crédito. O banco réu apresentou contestação tempestiva (ID 2310892), arguindo preliminares de: i) pedido genérico em violação à Súmula 381 do STJ; ii) ausência dos contratos como documentos essenciais; iii) impropriedade do pagamento de custas ao final. No mérito, sustentou que a conta foi aberta em 09/12/2011; houve utilização regular dos limites pela autora; a supressão decorreu de inadimplência da própria empresa; não houve interferência de terceiros; e a empresa continua operando normalmente. A autora apresentou réplica (ID 2454648), reiterando os argumentos da inicial e impugnando a documentação apresentada pelo réu. Após período de inatividade, o processo foi reativado por manifestação das partes sobre interesse no prosseguimento (IDs 26171472, 26542816). Por despacho de 15/06/2020 (ID 60515249), as partes foram intimadas para especificação de provas, tendo ambas informado não possuir outras provas a produzir (IDs 61199304 e 61707631). Por despacho de 24/05/2022 (ID 201438812), as partes foram intimadas para alegações finais. O banco réu reiterou os argumentos da contestação (ID 206479264), pugnando pela extinção sem mérito ou improcedência total. A autora sustentou a procedência da ação (ID 208878482), reiterando os pedidos iniciais. É o relatório. 2 - FUNDAMENTAÇÃO 2.1. Preliminares Quanto à aplicação do CPC/73, era aplicável até a entrada em vigor há quase dez anos o CPC 2015, cujas disposições se aplicam aos processos pendentes, conforme disposto em seu artigo 1.046. Assim, embora o processo tenha se iniciado sob a égide do CPC/73, o seu desenvolvimento se deu sob a vigência do CPC 2015, devendo este ser aplicado atualmente ao presente caso. O réu alega que a parte autora formulou pedido genérico, não especificando quais cláusulas contratuais considera abusivas e pretende revisar, o que também não procede. Da análise da inicial percebe-se que o pedido foi devidamente individualizado, visando o afastamento da cobrança de juros capitalizados mensais, a redução dos juros remuneratórios e a exclusão dos encargos moratórios, requerendo também o parcelamento do débito em relação à parte considerada incontroversa. Dessa forma, não há falar em pedido genérico, pois todos foram bem delimitados. A terceira preliminar apresentada diz respeito à falta de documento essencial à propositura da ação, notadamente na ausência dos contratos que geraram as obrigações questionadas pelos autores. O Código de Processo Civil determina em seu artigo 320 que "a petição inicial será instruída com os documentos indispensáveis à propositura da ação". Embora a autora não tenha, de fato, trazido a cópia do contrato junto à inicial, o réu trouxe as cópias dos contratos junto à sua contestação. Assim, nos termos do artigo 371 do Código de Processo Civil, "o juiz apreciará a prova constante dos autos, independentemente do sujeito que a tiver promovido, e indicará na decisão as razões da formação de seu convencimento". Portanto, embora tenha sido o réu a trazer as provas aos autos, estas podem ser apreciadas em juízo e influir no convencimento do julgador. A quarta e última preliminar diz respeito à impugnação ao pedido de pagamento das custas judiciais ao fim do processo. Embora não haja dispositivo legal autorizando ou proibindo o pagamento das custas judiciais ao fim do processo, muitos tribunais e juízes permitem que seja postergado o pagamento das despesas processuais para o fim da demanda. Foi o que ocorreu no presente caso, no qual a magistrada que então presidia o feito tomou a decisão que entendia adequada. Rejeito, portanto, as preliminares arguidas. 2.2. Julgamento Antecipado do Mérito Há pertinência no julgamento antecipado do mérito pelas próprias configurações da lide dadas pelas partes, sendo desnecessária a produção de qualquer nova prova (art. 355, I, do CPC). 2.3. Mérito A análise minuciosa da documentação bancária revela quadro fático diverso daquele narrado na petição inicial. A empresa autora teve sua conta aberta em 09 de dezembro de 2011 (ID 2310913). A documentação bancária apresentada pelo réu (IDs 2310913, 2310916, 2310918) demonstra que a empresa formalizou Cédula de Crédito Bancário - Conta Garantida - Renovação Automática - Aval - PJ nº 003.900.321, com limite de R$ 50.000,00. Este contrato previa expressamente, em suaCcláusula Quatorze, item "a", a possibilidade de vencimento antecipado em caso de descumprimento de obrigações contratuais. Os documentos juntados mostram que a empresa utilizou regularmente os limites concedidos, mas posteriormente inadimpliu o pagamento dos encargos. Esta inadimplência ensejou o vencimento antecipado da Cédula de Crédito Bancário, conforme previsto contratualmente, justificando a supressão dos limites. A operação de custódia de cheques mencionada na inicial funcionava mediante antecipação de valores pelo banco, que se tornava procurador da empresa para endosso dos títulos. Quando os cheques eram devolvidos por insuficiência de fundos, o banco debitava os valores na conta da empresa. A documentação demonstra que vários cheques foram devolvidos, caracterizando inadimplência que justificou a suspensão das operações. A continuidade das relações bancárias após o alegado corte dos limites, evidenciada pelos extratos que mostram movimentações em outubro, novembro e dezembro de 2015 (ID 2310916), demonstra que a empresa continuou operando normalmente, realizando depósitos e transferências mesmo após o ajuizamento da ação. A alegação de interferência de terceiros (sogro da proprietária) na relação contratual não encontra respaldo documental nos autos. Trata-se de alegação unilateral não comprovada, que contrasta com a documentação bancária que demonstra inadimplência da própria empresa como causa da supressão dos limites. O ônus da prova desta alegação incumbia à autora, que não se desincumbiu adequadamente. A ausência de ilicitude por parte do réu afasta a incidência de danos morais. Quanto ao pedido de revisão judicial de contratos bancários, exige-se a demonstração específica de abusividade nas cláusulas contratuais. Quanto à alegada abusividade dos juros, é certo que as dívidas provenientes de contratos bancários devem sofrer, no período de adimplemento, a incidência dos juros remuneratórios previstos no instrumento contratual, que não estão limitados à taxa de 12% ao ano, nem mesmo no período anterior à EC 40/2003, pois não era autoaplicável o revogado § 3º do art. 192 da Constituição Federal (Enunciado nº 7 da Súmula Vinculante do Supremo Tribunal Federal), entendimento este que está assentado também no Superior Tribunal de Justiça desde o julgamento do Recurso Especial nº 1.061.530-RS, julgado segundo o rito do art. 543-C do CPC (TRF - 1ª Região, AC 0018164-94.2000.4.01.3800/MG, Rel. Conv. Juiz Federal Rodrigo Navarro de Oliveira, 5ª Turma Suplementar, e-DJF1 p.285 de 04/05/2011). Assim, não há falar em abusividade da taxa de juros apenas por ser essa superior a 12% ao ano. Ademais, quanto à capitalização mensal de juros, "é permitida a capitalização de juros com periodicidade inferior à anual em contratos celebrados com instituições integrantes do Sistema Financeiro Nacional a partir de 31/3/2000 (MP n. 1.963-17/2000, reeditada como MP n. 2.170-36/2001), desde que expressamente pactuada" (Enunciado nº 539 da Súmula do STJ). Além disso, "[a] previsão no contrato bancário de taxa de juros anual superior ao duodécuplo da mensal é suficiente para permitir a cobrança da taxa efetiva anual contratada" (Enunciado nº 541 da Súmula do STJ). No que toca à comissão de permanência, o valor era cobrado por instituições financeiras no caso de inadimplemento contratual e a possibilidade de cobrança do encargo foi revogada pela Resolução nº 4.558/2017, do Conselho Monetário Nacional (CMN), que revogou expressamente a Resolução nº 1.129/1986 (art. 6º). Nos termos do art. 5º da referida Resolução nº 4.558/2017, "[e]sta Resolução entra em vigor em 1º de setembro de 2017, aplicando-se aos contratos firmados a partir dessa data". Assim, para os contratos anteriores a 1º de setembro de 2017, é possível a cobrança de comissão de permanência, com as limitações impostas pela jurisprudência dos Tribunais Superiores, especialmente aquela cristalizada no Enunciado nº 472 da Súmula do Superior Tribunal de Justiça: "A cobrança de comissão de permanência - cujo valor não pode ultrapassar a soma dos encargos remuneratórios e moratórios previstos no contrato - exclui a exigibilidade dos juros remuneratórios, moratórios e da multa contratual". No caso dos autos, a alegação de cobrança cumulativa de comissão de permanência com outros encargos não encontra respaldo na documentação dos autos. No que toca à pretensão de parcelamento do débito não encontra amparo legal. Desse modo, a improcedência dos pedidos é medida que se impõe. 3 - CONCLUSÃO Ante o exposto, rejeito as preliminares opostas pela parte ré, revogo a tutela provisória anteriormente deferida e julgo IMPROCEDENTES os pedidos formulados pela parte autora, extinguindo o processo com resolução de mérito, na forma do art. 355, I c/c art. 487, I, todos do CPC. Condeno a parte autora ao pagamento de custas e honorários advocatícios decorrentes da sucumbência, estes últimos na base de 10% (dez por cento) do valor da causa. Publique-se. Registre-se. Intimem-se. Havendo interposição de recurso, intime-se a parte contrária para contrarrazões no prazo legal. Após, remetam-se os autos ao e. Tribunal de Justiça. Transitada em julgado, não havendo requerimentos no prazo de 15 (quinze) dias ou novas providências cabíveis, arquivem-se os autos com baixa na distribuição. Livramento de Nossa Senhora, Bahia, data registrada no sistema. Blandson de Oliveira Soares Juiz Substituto

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Luzia Rodrigues Da Silva x Celoir Santos Da Rosa e outros

ID: 282348997

Tribunal: TJMT Órgão: 3ª VARA CÍVEL DE SORRISO Classe: OPOSIçãO Nº Processo: 1002809-76.2019.8.11.0040

Data de Disponibilização: 28/05/2025

Polo Ativo:

LUZIA RODRIGUES DA SILVA

Polo Passivo:

CELOIR SANTOS DA ROSA GILBERTO DA ROSA LEONIR DA ROSA

Sentença

Advogados:

JARBAS LINDOMAR ROSA

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RICARDO ACCACIO MOREIRA DE MELLO

