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Processo nº 1023826-07.2025.8.26.0602

ID: 314341269

Tribunal: TJSP Órgão: Foro de Sorocaba - 9ª Vara Cível Classe: PROCEDIMENTO COMUM CíVEL Nº Processo: 1023826-07.2025.8.26.0602

Data de Disponibilização: 02/07/2025

Polo Ativo:

D. A. P.

Polo Passivo:

Intimação

Advogados:

RAFAEL DE JESUS MOREIRA

OAB/SP XXXXXX Desbloquear

Processo 1023826-07.2025.8.26.0602 - Procedimento Comum Cível - Práticas Abusivas - D.A.P. - 1- Indefiro o pedido de processamento em segredo de justiça. O processo, em regra, é público (art. 189 cap… Processo 1023826-07.2025.8.26.0602 - Procedimento Comum Cível - Práticas Abusivas - D.A.P. - 1- Indefiro o pedido de processamento em segredo de justiça. O processo, em regra, é público (art. 189 caput do CPC), excepcionadas apenas algumas hipóteses (incisos I a IV), dentre as quais não se insere a destes autos, sendo que cabe ao patrono estabelecer o modo de comunicação com seu cliente, para evitar eventual tentativa de fraude. 2- Retire-se a tarja de prioridade, pois o autor conta com 56 anos de idade (fls. 14/15), e a prioridade é concedida a pessoas que possuam 60 anos ou mais 3- EMENDA no prazo legal, para o autor: A- Recolher as custas processuais e taxa de citação, ficando INDEFERIDO o pedido de gratuidade, pois o requerente aufere benefício de aposentadoria no importe de R$ 8.157,25 (fls. 25/26). Ora, seus rendimentos estão acima do patamar utilizado pela Defensoria Pública do Estado de São Paulo para reputar economicamente necessitada a pessoa natural (renda familiar até três salários mínimos - art. 2º, inc. I, da Deliberação CSDP 137, de setembro de 2009) e sua situação financeira não pode ser considerada precária, sendo que descontrole financeiro não é desculpa para a concessão da gratuidade. Aliás, mesmo com os descontos dos 12 (doze) empréstimos consignados, ainda lhe resta o montante líquido n R$ 4.581.89, superior a três salários mínimos. Vale anotar: "Contratos bancários. Ação de repactuação de dívidas. Assistência judiciária gratuita. Indeferimento. Manutenção. Os rendimentos líquidos da autora (assim considerados os rendimentos brutos, com abatimento dos descontos legais - imposto de renda e contribuição previdenciária oficial) estão acima do patamar utilizado pela Defensoria Pública do Estado de São Paulo para reputar economicamente necessitada a pessoa natural: renda familiar até três salários-mínimos. Sintomaticamente, ela está representada nos autos por advogado contratado, havendo dispensado os serviços prestados de forma gratuita por aquela Instituição aos efetivamente necessitados. Descontrole financeiro não é escusa para fins de obtenção de gratuidade judiciária. Deferir o benefício postulado seria o mesmo que carrear à população os ônus que deveriam ser pagos pela autora, o que não poderia ser admitido, pois, em última análise, ele é custeado pelo Estado. Agravo não provido".(TJSP; Agravo de Instrumento 2162397-35.2024.8.26.0000; Rel.SANDRA GALHARDO ESTEVES; 12ª Câmara de Direito Privado; j. 11/06/2024). B- Nos termos do Comunicado nº 02/2017 da E. Corregedoria Geral de Justiça, providencie o patrono do autor a juntada de procuração com data atual, pois o mandato de fls. 11/13 foi assinado em 21/10/2024, portanto, há mais de oito meses atrás, e apesar do Código Civil não estabelecer prazo de validade para a procuração ad judicia, conforme Comunicado nº 02/2017 da Corregedoria Geral de Justiça do TJSP (NUMOPEDE - Núcleo de Monitoramento de Perfis de Demanda), diante de ações ajuizadas em massa, muitas vezes temerárias, torna-se imprescindível a confirmação do autor (mormente pelo lapso temporal decorrido), no sentido de que tem plena ciência dos termos da presente ação, bem como ainda possui interesse no ajuizamento. E nos termos do art. 654, § 1º, do Código Civil, a procuração deve conter "a indicação do lugar onde foi passado, a qualificação do outorgante ou outorgado, a data e o objetivo da outorga com a designação e a extensão dos poderes conferidos". Por fim, tratando-se de assinatura digital, a procuração deverá vir acompanhada de certidão de autenticidade da empresa certificadora, constando os dados do IP, geolocalização e hash do documento. Também deverá o patrono do autor providenciar as declarações de fls. 17/19 e 20/22 com data atual, facultando-se ao advogado comparecer com seu cliente no Cartório, para que seja certificada a ciência e aceite do requerente no prosseguimento da lide. No sentido da fundamentação: "Agravo de Instrumento Ação declaratória de prescrição de dívida c.c indenização por danos morais Decisão que determinou a emenda da inicial para juntada de procuração com firma reconhecida ou declaração de próprio punho Viabilidade desta determinação Comando judicial baseado no Comunicado n. 02/2017 da Corregedoria Geral de Justiça deste E. TJSP Inteligência, ademais, do artigo 139, III, do CPC, em razão do abundante número de ações temerárias que assolam o Poder Judiciário Assinatura, ademais, que diverge do documento de identidade da autora Decisão mantida Recurso improvido. (TJSP; Agravo de Instrumento 2274816-32.2023.8.26.0000; Relator (a):Thiago de Siqueira; Órgão Julgador: 14ª Câmara de Direito Privado). "Responsabilidade. Ação de declaração de inexistência débito c.c. indenização. Determinação judicial para a parte juntar aos autos procuração ou declaração de próprio punho com reconhecimento de firma, informando que possui conhecimento da ação em curso. Medida recomendável que visa a prevenir ou reprimir qualquer ato contrário à dignidade da justiça, nos termos do artigo 139, III do CPC, e vai ao encontro do Comunicado CG nº 02/2017 do Núcleo de Monitoramento de Perfis de Demanda - NUMOPEDE. Precedentes deste E. Tribunal de Justiça. Decisão mantida. Recurso impróvido". (TJSP; Agravo de Instrumento 2279991-07.2023.8.26.0000; Relator (a):Gomes Varjão; Órgão Julgador: 34ª Câmara de Direito Privado). Intimem-se. - ADV: RAFAEL DE JESUS MOREIRA (OAB 400764/SP)

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Processo nº 4000853-07.2025.8.26.0602

ID: 307120135

Tribunal: TJSP Órgão: 2ª Vara do Juizado Especial Cível da Comarca de Sorocaba Classe: PROCEDIMENTO DO JUIZADO ESPECIAL CíVEL Nº Processo: 4000853-07.2025.8.26.0602

Data de Disponibilização: 25/06/2025

Polo Ativo:

ERICA MOREIRA DA SILVA

Polo Passivo:

DESPACHO/DECISÃO

Advogados:

ERICA MOREIRA DA SILVA

OAB/SP XXXXXX Desbloquear

Tutela Antecipada Antecedente Nº 4000853-07.2025.8.26.0602/SP AUTOR : ERICA MOREIRA DA SILVA ADVOGADO(A) : ERICA MOREIRA DA SILVA (OAB SP413952) DESPACHO/DECISÃO Vistos. 1 – Primeiramente, retifico … Tutela Antecipada Antecedente Nº 4000853-07.2025.8.26.0602/SP AUTOR : ERICA MOREIRA DA SILVA ADVOGADO(A) : ERICA MOREIRA DA SILVA (OAB SP413952) DESPACHO/DECISÃO Vistos. 1 – Primeiramente, retifico de ofício o valor da causa para R$ 22.932,39 , pois deve abranger os débitos a serem reconhecidos como inexigíveis (R$ 1.657,03, R$ 7.028,59 e R$ 9.246,77 – doc. 14). Outrossim, indefiro a tramitação sob segredo de justiça, pois ausentes os requisitos legais (art. 189, CPC), sendo que a mera anotação de dívida, por si só, não justifica restringir a publicidade dos atos processuais, que em regra devem ser públicos; ademais, a requerente ostenta diversos outros apontamentos, também de outros fornecedores – inclusive no SCR, em que consta dívida/prejuízo de mais de R$ 14.000,00, anotado pela Aymoré (doc. 05). 2 – Trata-se de pedido de tutela de urgência para exclusão de anotação de dívida em nome da requerente inserida em cadastro de inadimplentes. Inicialmente, considerando que a Constituição Federal (art. 5º, LV, CF/88) garante ao demandado o direito ao contraditório e a ampla defesa, a concessão de tutela jurisdicional liminar, sem oitiva da parte contrária , é medida excepcional. Assim, o art. 300 do CPC/2015, ao estabelecer como requisitos da tutela de urgência (i) a probabilidade do direito alegado e (ii) o perigo de dano ou risco ao resultado útil do processo, deve ser interpretado sob o prisma constitucional (não somente em sua literalidade), exigindo situação comprovada de iminente dano irreparável ou de difícil reparação – o que não a hipótese dos autos . Note-se que as dívidas nem sequer estão negativadas. Estão inscritas apenas no sistema Serasa Limpa Nome, que é uma plataforma acessível apenas aos interessados (devedor e credor), sem publicidade externa – ou seja, muito provavelmente a eventual negativa de crédito não decorre dessas anotações , mas de outras, como por exemplo a da Aymoré, anotada no SCR. Nestes termos, indefiro a liminar , sem prejuízo de sua reapreciação, ainda que de ofício, após o oferecimento da contestação, ficando a parte requerida autorizada a providenciar, por sua conta, a baixa da restrição de crédito (por cautela ou para minimizar eventuais danos a serem indenizados), comprovando-se nos autos. 3 – Em prosseguimento, observo que a requerente trabalha em São Paulo/SP (doc. 04) e não apresentou qualquer comprovante de domicílio nesta comarca. Assim, em 15 dias, sob pena de indeferimento da inicial, deverá a requerente comprovar domicílio nesta comarca. 4 – Em sendo cumprido o item anterior, desde logo determino a suspensão do processo. É que, em 11 de junho de 2024, o. C. Superior Tribunal de Justiça determinou a afetação dos Recursos Especiais n. 2.092.190/SP, n. 2.121.593/SP e n. 2.122.017/SP , como processos representativos da controvérsia (processos-paradigma) do Tema n. 1264 - Serasa - Limpa - Nome - Dívida - Prescrita - Cobrança - Extrajudicial , ao rito dos recursos repetitivos, para delimitação da seguinte matéria: " Definir se a dívida prescrita pode ser exigida extrajudicialmente, inclusive com a inscrição do nome do devedor em plataformas de acordo ou de renegociação de débitos ”. Assim, considerando que há determinação de suspensão da tramitação dos processos, individuais ou coletivos, que versem sobre a questão, aguarde-se o julgamento definitivo das causas representativas da controvérsia, em fila própria. Anote-se, ainda, a movimentação própria de suspensão, em sendo o caso. Intime-se.

