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Processo nº 1003708-34.2023.8.11.0008

ID: 301228920

Tribunal: TJMT Órgão: 1ª VARA DE BARRA DO BUGRES Classe: PROCEDIMENTO COMUM CíVEL Nº Processo: 1003708-34.2023.8.11.0008

Data de Disponibilização: 17/06/2025

Polo Ativo:

NAIR SILVA DE LACERDA

Polo Passivo:

Sentença

Advogados:

MICHELE JULIANA NOCA

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SAULO ALMEIDA ALVES

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ESTADO DE MATO GROSSO PODER JUDICIÁRIO 1ª VARA DE BARRA DO BUGRES SENTENÇA Processo: 1003708-34.2023.8.11.0008. AUTOR: NAIR SILVA DE LACERDA REQUERIDO: INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS Vist… ESTADO DE MATO GROSSO PODER JUDICIÁRIO 1ª VARA DE BARRA DO BUGRES SENTENÇA Processo: 1003708-34.2023.8.11.0008. AUTOR: NAIR SILVA DE LACERDA REQUERIDO: INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS Vistos. Trata-se de AÇÃO PREVIDENCIÁRIA DE CONCESSÃO DE APOSENTADORIA POR IDADE RURAL ajuizada por NAIR SILVA DE LACERDA em face do INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL (INSS), devidamente qualificados nos autos (id. 128127849), alegando, em síntese, que laborou como trabalhadora rural durante toda a sua vida e requer, por conseguinte, a concessão do benefício de aposentadoria por idade, no valor de um salário mínimo. Com a inicial vieram os documentos que entendeu pertinentes. Devidamente citado, o requerido apresentou contestação (id. 134495619), requerendo a improcedência do pedido, sob o argumento de que a parte autora não atende aos requisitos legais e regulamentares exigidos para a percepção do benefício, por não ter comprovado a qualidade de segurada especial. A parte autora apresentou impugnação à contestação, e o feito prosseguiu. Decisão indeferindo o pedido de tutela de urgência no id. 129712915. O feito foi saneado (id. 172298135), sendo deferida a produção de prova testemunhal, a qual foi colhida em audiência de instrução e julgamento (id. 176007045), ouvindo-se duas testemunhas e as alegações da autora foram remissivas à inicial. Ausente o requerido. É o relatório. Fundamento e decido. Cuida-se de pedido de APOSENTADORIA POR IDADE RURAL formulado em face do INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL (INSS), requerendo o reconhecimento da qualidade de segurada especial. O processo está em ordem, não havendo nulidades a serem sanadas ou reconhecidas de ofício. As condições da ação e os pressupostos de desenvolvimento válido e regular do processo se fazem presentes, estando o feito apto a receber julgamento de mérito. Ausentes questões preliminares, passo a apreciar o mérito. Cinge-se a controvérsia na comprovação do exercício de atividade rural pela autora, nos moldes do Regulamento da Previdência Social. A Constituição Federal, em seu art. 201, § 7º, inciso II, prevê a aposentadoria por idade do trabalhador rural aos 60 (sessenta) anos de idade, se homem, e 55 (cinquenta e cinco) anos de idade, se mulher, para os que exercem suas atividades em regime de economia familiar. A Lei nº 8.213/91, em seus artigos 48 e 142, regulamenta o dispositivo constitucional. Além do requisito etário, exige-se a comprovação do efetivo exercício de atividade rural, ainda que de forma descontínua, no período imediatamente anterior ao requerimento do benefício, por tempo igual ao número de meses de contribuição correspondente à carência, que é de 180 (cento e oitenta) meses. A jurisprudência, consolidada na Súmula nº 149 do Superior Tribunal de Justiça (STJ), estabelece que "A prova exclusivamente testemunhal não basta à comprovação da atividade rurícola, para efeito da obtenção de benefício previdenciário". Exige-se, portanto, um início de prova material, corroborado por prova testemunhal idônea. No caso dos autos, a parte autora preenche o requisito etário, pois, nascida em 24/11/1963 (id. 129682117), contava com 56 anos na data do requerimento administrativo (18/09/2020 – id 134495622). Quanto à qualidade de segurada e à carência, a autora apresentou robusto início de prova material, consubstanciado na Certidão de Casamento (id. 129682118), onde consta a profissão de seu cônjuge como “cabo de campo”, bem como diversas anotações de vínculos como empregada rural em sua Carteira de Trabalho e Previdência Social (CTPS) (id. 129682124), corroboradas pelo extrato do Cadastro Nacional de Informações Sociais (CNIS) (id. 129682125). A prova documental é farta e, somada à prova oral, suficiente para o deslinde da causa. O CNIS demonstra que a autora possui diversos vínculos como trabalhadora rural, que, somados ao período em que laborou em regime de economia familiar, superam em muito a carência de 180 meses (15 anos) exigida por lei. A prova testemunhal colhida em audiência (id. 176007045) foi uníssona e coerente ao confirmar o labor rural da autora durante toda a sua vida. Assim, na data de entrada do requerimento administrativo (DER: 18/09/2020, id. 129682126), a parte autora comprovou o exercício da atividade rural em período superior ao exigido, fazendo jus à aposentadoria por idade rural, nos termos do art. 48 da Lei nº 8.213/91. Por fim, entendo ser prudente indeferir o pedido de antecipação dos efeitos da tutela, em consonância com a decisão de id. 129712915. A tese fixada no Tema 692 do STJ dispõe que "A reforma da decisão que antecipa os efeitos da tutela obriga o autor da ação a devolver os valores dos benefícios previdenciários ou assistenciais recebidos". Desse modo, eventual reforma da presente sentença poderia acarretar à autora a obrigação de devolução dos valores recebidos antes do trânsito em julgado. DISPOSITIVO. Ante o exposto, JULGO PROCEDENTE O PEDIDO INICIAL, com resolução de mérito, nos termos do artigo 487, I, do Código de Processo Civil, para CONDENAR o requerido a conceder à parte autora o benefício previdenciário de APOSENTADORIA POR IDADE RURAL, no valor de um salário mínimo mensal, a contar da data do requerimento administrativo (18/09/2020), descontados eventuais valores pagos a título de benefícios inacumuláveis e observada a prescrição quinquenal. Tópico sintético: I. Nome: Nair Silva de Lacerda; II. Benefício: Aposentadoria por Idade do Trabalhador Rural; III. Data de início do benefício (DIB): 18/09/2020; IV. Renda mensal inicial (RMI): um salário mínimo; V. Data do início do pagamento (DIP): data do trânsito em julgado; VI. Período reconhecido como atividade rural: Períodos de atividade rural anotados em CTPS e CNIS, e em regime de economia familiar, confirmados por prova testemunhal, totalizando tempo superior à carência legal. Correção monetária e juros moratórios conforme a versão mais atualizada do Manual de Cálculos da Justiça Federal. Os juros de mora incidem a partir da citação válida, conforme a Súmula nº 204 do STJ. Condeno a parte requerida ao pagamento de honorários advocatícios, que fixo no percentual de 10% (dez por cento) sobre o valor das prestações vencidas até a data da prolação desta sentença, nos termos da Súmula nº 111 do STJ, não incidindo sobre as parcelas vincendas. Custas e despesas processuais devidas pela parte requerida, nos termos da legislação vigente. Após o trânsito em julgado, oficie-se ao INSS para a implantação do benefício e, inexistindo pleito executório, arquivem-se os autos, com as baixas e anotações de estilo. Publique-se. Registre-se. Intimem-se. Cumpra-se, expedindo o necessário. Chapada dos Guimarães-MT, data da assinatura eletrônica. Leonísio Salles de Abreu Júnior Juiz de Direito em Regime de Cooperação Portaria TJMT/PRES n. 866/2025 de 09 de junho de 2025.

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Processo nº 1003708-61.2024.4.01.3904

ID: 313475218

Tribunal: TRF1 Órgão: Juizado Especial Cível e Criminal Adjunto à Vara Federal da SSJ de Castanhal-PA Classe: PROCEDIMENTO DO JUIZADO ESPECIAL CíVEL Nº Processo: 1003708-61.2024.4.01.3904

Data de Disponibilização: 02/07/2025

Polo Ativo:

TELMA REGINA DE BRITO PIMENTEL

Polo Passivo:

Sentença Tipo A

Advogados:

ROMULO ALVES COSTA

OAB/MA XXXXXX Desbloquear

PODER JUDICIÁRIO JUSTIÇA FEDERAL Subseção Judiciária de Castanhal-PA Juizado Especial Cível e Criminal Adjunto à Vara Federal da SSJ de Castanhal-PA Sentença Tipo A 1003708-61.2024.4.01.3904 PROCEDIM… PODER JUDICIÁRIO JUSTIÇA FEDERAL Subseção Judiciária de Castanhal-PA Juizado Especial Cível e Criminal Adjunto à Vara Federal da SSJ de Castanhal-PA Sentença Tipo A 1003708-61.2024.4.01.3904 PROCEDIMENTO DO JUIZADO ESPECIAL CÍVEL (436) AUTOR: TELMA REGINA DE BRITO PIMENTEL Advogado do(a) AUTOR: ROMULO ALVES COSTA - MA14427 REU: INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS SENTENÇA 1. Relatório Dispensado, nos termos do art. 38 da Lei nº 9.099/95 c/c art. 1º da Lei nº 10.259/01. 2. Fundamentação Trata-se de ação por meio da qual a parte autora pretende a concessão de aposentadoria por idade, na condição de segurado especial, sob o argumento de ter implementado os requisitos legalmente estabelecidos. A aposentadoria por idade é benefício de prestação continuada destinando a prover meios de subsistência ao segurado e seus dependentes por motivo de idade avançada (CF art.201, I). São requisitos para a concessão do benefício em questão: a qualidade de segurado da parte requerente, a idade mínima de 60 anos, se homem, e 55 anos, se mulher, e o exercício da atividade rural pelo período mínimo previsto em lei. A comprovação do labor campesino, consoante prescrevem o art. 55, § 3º da Lei nº 8.213/91 e a súmula 149, do Superior Tribunal de Justiça, não pode ser por prova exclusivamente testemunhal, ressalvado caso fortuito ou força maior. Ademais, para que sejam considerados como início de prova material, os documentos devem ser contemporâneos ao período que se pretende comprovar, em conformidade com o art. 62 do Decreto 3.048/99 e nos termos da súmula 34 da Turma Nacional de Uniformização das Decisões das Turmas Recursais dos Juizados Especiais Federais. Pertine recordar, a propósito, o enunciado 14 da Turma Nacional de Uniformização das Decisões dos Juizados Especiais Federais: “Para a concessão de aposentadoria rural por idade, não se exige que o início de prova material, corresponda a todo o período equivalente à carência do benefício”. Cabe à prova testemunhal, por sua vez, em complementação ao início de prova material, aprofundar a percepção em torno dos fatos pertinentes ao efetivo trabalho na condição de rurícola. (PEDILEF 05029609220094058401, Juiz Federal Herculano Martins Nacif, TNU, DOU 08/03/2013). Neste particular, cabe frisar que este juízo passou a adotar a sistemática do “fluxo concentrado”, o qual tem como principal premissa a produção prévia da prova testemunhal acompanhando a petição inicial. Considerando que a negativa administrativa foi fundada, eminentemente, na fragilidade do acervo documental, supostamente incapaz de evidenciar o preenchimento dos requisitos legais aplicáveis, conforme decisão denegatória que instrui os autos, bem como o fato de a contestação ter como primados o ônus da impugnação específica e da concentração da defesa, cabendo ao réu refutar todos os fatos alegados pelo autor na primeira oportunidade que couber se manifestar no processo, indicando, inclusive, a existência de fato impeditivo, modificativo ou extintivo da pretensão deduzida, nos termos dos arts. 336 e 371, II do CPC, cabe prioritariamente ao INSS indicar a existência de circunstância prejudicial junto aos depoimentos gravados, notadamente quando os demais elementos de prova mostrarem-se suficientes ao esclarecimento das circunstâncias de fato e de direito. No que se refere à avaliação dos indícios materiais, não se tem considerado: a) documentos particulares diversos, tais como notas fiscais, pois não se revestem da idoneidade própria dos documentos dotados de fé pública; b) declaração firmada pelo sindicato de trabalhadores rurais não homologadas pelo INSS (art. 106, parágrafo único, III, da Lei 8.213/91); c) declarações emitidas por terceiros, já que estas fazem prova apenas em relação aos respectivos signatários, não do fato declarado (art. 426, CPC de 2015); d) documentos que não sejam contemporâneos ao período de prova exigido pelos arts. 142 e 143 da Lei nº 8.213/91; e) certidões imobiliárias em que o (a) Autor (a), em nome próprio ou em decorrência de sociedade conjugal, é proprietário (a) de imóvel rural de considerável extensão territorial, circunstâncias que conduzem à rejeição do pedido. Em relação à utilização de documentos como início de prova material, tais como carteiras, comprovantes e declarações de sindicatos sem a devida homologação do INSS, certidão eleitoral com anotação indicativa da profissão de lavrador, declarações escolares, de Igrejas, de ex-empregadores, prontuários médicos, dentre outros, filio-me ao entendimento firmado em diversos precedentes do Tribunal Regional Federal da 1ª Região, no sentido de que os mencionados documentos não servem ao fim de comprovar a qualidade de segurado especial. Nesse sentido: TRF1, AC 0018746-42.2013.4.01.9199 / TO, Rel. DESEMBARGADOR FEDERAL JAMIL ROSA DE JESUS OLIVEIRA, PRIMEIRA TURMA, e-DJF1 p.271 de 03/03/2015. Feitas tais considerações, passo a decidir o caso concreto. No presente caso, a parte autora completou o requisito etário, conforme documentação constante dos autos. Contudo, pela narrativa construída a inicial e pelos elementos de prova constituídos nos autos pode-se firmar convencimento pelo não cumprimento da carência fixada em lei, isto porque: Não foram apresentados documentos, baseados em registros constantes de bases governamentais, capazes de demonstrar o exercício efetivo da pescaria artesanal ou mesmo de labor agrícola em regime de economia familiar durante o período especificado em lei. Importante anotar, ainda, que a desconformidade de registros, narrativas e informações comprometem a formação de juízo de convicção favorável à pretensão deduzida, não havendo como este magistrado discernir as exatas condições em que teria ocorrido o desenvolvimento do labor campesino declarado, notadamente quando a aferição do período da carência ocorre em regime de estimativa pela ausência de contribuições previdenciárias. Por sua vez, a informalidade no preenchimento dos demais documentos, com informações meramente declaradas pela parte interessada, sem se submeterem a qualquer juízo de veracidade ou serem corroboradas por outras peças documentais, imputa-lhes fragilidade probatória. Nesse contexto, ante as circunstâncias evidenciadas, tenho por prejudicado o implemento da carência, restando, por conseguinte, inviável a concessão do benefício pleiteado, razão pela qual a improcedência da pretensão autoral é medida que se impõe. 3. Dispositivo Ante o exposto, JULGO IMPROCEDENTE o pedido, nos termos do art. 487, I, do Código de Processo Civil. Por oportuno, defiro os benefícios da justiça gratuita. Sem custas e honorários advocatícios (art. 55, caput, da Lei n° 9.099/95). Sem reexame necessário. Interposto(s) recurso(s) voluntário(s) tempestivo(s) contra a presente, intime-se o(a) recorrido(a) para oferecer resposta, em dez (10) dias, e, decorrido o prazo, com ou sem contrarrazões, remeta-se à Turma Recursal. Transitada em julgado, arquivem-se os autos. Cabe ainda inteirar que se a parte autora não tiver advogado(a) constituído(a) nos autos, e deixar de comparecer em Juízo pelo prazo de 30 (trinta) dias após a data da assinatura da sentença, restará devidamente intimada. Publique-se. Registre-se. Intimem-se