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WILLIAM MACEDO FRANCA

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ESTADO DE MATO GROSSO PODER JUDICIÁRIO 3ª VARA CÍVEL DE SORRISO SENTENÇA Processo: 1002809-76.2019.8.11.0040 OPOENTE: LUZIA RODRIGUES DA SILVA OPOSTO: LEONIR DA ROSA, CELOIR SANTOS DA ROSA, GILBERTO … ESTADO DE MATO GROSSO PODER JUDICIÁRIO 3ª VARA CÍVEL DE SORRISO SENTENÇA Processo: 1002809-76.2019.8.11.0040 OPOENTE: LUZIA RODRIGUES DA SILVA OPOSTO: LEONIR DA ROSA, CELOIR SANTOS DA ROSA, GILBERTO DA ROSA, IVONETE RODRIGUES VISTOS ETC, LUZIA RODRIGUES DA SILVA ajuizou a presente “Ação de Oposição” em face de LEONIR DA ROSA PIACENTINI, CELOIR SANTOS DA ROSA VIANA DE JESUS, GILBERTO DA ROSA e IVONETE RODRIGUES, almejando, em suma, ser reconhecida como legítima possuidora dos direitos referentes ao imóvel rural denominado de Chácara Jatobá, de 1,4290 ha, localizada no município de Sorriso/MT, aduzindo, em curta síntese, ter adquirido o referido imóvel mediante contrato de compra e venda, cuja forma de pagamento ocorreu com a permuta de outro imóvel (casa) que era possuidora, localizado na Rua São Lucas, nº 1491, Bairro Vitória Régia, Sorriso/MT. Asseverou que não possuía experiência nesse tipo de negócio, motivo pela qual foi auxiliada Antônio Santos da Rosa (padrasto), que, contrariando sua vontade, elaborou o contrato de compra e venda em seu próprio nome, no entanto, que acreditava se tratar apenas de um equívoco, de modo buscou posteriormente fazer novo contrato no sentido de retificar o alegado erro, todavia, que sua pretensão era postergada pelo padrasto. Verberou que seu padrasto faleceu em 02/01/2017, sendo instaurado o inventário em 26/06/2017, no qual restou equivocadamente arrolado o referido imóvel como de bens do “de cujus”, impondo, assim, a procedência dos pedidos no sentido de reconhecê-la como legítima possuidora dos direitos referentes ao mencionado imóvel. Forte em tais fundamentos pugnou pela procedência dos pedidos. Instruiu a inicial com documentos. Conciliação sem êxito (id. 25639694). Em contestação conjunta (id. 26177608), os requeridos Leonir da Rosa Piacentini, Celoir Santos da Rosa Viana de Jesus e Gilberto da Rosa, arguiram, preliminarmente, a ausência de Interesse processual, rejeitada, contudo, na decisão de id. 90655315 e, no mérito, caso acolhida a pretensão inicial, que seja reconhecido o direito meação do requerido Gilberto da Rosa em relação ao imóvel objeto da lide, pois companheiro da autora à época dos fatos e da aquisição do bem, alegando, ainda, ser filho do Antônio Santos da Rosa, padrasto da requerente. Juntaram documentos. Réplica (id. 52456370). A decisão de id. 90655315 sanou o feito para, afastar a preliminar suscitada pelos requeridos em contestação, acolher o pedido de produção de prova testemunhal postulada pelas partes e, para tanto, designou a realização de audiência de instrução e julgamento. Audiência de instrução e julgamento realizada no id. 106394404, oportunidade em que foram colhidas as oitivas das testemunhas arroladas pelos demandantes (mídias digitais de id. 106418396). Alegações finais (id. 106862867 e 108468078), autora e réus, respectivamente. É o necessário. Decido. O feito encontra-se devidamente instruído a satisfazer o convencimento deste magistrado, não havendo, portanto, a necessidade de produção de outras provas, senão daquelas já coligidas aos autos. Entretanto, antes de avançar ao mérito da causa, observo a existência de questão processual ainda não enfrentada nos autos. 1. Da revelia da ré Ivonete Rodrigues Conforme disposto na decisão de id. 27612148, embora regularmente citada, colhe-se dos autos que a requerida Ivonete Rodrigues não apresentou contestação, impondo, de consequência, na forma do art. 344 do Código de Processo Civil, a decretação da revelia da ré, cujos efeitos, no entanto, devem afastados, tendo em vista a pluralidade de réus e apresentação de contestação por estes, conforme disciplina o inciso I, do art. 345 do mesmo Codex, verbis: “Art. 345. A revelia não produz o efeito mencionado no art. 344 se: I - havendo pluralidade de réus, algum deles contestar a ação; (...)” A propósito: “AGRAVO DE INSTRUMENTO. AÇÃO INDENIZATÓRIA. ERRO MÉDICO. DECISÃO INTERLOCUTÓRIA QUE DECRETOU A REVELIA E O DESENTRANHAMENTO DA PEÇA CONTESTATÓRIA. PLURALIDADE DE RÉUS. CONTESTAÇÃO APRESENTADA TEMPESTIVAMENTE PELOS DEMAIS REQUERIDOS. INAPLICABILIDADE DOS EFEITOS DA REVELIA (ART. 345, I, DO CPC). A pluralidade de réus com a apresentação de contestação por um deles afasta a incidência do efeito material da revelia (art. 345, I do CPC), ou seja, presunção de veracidade dos fatos formulados pelo autor (art. 344 do CPC), entretanto, ocorre a preclusão, ao revel, de deduzir teses de defesa que sejam diferentes daquelas apresentadas pelos demais demandados. RECURSO CONHECIDO E PROVIDO.” (TJ-SC - AI: 40125927220178240000 Brusque 4012592-72.2017.8.24.0000, Relator: José Agenor de Aragão, Data de Julgamento: 28/11/2019, Quarta Câmara de Direito Civil) Afasto, assim, os efeitos da revelia em face da requerida Ivonete Rodrigues. 2. Mérito A pretensão exposta na peça basilar prospera. A presente oposição encontra amparo no art. 682 do Código de Processo Civil, verbis: “Art. 682. Quem pretender, no todo ou em parte, a coisa ou o direito sobre que controvertem autor e réu poderá, até ser proferida a sentença, oferecer oposição contra ambos.” No caso em tela, não obstante constar como parte compradora no contrato de compra e venda do imóvel denominado Chácara Jatobá, de 1,4290 ha, localizada no município de Sorriso/MT (id. 19782647), a pessoa de Antônio Santos da Rosa, padrasto da requerente, observo nos autos que a parte autora, à luz do art. 373, inciso I, do Código de Processo Civil, logrou êxito em comprovar que era na realidade a real compradora do imóvel. Nessa toada, noto que a parte autora, mediante as provas colacionadas aos autos, comprovou que era sempre auxiliada pelo padrasto, Antônio Santos da Rosa, nos negócios envolvendo a compra e venda de imóveis, inclusive, que em outro negócio ocorreu a mesma situação envolvendo a indicação do nome do padrasto nos contratos como parte compradora ou vendedora dos imóveis, situação confirmada pela testemunha Daiana Canton, esposa de Marcio José Ferreira, adquirente do imóvel igualmente denominado Chácara Jatobá, no município de Sorriso/MT, com área de 3 ha, conforme contrato de compra e venda de id. 19782646 (mídia digital de id. 106418396). Nesse sentido, vale destacar que a autora recebeu como parte do pagamento pela venda da Chácara Jatobá, com área de 3 ha, o imóvel residencial localizado na Rua São Lucas, nº 1491, Bairro Vitória Régia, Sorriso/MT, nos termos da alínea a, da cláusula segunda, do contrato de compra e venda de id. 19782646, verbis: “(....) CLAUSULA SEGUNDA: O valor ajustado entre as partes para a realização do presente instrumento é de R$ 160.000,00 (Cento e sessenta mil reais) os quais serão pagos da seguinte forma: a) – Uma entrada de R$ 10.000,00 (Dez mil Reais), para o dia 10/02/2014. b) – 01 (Uma) Casa, localizada na Rua São Lucas, n° 1491 Bairro Vitoria Regia, no Município de Sorriso, Estado do Mato Grosso, no valor de R$ 150.000,00 (Cento e Cinquenta mil Reais). (...)” Nesse caminhar, colhe-se das provas colacionadas ao presente feito que este mesmo imóvel foi igualmente arrolado pela parte autora como forma de pagamento na aquisição de outro imóvel, no caso, da Chácara Jatobá, de 1,4290 ha, conforme disposto na cláusula segunda do contrato de compra e venda de imóvel rural de id. 19782647, verbis: “(...) CLÁUSULA SEGUNDA – VALOR E FORMA DE PAGAMENTO OS VENDEDORES vendem ao COMPRADOR o imóvel descrito na cláusula primeira, pelo preço certo e ajustado de R$ 180.000,00 (cento e oitenta mil reais) a serem pagos através da entrega de um lote urbano contendo uma residência em alvenaria, localizada na Rua São Lucas, n. 1491, Bairro Vitoria Régia, no município de Sorriso/MT. (...)” Deste modo, concluo que a requerente, de forma satisfatória, comprovou ser a real possuidora e detentora dos direitos sobre o imóvel de nome Chácara Jatobá, de 1,4290 ha, ainda que conste no contrato de compra e venda do referido imóvel (id. 19782647) a pessoa de seu padrasto, Antônio Santos da Rosa (falecido), como parte adquirente da área, impondo, de rigor, a procedência dos pedidos. A propósito: “APELAÇÃO CÍVEL – AÇÃO DE MANUTENÇÃO DE POSSE – PROPOSITURA DE AÇÃO DE OPOSIÇÃO – PROCEDÊNCIA – OPOENTES QUE DEMONSTRARAM A CONDIÇÃO DE LEGÍTIMOS POSSUIDORES DA ÁREA EM LITÍGIO – EXERCÍCIO DE POSSE MANSA E PACÍFICA AO LONGO DE ANOS – BENFEITORIAS REALIZADAS NA ÁREA – APLICAÇÃO DO ARTIGO 682 DO NCPC - AUSÊNCIA DE DIREITOS SUCESSÓRIOS EM FAVOR DOS APELANTES – INEXISTÊNCIA DE DESDOBRAMENTO DE POSSE – MANUTENÇÃO DA SENTENÇA – UTILIZAÇÃO DE ARGUMENTO IDÊNTICO EM FACE DA SENTENÇA QUE EXTINGUIU A AÇÃO DE MANUTENÇÃO DE POSSE – PREJUDICIALIDADE DEMONSTRADA EM RAZÃO DA PROCEDÊNCIA DA OPOSIÇÃO – CAUSA DE DECIDIR IDÊNTICA AO DA APELAÇÃO CÍVEL N. 0001173-85.2011.8 .11.0036 – SENTENÇA MANTIDA – APELO DESPROVIDO. À luz do artigo 682 do NCPC, deve ser mantida a sentença que reconheceu o exercício da posse mansa e pacífica ao longo de vários anos na área em litígio, e que foi defendida com o instituto da oposição, ficando demonstrado tal exercício pelas benfeitorias realizadas no imóvel em questão, não se mostrando plausível a tese de desdobramento de posse aventada pelos recorridos, eis que não se amoldam a tal espécie. Em razão da identidade de argumentação entre a ação de oposição e a manutenção de posse, deve ser mantida a sentença que extinguiu a manutenção de posse, em razão da prejudicialidade, tendo em vista a procedência da Ação que Oposição, que foi mantida em sede recursal, mediante o julgamento da Apelação Cível n . 0001173-85.2011.8.11 .0036.” (TJ-MT - APELAÇÃO CÍVEL: 0000002-80.1980.8.11.0036, Relator.: SEBASTIAO BARBOSA FARIAS, Data de Julgamento: 16/07/2019, Primeira Câmara de Direito Privado, Data de Publicação: 23/07/2019) Em arremate, não prospera a tese suscitada pelo requerido Gilberto da Rosa quanto ao seu direito meação sobre o imóvel debatido nos autos, ao argumento de companheiro da requerente à época da compra e venda da área. Isso porque, os documentos juntados à peça de defesa remetem a existência de união entre as partes quando da posse da Chácara 6, no Assentamento Jonas Pinheiro, isso no ano de 2009, não havendo nos autos a apresentação de prova documental ou testemunhal que possa atestar fielmente a mencionada união quando da aquisição por parte autora da Chácara Jatobá, ocorrida em 11 de agosto de 2015, conforme contrato de id. 19782647, situação que afasta o defendido direito de meação. Ante o exposto, com fundamento no art. 682 e seguintes Código de Processo Civil, JULGO PROCEDENTES os pedidos formulados na inicial para RECONHECER a autora como legítima possuidora do imóvel rural objeto da lide, denominado de Chácara Jatobá, de 1,4290 ha, localizado no município de Sorriso/MT. Por consequência, JULGO EXTINTO O PROCESSO COM RESOLUÇAO DO MÉRITO, com fulcro no art. 487, inciso I, do Código de Processo Civil. Condeno os requeridos ao pagamento das custas processuais e honorários advocatícios que arbitro em R$ 10.000,00 (dez mil reais), na forma do art. 85, § 8° do Código de Processo Civil. Oficie-se o juiz da Quinta Vara Cível desta Comarca de Sorriso/MT acerca da presente decisão. Transitada em julgado e nada sendo postulado pelas partes, sem a necessidade de nova determinação, remetam-se os autos à Central de Arrecadação e Arquivamento desta comarca para as providências necessárias. Publique-se. Intimem-se. Cumpra-se. Sorriso/MT, datado e assinado digitalmente. Valter Fabrício Simioni da Silva Juiz de Direito

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Processo nº 0000002-24.2012.8.18.0114

ID: 280051012

Tribunal: TJPI Órgão: Vara Única da Comarca de Santa Filomena Classe: PROCEDIMENTO COMUM CíVEL Nº Processo: 0000002-24.2012.8.18.0114

Data de Disponibilização: 26/05/2025

Polo Ativo:

Polo Passivo:

JAMES RODRIGUES MARIA IRACEMA MIRANDA DE SOUSA

Sentença

PODER JUDICIÁRIO DO ESTADO DO PIAUÍ Vara Única da Comarca de Santa Filomena DA COMARCA DE SANTA FILOMENA Praça Barão de Paraim, 43, Centro, SANTA FILOMENA - PI - CEP: 64945-000 PROCESSO Nº: 0000002-2… PODER JUDICIÁRIO DO ESTADO DO PIAUÍ Vara Única da Comarca de Santa Filomena DA COMARCA DE SANTA FILOMENA Praça Barão de Paraim, 43, Centro, SANTA FILOMENA - PI - CEP: 64945-000 PROCESSO Nº: 0000002-24.2012.8.18.0114 CLASSE: PROCEDIMENTO COMUM CÍVEL (7) ASSUNTO(S): [Cédula de Crédito Rural] AUTOR: BANCO DO NORDESTE DO BRASIL SA ESPÓLIO: JAMES RODRIGUES REU: MARIA IRACEMA MIRANDA DE SOUSA SENTENÇA O Banco do Nordeste ajuizou ação de cobrança em face da parte requerida para cobrar cédula de crédito bancário realizada em 11/12/2002 no importe de R$ 2695,16, com vencimentos anuais, em 3x com início em 11/12/2003 e fim em 11/12/2005 (ID 11944628 - Pág. 7) Durante todo esse período foi tétano várias formas de citação, não obtendo êxito, assim como, a movimentação da parte requerente sempre se perfazia após o magistrado determinar. Assim como, podemos observar que por último, não recolheu a custas para o cumprimento da carta precatória no TJBA (anexo nessa sentença), perdendo o prazo e ainda sem realizar o pagamento. É o relatório. Decido. O feito deve ser extinto em razão do reconhecimento da prescrição, matéria de ordem pública, que pode ser reconhecida de ofício. Pois bem, a demanda foi proposta em 26 de março de 2012 (ID 11944628 - Pág. 4) e até o presente momento não houve a citação da parte requerida. Importante destacar, nesse passo, que, por se tratar de ação de cobrança de cédula de crédito rural, o prazo prescricional aplicável à espécie é de três anos, pois segundo o STJ (Superior Tribunal de Justiça) estabelece que o prazo prescricional para a execução de cédula de crédito rural é de três anos, a partir do vencimento do título. Esse prazo é determinado pelo art. 60 do Decreto-Lei nº 167/67, combinado com o art. 70 da Lei Uniforme de Genebra (Decreto 57.663/66). RECURSO ESPECIAL. CIVIL. PROCESSUAL CIVIL. EXECUÇÃO. CÉDULA DE CRÉDITO RURAL. AUSÊNCIA DE BENS PASSÍVEIS DE PENHORA. SUSPENSÃO DO PROCESSO. INÉRCIA DO EXEQUENTE POR SETE DE ANOS. PRESCRIÇÃO INTERCORRENTE. OCORRÊNCIA. SÚMULA 150/STF. 1. Controvérsia acerca da prescrição intercorrente no curso de execução de título extrajudicial. 2. "Prescreve a execução no mesmo prazo da prescrição da ação" (Súmula 150/STF). 3. "Suspende-se a execução: [...] quando o devedor não possuir bens penhoráveis" (art. 791, inciso III, do CPC/73). 4. Ocorrência de prescrição intercorrente, se o exequente permanecer inerte por prazo superior ao de prescrição do direito material vindicado. 5. Hipótese em que a execução permaneceu suspensa por sete anos sem que o exequente tenha adotado qualquer providência para a localização de bens penhoráveis. 6. Distinção entre abandono da causa, fenômeno processual, e prescrição, instituto de direito material. 7. Possibilidade, em tese, de se declarar de ofício a prescrição intercorrente no caso concreto, pois a pretensão de direito material prescreve em três anos. 8. Desnecessidade de prévia intimação do exequente para dar andamento ao feito. 9. Necessidade apenas de intimação do exequente, concedendo-lhe oportunidade de demonstrar causas interruptivas ou suspensivas da prescrição. 10. "O contraditório é princípio que deve ser respeitado em todas as manifestações do Poder Judiciário, que deve zelar pela sua observância, inclusive nas hipóteses de declaração de ofício da prescrição intercorrente, devendo o credor ser previamente intimado para opor algum fato impeditivo à incidência da prescrição" (REsp 1.589.753/PR, Rel. Ministro MARCO AURÉLIO BELLIZZE, TERCEIRA TURMA, DJe 31/05/2016). 11. Entendimento em sintonia com o disposto no novo Código de Processo Civil (art. 921, §§ 4º e 5º, CPC/2015). 12. RECURSO ESPECIAL PARCIALMENTE PROVIDO. REsp 1593786 / SC RECURSO ESPECIAL 2016/0079221-7 Relator Ministro PAULO DE TARSO SANSEVERINO (1144) Órgão Julgador T3 - TERCEIRA TURMA Data do Julgamento 22/09/2016 Data da Publicação/Fonte DJe 30/09/2016. AGRAVO REGIMENTAL. AGRAVO DE INSTRUMENTO. EMBARGOS DE DECLARAÇÃO OPOSTOS CONTRA O ACÓRDÃO RECORRIDO. INEXISTÊNCIA DE OMISSÃO, CONTRADIÇÃO, OU OBSCURIDADE. AUSÊNCIA DE VIOLAÇÃO DO ARTIGO 535 DO CPC. EXECUÇÃO DE CÉDULA DE CRÉDITO HIPOTECÁRIA. RECONHECIMENTO DA PRESCRIÇÃO TRIENAL. INTERRUPÇÃO DO PRAZO PRESCRICIONAL. REEXAME DE FATOS E PROVAS. SÚMULA 7/STJ. 1. Se as questões trazidas à discussão foram dirimidas, pelo Tribunal de origem, de forma suficientemente ampla, fundamentada e sem omissões deve ser afastada a legada violação ao art. 535 do Código de Processo Civil. 2. A análise da alegada interrupção de prazo prescricional, a qual foi negada pela Tribunal de origem, importaria o reexame do conjunto fático-probatório dos autos, providência vedada em sede de recurso especial, a teor da Súmula 7 do STJ. 3. Reconhecida a prescrição trienal da ação executiva para a cobrança do crédito rural, embora permaneça resguardada a via ordinária ou da monitória para que o credor hipotecário persiga o seu crédito, faculdade não afastada pelas instâncias ordinárias. 4. Agravo regimental a que se nega provimento. (AgRg no Ag 942.310/RS, Rel. Ministra MARIA ISABEL GALLOTTI, QUARTA TURMA, julgado em 18/08/2015, DJe 26/08/2015) Importante também destacar que a SÚMULA 150 - PRESCREVE A EXECUÇÃO NO MESMO PRAZO DE PRESCRIÇÃO DA AÇÃO, aqui o raciocínio é inverso a desta súmula, pois como é um título executivo com prazo de 3 anos para a execução, para a ação monitória ou de cobrança o prazo não pode ser maior. E ainda que buscasse a interpretação mais favorável a parte requerente, seria o prazo prescricional aplicável à espécie é de cinco anos, previsto no art. 206, § 5.º, I, do CC, contados do vencimento da última parcela. Assim sendo a ação de cobrança somente poderia ter sido ajuizada até 11/12/2008 (prazo de 3 anos) ou 11/12/2010 (prazo de 5 anos). Ou seja, já nasceu prescrita a presente ação. Cabe ainda salientar que o prazo prescricional ainda não fora interrompido, e mesmo que tivesse ajuizado a ação na data correta, ainda assim estaria prescrito. Pois segundo o art. 202, I, do CC, "a interrupção da prescrição, que somente poderá ocorrer uma vez, dar-se-á por despacho do juiz, mesmo incompetente, que ordenar a citação, se o interessado a promover no prazo e na forma da lei processual". Observe-se que não é a citação que interrompe a prescrição, mas o ato que a ordena. A data da interrupção, porém, será a da propositura da ação (NCPC, art. 240, § 1.º; CPC/73, art. 219, § 1.º). Embora a interrupção da prescrição pelo despacho citatório, a lei determina a retroação da data em que o prazo prescricional se reputa interrompido: a data da propositura da ação (NCPC, art. 312; CPC/263). Todavia, conforme prevê o próprio texto do inciso I do art. 202 do CC, a citação deve ser concretizada no prazo que a lei processual determinar. O § 2.º do art. 240 do NCPC, com correspondência normativa no art.219, § 2.º, do CPC/73, determina que incumbe à parte autora adotar, em dez dias, as providências necessárias para viabilizar a citação; se não o fizer, a prescrição não se reputará interrompida na data da propositura da ação; somente e se considerará interrompida em momento posterior, quando então cumpridas as providências necessárias. O ônus de promover a citação consiste, basicamente, em: juntar cópia da petição inicial para ser encaminhada ao réu (no caso de processo em autos de papel NCPC, art. 248,caput), adiantar as despesas com a citação e indicar o endereço da parte ré. No caso, a parte autora não se desincumbiu desse ônus, já que até a presente data não pagou o valor da carta precatória no TJBA para a concretização da apreensão do veículo e da citação da parte ré. Deveras, a citação não se consumou, o que seria imprescindível para dar causa à interrupção do lapso prescricional. Assim, considerando a ausência de citação, inexistindo causa interruptiva ou suspensiva do prazo prescricional, o crédito do autor fora fulminado pela ocorrência de prescrição. Reputa-se, portanto, que o autor não cumpriu o seu dever de promover o chamamento do devedor ao processo em tempo hábil, a fim de interromper o prazo prescricional da ação. Neste sentido: Alienação fiduciária. Busca e apreensão. Prescrição quinquenal reconhecida. Citação que não se efetivou por desídia do Autor. Sentença mantida. Recurso negado. (TJSP Apelação nº 0210297-58.2009.8.26.0005 Relator Des. Maria de Lourdes Lopez Gil - 36ª Câmara de Direito Privado j. 19/05/2016). ALIENAÇÃO FIDUCIÁRIA BUSCA E APREENSÃO EXTINÇÃO DA CAUSA COM EXAME DE MÉRITO ART. 487, II DO NOVO CPC/2015 (ART. 269 DO ANTIGO CPC) PERTINÊNCIA PRESCRIÇÃO RECONHECIDA RECURSO NÃO PROVIDO. Considerando se o prazo prescricional de 5 anos previsto no art. 205, § 5º, I do Código Civil, de rigor o reconhecimento da prescrição, nos termos do art. 487, II do novo CPC/2015. Apelação Nº 1005623-82.2016.8.26.0320. São Paulo, 16 de agosto de 2016. Relator PAULO AYROSA.) Importante ressaltar que não se trata de prescrição intercorrente, pois esta só tem espaço em execuções e após a citação da parte executada. O caso em tela, todavia, não envolve execução, e a parte requerida ainda nem foi citada. Deveres, a prescrição intercorrente só tem aplicação quando a parte executava é citada, operando-se a interrupção do prazo prescricional. Por isso, que se chama de intercorrente; porque se trata de prescrição que corre apenas quando a regularização da relação jurídico-processual, com a interrupção da prescrição comum. Nesses termos, eventuais entendimentos a respeito da prescrição intercorrente não podem ser aqui aplicados, o que inclui as diretrizes fixadas no julgamento do REsp. nº. 1.340.553/RS, submetido à sistemática de recursos repetitivos. Aliás, entendimento contrário acarretaria a criação de nova causa de suspensão da prescrição, além daquelas previstas nos arts. 197, 198 e 199 do CC. No ponto, é de se destacar que tais normas são de exceção e, por isso, devem ser aplicadas restritivamente, não comportando, portanto, interpretação extensiva ou analógica, sob pena de grave equívoco hermenêutico. Por fim, frise-se que não é caso de se aplicar o entendimento consagrado na súmula n.º 106 do STJ e positivado no art. 240, § 3.º, do CPC ("A parte não será prejudicada pela demora imputável exclusivamente ao serviço judiciário"). Isso porque a citação apenas não se consumou em razão de desídia e inércia da parte autora que somente movimentava o processo quando intimada pelo juiz para assim o fazer. Ante o exposto, solução não há senão reconhecer a prescrição, razão pela qual JULGO EXTINTO o processo, com resolução do mérito, nos termos do artigo 487, II, do CPC. Custas pelo autor já depositadas. Após o trânsito em julgado, cumpridas as formalidades legais, arquivem se os autos. Publique-se. Registre-se. Intime-se. SANTA FILOMENA-PI, 25 de maio de 2025. Juiz(a) de Direito da Vara Única da Comarca de Santa Filomena

