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Processo nº 1027880-52.2023.4.01.3500

ID: 313639342

Tribunal: TRF1 Órgão: 13ª Vara Federal de Juizado Especial Cível da SJGO Classe: PROCEDIMENTO DO JUIZADO ESPECIAL CíVEL Nº Processo: 1027880-52.2023.4.01.3500

Data de Disponibilização: 02/07/2025

Polo Ativo:

JOSE BENEDITO DA SILVA

Polo Passivo:

Ato ordinatório

Advogados:

SERGIO BENEDITO OTAVIANO FERREIRA

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VICTOR BENEDITO OTAVIANO FERREIRA

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PODER JUDICIÁRIO JUSTIÇA FEDERAL Seção Judiciária de Goiás 13ª Vara Federal de Juizado Especial Cível da SJGO PROCESSO: 1027880-52.2023.4.01.3500 CLASSE: PROCEDIMENTO DO JUIZADO ESPECIAL CÍVEL (436) … PODER JUDICIÁRIO JUSTIÇA FEDERAL Seção Judiciária de Goiás 13ª Vara Federal de Juizado Especial Cível da SJGO PROCESSO: 1027880-52.2023.4.01.3500 CLASSE: PROCEDIMENTO DO JUIZADO ESPECIAL CÍVEL (436) POLO ATIVO: JOSE BENEDITO DA SILVA REPRESENTANTES POLO ATIVO: VICTOR BENEDITO OTAVIANO FERREIRA - GO27883 e SERGIO BENEDITO OTAVIANO FERREIRA - GO46323 POLO PASSIVO:INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS ATO ORDINATÓRIO (DEPÓSITO DE RPV/PRECATÓRIO) INTIME-SE a parte interessada para ciência quanto ao depósito da requisição de pagamento expedida nos presentes autos. Com fundamento no art. 50 da Resolução CJF 822/2023, não havendo outras pendências, os autos serão arquivados, após o decurso de prazo de 05 (cinco) dias. GOIÂNIA, 1 de julho de 2025. RICARDO JUSTINIANO RIBEIRO 13ª Vara Federal de Juizado Especial Cível da SJGO Instruções para o saque da requisição de pagamento: Identifique a instituição bancária em que foi realizado o depósito. Para tanto, acesse o site por meio do link a seguir e informe o número do CPF do titular do crédito e selecione a opção pesquisar (outras opções de consulta também estarão disponíveis no site, como número do processo originário, OAB do advogado, etc): https://processual.trf1.jus.br/consultaProcessual/cpfCnpjParte.php?secao=TRF1 Clique no número da requisição (coluna “número do Processo no TRF1”). A consulta irá abrir o andamento da requisição na aba Processo. Selecione a aba MOVIMENTAÇÃO. A última movimentação (depósito) deverá indicar, em seu complemento, a instituição bancária em que o saque deverá ser realizado. Caso ainda não conste tal movimentação/informação no processo, contate o atendimento da unidade judiciária para obter orientações ou esclarecimentos. Atenção: Se houver mais de uma requisição expedida, consulte cada uma delas individualmente, repetindo os passos acima. Compareça ao Banco indicado, nos dias e horários de expediente bancário, portando os seguintes documentos: documento de identidade, CPF e comprovante de residência (originais e uma cópia simples). Observações: O levantamento dos valores poderá ser realizado pelo credor/titular da requisição, independentemente de possuir consigo outros documentos do processo (como cópia da requisição de pagamento). Para advogados ou procuradores, é necessário levar cópia da Requisição de Pagamento e cópia da Procuração (documentos extraídos do PJE, com autenticação do sistema pelo QRCODE). Em algumas localidades, a instituição bancária também poderá solicitar ao advogado certidão de atuação/militância ou certidão de objeto e pé. A certidão de objeto e pé poderá ser obtida de forma automática no PJE. Para tanto, basta peticionar no processo utilizando o tipo de documento "Petição - Emissão de Certidão de Objeto e Pé". Se for necessário obter outro tipo de certidão, consulte o atendimento da unidade judiciária para se informar dos procedimentos específicos.

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Processo nº 1036998-75.2020.4.01.3300

ID: 327348419

Tribunal: TRF1 Órgão: 22ª Vara Federal de Juizado Especial Cível da SJBA Classe: CUMPRIMENTO DE SENTENçA CONTRA A FAZENDA PúBLICA Nº Processo: 1036998-75.2020.4.01.3300

Data de Disponibilização: 17/07/2025

Polo Ativo:

AVANI MALAQUIAS DOS SANTOS RIBEIRO

Polo Passivo:

Ato ordinatório

Advogados:

FABIANA PINHEIRO DE LIRA ZIMMER

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PODER JUDICIÁRIO JUSTIÇA FEDERAL Seção Judiciária da Bahia 22ª Vara Federal de Juizado Especial Cível da SJBA PROCESSO: 1036998-75.2020.4.01.3300 CLASSE: CUMPRIMENTO DE SENTENÇA CONTRA A FAZENDA PÚBL… PODER JUDICIÁRIO JUSTIÇA FEDERAL Seção Judiciária da Bahia 22ª Vara Federal de Juizado Especial Cível da SJBA PROCESSO: 1036998-75.2020.4.01.3300 CLASSE: CUMPRIMENTO DE SENTENÇA CONTRA A FAZENDA PÚBLICA (12078) POLO ATIVO: AVANI MALAQUIAS DOS SANTOS RIBEIRO REPRESENTANTES POLO ATIVO: FABIANA PINHEIRO DE LIRA ZIMMER - BA25856 POLO PASSIVO:UNIÃO FEDERAL ATO ORDINATÓRIO (DEPÓSITO DE RPV/PRECATÓRIO) INTIME-SE a parte interessada para ciência quanto ao depósito da requisição de pagamento expedida nos presentes autos. Com fundamento no art. 50 da Resolução CJF 822/2023, não havendo outras pendências, os autos serão arquivados, após o decurso de prazo de 05 (cinco) dias. SALVADOR, 16 de julho de 2025. MOYSES BARBOSA DE CASTRO DOURADO 22ª Vara Federal de Juizado Especial Cível da SJBA Instruções para o saque da requisição de pagamento: Identifique a instituição bancária em que foi realizado o depósito. Para tanto, acesse o site por meio do link a seguir e informe o número do CPF do titular do crédito e selecione a opção pesquisar (outras opções de consulta também estarão disponíveis no site, como número do processo originário, OAB do advogado, etc): https://processual.trf1.jus.br/consultaProcessual/cpfCnpjParte.php?secao=TRF1 Clique no número da requisição (coluna “número do Processo no TRF1”). A consulta irá abrir o andamento da requisição na aba Processo. Selecione a aba MOVIMENTAÇÃO. A última movimentação (depósito) deverá indicar, em seu complemento, a instituição bancária em que o saque deverá ser realizado. Caso ainda não conste tal movimentação/informação no processo, contate o atendimento da unidade judiciária para obter orientações ou esclarecimentos. Atenção: Se houver mais de uma requisição expedida, consulte cada uma delas individualmente, repetindo os passos acima. Compareça ao Banco indicado, nos dias e horários de expediente bancário, portando os seguintes documentos: documento de identidade, CPF e comprovante de residência (originais e uma cópia simples). Observações: O levantamento dos valores poderá ser realizado pelo credor/titular da requisição, independentemente de possuir consigo outros documentos do processo (como cópia da requisição de pagamento). Para advogados ou procuradores, é necessário levar cópia da Requisição de Pagamento e cópia da Procuração (documentos extraídos do PJE, com autenticação do sistema pelo QRCODE). Em algumas localidades, a instituição bancária também poderá solicitar ao advogado certidão de atuação/militância ou certidão de objeto e pé. A certidão de objeto e pé poderá ser obtida de forma automática no PJE. Para tanto, basta peticionar no processo utilizando o tipo de documento "Petição - Emissão de Certidão de Objeto e Pé". Se for necessário obter outro tipo de certidão, consulte o atendimento da unidade judiciária para se informar dos procedimentos específicos.