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Luiz Gonzaga De Freitas x Banco Pan S.A.

ID: 260179148

Tribunal: TJSP Órgão: Foro de Hortolândia - 3ª Vara Cível Classe: PROCEDIMENTO COMUM CíVEL Nº Processo: 1009894-38.2024.8.26.0229

Data de Disponibilização: 25/04/2025

Polo Ativo:

LUIZ GONZAGA DE FREITAS

Polo Passivo:

BANCO PAN S.A.

Intimação

Advogados:

ANTÔNIO DE MORAES DOURADO NETO

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LAYS FERNANDA ANSANELLI DA SILVA

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ADV: Lays Fernanda Ansanelli da Silva (OAB 337292/SP), Antônio de Moraes Dourado Neto (OAB 23255/PE) Processo 1009894-38.2024.8.26.0229 - Procedimento Comum Cível - Reqte: Luiz Gonzaga de Freitas - R… ADV: Lays Fernanda Ansanelli da Silva (OAB 337292/SP), Antônio de Moraes Dourado Neto (OAB 23255/PE) Processo 1009894-38.2024.8.26.0229 - Procedimento Comum Cível - Reqte: Luiz Gonzaga de Freitas - Reqdo: BANCO PAN S.A. - Vistos. Luiz Gonzaga de Freitas ajuizou a presente Ação de Procedimento Comum Cível - Práticas Abusivas em face de BANCO PAN S.A., alegando que alegando que foi surpreendido com a contratação de um empréstimo consignado em seu benefício previdenciário que desconhece. Pugna pela declaração de inexistência do débito, com a devolução em dobro das parcelas pagas e danos morais. Devidamente citada, a parte requerida ofertou Contestação (fls. 60/74), contrapondo que não há qualquer irregularidade na contratação, uma vez que o contrato foi celebrado pela via eletrônica com selfie e documento pessoal da parte autora. Aduz que os valores foram depositados na sua conta. Pugna pela improcedência da ação. Houve réplica. É O RELATÓRIO. FUNDAMENTO E DECIDO. Passo ao julgamento antecipado, na forma do artigo 355, inciso I do Novo Código de Processo Civil. Efetivamente, a questão de mérito a ser analisada é de direito e de fato, mas não se mostra necessária a produção de provas em audiência. Os documentos apresentados pelas partes permitem o deslinde da causa, como veremos. Dessarte, "Presentes as condições que ensejam o julgamento antecipado da causa, é dever do juiz, e não mera faculdade, assim proceder" (STJ, 4ª T., REsp. 2.832 RJ, rel. Min. Sálvio de Figueiredo, j. 14.8.90, DJU 17.9.90, p. 9.513; no mesmo sentido, RSTJ 102/500 e RT 782/302). Fls. 229/299: Anote-se. Os pedidos são improcedentes. Os documentos comprobatórios trazidos pelo requerido são inequívocos. Afinal, a anuência da autora na contração do contrato se deu através de assinatura virtual fotográfica. A respeito do assunto, ensina o jurista Luiz Fernando Bulcão: Sucessivamente, as instituições financeiras apresentam um contrato entabulado entre as partes por meio eletrônico, onde a assinatura é validada por meio de selfie, na maioria das vezes. Devo dizer que, sim, este tipo de contratação é legal, uma vez que a selfie serve como forma de comprovar a autonomia de vontade, na contratação pormeiodigital. É importante ressaltar que o processo de adesão a empréstimos através do aplicativo do réu contém diversas etapas a fim de evitar fraudes, sendo necessário anuir de diferentes maneiras para que o dinheiro seja liberado na conta do contratante (fl. 82). E a foto da parte autora em forma de assinatura digital ao final do contrato comprova que ela concordou com todos os pontos necessários. Assim, a contratação do crédito objurgado foi efetivada por via eletrônica, com manifestação de vontade da autora mediante assinatura eletrônica por meio de biometria facial, não havendo, propriamente, impugnação à identidade visual presente na fotografia. Frise-se que a modalidade de contratação descrita dispensa a assinatura do contratante no instrumento da avença, eis que sua anuência é manifestada mediante utilização de assinatura digital, feita com prévia identificação do contratante pelos dados pessoais e biometria facial, mediante encaminhamento de selfie (fls. 83/110). Demais, cumpre destacar que a contratação eletrônica, além de admitida pelo ordenamento jurídico hodierno, já consta da atual redação das Instruções Normativas do INSS nº 121/2005 e nº 28/2008, não havendo sequer indícios de que o autor seja pessoa incapaz à celebração de negociações digitais. Não bastasse, verifico que o crédito decorrente da operação descrita foi efetivamente disponibilizado na conta corrente da autora. Tais fatos, evidentemente, afastam eventual alegação de fraude pela casa bancária no ato da contratação. Nesse sentido é o entendimento do E. Tribunal de Justiça deste Estado: Ação declaratória, cumulada com obrigação de fazer, reparação por danos materiais e morais e pedido de tutela de urgência Improcedência Contratação de empréstimo consignado negada pelo autor Aplicabilidade, no caso, do Código de Defesa do Consumidor Ônus probatório que impunha ao réu demonstrar a regularidade e legitimidade da contratação Prova documental produzida pelo réu que afasta as alegações de fraude ou vício do consentimento Contratação eletrônica mediante biometria facial Informações do número deIP, tipo de sistema e modelo do aparelho celular que foi utilizado pelo autor no momento da captura da selfie Valor do empréstimo creditado na conta do demandante Regularidade da operação evidenciada Improcedência da ação que deve ser mantida Multa por litigância de má-fé aplicada ao autor que merece, porém, ser afastada Sentença retocada somente neste aspecto Recurso do autor parcialmente provido (AP nº 1003708-38.2021.8.26.0541, Rel. Thiago de Siqueira, 14ª Câmara de Direito Privado, j. 10/08/2023) CONTRATO DE EMPRÉSTIMO CONSIGNADO. CARTÃO DE CRÉDITO (RMC). AÇÃO DECLARATÓRIA DE INEXIGIBILIDADE DE DÉBITO c.c. REPARAÇÃO DE DANOS. PROVAS PRODUZIDAS PELA RÉ. VALIDADE DA PROVA DOCUMENTAL JUNTADA APÓS A CONTESTAÇÃO, ANTES DO ENCERRAMENTO DA INSTRUÇÃO PROBATÓRIA. (...) CONTRATAÇÃO BEM COMPROVADA. DANO MORAL NÃO CONFIGURADO. SENTENÇA DE IMPROCEDÊNCIA MANTIDA. Os fatos constitutivos do direito da autora não gozam de plausibilidade. O réu alegou regularidade da contratação e juntou os contratos realizados por meio digital, com reconhecimento de biometria facial, dados da autora e identificação doIPe geolocalização. A contratação foi suficientemente demonstrada nos autos. Os descontos são exigíveis. Apelação não provida. (AP nº 1017825-17.2022.8.26.0309, Rel. Sandra Galhardo Esteves, 12ª Câmara de Direito Privado, j. 09/08/2023) BANCÁRIOS Ação declaratória de inexistência de débito c/c repetição de indébito e indenização por danos morais Sentença de procedência Insurgência relativa à repetição em dobro Ausência de interesse recursal, porquanto não houve condenação nesse sentido Matéria não conhecida Empréstimos consignados Negativa de contratações Incidência do CDC, artigo 6º, VIII, e NCPC, art. 373, II Relações contratuais comprovadas Contratos digitais firmados por meio de biometria facial que na circunstâncias se revelam válidos Inteligência do art. 107 do CC, art. 29, §5º da Lei nº 10.931/2004, de redação dada pela Lei nº 13.986/2020, e art. 3º, III da IN 28/2008 Precedentes Dano moral inexistente Indenização indevida Ação improcedente Decaimento invertido Sentença substituída Recurso provido, na parte conhecida. (AP nº 1019454-52.2021.8.26.0344, Rel. José Wagner de Oliveira Melatto Peixoto, 37ª Câmara de Direito Privado, j. 02/08/2023) O cenário formado, logo, é firme e seguro em apontar a higidez dos descontos vergastados, nada havendo a ser declarado inexigível. Não há, por consequência, valor a ser repetido. A parte autora pagou pelo crédito utilizado, no modo ajustado. Não há, outrossim, ato ilícito (artigo 940, do Código Civil) ou fato do produto ou serviço (artigos 12 e 14, do Código de Defesa do Consumidor) que sirvam de fundamento jurídico para a imposição de obrigação reparatória, de natureza material ou moral. Posto isso, JULGO IMPROCEDENTE a pretensão ajuizada por Luiz Gonzaga de Freitas em face de BANCO PAN S.A., declarando extinto o processo com resolução do mérito nos termos artigo 487, I do Código de Processo Civil. Condeno a parte requerente ao pagamento das custas e despesas processuais, bem como honorários advocatícios que ora fixo em 10% do valor da causa nos termos do art. 85, §2º, do CPC. Por fim, nada mais havendo a cumprir e uma vez certificado o trânsito em julgado, arquivem-se os autos com as cautelas de praxe. P.I.C.