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Processo nº 0000002-24.2012.8.18.0114

ID: 280051014

Tribunal: TJPI Órgão: Vara Única da Comarca de Santa Filomena Classe: PROCEDIMENTO COMUM CíVEL Nº Processo: 0000002-24.2012.8.18.0114

Data de Disponibilização: 26/05/2025

Polo Ativo:

BANCO DO NORDESTE DO BRASIL SA

Polo Passivo:

Sentença

Advogados:

MARIZZE FERNANDA LIMA MARTINEZ DE SOUZA PACHECO

OAB/PI XXXXXX Desbloquear

MARITZZA FABIANE LIMA MARTINEZ DE SOUZA OLIVEIRA ROSSITER

OAB/PE XXXXXX Desbloquear

HAROLDO WILSON MARTINEZ DE SOUZA JUNIOR

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PODER JUDICIÁRIO DO ESTADO DO PIAUÍ Vara Única da Comarca de Santa Filomena DA COMARCA DE SANTA FILOMENA Praça Barão de Paraim, 43, Centro, SANTA FILOMENA - PI - CEP: 64945-000 PROCESSO Nº: 0000002-2… PODER JUDICIÁRIO DO ESTADO DO PIAUÍ Vara Única da Comarca de Santa Filomena DA COMARCA DE SANTA FILOMENA Praça Barão de Paraim, 43, Centro, SANTA FILOMENA - PI - CEP: 64945-000 PROCESSO Nº: 0000002-24.2012.8.18.0114 CLASSE: PROCEDIMENTO COMUM CÍVEL (7) ASSUNTO(S): [Cédula de Crédito Rural] AUTOR: BANCO DO NORDESTE DO BRASIL SA ESPÓLIO: JAMES RODRIGUES REU: MARIA IRACEMA MIRANDA DE SOUSA SENTENÇA O Banco do Nordeste ajuizou ação de cobrança em face da parte requerida para cobrar cédula de crédito bancário realizada em 11/12/2002 no importe de R$ 2695,16, com vencimentos anuais, em 3x com início em 11/12/2003 e fim em 11/12/2005 (ID 11944628 - Pág. 7) Durante todo esse período foi tétano várias formas de citação, não obtendo êxito, assim como, a movimentação da parte requerente sempre se perfazia após o magistrado determinar. Assim como, podemos observar que por último, não recolheu a custas para o cumprimento da carta precatória no TJBA (anexo nessa sentença), perdendo o prazo e ainda sem realizar o pagamento. É o relatório. Decido. O feito deve ser extinto em razão do reconhecimento da prescrição, matéria de ordem pública, que pode ser reconhecida de ofício. Pois bem, a demanda foi proposta em 26 de março de 2012 (ID 11944628 - Pág. 4) e até o presente momento não houve a citação da parte requerida. Importante destacar, nesse passo, que, por se tratar de ação de cobrança de cédula de crédito rural, o prazo prescricional aplicável à espécie é de três anos, pois segundo o STJ (Superior Tribunal de Justiça) estabelece que o prazo prescricional para a execução de cédula de crédito rural é de três anos, a partir do vencimento do título. Esse prazo é determinado pelo art. 60 do Decreto-Lei nº 167/67, combinado com o art. 70 da Lei Uniforme de Genebra (Decreto 57.663/66). RECURSO ESPECIAL. CIVIL. PROCESSUAL CIVIL. EXECUÇÃO. CÉDULA DE CRÉDITO RURAL. AUSÊNCIA DE BENS PASSÍVEIS DE PENHORA. SUSPENSÃO DO PROCESSO. INÉRCIA DO EXEQUENTE POR SETE DE ANOS. PRESCRIÇÃO INTERCORRENTE. OCORRÊNCIA. SÚMULA 150/STF. 1. Controvérsia acerca da prescrição intercorrente no curso de execução de título extrajudicial. 2. "Prescreve a execução no mesmo prazo da prescrição da ação" (Súmula 150/STF). 3. "Suspende-se a execução: [...] quando o devedor não possuir bens penhoráveis" (art. 791, inciso III, do CPC/73). 4. Ocorrência de prescrição intercorrente, se o exequente permanecer inerte por prazo superior ao de prescrição do direito material vindicado. 5. Hipótese em que a execução permaneceu suspensa por sete anos sem que o exequente tenha adotado qualquer providência para a localização de bens penhoráveis. 6. Distinção entre abandono da causa, fenômeno processual, e prescrição, instituto de direito material. 7. Possibilidade, em tese, de se declarar de ofício a prescrição intercorrente no caso concreto, pois a pretensão de direito material prescreve em três anos. 8. Desnecessidade de prévia intimação do exequente para dar andamento ao feito. 9. Necessidade apenas de intimação do exequente, concedendo-lhe oportunidade de demonstrar causas interruptivas ou suspensivas da prescrição. 10. "O contraditório é princípio que deve ser respeitado em todas as manifestações do Poder Judiciário, que deve zelar pela sua observância, inclusive nas hipóteses de declaração de ofício da prescrição intercorrente, devendo o credor ser previamente intimado para opor algum fato impeditivo à incidência da prescrição" (REsp 1.589.753/PR, Rel. Ministro MARCO AURÉLIO BELLIZZE, TERCEIRA TURMA, DJe 31/05/2016). 11. Entendimento em sintonia com o disposto no novo Código de Processo Civil (art. 921, §§ 4º e 5º, CPC/2015). 12. RECURSO ESPECIAL PARCIALMENTE PROVIDO. REsp 1593786 / SC RECURSO ESPECIAL 2016/0079221-7 Relator Ministro PAULO DE TARSO SANSEVERINO (1144) Órgão Julgador T3 - TERCEIRA TURMA Data do Julgamento 22/09/2016 Data da Publicação/Fonte DJe 30/09/2016. AGRAVO REGIMENTAL. AGRAVO DE INSTRUMENTO. EMBARGOS DE DECLARAÇÃO OPOSTOS CONTRA O ACÓRDÃO RECORRIDO. INEXISTÊNCIA DE OMISSÃO, CONTRADIÇÃO, OU OBSCURIDADE. AUSÊNCIA DE VIOLAÇÃO DO ARTIGO 535 DO CPC. EXECUÇÃO DE CÉDULA DE CRÉDITO HIPOTECÁRIA. RECONHECIMENTO DA PRESCRIÇÃO TRIENAL. INTERRUPÇÃO DO PRAZO PRESCRICIONAL. REEXAME DE FATOS E PROVAS. SÚMULA 7/STJ. 1. Se as questões trazidas à discussão foram dirimidas, pelo Tribunal de origem, de forma suficientemente ampla, fundamentada e sem omissões deve ser afastada a legada violação ao art. 535 do Código de Processo Civil. 2. A análise da alegada interrupção de prazo prescricional, a qual foi negada pela Tribunal de origem, importaria o reexame do conjunto fático-probatório dos autos, providência vedada em sede de recurso especial, a teor da Súmula 7 do STJ. 3. Reconhecida a prescrição trienal da ação executiva para a cobrança do crédito rural, embora permaneça resguardada a via ordinária ou da monitória para que o credor hipotecário persiga o seu crédito, faculdade não afastada pelas instâncias ordinárias. 4. Agravo regimental a que se nega provimento. (AgRg no Ag 942.310/RS, Rel. Ministra MARIA ISABEL GALLOTTI, QUARTA TURMA, julgado em 18/08/2015, DJe 26/08/2015) Importante também destacar que a SÚMULA 150 - PRESCREVE A EXECUÇÃO NO MESMO PRAZO DE PRESCRIÇÃO DA AÇÃO, aqui o raciocínio é inverso a desta súmula, pois como é um título executivo com prazo de 3 anos para a execução, para a ação monitória ou de cobrança o prazo não pode ser maior. E ainda que buscasse a interpretação mais favorável a parte requerente, seria o prazo prescricional aplicável à espécie é de cinco anos, previsto no art. 206, § 5.º, I, do CC, contados do vencimento da última parcela. Assim sendo a ação de cobrança somente poderia ter sido ajuizada até 11/12/2008 (prazo de 3 anos) ou 11/12/2010 (prazo de 5 anos). Ou seja, já nasceu prescrita a presente ação. Cabe ainda salientar que o prazo prescricional ainda não fora interrompido, e mesmo que tivesse ajuizado a ação na data correta, ainda assim estaria prescrito. Pois segundo o art. 202, I, do CC, "a interrupção da prescrição, que somente poderá ocorrer uma vez, dar-se-á por despacho do juiz, mesmo incompetente, que ordenar a citação, se o interessado a promover no prazo e na forma da lei processual". Observe-se que não é a citação que interrompe a prescrição, mas o ato que a ordena. A data da interrupção, porém, será a da propositura da ação (NCPC, art. 240, § 1.º; CPC/73, art. 219, § 1.º). Embora a interrupção da prescrição pelo despacho citatório, a lei determina a retroação da data em que o prazo prescricional se reputa interrompido: a data da propositura da ação (NCPC, art. 312; CPC/263). Todavia, conforme prevê o próprio texto do inciso I do art. 202 do CC, a citação deve ser concretizada no prazo que a lei processual determinar. O § 2.º do art. 240 do NCPC, com correspondência normativa no art.219, § 2.º, do CPC/73, determina que incumbe à parte autora adotar, em dez dias, as providências necessárias para viabilizar a citação; se não o fizer, a prescrição não se reputará interrompida na data da propositura da ação; somente e se considerará interrompida em momento posterior, quando então cumpridas as providências necessárias. O ônus de promover a citação consiste, basicamente, em: juntar cópia da petição inicial para ser encaminhada ao réu (no caso de processo em autos de papel NCPC, art. 248,caput), adiantar as despesas com a citação e indicar o endereço da parte ré. No caso, a parte autora não se desincumbiu desse ônus, já que até a presente data não pagou o valor da carta precatória no TJBA para a concretização da apreensão do veículo e da citação da parte ré. Deveras, a citação não se consumou, o que seria imprescindível para dar causa à interrupção do lapso prescricional. Assim, considerando a ausência de citação, inexistindo causa interruptiva ou suspensiva do prazo prescricional, o crédito do autor fora fulminado pela ocorrência de prescrição. Reputa-se, portanto, que o autor não cumpriu o seu dever de promover o chamamento do devedor ao processo em tempo hábil, a fim de interromper o prazo prescricional da ação. Neste sentido: Alienação fiduciária. Busca e apreensão. Prescrição quinquenal reconhecida. Citação que não se efetivou por desídia do Autor. Sentença mantida. Recurso negado. (TJSP Apelação nº 0210297-58.2009.8.26.0005 Relator Des. Maria de Lourdes Lopez Gil - 36ª Câmara de Direito Privado j. 19/05/2016). ALIENAÇÃO FIDUCIÁRIA BUSCA E APREENSÃO EXTINÇÃO DA CAUSA COM EXAME DE MÉRITO ART. 487, II DO NOVO CPC/2015 (ART. 269 DO ANTIGO CPC) PERTINÊNCIA PRESCRIÇÃO RECONHECIDA RECURSO NÃO PROVIDO. Considerando se o prazo prescricional de 5 anos previsto no art. 205, § 5º, I do Código Civil, de rigor o reconhecimento da prescrição, nos termos do art. 487, II do novo CPC/2015. Apelação Nº 1005623-82.2016.8.26.0320. São Paulo, 16 de agosto de 2016. Relator PAULO AYROSA.) Importante ressaltar que não se trata de prescrição intercorrente, pois esta só tem espaço em execuções e após a citação da parte executada. O caso em tela, todavia, não envolve execução, e a parte requerida ainda nem foi citada. Deveres, a prescrição intercorrente só tem aplicação quando a parte executava é citada, operando-se a interrupção do prazo prescricional. Por isso, que se chama de intercorrente; porque se trata de prescrição que corre apenas quando a regularização da relação jurídico-processual, com a interrupção da prescrição comum. Nesses termos, eventuais entendimentos a respeito da prescrição intercorrente não podem ser aqui aplicados, o que inclui as diretrizes fixadas no julgamento do REsp. nº. 1.340.553/RS, submetido à sistemática de recursos repetitivos. Aliás, entendimento contrário acarretaria a criação de nova causa de suspensão da prescrição, além daquelas previstas nos arts. 197, 198 e 199 do CC. No ponto, é de se destacar que tais normas são de exceção e, por isso, devem ser aplicadas restritivamente, não comportando, portanto, interpretação extensiva ou analógica, sob pena de grave equívoco hermenêutico. Por fim, frise-se que não é caso de se aplicar o entendimento consagrado na súmula n.º 106 do STJ e positivado no art. 240, § 3.º, do CPC ("A parte não será prejudicada pela demora imputável exclusivamente ao serviço judiciário"). Isso porque a citação apenas não se consumou em razão de desídia e inércia da parte autora que somente movimentava o processo quando intimada pelo juiz para assim o fazer. Ante o exposto, solução não há senão reconhecer a prescrição, razão pela qual JULGO EXTINTO o processo, com resolução do mérito, nos termos do artigo 487, II, do CPC. Custas pelo autor já depositadas. Após o trânsito em julgado, cumpridas as formalidades legais, arquivem se os autos. Publique-se. Registre-se. Intime-se. SANTA FILOMENA-PI, 25 de maio de 2025. Juiz(a) de Direito da Vara Única da Comarca de Santa Filomena