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Processo nº 1020043-07.2025.8.26.0602

ID: 307668963

Tribunal: TJSP Órgão: Foro de Sorocaba - 1ª Vara Cível Classe: PROCEDIMENTO COMUM CíVEL Nº Processo: 1020043-07.2025.8.26.0602

Data de Disponibilização: 26/06/2025

Polo Ativo:

MáRCIO PERES BIAZOTTI JúNIOR

Polo Passivo:

Intimação

Advogados:

LUIS FELIPE RODRIGUES VIEIRA

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Processo 1020043-07.2025.8.26.0602 - Procedimento Comum Cível - Empréstimo consignado - Márcio Peres Biazotti Júnior - Vistos. A parte autora pleiteou a concessão de liminar para que os réus sejam co… Processo 1020043-07.2025.8.26.0602 - Procedimento Comum Cível - Empréstimo consignado - Márcio Peres Biazotti Júnior - Vistos. A parte autora pleiteou a concessão de liminar para que os réus sejam compelidos a suspender os débitos lançados em seu demonstrativo de pagamento e conta corrente que supere o valor de 35% dos seus vencimentos líquidos, devendo se absterem de incluir o nome do autor em bancos de dados de proteção ao crédito. Pois bem. É o caso de deferir em parte o pedido de tutela provisória de urgência. Com efeito, se vislumbra o preenchimento dos requisitos estampados junto ao artigo 300 do Código de Processo Civil, pois os documentos apresentados indicam a presença da probabilidade do direito alegado, pois o documento de fls. 20 demonstra a existência dos empréstimos informados, e o demonstrativo de pagamento juntado às fls. 77 de 05/2025 indica o desconto dos valores de R$ 294,63 (Banco do Brasil), e R$ 126,27 (PLK One Participações S/A), que somados ultrapassam o percentual de 35% dos vencimentos líquidos do autor, no valor de R$ 874,62, não se olvidando que R$ 213,45 está vinculado ao recebimento de 1/3 de férias, o que é corroborado pelo demonstrativo de pagamento de 04/2025 (fls. 40). Outrossim, também, está presente o perigo de dano, pois caso continuem os descontos pelos bancos requeridos, demonstra-se provável que referidos descontos prejudiquem a subsistência do mutuário e de sua familia. Nesse sentido é o entendimento do E. Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo: "REVISIONAL CONTRATO BANCÁRIO EMPRÉSTIMOS Desconto em folha de pagamento Limitação a 35% da remuneração líquida da mutuária Cabimento Adequação de tal limitação, todavia, aos contratos ainda em curso, sem possibilidade de retroação para aquele ajuste já quitado Recurso parcialmente provido." (TJSP; Apelação Cível 1018661-58.2020.8.26.0309; Relator (a): Vicentini Barroso; Órgão Julgador: 15ª Câmara de Direito Privado; Foro de Jundiaí - 4ª Vara Cível; Data do Julgamento: 23/06/2023; Data de Registro: 23/06/2023). - grifos meus. "Ação revisional - Contratos de empréstimos consignados - Funcionário público estadual - Sentença limitou os descontos das prestações dos contratos a 30% dos vencimentos líquidos do requerente - Inconformismo do Banco réu - Contratos de empréstimos consignados, com descontos das prestações exclusivamente em folhas de pagamentos do autor - Contratos firmados no ano de 2019, posteriormente à edição do Decreto Estadual 61.750/2015, de 23/12/2015, que alterou disposições do Decreto nº 60.435/2014 -Possibilidade de limitaçãodos descontosdas parcelas dos empréstimos consignados firmados pelo autor em até 35% (trinta e cinco por cento) dos vencimentos líquidos - Ação julgada parcialmente procedente -Recurso em parte provido." (TJSP; Apelação Cível 1001821-62.2019.8.26.0129; Relator (a):Francisco Giaquinto; Órgão Julgador: 13ª Câmara de Direito Privado; Foro de Casa Branca -2ª Vara; Data do Julgamento: 26/05/2020; Data de Registro: 26/05/2020). - grifos meus. Consigno que em relação a empréstimos descontados diretamente da conta corrente não se aplica tal restrição. Vale destacar os seguintes julgados do E. Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo: "Apelação - Contratos bancários - Servidor público do Estado de São Paulo - Ação cominatória c.c. indenizatória - Mútuos consignados e comum - Sentença rejeição do pedido. Irresignação improcedente. 1. Contratos de empréstimo comum. Inviável limitar os descontos referentes a tais contratos, estes realizados em conta corrente. Aplicação da tese fixada pelo STJ no julgamento do procedimento de recursos especiais repetitivos referente ao Tema 1.085, que representa precedente obrigatório (CPC, art. 927, III). 2. Contrato de empréstimo consignado. Incidência da disciplina de consignações referentes aos servidores públicos do Estado estabelecida pelo Decretos Estadual nº 61.750/15, prevendo a margem consignável de até 35%, para empréstimos consignados propriamente ditos. Precedentes. Situação dos autos em que os descontos respeitam a margem legal. 3. Sentença confirmada. Negaram provimento à apelação." (TJSP; Apelação Cível 1000708-54.2022.8.26.0554; Relator (a):Ricardo Pessoa de Mello Belli; Órgão Julgador: 19ª Câmara de Direito Privado; Foro de Santo André -8ª Vara Cível; Data do Julgamento: 07/10/2022; Data de Registro: 07/10/2022). - grifos meus. Diante do exposto e de modo a evitar dano de difícil reparação ao autor, nos termos do que dispõe o art. 300, do Código de Processo Civil, DEFIRO em parte a tutela de urgência, determinando que o BANCO DO BRASIL S.A. e o PKL ONE PARTICIPAÇÕES S/A limitem os descontos das parcelas dos contratos efetuados na folha de pagamento do autor, em 35% (trinta e cinco por cento) dos seus vencimentos líquidos, sob pena do descumprimento poder ensejar a aplicação da multa. Diante das especificidades da causa que ora analiso, vislumbro, ao menos nesse exame perfunctório, dificuldades no sucesso da conciliação das partes em audiência preliminar. Ainda, considerando-se o direito fundamental constitucional do jurisdicionado à duração razoável do processo e dos meios que garantam sua celeridade de tramitação (art. 5º, LXXVII da CF), que há risco de a pauta do Juízo se estender por demais no tempo e, por fim, a falta de meios viáveis para o CEJUSC local realizar audiência em todos os processos com rito comum, determino a não realização da audiência conciliatória por ora, de modo a designar no momento oportuno a análise da conveniência de sua realização. (CPC, art. 139, VI e Enunciado n. 35 da ENFAM). Cite-se e intime-se a parte Ré para contestar o feito no prazo de 15 (quinze) dias úteis. A ausência de contestação implicará revelia e presunção de veracidade da matéria fática apresentada na petição inicial. A presente citação é acompanhada de senha para acesso ao processo digital, que contém a íntegra da petição inicial e dos documentos. Intime-se. - ADV: LUIS FELIPE RODRIGUES VIEIRA (OAB 460179/SP)

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Processo nº 1022759-07.2025.8.26.0602

ID: 324526621

Tribunal: TJSP Órgão: Foro de Sorocaba - 4ª Vara de Família e Sucessões Classe: PROCEDIMENTO COMUM CíVEL Nº Processo: 1022759-07.2025.8.26.0602

Data de Disponibilização: 14/07/2025

Polo Ativo:

C. M. A. A.

Polo Passivo:

Intimação

Advogados:

ALEXSANDRA MANOEL GARCIA SOCIEDADE INDIVIDUAL DE ADVOCACIA

OAB/SP XXXXXX Desbloquear

Processo 1022759-07.2025.8.26.0602 - Procedimento Comum Cível - Regulamentação de Visitas - C.M.A.A. - Vistos. Trata-se de "Ação de Suspensão de Convivência" proposta por C.M.A.A. em face de J.T. e R… Processo 1022759-07.2025.8.26.0602 - Procedimento Comum Cível - Regulamentação de Visitas - C.M.A.A. - Vistos. Trata-se de "Ação de Suspensão de Convivência" proposta por C.M.A.A. em face de J.T. e R.M.G.T., postulando a suspensão da convivência entre os avós paternos e a menor. Ademais, há manifestação favorável do Ministério Público pelo acolhimento do pedido de suspensão da convivência avoenga (pág. 42). As circunstâncias deste caso, bem como a experiência judiciária, indicam que um acordo entre as partes tem razoáveis condições de ser construído. A designação de sessão de conciliação, contudo, será proposta em momento processual mais oportuno. Assim, as partes ficam desde já advertidas de que deverão até lá acentuar os cuidados para que suas manifestações não agravem o conflito. Ademais, com isso não há nulidade processual. Nesse sentido já decidiu o E. Superior Tribunal de Justiça, in verbis: AGRAVO INTERNO NO AGRAVO INTERNO NO AGRAVO EM RECURSO ESPECIAL. PROCESSO CIVIL. AUSÊNCIA DE DESIGNAÇÃO DE AUDIÊNCIA DE CONCILIAÇÃO. INEXISTÊNCIA DE NULIDADE. PREJUÍZO NÃO DEMONSTRADO. (...). AGRAVO INTERNO NÃO PROVIDO.1. A ausência de realização de audiência de conciliação não é causa de nulidade do processo, especialmente quando a parte não demonstrar qualquer prejuízo pela não realização do ato processual.2. A decretação de nulidade depende da demonstração de prejuízo à parte que alega. (...)4. Agravo interno não provido..[AgInt no AgInt no AREsp 1.690.837 - SE (2020/0087894-0); Relator:Ministro Luis Felipe Salomão; Órgão Julgador: Quarta Turma; julgado em 26/4/2021] O prazo de 15 dias para oferecimento de defesa será contado ordinariamente (Código de Processo Civil, artigo 231), a partir da citação. Quanto à tutela de urgência requerida, é importante registrar que o regime de convivência familiar constitui direito fundamental da criança e do adolescente, assegurado pelo art. 227 da Constituição Federal e disciplinado pelo Estatuto da Criança e do Adolescente. Visa garantir a manutenção dos vínculos afetivos e o desenvolvimento saudável da personalidade do menor, preservando as relações familiares significativas. A convivência avoenga, em particular, representa importante elemento na formação da identidade da criança, proporcionando-lhe o conhecimento de suas origens, tradições familiares e ampliando sua rede de apoio afetivo. Contudo, tal direito não é absoluto, devendo ser exercido sempre em consonância com o princípio do melhor interesse da criança. Quando surgem conflitos familiares que possam comprometer o bem-estar do menor, o Poder Judiciário pode ser chamado a estabelecer parâmetros que conciliem a proteção da criança com a preservação dos vínculos familiares, adotando medidas proporcionais e adequadas ao caso concreto. DA ANÁLISE DO CASO CONCRETO Da diligência realizada pelo oficial de justiça, constata-se que a menor, atualmente com 12 anos, expressou amar tanto a mãe quanto os avós paternos. Tal declaração revela a existência de vínculos afetivos significativos que, embora permeados por conflitos, não devem ser sumariamente rompidos. Contudo, a constatação também evidencia algumas condutas reprováveis que supostamente estariam sendo praticadas pelos avós paternos. Tal comportamento teria gerado sofrimento psíquico na menor, que teria desenvolvido comportamentos autolesivos como forma de lidar com a pressão, necessitando inclusive de acompanhamento psicológico. Embora a conduta dos avós seja reprovável e demande intervenção judicial, a supressão completa da convivência avoenga também pode ser prejudicial à criança, considerando os vínculos afetivos existentes e o fato de que a menor residiu com os avós por 10 anos, período significativo de sua formação. A situação demanda, portanto, uma abordagem equilibrada que preserve os vínculos afetivos positivos enquanto coíbe as condutas prejudiciais, estabelecendo parâmetros claros para uma convivência saudável. Ante o exposto, DEFIRO PARCIALMENTE o pedido para estabelecer regime intermediário de convivência entre os avós paternos e a menor, que se dará de forma progressiva e gradual: (i) Iniciando com encontros quinzenais de até 8 horas, aos SÁBADOS ou DOMINGOS, durante os três primeiros meses, evoluindo para encontros quinzenais, aos SÁBADOS e DOMINGOS, até 8 horas em cada um dos dias, do quarto ao sexto mês, com possibilidade de ampliação a partir do sétimo mês mediante avaliação judicial. A convivência ocorrerá preferencialmente em locais neutros e públicos, tais como parques, praças e shopping centers, no município de residência da menor, qual seja, em Sorocaba, desde que em ambientes adequados à faixa etária da menor, ficando suspenso o pernoite e a permanência na residência dos avós durante o período inicial. Excepcionalmente, nos três primeiros meses, a convivência poderá realizada com a supervisão da genitora ou alguém de sua confiança. Se a convivência ocorrer de forma respeitosa neste período, a necessidade de supervisão não persistirá a partir do quarto mês, mas a convivência deverá continuar ocorrendo em locais públicos e no município de residência da menor. Neste momento, não se estabelecerá convivência familiar em momentos festivos, datas especiais, entre outros, ficando isto reservado para uma ocasião oportuna. Sem prejuízo, diante da distância entre a residência dos avós paternos, fica assegurado o direito à convivência virtual, por meio de aplicativo de mensagens e chamadas de vídeo, 1 a 2 vezes por semana, cujos encontros poderão ser supervisionados pela genitora, que é a guardiã legal da menor. ADVIRTAM-SE expressamente ambas as partes que deverão abster-se de fazerem comentários depreciativos entre si, evitando questionamentos exagerados e invasivos sobre a vida familiar da menor, mantendo ambiente acolhedor e adequado ao desenvolvimento da menor. O descumprimento dessas condições poderá implicar na suspensão imediata da convivência ou outras medidas que o juízo entender cabíveis. DETERMINA-SE que ambas as partes elaborem relatórios simples, após cada encontro, contendo data, horário, local, atividades realizadas e comportamento da criança, devendo apresentá-los nos autos trimestralmente. ESCLAREÇO que as partes devem facilitar os encontros, não criando obstáculos desnecessários, enquanto os avós deverão comunicar previamente eventual impossibilidade de comparecimento, sendo possível a flexibilização de horários em datas comemorativas mediante acordo entre as partes. Sem prejuízo das regras ora estabelecidas, as partes podem flexibilizar o regime de convivência ora estabelecido, adequando-se as necessidades do dia a dia, desde que o façam de forma consensual e com aviso prévio, visando sempre o melhor interesse da menor. Concedo os benefícios da gratuidade da justiça à parte autora (com anotação no SAJ). Cópia desta decisão também servirá de mandado, desde que instruído com endereço e dados necessários ao cumprimento. As ligações telefônicas e as mensagens eletrônicas têm-se revelado importantes instrumentos à disposição do juízo para que relevantes atos processuais não deixem de acontecer no cotidiano judiciário local. Assim, dentro do possível, as partes devem fornecer os números e os endereços eletrônicos (e-mails) pelos quais esse contato possa ser estabelecido, seja com elas próprias, seja com as respectivas contrapartes. Intimem-se. Eventuais alterações dessas informações deverão ser prontamente informadas pelos advogados. Intimem-se. Com coleta de número de telefone e endereço eletrônico (e-mail), a parte ré deverá ser citada no endereço indicado. Cumpra-se. Se diante (I) da impossibilidade de o ato ser ali realizado e (II) do desconhecimento de outro local em que ela possa ser encontrada, seu domicílio deverá ser pesquisado nos sistemas Sisbajud, Infojud, Renajud e Prevjud (Extrato CNIS), e a citação ser feita com urgência após a indicação, pela parte autora, da sequência que os oficiais de justiça respeitarão, priorizando-se os endereços residenciais sobre os profissionais. Dê-se ciência ao Ministério Público do Estado de São Paulo. Intimem-se. - ADV: ALEXSANDRA MANOEL GARCIA SOCIEDADE INDIVIDUAL DE ADVOCACIA (OAB 19299/SP)

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Processo nº 1022759-07.2025.8.26.0602

ID: 324551568

Tribunal: TJSP Órgão: Foro de Sorocaba - 4ª Vara de Família e Sucessões Classe: PROCEDIMENTO COMUM CíVEL Nº Processo: 1022759-07.2025.8.26.0602

Data de Disponibilização: 14/07/2025

Polo Ativo:

C. M. A. A.

Polo Passivo:

Intimação

Advogados:

ALEXSANDRA MANOEL GARCIA SOCIEDADE INDIVIDUAL DE ADVOCACIA

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Processo 1022759-07.2025.8.26.0602 - Procedimento Comum Cível - Regulamentação de Visitas - C.M.A.A. - Vistos. Trata-se de "Ação de Suspensão de Convivência" proposta por C.M.A.A. em face de J.T. e R… Processo 1022759-07.2025.8.26.0602 - Procedimento Comum Cível - Regulamentação de Visitas - C.M.A.A. - Vistos. Trata-se de "Ação de Suspensão de Convivência" proposta por C.M.A.A. em face de J.T. e R.M.G.T., postulando a suspensão da convivência entre os avós paternos e a menor. Ademais, há manifestação favorável do Ministério Público pelo acolhimento do pedido de suspensão da convivência avoenga (pág. 42). As circunstâncias deste caso, bem como a experiência judiciária, indicam que um acordo entre as partes tem razoáveis condições de ser construído. A designação de sessão de conciliação, contudo, será proposta em momento processual mais oportuno. Assim, as partes ficam desde já advertidas de que deverão até lá acentuar os cuidados para que suas manifestações não agravem o conflito. Ademais, com isso não há nulidade processual. Nesse sentido já decidiu o E. Superior Tribunal de Justiça, in verbis: AGRAVO INTERNO NO AGRAVO INTERNO NO AGRAVO EM RECURSO ESPECIAL. PROCESSO CIVIL. AUSÊNCIA DE DESIGNAÇÃO DE AUDIÊNCIA DE CONCILIAÇÃO. INEXISTÊNCIA DE NULIDADE. PREJUÍZO NÃO DEMONSTRADO. (...). AGRAVO INTERNO NÃO PROVIDO.1. A ausência de realização de audiência de conciliação não é causa de nulidade do processo, especialmente quando a parte não demonstrar qualquer prejuízo pela não realização do ato processual.2. A decretação de nulidade depende da demonstração de prejuízo à parte que alega. (...)4. Agravo interno não provido..[AgInt no AgInt no AREsp 1.690.837 - SE (2020/0087894-0); Relator:Ministro Luis Felipe Salomão; Órgão Julgador: Quarta Turma; julgado em 26/4/2021] O prazo de 15 dias para oferecimento de defesa será contado ordinariamente (Código de Processo Civil, artigo 231), a partir da citação. Quanto à tutela de urgência requerida, é importante registrar que o regime de convivência familiar constitui direito fundamental da criança e do adolescente, assegurado pelo art. 227 da Constituição Federal e disciplinado pelo Estatuto da Criança e do Adolescente. Visa garantir a manutenção dos vínculos afetivos e o desenvolvimento saudável da personalidade do menor, preservando as relações familiares significativas. A convivência avoenga, em particular, representa importante elemento na formação da identidade da criança, proporcionando-lhe o conhecimento de suas origens, tradições familiares e ampliando sua rede de apoio afetivo. Contudo, tal direito não é absoluto, devendo ser exercido sempre em consonância com o princípio do melhor interesse da criança. Quando surgem conflitos familiares que possam comprometer o bem-estar do menor, o Poder Judiciário pode ser chamado a estabelecer parâmetros que conciliem a proteção da criança com a preservação dos vínculos familiares, adotando medidas proporcionais e adequadas ao caso concreto. DA ANÁLISE DO CASO CONCRETO Da diligência realizada pelo oficial de justiça, constata-se que a menor, atualmente com 12 anos, expressou amar tanto a mãe quanto os avós paternos. Tal declaração revela a existência de vínculos afetivos significativos que, embora permeados por conflitos, não devem ser sumariamente rompidos. Contudo, a constatação também evidencia algumas condutas reprováveis que supostamente estariam sendo praticadas pelos avós paternos. Tal comportamento teria gerado sofrimento psíquico na menor, que teria desenvolvido comportamentos autolesivos como forma de lidar com a pressão, necessitando inclusive de acompanhamento psicológico. Embora a conduta dos avós seja reprovável e demande intervenção judicial, a supressão completa da convivência avoenga também pode ser prejudicial à criança, considerando os vínculos afetivos existentes e o fato de que a menor residiu com os avós por 10 anos, período significativo de sua formação. A situação demanda, portanto, uma abordagem equilibrada que preserve os vínculos afetivos positivos enquanto coíbe as condutas prejudiciais, estabelecendo parâmetros claros para uma convivência saudável. Ante o exposto, DEFIRO PARCIALMENTE o pedido para estabelecer regime intermediário de convivência entre os avós paternos e a menor, que se dará de forma progressiva e gradual: (i) Iniciando com encontros quinzenais de até 8 horas, aos SÁBADOS ou DOMINGOS, durante os três primeiros meses, evoluindo para encontros quinzenais, aos SÁBADOS e DOMINGOS, até 8 horas em cada um dos dias, do quarto ao sexto mês, com possibilidade de ampliação a partir do sétimo mês mediante avaliação judicial. A convivência ocorrerá preferencialmente em locais neutros e públicos, tais como parques, praças e shopping centers, no município de residência da menor, qual seja, em Sorocaba, desde que em ambientes adequados à faixa etária da menor, ficando suspenso o pernoite e a permanência na residência dos avós durante o período inicial. Excepcionalmente, nos três primeiros meses, a convivência poderá realizada com a supervisão da genitora ou alguém de sua confiança. Se a convivência ocorrer de forma respeitosa neste período, a necessidade de supervisão não persistirá a partir do quarto mês, mas a convivência deverá continuar ocorrendo em locais públicos e no município de residência da menor. Neste momento, não se estabelecerá convivência familiar em momentos festivos, datas especiais, entre outros, ficando isto reservado para uma ocasião oportuna. Sem prejuízo, diante da distância entre a residência dos avós paternos, fica assegurado o direito à convivência virtual, por meio de aplicativo de mensagens e chamadas de vídeo, 1 a 2 vezes por semana, cujos encontros poderão ser supervisionados pela genitora, que é a guardiã legal da menor. ADVIRTAM-SE expressamente ambas as partes que deverão abster-se de fazerem comentários depreciativos entre si, evitando questionamentos exagerados e invasivos sobre a vida familiar da menor, mantendo ambiente acolhedor e adequado ao desenvolvimento da menor. O descumprimento dessas condições poderá implicar na suspensão imediata da convivência ou outras medidas que o juízo entender cabíveis. DETERMINA-SE que ambas as partes elaborem relatórios simples, após cada encontro, contendo data, horário, local, atividades realizadas e comportamento da criança, devendo apresentá-los nos autos trimestralmente. ESCLAREÇO que as partes devem facilitar os encontros, não criando obstáculos desnecessários, enquanto os avós deverão comunicar previamente eventual impossibilidade de comparecimento, sendo possível a flexibilização de horários em datas comemorativas mediante acordo entre as partes. Sem prejuízo das regras ora estabelecidas, as partes podem flexibilizar o regime de convivência ora estabelecido, adequando-se as necessidades do dia a dia, desde que o façam de forma consensual e com aviso prévio, visando sempre o melhor interesse da menor. Concedo os benefícios da gratuidade da justiça à parte autora (com anotação no SAJ). Cópia desta decisão também servirá de mandado, desde que instruído com endereço e dados necessários ao cumprimento. As ligações telefônicas e as mensagens eletrônicas têm-se revelado importantes instrumentos à disposição do juízo para que relevantes atos processuais não deixem de acontecer no cotidiano judiciário local. Assim, dentro do possível, as partes devem fornecer os números e os endereços eletrônicos (e-mails) pelos quais esse contato possa ser estabelecido, seja com elas próprias, seja com as respectivas contrapartes. Intimem-se. Eventuais alterações dessas informações deverão ser prontamente informadas pelos advogados. Intimem-se. Com coleta de número de telefone e endereço eletrônico (e-mail), a parte ré deverá ser citada no endereço indicado. Cumpra-se. Se diante (I) da impossibilidade de o ato ser ali realizado e (II) do desconhecimento de outro local em que ela possa ser encontrada, seu domicílio deverá ser pesquisado nos sistemas Sisbajud, Infojud, Renajud e Prevjud (Extrato CNIS), e a citação ser feita com urgência após a indicação, pela parte autora, da sequência que os oficiais de justiça respeitarão, priorizando-se os endereços residenciais sobre os profissionais. Dê-se ciência ao Ministério Público do Estado de São Paulo. Intimem-se. - ADV: ALEXSANDRA MANOEL GARCIA SOCIEDADE INDIVIDUAL DE ADVOCACIA (OAB 19299/SP)