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Manuel Fernandes Bezerra x Banco Itaucard S.A e outros

ID: 324053590

Tribunal: TJSP Órgão: Foro de Mairiporã - 1ª Vara Classe: PROCEDIMENTO COMUM CíVEL Nº Processo: 1001186-94.2023.8.26.0338

Data de Disponibilização: 14/07/2025

Polo Ativo:

MANUEL FERNANDES BEZERRA

Polo Passivo:

BANCO ITAUCARD S.A LATAM AIRLINES GROUP S/A

Intimação

Advogados:

HELIO ANTONIO DA SILVA

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GIOVANA NISHINO

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GEOVANA COSTA DA SILVA

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FABIO RIVELLI

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Processo 1001186-94.2023.8.26.0338 - Procedimento Comum Cível - Indenização por Dano Moral - Bezerra, registrado civilmente como Manuel Fernandes Bezerra - Banco Itaucard S.A - - Latam Airlines Gro… Processo 1001186-94.2023.8.26.0338 - Procedimento Comum Cível - Indenização por Dano Moral - Bezerra, registrado civilmente como Manuel Fernandes Bezerra - Banco Itaucard S.A - - Latam Airlines Group S/A - Vistos. MANUEL FERNANDES BEZERRA ajuizou a presente ação de indenização moral e material c/c obrigação de fazer contra BANCO ITAUCARD S.A e outro. Em suma, alega o autor que utiliza o cartão de crédito da segunda requerida administrado pelo banco requerido. Em novembro de 2022 atrasou o pagamento da fatura no valor de R$ 1.906,58, com vencimento no dia 15, e efetuou o pagamento após contato telefônico feito pelo SAC do cartão, que o orientou a pagar o valor dentro do mês e que o acréscimo de juros e correção viria na próxima fatura, aproximadamente no importe de 15% sobre o valor em atraso. Em dezembro de 2022 a fatura chegou com o valor de R$ 2.141,15 e novamente foi paga com atraso de 15 dias, dentro do mês. Para sua surpresa, no mês de janeiro de 2023 o valor da fatura foi de R$ 4.893,23. Em contato com a operadora foi informado que era a soma dos meses de novembro e dezembro de 2022 que estavam em aberto no sistema. Explicou que havia pago e ao consultar o sistema a operadora encontrou os valores e deu baixa no débito. No mês de janeiro de 2023 recebeu outra fatura, dessa vez com o valor de R$ 6.356,52 e para a quitação foi aberto um financiamento não autorizado com parcelas de R$ 529,71, em doze parcelas, as quais vem sendo acrescidas nas faturas mensais e estão sendo pagas para não ficar sem crédito. Até o momento pagou a importância de R$ 2.116,68. Teceu comentários quanto a legislação consumerista. Em sede liminar, requereu sejam suspensas as prestações referentes ao parcelamento indevido no valor de R$ 529,17. Com tais fundamentos, pugnou pela procedência dos pedidos para que seja (i) confirmada a tutela deferida ab initio; (ii) condenada as requeridas ao pagamento do valor de R$ 6.350,04 a título de dano material e (iii) condenada as requeridas ao pagamento do valor de R$ 4.233,36 a título de repetição de indébito. Juntou documentos (p. 07/51). Instado (p. 57 e 64/65), o autor se manifestou às p. 62/63 e 71/123. Deferida a tramitação prioritária bem como determinou-se a realização de pesquisas a fim de aferir a capacidade financeira do autor (p. 124/125), tendo sido os resultados juntados às p. 142/143. Concedida a justiça gratuita e indeferido o pedido liminar (p. 146/148). O banco requerido apresentou defesa em forma de contestação (p. 165/191). Alegou que o valor total dafatura do cartão de crédito daparte autora no dia 06/12/2022era de R$ 4.893,23, sendo que efetuou o pagamento parcial no valor de R$ 1.906,58. Teceu comentários quanto a Resolução CMN 4.549 do Banco Central, contratação regular do financiamento / parcelamentode fatura, transparência na contratação, inexistência de dano material e moral. Pugnou pela improcedência do pedido. Juntou documentos (p. 192/291). A requerida Latam apresentou defesa em forma de contestação (p. 294/310). Preliminarmente arguiu carência de ação em decorrência de evidente ilegitimidade passiva. No mérito, teceu comentários quanto a ausência de responsabilidade e a impossibilidade de ressarcimento em dobro dos valores. Pugnou pelo acolhimento da preliminar e subsidiariamente pela improcedência do pedido. Juntou documentos (p. 311/371). Réplica às p. 375/394. Instadas quanto a produção de provas (p. 395/397), as partes pugnaram pelo julgamento no estado (p. 400, 401/407 e 408). Instadas quanto a possibilidade do saneamento consensual (p. 409/410), as partes se manifestaram (p. 413/415, 416 e 417). É o relatório. Passa-se a sanear o feito. 1 De início, rejeita a preliminar de ilegitimidade passiva arguida pela requerida Latam, vez que a causa de pedir narrada nos autos tem relação direta com o serviço que presta bem como a requerida integra a relação de consumo. Neste sentido: APELAÇÃO - Ação indenizatória - Invasão da conta do autor mantida junto ao Mercado Livre, com realização de compras por meio de cartão de crédito cadastrado na plataforma. Preliminar - Legitimidade passiva da Corré Visa do Brasil, bandeira do cartão de crédito utilizado para a fraude, que integra a cadeira de consumo Responsabilidade solidária - Arts. 7º, parágrafo único, 14 e 18, do Código de Defesa do Consumidor. Mérito -Aplicação do Código de Defesa do Consumidor - Verossimilhança das alegações do autor - Comprovação de que os fatos ocorreram de maneira diversa da narrada que é ônus das rés - Ônus não desincumbido - Requeridas não provaram a legitimidade das operações contestadas e a inviolabilidade dos sistemas de segurança - Responsabilidade objetiva das rés - Teoria do risco da atividade - Ausência de excludentes de responsabilidade - Falha no dever de segurança - Danos materiais configurados - Comprovação pelo autor da cobrança das compras impugnadas, bem como do respectivo pagamento -Danos morais também configurados - Fatos que extrapolam o mero aborrecimento - Quantum indenizatório - Valor fixado pelo Juiz em R$ 4.000,00, em consonância aos princípios da razoabilidade e da proporcionalidade. Sentença mantida - Negado provimento ao recurso. (TJSP; Apelação nº: 1000691-45.2023.8.26.0663; Rel. Des. Simões de Almeida; 13ª Câmara de Direito Privado; D. J. 25/03/2025). Sem irregularidades a serem sanadas, presentes os pressupostos processuais necessários à concretização da tutela de mérito, dá-se o feito por saneado. Desde já, observa-se que a relação jurídica estabelecida entre as partes tem natureza consumerista, razão pela qual deve ser pautada no regramento estatuído pelo Código de Defesa do Consumidor. Com efeito, conclui-se pela existência de uma relação de consumo, pois a empresa autora se enquadra no conceito de fornecedor, previsto no art. 3º do Código de Defesa do Consumidor e, a condição ostentada pela parte requerida é efetivamente de consumidora, no termos do que dispõe o art. 2º do Código de Defesa do Consumidor: consumidor é toda pessoa física ou jurídica que adquire ou utiliza produto ou serviço como destinatário final. Embora o Código de Defesa do Consumidor admita a inversão do ônus da prova, também é certo que não o faz de forma indistinta. Pelo contrário, a inversão tem requisitos para ser decretada, a saber: quando, a critério do juiz, for verossímil a alegação ou quando for ele consumidor - hipossuficiente, segundo as regras ordinárias da experiência (art. 6º, VIII, da Lei nº 8078/90). Lembre-se que o instituto da inversão do ônus da prova existe para compensar ou suprir hipossuficiência do consumidor em face do fornecedor e não para eximir o consumidor do ônus processual estabelecido pelo art. 373 do Código de Processo Civil. Somente se inverte o ônus da prova quando o consumidor não tem meios de provar suas alegações, o que não ocorre neste caso concreto. Neste processo, conquanto seja, em princípio, verossímil o quanto narrado pelo autor, não é ele hipossuficiente para produção da prova necessária a deslindar o ponto controvertido, qual seja, mera perícia contábil. Posta esta premissa, o ponto controvertido da causa está em saber se os valores cobrados pelas requeridas abrangem valores já supostamente quitados pelo autor, consoante às faturas de págs. 23 e seguintes. Para o deslinde da controvérsia, defere-se a produção de prova pericial contábil e financeira. Para tanto, nomeia-se Marcelo Cardinalli, que deverá ser intimado a estimar seus honorários, no prazo de 20 dias. Nos termos do art. 95 do Novo Código de Processo Civil, cada parte adiantará a remuneração do assistente técnico que houver indicado, sendo a do perito adiantada pela parte que houver requerido a perícia ou rateada quando a perícia for determinada de ofício ou requerida por ambas as partes. Desta forma, observa-se que a prova pericial será rateada entre as partes, considerando ter sido determinada de ofício. No mais, considerando que metade do pagamento dos honorários periciais será efetuado com recursos alocados no orçamento do Estado, vinculado à Secretaria da Justiça, deverá o expert observar a tabela prevista na Resolução n° 910/2023 do E. Tribunal de Justiça de São Paulo para a fixação dos honorários. Desde já, ressalta-se que, caso sejam arbitrados em valor superior, conforme previsão do art. 2°, § 2°, da referida Resolução, o pagamento estará limitado aos valores estabelecidos na tabela supra. Por fim, deverá o Sr. Perito indicar, expressamente, na estimativa de seus honorários, conforme prevê a Resolução nº. 910/2023 do TJ/SP, a Especialidade e natureza da ação e/ou espécie da perícia e Especificar o grau da perícia, quando cabível, se Grau I ou II ou, caso não exista, deixar em branco. Intime-se as partes para, querendo, ofertarem rol de quesitos que pretendam sejam respondidos e, se o caso, nomear seu assistente técnico. Ao menos ao Juízo, deverá o Sr. Perito responder o ponto controvertido bem como os seguintes quesitos, com base nos documentos acostados aos autos, e outros que entender pertinentes: (i) No que toca às faturas de novembro de 2022 a janeiro de 2023 houve duplicidade de cobrança? Em caso positivo, qual valor? (ii) O financiamento da fatura, no valor de R$ 529,71, iniciado em janeiro de 2023 (p. 77), refere-se ao parcelamento de qual fatura? e (iii) O valor das faturas de dezembro/2022 e janeiro/2023 está de acordo com a correção e juros decorrentes do atraso no pagamento das faturas de novembro e dezembro de 2022? Após a juntada do laudo, se o caso, será analisada a necessidade de produção de outras provas. 2 Cumpra-se. Intimem-se. - ADV: HELIO ANTONIO DA SILVA (OAB 138352/SP), FABIO RIVELLI (OAB 297608/SP), GEOVANA COSTA DA SILVA (OAB 497918/SP), GIOVANA NISHINO (OAB 513988/SP)

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Rosa Batista Da Silva Ferreira x Confederacao Brasileira Dos Trabalhadores Da Pesca E Aquicultura

ID: 327233227

Tribunal: TJRO Órgão: Machadinho do Oeste - 2ª Vara Genérica Classe: PROCEDIMENTO COMUM CíVEL Nº Processo: 7002707-96.2025.8.22.0019

Data de Disponibilização: 16/07/2025

Polo Ativo:

ROSA BATISTA DA SILVA FERREIRA

Polo Passivo:

CONFEDERACAO BRASILEIRA DOS TRABALHADORES DA PESCA E AQUICULTURA

Despacho

Advogados:

RICARDO DA SILVA MILLER

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PODER JUDICIÁRIO DO ESTADO DE RONDÔNIA Tribunal de Justiça de Rondônia Machadinho do Oeste - 2ª Vara Genérica Rua Tocantins, nº 3029, Bairro Centro, CEP 76868-000, Machadinho D'Oeste Processo: 700270… PODER JUDICIÁRIO DO ESTADO DE RONDÔNIA Tribunal de Justiça de Rondônia Machadinho do Oeste - 2ª Vara Genérica Rua Tocantins, nº 3029, Bairro Centro, CEP 76868-000, Machadinho D'Oeste Processo: 7002707-96.2025.8.22.0019 Classe: Procedimento Comum Cível Polo ativo: ROSA BATISTA DA SILVA FERREIRA Advogado(a): RICARDO DA SILVA MILLER, OAB nº RO12121 Polo passivo: Advogado(a): SEM ADVOGADO(S) DECISÃO Trata-se de AÇÃO DECLARATÓRIA C/C REPETIÇÃO DE INDÉBITO E INDENIZAÇÃO POR DANOS MORAIS formulada por ROSA BATISTA DA SILVA FERREIRA em face de CONFEDERACAO BRASILEIRA DOS TRABALHADORES DA PESCA E AQUICULTURA e do INSS - INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL. Breve relato. Decido. A legitimidade do INSS, em casos análogos, já foi examinada pelo Tribunal Regional Federal da 1ª Região e pelo Superior Tribunal de Justiça, os quais atestam ser a autarquia previdenciária parte legítima para figurar no polo passivo das ações que versam sobre descontos supostamente indevidos, consignados em benefício previdenciário e oriundos de fraude, senão vejamos: ADMINISTRATIVO. PROCESSUAL CIVIL. AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO ESPECIAL. RESPONSABILIDADE CIVIL DO ESTADO. EMPRÉSTIMO CONSIGNADO FRAUDULENTO. LEGITIMIDADE DO INSS PARA FIGURAR NO POLO PASSIVO DA DEMANDA. PRECEDENTES. 1 . É incabível o reexame de matéria fática no âmbito do recurso especial, nos termos da Súmula 7/STJ. 2. "Esta Corte Superior firmou entendimento no sentido de que o INSS é parte legítima para responder por demandas que versem sobre supostos descontos indevidos relativos a empréstimo consignado no benefício previdenciário sem a autorização do segurado. Isso porque a autarquia tem claro interesse que se opõe à pretensão deduzida, uma vez que é responsável pelos descontos efetuados, conforme redação do art. 6º da Lei 10.820/2003"(AgRg no REsp 1.370.441/RS, Rel . Ministro Mauro Campbell Marques, Segunda Turma, DJe 13/5/2015). 3. Agravo regimental a que se nega provimento. (STJ - AgRg no REsp: 1335598 SC 2012/0154129-5, Relator.: Ministro SÉRGIO KUKINA, Data de Julgamento: 15/09/2015, T1 - PRIMEIRA TURMA, Data de Publicação: DJe 24/09/2015) (Grifei) PREVIDENCIÁRIO, CIVIL E PROCESSUAL CIVIL. RESPONSABILIDADE CIVIL. DESCONTOS INDEVIDOS EM BENEFÍCIO PREVIDENCIÁRIO. REPETIÇÃO DE VALORES DESCONTADOS. POSSIBILIDADE. INDENIZATÓRIA POR DANOS MORAIS DEVIDOS. DEVER DO ENTE PÚBLICO DE RESSARCIR OS DESCONTOS INDEVIDOS E DE INDENIZAR. DANO MORAL CONFIGURADO. LEGITIMIDADE PASSIVA DO INSS. PRECEDENTE STJ. APELAÇÃO DA PARTE AUTORA PARCIALMENTE PROVIDA. APELAÇÃO DO INSS DESPROVIDA. 1. Trata-se de recursos de apelação interpostos pelo autor e pelo INSS em face de sentença que julgou procedente em parte o pedido para reconhecer os descontos indevidos no benefício do autor, a título de contribuição associativa, e condenar o INSS a restituir os valores indevidamente descontados. 2. A controvérsia recursal trazida pela parte ré se resume na alegação de sua ilegitimidade passiva; na ocorrência da prescrição trienal e na ausência de provas da responsabilidade pelos descontos indevidos. A controvérsia recursal trazida pela parte autora se resume na alegação de que o dano verificado pelo juízo a quo se convola, também, em dano moral; que os valores descontados indevidamente devem ser devolvidos em dobro; e que não houve arbitramento de honorários de sucumbência, apesar da sentença ter sido parcialmente procedente. [...] 3. A jurisprudência do STJ e do TRF1 é clara ao reconhecer a legitimidade da autarquia em casos de fraude em empréstimo consignado com descontos nos proventos de aposentadoria, configurando corresponsabilidade pelos danos causados. (TRF1- AC: 0002252-72.2005.4.01.3900, Rel. Juiz Fed. João Paulo Piropo de Abreu, Quinta Turma, DJe 29/10/2024).. Apelação do INSS desprovida. (AC 1003708-03.2024.4.01.3503, DESEMBARGADOR FEDERAL EDUARDO MORAIS DA ROCHA, TRF1 - PRIMEIRA TURMA, PJe 01/04/2025 PAG (Grifei) Sobre a competência para julgar demandas envolvendo a autarquia federal, a Constituição Federal, em seu artigo 109, estabelece que compete aos juízes federais julgar as causas em que a União, suas autarquias ou empresas públicas federais forem parte (inciso I). O §3º do mesmo artigo dispõe que: Art. 109. [...] §3º. Serão processadas e julgadas na Justiça Estadual, no foro do domicílio dos segurados ou beneficiários, as causas em que forem parte instituição de previdência social e segurado, sempre que a comarca não seja sede de vara do juízo federal, e, se verificada essa condição, a lei poderá permitir que outras causas sejam também processadas e julgadas pela justiça estadual. Além disso, o artigo 15 da Lei nº5.010/1966, que organiza a Justiça Federal de primeira instância, também prevê hipóteses excepcionais de competência da Justiça Estadual quando não houver vara federal na comarca, mas apenas nos casos de concessão de benefícios previdenciários de natureza pecuniária, situação que não se amolda à hipótese dos presentes autos. Desse modo, não se aplica a competência delegada à Justiça Estadual, prevista no §3º do artigo 109 da CF, tampouco as exceções da Lei nº 5.010/1966. Nesse sentido caminha a jurisprudência do Tribunal Regional Federal da 1ª Região: ADMINISTRATIVO. RECURSO CONTRA SENTENÇA. TEMPESTIVIDADE DO RECURSO. BENEFÍCIO PREVIDENCIÁRIO. ALEGAÇÃO DE DESCONTO FRAUDULENTO. ASSOCIAÇÃO. LEGITIMIDADE DO INSS. COMPETÊNCIA DA JUSTIÇA FEDERAL . RECURSO PROVIDO. SENTENÇA ANULADA. [...] 3. De partida, importante esclarecer que não se aplica o tema 183 da TNU na medida em que não se cuida de empréstimo consignado, mas de desconto indevido em benefício previdenciário realizado pelo INSS em razão de informação prestada por associação. A hipótese, portanto, faz incidir a regra do artigo 37, §6º da CF. Não há como negar legitimidade passiva ao INSS para figurar no polo passivo da presente demanda, na exata medida em que a autarquia previdenciária tem a incumbência de fiscalizar os descontos realizados no benefício previdenciário dos segurados da Previdência Social. Inclusive, o Decreto 8.690/2016 dispõe expressamente em seu artigo 4º, §1º que as consignações somente poderão ser incluídas na forma de pagamento após a autorização expressa do consignado. Da mesma forma dispõe o artigo 115, V da Lei 8.231/91 no sentido de que podem ser descontadas do benefício previdenciário as mensalidades de associações e demais entidades de aposentados legalmente reconhecidas, desde que autorizadas por seus filiados. Evidente, portanto, que a autorização deve ocorrer perante o INSS, não podendo a autarquia se esquivar de sua responsabilidade legal em razão de acordo de cooperação. Dessa forma, fixo a competência da Justiça Federal em razão da legitimidade passiva do INSS para compor o polo passivo. 4. Recurso provido para anular a sentença e determinar o retorno dos autos ao juízo de origem, a fim de que seja dado regular prosseguimento ao feito. 5. Sem condenação em honorários advocatícios, em razão da ausência de recorrente vencido (art. 55 da lei nº 9.099/95).6 . Acórdão e voto de igual teor em prestígio aos princípios da simplicidade e informalidade norteadores do microssistema processual dos Juizados Especiais, ex vi do art. 1º, da Lei n. 10.259/2001 c/c os arts . 2º e 46, ambos da Lei n. 9.099/95 e art. 25, parágrafo único, da Resolução/PRESI/COJEF n . 16, de 10/06/2010. (TRF-1 - (AGREXT): 10037382620194013305, Relator.: OLÍVIA MÉRLIN SILVA, Data de Julgamento: 08/02/2024, SEGUNDA TURMA RECURSAL - BA, Data de Publicação: PJe Publicação 08/02/2024 PJe Publicação 08/02/2024) (Grifei) Ante o exposto, com fulcro no artigo 109, inciso I da CF/88, DECLARO a incompetência absoluta deste Juízo, DECLINANDO-A em favor de uma das Varas integrantes da Seção Judiciária de Rondônia. DETERMINO À CPE que proceda-se à redistribuição dos autos, com as anotações e baixas necessárias. Cumpra-se. CUMPRA-SE A(O) PRESENTE SENTENÇA/DECISÃO/DESPACHO SERVINDO COMO CARTA/MANDADO DE CITAÇÃO E INTIMAÇÃO/CARTA PRECATÓRIA/OFÍCIO/NOTIFICAÇÃO OU QUALQUER OUTRO INSTRUMENTO NECESSÁRIO PARA FINS DE CUMPRIMENTO DA ORDEM JUDICIAL PELA CENTRAL DE PROCESSOS ELETRÔNICOS DO PRIMEIRO GRAU (CPE1G)/CARTÓRIO CRIMINAL. Machadinho D'Oeste/RO, 15 de julho de 2025 Elaine Cristina Pereira Juiz(a) de Direito Substituto(a)

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Maria Aparecida Santos x Centro De Estudos Dos Beneficios Dos Aposentados E Pensionistas

ID: 338193783

Tribunal: TJRO Órgão: Machadinho do Oeste - 2ª Vara Genérica Classe: PROCEDIMENTO COMUM CíVEL Nº Processo: 7002582-31.2025.8.22.0019

Data de Disponibilização: 30/07/2025

Polo Ativo:

MARIA APARECIDA SANTOS

Polo Passivo:

CENTRO DE ESTUDOS DOS BENEFICIOS DOS APOSENTADOS E PENSIONISTAS

Decisão

Advogados:

KATIA REGINA BARROS DE SOUZA

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PODER JUDICIÁRIO DO ESTADO DE RONDÔNIA Tribunal de Justiça de Rondônia Machadinho do Oeste - 2ª Vara Genérica Rua Tocantins, nº 3029, Bairro Centro, CEP 76868-000, Machadinho D'Oeste Processo: 700258… PODER JUDICIÁRIO DO ESTADO DE RONDÔNIA Tribunal de Justiça de Rondônia Machadinho do Oeste - 2ª Vara Genérica Rua Tocantins, nº 3029, Bairro Centro, CEP 76868-000, Machadinho D'Oeste Processo: 7002582-31.2025.8.22.0019 Classe: Procedimento Comum Cível Polo ativo: MARIA APARECIDA SANTOS Advogado(a): KATIA REGINA BARROS DE SOUZA, OAB nº RO10904 Polo passivo: INSS - INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL, CENTRO DE ESTUDOS DOS BENEFICIOS DOS APOSENTADOS E PENSIONISTAS Advogado(a): SEM ADVOGADO(S) DECISÃO Vistos. Trata-se de AÇÃO DECLARATÓRIA C/C REPETIÇÃO DE INDÉBITO E INDENIZAÇÃO POR DANOS MORAIS formulada por MARIA APARECIDA SANTOS em face de INSS - INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL e CENTRO DE ESTUDOS DOS BENEFICIOS DOS APOSENTADOS E PENSIONISTAS Compulsando os autos, verifica-se que a parte autora incluiu o INSS no polo passivo da demanda. Pois bem. A legitimidade do INSS, em casos análogos, já foi examinada pelo Tribunal Regional Federal da 1ª Região e pelo Superior Tribunal de Justiça, os quais atestam ser a autarquia previdenciária parte legítima para figurar no polo passivo das ações que versam sobre descontos supostamente indevidos, consignados em benefício previdenciário e oriundos de fraude, senão vejamos: ADMINISTRATIVO. PROCESSUAL CIVIL. AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO ESPECIAL. RESPONSABILIDADE CIVIL DO ESTADO. EMPRÉSTIMO CONSIGNADO FRAUDULENTO. LEGITIMIDADE DO INSS PARA FIGURAR NO POLO PASSIVO DA DEMANDA. PRECEDENTES. 1 . É incabível o reexame de matéria fática no âmbito do recurso especial, nos termos da Súmula 7/STJ. 2. "Esta Corte Superior firmou entendimento no sentido de que o INSS é parte legítima para responder por demandas que versem sobre supostos descontos indevidos relativos a empréstimo consignado no benefício previdenciário sem a autorização do segurado. Isso porque a autarquia tem claro interesse que se opõe à pretensão deduzida, uma vez que é responsável pelos descontos efetuados, conforme redação do art. 6º da Lei 10.820/2003"(AgRg no REsp 1.370.441/RS, Rel . Ministro Mauro Campbell Marques, Segunda Turma, DJe 13/5/2015). 3. Agravo regimental a que se nega provimento. (STJ - AgRg no REsp: 1335598 SC 2012/0154129-5, Relator.: Ministro SÉRGIO KUKINA, Data de Julgamento: 15/09/2015, T1 - PRIMEIRA TURMA, Data de Publicação: DJe 24/09/2015) (Grifei) PREVIDENCIÁRIO, CIVIL E PROCESSUAL CIVIL. RESPONSABILIDADE CIVIL. DESCONTOS INDEVIDOS EM BENEFÍCIO PREVIDENCIÁRIO. REPETIÇÃO DE VALORES DESCONTADOS. POSSIBILIDADE. INDENIZATÓRIA POR DANOS MORAIS DEVIDOS. DEVER DO ENTE PÚBLICO DE RESSARCIR OS DESCONTOS INDEVIDOS E DE INDENIZAR. DANO MORAL CONFIGURADO. LEGITIMIDADE PASSIVA DO INSS. PRECEDENTE STJ. APELAÇÃO DA PARTE AUTORA PARCIALMENTE PROVIDA. APELAÇÃO DO INSS DESPROVIDA. 1. Trata-se de recursos de apelação interpostos pelo autor e pelo INSS em face de sentença que julgou procedente em parte o pedido para reconhecer os descontos indevidos no benefício do autor, a título de contribuição associativa, e condenar o INSS a restituir os valores indevidamente descontados. 2. A controvérsia recursal trazida pela parte ré se resume na alegação de sua ilegitimidade passiva; na ocorrência da prescrição trienal e na ausência de provas da responsabilidade pelos descontos indevidos. A controvérsia recursal trazida pela parte autora se resume na alegação de que o dano verificado pelo juízo a quo se convola, também, em dano moral; que os valores descontados indevidamente devem ser devolvidos em dobro; e que não houve arbitramento de honorários de sucumbência, apesar da sentença ter sido parcialmente procedente. [...] 3. A jurisprudência do STJ e do TRF1 é clara ao reconhecer a legitimidade da autarquia em casos de fraude em empréstimo consignado com descontos nos proventos de aposentadoria, configurando corresponsabilidade pelos danos causados. (TRF1- AC: 0002252-72.2005.4.01.3900, Rel. Juiz Fed. João Paulo Piropo de Abreu, Quinta Turma, DJe 29/10/2024).. Apelação do INSS desprovida. (AC 1003708-03.2024.4.01.3503, DESEMBARGADOR FEDERAL EDUARDO MORAIS DA ROCHA, TRF1 - PRIMEIRA TURMA, PJe 01/04/2025 PAG (Grifei) Sobre a competência para julgar demandas envolvendo a autarquia federal, a Constituição Federal, em seu artigo 109, estabelece que compete aos juízes federais julgar as causas em que a União, suas autarquias ou empresas públicas federais forem parte (inciso I). O §3º do mesmo artigo dispõe que: Art. 109. [...] §3º. Serão processadas e julgadas na Justiça Estadual, no foro do domicílio dos segurados ou beneficiários, as causas em que forem parte instituição de previdência social e segurado, sempre que a comarca não seja sede de vara do juízo federal, e, se verificada essa condição, a lei poderá permitir que outras causas sejam também processadas e julgadas pela justiça estadual. Além disso, o artigo 15 da Lei nº5.010/1966, que organiza a Justiça Federal de primeira instância, também prevê hipóteses excepcionais de competência da Justiça Estadual quando não houver vara federal na comarca, mas apenas nos casos de concessão de benefícios previdenciários de natureza pecuniária, situação que não se amolda à hipótese dos presentes autos. Desse modo, não se aplica a competência delegada à Justiça Estadual, prevista no §3º do artigo 109 da CF, tampouco as exceções da Lei nº 5.010/1966. Nesse sentido caminha a jurisprudência do Tribunal Regional Federal da 1ª Região: ADMINISTRATIVO. RECURSO CONTRA SENTENÇA. TEMPESTIVIDADE DO RECURSO. BENEFÍCIO PREVIDENCIÁRIO. ALEGAÇÃO DE DESCONTO FRAUDULENTO. ASSOCIAÇÃO. LEGITIMIDADE DO INSS. COMPETÊNCIA DA JUSTIÇA FEDERAL . RECURSO PROVIDO. SENTENÇA ANULADA. [...] 3. De partida, importante esclarecer que não se aplica o tema 183 da TNU na medida em que não se cuida de empréstimo consignado, mas de desconto indevido em benefício previdenciário realizado pelo INSS em razão de informação prestada por associação. A hipótese, portanto, faz incidir a regra do artigo 37, §6º da CF. Não há como negar legitimidade passiva ao INSS para figurar no polo passivo da presente demanda, na exata medida em que a autarquia previdenciária tem a incumbência de fiscalizar os descontos realizados no benefício previdenciário dos segurados da Previdência Social. Inclusive, o Decreto 8.690/2016 dispõe expressamente em seu artigo 4º, §1º que as consignações somente poderão ser incluídas na forma de pagamento após a autorização expressa do consignado. Da mesma forma dispõe o artigo 115, V da Lei 8.231/91 no sentido de que podem ser descontadas do benefício previdenciário as mensalidades de associações e demais entidades de aposentados legalmente reconhecidas, desde que autorizadas por seus filiados. Evidente, portanto, que a autorização deve ocorrer perante o INSS, não podendo a autarquia se esquivar de sua responsabilidade legal em razão de acordo de cooperação. Dessa forma, fixo a competência da Justiça Federal em razão da legitimidade passiva do INSS para compor o polo passivo. 4. Recurso provido para anular a sentença e determinar o retorno dos autos ao juízo de origem, a fim de que seja dado regular prosseguimento ao feito. 5. Sem condenação em honorários advocatícios, em razão da ausência de recorrente vencido (art. 55 da lei nº 9.099/95).6 . Acórdão e voto de igual teor em prestígio aos princípios da simplicidade e informalidade norteadores do microssistema processual dos Juizados Especiais, ex vi do art. 1º, da Lei n. 10.259/2001 c/c os arts . 2º e 46, ambos da Lei n. 9.099/95 e art. 25, parágrafo único, da Resolução/PRESI/COJEF n . 16, de 10/06/2010. (TRF-1 - (AGREXT): 10037382620194013305, Relator.: OLÍVIA MÉRLIN SILVA, Data de Julgamento: 08/02/2024, SEGUNDA TURMA RECURSAL - BA, Data de Publicação: PJe Publicação 08/02/2024 PJe Publicação 08/02/2024) (Grifei) Ante o exposto, com fulcro no artigo 109, inciso I da CF/88, DECLARO a incompetência absoluta deste Juízo, DECLINANDO-A em favor de uma das Varas integrantes da Seção Judiciária de Rondônia. DETERMINO À CPE que proceda-se à redistribuição dos autos, com as anotações e baixas necessárias. Cumpra-se. CUMPRA-SE A(O) PRESENTE SENTENÇA/DECISÃO/DESPACHO SERVINDO COMO CARTA/MANDADO DE CITAÇÃO E INTIMAÇÃO/CARTA PRECATÓRIA/OFÍCIO/NOTIFICAÇÃO OU QUALQUER OUTRO INSTRUMENTO NECESSÁRIO PARA FINS DE CUMPRIMENTO DA ORDEM JUDICIAL PELA CENTRAL DE PROCESSOS ELETRÔNICOS DO PRIMEIRO GRAU (CPE1G)/CARTÓRIO CRIMINAL. Machadinho D'Oeste/RO, 29 de julho de 2025 Matheus Brito Nunes Diniz Juiz de Direito

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Maurina Martins Delanes x Universo Associacao Dos Aposentados E Pensionistas Dos Regimes Geral Da Previdencia Social

ID: 339240323

Tribunal: TJRO Órgão: Machadinho do Oeste - 2ª Vara Genérica Classe: PROCEDIMENTO COMUM CíVEL Nº Processo: 7001822-82.2025.8.22.0019

Data de Disponibilização: 31/07/2025

Polo Ativo:

MAURINA MARTINS DELANES

Polo Passivo:

UNIVERSO ASSOCIACAO DOS APOSENTADOS E PENSIONISTAS DOS REGIMES GERAL DA PREVIDENCIA SOCIAL

Decisão

Advogados:

VIVIANE MATOS TRICHES

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SIMONI DE MATOS LOPES

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PODER JUDICIÁRIO DO ESTADO DE RONDÔNIA Tribunal de Justiça de Rondônia Machadinho do Oeste - 2ª Vara Genérica Rua Tocantins, nº 3029, Bairro Centro, CEP 76868-000, Machadinho D'Oeste Processo: 700182… PODER JUDICIÁRIO DO ESTADO DE RONDÔNIA Tribunal de Justiça de Rondônia Machadinho do Oeste - 2ª Vara Genérica Rua Tocantins, nº 3029, Bairro Centro, CEP 76868-000, Machadinho D'Oeste Processo: 7001822-82.2025.8.22.0019 Classe: Procedimento Comum Cível Polo ativo: MAURINA MARTINS DELANES Advogado(a): VIVIANE MATOS TRICHES, OAB nº RO4695, SIMONI DE MATOS LOPES, OAB nº RO10406 Polo passivo: Advogado(a): PROCURADORIA FEDERAL EM RONDÔNIA - PF/RO DECISÃO Vistos. Trata-se de AÇÃO DECLARATÓRIA C/C REPETIÇÃO DE INDÉBITO E INDENIZAÇÃO POR DANOS MORAIS formulada por MAURINA MARTINS DELANES em face de UNIVERSO ASSOCIACAO DOS APOSENTADOS E PENSIONISTAS DOS REGIMES GERAL DA PREVIDENCIA SOCIAL e INSS - INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL. Pois bem. A legitimidade do INSS, em casos análogos, já foi examinada pelo Tribunal Regional Federal da 1ª Região e pelo Superior Tribunal de Justiça, os quais atestam ser a autarquia previdenciária parte legítima para figurar no polo passivo das ações que versam sobre descontos supostamente indevidos, consignados em benefício previdenciário e oriundos de fraude, senão vejamos: ADMINISTRATIVO. PROCESSUAL CIVIL. AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO ESPECIAL. RESPONSABILIDADE CIVIL DO ESTADO. EMPRÉSTIMO CONSIGNADO FRAUDULENTO. LEGITIMIDADE DO INSS PARA FIGURAR NO POLO PASSIVO DA DEMANDA. PRECEDENTES. 1 . É incabível o reexame de matéria fática no âmbito do recurso especial, nos termos da Súmula 7/STJ. 2. "Esta Corte Superior firmou entendimento no sentido de que o INSS é parte legítima para responder por demandas que versem sobre supostos descontos indevidos relativos a empréstimo consignado no benefício previdenciário sem a autorização do segurado. Isso porque a autarquia tem claro interesse que se opõe à pretensão deduzida, uma vez que é responsável pelos descontos efetuados, conforme redação do art. 6º da Lei 10.820/2003"(AgRg no REsp 1.370.441/RS, Rel . Ministro Mauro Campbell Marques, Segunda Turma, DJe 13/5/2015). 3. Agravo regimental a que se nega provimento. (STJ - AgRg no REsp: 1335598 SC 2012/0154129-5, Relator.: Ministro SÉRGIO KUKINA, Data de Julgamento: 15/09/2015, T1 - PRIMEIRA TURMA, Data de Publicação: DJe 24/09/2015) (Grifei) PREVIDENCIÁRIO, CIVIL E PROCESSUAL CIVIL. RESPONSABILIDADE CIVIL. DESCONTOS INDEVIDOS EM BENEFÍCIO PREVIDENCIÁRIO. REPETIÇÃO DE VALORES DESCONTADOS. POSSIBILIDADE. INDENIZATÓRIA POR DANOS MORAIS DEVIDOS. DEVER DO ENTE PÚBLICO DE RESSARCIR OS DESCONTOS INDEVIDOS E DE INDENIZAR. DANO MORAL CONFIGURADO. LEGITIMIDADE PASSIVA DO INSS. PRECEDENTE STJ. APELAÇÃO DA PARTE AUTORA PARCIALMENTE PROVIDA. APELAÇÃO DO INSS DESPROVIDA. 1. Trata-se de recursos de apelação interpostos pelo autor e pelo INSS em face de sentença que julgou procedente em parte o pedido para reconhecer os descontos indevidos no benefício do autor, a título de contribuição associativa, e condenar o INSS a restituir os valores indevidamente descontados. 2. A controvérsia recursal trazida pela parte ré se resume na alegação de sua ilegitimidade passiva; na ocorrência da prescrição trienal e na ausência de provas da responsabilidade pelos descontos indevidos. A controvérsia recursal trazida pela parte autora se resume na alegação de que o dano verificado pelo juízo a quo se convola, também, em dano moral; que os valores descontados indevidamente devem ser devolvidos em dobro; e que não houve arbitramento de honorários de sucumbência, apesar da sentença ter sido parcialmente procedente. [...] 3. A jurisprudência do STJ e do TRF1 é clara ao reconhecer a legitimidade da autarquia em casos de fraude em empréstimo consignado com descontos nos proventos de aposentadoria, configurando corresponsabilidade pelos danos causados. (TRF1- AC: 0002252-72.2005.4.01.3900, Rel. Juiz Fed. João Paulo Piropo de Abreu, Quinta Turma, DJe 29/10/2024).. Apelação do INSS desprovida. (AC 1003708-03.2024.4.01.3503, DESEMBARGADOR FEDERAL EDUARDO MORAIS DA ROCHA, TRF1 - PRIMEIRA TURMA, PJe 01/04/2025 PAG (Grifei) Sobre a competência para julgar demandas envolvendo a autarquia federal, a Constituição Federal, em seu artigo 109, estabelece que compete aos juízes federais julgar as causas em que a União, suas autarquias ou empresas públicas federais forem parte (inciso I). O §3º do mesmo artigo dispõe que: Art. 109. [...] §3º. Serão processadas e julgadas na Justiça Estadual, no foro do domicílio dos segurados ou beneficiários, as causas em que forem parte instituição de previdência social e segurado, sempre que a comarca não seja sede de vara do juízo federal, e, se verificada essa condição, a lei poderá permitir que outras causas sejam também processadas e julgadas pela justiça estadual. Além disso, o artigo 15 da Lei nº5.010/1966, que organiza a Justiça Federal de primeira instância, também prevê hipóteses excepcionais de competência da Justiça Estadual quando não houver vara federal na comarca, mas apenas nos casos de concessão de benefícios previdenciários de natureza pecuniária, situação que não se amolda à hipótese dos presentes autos. Desse modo, não se aplica a competência delegada à Justiça Estadual, prevista no §3º do artigo 109 da CF, tampouco as exceções da Lei nº 5.010/1966. Nesse sentido caminha a jurisprudência do Tribunal Regional Federal da 1ª Região: ADMINISTRATIVO. RECURSO CONTRA SENTENÇA. TEMPESTIVIDADE DO RECURSO. BENEFÍCIO PREVIDENCIÁRIO. ALEGAÇÃO DE DESCONTO FRAUDULENTO. ASSOCIAÇÃO. LEGITIMIDADE DO INSS. COMPETÊNCIA DA JUSTIÇA FEDERAL . RECURSO PROVIDO. SENTENÇA ANULADA. [...] 3. De partida, importante esclarecer que não se aplica o tema 183 da TNU na medida em que não se cuida de empréstimo consignado, mas de desconto indevido em benefício previdenciário realizado pelo INSS em razão de informação prestada por associação. A hipótese, portanto, faz incidir a regra do artigo 37, §6º da CF. Não há como negar legitimidade passiva ao INSS para figurar no polo passivo da presente demanda, na exata medida em que a autarquia previdenciária tem a incumbência de fiscalizar os descontos realizados no benefício previdenciário dos segurados da Previdência Social. Inclusive, o Decreto 8.690/2016 dispõe expressamente em seu artigo 4º, §1º que as consignações somente poderão ser incluídas na forma de pagamento após a autorização expressa do consignado. Da mesma forma dispõe o artigo 115, V da Lei 8.231/91 no sentido de que podem ser descontadas do benefício previdenciário as mensalidades de associações e demais entidades de aposentados legalmente reconhecidas, desde que autorizadas por seus filiados. Evidente, portanto, que a autorização deve ocorrer perante o INSS, não podendo a autarquia se esquivar de sua responsabilidade legal em razão de acordo de cooperação. Dessa forma, fixo a competência da Justiça Federal em razão da legitimidade passiva do INSS para compor o polo passivo. 4. Recurso provido para anular a sentença e determinar o retorno dos autos ao juízo de origem, a fim de que seja dado regular prosseguimento ao feito. 5. Sem condenação em honorários advocatícios, em razão da ausência de recorrente vencido (art. 55 da lei nº 9.099/95).6 . Acórdão e voto de igual teor em prestígio aos princípios da simplicidade e informalidade norteadores do microssistema processual dos Juizados Especiais, ex vi do art. 1º, da Lei n. 10.259/2001 c/c os arts . 2º e 46, ambos da Lei n. 9.099/95 e art. 25, parágrafo único, da Resolução/PRESI/COJEF n . 16, de 10/06/2010. (TRF-1 - (AGREXT): 10037382620194013305, Relator.: OLÍVIA MÉRLIN SILVA, Data de Julgamento: 08/02/2024, SEGUNDA TURMA RECURSAL - BA, Data de Publicação: PJe Publicação 08/02/2024 PJe Publicação 08/02/2024) (Grifei) Ante o exposto, com fulcro no artigo 109, inciso I da CF/88, DECLARO a incompetência absoluta deste Juízo, DECLINANDO-A em favor de uma das Varas integrantes da Seção Judiciária de Rondônia. DETERMINO À CPE que proceda-se à redistribuição dos autos, com as anotações e baixas necessárias. Cumpra-se. CUMPRA-SE A(O) PRESENTE SENTENÇA/DECISÃO/DESPACHO SERVINDO COMO CARTA/MANDADO DE CITAÇÃO E INTIMAÇÃO/CARTA PRECATÓRIA/OFÍCIO/NOTIFICAÇÃO OU QUALQUER OUTRO INSTRUMENTO NECESSÁRIO PARA FINS DE CUMPRIMENTO DA ORDEM JUDICIAL PELA CENTRAL DE PROCESSOS ELETRÔNICOS DO PRIMEIRO GRAU (CPE1G)/CARTÓRIO CRIMINAL. Machadinho D'Oeste/RO, 30 de julho de 2025 Matheus Brito Nunes Diniz Juiz de Direito