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Petroleo Brasileiro S A Petrobras x Sind Trab Ind Met Mec Mat Eletr E Eletronico E Espirito Santo

ID: 278168289

Tribunal: TRT17 Órgão: Vara do Trabalho de Linhares Classe: INTERDITO PROIBITóRIO Nº Processo: 0002476-77.2024.5.17.0161

Data de Disponibilização: 26/05/2025

Polo Ativo:

PETROLEO BRASILEIRO S A PETROBRAS

Polo Passivo:

SIND TRAB IND MET MEC MAT ELETR E ELETRONICO E ESPIRITO SANTO

Notificação

Advogados:

JAIRO MARTINS FERREIRA

OAB/ES XXXXXX Desbloquear

IVO SANTOS DA VITORIA

OAB/ES XXXXXX Desbloquear

PODER JUDICIÁRIO JUSTIÇA DO TRABALHO TRIBUNAL REGIONAL DO TRABALHO DA 17ª REGIÃO VARA DO TRABALHO DE LINHARES Interdito 0002476-77.2024.5.17.0161 AUTOR: PETROLEO BRASILEIRO S A PETROBRAS RÉU: S… PODER JUDICIÁRIO JUSTIÇA DO TRABALHO TRIBUNAL REGIONAL DO TRABALHO DA 17ª REGIÃO VARA DO TRABALHO DE LINHARES Interdito 0002476-77.2024.5.17.0161 AUTOR: PETROLEO BRASILEIRO S A PETROBRAS RÉU: SIND TRAB IND MET MEC MAT ELETR E ELETRONICO E ESPIRITO SANTO INTIMAÇÃO Fica V. Sa. intimado para tomar ciência da Sentença ID e68fca2 proferida nos autos, cujo dispositivo consta a seguir: SENTENÇA RELATÓRIO Trata-se de interdito proibitório ajuizado por PETROLEO BRASILEIRO S A PETROBRAS contra SIND TRAB IND MET MEC MAT ELETR E ELETRONICO E ESPIRITO SANTO, já qualificados nos autos, com os fatos, fundamentos e pedidos da inicial. Juntou procuração e demais documentos. Pela decisão de fls. 761-762, foi acolhido o pedido liminar, para determinar “que o Sindimetal/ES e os empregados da Seacrest ou Sudamin se abstenham de realizar manifestações, obstruções, “trancassos” nas instalações da Petrobras, tanto administrativas como operacionais, ou mesmo no acesso a tais instalações, em todas as unidades localizadas nas cidades abrangidas pela Jurisdição da Vara do Trabalho de Linhares/ES em especial na UTGC – Unidade de Tratamento de Gás de Cacimbas, possibilitando a livre circulação de empregados, gerentes, coordenadores e demais técnicos que desejam trabalhar, inclusive terceirizados, bem como a circulação de bens e materiais, tudo sob pena de pagamento pelo Sindimetal de multa diária de R$50.000,00 reversíveis à empresa reclamante.” Pela decisão de Id. 724e2a1, foi complementado o pronunciamento judicial anterior, para o fim autorizar o cumprimento da ordem na sede do sindicato reclamado situada no município de Serra – ES. Certificada a juntada aos autos da cópia de decisão proferida em sede de mandado de segurança nº. 0000002-97.2025.5.17.0000, em que foi indeferida a liminar propugnada pelo impetrante. Esclarecimentos prestados pelo MM. Magistrado prolator da decisão questionada, às fls. 812-813. Manifestação do terceiro interessado, às fls. 815-820. Decisão ratificando a decisão liminar, à fl. 857. Manifestação da parte autora, às fls. 861-862, pugnando pela aplicação da multa prevista na decisão liminar. Resposta do sindicato requerido às fls. 930-932. Em audiência de instrução realizada no dia 15 de maio de 2025, não havendo proposta de acordo, foi concedido prazo para a parte autora se manifestar sobre a resposta do sindicato. Não havendo outras provas a produzir, a instrução foi encerrada. Razões finais remissivas pelas partes. Infrutífera a derradeira tentativa conciliatória, os autos vieram conclusos para julgamento. É o relatório. Passo a decidir. FUNDAMENTAÇÃO PRELIMINAR ILEGITIMIDADE PASSIVA AD CAUSAM Suscita o sindicato requerido a preliminar de ilegitimidade passiva ad causam, ao fundamento de se tratar de pessoa jurídica estranha aos fatos, por não ter organizado ou participado das manifestações e paralisações objeto do presente interdito proibitório. Sustenta, neste sentido, que “esteve junto aos trabalhadores, para orientação, mas os mesmo prosseguirem a manifestação sem o sindicato, de forma autônoma, ao ponto de criarem grupos e divulgarem que o sindicato não estava se importante com os trabalhadores.” Pugna, assim, pela extinção do feito sem resolução de mérito. Ainda pendente de regulamentação explícita no direito processual brasileiro, e com forte inspiração no direito norte americano (“defendant class action”), a ação coletiva passiva é uma ferramenta que serve à proteção tanto de interesses individuais como de interesses coletivos que estejam sofrendo lesão ou ameaça de violação por parte de uma coletividade organizada. A ação coletiva passiva tem por fundamentos principais a garantia constitucional de amplo acesso à justiça (art. 5º, XXXV, CR/88) e a vedação do non liquet (arts. 3º, e 4º, CPC), assegurando que qualquer violação ou risco de transgressão a direito não fique à margem da apreciação do Poder Judiciário apenas pelo fato de o apontado infrator se tratar de um grupamento organizado de pessoas. Vale pontuar, no entanto, que a possibilidade de uma coletividade de pessoas ser colocada no polo passivo de uma ação tem como pressuposto que esse mesmo grupamento organizado esteja adequadamente representado por ente coletivo com capacidade, credibilidade e condições econômicas para defender os interesses de todos os membros da categoria levados a juízo. A adequada representação, neste passo, é essencial para que os efeitos da sentença vinculem todos os integrantes do grupo, mesmo que não tenham participado individualmente do processo coletivo. Trazendo tal discussão para o caso dos autos, a leitura conjunta dos artigos integrantes do microssistema de tutela coletiva do direito brasileiro (art. 129, III, da Constituição da República de 1988, o art. 6º, XIII, art. 1º, IV, e art. 5º, I, Lei nº. 7.347/85, e art. 81, III, e art. 82, I, do CDC) torna induvidosa a legitimidade do sindicato profissional para figurar no polo passivo de ação em que se busca a cessação imediata de lesão a direito de propriedade levada a efeito por grupo de integrantes da categoria profissional por ele representada. Independentemente se o sindicato requerido participou ou não da gênese do movimento paredista, fato é que, pela análise em abstrato das alegações da parte autora contidas na petição inicial, os piquetes foram realizados por empregados enquadrados na categoria profissional dos metalúrgicos, o que é suficiente, pelo critério da representatividade adequada, para entender como legítimo o SINDIMETAL para figurar no polo passivo da presente ação possessória. Pelos fundamentos acima, rejeito a preliminar arguida pela parte requerida. MÉRITO INTERDITO PROIBITÓRIO. CESSAÇÃO DO MOVIMENTO. PERDA SUPERVENIENTE DE INTERESSE Tratam os presentes autos de ação de interdito proibitório ajuizada por PETRÓLEO BRASILEIRO S/A – PETROBRÁS contra SINDICATO DOS TRABALHADORES NAS INDÚSTRIAS METALÚRGICAS, MECÂNICAS, DE MATERIAL ELÉTRICO E ELETRÔNICO NO ESTADO DO ESPÍRITO SANTO – SINDIMETAL/ES, visando a concessão de tutela para o fim de fazer cessar bloqueios que estavam impedindo o acesso dos trabalhadores à Unidade de Tratamento de Gás de Cacimbas (UTCG), em Linhares, nos dias 23, 26 e 27 de dezembro de 2024. A decisão de fls. 761-762 acolheu o pedido liminar, determinando que o SINDIMETAL e os empregados da SEACREST ou SUDAMIN se abstivessem de realizar obstruções impedindo o livre acesso de empregados nas unidades localizadas nas cidades abrangidas pela Jurisdição da Vara do Trabalho de Linhares/ES em especial na UTGC – Unidade de Tratamento de Gás de Cacimbas. Observo que foram juntadas manifestações pelo terceiro interessado SUDAMIN BRASIL REFRATÁRIOS E MONTAGENS LTDA (fls. 815-820) e pela requerente PETRÓLEO BRASILEIRO S/A – PETROBRÁS (fls. 861-862), noticiando novos bloqueios realizados no acesso às dependências da UTCG, respectivamente, em 28/01/2025 e 18/02/2025. Como visto acima, os fatos que deram ensejo à propositura do interdito proibitório em epígrafe remontam ao final do ano passado e, embora tenham sido noticiados supostos movimentos secundários no mesmo local, não há mais notícia de qualquer paralisação ou ameaça de turbação à posse atual que justifique a manutenção do trâmite da presente ação. Destaco que, em audiência de instrução realizada no dia 15/05/2025, nenhuma prova foi produzida que pudesse depreender o mesmo risco de lesão a direito patrimonial que havia justificado o ajuizamento da ação e a concessão da medida liminar. A entrega da prestação jurisdicional se deu, pois, com a expedição de mandado proibitório ao sindicato requerido e cominação de multa em caso de descumprimento. Se decorrido prazo razoável desde a efetivação da medida sem qualquer notícia de novas paralisações envolvendo o mesmo cenário fático, entendo que a presente ação perdeu a sua utilidade, por não mais necessitar a parte autora da tutela cujos efeitos já se exauriram no tempo. Não se nega a possibilidade de que no futuro os trabalhadores representados pelo sindicato profissional voltem a realizar paralisações com eventual uso abusivo do direito de manifestação. Todavia, estar-se-á, neste caso, diante de outra realidade que desafiará o ajuizamento de novo interdito proibitório, não se admitindo a permanência ad eternum da medida proibitiva que foi gestada a partir de determinadas circunstâncias fáticas e jurídicas. Assim, sem maiores delongas, ante a evidente ausência de pressuposto processual de existência válida e regular do processo, notadamente a perda superveniente do interesse processual em seu binômio utilidade-adequação, extingo a presente ação sem resolução de mérito, nos termos do artigo 485, VI, do CPC. MULTA COMINATÓRIA (ASTREINTES) A parte requerente pugna pela aplicação de multa ao sindicato requerido, por ter descumprido a obrigação de não fazer constante na decisão liminar, em especial ao alegadamente liderar e apoiar os integrantes da paralisação ocorrida em 18/02/2025. Para fazer prova de suas alegações, foram trazidos registros fotográficos que demonstram apenas uma aparente manifestação dos trabalhadores, mas sem poder se precisar exatamente o local em que estavam reunidos, sobretudo se se trata da mesma via de acesso à Unidade de Tratamento de Gás de Cacimbas (UTCG), em Linhares/ES que motivou o ajuizamento da presente ação possessória. Além disso, não é possível apurar apenas destas imagens a adoção de efetivas ações de bloqueio da passagem de ônibus e outros veículos, impedindo o livre direito de ir e vir de empregados e demais prestadores de serviço à Unidade de Tratamento de Gás de Cacimbas (UTCG), de tal modo a demonstrar o descumprimento da medida liminar. Destaco que, em sede de audiência de instrução, não foi produzida prova oral que pudesse fornecer elementos para formar o convencimento seguro acerca da reiteração da conduta que havia sido proibida pela decisão liminar, deixando a parte requerente encerrar a instrução sem registrar qualquer protesto. Assim, à míngua de prova cabal do descumprimento da ordem liminar, indefiro o pedido de aplicação de multa cominatória. JUSTIÇA GRATUITA A Súmula 60 deste e. Regional prevê que “ao sindicato, quando atua como substituto processual em defesa de interesses e direitos coletivos lato sensu, aplicam-se as normas relativas às ações coletivas, concedendo-se a gratuidade de justiça nos termos dos artigos 87 da Lei 8.078/90 e 18 da Lei 7.347/85.” Em observância ao precedente acima, e tratando-se os autos de ação em que o sindicato atua na condição de ente representante dos interesses de uma coletividade de empregados, concedo a justiça gratuita à parte requerida. HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS Em se tratando de ação com viés coletivo, a condenação do sindicato-réu em honorários advocatícios sucumbenciais somente se justificaria em caso de comprovada litigância de má-fé (art. 18, Lei nº. 7.347/85 c/c Súmula 60, TRT/17), o que não se mostrou provado nos autos. Rejeito. DISPOSITIVO Em face do exposto, nos autos da ação de interdito proibitório movida por por PETROLEO BRASILEIRO S A PETROBRAS contra SIND TRAB IND MET MEC MAT ELETR E ELETRONICO E ESPIRITO SANTO, resolvo rejeitar a preliminar de ilegitimidade passiva e extinguir o feito sem resolução de mérito, por perda superveniente de interesse processual, nos termos do artigo 485, VI, do CPC. Concedo ao sindicato-réu o benefício da justiça gratuita. Custas pelo sindicato-réu no importe de R$ 200,00, calculadas sobre o valor da causa de R$ 10.000,00, das quais está dispensado. Intimem-se as partes. BERNARDO PINHEIRO BERNARDI Juiz do Trabalho Substituto Intimado(s) / Citado(s) - PETROLEO BRASILEIRO S A PETROBRAS

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Petroleo Brasileiro S A Petrobras x Sind Trab Ind Met Mec Mat Eletr E Eletronico E Espirito Santo

ID: 278168312

Tribunal: TRT17 Órgão: Vara do Trabalho de Linhares Classe: INTERDITO PROIBITóRIO Nº Processo: 0002476-77.2024.5.17.0161

Data de Disponibilização: 26/05/2025

Polo Ativo:

PETROLEO BRASILEIRO S A PETROBRAS

Polo Passivo:

SIND TRAB IND MET MEC MAT ELETR E ELETRONICO E ESPIRITO SANTO

Notificação

Advogados:

JAIRO MARTINS FERREIRA

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IVO SANTOS DA VITORIA

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PODER JUDICIÁRIO JUSTIÇA DO TRABALHO TRIBUNAL REGIONAL DO TRABALHO DA 17ª REGIÃO VARA DO TRABALHO DE LINHARES Interdito 0002476-77.2024.5.17.0161 AUTOR: PETROLEO BRASILEIRO S A PETROBRAS RÉU: S… PODER JUDICIÁRIO JUSTIÇA DO TRABALHO TRIBUNAL REGIONAL DO TRABALHO DA 17ª REGIÃO VARA DO TRABALHO DE LINHARES Interdito 0002476-77.2024.5.17.0161 AUTOR: PETROLEO BRASILEIRO S A PETROBRAS RÉU: SIND TRAB IND MET MEC MAT ELETR E ELETRONICO E ESPIRITO SANTO INTIMAÇÃO Fica V. Sa. intimado para tomar ciência da Sentença ID e68fca2 proferida nos autos, cujo dispositivo consta a seguir: SENTENÇA RELATÓRIO Trata-se de interdito proibitório ajuizado por PETROLEO BRASILEIRO S A PETROBRAS contra SIND TRAB IND MET MEC MAT ELETR E ELETRONICO E ESPIRITO SANTO, já qualificados nos autos, com os fatos, fundamentos e pedidos da inicial. Juntou procuração e demais documentos. Pela decisão de fls. 761-762, foi acolhido o pedido liminar, para determinar “que o Sindimetal/ES e os empregados da Seacrest ou Sudamin se abstenham de realizar manifestações, obstruções, “trancassos” nas instalações da Petrobras, tanto administrativas como operacionais, ou mesmo no acesso a tais instalações, em todas as unidades localizadas nas cidades abrangidas pela Jurisdição da Vara do Trabalho de Linhares/ES em especial na UTGC – Unidade de Tratamento de Gás de Cacimbas, possibilitando a livre circulação de empregados, gerentes, coordenadores e demais técnicos que desejam trabalhar, inclusive terceirizados, bem como a circulação de bens e materiais, tudo sob pena de pagamento pelo Sindimetal de multa diária de R$50.000,00 reversíveis à empresa reclamante.” Pela decisão de Id. 724e2a1, foi complementado o pronunciamento judicial anterior, para o fim autorizar o cumprimento da ordem na sede do sindicato reclamado situada no município de Serra – ES. Certificada a juntada aos autos da cópia de decisão proferida em sede de mandado de segurança nº. 0000002-97.2025.5.17.0000, em que foi indeferida a liminar propugnada pelo impetrante. Esclarecimentos prestados pelo MM. Magistrado prolator da decisão questionada, às fls. 812-813. Manifestação do terceiro interessado, às fls. 815-820. Decisão ratificando a decisão liminar, à fl. 857. Manifestação da parte autora, às fls. 861-862, pugnando pela aplicação da multa prevista na decisão liminar. Resposta do sindicato requerido às fls. 930-932. Em audiência de instrução realizada no dia 15 de maio de 2025, não havendo proposta de acordo, foi concedido prazo para a parte autora se manifestar sobre a resposta do sindicato. Não havendo outras provas a produzir, a instrução foi encerrada. Razões finais remissivas pelas partes. Infrutífera a derradeira tentativa conciliatória, os autos vieram conclusos para julgamento. É o relatório. Passo a decidir. FUNDAMENTAÇÃO PRELIMINAR ILEGITIMIDADE PASSIVA AD CAUSAM Suscita o sindicato requerido a preliminar de ilegitimidade passiva ad causam, ao fundamento de se tratar de pessoa jurídica estranha aos fatos, por não ter organizado ou participado das manifestações e paralisações objeto do presente interdito proibitório. Sustenta, neste sentido, que “esteve junto aos trabalhadores, para orientação, mas os mesmo prosseguirem a manifestação sem o sindicato, de forma autônoma, ao ponto de criarem grupos e divulgarem que o sindicato não estava se importante com os trabalhadores.” Pugna, assim, pela extinção do feito sem resolução de mérito. Ainda pendente de regulamentação explícita no direito processual brasileiro, e com forte inspiração no direito norte americano (“defendant class action”), a ação coletiva passiva é uma ferramenta que serve à proteção tanto de interesses individuais como de interesses coletivos que estejam sofrendo lesão ou ameaça de violação por parte de uma coletividade organizada. A ação coletiva passiva tem por fundamentos principais a garantia constitucional de amplo acesso à justiça (art. 5º, XXXV, CR/88) e a vedação do non liquet (arts. 3º, e 4º, CPC), assegurando que qualquer violação ou risco de transgressão a direito não fique à margem da apreciação do Poder Judiciário apenas pelo fato de o apontado infrator se tratar de um grupamento organizado de pessoas. Vale pontuar, no entanto, que a possibilidade de uma coletividade de pessoas ser colocada no polo passivo de uma ação tem como pressuposto que esse mesmo grupamento organizado esteja adequadamente representado por ente coletivo com capacidade, credibilidade e condições econômicas para defender os interesses de todos os membros da categoria levados a juízo. A adequada representação, neste passo, é essencial para que os efeitos da sentença vinculem todos os integrantes do grupo, mesmo que não tenham participado individualmente do processo coletivo. Trazendo tal discussão para o caso dos autos, a leitura conjunta dos artigos integrantes do microssistema de tutela coletiva do direito brasileiro (art. 129, III, da Constituição da República de 1988, o art. 6º, XIII, art. 1º, IV, e art. 5º, I, Lei nº. 7.347/85, e art. 81, III, e art. 82, I, do CDC) torna induvidosa a legitimidade do sindicato profissional para figurar no polo passivo de ação em que se busca a cessação imediata de lesão a direito de propriedade levada a efeito por grupo de integrantes da categoria profissional por ele representada. Independentemente se o sindicato requerido participou ou não da gênese do movimento paredista, fato é que, pela análise em abstrato das alegações da parte autora contidas na petição inicial, os piquetes foram realizados por empregados enquadrados na categoria profissional dos metalúrgicos, o que é suficiente, pelo critério da representatividade adequada, para entender como legítimo o SINDIMETAL para figurar no polo passivo da presente ação possessória. Pelos fundamentos acima, rejeito a preliminar arguida pela parte requerida. MÉRITO INTERDITO PROIBITÓRIO. CESSAÇÃO DO MOVIMENTO. PERDA SUPERVENIENTE DE INTERESSE Tratam os presentes autos de ação de interdito proibitório ajuizada por PETRÓLEO BRASILEIRO S/A – PETROBRÁS contra SINDICATO DOS TRABALHADORES NAS INDÚSTRIAS METALÚRGICAS, MECÂNICAS, DE MATERIAL ELÉTRICO E ELETRÔNICO NO ESTADO DO ESPÍRITO SANTO – SINDIMETAL/ES, visando a concessão de tutela para o fim de fazer cessar bloqueios que estavam impedindo o acesso dos trabalhadores à Unidade de Tratamento de Gás de Cacimbas (UTCG), em Linhares, nos dias 23, 26 e 27 de dezembro de 2024. A decisão de fls. 761-762 acolheu o pedido liminar, determinando que o SINDIMETAL e os empregados da SEACREST ou SUDAMIN se abstivessem de realizar obstruções impedindo o livre acesso de empregados nas unidades localizadas nas cidades abrangidas pela Jurisdição da Vara do Trabalho de Linhares/ES em especial na UTGC – Unidade de Tratamento de Gás de Cacimbas. Observo que foram juntadas manifestações pelo terceiro interessado SUDAMIN BRASIL REFRATÁRIOS E MONTAGENS LTDA (fls. 815-820) e pela requerente PETRÓLEO BRASILEIRO S/A – PETROBRÁS (fls. 861-862), noticiando novos bloqueios realizados no acesso às dependências da UTCG, respectivamente, em 28/01/2025 e 18/02/2025. Como visto acima, os fatos que deram ensejo à propositura do interdito proibitório em epígrafe remontam ao final do ano passado e, embora tenham sido noticiados supostos movimentos secundários no mesmo local, não há mais notícia de qualquer paralisação ou ameaça de turbação à posse atual que justifique a manutenção do trâmite da presente ação. Destaco que, em audiência de instrução realizada no dia 15/05/2025, nenhuma prova foi produzida que pudesse depreender o mesmo risco de lesão a direito patrimonial que havia justificado o ajuizamento da ação e a concessão da medida liminar. A entrega da prestação jurisdicional se deu, pois, com a expedição de mandado proibitório ao sindicato requerido e cominação de multa em caso de descumprimento. Se decorrido prazo razoável desde a efetivação da medida sem qualquer notícia de novas paralisações envolvendo o mesmo cenário fático, entendo que a presente ação perdeu a sua utilidade, por não mais necessitar a parte autora da tutela cujos efeitos já se exauriram no tempo. Não se nega a possibilidade de que no futuro os trabalhadores representados pelo sindicato profissional voltem a realizar paralisações com eventual uso abusivo do direito de manifestação. Todavia, estar-se-á, neste caso, diante de outra realidade que desafiará o ajuizamento de novo interdito proibitório, não se admitindo a permanência ad eternum da medida proibitiva que foi gestada a partir de determinadas circunstâncias fáticas e jurídicas. Assim, sem maiores delongas, ante a evidente ausência de pressuposto processual de existência válida e regular do processo, notadamente a perda superveniente do interesse processual em seu binômio utilidade-adequação, extingo a presente ação sem resolução de mérito, nos termos do artigo 485, VI, do CPC. MULTA COMINATÓRIA (ASTREINTES) A parte requerente pugna pela aplicação de multa ao sindicato requerido, por ter descumprido a obrigação de não fazer constante na decisão liminar, em especial ao alegadamente liderar e apoiar os integrantes da paralisação ocorrida em 18/02/2025. Para fazer prova de suas alegações, foram trazidos registros fotográficos que demonstram apenas uma aparente manifestação dos trabalhadores, mas sem poder se precisar exatamente o local em que estavam reunidos, sobretudo se se trata da mesma via de acesso à Unidade de Tratamento de Gás de Cacimbas (UTCG), em Linhares/ES que motivou o ajuizamento da presente ação possessória. Além disso, não é possível apurar apenas destas imagens a adoção de efetivas ações de bloqueio da passagem de ônibus e outros veículos, impedindo o livre direito de ir e vir de empregados e demais prestadores de serviço à Unidade de Tratamento de Gás de Cacimbas (UTCG), de tal modo a demonstrar o descumprimento da medida liminar. Destaco que, em sede de audiência de instrução, não foi produzida prova oral que pudesse fornecer elementos para formar o convencimento seguro acerca da reiteração da conduta que havia sido proibida pela decisão liminar, deixando a parte requerente encerrar a instrução sem registrar qualquer protesto. Assim, à míngua de prova cabal do descumprimento da ordem liminar, indefiro o pedido de aplicação de multa cominatória. JUSTIÇA GRATUITA A Súmula 60 deste e. Regional prevê que “ao sindicato, quando atua como substituto processual em defesa de interesses e direitos coletivos lato sensu, aplicam-se as normas relativas às ações coletivas, concedendo-se a gratuidade de justiça nos termos dos artigos 87 da Lei 8.078/90 e 18 da Lei 7.347/85.” Em observância ao precedente acima, e tratando-se os autos de ação em que o sindicato atua na condição de ente representante dos interesses de uma coletividade de empregados, concedo a justiça gratuita à parte requerida. HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS Em se tratando de ação com viés coletivo, a condenação do sindicato-réu em honorários advocatícios sucumbenciais somente se justificaria em caso de comprovada litigância de má-fé (art. 18, Lei nº. 7.347/85 c/c Súmula 60, TRT/17), o que não se mostrou provado nos autos. Rejeito. DISPOSITIVO Em face do exposto, nos autos da ação de interdito proibitório movida por por PETROLEO BRASILEIRO S A PETROBRAS contra SIND TRAB IND MET MEC MAT ELETR E ELETRONICO E ESPIRITO SANTO, resolvo rejeitar a preliminar de ilegitimidade passiva e extinguir o feito sem resolução de mérito, por perda superveniente de interesse processual, nos termos do artigo 485, VI, do CPC. Concedo ao sindicato-réu o benefício da justiça gratuita. Custas pelo sindicato-réu no importe de R$ 200,00, calculadas sobre o valor da causa de R$ 10.000,00, das quais está dispensado. Intimem-se as partes. BERNARDO PINHEIRO BERNARDI Juiz do Trabalho Substituto Intimado(s) / Citado(s) - SIND TRAB IND MET MEC MAT ELETR E ELETRONICO E ESPIRITO SANTO

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Eliane Maria Marcondes e outros x Instituto Nacional Do Seguro Social - Inss

ID: 317946612

Tribunal: TJPR Órgão: Competência Delegada de Siqueira Campos Classe: PROCEDIMENTO COMUM CíVEL Nº Processo: 0000002-28.2012.8.16.0163

Data de Disponibilização: 07/07/2025

Polo Ativo:

ELIANE MARIA MARCONDES MARIA ANTONIA DA SILVA

Polo Passivo:

INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS

Conclusão

Advogados:

PRF4 - NÚCLEO REGIONAL DE CUMPRIMENTO - PROCEDIMENTO COMUM ORDINÁRIO - DA 4ª REGIÃO

OAB/PR XXXXXX Desbloquear

ROSANA RAMOS DA SILVA PERES

OAB/PR XXXXXX Desbloquear

GABRIELA CRISTINA DIAS BERTOLLA

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PODER JUDICIÁRIO DO ESTADO DO PARANÁ COMARCA DE SIQUEIRA CAMPOS COMPETÊNCIA DELEGADA DE SIQUEIRA CAMPOS - PROJUDI Rua Rio Grande do Norte, 1932 - Vila Santa Izabel - Siqueira Campos/PR - CEP: 84.940-… PODER JUDICIÁRIO DO ESTADO DO PARANÁ COMARCA DE SIQUEIRA CAMPOS COMPETÊNCIA DELEGADA DE SIQUEIRA CAMPOS - PROJUDI Rua Rio Grande do Norte, 1932 - Vila Santa Izabel - Siqueira Campos/PR - CEP: 84.940-000 - Fone: (43) 3572-8426 - E-mail: civelsiqcampos@gmail.com Processo: 0000002-28.2012.8.16.0163 Classe Processual: Procedimento Comum Cível Assunto Principal: Pensão por Morte (Art. 74/9) Valor da Causa: R$6.540,00 Autor(s): Eliane Maria Marcondes MARIA ANTONIA DA SILVA Réu(s): INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS Decisão Cuida-se de pedido de desarquivamento, formulado pela parte exequente, em que visa a complementação da execução (mov. 122.1). Explica que o Supremo Tribunal Federal, sob o RE 870947, Tema 810, decidiu que o índice de correção monetária a ser utilizado no cálculo dos valores devidos pela Fazenda Pública é o IPCA-E (índice nacional de preços ao consumidor amplo especial), em substituição ao índice TR (Taxa referencial), cujos efeitos se iniciam a partir de 07/2009; por sua vez, a EC n. 113/2021 trouxe alterações em relação ao índice de atualização monetária, de remuneração do capital e de compensação da mora nas discussões e nas condenações que envolvam a Fazenda Pública, prevendo a incidência, uma única vez, até o efetivo pagamento, do índice da taxa referencial do Sistema Especial de Liquidação e de Custódia (Selic), acumulado mensalmente; quanto aos juros de mora, defende que se dão a partir da citação, fixados à taxa de 1% ao mês até 29/06/2009, o que teve ser aplicado também aos benefícios pagos com atraso, e, partir de e 30/06/2009, haverá a incidência, uma única vez, até o efetivo pagamento, do índice oficial aplicado à caderneta de poupança. Aduz que se torna possível a aplicação do Tema 810 mesmo após o trânsito em julgado, razão pela qual se torna possível sua aplicação nestes autos e, com isso a execução complementar. Visando a execução das diferenças, com relação ao Tema 810, do STF, cujo transito em julgado se deu em 03/03/2020, defende que a partir de tal data lhe surgiu o interesse em requerer a execução, mesmo marco temporal a iniciar o transcurso do prazo prescricional quinquenal; o tema 1.170 reconheceu a possibilidade de alteração do índice fixado no título judicial com fundamento no TEMA 810, que declarou a inconstitucionalidade da aplicação da TR para fins de atualização monetária, cujo trânsito em julgado se deu em 12/12/2023, razão pela qual defende a inexistência de prescrição. Ainda, explica que a correção monetária integra os consectários legais da condenação e possui natureza eminentemente processual, de modo que a aplicação do Tema 810 não implica em violação à coisa julgada, tampouco o fato de a parte exequente ter concordado com o cálculo apresentado na fase de cumprimento de sentença implica em preclusão, sendo possível solicitar a revisão de seus cálculos no prazo de 5 de anos, contados a partir da data do trânsito em julgado do tema (03/03/2020), pela via da execução complementar; e que é possível a expedição de RPV complementar, ainda que o pagamento original tenha sido feito por precatório, desde que o valor remanescente não ultrapasse o limite legal para expedição de RPV; e visando a complementação da execução, aplicando-se o novo entendimento, com novo índice, chegou-se à diferença de R$ 10.404,61, referente ao crédito principal, e de R$ 1.039,84 referente aos honorários sucumbenciais. Instada, houve a regularização processual (mov. 128.1/138.1). Devidamente intimada, a autarquia defendeu que a pretensão autoral não pode ser acolhida em razão da prescrição, argumentando que o Tema 810, do STF, transitou em julgado em 03/03/20, enquanto a exequente somente requereu a execução após 04/03/2025, quando promoveu a regularização processual. Pugnou pela extinção da execução. É o relato do suficiente. Decide-se. 1. TRÂNSITO EM JULGADO Em observância ao que dispõe o artigo 483, do Código de Normas, REGISTRE-SE o trânsito em julgado da sentença. Baixas e comunicações necessárias. 2. EXECUÇÃO COMPLEMENTAR Pretende a patrona o desarquivamento dos autos, em 17/09/2024, a fim de obter a execução complementar de seu crédito, observando-se a aplicação do Tema 810, do STF, com trânsito em julgado em 03/03/2020. Cotejando-se o presente caderno processual, verifica-se que, em sede recursal houve a reforma da sentença proferida, reconhecendo o direito à pensão por morte, além do pagamento das parcelas vencidas, para a qual diferiu a incidência de juros e correção monetária para a fase de execução, consignando-se, no entanto, a adoção dos critérios previstos na Lei nº 11.960/09, inclusive para fins de expedição de requisição de pagamento do valor incontroverso. Retornados os autos, a autarquia, em execução invertida, apresentou os cálculos referentes à obrigação de pagar, referente ao crédito principal e honorários sucumbenciais, com data-base para 07/2017, com incidência do índice INPC e Taxa Referencial, que foi objeto de concordância pela parte exequente (mov. 51.1/52.1). O valor apresentado pela autarquia foi homologado, com a consequência determinação visando a expedição de ofício requisitório (mov. 57.1). As partes apresentaram ciência da decisão em epígrafe e não interpuseram recursos. Juntada de Demonstrativo de Pagamento, consignando-se o valor quando de sua requisição (R$ 61.414,36) e o valor do pagamento (R$ 65.025,98), relativo ao crédito principal, em razão da incidência de correção monetária da requisição até o devido pagamento (mov. 89.2). Registre-se que a própria parte exequente informou o pagamento do crédito. Na sequência, houve a expedição de alvarás (mov. 94.1/98.1). Expedido o alvará, a parte exequente não apresentou irresignação (mov. 103.1). Em mov. 111.1 foi proferida decisão reconhecendo o exaurimento da prestação jurisdicional neste feito e determinando o seu arquivamento, em 19/08/2019. Pois bem. Consoante bem apontado pela autarquia requerida, não se torna possível a continuidade do feito executado, entretanto, em razão da preclusão, conforme se delibera a seguir. Registre-se, embora em sede recursal tenha sido determinada a possibilidade observação do Tema 810, do STF, verifica-se que a própria parte exequente concordou com o cálculo com a aplicação da TR e em nenhum momento destacou a observância ao Tema 810, do STF. Após pagamento do oficio requisitório, também não aventou sobre a suspensão do feito, apenas retirou o alvará inerente a seu pagamento. E por essa razão, proferida decisão com deliberação pelo arquivamento. Aqui, tem-se por operada a preclusão do direito da parte exequente à aplicação de índice diverso e eventual complementação, uma vez que, instada por diversas vezes no feito, não apresentou qualquer oposição sobre o cálculo efetuado, pelo contrário. Repisa-se, o cálculo foi apresentado pela autarquia, mas em nada se pronunciou a exequente sobre o diferimento da aplicação do entendimento a ser exarado no Tema 810, do STF. Sobre a Preclusão Consumativa, preceituam Rosa Maria de Andrade Nery e Nelson Nery Junior em sua obra, Código de Processo Civil Comentado e Legislação Extravagante: “Diz-se consumativa a preclusão, quando a perda da faculdade de praticar o ato processual decorre do fato de já haver ocorrido a oportunidade para tanto, isto é, de o ato já haver sido praticado e, portanto, não pode tornar a sê-lo.” Consigne-se, aqui, o entendimento do Tribunal Regional da 4ª Região, sob o AG: 50134442620244040000, Relatora CLÁUDIA CRISTINA CRISTOFANI, acerca da preclusão consumativa quanto à concordância com a incidência da Taxa Referencial: (...) A pretensão da parte exequente esbarraria na preclusão consumativa, em razão de ter concordado com a aplicação da TR, apesar do título ter fixado índice diverso. Esbarraria também na preclusão temporal, pela perda do poder processual em razão do seu não exercício no momento oportuno, permitindo com que os valores fossem pagos e a execução encerrada nos termos com os quais ambas as partes concordaram. Eis a jurisprudência sobre a concordância: AGRAVO DE INSTRUMENTO. CUMPRIMENTO DE SENTENÇA. EXECUÇÃO COMPLEMENTAR. DIFERENÇAS DE CORREÇÃO MONETÁRIA. PRECLUSÃO CONSUMATIVA. EXISTÊNCIA DE SENTENÇA QUE EXTINGUIU A EXECUÇÃO POR SATISFEITA A OBRIGAÇÃO. COISA JULGADA. 1. Se as partes concordam com a aplicação de índice de correção monetária diverso do previsto no título executivo, há preclusão consumativa a impedir a postulação de execução complementar referente a diferenças de correção monetária. 2. Além disso, em tendo sido proferida sentença de extinção da execução por satisfação integral do crédito, intimação das partes e arquivamento definitivo dos autos, há formação da coisa julgada a impedir a complementação da execução. (TRF-4 - AGRAVO DE INSTRUMENTO: 5003569-32.2024.4.04.0000, Relator: FLÁVIA DA SILVA XAVIER, Data de Julgamento: 16/04/2024, DÉCIMA TURMA) CUMPRIMENTO DE SENTENÇA. EXECUÇÃO COMPLEMENTAR. DIFERENÇAS DE CORREÇÃO MONETÁRIA. TEMA 810 STF. PRECLUSÃO CONSUMATIVA. Se as partes concordam com a aplicação de índice de correção monetária diverso do previsto no título executivo, há preclusão consumativa a impedir a postulação de execução complementar referente a diferenças de correção monetária. (TRF-4 - AGRAVO DE INSTRUMENTO: 50057240820244040000, Relator: CLÁUDIA CRISTINA CRISTOFANI, Data de Julgamento: 09/07/2024, DÉCIMA TURMA) Outrossim, embora o título executivo tenha consignado a possibilidade de observância do tema para a fase de cumprimento de sentença, não continha determinação expressa para aguardar o resultado do Tema 810 pelo STF. Ademais, a possibilidade de eventual execução complementar dependeria se a execução não estivesse extinta, o que ocorreu no caso dos autos. A parte exequente ao concordar com os valores adimplidos renunciou a eventual cobrança complementar, de forma a lhe impossibilitar o desarquivamento do feito para discussão, sobretudo porque não é permitido a expedição de precatório complementar. Constata-se, portanto, a PRECLUSÃO sobre os valores já adimplidos nestes autos, de modo que a obrigação foi satisfeita. No mais, afasta-se a tese de prescrição nos termos propostos pela exequente, visto que a regularização da representação processual retroage à data do requerimento, nos termos do artigo 662, parágrafo único, do Código Civil, não se estando diante de lapso temporal superior a cinco anos do trânsito em julgado do Tema 810, do STF. Assim sendo, INDEFERE-SE o requerimento de execução complementar, com fundamento nos Temas 810, do Supremo Tribunal Federal. Por fim, em que pese em seu introito inicial tenha consignado a observância aos Tema 96 e 450, não apresentou fundamentação inerente, razão pela qual se deixa de deliberar. 3.3. Oportunamente, ARQUIVEM-SE. 3.4. Intimações e diligências necessárias. Siqueira Campos, 25 de junho de 2025. Assinado Digitalmente Matheus Ramos Moura Juiz de Direito

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João Mauro Peres Gaspar x Municipio De Humaita

ID: 276823556

Tribunal: TJAM Órgão: 2ª Vara da Comarca de Humaitá - Fazenda Pública Classe: PROCEDIMENTO COMUM CíVEL Nº Processo: 0608096-56.2023.8.04.4400

Data de Disponibilização: 22/05/2025

Polo Ativo:

JOÃO MAURO PERES GASPAR

Polo Passivo:

MUNICIPIO DE HUMAITA

COM JULGAMENTO DE MÉRITO

Advogados:

ROBSON GONÇALVES DE MENEZES

OAB/AM XXXXXX Desbloquear

JULIANA VETTORI SANTAMARIA

OAB/MT XXXXXX Desbloquear

SENTENÇA JOAO MAURO PERES GASPAR, propôs AÇÃO ORDINÁRIA DE COBRANÇA em desfavor do MUNICÍPIO DE HUMAITÁ. Narra a inicial, que a Requerente exerceu entre março de 2019 à novembro de 2022, o cargo de… SENTENÇA JOAO MAURO PERES GASPAR, propôs AÇÃO ORDINÁRIA DE COBRANÇA em desfavor do MUNICÍPIO DE HUMAITÁ. Narra a inicial, que a Requerente exerceu entre março de 2019 à novembro de 2022, o cargo de professor, tendo sido contratado temporariamente, fazendo parte do quadro de funcionários da Secretaria Municipal de Educação. Alega que seu vínculo de trabalho não era transitório, haja vista que contratos foram renovados sucessivamente por mais de 4 (quatro) anos, contrariando o disposto em Lei. Diante disso, faz jus e requer o recolhimento e recebimento do FGTS (8%) sobre a sua remuneração mensal, incidente sobre todo o período de contrato. Juntou documentos em evs. 1.2/1.5. Gratuidade de justiça concedida em ev. 8.1. O Município apresentou contestação em ev. 23.1, alegando, em suma, que a autora foi contratada temporariamente, por excepcional interesse público, sendo o vínculo que os unia de cunho administrativo e não trabalhista. Diante disso, pugna pelo indeferimento da demanda, alternativamente, requer que a condenação se limite ao período efetivamente trabalhado e incida a TR (índice oficial de remuneração básica) para a correção monetária e os juros moratórios de 0,5% ao mês (juros aplicados à caderneta de poupança) a partir da citação, excluindo o período prescrito. Instadas, as partes não se opuseram ao julgamento antecipado da lide. É o relatório. Fundamento e decido. Inicialmente, não havendo questões prejudiciais, estando presentes as condições da ação e os pressupostos processuais, adentro a análise do mérito. A natureza do vínculo, o período laborado e o cargo ocupado são incontroversos. Analiso o pedido à luz do artigo art. 19-A da lei n.º 8036/90. Sobre o tema, por ocasião do julgamento do RE n.º 596.478, com repercussão geral reconhecida pelo Supremo Tribunal Federal, reconheceu-se a necessidade de concessão de FGTS referente a contratos mantidos com a Administração Pública considerados nulos. É certo que a contratação temporária tem assento constitucional (art. 37, IX, CF/88), mas ela deve obedecer aos critérios de tempo determinado e a necessidade temporária de excepcional interesse público. Por isso, sempre que o contrato temporário se prorroga indefinidamente, sem observância do prazo legal previsto para as contratações temporárias, descabe falar em excepcional interesse público e em temporariedade, ensejando o direito ao percebimento do FGTS referente ao período trabalhado. Nesse sentido, é a jurisprudência do Supremo Tribunal Federal: Recurso extraordinário. Direito Administrativo. Contrato nulo. Efeitos. Recolhimento do FGTS. Artigo 19-A da Lei nº 8.036/90. Constitucionalidade. 1. É constitucional o art. 19-A da Lei nº 8.036/90, o qual dispõe ser devido o depósito do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço na conta de trabalhador cujo contrato com a Administração Pública seja declarado nulo por ausência de prévia aprovação em concurso público, desde que mantido o seu direito ao salário. 2. Mesmo quando reconhecida a nulidade da contratação do empregado público, nos termos do art. 37, § 2º, da Constituição Federal, subsiste o direito do trabalhador ao depósito do FGTS quando reconhecido ser devido o salário pelos serviços prestados . 3. Recurso extraordinário ao qual se nega provimento. (STF - RE: 596478 RR , Relator: Min. ELLEN GRACIE, Relator (a) p/ Acórdão: Min. DIAS TOFFOLI, Data de Julgamento:13/06/2012, Tribunal Pleno, Data de Publicação: REPERCUSSÃO GERAL - MÉRITO). Dessa forma, cumpre observar se há previsão em lei para a contratação temporária do cargo ocupado da parte autora, bem como se houve respeito ao período máximo permitido para o referido vínculo a fim de se perquirir a regularidade contratual do caso em tela. Analisando os autos e os documentos apresentados, considero que melhor sorte não assiste ao autor, pois entendo que sobre a contratação objeto do caso em tela, não há ofensa ao artigo 37, inciso II, da Constituição Federal, tendo em vista que o contrato durou por menos de 48 (quarenta e oito) meses - março de 2019 à novembro de 2022, encontrando guarida tanto no permissivo contido no inciso IX, do mesmo dispositivo, quanto em comparação aos servidores estaduais ao que dispõe a Lei estadual 2.607/2000 e ainda na Lei Municipal nº 993/2024. Vejamos: Art. 37. A administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência e, também, ao seguinte: [...] II - a investidura em cargo ou emprego público depende de aprovação prévia em concurso público de provas ou de provas e títulos, de acordo com a natureza e a complexidade do cargo ou emprego, na forma prevista em lei, ressalvadas as nomeações para cargo em comissão declarado em lei de livre nomeação e exoneração; [...] IX - a lei estabelecerá os casos de contratação por tempo determinado para atender a necessidade temporária de excepcional interesse público; Sobre o tema, a Lei Estadual 2.607/2000, como sendo passível de contratação temporária, mas limitado ao máximo de 24 meses, prorrogável pelo mesmo período, que trago a lume: Art. 2.º - Considera-se necessidade temporária de excepcional interesse público, para os fins desta Lei, aquela que não possa ser atendida com a utilização do Quadro de Pessoal existente, em especial para a execução dos seguintes serviços: I - assistência a situações de emergência, calamidade pública, combate a surtos endêmicos e outras hipóteses de urgência que possam comprometer a continuidade de serviço público essencial; II - contratação de professor substituto, professor visitante, professor e pesquisador visitante estrangeiro, professor para Centro de Excelência e profissionais da área de saúde; III - serviço de natureza técnica e cientifica; IV - pesquisa de natureza estatística de interesse das áreas de saúde, educação e assistência social; V - gestão e fiscalização de projetos; VI - funções de apoio legislativo de Controle Externo; (...) Art. 4.º - Os contratos obedecerão aos seguintes prazos improrrogáveis: I - até doze meses, nas situações dos incisos III e IV do artigo 2º; II - até vinte e quatro meses, nas hipóteses do caput e dos incisos II e VI do artigo 2º; III - até quarenta e oito meses, no caso do inciso V do artigo 2º. § 1.º - Nas situações do inciso I do artigo 2º, o prazo das contratações corresponderá ao período em que perdurar a respectiva causa motivadora. § 2.º - Excetuam-se da improrrogabilidade de que trata este artigo as situações previstas no inciso II do caput, permitida uma prorrogação por igual tempo. A Lei Municipal nº 993/2024, também assim dispõe: Art. 4º - As contratações serão feitas por tempo determinado, observados os seguintes prazos máximos: I- 06 (seis) meses, nos casos dos incisos I e II, do artigo 2º, admitida a prorrogação pelo prazo necessário à superação da situação de calamidade pública ou das situações de emergência em saúde pública, desde que o prazo total não exceda a 02 (dois) anos; e II- 02 (dois) anos nos demais casos do artigo 2º, admitidas prorrogações dos contratos desde que o prazo total não exceda a 04 (quatro) anos. Assim, razão não há para declarar nulo o contrato, tendo em vista que ele perdurou por um pouco mais de 3 (três) anos, ou seja, dentro do prazo máximo de 48 (quarenta e oito) meses. Assim, razão não há para declarar nulo o contrato, tendo em vista que ele perdurou por um pouco mais de 3 (três) anos, ou seja, dentro do prazo máximo de 48 (quarenta e oito) meses. Assim, verifica-se que a requerente não se desincumbiu de comprovar fato constitutivo de seu direito, com fulcro no art. 373, I do CPC, uma vez que não juntou qualquer documento que comprovasse que o contrato de trabalho se deu acima do permissivo legal, para que ensejasse sua nulidade e o consequente direito ao FGTS. Não reputo, portanto, restar evidente a desvirtuação da natureza temporária da contratação havida entre as partes, inexistindo prorrogações sucessivas a justificar a incidência do Tema 916 do STF, oriundo do julgado do RE 765.320 que reconhece o direito ao FGTS às contratações temporárias declaradas nulas. Assim, vislumbra-se que não houve comprovação de qualquer nulidade atinente ao vínculo laboral em tela, razão pela qual tem-se que o contrato se deu em conformidade com o permissivo legal. Nesse sentido, é a jurisprudência do TJAM: 0000002-71.2015.8.04.2001 - Apelação Cível - Ementa: APELAÇÃO. AÇÃO DE COBRANÇA DE SALÁRIOS E FGTS. CONTRATO TEMPO-RÁRIO DE PROFESSOR MUNICIPAL. NULI-DADE DO CONTRATO NÃO RECONHECIDA. FGTS INDEVIDO. RECURSO CONHECIDO E PROVIDO. 1. O direito ao FGTS do agente contra-tado a título precário depende da comprovação da nulidade do contrato temporário por meio do qual passou a prestar serviços para o ente público. 2. Professor laborou em duas escolas municipais de maio de 2010 a dezembro de 2011. Ausência de nu-lidade. FGTS indevido. 3. Em dissonância com o parecer ministerial, recurso conhecido e provido, ex-cluindo a condenação da Municipalidade ao paga-mento de FGTS. (Relator (a): Maria do Perpétuo Socorro Guedes Moura; Comarca: Manaus/AM; Órgão julgador: Segunda Câmara Cível; Data do julgamento: 21/09/2020; Data de registro: 22/09/2020) DIREITO ADMINISTRATIVO. APELAÇÃO. CONTRATAÇÃO DE SERVIDOR TEMPORÁ-RIO. TÉRMINO DA RELAÇÃO . INÉPCIA DA INICIAL NÃO VERIFICADA. PRELIMINAR REJEITADA. NULIDADE DO CONTRATO NÃO VERIFICADA. PRIMEIRO RECURSO DESPROVIDO . INTEMPESTIVIDADE DO SEGUNDO RECURSO. NÃO CONHECIMEN-TO. - Não foram identificadas qualquer das causas de indeferimento da inicial por inépcia conforme quer fazer crer o autor. Preliminar rejeitada - O con-trato de trabalho temporário é exceção à regra do concurso público prevista pela própria Constituição Federal em seu art . 37, inciso IX, não havendo nu-lidade quando haja respeito à forma prevista na le-gislação de regência - O recurso interposto pela au-tora foi protocolado serodiamente, constituindo óbi-ce intransponível ao seu conhecimento - Recurso do Município de Humaitá conhecido e desprovido. Re-curso da autora não conhecido. (TJ-AM - APL: 00039711520178040000 AM 0003971-15.2017 .8.04.0000, Relator.: Wellington José de Araújo, Data de Julgamento: 08/10/2018, Segunda Câmara Cível, Data de Publicação: 23/10/2018) Deste modo, não havendo contrato nulo, resta prejudicada a aplicação do art. 19-A da Lei 8.036/90, o qual afirma que é "devido o depósito do FGTS na conta vinculada do trabalho cujo contrato de trabalho seja declarado nulo nas hipóteses previstas no art. 37, § 2º, da Constituição Federal". Por todo o apresentado, verifica-se a inexistência de direito ao FGTS e de seus eventuais reflexos em outras verbas, posto que não há que se falar em nulidade do contrato, a ensejar o direito ao seu recebimento Ante a fundamentação exposta, a improcedência do pleito autoral é medida que se impõe. Pelo exposto, com fulcro no artigo 487, I, do CPC, julgo extinto o feito com resolução de mérito e JULGO IMPROCEDENTES os pedidos da exordial. Custas e honorários devidos pelo autor ao procurador da Fazenda Pública, fixados em 10% sobre o valor do proveito econômico referente as parcelas improcedentes, nos termos do artigo 85, § 3º, do CPC, os quais ficam com a exigibilidade suspensa, em razão da gratuidade concedida. Certificado o trânsito em julgado, arquivem-se os autos. Registre-se. Publique-se. Intimem-se.