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Processo nº 1009567-48.2025.8.26.0071

ID: 304064661

Tribunal: TJSP Órgão: Foro de Bauru - Anexo do Juizado Especial da Fazenda Pública Classe: Procedimento do Juizado Especial da Fazenda Pública Nº Processo: 1009567-48.2025.8.26.0071

Data de Disponibilização: 23/06/2025

Polo Ativo:

VALMIR COSTA DE ALMEIDA

Polo Passivo:

Intimação

Advogados:

FABIO VERGINIO BURIAN CELARINO

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Processo 1009567-48.2025.8.26.0071 - Procedimento do Juizado Especial da Fazenda Pública - Inexigibilidade - Valmir Costa de Almeida - Vistos. Dispensado o relatório, nos termos do art. 38 da Lei nº … Processo 1009567-48.2025.8.26.0071 - Procedimento do Juizado Especial da Fazenda Pública - Inexigibilidade - Valmir Costa de Almeida - Vistos. Dispensado o relatório, nos termos do art. 38 da Lei nº 9.099/1995. Fundamento e decido. No caso sub judice objetiva o autor a declaração da inexigibilidade de licenciamentos referente ao veículo Ford Escort, placa BHK 5461, Renavam nº 003940.6293, ano 1982, bem como a baixa do veículo que no caso não estava mais em sua posse, visto que houve ocorrência de sinistro com perda total em 22.03.2023. Requer também a condenação em danos morais. O pedido é parcialmente procedente. É, incontroversa a ilegitimidade da cobrança do débito licenciamento, relativamente aos fatos geradores ocorridos após a descaracterização da propriedade do veículo automotor. Isso porque, a parte autora, no caso concreto, comprovou o existência de sinistro com perda total do veículo (fls. 20/35). Ademais, confira-se o disposto no § 2º, do artigo 6º, XI e 11, da Lei Estadual nº 13.296/08, nos seguintes termos: Artigo 6º - São responsáveis pelo pagamento do imposto e acréscimos legais: (...) XI - o titular do domínio ou o possuidor a qualquer título; (...) § 2º - A responsabilidade prevista nos incisos I, II, III, VII, VIII, IX, X, XI e XII deste artigo é solidária e não comporta benefício de ordem. Artigo 11 - O Poder Público dispensará o pagamento do imposto quando ocorrer perda total do veículo por furto, roubo, sinistro ou outro motivo que descaracterize seu domínio ou sua posse, segundo normas fixadas em decreto. Aliás, é o que prevê, também, o artigo 14 da Lei Estadual nº 13.296/98. Confira-se: Artigo 14 - Fica dispensado o pagamento do imposto, a partir do mês da ocorrência do evento, na hipótese de privação dos direitos de propriedade do veículo por furto ou roubo, quando ocorrido no território do Estado de São Paulo, na seguinte conformidade: (...) § 2º - O Poder Executivo poderá dispensar o pagamento do imposto incidente a partir do exercício seguinte ao da data da ocorrência do evento nas hipóteses de perda total do veículo por furto ou roubo ocorridos fora do território paulista, por sinistro ou por outros motivos, previstos em regulamento, que descaracterizem o domínio ou a posse. Daí porque, considerando a ocorrência de perda da posse e domínio, atribuída, até então, à parte autora, verificar-se-á a incidência à hipótese dos autos, do disposto nos artigos 11 da Lei Estadual nº 6.606/89 e 14, § 2º, da Lei Estadual nº 13.296/08, acarretando a inexigibilidade do licenciamento. EXCEÇÃO DE PRÉ-EXECUTIVIDADE - Pedido de desconstituição de lançamento de débitos de IPVA - Alegação de perda total do veículo em acidente ocorrido no ano de 2012 - Baixa definitiva do veículo formalizada no DETRAN somente em 2021 - Boletim policial de ocorrência do acidente que atesta apenas danos de média monta - Executado que não provou de maneira suficiente que o veículo estava de fato inutilizável nos nove anos entre o acidente e a formalização da perda do seu domínio, conforme obriga o art. 373, inc. II, do CPC - Apelação fazendária provida para determinar o prosseguimento da execução.(TJSP; Apelação Cível 1500423-81.2016.8.26.0564; Relator (a):Fermino Magnani Filho; Órgão Julgador: 5ª Câmara de Direito Público; Foro de São Bernardo do Campo -2ª Vara da Fazenda Pública; Data do Julgamento: 31/07/2024; Data de Registro: 31/07/2024). IPVA VEÍCULO SINISTRADO PERDA TOTAL COMUNICAÇÃO AO DETRAN DESCUMPRIMENTO DA RESOLUÇÃO Nº 11 DO CONTRAN SOBRE O PROCEDIMENTO DE BAIXA E IRRECUPERABILIDADE DO VEÍCULO SINISTRADO. IRRELEVÂNCIA INDICAÇÕES DE QUE O VEÍCULO DEIXOU DE EXISTIR COMO TAL,EM RAZÃO DA PERDA TOTAL, REFORÇADA PELA FALTA DE PAGAMENTO DO IPVA, QUE IMPEDE O LICENCIAMENTO ANUAL E POR CONSEQUÊNCIA A LIVRE CIRCULAÇÃO, O QUE OBSTA A TRIBUTAÇÃO PELO IPVA, POR FALTA DE OBJETO.CANCELAMENTO DO DÉBITO TRIBUTÁRIO CORRETAMENTE IMPOSTO PELA SENTENÇA. RECURSO NÃO PROVIDO. (Apelação nº 787.194-5/2-00). IPVA INEXIGIBILIDADE PERDA TOTAL DO VEÍCULO DECORRENTE DE ACIDENTE DE TRÂNSITO DISPENSA DO PAGAMENTO DO IPVA NOS TERMOS DO ART. 11 DA LEI ESTADUAL Nº 6.606/89. 1. A NÃO COMUNICAÇÃO IMEDIATA DO SINISTRO À REPARTIÇÃO COMPETENTE NÃO ACARRETA A RESPONSABILIZAÇÃO DO PROPRIETÁRIO PELO PAGAMENTO DO IMPOSTO ATÉ ESSA PROVIDÊNCIA ADMINISTRATIVA, MESMO PORQUE DESAPARECEU, COM O EVENTO, O FATO GERADOR. 2. RECURSO IMPROVIDO. (Apelação nº 7873115800, Laerte Sampaio, 3ª Câmara de Direito Público, j.09.09.2008). Deste último julgado, extrai-se o seguinte excerto, bastante elucidativo da questão: A apelante alega que o IPVA é devido, pois o apelado não cumpriu com sua obrigação de informar ao DETRAN o acidente e o sinistro. Porém, a comunicação ao órgão responsável não passa de mero ato declaratório. Assim foi o entendimento do Recurso Especial nº 1.159.058-RS (2009/0189845-5), do E. Superior Tribunal de Justiça, cujo Relator foi o E. Min. HERMAN BENJAMIM: Trata-se de Recurso Especial interposto, com fundamento no art. 105, III, a, da Constituição da República, contra acórdão assim ementado (fls. 99-100): DIREITO TRIBUTÁRIO. PRESCRIÇÃO EM MATÉRIA TRIBUTÁRIA: APLICA-SE O CTN E O DEC. Nº 20.910/32. COMUNICAÇÃO DE PERDA TOTAL DO VEÍCULO PARA EFEITOS DE DISPENSA DO IPVA: EFEITOS RETROATIVOS, POR TRATAR-SE DE ATO JURÍDICO DECLARATÓRIO E NÃO CONSTITUTIVO. [...] 3. A dispensa de pagamento do IPVA em razão da perda total do veículo por furto, roubo, sinistro ou outro motivo que descaracterize o seu domínio útil ou a sua posse, deve ser reconhecida e concedida pelo Fisco retroativamente quando da ciência do dano, por tratar-se de ato jurídico declaratório, com efeitos ex tunc, retroativos ao ato danoso, portanto, que constitui o ato jurídico constitutivo do direito ao não pagamento e com o efeitos ex nunc, ou seja, a contar do ato, sendo cabível pelo devedor, na hipótese da nãoconcessão administrativa da dispensa do pagamento, ajuizar a competente ação visando à dispensa do pagamento do IPVA, não se consumando a prescrição do direito à ação enquanto mantido, no cadastro fiscal, o pretenso débito tributário.' Portanto, houve prova suficiente nos autos da perda do veículo, o que por si só, desautoriza a cobrança do tributo. Por outro lado, não há que se falar em dano moral, não há que se falar em dano moral ou extrapatrimonial. Conforme Sérgio Cavalieri Filho: Se a ofensa é grave de repercussão, por si só justifica a concessão de uma satisfação de ordem pecuniária ao lesado. Em outras palavras, o dano moral existe in re ipsa; deriva inexoravelmente do próprio fato ofensivo, de tal modo que, provada a ofensa, ipso facto está demonstrado o dano moral à guisa de uma presunção natural, uma presunção bominis ou facti, que decorre das regras de experiência comum. (Programa de responsabilidade civil, 5ª ed., São Paulo: Malheiros Editores, 2010, p. 66), p. 123). Para Aguiar Dias, o dano moral consiste na penosa sensação da ofensa, na humilhação perante terceiros, na dor sofrida, enfim, nos efeitos puramente psíquicos e sensoriais experimentados pela vítima do dano, em consequência deste, seja provocada pela recordação do defeito ou da lesão, quando não tenha deixado resíduo mais concreto, seja pela atitude de repugnância ou de reação do ridículo tomada pelas pessoas que o defrontam" (Da Responsabilidade Civil, Forense, 4ª. ed., n. 228, p. 783). No caso dos autos, em que pese a frustração decorrente de da ausência de baixa do veículo, a situação não destoa da decorrência normalmente gerada por este tipo de incidente, situação semelhante caso envolvesse particulares em que se aguardasse que um arcasse com o custeio dos prejuízos do outro. Dessa forma, a frustração narrada se confunde com mero dissabor ou aborrecimento que não atinge de forma severa os direitos da personalidade a justificar a compensação por danos morais. Ante o exposto, ratifico a tutela de urgência e JULGO PARCIALMENTE PROCEDENTE o pedido para declarar a inexigibilidade dos débitos vinculados ao veículo referente ao veículo Palio Fire Ford Escort, placa BHK 5461, Renavam nº 003940.6293, ano 1982 , a partir de março de 2023, providenciando o DETRAN/SP as devidas baixas anotações no registro e no SEFAZ em relação aos dados e débitos do veículo objeto dos autos, excluindo-se o nome do autor como proprietário e julgo extinto o processo com resolução de mérito, nos termos do artigo 487, I do Código de Processo Civil. Indevido o pagamento de custas e despesas nesta fase processual, nos termos do artigo 27 da Lei 12.153/2009 c.c artigo 55 da Lei 9.099/1995. P. I. C. - ADV: FABIO VERGINIO BURIAN CELARINO (OAB 214304/SP)