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Imaculada Conceicao De Souza x A Associacao No Brasil De Aposentados E Pensionistas Da Previdencia Social - Ap Brasil

ID: 322158893

Tribunal: TJRO Órgão: Machadinho do Oeste - 2ª Vara Genérica Classe: PROCEDIMENTO COMUM CíVEL Nº Processo: 7001277-12.2025.8.22.0019

Data de Disponibilização: 10/07/2025

Polo Ativo:

IMACULADA CONCEICAO DE SOUZA

Polo Passivo:

A ASSOCIACAO NO BRASIL DE APOSENTADOS E PENSIONISTAS DA PREVIDENCIA SOCIAL - AP BRASIL

Decisão

Advogados:

VIVIANE MATOS TRICHES

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VANESSA DIAS DOS SANTOS

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PODER JUDICIÁRIO DO ESTADO DE RONDÔNIA Tribunal de Justiça de Rondônia Machadinho do Oeste - 2ª Vara Genérica Rua Tocantins, nº 3029, Bairro Centro, CEP 76868-000, Machadinho D'Oeste Processo: 700127… PODER JUDICIÁRIO DO ESTADO DE RONDÔNIA Tribunal de Justiça de Rondônia Machadinho do Oeste - 2ª Vara Genérica Rua Tocantins, nº 3029, Bairro Centro, CEP 76868-000, Machadinho D'Oeste Processo: 7001277-12.2025.8.22.0019 Classe: Procedimento Comum Cível Polo ativo: IMACULADA CONCEICAO DE SOUZA Advogado(a): VANESSA DIAS DOS SANTOS, OAB nº RO14522, VIVIANE MATOS TRICHES, OAB nº RO4695 Polo passivo: A ASSOCIACAO NO BRASIL DE APOSENTADOS E PENSIONISTAS DA PREVIDENCIA SOCIAL - AP BRASIL Advogado(a): SEM ADVOGADO(S) DECISÃO Vistos. Trata-se de AÇÃO DECLARATÓRIA C/C REPETIÇÃO DE INDÉBITO E INDENIZAÇÃO POR DANOS MORAIS formulada por IMACULADA CONCEIÇÃO DE SOUZA em face de ASSOCIACAO NO BRASIL DE APOSENTADOS E PENSIONISTAS DA PREVIDENCIA SOCIAL - AP BRASIL. Em petição de ID 121261433, a parte autora pugnou pela inclusão do INSS no polo passivo da demanda. Pois bem. A legitimidade do INSS, em casos análogos, já foi examinada pelo Tribunal Regional Federal da 1ª Região e pelo Superior Tribunal de Justiça, os quais atestam ser a autarquia previdenciária parte legítima para figurar no polo passivo das ações que versam sobre descontos supostamente indevidos, consignados em benefício previdenciário e oriundos de fraude, senão vejamos: ADMINISTRATIVO. PROCESSUAL CIVIL. AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO ESPECIAL. RESPONSABILIDADE CIVIL DO ESTADO. EMPRÉSTIMO CONSIGNADO FRAUDULENTO. LEGITIMIDADE DO INSS PARA FIGURAR NO POLO PASSIVO DA DEMANDA. PRECEDENTES. 1 . É incabível o reexame de matéria fática no âmbito do recurso especial, nos termos da Súmula 7/STJ. 2. "Esta Corte Superior firmou entendimento no sentido de que o INSS é parte legítima para responder por demandas que versem sobre supostos descontos indevidos relativos a empréstimo consignado no benefício previdenciário sem a autorização do segurado. Isso porque a autarquia tem claro interesse que se opõe à pretensão deduzida, uma vez que é responsável pelos descontos efetuados, conforme redação do art. 6º da Lei 10.820/2003"(AgRg no REsp 1.370.441/RS, Rel . Ministro Mauro Campbell Marques, Segunda Turma, DJe 13/5/2015). 3. Agravo regimental a que se nega provimento. (STJ - AgRg no REsp: 1335598 SC 2012/0154129-5, Relator.: Ministro SÉRGIO KUKINA, Data de Julgamento: 15/09/2015, T1 - PRIMEIRA TURMA, Data de Publicação: DJe 24/09/2015) (Grifei) PREVIDENCIÁRIO, CIVIL E PROCESSUAL CIVIL. RESPONSABILIDADE CIVIL. DESCONTOS INDEVIDOS EM BENEFÍCIO PREVIDENCIÁRIO. REPETIÇÃO DE VALORES DESCONTADOS. POSSIBILIDADE. INDENIZATÓRIA POR DANOS MORAIS DEVIDOS. DEVER DO ENTE PÚBLICO DE RESSARCIR OS DESCONTOS INDEVIDOS E DE INDENIZAR. DANO MORAL CONFIGURADO. LEGITIMIDADE PASSIVA DO INSS. PRECEDENTE STJ. APELAÇÃO DA PARTE AUTORA PARCIALMENTE PROVIDA. APELAÇÃO DO INSS DESPROVIDA. 1. Trata-se de recursos de apelação interpostos pelo autor e pelo INSS em face de sentença que julgou procedente em parte o pedido para reconhecer os descontos indevidos no benefício do autor, a título de contribuição associativa, e condenar o INSS a restituir os valores indevidamente descontados. 2. A controvérsia recursal trazida pela parte ré se resume na alegação de sua ilegitimidade passiva; na ocorrência da prescrição trienal e na ausência de provas da responsabilidade pelos descontos indevidos. A controvérsia recursal trazida pela parte autora se resume na alegação de que o dano verificado pelo juízo a quo se convola, também, em dano moral; que os valores descontados indevidamente devem ser devolvidos em dobro; e que não houve arbitramento de honorários de sucumbência, apesar da sentença ter sido parcialmente procedente. [...] 3. A jurisprudência do STJ e do TRF1 é clara ao reconhecer a legitimidade da autarquia em casos de fraude em empréstimo consignado com descontos nos proventos de aposentadoria, configurando corresponsabilidade pelos danos causados. (TRF1- AC: 0002252-72.2005.4.01.3900, Rel. Juiz Fed. João Paulo Piropo de Abreu, Quinta Turma, DJe 29/10/2024).. Apelação do INSS desprovida. (AC 1003708-03.2024.4.01.3503, DESEMBARGADOR FEDERAL EDUARDO MORAIS DA ROCHA, TRF1 - PRIMEIRA TURMA, PJe 01/04/2025 PAG (Grifei) Portanto, DEFIRO a inclusão do INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL – INSS no polo passivo da demanda. Assim, DETERMINO à CPE que promova sua inclusão na lide. Sobre a competência para julgar demandas envolvendo a autarquia federal, a Constituição Federal, em seu artigo 109, estabelece que compete aos juízes federais julgar as causas em que a União, suas autarquias ou empresas públicas federais forem parte (inciso I). O §3º do mesmo artigo dispõe que: Art. 109. [...] §3º. Serão processadas e julgadas na Justiça Estadual, no foro do domicílio dos segurados ou beneficiários, as causas em que forem parte instituição de previdência social e segurado, sempre que a comarca não seja sede de vara do juízo federal, e, se verificada essa condição, a lei poderá permitir que outras causas sejam também processadas e julgadas pela justiça estadual. Além disso, o artigo 15 da Lei nº5.010/1966, que organiza a Justiça Federal de primeira instância, também prevê hipóteses excepcionais de competência da Justiça Estadual quando não houver vara federal na comarca, mas apenas nos casos de concessão de benefícios previdenciários de natureza pecuniária, situação que não se amolda à hipótese dos presentes autos. Desse modo, não se aplica a competência delegada à Justiça Estadual, prevista no §3º do artigo 109 da CF, tampouco as exceções da Lei nº 5.010/1966. Nesse sentido caminha a jurisprudência do Tribunal Regional Federal da 1ª Região: ADMINISTRATIVO. RECURSO CONTRA SENTENÇA. TEMPESTIVIDADE DO RECURSO. BENEFÍCIO PREVIDENCIÁRIO. ALEGAÇÃO DE DESCONTO FRAUDULENTO. ASSOCIAÇÃO. LEGITIMIDADE DO INSS. COMPETÊNCIA DA JUSTIÇA FEDERAL . RECURSO PROVIDO. SENTENÇA ANULADA. [...] 3. De partida, importante esclarecer que não se aplica o tema 183 da TNU na medida em que não se cuida de empréstimo consignado, mas de desconto indevido em benefício previdenciário realizado pelo INSS em razão de informação prestada por associação. A hipótese, portanto, faz incidir a regra do artigo 37, §6º da CF. Não há como negar legitimidade passiva ao INSS para figurar no polo passivo da presente demanda, na exata medida em que a autarquia previdenciária tem a incumbência de fiscalizar os descontos realizados no benefício previdenciário dos segurados da Previdência Social. Inclusive, o Decreto 8.690/2016 dispõe expressamente em seu artigo 4º, §1º que as consignações somente poderão ser incluídas na forma de pagamento após a autorização expressa do consignado. Da mesma forma dispõe o artigo 115, V da Lei 8.231/91 no sentido de que podem ser descontadas do benefício previdenciário as mensalidades de associações e demais entidades de aposentados legalmente reconhecidas, desde que autorizadas por seus filiados. Evidente, portanto, que a autorização deve ocorrer perante o INSS, não podendo a autarquia se esquivar de sua responsabilidade legal em razão de acordo de cooperação. Dessa forma, fixo a competência da Justiça Federal em razão da legitimidade passiva do INSS para compor o polo passivo. 4. Recurso provido para anular a sentença e determinar o retorno dos autos ao juízo de origem, a fim de que seja dado regular prosseguimento ao feito. 5. Sem condenação em honorários advocatícios, em razão da ausência de recorrente vencido (art. 55 da lei nº 9.099/95).6 . Acórdão e voto de igual teor em prestígio aos princípios da simplicidade e informalidade norteadores do microssistema processual dos Juizados Especiais, ex vi do art. 1º, da Lei n. 10.259/2001 c/c os arts . 2º e 46, ambos da Lei n. 9.099/95 e art. 25, parágrafo único, da Resolução/PRESI/COJEF n . 16, de 10/06/2010. (TRF-1 - (AGREXT): 10037382620194013305, Relator.: OLÍVIA MÉRLIN SILVA, Data de Julgamento: 08/02/2024, SEGUNDA TURMA RECURSAL - BA, Data de Publicação: PJe Publicação 08/02/2024 PJe Publicação 08/02/2024) (Grifei) Ante o exposto, com fulcro no artigo 109, inciso I da CF/88, DECLARO a incompetência absoluta deste Juízo, DECLINANDO-A em favor de uma das Varas integrantes da Seção Judiciária de Rondônia. DETERMINO À CPE que proceda-se à redistribuição dos autos, com as anotações e baixas necessárias. Cumpra-se. CUMPRA-SE A(O) PRESENTE SENTENÇA/DECISÃO/DESPACHO SERVINDO COMO CARTA/MANDADO DE CITAÇÃO E INTIMAÇÃO/CARTA PRECATÓRIA/OFÍCIO/NOTIFICAÇÃO OU QUALQUER OUTRO INSTRUMENTO NECESSÁRIO PARA FINS DE CUMPRIMENTO DA ORDEM JUDICIAL PELA CENTRAL DE PROCESSOS ELETRÔNICOS DO PRIMEIRO GRAU (CPE1G)/CARTÓRIO CRIMINAL. Machadinho D'Oeste/RO, 9 de julho de 2025 Matheus Brito Nunes Diniz Juiz de Direito