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João Mauro Peres Gaspar x Municipio De Humaita

ID: 276837917

Tribunal: TJAM Órgão: 2ª Vara da Comarca de Humaitá - Fazenda Pública Classe: PROCEDIMENTO COMUM CíVEL Nº Processo: 0608096-56.2023.8.04.4400

Data de Disponibilização: 22/05/2025

Polo Ativo:

JOÃO MAURO PERES GASPAR

Polo Passivo:

MUNICIPIO DE HUMAITA

COM JULGAMENTO DE MÉRITO

Advogados:

ROBSON GONÇALVES DE MENEZES

OAB/AM XXXXXX Desbloquear

JULIANA VETTORI SANTAMARIA

OAB/MT XXXXXX Desbloquear

SENTENÇA JOAO MAURO PERES GASPAR, propôs AÇÃO ORDINÁRIA DE COBRANÇA em desfavor do MUNICÍPIO DE HUMAITÁ. Narra a inicial, que a Requerente exerceu entre março de 2019 à novembro de 2022, o cargo de… SENTENÇA JOAO MAURO PERES GASPAR, propôs AÇÃO ORDINÁRIA DE COBRANÇA em desfavor do MUNICÍPIO DE HUMAITÁ. Narra a inicial, que a Requerente exerceu entre março de 2019 à novembro de 2022, o cargo de professor, tendo sido contratado temporariamente, fazendo parte do quadro de funcionários da Secretaria Municipal de Educação. Alega que seu vínculo de trabalho não era transitório, haja vista que contratos foram renovados sucessivamente por mais de 4 (quatro) anos, contrariando o disposto em Lei. Diante disso, faz jus e requer o recolhimento e recebimento do FGTS (8%) sobre a sua remuneração mensal, incidente sobre todo o período de contrato. Juntou documentos em evs. 1.2/1.5. Gratuidade de justiça concedida em ev. 8.1. O Município apresentou contestação em ev. 23.1, alegando, em suma, que a autora foi contratada temporariamente, por excepcional interesse público, sendo o vínculo que os unia de cunho administrativo e não trabalhista. Diante disso, pugna pelo indeferimento da demanda, alternativamente, requer que a condenação se limite ao período efetivamente trabalhado e incida a TR (índice oficial de remuneração básica) para a correção monetária e os juros moratórios de 0,5% ao mês (juros aplicados à caderneta de poupança) a partir da citação, excluindo o período prescrito. Instadas, as partes não se opuseram ao julgamento antecipado da lide. É o relatório. Fundamento e decido. Inicialmente, não havendo questões prejudiciais, estando presentes as condições da ação e os pressupostos processuais, adentro a análise do mérito. A natureza do vínculo, o período laborado e o cargo ocupado são incontroversos. Analiso o pedido à luz do artigo art. 19-A da lei n.º 8036/90. Sobre o tema, por ocasião do julgamento do RE n.º 596.478, com repercussão geral reconhecida pelo Supremo Tribunal Federal, reconheceu-se a necessidade de concessão de FGTS referente a contratos mantidos com a Administração Pública considerados nulos. É certo que a contratação temporária tem assento constitucional (art. 37, IX, CF/88), mas ela deve obedecer aos critérios de tempo determinado e a necessidade temporária de excepcional interesse público. Por isso, sempre que o contrato temporário se prorroga indefinidamente, sem observância do prazo legal previsto para as contratações temporárias, descabe falar em excepcional interesse público e em temporariedade, ensejando o direito ao percebimento do FGTS referente ao período trabalhado. Nesse sentido, é a jurisprudência do Supremo Tribunal Federal: Recurso extraordinário. Direito Administrativo. Contrato nulo. Efeitos. Recolhimento do FGTS. Artigo 19-A da Lei nº 8.036/90. Constitucionalidade. 1. É constitucional o art. 19-A da Lei nº 8.036/90, o qual dispõe ser devido o depósito do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço na conta de trabalhador cujo contrato com a Administração Pública seja declarado nulo por ausência de prévia aprovação em concurso público, desde que mantido o seu direito ao salário. 2. Mesmo quando reconhecida a nulidade da contratação do empregado público, nos termos do art. 37, § 2º, da Constituição Federal, subsiste o direito do trabalhador ao depósito do FGTS quando reconhecido ser devido o salário pelos serviços prestados . 3. Recurso extraordinário ao qual se nega provimento. (STF - RE: 596478 RR , Relator: Min. ELLEN GRACIE, Relator (a) p/ Acórdão: Min. DIAS TOFFOLI, Data de Julgamento:13/06/2012, Tribunal Pleno, Data de Publicação: REPERCUSSÃO GERAL - MÉRITO). Dessa forma, cumpre observar se há previsão em lei para a contratação temporária do cargo ocupado da parte autora, bem como se houve respeito ao período máximo permitido para o referido vínculo a fim de se perquirir a regularidade contratual do caso em tela. Analisando os autos e os documentos apresentados, considero que melhor sorte não assiste ao autor, pois entendo que sobre a contratação objeto do caso em tela, não há ofensa ao artigo 37, inciso II, da Constituição Federal, tendo em vista que o contrato durou por menos de 48 (quarenta e oito) meses - março de 2019 à novembro de 2022, encontrando guarida tanto no permissivo contido no inciso IX, do mesmo dispositivo, quanto em comparação aos servidores estaduais ao que dispõe a Lei estadual 2.607/2000 e ainda na Lei Municipal nº 993/2024. Vejamos: Art. 37. A administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência e, também, ao seguinte: [...] II - a investidura em cargo ou emprego público depende de aprovação prévia em concurso público de provas ou de provas e títulos, de acordo com a natureza e a complexidade do cargo ou emprego, na forma prevista em lei, ressalvadas as nomeações para cargo em comissão declarado em lei de livre nomeação e exoneração; [...] IX - a lei estabelecerá os casos de contratação por tempo determinado para atender a necessidade temporária de excepcional interesse público; Sobre o tema, a Lei Estadual 2.607/2000, como sendo passível de contratação temporária, mas limitado ao máximo de 24 meses, prorrogável pelo mesmo período, que trago a lume: Art. 2.º - Considera-se necessidade temporária de excepcional interesse público, para os fins desta Lei, aquela que não possa ser atendida com a utilização do Quadro de Pessoal existente, em especial para a execução dos seguintes serviços: I - assistência a situações de emergência, calamidade pública, combate a surtos endêmicos e outras hipóteses de urgência que possam comprometer a continuidade de serviço público essencial; II - contratação de professor substituto, professor visitante, professor e pesquisador visitante estrangeiro, professor para Centro de Excelência e profissionais da área de saúde; III - serviço de natureza técnica e cientifica; IV - pesquisa de natureza estatística de interesse das áreas de saúde, educação e assistência social; V - gestão e fiscalização de projetos; VI - funções de apoio legislativo de Controle Externo; (...) Art. 4.º - Os contratos obedecerão aos seguintes prazos improrrogáveis: I - até doze meses, nas situações dos incisos III e IV do artigo 2º; II - até vinte e quatro meses, nas hipóteses do caput e dos incisos II e VI do artigo 2º; III - até quarenta e oito meses, no caso do inciso V do artigo 2º. § 1.º - Nas situações do inciso I do artigo 2º, o prazo das contratações corresponderá ao período em que perdurar a respectiva causa motivadora. § 2.º - Excetuam-se da improrrogabilidade de que trata este artigo as situações previstas no inciso II do caput, permitida uma prorrogação por igual tempo. A Lei Municipal nº 993/2024, também assim dispõe: Art. 4º - As contratações serão feitas por tempo determinado, observados os seguintes prazos máximos: I- 06 (seis) meses, nos casos dos incisos I e II, do artigo 2º, admitida a prorrogação pelo prazo necessário à superação da situação de calamidade pública ou das situações de emergência em saúde pública, desde que o prazo total não exceda a 02 (dois) anos; e II- 02 (dois) anos nos demais casos do artigo 2º, admitidas prorrogações dos contratos desde que o prazo total não exceda a 04 (quatro) anos. Assim, razão não há para declarar nulo o contrato, tendo em vista que ele perdurou por um pouco mais de 3 (três) anos, ou seja, dentro do prazo máximo de 48 (quarenta e oito) meses. Assim, razão não há para declarar nulo o contrato, tendo em vista que ele perdurou por um pouco mais de 3 (três) anos, ou seja, dentro do prazo máximo de 48 (quarenta e oito) meses. Assim, verifica-se que a requerente não se desincumbiu de comprovar fato constitutivo de seu direito, com fulcro no art. 373, I do CPC, uma vez que não juntou qualquer documento que comprovasse que o contrato de trabalho se deu acima do permissivo legal, para que ensejasse sua nulidade e o consequente direito ao FGTS. Não reputo, portanto, restar evidente a desvirtuação da natureza temporária da contratação havida entre as partes, inexistindo prorrogações sucessivas a justificar a incidência do Tema 916 do STF, oriundo do julgado do RE 765.320 que reconhece o direito ao FGTS às contratações temporárias declaradas nulas. Assim, vislumbra-se que não houve comprovação de qualquer nulidade atinente ao vínculo laboral em tela, razão pela qual tem-se que o contrato se deu em conformidade com o permissivo legal. Nesse sentido, é a jurisprudência do TJAM: 0000002-71.2015.8.04.2001 - Apelação Cível - Ementa: APELAÇÃO. AÇÃO DE COBRANÇA DE SALÁRIOS E FGTS. CONTRATO TEMPO-RÁRIO DE PROFESSOR MUNICIPAL. NULI-DADE DO CONTRATO NÃO RECONHECIDA. FGTS INDEVIDO. RECURSO CONHECIDO E PROVIDO. 1. O direito ao FGTS do agente contra-tado a título precário depende da comprovação da nulidade do contrato temporário por meio do qual passou a prestar serviços para o ente público. 2. Professor laborou em duas escolas municipais de maio de 2010 a dezembro de 2011. Ausência de nu-lidade. FGTS indevido. 3. Em dissonância com o parecer ministerial, recurso conhecido e provido, ex-cluindo a condenação da Municipalidade ao paga-mento de FGTS. (Relator (a): Maria do Perpétuo Socorro Guedes Moura; Comarca: Manaus/AM; Órgão julgador: Segunda Câmara Cível; Data do julgamento: 21/09/2020; Data de registro: 22/09/2020) DIREITO ADMINISTRATIVO. APELAÇÃO. CONTRATAÇÃO DE SERVIDOR TEMPORÁ-RIO. TÉRMINO DA RELAÇÃO . INÉPCIA DA INICIAL NÃO VERIFICADA. PRELIMINAR REJEITADA. NULIDADE DO CONTRATO NÃO VERIFICADA. PRIMEIRO RECURSO DESPROVIDO . INTEMPESTIVIDADE DO SEGUNDO RECURSO. NÃO CONHECIMEN-TO. - Não foram identificadas qualquer das causas de indeferimento da inicial por inépcia conforme quer fazer crer o autor. Preliminar rejeitada - O con-trato de trabalho temporário é exceção à regra do concurso público prevista pela própria Constituição Federal em seu art . 37, inciso IX, não havendo nu-lidade quando haja respeito à forma prevista na le-gislação de regência - O recurso interposto pela au-tora foi protocolado serodiamente, constituindo óbi-ce intransponível ao seu conhecimento - Recurso do Município de Humaitá conhecido e desprovido. Re-curso da autora não conhecido. (TJ-AM - APL: 00039711520178040000 AM 0003971-15.2017 .8.04.0000, Relator.: Wellington José de Araújo, Data de Julgamento: 08/10/2018, Segunda Câmara Cível, Data de Publicação: 23/10/2018) Deste modo, não havendo contrato nulo, resta prejudicada a aplicação do art. 19-A da Lei 8.036/90, o qual afirma que é "devido o depósito do FGTS na conta vinculada do trabalho cujo contrato de trabalho seja declarado nulo nas hipóteses previstas no art. 37, § 2º, da Constituição Federal". Por todo o apresentado, verifica-se a inexistência de direito ao FGTS e de seus eventuais reflexos em outras verbas, posto que não há que se falar em nulidade do contrato, a ensejar o direito ao seu recebimento Ante a fundamentação exposta, a improcedência do pleito autoral é medida que se impõe. Pelo exposto, com fulcro no artigo 487, I, do CPC, julgo extinto o feito com resolução de mérito e JULGO IMPROCEDENTES os pedidos da exordial. Custas e honorários devidos pelo autor ao procurador da Fazenda Pública, fixados em 10% sobre o valor do proveito econômico referente as parcelas improcedentes, nos termos do artigo 85, § 3º, do CPC, os quais ficam com a exigibilidade suspensa, em razão da gratuidade concedida. Certificado o trânsito em julgado, arquivem-se os autos. Registre-se. Publique-se. Intimem-se.