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Processo nº 1022242-79.2025.8.11.0000

ID: 320114769

Tribunal: TJMT Órgão: Segunda Câmara de Direito Público e Coletivo Classe: AGRAVO DE INSTRUMENTO Nº Processo: 1022242-79.2025.8.11.0000

Data de Disponibilização: 09/07/2025

Polo Ativo:

DIANA CORREIA DE SOUZA

Polo Passivo:

Decisão

Advogados:

ROMARIO VICTOR FIGUEIREDO DE OLIVEIRA

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ESTADO DE MATO GROSSO PODER JUDICIÁRIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA Gabinete 1 - Segunda Câmara de Direito Público e Coletivo Gabinete 1 - Segunda Câmara de Direito Público e Coletivo AGRAVO DE INSTRUMENTO (2… ESTADO DE MATO GROSSO PODER JUDICIÁRIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA Gabinete 1 - Segunda Câmara de Direito Público e Coletivo Gabinete 1 - Segunda Câmara de Direito Público e Coletivo AGRAVO DE INSTRUMENTO (202) 1022242-79.2025.8.11.0000 AGRAVANTE: DIANA CORREIA DE SOUZA AGRAVADO: ESTADO DE MATO GROSSO Visto. Trata-se de Agravo de Instrumento nº 1022242-79.2025.8.11.0000 interposto por DIANA CORREIA DE SOUZA contra decisão interlocutória proferida pelo Juízo da Primeira Vara da Comarca de Chapada dos Guimarães/MT, que nos autos da Ação de Controle Jurisdicional de Legalidade de Ato Administrativo e Danos Morais nº 1000984-38.2025.8.11.0024 proposta em desfavor do ESTADO DE MATO GROSSO indeferiu o pedido de reintegração ao cargo de coordenadora pedagógica de Escola Estadual. A agravante alega, em síntese, que foi designada, mediante aprovação em 2º lugar em processo seletivo público regido pelo Edital nº 011/2023-GS/SEDUC/MT, para a função de Coordenadora Pedagógica, com exercício para o quadriênio 2024-2027. Sustenta que esteve afastada em razão de licença médica, seguida de período de férias previamente programadas e deferidas pela Administração, e que ao retornar à função foi surpreendida com sua exoneração, sob a justificativa de afastamento superior a 30 dias, sem instauração de processo administrativo ou garantia do direito à ampla defesa. Aduz que o TJMT possui orientação consolidada quanto à relativização da exoneração ad nutum quando se tratar de servidores temporários ocupantes de função de gestão escolar investidos por processo seletivo público, salvo mediante processo administrativo com observância ao contraditório e à ampla defesa. Argumenta, ainda, que tanto a licença médica quanto o gozo regular de férias devem ser computados como tempo de efetivo exercício, não podendo ser enquadrados como afastamentos impeditivos para fins de permanência em função comissionada. Defende estarem presentes os requisitos para a concessão da antecipação de tutela da pretensão recursal (Id. 297953362, fl.23). Por fim, requer a concessão de efeito ativo ao recurso para determinar: a) a imediata suspensão dos efeitos do ato de exoneração da função comissionada de Coordenadora Pedagógica; b) sua manutenção, reintegração ou recondução na função; c) a manutenção integral da remuneração até a efetiva conclusão do processo (Id. 297953362, fl.12). É o relatório. Decido. Preambularmente, insta consignar que o caso em análise, dispensa o julgamento do Colegiado, uma vez que presentes os elementos autorizativos para julgar o recurso monocraticamente, nos termos do artigo 932, IV e V, do Código de Processo Civil. Frisa-se que, tais decisões têm por finalidade desafogar os Órgãos Colegiados, buscando dar efetividade ao princípio da celeridade e da economia processual, sem deixar de observar, por óbvio, as garantias constitucionais do devido processo legal, do contraditório e da ampla defesa. Sobre o tema, comenta Daniel Amorim Assumpção Neves que este dispositivo (artigo 932) deve ser interpretado ampliativamente, de forma a ser aplicável sempre que existir precedente sobre a matéria de tribunal superior, ainda que não exista Súmula sobre o tema e que a matéria não tenha sido objeto de julgamento de causas repetitivas ou do incidente de assunção de competência (NOVO Código de Processo Civil, p. 1513, 2016 a ed., Jus PODIVM). Na hipótese, uma vez que a matéria a ser debatida possui jurisprudência sedimentada nos tribunais Superiores e nessa corte, se mostra plenamente possível a análise do recurso de forma monocrática. Sem maiores delongas, após detida análise dos autos, verifico que o presente recurso não comporta provimento. De início, cumpre salientar que os cargos em comissão, assim como as funções de confiança, destinados às atribuições de direção, chefia e assessoramento, descritos no art. 37, V, da Constituição Federal, são de livre nomeação e exoneração. No caso em apreço, a agravante exercia a função de Coordenadora Pedagógica, que se enquadra, por sua natureza, como função de confiança, sendo, portanto, demissível ad nutum, ou seja, a critério da autoridade nomeante, independentemente de motivação específica ou instauração de procedimento administrativo prévio. Tanto a doutrina como a jurisprudência, entendem o caráter precário desses vínculos, que se baseiam essencialmente na relação de fidúcia entre a autoridade nomeante e o nomeado, podendo ser desfeitos a qualquer tempo, conforme a conveniência e oportunidade da Administração Pública. Neste sentido, colaciono jurisprudência oriunda desta Egrégia Corte: APELAÇÃO CÍVEL / REMESSA NECESSÁRIA — AÇÃO ANULATÓRIA DE ATOS ADMINISTRATIVOS C/C DANO MORAL E RECONHECIMENTO DE DIREITO A INCORPORAÇÃO SALARIAL — CARGO EM COMISSÃO, LIVRE NOMEAÇÃO E EXONERAÇÃO — RETORNO DO SERVIDOR AO CARGO EFETIVO DE ORIGEM — ATO ADMINISTRATIVO DISCRICIONÁRIO — ILEGALIDADE — INEXISTÊNCIA. INCORPORAÇÃO SALARIAL — PREVISÃO LEGAL — AUSÊNCIA — DEFERIMENTO — INADMISSIBILIDADE. DANOS MORAIS — NÃO DEMONSTRADOS — INDENIZAÇÃO — IMPOSSIBILIDADE. É perfeitamente possível a emissão de portaria para determinar retorno de servidor público que ocupava cargo em comissão ao cargo efetivo de origem, pois os atributos de chefia, direção e assessoramento, específicos dos cargos em comissão, permite de igual modo, livre nomeação e exoneração. (...) Recurso não provido. Sentença ratificada. (N.U 0000375-98.2013.8.11.0022, TURMA RECURSAL CÍVEL, LUIZ CARLOS DA COSTA, Segunda Câmara de Direito Público e Coletivo, Julgado em 26/10/2021, Publicado no DJE 26/10/2021) Ademais, o pedido formulado pela agravante encontra óbice intransponível no art. 1º, § 3º, da Lei nº 8.437/92, aplicável às tutelas provisórias contra a Fazenda Pública, que veda expressamente a concessão de medida liminar "que esgote, no todo ou em qualquer parte, o objeto da ação", vejamos: “Art. 1° Não será cabível medida liminar contra atos do Poder Público, no procedimento cautelar ou em quaisquer outras ações de natureza cautelar ou preventiva, toda vez que providência semelhante não puder ser concedida em ações de mandado de segurança, em virtude de vedação legal. (...) § 3° Não será cabível medida liminar que esgote, no todo ou em qualquer parte, o objeto da ação”. No caso em tela, a meu juízo, a pretensão de reintegração imediata ao cargo de Coordenadora Pedagógica de Escola Estadual, com percepção dos respectivos vencimentos, representa evidente esgotamento do objeto da demanda principal, o que é vedado pelo ordenamento jurídico pátrio quando se trata de ações movidas contra o Poder Público. Na mesma senda: AGRAVO DE INSTRUMENTO – AÇÃO CIVIL PÚBLICA AMBIENTAL – LIMINAR DEFERIDA EM PRIMEIRO GRAU – PRETENSÃO DE OBRIGAÇÃO DE FAZER – FORNECIMENTO DE ÁGUA A COMUNIDADE – ATO DISCRICIONÁRIO DA ADMINISTRAÇÃO – USURPAÇÃO DE COMPETÊNCIA – VIOLAÇÃO AO PRINCÍPIO DA SEPARAÇÃO DOS PODERES – NECESSIDADE DE ESTUDO CRITERIOSO – ESGOTAMENTO DO OBJETO DA DEMANDA E IRREVERSIBILIDADE DA DECISÃO – DECISÃO REFORMADA – RECURSO PARCIALMENTE PROVIDO. (...) 4. Não cabe conceder liminar que esgote o objeto da demanda e que seja irreversível. 5. Recurso parcialmente provido, decisão reformada em parte. (N.U 1009567-65.2017.8.11.0000, CÂMARAS ISOLADAS CÍVEIS DE DIREITO PÚBLICO, YALE SABO MENDES, Segunda Câmara de Direito Público e Coletivo, Julgado em 01/12/2021, Publicado no DJE 06/12/2021) Por outro lado, há de se ressaltar ainda, que os atos administrativos gozam de presunção de veracidade, legalidade e legitimidade, os quais, ao menos na superficial seara cognitiva, não foram afastados pela recorrente, sendo este seu ônus, já que constitui fato constitutivo do seu direito. Acerca das prerrogativas que militam em favor do ato administrativo, colaciono jurisprudência: RECURSO DE APELAÇÃO CÍVEL – AÇÃO CIVIL PÚBLICA – DANO AMBIENTAL – AUTO DE INFRAÇÃO – AUSÊNCIA DE PROVA PARA DESCONSTITUIR O REFERIDO AUTO DE INFRAÇÃO – PRESUNÇÃO DE VERACIDADE E LEGITIMIDADE DOS ATOS AMINISTRATIVOS – AUTORIZAÇÃO PARA DESENVOLVIMENTO DE ATIVIDADE ECONÔMICA – IRRELEVÂNCIA – RECURSO DESPROVIDO. 1. Se o Apelante não trouxe provas satisfatórias a desconstituir o auto de infração impugnado, deve este prevalecer, haja vista que os atos administrativos possuem presunção de veracidade e legitimidade. 2. O fato do Apelante possuir licença de operação válida não significa dizer que o mesmo possui salvo conduto e está isenta de qualquer responsabilização, posto que a concessão da referida licença apenas demonstra a obrigação de cumprir as exigências e obrigações mínimas ali estabelecidas. 3. Recurso Desprovido. (N.U 1000289-39.2019.8.11.0107, CÂMARAS ISOLADAS CÍVEIS DE DIREITO PÚBLICO, MARIA EROTIDES KNEIP, Primeira Câmara de Direito Público e Coletivo, Julgado em 06/03/2023, Publicado no DJE 22/03/2023) Por fim, registro que, não vislumbro prejuízo em desfavor da autora ora agravante, uma vez que, caso a demanda seja julgada procedente por ocasião da apreciação do mérito, a recorrente receberá, de maneira corrigida, quaisquer valores que tenham sido ilegalmente suprimidos. Dessa forma, forçoso concluir que a exoneração do cargo de Coordenação Pedagógica está, ao menos a priori, amparada tanto pela legislação de regência como também pela jurisprudência desta Corte, não se vislumbrando, neste juízo preliminar, qualquer ilegalidade, o que denota o acerto da decisão de indeferimento prolatada pelo juízo a quo. Com essas considerações, NEGO PROVIMENTO ao presente Agravo de Instrumento, mantendo inalterada a decisão recorrida. Intimem-se. Cumpra-se. Des. Mario Roberto Kono de Oliveira Relator