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Processo nº 1027589-52.2023.4.01.3500

ID: 294493647

Tribunal: TRF1 Órgão: 1ª Vara Federal Cível da SJGO Classe: PROCEDIMENTO COMUM CíVEL Nº Processo: 1027589-52.2023.4.01.3500

Data de Disponibilização: 10/06/2025

Polo Ativo:

SHERLEY ROBERT

Polo Passivo:

Despacho

Seção Judiciária do Estado de Goiás 1ª Vara Federal da SJGO PROCESSO: 1027589-52.2023.4.01.3500 CLASSE: PROCEDIMENTO COMUM CÍVEL (7) AUTOR: SHERLEY ROBERT REU: UNIÃO FEDERAL DESPACHO Trata-se de requ… Seção Judiciária do Estado de Goiás 1ª Vara Federal da SJGO PROCESSO: 1027589-52.2023.4.01.3500 CLASSE: PROCEDIMENTO COMUM CÍVEL (7) AUTOR: SHERLEY ROBERT REU: UNIÃO FEDERAL DESPACHO Trata-se de requerimento formulado pela Autora, noticiando a existência de erro material na sentença (ID 2155400372) em relação ao nome do seu genitor e requerendo a correção. Sustenta que o nome do genitor é Beni Robert e na sentença constou Beni Robet. A DPU requer, também, o cumprimento da sentença em relação aos honorários fixados em desfavor da União. É o breve relato. Decido. Nos termos do art. 494 do Código de Processo Civil, publicada a sentença, o juiz só poderá alterá-la: "I - para corrigir-lhe, de ofício ou a requerimento da parte, inexatidões materiais ou erros de cálculo; II - por meio de embargos de declaração." Compulsando os autos verifica-se que o nome do genitor da Autora, indicado na peça inicial e em outras manifestações da DPU constou como Beni Robet, como registrado, ao final, na sentença. Em consulta aos documentos dos autos, verifica-se, entretanto tratar-se de erro material, evidenciado pela certidão consular no evento ID1611513350 e demais documentos nos eventos ID1611513350 (traduzido no evento ID1611513350) e ID1611513350 (traduzido no evento ID 1611513350). Diante disso, mostra-se evidente a ocorrência de erro material, decorrente de equívoco, de ato involuntário, que não afeta o conteúdo e a substância do ato. No caso, trata-se da grafia do sobrenome do genitor da Autora. Assim, defiro o requerimento da DPU para correção da parte dispositiva da sentença e onde se lê: “julgo procedentes os pedidos, nos termos do art. 487, inciso I, do Código de Processo Civil, para condenar a Ré a providenciar, no prazo de 30 (trinta) dias, a alteração do Registro Nacional Migratório (RNM nº G203894Z) e do Cadastro da Pessoa Física (708.532.041-95), para fazer constar: a) o nome correto dos genitores da Autora, sendo Marie Maude Oméus e Beni Robet; e b) o nome da Autora como Sherley Robert Guerrier.” deve se ler: “julgo procedentes os pedidos, nos termos do art. 487, inciso I, do Código de Processo Civil, para condenar a Ré a providenciar, no prazo de 30 (trinta) dias, a alteração do Registro Nacional Migratório (RNM nº G203894Z) e do Cadastro da Pessoa Física (708.532.041-95), para fazer constar: a) o nome correto dos genitores da Autora, sendo Marie Maude Oméus e Beni Robert; e b) o nome da Autora como Sherley Robert Guerrier.” (grifei) Prosseguindo, em relação ao cumprimento se sentença, determino a intimação da UNIÃO para, querendo, impugnar a execução nos termos do art. 535 do Código de Processo Civil, conforme requerido. No caso de impugnação, intime-se a outra parte para manifestar no prazo de quinze dias. Decorrido o prazo sem impugnação, proceda à expedição do precatório ou RPV, intimando as partes do teor do ofício requisitório (art. 12 da Resolução nº. 822, de 20/03/2023, do Conselho da Justiça Federal). Intimem-se. Goiânia, data e assinatura por meio eletrônico. RAFAEL BRANQUINHO JUIZ FEDERAL

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José Carlos De Andrade x Notre Dame Intermedica Saude S.A.

ID: 294748391

Tribunal: TJSP Órgão: Foro de Osasco - 8ª Vara Cível Classe: CUMPRIMENTO PROVISóRIO DE SENTENçA Nº Processo: 0007022-24.2024.8.26.0405

Data de Disponibilização: 10/06/2025

Polo Ativo:

JOSé CARLOS DE ANDRADE

Polo Passivo:

NOTRE DAME INTERMEDICA SAUDE S.A.

Intimação

Advogados:

GONÇALVES DE ANDRADE SOCIEDADE DE ADVOGADOS

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BRUNO TEIXEIRA MARCELOS

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Processo 0007022-24.2024.8.26.0405 (processo principal 1036998-93.2023.8.26.0405) - Cumprimento Provisório de Sentença - DIREITO CIVIL - José Carlos de Andrade - NOTRE DAME INTERMEDICA SAUDE S.A. -… Processo 0007022-24.2024.8.26.0405 (processo principal 1036998-93.2023.8.26.0405) - Cumprimento Provisório de Sentença - DIREITO CIVIL - José Carlos de Andrade - NOTRE DAME INTERMEDICA SAUDE S.A. - Vistos. Trata-se de cumprimento provisório de sentença em relação à seguinte decisão liminar, posteriormente confirmada por sentença e acórdão (aguardando julgamento de Recurso Especial interposto pela ré): Decisão liminar - "Neste sentido, as questões contratuais e legais não se sobrepõe ao direito fundamental à vida, razão pela qual DEFIRO a antecipação de tutela para determinar que a ré NOTREDAME INTERMÉDICA SAÚDE S.A., no prazo de 48 hora, atenda à solicitação médica de fls. 67 (internação e cirurgia), observando-se a solicitação médica de fls. 68" Decisão que fixou a multa - "Intime-se o requerido para comprovar o cumprimento da liminar, no prazo de 48 horas, sob pena de multa diária de R$200,00, limitada a R$20.000,00". Sentença - "JULGO PROCEDENTE em parte o pedido formulado para reconhecer como devido ao custo pelo tratamento devido ao autor, nos exatos termos da decisão antecipatória de fls. 94/96. Na sequência, JULGO EXTINTO o processo nos termos do artigo 487, inciso I, do Código de Processo Civil". Acórdão - "Consumidor que cumpre corretamente a transposição de um contrato para outro em mudança de operadora, não sonegando informações ou agindo de má-fé. Inadmissibilidade de obrigar o contratante a cumprir carência por cobertura temporária alegando omissão de doença pré-existente em nada sendo exigido e sequer impugnado a afirmativa de ter o autor comunicado o fato para a representante da operadora. Sujeito que, nesse contexto, é avaliado e tem recomendação urgente para substituição do mecanismo de marcapasso próximo de vencimento (tempo útil). Recusa injustificada devido a urgência (art. 12, V, b, da Lei 9856/98). Sentença que obriga cobrir a providência deve ser mantida. Não provimento". O exequente alegou descumprimento pelo executado e requer o pagamento do valor das astreintes de R$ 20.000,00 (fls. 1/7). Decisão de fls. 11/12 intimou o executado para pagamento do valor. Sobreveio petição do exequente para que intime o executado para que arque com os custos da cirurgia do autor, com base na estimativa passada pelo Hospital a respeito do custeio da cirurgia no montante de R$ 337.000,00. O executado peticionou depositando o valor de R$ 20.000,00 (fls. 19) e apresentando impugnação ao cumprimento de sentença às fls. 60/77. Decisão de fls. 119 determinou que a parte executada comprovasse o início do tratamento determinado em sentença, sob pena de bloqueio dos valores. Decisão de fls. 133/134 determinou o cancelamento do incidente. Houve interposição de recurso contra a decisão, ao qual foi dado provimento (fls. 180/182) "para que o cumprimento da sentença (agora definitivo) prossiga, examinando e julgando a impugnação para eventuais medidas que promovam a satisfação do julgado". É o breve relatório. Fundamento e decido. Cumprindo-se o v. Acórdão, passo a deliberar sobre a impugnação apresentada. Rejeito a impugnação apresentada. Os fundamentos apresentados pela parte executada se referem ao mérito da sentença, inclusive muitos deles replicados de sua contestação e de suas razões de apelação, o que por evidente não comportam reanálise por este juízo de execução, sob pena de evidente afronta à coisa julgada. Destaca-se que já houve prolação de sentença, inclusive confirmada em grau recursal, para que a parte executada atenda à solicitação médica de fls. 67 (internação e cirurgia), observando-se a solicitação médica de fls. 68. Não houve comprovação pela parte executada de cumprimento da tutela de urgência ou eventual justificativa idônea para o não atendimento da ordem judicial. Nota-se que a liminar foi concedida em 27/11/2023, com efetiva ciência da parte executada ainda quando do processo de conhecimento (conforme petição de fls. 99 do processo de conhecimento) e depois com a fixação do valor das astreintes na decisão proferida no dia 15/12/2023. A sentença, confirmando a liminar, foi proferida logo no dia 14/03/2024 e o acórdão em 20/09/2024. Ou seja, há mais de ano o exequente tenta ver cumprir a decisão judicial que obrigou o plano a custear o procedimento cirúrgico solicitado na guia de internação número 234062, para troca de gerador de marcapasso, bem como a cobertura da sua internação no Hospital Nipo-brasileiro, tratando-se de procedimento de urgência, e o executado insiste em descumprir a ordem judicial, em evidente descaso ao consumidor e a este Poder Judiciário. Destaca-se que corriqueiramente este juízo se depara com idêntica atitude da empresa executada Notre Dame em outros processos envolvendo casos de saúde e, portanto, urgentes, colocando em risco à vida dos consumidores. Até por isto a jurisprudência do TJ-SP vem encampando os pedidos de bloqueio de valores para custeio do tratamento/cirurgia contra a mesma coexecutada para assegurar o cumprimento das ordens judiciais: "Agravo de instrumento. Ação de obrigação de fazer. Plano de saúde. Decisão recorrida deferiu a penhora de valores para aquisição de medicamentos . Inconformismo. Não cabimento. Possibilidade de bloqueio de valores para garantir o cumprimento da tutela de urgência. Poder geral de cautela . Inexistência de trânsito em julgado não impede a tomada de medidas constritivas. Bloqueio de bens se insere dentro do âmbito da tutela provisória de urgência, situação que dispensa a observância do contraditório prévio, nos termos do art. 9º, parágrafo único, I, do CPC. Desnecessidade de prestação de caução . Impedir ou obstaculizar o levantamento de valores tornaria inócuo o próprio bloqueio dos valores, voltado a assegurar o resultado prático da medida. Garantia ao tratamento médico prescrito por meio da aquisição dos medicamentos prescritos com a utilização dos valores bloqueados. Decisão mantida. Agravo impróvido" (TJ-SP - Agravo de Instrumento: 2132627-94.2024.8.26 .0000 São Paulo, Relator.: Pedro de Alcântara da Silva Leme Filho, Data de Julgamento: 11/06/2024, 8ª Câmara de Direito Privado, Data de Publicação: 11/06/2024) Ante o exposto, DEFIRO o bloqueio de valores das contas da parte executada para que seja possível ao exequente realizar o procedimento cirúrgico solicitado na guia de internação número 234062 (fls. 67 do processo de conhecimento), Internação solicitada pelo Dr. Marco Alexander V Akimine, CRM 121843-SP, para troca de gerador de marcapasso, conforme relatório de fls. 68 do processo de conhecimento, bem como a cobertura da sua internação no Hospital Nipo-brasileiro. Para tanto, determino que o exequente junte o orçamento nos autos do valor a ser desembolsado para tanto e custas do Sisbajud, dentro de 5 (cinco) dias. Após, cumpra a serventia independente de nova ordem judicial, expedindo-se posteriormente MLE ao exequente que deverá juntar documentos comprobatórios para prestação de contas dentro de 30 dias depois da cirurgia realizada. Destaco que o print de fls. 16 não é suficiente, porque o próprio hospital indica que se faz necessária a atualização do pedido médico para que o orçamento seja mais efetivo. Intime-se. - ADV: GONÇALVES DE ANDRADE SOCIEDADE DE ADVOGADOS (OAB 42257/SP), BRUNO TEIXEIRA MARCELOS (OAB 472813/SP)

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Processo nº 6004200-65.2025.4.06.0000

ID: 304070841

Tribunal: TRF6 Órgão: SECRETARIA DA 3a. TURMA Classe: AGRAVO DE INSTRUMENTO Nº Processo: 6004200-65.2025.4.06.0000

Data de Disponibilização: 23/06/2025

Polo Ativo:

JORGE ANTONIO ALVARES DUTRA

Polo Passivo:

DESPACHO/DECISÃO

Advogados:

LEVINO ALVES DA SILVA

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JEAN RODRIGUES SILVA

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FREDERICO MACHADO ALVES

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Agravo de Instrumento Nº 6004200-65.2025.4.06.0000/MGPROCESSO ORIGINÁRIO: Nº 1000175-44.2017.4.01.3806/MG AGRAVANTE : JORGE ANTONIO ALVARES DUTRA ADVOGADO(A) : FREDERICO MACHADO ALVES (OAB MG134649… Agravo de Instrumento Nº 6004200-65.2025.4.06.0000/MGPROCESSO ORIGINÁRIO: Nº 1000175-44.2017.4.01.3806/MG AGRAVANTE : JORGE ANTONIO ALVARES DUTRA ADVOGADO(A) : FREDERICO MACHADO ALVES (OAB MG134649) ADVOGADO(A) : JEAN RODRIGUES SILVA (OAB MG086601) ADVOGADO(A) : LEVINO ALVES DA SILVA (OAB MG079986) DESPACHO/DECISÃO Trata-se de agravo de instrumento interposto por JORGE ANTONIO ALVARES DUTRA , com pedido de antecipação da tutela recursal , em face de decisão ( processo 1000175-44.2017.4.01.3806/MG, evento 134, DESPADEC1 ) proferida em 08/05/2025, nos autos do Cumprimento de Sentença nº 10001754420174013806, na qual o juízo a quo manteve o bloqueio efetuado nas contas do executado no valor de R$13.836,18. O agravante, inicialmente, pede o deferimento da assistência judiciária gratuita. Ademais, pugna pela antecipação da tutela recursal, em virtude de dano irreversível, caso os valores não sejam desbloqueados. No mérito do recurso, sustenta que os valores bloqueados estão acobertados pela impenhorabilidade, nos termos do art. 833, incisos IV, IX e X, o que justifica a liberação da constrição realizada. É o relatório. Inicialmente, o benefício da justiça gratuita visa a possibilitar o acesso ao Judiciário de cidadãos que se encontrem em condição de hipossuficiência econômico-financeira comprovada. Para tanto, o § 3º do art. 99 do Código de Processo Civil – CPC – admite a concessão da assistência judiciária mediante simples afirmação, na própria petição inicial, de que a parte requerente não possui condições de pagar as custas do processo e os honorários de advogado, sem prejuízo do próprio sustento ou o de sua família. Ainda, aliada à declaração de hipossuficiência, o entendimento objetivo do Tribunal Regional Federal da 1ª Região é o de que a concessão da justiça gratuita deve ser deferida àqueles que não possuam rendimentos líquidos mensais superiores ao valor correspondente a 10 (dez) salários-mínimos (TRF 1ª Região, AI 1023299-52.2022.4.01.0000, Desembargador Federal I'talo Fioravanti Sabo Mendes, DJ de 28/07/2022; AI 1032468-97.2021.4.01.0000, Desembargador Federal Souza Prudente, DJ de 19/04/2022; AI 1036998-47.2021.4.01.0000, Desembargador Federal Carlos Augusto Pires Brandão, DJ de 28/03/2022; AC 0052363-97.2013.4.01.3700, Desembargador Federal Carlos Augusto Pires Brandão, Pje 18/05/2023). No caso, o agravante se declarou hipossuficiente juntamente à inicial deste recurso, bem como não há evidência que leve a crer a percepção de renda superior a 10 salários-mínimos. Assim, defiro o pedido de assistência judiciária gratuita ao agravante. Quanto ao pedido do agravante, o agravo de instrumento, em regra, não tem efeito suspensivo, conforme disposto no art. 995 do CPC/2015. Contudo, pode o relator, concedê-lo se presentes os requisitos previstos no parágrafo único do mesmo dispositivo, quais sejam, se da imediata produção de seus efeitos houver risco de dano grave, de difícil ou impossível reparação, e ficar demonstrada a probabilidade de provimento do recurso. No caso, a jurisprudência pacífica do Superior Tribunal de Justiça é de que a irrisoriedade do valor penhorado (em dinheiro), comparado ao total da dívida executada, não impede a sua penhora via BacenJud, nem justifica o seu desbloqueio. Lado outro, nos termos do art. 833, incisos IV e X, do CPC/2015, são impenhoráveis os vencimentos, subsídios, soldos, salários, remunerações, proventos de aposentadoria, pensões, pecúlios e montepios, as quantias recebidas por liberalidade de terceiro e destinadas ao sustento do devedor e sua família, os ganhos de trabalhador autônomo e os honorários de profissional liberal, assim como os valores poupados mantidos em papel moeda, conta corrente, caderneta de poupança, CDB, RBD ou fundo de investimentos até o limite de 40 (quarenta) salários mínimos, ressalvados casos de abuso, má-fé ou fraude(STJ, REsp n. 1.826.026/RS, relator Ministro Herman Benjamin, Segunda Turma, julgado em 20/8/2019, DJe de 13/9/2019; AgInt no REsp n. 1.914.793/RS, relator Ministro Herman Benjamin, Segunda Turma, julgado em 14/6/2021, DJe de 1/7/2021; AgInt no REsp n. 2.062.361/RS, relatora Ministra Regina Helena Costa, Primeira Turma, julgado em 15/5/2023, DJe de 19/5/2023; AgInt no AREsp n. 2.152.816/RS, relator Ministro Francisco Falcão, Segunda Turma, julgado em 15/5/2023, DJe de 17/5/2023; AgInt no AREsp n. 1.961.696/RS, relator Ministro Mauro Campbell Marques, Segunda Turma, julgado em 27/3/2023, DJe de 31/3/2023). Ademais, esta Terceira Turma também já se posicionou no sentido de que a impenhorabilidade de quarenta salários-mínimos não depende da investigação acerca da natureza da quantia penhorada, a qual só se faz necessária quando o valor penhorado ultrapassa essa quantia (precedente: AI 1007163-14.2021.4.01.0000, Relator Desembargador Federal Miguel Ângelo de Alvarenga Lopes, julgado em 01/08/2023). Tal entendimento se aplica também aos casos de cumprimento de sentença , conforme jurisprudência firmada pela Corte Superior (STJ, AgInt no AREsp n. 2.361.219/RS, relator Ministro Mauro Campbell Marques, Segunda Turma, julgado em 3/10/2023, DJe de 17/10/2023; AgInt no REsp n. 1.777.252/SP, relator Ministro Raul Araújo, Quarta Turma, julgado em 2/10/2023, DJe de 5/10/2023). Nesses termos, verifica-se pelos documentos dos autos originários que, mesmo que somados, os valores bloqueados são muito inferiores a 40 salários mínimos, o que atrai a presunção de impenhorabilidade nos termos do recente entendimento da Corte Superior, em sua integralidade. Sendo assim, presente a probabilidade do direito invocado pelo agravante, bem como do mesmo modo presente, o risco de dano irreparável por se tratar de verba de natureza alimentar, defiro a antecipação de tutela recursal requerida ao presente agravo de instrumento para que sejam desbloqueados os valores em todas as contas do agravante, em sua integralidade. Oficie-se, com urgência , ao juízo de 1º grau para ciência e adoção das medidas necessárias, ante a tutela recursal, ora concedida. Por fim, intime-se a parte agravada para, querendo, apresentar contrarrazões ao agravo de instrumento interposto, nos termos do art. 1.019, inciso II, do CPC/2015, no prazo de 15 (quinze) dias. Publique-se. Intimem-se. Belo Horizonte, data da assinatura eletrônica. Álvaro Ricardo de Souza Cruz Desembargador Federal – 3ª Turma - TRF 6ª Região

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Processo nº 6004688-20.2025.4.06.0000