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A.N.A. - Agricola Nova America Ltda e outros x A.N.A. - Agricola Nova America Ltda e outros

ID: 276528123

Tribunal: TRT9 Órgão: OJ de Análise de Recurso Classe: AGRAVO DE PETIçãO Nº Processo: 0000138-75.2018.5.09.0093

Data de Disponibilização: 22/05/2025

Polo Ativo:

A.N.A. - AGRICOLA NOVA AMERICA LTDA DESTILARIA AMERICANA S/A ECOVERDE DISTRIBUIDORA DE COMBUSTIVEIS LTDA JOSE CORDEIRO NETO

Polo Passivo:

A.N.A. - AGRICOLA NOVA AMERICA LTDA DESTILARIA AMERICANA S/A ECOVERDE DISTRIBUIDORA DE COMBUSTIVEIS LTDA JOSE CORDEIRO NETO

Notificação

Advogados:

RAFAELA CAMARGO

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JOSE LUIZ NUNES DA SILVA

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LEONARDO HENRIQUE DE CAMARGO

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HELIO HENRIQUE DE CAMARGO

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PODER JUDICIÁRIO JUSTIÇA DO TRABALHO TRIBUNAL REGIONAL DO TRABALHO DA 9ª REGIÃO OJC DE ANÁLISE DE RECURSO Relator: ADILSON LUIZ FUNEZ AP 0000138-75.2018.5.09.0093 AGRAVANTE: JOSE CORDEIRO NETO … PODER JUDICIÁRIO JUSTIÇA DO TRABALHO TRIBUNAL REGIONAL DO TRABALHO DA 9ª REGIÃO OJC DE ANÁLISE DE RECURSO Relator: ADILSON LUIZ FUNEZ AP 0000138-75.2018.5.09.0093 AGRAVANTE: JOSE CORDEIRO NETO E OUTROS (3) AGRAVADO: JOSE CORDEIRO NETO E OUTROS (3) INTIMAÇÃO Fica V. Sa. intimado para tomar ciência da Decisão ID 764994d proferida nos autos. Tramitação Preferencial AP 0000138-75.2018.5.09.0093 - Seção Especializada Recorrente: 1. DESTILARIA AMERICANA S/A Recorrente: 2. A.N.A. - AGRICOLA NOVA AMERICA LTDA Recorrente: 3. ECOVERDE DISTRIBUIDORA DE COMBUSTIVEIS LTDA Recorrente: 4. JOSE CORDEIRO NETO Recorrido: JOSE CORDEIRO NETO Recorrido: A.N.A. - AGRICOLA NOVA AMERICA LTDA Recorrido: DESTILARIA AMERICANA S/A Recorrido: ECOVERDE DISTRIBUIDORA DE COMBUSTIVEIS LTDA RECURSO DE: DESTILARIA AMERICANA S/A (E OUTROS) As empresas Recorrentes afirmam, em síntese, que não houve a devida instauração de incidente de desconsideração da personalidade jurídica em face dos sócios para incluí-los no polo passivo, violando, inclusive, seus direitos de propriedade, considerando que seus bens estão sendo expropriados sem que componham devidamente a demanda. Pretendem a exclusão dos presentes autos da planilha de agrupados do processo nº 0000002-78.2018.5.09.0093, e que, somente se reconhecida a responsabilidade dos sócios, a execução seja direcionada a estes. Neste contexto, observa-se que as empresas formulam pretensão em favor exclusivamente dos sócios. Percebe-se, portanto, que não recorrem na defesa de suas próprias esferas jurídicas, mas em benefício de terceiros. Na forma do artigo 18 do Código de Processo Civil, ninguém poderá pleitear direito alheio em nome próprio, salvo quando autorizado pelo ordenamento jurídico. Considerando o conteúdo da pretensão apresentada no recurso e, ainda, o fato de que as Recorrentes (DESTILARIA AMERICANA S/A, A.N.A. - AGRÍCOLA NOVA AMÉRICA LTDA. e ECOVERDE DISTRIBUIDORA DE COMBUSTÍVEIS LTDA.) não detêm autorização legal para a defesa dos interesses particulares dos seus sócios, reputo inexistente as suas legitimidades recursais. Denego o Recurso de Revista em relação às empresas Recorrentes DESTILARIA AMERICANA S/A, A.N.A. - AGRÍCOLA NOVA AMÉRICA LTDA. e ECOVERDE DISTRIBUIDORA DE COMBUSTÍVEIS LTDA. Denego. CONCLUSÃO Denego seguimento. RECURSO DE: JOSE CORDEIRO NETO PRESSUPOSTOS EXTRÍNSECOS Recurso tempestivo (decisão publicada em 24/04/2025 - Id 0bea44d; recurso apresentado em 08/05/2025 - Id 7f5d1ff). Representação processual regular (Id 3ed2c94 ). Preparo inexigível (Id 99b632f ). PRESSUPOSTOS INTRÍNSECOS De acordo com o parágrafo 2º do artigo 896 da Consolidação das Leis do Trabalho, o Recurso de Revista interposto na fase de execução somente tem cabimento na hipótese de ofensa direta e literal de norma da Constituição Federal. Portanto, denega-se, de plano, o processamento do recurso de revista com base em eventuais alegações de violações à legislação infraconstitucional, contrariedade à Súmula do TST ou divergência jurisprudencial. 1.1 DIREITO PROCESSUAL CIVIL E DO TRABALHO (8826) / LIQUIDAÇÃO / CUMPRIMENTO / EXECUÇÃO (9148) / MULTA COMINATÓRIA / ASTREINTES Alegação(ões): O exequente insurge-se quanto à redução das multas por descumprimento de determinações judiciais. Aduz que não se permite que multas vencidas sejam motivo de reforma e alteração. A Lei 13.015/2014 acrescentou o § 1º-A ao artigo 896 da Consolidação das Leis do Trabalho: § 1º-A. Sob pena de não conhecimento, é ônus da parte: I - indicar o trecho da decisão recorrida que consubstancia o prequestionamento da controvérsia objeto do recurso de revista; II - indicar, de forma explícita e fundamentada, contrariedade a dispositivo de lei, súmula ou orientação jurisprudencial do Tribunal Superior do Trabalho que conflite com a decisão regional; III - expor as razões do pedido de reforma, impugnando todos os fundamentos jurídicos da decisão recorrida, inclusive mediante demonstração analítica de cada dispositivo de lei, da Constituição Federal, de súmula ou orientação jurisprudencial cuja contrariedade aponte. Não se viabiliza o Recurso de Revista, pois a parte recorrente não transcreveu todos os fundamentos do Acórdão impugnado, não atendendo assim a exigência de impugnar todos os fundamentos jurídicos da decisão recorrida, demonstrando de forma analítica a correspondência entre os fundamentos jurídicos da decisão recorrida e a pretensa contrariedade apontada. Quanto ao tema, o recorrente transcreve tão somente o trecho "Análise em conjunto com o item "Excessividade da multa aplicada por descumprimento de determinações judiciais - redução - ausência de preclusão ou coisa julgada", sem transcrever o item mencionado na decisão. A transcrição de apenas parte do Acórdão, como se verifica nas razões do recurso, não supre a exigência legal. Nesse sentido é a seguinte ementa: "RECURSO DE REVISTA INTERPOSTO SOB A ÉGIDE DA LEI N.º 13.015/2014 E LEI 13.467/2017 . CERCEAMENTO DE DEFESA. REQUISITO DO ART. 896, § 1º-A, INCISOS I E III, DA CLT NÃO ATENDIDO. TRANSCRIÇÃO INSUFICIENTE DO ACÓRDÃO REGIONAL QUE CONSUBSTANCIA O PREQUESTIONAMENTO DO TEMA OBJETO DO RECURSO DE REVISTA. A indicação do trecho da decisão regional que consubstancia o prequestionamento da matéria objeto do recurso é encargo da recorrente, exigência formal intransponível ao conhecimento do recurso de revista. O trecho transcrito pela parte recorrente não atende o disposto no art. 896, §1º-A, I e III, da CLT, pois não contém todos os fundamentos de fato e de direito assentados na decisão recorrida aptos a revelar a existência de cerceamento do direito de defesa. Precedentes . Recurso de revista não conhecido . (...)" (RR-1697-30.2016.5.10.0022, 2ª Turma, Relatora Ministra Maria Helena Mallmann, DEJT 29/04/2022 - destaquei). Assim, é inviável o conhecimento do Recurso de Revista porque a parte recorrente não atendeu os incisos I e III do § 1º-A do artigo 896 da Consolidação das Leis do Trabalho. Denego. 2.1 DIREITO PROCESSUAL CIVIL E DO TRABALHO (8826) / PARTES E PROCURADORES (8842) / SUCUMBÊNCIA (8874) / HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS Alegação(ões): O exequente insurge-se quanto à ausência de fixação de honorários na fase de execução. Aduz que, embora o art. 791-A seja omisso quanto à possibilidade de fixação de honorários advocatícios sucumbenciais na fase de execução, a aplicação subsidiária do direito processual comum é expressamente autorizada pela legislação celetista. A Lei 13.015/2014 acrescentou o § 1º-A ao artigo 896 da Consolidação das Leis do Trabalho: § 1º-A. Sob pena de não conhecimento, é ônus da parte: I - indicar o trecho da decisão recorrida que consubstancia o prequestionamento da controvérsia objeto do recurso de revista; II - indicar, de forma explícita e fundamentada, contrariedade a dispositivo de lei, súmula ou orientação jurisprudencial do Tribunal Superior do Trabalho que conflite com a decisão regional; III - expor as razões do pedido de reforma, impugnando todos os fundamentos jurídicos da decisão recorrida, inclusive mediante demonstração analítica de cada dispositivo de lei, da Constituição Federal, de súmula ou orientação jurisprudencial cuja contrariedade aponte. Não se viabiliza o Recurso de Revista, pois a parte recorrente não transcreveu, no tópico em que fundamenta a insurgência, o trecho do Acórdão impugnado, não atendendo assim a exigência da indicação do trecho da decisão recorrida que consubstancia o prequestionamento da matéria impugnada, nem o ônus de demonstrar de forma analítica a correspondência entre os fundamentos jurídicos da decisão recorrida e a pretensa contrariedade apontada. Ressalte-se que a transcrição do trecho do Acórdão fora do tópico em que se impugna a matéria recorrida não atende o requisito do inciso I do § 1º-A do artigo 896 da CLT, conforme se infere da seguinte ementa: "AGRAVO. AGRAVO DE INSTRUMENTO EM RECURSO DE REVISTA. RECURSO DE REVISTA INTERPOSTO NA VIGÊNCIA DA LEI Nº 13.467/2017. ALTERAÇÃO CONTRATUAL. HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS ASSISTENCIAIS. TRANSCRIÇÃO DOS TÓPICOS RECORRIDOS NO INÍCIO DAS RAZÕES DO RECURSO DE REVISTA, DISSOCIADA DAS RAZÕES DE REFORMA. NÃO ATENDIMENTO DOS REQUISITOS CONTIDOS NO ART 896, §1º-A, I, II e III, DA CLT. AUSÊNCIA DE COTEJO ANALÍTICO. 1. Com o advento da Lei 13.015/2014 a redação do novel § lº-A do artigo 896 da CLT, para efeito de demonstração da violação literal de disposição de lei federal ou afronta direta e literal à Constituição Federal, exige em seus incisos I e III que: "" sob pena de não conhecimento, é ônus da parte : I - indicar o trecho da decisão recorrida que consubstancia o prequestionamento da controvérsia objeto do recurso de revista; III - expor as razões do pedido de reforma, impugnando todos os fundamentos jurídicos da decisão recorrida, inclusive mediante demonstração analítica de cada dispositivo de lei, da Constituição Federal, de súmula ou orientação jurisprudencial cuja contrariedade aponte "", grifamos. 2. Assim, a necessidade da transcrição do trecho que consubstancia a violação e as contrariedades indicadas e da demonstração analítica da divergência jurisprudencial visam a permitir a identificação precisa e objetiva da tese supostamente ofensiva à lei, à segurança das relações jurídicas e à isonomia das decisões judiciais, de modo que contribua para a celeridade da prestação jurisdicional, possibilite a formação de precedentes como elemento de estabilidade e a decisão do TST contribua para a formação da jurisprudência nacionalmente unificada. 3. A ausência desse requisito formal torna inviável o recurso de revista e insuscetível de provimento o agravo de instrumento. No caso concreto, o acórdão regional foi publicado em 11/06/2019, na vigência da referida lei, e observa-se que o recorrente apresentou a transcrição dos tópicos recorridos no início das razões do recurso de revista, completamente dissociada das razões de reforma, sem proceder ao necessário cotejo analítico. 4. A análise do recurso evidencia que a parte não observou o ônus que lhe foi atribuído pela lei, porquanto limitou-se a transcrever os trechos do v. acórdão regional sem contraposição associativa com as alegações que traz posteriormente nas razões recursais, não havendo, portanto, delimitação da controvérsia, tampouco impugnação específica de todos fundamentos fáticos e jurídicos da decisão contra a qual recorre. 5. Assim, a transcrição de trechos do acórdão regional no início das razões do mérito do recurso de revista, e fora do tópico recursal adequado, não atende ao disposto no art. 896, § 1º-A, I e III, da CLT, uma vez que não há, nesse caso, determinação precisa das teses do Regional combatidas no apelo, nem demonstrações analíticas das violações apontadas, porquanto os fundamentos estão alocados em tópico diverso no recurso de revista. 6. Logo, havendo óbice processual intransponível, que impeça o exame de mérito da matéria, fica prejudicado o exame da transcendência. Agravo conhecido e desprovido" (Ag-AIRR-20717-98.2018.5.04.0023, 8ª Turma, Relator Ministro Alexandre de Souza Agra Belmonte, DEJT 11/04/2022 - destaquei). Assim, é inviável o conhecimento do Recurso de Revista porque a parte recorrente não atendeu o incisos I e III do § 1º-A do artigo 896 da Consolidação das Leis do Trabalho. Denego. CONCLUSÃO Denego seguimento. (fms) CURITIBA/PR, 21 de maio de 2025. MARCO ANTONIO VIANNA MANSUR Desembargador do Trabalho Intimado(s) / Citado(s) - A.N.A. - AGRICOLA NOVA AMERICA LTDA - DESTILARIA AMERICANA S/A - JOSE CORDEIRO NETO - ECOVERDE DISTRIBUIDORA DE COMBUSTIVEIS LTDA

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