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Joilson Silva De Jesus x Kellen Aline Neves Luna

ID: 319725801

Tribunal: TJSP Órgão: Foro de Sorocaba - 2ª Vara do Juizado Especial Cível Classe: CUMPRIMENTO DE SENTENçA Nº Processo: 0002222-07.2025.8.26.0602

Data de Disponibilização: 08/07/2025

Polo Ativo:

JOILSON SILVA DE JESUS

Polo Passivo:

KELLEN ALINE NEVES LUNA

Intimação

Advogados:

MILENA FERREIRA SANTOS

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MARCOS ANTONIO DAS NEVES FILHO

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JAIR OLIVEIRA ARRUDA JUNIOR

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JAIR OLIVEIRA ARRUDA

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Processo 0002222-07.2025.8.26.0602 (processo principal 1009014-62.2022.8.26.0602) - Cumprimento de sentença - Indenização por Dano Moral - Joilson Silva de Jesus - Kellen Aline Neves Luna - Nº de O… Processo 0002222-07.2025.8.26.0602 (processo principal 1009014-62.2022.8.26.0602) - Cumprimento de sentença - Indenização por Dano Moral - Joilson Silva de Jesus - Kellen Aline Neves Luna - Nº de Ordem: 2022/000565 Vistos. 1 - Considerando a manifestação do exequente e o decurso do prazo para pagamento voluntário do débito, proceda-se à penhora de ativos financeiros em nome da parte executada, por meio de bloqueio pelo sistema SISBAJUD. Cumpra-se o Provimento CG 21/2006, elaborando-se a minuta de bloqueio, observando-se os dados da parte executada acima mencionada. Em se tratando de conta indicada, nos termos da Resolução CNJ 527/2023 e havendo insuficiência de ativos financeiros, expeça-se, com urgência, ofício à Corregedoria Geral da Justiça, nos termos do inciso I do artigo 6º da referida resolução. Quanto à reiteração automática da ordem de penhora online ("teimosinha"): i) em se tratando de executada pessoa jurídica, presumindo-se em regular atividade econômica, fica desde já deferida a reiteração da ordem ("teimosinha") pelo prazo de 10 dias; ii) em se tratando de executada pessoa física, pode-se presumir que a falta de recursos financeiros em conta corrente, na data da primeira tentativa de bloqueio, indique que a reiteração da ordem incidirá sobre quantia importante para a própria manutenção da parte executada. Assim, por ora, fica indeferida a reiteração da ordem de penhora on line. Em caso de bloqueio, providencie-se o necessário para a transferência dos valores para conta judicial, intimando-se desde logo o executado do prazo de 15 dias para embargos, observando-se que, caso seja revel, deverá ser intimado nos termos do art. 346 do CPC. Certificado o decurso do prazo para oferecimento dos embargos, ou com anuência da parte executada, fica autorizada a expedição do mandado de levantamento eletrônico (MLE) quanto ao depósito decorrente do bloqueio, em favor da parte exequente, obrigatório desde 30/09/2019, nos termos do Comunicado Conjunto 1514/2019, publicado no DJE de 10/09/2019. Para tanto, o patrono da parte exequente deverá preencher o formulário disponibilizado no site http://www.tjsp.jus.br/ IndicesTaxasJudiciarias/DespesasProcessuais (ORIENTAÇÕES GERAIS Formulário de MLE - Mandado de Levantamento Eletrônico), encaminhando-o pelo peticionamento eletrônico, no prazo de 30 dias. Se a parte exequente não estiver representada por advogado deverá ser intimada para comparecer pessoalmente em cartório para preenchimento do referido formulário, com seus dados bancários, no prazo de 30 dias. Havendo bloqueio de valor irrisório, providencie-se o necessário para o imediato desbloqueio, prosseguindo-se nos termos do item 02, e seguintes. 2 - Infrutífera a tentativa de bloqueio integral de valores, procedam-se às pesquisas por meio dos sistemas RENAJUD, ARISP e INFOJUD, esta última somente em relação à pessoa física, tendo em vista que não consta declaração de bens na DIRPJ, dispensado o pagamento dos emolumentos. 2.1 - Com a localização de veículo(s), proceda-se, desde logo, ao bloqueio da transferência pelo próprio sistema RENAJUD. Caso a pesquisa pelo sistema ARISP seja negativa, expeça-se mandado de penhora e avaliação do(s) veículo(s), e, não sendo localizado o(s) veiculo(s) na posse do executado, sejam, desde logo, penhorados demais bens da residência do executado(a), observando-se novo endereço ou bens declarados no IRPF, se o caso, em atendimento ao item 03 da presente decisão. Localizado imóvel que não seja a residência do devedor, expeça-se somente mandado para a penhora e avaliação do(s) veículo(s). Em ambos os casos, não sendo localizado(s) o(s) veículo(s), proceda-se ao bloqueio do licenciamento. Efetivada a penhora, intime-se a parte devedora de que o prazo para oferecimento de embargos é de 15 (quinze) dias, a contar da efetivação da penhora ou aguarde-se o prazo, independente de intimação, caso a parte devedora seja revel e não se encontre representada por advogado. 2.2 - Infrutífera a tentativa de localização ou penhora de veículo(s), e caso seja(m) localizado(s) imóvel(is) em nome do devedor, que não seja sua residência, proceda-se à penhora da parte a ele pertencente, por termo nos autos, nomeando-se a parte executada depositária. Em se tratando de imóvel urbano, caso a parte exequente tenha interesse em assumir o encargo de depositária, nos termos do art. 840, inciso II, § 1º do CPC/2015, deverá manifestar-se nos autos na primeira oportunidade após a formalização da penhora, pena de preclusão. Após, expeça-se mandado para que se proceda: a) à avaliação do imóvel penhorado e, ainda, b) à intimação da parte executada, e de seu eventual cônjuge, acerca da constrição; da nomeação do executado como depositário e do prazo para opor embargos (15 dias). Efetivada(s) a(s) intimação(ões), havendo interesse no registro da penhora junto ao serviço imobiliário, deverá o exequente recolher os emolumentos devidos a fim de que seja efetuado o registro diretamente pelo sistema ARISP. 3 - Infrutíferas todas as diligências anteriores expeça-se MANDADO DE PENHORA, AVALIAÇÃO e CONSTATAÇÃO, observando-se novo endereço ou bens declarados no IRPF, caso positiva a pesquisa INFOJUD. Efetivada a penhora, intime-se a parte devedora de que o prazo para oferecimento de embargos é de 15 (quinze) dias, a contar da efetivação da penhora ou aguarde-se o prazo, independente de intimação, caso a parte devedora seja revel e não se encontre representada por advogado. Não efetuada a penhora, deverá o oficial proceder à descrição dos bens existentes na residência do(a) executado(a), e após, a elaboração da lista, o(a) executado(a) ou o seu representante legal, em caso de pessoa jurídica, seja nomeado depositário provisório de tais bens até ulterior deliberação do juízo (Art. 836, §2º, do CPC/2015). 4 - Em sendo oferecidos embargos à execução pela parte executada, dê-se vista ao exequente para resposta no prazo legal, independentemente de outro despacho, vindo os autos, na sequência, conclusos para decisão. Decorrido o prazo, sem interposição de embargos pelo executado, intime-se o exequente para se manifestar em termos de prosseguimento, notadamente acerca de seu interesse na imediata adjudicação dos bens penhorados (salvo penhora de dinheiro), pelo valor da avaliação, sem prejuízo do prosseguimento da execução em caso de remanescer parte da dívida a executar. 5 - Na hipótese de todas as diligências anteriores restarem negativas ou havendo interesse em reforço da penhora, o exequente deverá indicar bens à penhora, por seus próprios meios, ou o atual/correto endereço da parte executada, no prazo de sessenta dias, cientificando-o da resposta positiva da pesquisa do INFOJUD, se o caso. Com o pedido de prazo suplementar para indicação de bens, ou para informar o atual/correto endereço da parte executada, fica deferido por uma única vez o prazo de 60 dias, independente de nova intimação. 6 - Fica desde já indeferida a reiteração dos pedidos acima (tais como nova prorrogação de prazo ou repetição de diligências que já resultaram infrutíferas). Assim, caso haja reiteração do pedido, ou decorrido o(s) prazo(s) sem efetiva indicação acerca da localização do devedor e/ou de bens penhoráveis, ARQUIVEM-SE os autos. Anote-se que, observado o prazo da prescrição intercorrente, caso o exequente encontre bens penhoráveis ou o executado(a), poderá requerer o desarquivamento dos autos e o restabelecimento da execução, indicando com precisão a localização do executado e de bem específico passível de penhora. 7 - Sem prejuízo, havendo requerimento específico, fica autorizada (i) emissão de certidão para inclusão em cartório de protesto, cabendo ao credor providenciar o encaminhamento, salientando-se que o protesto é realizado gratuitamente, sem o prévio recolhimento de custas ou emolumentos pelo credor (que fica responsável apenas à entrega de carta de anuência e quitação após o pagamento efetivo do débito, cabendo ao devedor solicitar o cancelamento do protesto e efetuar o pagamento dos emolumentos diretamente ao tabelião); (ii)inclusão do débito junto ao SCPC (Portal de Ordens Judiciais - POJ), ficando o credor responsável por informar ao cartório o pagamento integral do débito, para a exclusão da restrição; (iii)inclusão do débito na SERASA (via sistema SERASAJUD, Comunicado CG 436/2020), cabendo ao credor a responsabilidade de informar ao cartório o pagamento integral do débito, para oportuna exclusão da restrição. 8 - Anote-se as restrições e penhoras pendentes, para as medidas pertinentes em caso de arquivamento, mantendo-seas restrições, sob responsabilidade do credor, até eventual comunicação de pagamento ou extinção do débito. 9 - Por fim, nos termos do art. 54 da Lei 9.099/95, fica dispensado o recolhimento das despesas processuais. Int. - ADV: JAIR OLIVEIRA ARRUDA JUNIOR (OAB 378140/SP), MILENA FERREIRA SANTOS (OAB 364570/SP), MARCOS ANTONIO DAS NEVES FILHO (OAB 348456/SP), JAIR OLIVEIRA ARRUDA (OAB 90509/SP)