ID: 304118925

Tribunal: TRF6 Órgão: SECRETARIA DA 3a. TURMA Classe: AGRAVO DE INSTRUMENTO Nº Processo: 6004688-20.2025.4.06.0000

Data de Disponibilização: 23/06/2025

Polo Ativo:

ELISSANE CAMPOS PIMENTA

Polo Passivo:

DESPACHO/DECISÃO

Advogados:

ELISSANE CAMPOS PIMENTA

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Agravo de Instrumento Nº 6004688-20.2025.4.06.0000/MGPROCESSO ORIGINÁRIO: Nº 0004354-67.2010.4.01.3811/MG AGRAVANTE : ELISSANE CAMPOS PIMENTA ADVOGADO(A) : ELISSANE CAMPOS PIMENTA (OAB MG103255) DE… Agravo de Instrumento Nº 6004688-20.2025.4.06.0000/MGPROCESSO ORIGINÁRIO: Nº 0004354-67.2010.4.01.3811/MG AGRAVANTE : ELISSANE CAMPOS PIMENTA ADVOGADO(A) : ELISSANE CAMPOS PIMENTA (OAB MG103255) DESPACHO/DECISÃO Trata-se de agravo de instrumento interposto por ELISSANE CAMPOS PIMENTA , com pedido de antecipação da tutela recursal , em face de decisão ( processo 0004354-67.2010.4.01.3811/MG, evento 153, DESPADEC1 ) proferida em 03/06/2025, nos autos do Cumprimento de Sentença nº 00043546720104013811, na qual o juízo a quo manteve o bloqueio efetuado nas contas da agravante no valor total de R$ 1.827,05. A agravante, inicialmente, pede o deferimento da assistência judiciária gratuita. Ademais, pugna pela antecipação da tutela recursal, em virtude de dano irreversível, caso os valores não sejam desbloqueados. No mérito do recurso, sustenta que os valores bloqueados nas suas contas são inferiores a quarenta salários mínimos, o que justifica a liberação da constrição realizada. É o relatório. Inicialmente, o benefício da justiça gratuita visa a possibilitar o acesso ao Judiciário de cidadãos que se encontrem em condição de hipossuficiência econômico-financeira comprovada. Para tanto, o § 3º do art. 99 do Código de Processo Civil – CPC – admite a concessão da assistência judiciária mediante simples afirmação, na própria petição inicial, de que a parte requerente não possui condições de pagar as custas do processo e os honorários de advogado, sem prejuízo do próprio sustento ou o de sua família. Ainda, aliada à declaração de hipossuficiência, o entendimento objetivo do Tribunal Regional Federal da 1ª Região é o de que a concessão da justiça gratuita deve ser deferida àqueles que não possuam rendimentos líquidos mensais superiores ao valor correspondente a 10 (dez) salários-mínimos (TRF 1ª Região, AI 1023299-52.2022.4.01.0000, Desembargador Federal I'talo Fioravanti Sabo Mendes, DJ de 28/07/2022; AI 1032468-97.2021.4.01.0000, Desembargador Federal Souza Prudente, DJ de 19/04/2022; AI 1036998-47.2021.4.01.0000, Desembargador Federal Carlos Augusto Pires Brandão, DJ de 28/03/2022; AC 0052363-97.2013.4.01.3700, Desembargador Federal Carlos Augusto Pires Brandão, Pje 18/05/2023). No caso, a agravante juntou declaração de hipossuficiência junto ao evento 7. Assim, defiro o pedido de assistência judiciária gratuita ao agravante , considerando a declaração de hipossuficiência juntada a este agravo. Quanto ao pedido da agravante, o agravo de instrumento, em regra, não tem efeito suspensivo, conforme disposto no art. 995 do CPC/2015. Contudo, pode o relator, concedê-lo se presentes os requisitos previstos no parágrafo único do mesmo dispositivo, quais sejam, se da imediata produção de seus efeitos houver risco de dano grave, de difícil ou impossível reparação, e ficar demonstrada a probabilidade de provimento do recurso. No caso, a jurisprudência pacífica do Superior Tribunal de Justiça é de que a irrisoriedade do valor penhorado (em dinheiro), comparado ao total da dívida executada, não impede a sua penhora via BacenJud, nem justifica o seu desbloqueio. Lado outro, nos termos do art. 833, incisos IV e X, do CPC/2015, são impenhoráveis os vencimentos, subsídios, soldos, salários, remunerações, proventos de aposentadoria, pensões, pecúlios e montepios, as quantias recebidas por liberalidade de terceiro e destinadas ao sustento do devedor e sua família, os ganhos de trabalhador autônomo e os honorários de profissional liberal, assim como os valores poupados mantidos em papel moeda, conta corrente, caderneta de poupança, CDB, RBD ou fundo de investimentos até o limite de 40 (quarenta) salários mínimos, ressalvados casos de abuso, má-fé ou fraude(STJ, REsp n. 1.826.026/RS, relator Ministro Herman Benjamin, Segunda Turma, julgado em 20/8/2019, DJe de 13/9/2019; AgInt no REsp n. 1.914.793/RS, relator Ministro Herman Benjamin, Segunda Turma, julgado em 14/6/2021, DJe de 1/7/2021; AgInt no REsp n. 2.062.361/RS, relatora Ministra Regina Helena Costa, Primeira Turma, julgado em 15/5/2023, DJe de 19/5/2023; AgInt no AREsp n. 2.152.816/RS, relator Ministro Francisco Falcão, Segunda Turma, julgado em 15/5/2023, DJe de 17/5/2023; AgInt no AREsp n. 1.961.696/RS, relator Ministro Mauro Campbell Marques, Segunda Turma, julgado em 27/3/2023, DJe de 31/3/2023). Ademais, esta Terceira Turma também já se posicionou no sentido de que a impenhorabilidade de quarenta salários-mínimos não depende da investigação acerca da natureza da quantia penhorada, a qual só se faz necessária quando o valor penhorado ultrapassa essa quantia (precedente: AI 1007163-14.2021.4.01.0000, Relator Desembargador Federal Miguel Ângelo de Alvarenga Lopes, julgado em 01/08/2023). Tal entendimento se aplica também aos casos de cumprimento de sentença , conforme jurisprudência firmada pela Corte Superior (STJ, AgInt no AREsp n. 2.361.219/RS, relator Ministro Mauro Campbell Marques, Segunda Turma, julgado em 3/10/2023, DJe de 17/10/2023; AgInt no REsp n. 1.777.252/SP, relator Ministro Raul Araújo, Quarta Turma, julgado em 2/10/2023, DJe de 5/10/2023). Nesses termos, verifica-se pelos documentos dos autos originários que, mesmo que somados, os valores bloqueados ( processo 0004354-67.2010.4.01.3811/MG, evento 138, OUT2 ) são muito inferiores a 40 salários mínimos, o que atrai a presunção de impenhorabilidade nos termos do recente entendimento da Corte Superior, em sua integralidade. Sendo assim, presente a probabilidade do direito invocado pela agravante, bem como do mesmo modo presente, o risco de dano irreparável por se tratar de verba de natureza alimentar, defiro a antecipação de tutela recursal requerida ao presente agravo de instrumento para que sejam desbloqueados os valores em todas as contas da agravante, em sua integralidade. Oficie-se, com urgência , ao juízo de 1º grau para ciência e adoção das medidas necessárias, ante a tutela recursal, ora concedida. Por fim, intime-se a parte agravada para, querendo, apresentar contrarrazões ao agravo de instrumento interposto, nos termos do art. 1.019, inciso II, do CPC/2015, no prazo de 15 (quinze) dias. Publique-se. Intimem-se. Belo Horizonte, data da assinatura eletrônica. Álvaro Ricardo de Souza Cruz Desembargador Federal – 3ª Turma - TRF 6ª Região

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Abimael Fernando De Souza x Reitor Da Sociedade De Pesquisa Educacao E Cultura, Dr. Aparicio Carvalho De Moraes Ltda (Fimca).