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Maria Amalia De Jesus Oliveira x Unsbras - Uniao Dos Aposentados E Pensionistas Do Brasil

ID: 325116092

Tribunal: TJRO Órgão: Machadinho do Oeste - 2ª Vara Genérica Classe: PROCEDIMENTO COMUM CíVEL Nº Processo: 7002534-72.2025.8.22.0019

Data de Disponibilização: 15/07/2025

Polo Ativo:

MARIA AMALIA DE JESUS OLIVEIRA

Polo Passivo:

UNSBRAS - UNIAO DOS APOSENTADOS E PENSIONISTAS DO BRASIL

Decisão

Advogados:

JULIANE RIBEIRO SIMAO

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PODER JUDICIÁRIO DO ESTADO DE RONDÔNIA Tribunal de Justiça de Rondônia Machadinho do Oeste - 2ª Vara Genérica Rua Tocantins, nº 3029, Bairro Centro, CEP 76868-000, Machadinho D'Oeste Processo: 700253… PODER JUDICIÁRIO DO ESTADO DE RONDÔNIA Tribunal de Justiça de Rondônia Machadinho do Oeste - 2ª Vara Genérica Rua Tocantins, nº 3029, Bairro Centro, CEP 76868-000, Machadinho D'Oeste Processo: 7002534-72.2025.8.22.0019 Classe: Procedimento Comum Cível Polo ativo: MARIA AMALIA DE JESUS OLIVEIRA Advogado(a): JULIANE RIBEIRO SIMAO, OAB nº RO12970 Polo passivo: Advogado(a): PROCURADORIA BANCO PAN S.A, PROCURADORIA BANCO SANTANDER (BRASIL) S.A., PROCURADORIA BANRISUL - BANCO DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL, PROCURADORIA ITAU UNIBANCO S.A., BRADESCO DECISÃO Trata-se de AÇÃO DECLARATÓRIA C/C REPETIÇÃO DE INDÉBITO E INDENIZAÇÃO POR DANOS MORAIS formulada por MARIA AMALIA DE JESUS OLIVEIRAem face de BANCO PAN S.A., BANCO SANTANDER (BRASIL) S/A, BANCO DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL SA, ITAU UNIBANCO HOLDING S.A., Banco Bradesco, INSS - INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL, UNSBRAS - UNIAO DOS APOSENTADOS E PENSIONISTAS DO BRASIL Pois bem. A legitimidade do INSS, em casos análogos, já foi examinada pelo Tribunal Regional Federal da 1ª Região e pelo Superior Tribunal de Justiça, os quais atestam ser a autarquia previdenciária parte legítima para figurar no polo passivo das ações que versam sobre descontos supostamente indevidos, consignados em benefício previdenciário e oriundos de fraude, senão vejamos: ADMINISTRATIVO. PROCESSUAL CIVIL. AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO ESPECIAL. RESPONSABILIDADE CIVIL DO ESTADO. EMPRÉSTIMO CONSIGNADO FRAUDULENTO. LEGITIMIDADE DO INSS PARA FIGURAR NO POLO PASSIVO DA DEMANDA. PRECEDENTES. 1 . É incabível o reexame de matéria fática no âmbito do recurso especial, nos termos da Súmula 7/STJ. 2. "Esta Corte Superior firmou entendimento no sentido de que o INSS é parte legítima para responder por demandas que versem sobre supostos descontos indevidos relativos a empréstimo consignado no benefício previdenciário sem a autorização do segurado. Isso porque a autarquia tem claro interesse que se opõe à pretensão deduzida, uma vez que é responsável pelos descontos efetuados, conforme redação do art. 6º da Lei 10.820/2003"(AgRg no REsp 1.370.441/RS, Rel . Ministro Mauro Campbell Marques, Segunda Turma, DJe 13/5/2015). 3. Agravo regimental a que se nega provimento. (STJ - AgRg no REsp: 1335598 SC 2012/0154129-5, Relator.: Ministro SÉRGIO KUKINA, Data de Julgamento: 15/09/2015, T1 - PRIMEIRA TURMA, Data de Publicação: DJe 24/09/2015) (Grifei) PREVIDENCIÁRIO, CIVIL E PROCESSUAL CIVIL. RESPONSABILIDADE CIVIL. DESCONTOS INDEVIDOS EM BENEFÍCIO PREVIDENCIÁRIO. REPETIÇÃO DE VALORES DESCONTADOS. POSSIBILIDADE. INDENIZATÓRIA POR DANOS MORAIS DEVIDOS. DEVER DO ENTE PÚBLICO DE RESSARCIR OS DESCONTOS INDEVIDOS E DE INDENIZAR. DANO MORAL CONFIGURADO. LEGITIMIDADE PASSIVA DO INSS. PRECEDENTE STJ. APELAÇÃO DA PARTE AUTORA PARCIALMENTE PROVIDA. APELAÇÃO DO INSS DESPROVIDA. 1. Trata-se de recursos de apelação interpostos pelo autor e pelo INSS em face de sentença que julgou procedente em parte o pedido para reconhecer os descontos indevidos no benefício do autor, a título de contribuição associativa, e condenar o INSS a restituir os valores indevidamente descontados. 2. A controvérsia recursal trazida pela parte ré se resume na alegação de sua ilegitimidade passiva; na ocorrência da prescrição trienal e na ausência de provas da responsabilidade pelos descontos indevidos. A controvérsia recursal trazida pela parte autora se resume na alegação de que o dano verificado pelo juízo a quo se convola, também, em dano moral; que os valores descontados indevidamente devem ser devolvidos em dobro; e que não houve arbitramento de honorários de sucumbência, apesar da sentença ter sido parcialmente procedente. [...] 3. A jurisprudência do STJ e do TRF1 é clara ao reconhecer a legitimidade da autarquia em casos de fraude em empréstimo consignado com descontos nos proventos de aposentadoria, configurando corresponsabilidade pelos danos causados. (TRF1- AC: 0002252-72.2005.4.01.3900, Rel. Juiz Fed. João Paulo Piropo de Abreu, Quinta Turma, DJe 29/10/2024).. Apelação do INSS desprovida. (AC 1003708-03.2024.4.01.3503, DESEMBARGADOR FEDERAL EDUARDO MORAIS DA ROCHA, TRF1 - PRIMEIRA TURMA, PJe 01/04/2025 PAG (Grifei) Contudo, quanto a competência para julgar demandas envolvendo a autarquia federal, a Constituição Federal, em seu artigo 109, estabelece que compete aos juízes federais julgar as causas em que a União, suas autarquias ou empresas públicas federais forem parte (inciso I). O §3º do mesmo artigo dispõe que: Art. 109. [...] §3º. Serão processadas e julgadas na Justiça Estadual, no foro do domicílio dos segurados ou beneficiários, as causas em que forem parte instituição de previdência social e segurado, sempre que a comarca não seja sede de vara do juízo federal, e, se verificada essa condição, a lei poderá permitir que outras causas sejam também processadas e julgadas pela justiça estadual. Além disso, o artigo 15 da Lei nº5.010/1966, que organiza a Justiça Federal de primeira instância, também prevê hipóteses excepcionais de competência da Justiça Estadual quando não houver vara federal na comarca, mas apenas nos casos de concessão de benefícios previdenciários de natureza pecuniária, situação que não se amolda à hipótese dos presentes autos. Desse modo, não se aplica a competência delegada à Justiça Estadual, prevista no §3º do artigo 109 da CF, tampouco as exceções da Lei nº 5.010/1966. Nesse sentido caminha a jurisprudência do Tribunal Regional Federal da 1ª Região: ADMINISTRATIVO. RECURSO CONTRA SENTENÇA. TEMPESTIVIDADE DO RECURSO. BENEFÍCIO PREVIDENCIÁRIO. ALEGAÇÃO DE DESCONTO FRAUDULENTO. ASSOCIAÇÃO. LEGITIMIDADE DO INSS. COMPETÊNCIA DA JUSTIÇA FEDERAL . RECURSO PROVIDO. SENTENÇA ANULADA. [...] 3. De partida, importante esclarecer que não se aplica o tema 183 da TNU na medida em que não se cuida de empréstimo consignado, mas de desconto indevido em benefício previdenciário realizado pelo INSS em razão de informação prestada por associação. A hipótese, portanto, faz incidir a regra do artigo 37, §6º da CF. Não há como negar legitimidade passiva ao INSS para figurar no polo passivo da presente demanda, na exata medida em que a autarquia previdenciária tem a incumbência de fiscalizar os descontos realizados no benefício previdenciário dos segurados da Previdência Social. Inclusive, o Decreto 8.690/2016 dispõe expressamente em seu artigo 4º, §1º que as consignações somente poderão ser incluídas na forma de pagamento após a autorização expressa do consignado. Da mesma forma dispõe o artigo 115, V da Lei 8.231/91 no sentido de que podem ser descontadas do benefício previdenciário as mensalidades de associações e demais entidades de aposentados legalmente reconhecidas, desde que autorizadas por seus filiados. Evidente, portanto, que a autorização deve ocorrer perante o INSS, não podendo a autarquia se esquivar de sua responsabilidade legal em razão de acordo de cooperação. Dessa forma, fixo a competência da Justiça Federal em razão da legitimidade passiva do INSS para compor o polo passivo. 4. Recurso provido para anular a sentença e determinar o retorno dos autos ao juízo de origem, a fim de que seja dado regular prosseguimento ao feito. 5. Sem condenação em honorários advocatícios, em razão da ausência de recorrente vencido (art. 55 da lei nº 9.099/95).6 . Acórdão e voto de igual teor em prestígio aos princípios da simplicidade e informalidade norteadores do microssistema processual dos Juizados Especiais, ex vi do art. 1º, da Lei n. 10.259/2001 c/c os arts . 2º e 46, ambos da Lei n. 9.099/95 e art. 25, parágrafo único, da Resolução/PRESI/COJEF n . 16, de 10/06/2010. (TRF-1 - (AGREXT): 10037382620194013305, Relator.: OLÍVIA MÉRLIN SILVA, Data de Julgamento: 08/02/2024, SEGUNDA TURMA RECURSAL - BA, Data de Publicação: PJe Publicação 08/02/2024 PJe Publicação 08/02/2024) (Grifei) Ante o exposto, com fulcro no artigo 109, inciso I da CF/88, DECLARO a incompetência absoluta deste Juízo, DECLINANDO-A em favor de uma das Varas integrantes da Seção Judiciária de Rondônia. DETERMINO À CPE que proceda-se à redistribuição dos autos, com as anotações e baixas necessárias. Cumpra-se. CUMPRA-SE A(O) PRESENTE SENTENÇA/DECISÃO/DESPACHO SERVINDO COMO CARTA/MANDADO DE CITAÇÃO E INTIMAÇÃO/CARTA PRECATÓRIA/OFÍCIO/NOTIFICAÇÃO OU QUALQUER OUTRO INSTRUMENTO NECESSÁRIO PARA FINS DE CUMPRIMENTO DA ORDEM JUDICIAL PELA CENTRAL DE PROCESSOS ELETRÔNICOS DO PRIMEIRO GRAU (CPE1G)/CARTÓRIO CRIMINAL. Machadinho D'Oeste/RO, 14 de julho de 2025 Elaine Cristina Pereira Juíza Substituta