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Processo nº 1009567-96.2025.4.01.0000

ID: 274935814

Tribunal: TRF1 Órgão: Gab. 17 - DESEMBARGADORA FEDERAL KÁTIA BALBINO Classe: AGRAVO DE INSTRUMENTO Nº Processo: 1009567-96.2025.4.01.0000

Data de Disponibilização: 21/05/2025

Polo Ativo:

Polo Passivo:

FUNDACAO CESGRANRIO

Intimação

Advogados:

ELVIS BRITO PAES

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GUILHERME RIBEIRO ROMANO NETO

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PODER JUDICIÁRIO Tribunal Regional Federal da 1ª Região 1009567-96.2025.4.01.0000 - AGRAVO DE INSTRUMENTO (202) - PJe AGRAVANTE: ADRIANE DE SOUSA CAMARGO Advogado do(a) AGRAVANTE: MARIA LAURA ALVARES… PODER JUDICIÁRIO Tribunal Regional Federal da 1ª Região 1009567-96.2025.4.01.0000 - AGRAVO DE INSTRUMENTO (202) - PJe AGRAVANTE: ADRIANE DE SOUSA CAMARGO Advogado do(a) AGRAVANTE: MARIA LAURA ALVARES DE OLIVEIRA - GO41209-A AGRAVADO: UNIÃO FEDERAL e outros Advogados do(a) AGRAVADO: ELVIS BRITO PAES - RJ127610-A, GUILHERME RIBEIRO ROMANO NETO - RJ127204-A RELATOR: DESEMBARGADOR FEDERAL KATIA BALBINO DE CARVALHO FERREIRA DECISÃO Trata-se de agravo de instrumento interposto por Adriane de Sousa Camargo contra decisão do Juízo da 14ª Vara Cível da Seção Judiciária do Distrito Federal que indeferiu o seu pedido de tutela de urgência para a reanálise da correção de sua prova discursiva no Concurso Público Nacional Unificado (CNU). Alega que participou do referido certame, regido pelo Edital n. 05/2024, Bloco 5 – Educação, Saúde, Desenvolvimento Social e Direitos Humanos, executado pela Fundação Cesgranrio, sob a coordenação geral do Ministério da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos - MGI. Aduz que como concorreu no concurso como PcD – Pessoa com deficiência, por ter Transtorno do Espectro Autista – TEA (sua inscrição foi deferida, também já passou pela avaliação biopsicossocial), tem direito uma correção diferenciada da prova discursiva, conforme consta no item 3.1.3.1 do edital, direito, contudo, não observado pela Banca Examinadora do certame. Entendendo ter havido violação ao princípio da vinculação ao instrumento convocatório e demais normas legais que respaldam o direito do candidato com deficiência, requer a antecipação de tutela recursal para “[...] que seja determinado à parte agravada no prazo de 05 (cinco) dias, que realize a correção diferenciada da prova discursiva da autora, na forma do item 3.1.3.1 do edital, expondo os motivos para a atribuição da nota de cada quesito avaliado e possibilitando a interposição de novo recurso administrativo. Bem ainda, que a banca apresente essa recorreção em Juízo e, caso majorada a nota da autora, seja determinado à parte ré que promova a atualização de sua classificação na lista final de aprovados (considerando que o certame não tem outras etapas).”. (id. 433404063 – fls. 15). Gratuidade de justiça deferida na origem. É o relatório. DECIDO. Nos termos do artigo 1.019, I, do CPC, é facultado ao relator atribuir efeito suspensivo ao agravo ou deferir, em antecipação de tutela, total ou parcialmente, a pretensão recursal, para tanto sendo necessária a demonstração simultânea da plausibilidade da pretensão recursal e do risco de lesão grave ou de difícil reparação decorrente da decisão agravada. Neste juízo de cognição primária, diviso presentes os requisitos necessários ao deferimento da tutela recursal requerida. Com efeito, a análise do acervo probatório dos autos, em exame de cognição sumária, revela que o critério de correção conferido pela Banca Examinadora não obedeceu, na espécie, ao quanto determinado pelo edital. De fato, o item 3.1.3.1 do edital do certame, que disciplina a questão, acha-se expresso nos seguintes termos: 3.1.3.1 - O candidato que solicitar atendimento para surdez, deficiência auditiva, surdocegueira, dislexia e/ou transtorno do espectro autista fará jus à correção diferenciada da prova discursiva, caso o documento, a declaração ou o parecer que motivou a solicitação de atendimento especializado seja aceito. Nessa perspectiva, tendo a agravante sido inscrita para concorrer às vagas destinadas às pessoas com deficiência por ser portadora de transtorno do espectro autista, e, ainda, tendo esse fato ficado expressamente comprovado pela avaliação biopsicossocial a que foi submetida pela Banca Examinadora, corroborado também pelo exame médico juntado aos autos, conforme atestam os documentos de ids. 433404080, 433404186 e 43340185, mostram-se plenamente atendidos os requisitos estabelecidos pelo mencionado item do Edital para que faça jus à correção diferenciada da sua prova discursiva. Importante ressaltar, nesse contexto, que não merece prevalecer o entendimento externado tanto na seara administrativa quanto na decisão agravada, no sentido de que a parte deveria ter solicitado o atendimento em decorrência do seu diagnóstico – comprovado, repise-se – de transtorno do espectro autista, para fazer jus a esse direito estabelecido no edital. É dizer, é corolário lógico/hermenêutico que se aplique à pessoa portadora de deficiência, assim declarada e comprovada, essa prerrogativa editalícia. Isso porque a solução da controvérsia deve abranger outros aspectos relevantes para concretização do direito alçado no artigo 37, inciso VIII, da Constituição Federal (a lei reservará percentual dos cargos e empregos públicos para as pessoas portadoras de deficiência e definirá os critérios de sua admissão), sob a ótica do também constitucional regramento inserto no artigo 227, §2º, da CF/88, que garante prioridade à pessoa com deficiência na efetivação de direitos e na criação de espaços acessíveis e oportunidades equitativas. Essa linha de intelecção deve ser observada na apreciação do caso concreto, tendo em conta, principalmente, a necessidade da adoção de medidas que efetivamente possibilitem o acesso igualitário a bens jurídicos pela pessoa com deficiência, tal como definido na Constituição Federal. Pautada em tais princípios é que a Sexta Turma deste Tribunal, em julgamento a recurso inserido na seara do direito à educação, garantiu a adoção de critérios diferenciados quando da correção das provas discursivas e de redação dos processos seletivos para o ingresso no ensino superior à pessoa com deficiência. Pela relevância da fundamentação, vale a transcrição da ementa do julgado: “ADMINISTRATIVO. AÇÃO CIVIL PÚBLICA. ENSINO SUPERIOR. DEFICIENTES AUDITIVOS. PROVAS DISCURSIVAS E DE REDAÇÃO. MECANISMOS E CRITÉRIOS DIFERENCIADOS DE AVALIAÇÃO. ADOÇÃO. POSSIBILIDADE. I - A ausência de previsão legal específica para a adoção de mecanismos e critérios diferenciados de avaliação das provas discursivas e de redação dos candidatos com deficiência auditiva não pode servir de justificativa para a administração pública deixar de implementar as ações de sua competência constitucionalmente atribuídas, e o entendimento da Corte Suprema é no sentido de que o Estado não pode invocar o princípio da reserva do possível para justificar a sua inação quanto à implementação das políticas públicas e o cumprimento dos deveres do poder público. Precedentes do excelso STF. II - O art. 208, III, da Constituição Federal prevê que "O dever do Estado com a educação será efetivado mediante a garantia de:...atendimento educacional especializado aos portadores de deficiência, preferencialmente na rede regular de ensino. Precedentes deste Tribunal". III - Tal previsão constitucional tem por escopo proporcionar aos portadores de deficiência o acesso ao ensino em igualdades de condições com os demais, o que implica, necessariamente, a adoção de critérios diferenciados quando da correção das provas discursivas e de redação dos processos seletivos para o ingresso no ensino superior. IV - Conforme bem salientado na sentença, "Com efeito, da leitura dos documentos que instruem a inicial, vê-se que os deficientes auditivos apresentam grande dificuldade para se expressarem em linguagem escrita, dada a base essencialmente fonética do nosso alfabeto. Mas nem por isso deixam eles de apresentar plena capacidade de aprendizado e compreensão, se bem que seus esforços se anulem na prática quando têm que realizar o exame de ingresso no ensino superior, particularmente na realização da prova de redação, porquanto são aplicados a eles os mesmos critérios de correção geral, sem atentar para as peculiaridades da escrita", apontado exemplos bem sucedidos de que "...se a prova de redação dos deficientes auditivos fosse objeto de correção apropriada, ou seja, por professores habilitados na educação desses alunos especiais, que dessem predominância ao aspecto semântico do texto, naturalmente haveria índice maior de aprovação deles nos vestibulares". V - A pretensão ministerial e a sentença estão amparados em estudos de especialistas - linguistas, fonoaudiólogos - que entendem que na aplicação de prova escrita aos deficientes auditivos deve ser levada em consideração a sua dificuldade em definir a extensão de uma sentença ou a correta regra gramatical, motivo pelo qual não pode ser levado em consideração o aspecto formal-gramatical, mas sim o conteúdo do texto, extraindo daí a coerência e a exatidão das ideias. VI - Descabe falar em dificuldade na implantação da nova sistemática de correção, uma vez que o Ministério Público Federal no Estado do Piauí firmou Termo de Ajuste de Conduta com a Universidade Estadual do Piauí - UESPI e com o Centro Federal de Educação Tecnológica do Piauí - CEFET para a adoção dos mesmos mecanismos e critérios aqui definidos, e somente a ora apelante se recusou a subscrevê-lo. VII - Recurso de apelação da FUFPI e remessa oficial aos quais se nega provimento.” (AC 0004080-60.2006.4.01.4000, JUIZ FEDERAL ROBERTO CARLOS DE OLIVEIRA (CONV.), TRF1 - SEXTA TURMA, e-DJF1 27/02/2019) Ademais, entendimento diverso vai de encontro aos princípios da razoabilidade e da proporcionalidade que devem orientar as decisões administrativas e jurisdicionais. Desta forma, na espécie, diviso presente a plausibilidade do direito da parte agravante, sendo que o perigo da demora se evidencia pela própria continuidade do certame em voga. Ante o exposto, DEFIRO O PEDIDO DE ANTECIPAÇÃO DA TUTELA RECURSAL para determinar que a parte agravada proceda à correção diferenciada da prova discursiva da autora/agravante, na forma do item 3.1.3.1 do edital do concurso, promovendo, se o caso, a atualização de sua classificação na lista final. Comunique-se, com urgência, via e-mail, à agravada, para fins de ciência e imediato cumprimento desta decisão, cientificando-se, também, o juízo a quo, para as medidas de sua competência. Intime-se a parte agravada para apresentar contrarrazões no prazo legal (art. 1.019, II, do CPC). Publique-se. Intimem-se. Brasília/DF, assinado digitalmente na data do rodapé. (assinado digitalmente) Desembargadora Federal KÁTIA BALBINO Relatora