ID: 314227707

Tribunal: TRF1 Órgão: 2ª Vara Federal Cível da SJRO Classe: MANDADO DE SEGURANçA CíVEL Nº Processo: 1007714-08.2024.4.01.4100

Data de Disponibilização: 02/07/2025

Polo Ativo:

ABIMAEL FERNANDO DE SOUZA

Polo Passivo:

REITOR DA SOCIEDADE DE PESQUISA EDUCACAO E CULTURA, DR. APARICIO CARVALHO DE MORAES LTDA (FIMCA).

Sentença Tipo A

Advogados:

IZABEL CELINA PESSOA BEZERRA CARDOSO

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GABRIEL ELIAS BICHARA

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PODER JUDICIÁRIO JUSTIÇA FEDERAL Seção Judiciária de Rondônia 2ª Vara Federal Cível da SJRO PROCESSO: 1007714-08.2024.4.01.4100 CLASSE: MANDADO DE SEGURANÇA CÍVEL (120) POLO ATIVO: ABIMAEL FERNANDO D… PODER JUDICIÁRIO JUSTIÇA FEDERAL Seção Judiciária de Rondônia 2ª Vara Federal Cível da SJRO PROCESSO: 1007714-08.2024.4.01.4100 CLASSE: MANDADO DE SEGURANÇA CÍVEL (120) POLO ATIVO: ABIMAEL FERNANDO DE SOUZA Advogado do(a) IMPETRANTE: GABRIEL ELIAS BICHARA - RO6905 POLO PASSIVO: SOCIEDADE DE PESQUISA EDUCACAO E CULTURA, DR. APARICIO CARVALHO DE MORAES LTDA e outros SENTENÇA Trata-se de mandado de segurança impetrado por ABIMAEL FERNANDO DE SOUZA contra ato perpetrado pelo REITOR DA SOCIEDADE DE PESQUISA EDUCACAO E CULTURA, DR. APARICIO CARVALHO DE MORAES LTDA (FIMCA), objetivando a quebra do pré-requisito, a fim de que seja devidamente matriculado em todas as disciplinas do 2° ano de medicina e realize o acompanhamento em regime de turma especial para cursar novamente a matéria de MED – 7101 – ANATOMIA HUMANA, concomitantemente com o 2° ano. Alega, em síntese, que (Id. 2128960769): i) é aluno do curso de medicina e não atingiu nota suficiente para aprovação na disciplina de ANATOMIA HUMANA, no ano letivo de 2023, que é matéria pré-requisito das disciplinas do segundo ano; ii) a referida disciplina é a base para uma cadeia de pré-requisitos, de modo que ao chegar nos próximos semestres não poderá cursar nenhuma matéria dos anos posteriores, pois terá que cumprir as matérias pré-requisito dos anos anteriores; iii) não há nenhum óbice para a concessão do acompanhamento especial, tendo em vista que a impetrada já deferiu o requerimento para a realização da disciplina de MED – 7101 – ANATOMIA HUMANA na forma de acompanhamento especial, sendo necessário, somente a quebra de pré-requisito da matéria; iv) o quadro de horários permite completamente o curso da matéria de anatomia humana concomitantemente com o 2º ano. Juntou procuração e outros documentos (Id. 2128960900 e seguintes). Requereu o benefício da justiça gratuita. Postergou-se a análise da liminar para momento posterior à manifestação da autoridade impetrada (Id. 2129331655), todavia, devidamente intimada (Id. 2131829039), quedou-se inerte. O pedido de liminar foi indeferido por ausência de comprovação do risco da ineficácia da medida, se concedida ao final (id. 2139880712). Manifestação do MPF pelo regular prosseguimento do feito (Id. 2151902583). É o relatório. DECIDO. Cinge-se a controvérsia a respeito da possibilidade de quebra do pré-requisito da disciplina de ANATOMIA HUMANA para ser cursada em regime de acompanhamento especial concomitantemente às demais matérias do 2° ano do curso de medicina. Analisados os documentos trazidos pelo impetrante, observo a juntada de contrato de prestação de serviços educacionais firmado entre o impetrante e a IES, em 14.03.2024, para a realização da disciplina de ANATOMIA HUMANA em regime especial de acompanhamento no ano letivo de 2024 (Id. 2128961077). Quanto ao pedido de quebra de pré-requisito para realização das disciplinas: FISIOLOGIA e PATOLOGIA GERAL E SISTÊMICA, simultaneamente com o 2º ano do curso de medicina, entendo que a relevância da fundamentação não se consubstanciou. O entendimento jurisprudencial do Tribunal Regional Federal da 1ª Região admite a superação do pré-requisito possibilitando a matrícula conjunta em disciplinas com relação de dependência, quando há compatibilidade de horários entre as matérias e que não haja prejuízo à formação acadêmica, em casos que o aluno se vê obrigado a postergar a conclusão de seu curso apenas em razão de uma única disciplina. Confira-se: SEGURANÇA. ENSINO SUPERIOR. CURSO DE MEDICINA. MATRÍCULA. QUEBRA DE PRÉREQUISITO. DISCIPLINA CONCOMITANTE AO INTERNATO. POSSIBILIDADE. DIREITO ASSEGURADO. SENTENÇA MANTIDA. 