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Processo nº 5011068-64.2023.8.08.0030

ID: 259335974

Tribunal: TJES Órgão: Linhares - Juizado Especial Criminal e Fazenda Pública Classe: Procedimento do Juizado Especial da Fazenda Pública Nº Processo: 5011068-64.2023.8.08.0030

Data de Disponibilização: 23/04/2025

Polo Ativo:

ANDREIA DURVAL ROMUALDO DAMARIS FERREIRA PIASSI EDILAINE NOGUEIRA GOMES MORAES GABRIELLA GOIS CAMPO D. SIQUEIRA LEUDIMAR SANTANA GONÇALVES NATáLIA FABRIS GAMA, RENAN DA SILVA PEIXOTO R. N. G. D. S.

Polo Passivo:

Intimação - Diário

Advogados:

MARINA FIOROTI BAYER

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RAYANY MESSA MAIA PEREIRA

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NICOLAS MARCONDES NUNO RIBEIRO

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EZEQUIEL NUNO RIBEIRO

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ESTADO DO ESPÍRITO SANTO PODER JUDICIÁRIO Juízo de Linhares - Juizado Especial Criminal e Fazenda Pública Rua Alair Garcia Duarte, S/N, Fórum Desembargador Mendes Wanderley, Três Barras, LINHARES - E… ESTADO DO ESPÍRITO SANTO PODER JUDICIÁRIO Juízo de Linhares - Juizado Especial Criminal e Fazenda Pública Rua Alair Garcia Duarte, S/N, Fórum Desembargador Mendes Wanderley, Três Barras, LINHARES - ES - CEP: 29907-110 Telefone:(27) 33716178 PROCESSO Nº 5011068-64.2023.8.08.0030 PROCEDIMENTO DO JUIZADO ESPECIAL DA FAZENDA PÚBLICA (14695) REQUERENTE: R. N. G. D. S., EDILAINE NOGUEIRA GOMES MORAES, RENAN DA SILVA PEIXOTO REQUERIDO: MUNICIPIO DE LINHARES Advogados do(a) REQUERENTE: EZEQUIEL NUNO RIBEIRO - ES7686, MARINA FIOROTI BAYER - ES34737, NICOLAS MARCONDES NUNO RIBEIRO - ES25800, RAYANY MESSA MAIA PEREIRA - ES35682 P R O J E T O D E S E N T E N Ç A Vistos etc... Dispenso o relatório na forma do artigo 38 da Lei 9.099/95. Cuidam os autos de ação de indenização por danos morais, sob argumento de que o seu filho dos autores, menor, sofreu acidente doméstico, lesionando o braço, buscando atendimento na unidade de pronto atendimento municipal, sendo atendido, prescritos medicamentos, tendo recebido alta para ir para seu lar. Após queixar-se de dor durante a noite, retornou para atendimento no dia seguinte, quando foi encaminhado para médico ortopedista, quanto então, foi constatado que estava com o braço fraturado, quando então seu braço foi engessado. Em razão de tais fatos, argumenta que houve negligência médica, requerendo a indenização por danos morais. O requerido, em contestação, de forma resumida, argumenta que os fatos não ocorreram na forma narrada, e ainda, que o tratamento realizado em prol do autor foi adequado, inexistindo provas de erro relativo ao procedimento realizado, inexistindo o dever de indenizar, requerendo a improcedência dos pedidos. É o breve relatório, PASSO A DECIDIR. O feito está apto para julgamento, pois as preliminares já foram devidamente ultrapassadas, não havendo outras irregularidades a serem suprimidas, portanto, dou por saneado o feito e passo a apreciar o MÉRITO. Entendo que o feito deve seguir o caminho da procedência, conforme passo a expor: A indenização pleiteada baseia-se em suposta falha do Poder Público em dispensar os devidos cuidados a paciente com problema de saúde, gerando danos morais. A responsabilidade civil do Estado pelos danos causados por seus agentes a terceiros é, em regra, objetiva (art. 37, §6º da CF), observando-se a teoria do risco administrativo, segundo a qual não se perquire a culpa, mas sim o nexo de causalidade entre o serviço público oferecido e o dano sofrido pelo administrado, devendo ser verificada a ocorrência dos seguintes elementos: i) o ato ilícito praticado pelo agente público; ii) o dano específico ao administrado; e iii) o nexo de causalidade entre a conduta e o dano sofrido. No caso em análise, entendo que houve falha, pois o autor foi atendido e diagnosticado em 08/10/2023, quando foi realizado exame de raio-x em seu braço, não sendo constatada fratura, recebendo alta. No dia seguinte, em razão das dores, foi novamente buscar atendimento na Unidade de Ponto Atendimento, quando então, foi encaminhado para atendimento com ortopedista, que constatou a fratura, quando teve o braço engessado. Todas as provas constantes dos autos corroboram os argumentos da inicial, no que concerne ao atendimento inicial, sem constatação da fratura, bem como, que somente após atendimento com ortopedista, constatou-se que o braço do menor estava fraturado. Apesar da médica ortopedista ter prestado depoimento que inexistiria prejuízo médico quanto ao engessamento do braço somente no outro dia, esta afirmou que a falta de imobilização pode ensejar quadro de dor, que foi o que ocorreu com o menor. Portanto, entendo que houve uma inadequação no atendimento inicial dispensado ao menor, pois apesar de ter sido realizado raio-x em seu braço, não houve a constatação da fratura, o que fez com que permanecesse com seu braço sem imobilização, gerando dores, o que representa uma falha no atendimento. Portanto, temos que houve a prática de um ato eivado de imperícia, que como consequência, gerou dores desnecessárias ao autor, havendo, assim, um ato ilícito que resultou em dano, o que demonstra o nexo de causalidade. Em caso semelhante, segue julgado: 52691596 - DIREITO ADMINISTRATIVO E PROCESSUAL CIVIL. MENOR. POLO ATIVO. PLEITO DE CUNHO MERAMENTE PATRIMONIAL. COMPETÊNCIA DO JUIZADO ESPECIAL DA FAZENDA PÚBLICA. RECURSO INOMINADO. RESPONSABILIDADE CIVIL DO MUNICÍPIO. ERRO MÉDICO. ATENDIMENTO EM HOSPITAL MUNICIPAL. AUSÊNCIA DE EXAMES ADEQUADOS. AGRAVAMENTO DO QUADRO CLÍNICO. DANO MORAL CONFIGURADO. SENTENÇA MANTIDA. RECURSO CONHECIDO E DESPROVIDO. A responsabilidade civil do Município, nos termos do art. 37, § 6º, da Constituição Federal, é objetiva e baseia-se na teoria do risco administrativo, de modo que exige a comprovação da conduta estatal, do dano e do nexo causal entre ambos. As provas colacionadas evidenciam que, no atendimento inicial ao autor, mesmo diante de claros indícios de fratura indicados pelo SAMU, não foram realizados exames essenciais, o que resultou na liberação do paciente sem o diagnóstico correto. A fratura foi constatada apenas nove dias após o acidente, em novo atendimento. O agravamento do quadro clínico, a permanência em estado de dor e a impossibilidade de mobilidade configuram danos diretamente relacionados à conduta do atendimento médico. Demonstrado, portanto, o nexo causal entre o serviço público deficiente e os prejuízos sofridos pelo autor. Recurso conhecido e improvido. (JECMT; RInom 1003708-02.2023.8.11.0051; Primeira Turma Recursal; Rel. Juiz Eduardo Calmon de Almeida Cézar; Julg 24/03/2025; DJMT 28/03/2025) 6200660536 - APELAÇÃO CÍVEL. DIREITO ADMINISTRATIVO. RESPONSABILIDADE CIVIL DO ESTADO. Dano moral. Falha em atendimento médico. Erro de diagnóstico. Sentença de parcial procedência, que fixa o quantum indenizatório em R$ 8.000,00. Irresignação do município. Autor que sofreu queda de árvore, sendo diagnosticado com trauma em ombro esquerdo, com prescrição de medicamentos, curativo e imobilização, em hospital municipal. Novo atendimento em outro nosocômio, no dia seguinte, que constatou hemopneumotórax esquerdo e fratura de escápula esquerda, com necessidade de procedimento cirúrgico de urgência e internação por 12 (doze) dias. Laudo pericial no sentido de que os serviços prestados pelos réus estavam eivados de vícios. Falha no atuar da parte ré, que levou o autor a conviver não apenas com as dores físicas do diagnóstico e tratamento mal executados, mas também com a perturbação emocional. Hipótese de responsabilidade objetiva do estado, nos termos do § 6º do art. 37, da Constituição da República. Ente público que não logrou demonstrar causas excludentes de sua responsabilidade. Dano moral caracterizado. Verba indenizatória adequadamente arbitrada. Desprovimento do recurso. (TJRJ; APL 0005501-52.2014.8.19.0029; Oitava Câmara de Direito Publico; Relª Desª Flavia Romano de Rezende; Julg. 20/02/2025; DORJ 24/02/2025) Certamente, permanecer com o braço fraturado sem a devida imobilização, gera dor e sofrimento desnecessário, ultrapassando a esfera do mero aborrecimento, configurando o dano moral pretendido, a ser reparado pela indenização. Definida a existência do dano, resta saber o quantum a ser indenizado. Para tanto, o valor da indenização deve seguir critérios de razoabilidade, sempre buscando um equilíbrio, visando evitar o enriquecimento ilícito de quem recebe e o empobrecimento desnecessário ou abalo financeiro de quem paga, contudo, sempre buscando uma reparação compensatória para a dor do ofendido e para que sirva de instrumento inibitório para a prática de outros atos semelhantes pelos réus. O requerido possui boa saúde financeira, pelo que, a fixação de indenização em valor baixo não atingirá o caráter pedagógico buscado. A parte autora não contribuiu para a ocorrência dos fatos. Isto posto, na forma do art. 487, inc. I do CPC, JULGO PARCIALMENTE PROCEDENTE o pedido formulado na inicial, pelo que, CONDENO o requerido, a pagar a parte autora, R. N. G. D. S., indenização por danos morais, que fixo em R$ 10.000,00 (dez mil reais), a ser atualizada pela Taxa Selic desde a presente data. P. R. Intimem-se. Sem custas e honorários advocatícios. Havendo recurso, certifique-se a tempestividade e intime-se para contrarrazões. Decorrido o prazo, com ou sem contrarrazões, remeta-se ao colegiado recursal. Transitada em julgado, inexistindo requerimento de cumprimento de sentença, arquivem-se. Havendo requerimento de cumprimento de sentença, intime-se o executado, na pessoa de seu representante judicial, para, em 30 (trinta) dias, caso queira, impugnar o pedido de cumprimento de sentença, conforme artigo 535, caput, do Código de Processo Civil. Havendo impugnação, diga a parte exequente. Em seguida, conclusos para julgamento. Diligencie-se. Linhares-ES, data registrada eletronicamente na assinatura digital. Submeto a presente sentença à homologação do juiz togado. LUIZ CARLOS DADALTO FILHO Juiz Leigo HOMOLOGO O PROJETO DE SENTENÇA ACIMA, WESLEY SANDRO CAMPANA DOS SANTOS Juiz de Direito

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