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Processo nº 4000368-07.2025.8.26.0602

ID: 312682901

Tribunal: TJSP Órgão: 2ª Vara do Juizado Especial Cível da Comarca de Sorocaba Classe: PROCEDIMENTO DO JUIZADO ESPECIAL CíVEL Nº Processo: 4000368-07.2025.8.26.0602

Data de Disponibilização: 01/07/2025

Polo Ativo:

UILSON DE LIMA SILVA

Polo Passivo:

DESPACHO/DECISÃO

Advogados:

MATHEUS MELO DUARTE

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PROCEDIMENTO DO JUIZADO ESPECIAL CÍVEL Nº 4000368-07.2025.8.26.0602/SP AUTOR : UILSON DE LIMA SILVA ADVOGADO(A) : MATHEUS MELO DUARTE (OAB SP496237) DESPACHO/DECISÃO Vistos. 1 – Trata-se de pedido d… PROCEDIMENTO DO JUIZADO ESPECIAL CÍVEL Nº 4000368-07.2025.8.26.0602/SP AUTOR : UILSON DE LIMA SILVA ADVOGADO(A) : MATHEUS MELO DUARTE (OAB SP496237) DESPACHO/DECISÃO Vistos. 1 – Trata-se de pedido de expedição de ofícios para a localização da parte requerida ANDREA JESUS DOS SANTOS . Entretanto, não se pode esquecer que, no sistema dos juizados especiais, o processo deve se orientar pelos princípios da simplicidade, informalidade e celeridade (art. 2º, Lei 9.099/95), de modo que a expedição indiscriminada de ofícios, sem resultados verificados na experiência forense, contraria tais predicados e em nada contribuiu para a maior efetividade da execução. Assim, é fácil perceber que, se fossem atendidos todos os pedidos de expedição de ofícios seja para localização de pessoas, seja para localização de bens penhoráveis, estar-se-ia sobrecarregando o juizado especial cível. Além disso, em sendo negativas as diligências para localização de pessoas, haverá a extinção do processo, porque a citação por edital é vedada pela Lei 9.099/95, de modo que as mesmas diligências deverão ser novamente realizadas no processo a ser ajuizado pelas vias ordinárias. Por fim, a previsão de diligências diversas, no art. 139, IV, do Novo CPC não encontra aplicação irrestrita, no sistema dos juizados especiais, já que suas normas especiais devem prevalecer sobre as disposições gerais no novo Códex; assim, somente se aplicam as normas do CPC quando expressamente previsto pelo legislador (p. ex. art. 985, I, e art. 1062, CPC/2015) ou, de forma subsidiária, quando a norma geral estiver em consonância com os princípios que regem esse sistema processual especial. Nessa direção, aliás, é o Enunciado 66 do FOJESP – Fórum dos Juizados Especiais e Colégios Recursais do Estado de São Paulo: “Enunciado 66: Considerado o princípio da especialidade, o CPC 2015 somente terá aplicação ao Sistema dos Juizados Especiais nos casos de expressa e específica remissão, ou na hipótese de compatibilidade com os critérios previstos no art. 2º da Lei 9.099/95”. Observo, ademais, que a jurisprudência já aprecia essa questão há bastante tempo, como se pode notar da decisão proferida no Agravo de Instrumento nº 1.046.705-7, da 11ª Câmara do Egrégio Primeiro Tribunal de Alçada Civil: “Não cabe ao Poder Judiciário exercer atividade substitutiva da parte e tomar iniciativa que só a essa interessa”. Nesse sentido, já se decidiu: “É obrigação da parte, ao propor ação saber previamente, o endereço e qualificação dos requeridos, bem como, em execução, se os mesmos têm algum bem. Se não têm, ou não sabe o exeqüente da existência de algum, corre o risco de estar propondo ação sem finalidade. Por isso mesmo, é antes da propositura da ação que há de perquirir o autor da existência ou não de bens" (RT 571/133). E, ainda, no Agravo de Instrumento nº 831.593-9, Rel. Ary Bauer, extrai-se que: “Os órgãos judiciais não podem ser reduzidos à condição de assessores especializados na localização dos devedores e dos bens que possam garantir a execução de títulos extrajudiciais de credores que, na maioria das vezes, não se preocupam em verificar, previamente a existência de bens que possam servir para esse fim e, comodamente, pretendem transformar o aparelho estatal em agente de cobrança eficiente e gratuito, esquecendo-se de que tal conduta, implica em desempenho, pelo Cartório, de inúmeros atos que, a rigor, não são de sua função, atravancam os serviços forenses e desatendem, por via de consequência, o interesse público”. Trata-se, aliás, de matéria de cunho jurisdicional, e não administrativo, conforme já decidido pela E. Corregedoria Geral de Justiça, em caso semelhante deste mesmo juizado especial (Prot. CG 26.912/04 DEGE), cujo parecer restou assim ementado: “Os Enunciados do Fórum Permanente de Juízos Especiais Cíveis e Criminais do Brasil não têm força vinculativa Expedição de ofícios para localização de bens ou do próprio devedor no Juizado Especial Cível Não obrigatoriedade Matéria de cunho jurisdicional Parecer pelo arquivamento do protocolado, encaminhando cópia deste ao MM. Juiz Diretor do Juizado Especial Cível de Sorocaba, dando-se ciência ao advogado consulente.” cópia do expediente encontra-se arquivada em cartório. Do conteúdo do referido decisum extrai-se o parecer da lavra do Dr. João Batista Morato Rebouças de Carvalho, Juiz Auxiliar da Corregedoria, no sentido de que “os Enunciados não têm força vinculativa, ou seja, não há obrigatoriedade na aplicação, quer de imediato ou mais a frente. O Magistrado concordando com aquelas orientações, pode aplicá-las, mas, em caso de discordância, pode manter seu posicionamento, até como forma de preservar sua convicção, que deve ser resguardada de qualquer interferência”. E, mais adiante, com relação à expedição de ofício para localização de bens ou do próprio devedor, observa que “a Constituição Federal de 1988, atenta ao movimento internacional de acesso à justiça, determinou à União, ao Distrito Federal e aos Estados a criação de Juizados Especiais, providos de juízes togados ou togados e leigos, competente para conciliação, julgamento e execução das causas cíveis de menor complexidade e infrações penais de menor potencial ofensivo (art. 98, inciso I, CF). O legislador, então, traçou os princípios processuais do Juizado Especial, prevendo expressamente os princípios da oralidade, simplicidade, informalidade, economia processual e celeridade. Referidos princípios acrescido do conjunto de regras trazido pela Lei 9.099/95, procurou, pelo menos parcialmente, dissociar-se do modelo processual contido no Código de Processo Civil de 1973. Assim, seguindo o raciocínio e o espírito do legislador, razão assiste ao MM. Juiz Diretor do Juizado Especial Cível da Comarca de Sorocaba quando, embasado nos princípios basilares do Juizado, conjugado com o disposto na Lei 9.099/95 (referindo-se à posterior menção ao art. 53, § 4º, da Lei 9.099/95), indefere a expedição de ofícios, para localização de bens e endereços, entendendo que eventual deferimento iria contrariar tais princípios, indo contra o sistema criado.” (grifos nossos). Nestes termos, adotando-se essa linha de entendimento, já consolidado no âmbito dos juizados especiais cíveis, INDEFIRO A EXPEDIÇÃO DE OFÍCIOS. 2 – No mais, manifeste-se a parte requerente/exequente, em termos de prosseguimento, requerendo o que de direito em relação à requerida ANDREA JESUS DOS SANTOS , no prazo de 30 dias, sob pena de extinção em relação a esta. Int.

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