1. Ainda que se reconheça a legitimidade da observância de pré-requisitos para a matrícula nas sucessivas disciplinas que compõem o curso, em homenagem à autonomia didático-científica conferida às universidades, tais regras não são absolutas, podendo ser afastadas, como no caso, em que o indeferimento prejudicaria a conclusão do curso. Nesse sentido: AMS 0019146-13.2015.4.01.3500, Desembargador Federal Jirair Aram Meguerian, Sexta Turma, e-DJF1 09/11/2018; REOMS 0015301-25.2015.4.01.4000/PI, Rel. Desembargador Federal Néviton Guedes, Quinta Turma, e-DJF1 de 10/8/2017) 2. Hipótese em que busca a parte impetrante a sua matrícula na disciplina UC 24 – EMERGÊNCIA, a ser cursada concomitantemente com as matérias pertencentes ao 9º período do curso de Medicina. (internato 2022/01), sendo óbice à sua matrícula em razão da referida disciplina ser pré-requisito, estando a pretensão em convergência com a jurisprudência, no sentido da possibilidade de o aluno concluinte de curso superior realizar matrícula concomitante em disciplinas que apresentem, entre si, relação de dependência/pré-requisito, desde ausentes incompatibilidade de horários e prejuízo à sua formação acadêmica, o que não se verifica na hipótese dos autos. 3. Remessa necessária a que se nega provimento. (REOMS 1005780-40.2022.4.01.3500, DESEMBARGADOR FEDERAL DANIELE MARANHAO COSTA, TRF1 - QUINTA TURMA, 22/06/2023) No caso em análise, contudo, observa-se que o aluno é iniciante no curso de Medicina. Em que pese a IES já ter deferido ao impetrante a possibilidade realização da disciplina de ANATOMIA HUMANA em regime especial de acompanhamento no ano letivo de 2024 (Id. 2128961077), não se mostra razoável obrigar a instituição de ensino a adaptar sua grade curricular, desrespeitando o planejamento pedagógico e financeiro institucional, para atender aos interesses de cada um dos alunos em vista da possibilidade da existência das mais distintas situações, pois seria conferir benesse demasiada, sob pena de interferência indevida do Poder Judiciário em matéria abrangida pela autonomia didático-científica da instituição de ensino. Ademais, não se verifica a demonstração da existência de ato coator que tenha impossibilitado a realização da matrícula do impetrante em todas as disciplinas do 2º ano do curso, fato corroborado pela impetração do mandado de segurança apenas em maio/2024, com o ano letivo já em andamento. Com efeito, para que seja considerado líquido e certo, o direito deve ser demonstrado de plano, demandando a existência de prova pré-constituída que acompanhe a inicial, não sendo admitida instrução probatória. Nesse sentido, precedente do Tribunal Regional Federal da 1ª Região: PROCESSUAL CIVIL. MANDADO DE SEGURANÇA. AUSÊNCIA DE PROVA PRÉ CONSTITUÍDA. DIREITO LÍQUIDO E CERTO NÃO DEMONSTRADO. ART. 1º LEI 12.016/2009. 1 Hipótese em que a sentença concedeu a segurança para determinar a análise do requerimento administrativo noticiado na petição inicial no prazo de 10 dias, sob pena de multa diária no valor de R$ 500,00 (quinhentos) reais. 2 O mandado de segurança, à luz da Lei n. 12.016/2009, é medida prevista para a proteção de direito líquido e certo, não amparado por habeas corpus ou habeas data, quando, ilegalmente ou com abuso de poder, qualquer pessoa sofrer violação, ou tiver justo receio de sofrê-la, devendo, para tanto, juntar prova pré-constituída acerca da existência do alegado direito líquido e certo, por não compatível com o remédio constitucional a dilação probatória. 3 O mandado de segurança é instrumento hábil para discussão sobre ato omissivo consubstanciado na demora da análise de requerimento administrativo de benefício previdenciário. 4- Não há necessidade de dilação probatória, uma vez que a mora administrativa pode ser verificada através do comprovante de entrada, cabendo à autoridade apresentar as demais informações e justificativas. 5 Ausência de prova pré-constituída consubstanciada em requerimento administrativo pendente de análise pela autarquia previdenciária. 6 Apelação do INSS provida. Remessa necessária provida. Ordem denegada. Honorários incabíveis, art. 25 da Lei n. 12.016/2009. (AMS 1036998-39.2020.4.01.3700, DESEMBARGADOR FEDERAL RAFAEL PAULO, TRF1 - SEGUNDA TURMA, 14/07/2022) (g.n.) Demonstrada, portanto, a insubsistência de direito líquido e certo em prol do impetrante. DISPOSITIVO Diante do exposto, DENEGO A SEGURANÇA e, por conseguinte, julgo extinto o processo com resolução do mérito, nos termos do art. 487, I, do Código de Processo Civil. Sem honorários advocatícios (art. 25 da Lei 12.016/2009). Custas finais pelo impetrante, cuja exigibilidade fica suspensa por até 05 anos, em razão de ser beneficiária da Justiça Gratuita. Nos termos dos arts. 1.009 e 1.010 do CPC, havendo interposição de apelação, intime-se o apelado para apresentar contrarrazões, no prazo de 15 (quinze) dias. Na hipótese de serem suscitadas pelo apelado, nas contrarrazões, as questões referidas no §1º do art. 1009 do CPC, ou em caso de apresentação de apelação adesiva, intime-se o apelante para manifestação ou contrarrazões, no prazo de 15 (quinze) dias (§2º do art. 1.009 e §2º do art. 1.010). Preclusas as vias impugnatórias, ARQUIVE-SE o processo. Publique-se. Registre-se. Cumpra-se. Intimem-se. Porto Velho/RO, data da assinatura digital. SHAMYL CIPRIANO Juiz Federal

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Processo nº 1007714-08.2024.4.01.4100

ID: 314227724

Tribunal: TRF1 Órgão: 2ª Vara Federal Cível da SJRO Classe: MANDADO DE SEGURANçA CíVEL Nº Processo: 1007714-08.2024.4.01.4100

Data de Disponibilização: 02/07/2025

Polo Ativo:

Polo Passivo:

SOCIEDADE DE PESQUISA EDUCACAO E CULTURA, DR. APARICIO CARVALHO DE MORAES LTDA

Sentença Tipo A

Advogados:

IZABEL CELINA PESSOA BEZERRA CARDOSO

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PODER JUDICIÁRIO JUSTIÇA FEDERAL Seção Judiciária de Rondônia 2ª Vara Federal Cível da SJRO PROCESSO: 1007714-08.2024.4.01.4100 CLASSE: MANDADO DE SEGURANÇA CÍVEL (120) POLO ATIVO: ABIMAEL FERNANDO D… PODER JUDICIÁRIO JUSTIÇA FEDERAL Seção Judiciária de Rondônia 2ª Vara Federal Cível da SJRO PROCESSO: 1007714-08.2024.4.01.4100 CLASSE: MANDADO DE SEGURANÇA CÍVEL (120) POLO ATIVO: ABIMAEL FERNANDO DE SOUZA Advogado do(a) IMPETRANTE: GABRIEL ELIAS BICHARA - RO6905 POLO PASSIVO: SOCIEDADE DE PESQUISA EDUCACAO E CULTURA, DR. APARICIO CARVALHO DE MORAES LTDA e outros SENTENÇA Trata-se de mandado de segurança impetrado por ABIMAEL FERNANDO DE SOUZA contra ato perpetrado pelo REITOR DA SOCIEDADE DE PESQUISA EDUCACAO E CULTURA, DR. APARICIO CARVALHO DE MORAES LTDA (FIMCA), objetivando a quebra do pré-requisito, a fim de que seja devidamente matriculado em todas as disciplinas do 2° ano de medicina e realize o acompanhamento em regime de turma especial para cursar novamente a matéria de MED – 7101 – ANATOMIA HUMANA, concomitantemente com o 2° ano. Alega, em síntese, que (Id. 2128960769): i) é aluno do curso de medicina e não atingiu nota suficiente para aprovação na disciplina de ANATOMIA HUMANA, no ano letivo de 2023, que é matéria pré-requisito das disciplinas do segundo ano; ii) a referida disciplina é a base para uma cadeia de pré-requisitos, de modo que ao chegar nos próximos semestres não poderá cursar nenhuma matéria dos anos posteriores, pois terá que cumprir as matérias pré-requisito dos anos anteriores; iii) não há nenhum óbice para a concessão do acompanhamento especial, tendo em vista que a impetrada já deferiu o requerimento para a realização da disciplina de MED – 7101 – ANATOMIA HUMANA na forma de acompanhamento especial, sendo necessário, somente a quebra de pré-requisito da matéria; iv) o quadro de horários permite completamente o curso da matéria de anatomia humana concomitantemente com o 2º ano. Juntou procuração e outros documentos (Id. 2128960900 e seguintes). Requereu o benefício da justiça gratuita. Postergou-se a análise da liminar para momento posterior à manifestação da autoridade impetrada (Id. 2129331655), todavia, devidamente intimada (Id. 2131829039), quedou-se inerte. O pedido de liminar foi indeferido por ausência de comprovação do risco da ineficácia da medida, se concedida ao final (id. 2139880712). Manifestação do MPF pelo regular prosseguimento do feito (Id. 2151902583). É o relatório. DECIDO. Cinge-se a controvérsia a respeito da possibilidade de quebra do pré-requisito da disciplina de ANATOMIA HUMANA para ser cursada em regime de acompanhamento especial concomitantemente às demais matérias do 2° ano do curso de medicina. Analisados os documentos trazidos pelo impetrante, observo a juntada de contrato de prestação de serviços educacionais firmado entre o impetrante e a IES, em 14.03.2024, para a realização da disciplina de ANATOMIA HUMANA em regime especial de acompanhamento no ano letivo de 2024 (Id. 2128961077). Quanto ao pedido de quebra de pré-requisito para realização das disciplinas: FISIOLOGIA e PATOLOGIA GERAL E SISTÊMICA, simultaneamente com o 2º ano do curso de medicina, entendo que a relevância da fundamentação não se consubstanciou. O entendimento jurisprudencial do Tribunal Regional Federal da 1ª Região admite a superação do pré-requisito possibilitando a matrícula conjunta em disciplinas com relação de dependência, quando há compatibilidade de horários entre as matérias e que não haja prejuízo à formação acadêmica, em casos que o aluno se vê obrigado a postergar a conclusão de seu curso apenas em razão de uma única disciplina. Confira-se: SEGURANÇA. ENSINO SUPERIOR. CURSO DE MEDICINA. MATRÍCULA. QUEBRA DE PRÉREQUISITO. DISCIPLINA CONCOMITANTE AO INTERNATO. POSSIBILIDADE. DIREITO ASSEGURADO. SENTENÇA MANTIDA. 1. Ainda que se reconheça a legitimidade da observância de pré-requisitos para a matrícula nas sucessivas disciplinas que compõem o curso, em homenagem à autonomia didático-científica conferida às universidades, tais regras não são absolutas, podendo ser afastadas, como no caso, em que o indeferimento prejudicaria a conclusão do curso. Nesse sentido: AMS 0019146-13.2015.4.01.3500, Desembargador Federal Jirair Aram Meguerian, Sexta Turma, e-DJF1 09/11/2018; REOMS 0015301-25.2015.4.01.4000/PI, Rel. Desembargador Federal Néviton Guedes, Quinta Turma, e-DJF1 de 10/8/2017) 2. Hipótese em que busca a parte impetrante a sua matrícula na disciplina UC 24 – EMERGÊNCIA, a ser cursada concomitantemente com as matérias pertencentes ao 9º período do curso de Medicina. (internato 2022/01), sendo óbice à sua matrícula em razão da referida disciplina ser pré-requisito, estando a pretensão em convergência com a jurisprudência, no sentido da possibilidade de o aluno concluinte de curso superior realizar matrícula concomitante em disciplinas que apresentem, entre si, relação de dependência/pré-requisito, desde ausentes incompatibilidade de horários e prejuízo à sua formação acadêmica, o que não se verifica na hipótese dos autos. 3. Remessa necessária a que se nega provimento. (REOMS 1005780-40.2022.4.01.3500, DESEMBARGADOR FEDERAL DANIELE MARANHAO COSTA, TRF1 - QUINTA TURMA, 22/06/2023) No caso em análise, contudo, observa-se que o aluno é iniciante no curso de Medicina. Em que pese a IES já ter deferido ao impetrante a possibilidade realização da disciplina de ANATOMIA HUMANA em regime especial de acompanhamento no ano letivo de 2024 (Id. 2128961077), não se mostra razoável obrigar a instituição de ensino a adaptar sua grade curricular, desrespeitando o planejamento pedagógico e financeiro institucional, para atender aos interesses de cada um dos alunos em vista da possibilidade da existência das mais distintas situações, pois seria conferir benesse demasiada, sob pena de interferência indevida do Poder Judiciário em matéria abrangida pela autonomia didático-científica da instituição de ensino. Ademais, não se verifica a demonstração da existência de ato coator que tenha impossibilitado a realização da matrícula do impetrante em todas as disciplinas do 2º ano do curso, fato corroborado pela impetração do mandado de segurança apenas em maio/2024, com o ano letivo já em andamento. Com efeito, para que seja considerado líquido e certo, o direito deve ser demonstrado de plano, demandando a existência de prova pré-constituída que acompanhe a inicial, não sendo admitida instrução probatória. Nesse sentido, precedente do Tribunal Regional Federal da 1ª Região: PROCESSUAL CIVIL. MANDADO DE SEGURANÇA. AUSÊNCIA DE PROVA PRÉ CONSTITUÍDA. DIREITO LÍQUIDO E CERTO NÃO DEMONSTRADO. ART. 1º LEI 12.016/2009. 1 Hipótese em que a sentença concedeu a segurança para determinar a análise do requerimento administrativo noticiado na petição inicial no prazo de 10 dias, sob pena de multa diária no valor de R$ 500,00 (quinhentos) reais. 2 O mandado de segurança, à luz da Lei n. 12.016/2009, é medida prevista para a proteção de direito líquido e certo, não amparado por habeas corpus ou habeas data, quando, ilegalmente ou com abuso de poder, qualquer pessoa sofrer violação, ou tiver justo receio de sofrê-la, devendo, para tanto, juntar prova pré-constituída acerca da existência do alegado direito líquido e certo, por não compatível com o remédio constitucional a dilação probatória. 3 O mandado de segurança é instrumento hábil para discussão sobre ato omissivo consubstanciado na demora da análise de requerimento administrativo de benefício previdenciário. 4- Não há necessidade de dilação probatória, uma vez que a mora administrativa pode ser verificada através do comprovante de entrada, cabendo à autoridade apresentar as demais informações e justificativas. 5 Ausência de prova pré-constituída consubstanciada em requerimento administrativo pendente de análise pela autarquia previdenciária. 6 Apelação do INSS provida. Remessa necessária provida. Ordem denegada. Honorários incabíveis, art. 25 da Lei n. 12.016/2009. (AMS 1036998-39.2020.4.01.3700, DESEMBARGADOR FEDERAL RAFAEL PAULO, TRF1 - SEGUNDA TURMA, 14/07/2022) (g.n.) Demonstrada, portanto, a insubsistência de direito líquido e certo em prol do impetrante. DISPOSITIVO Diante do exposto, DENEGO A SEGURANÇA e, por conseguinte, julgo extinto o processo com resolução do mérito, nos termos do art. 487, I, do Código de Processo Civil. Sem honorários advocatícios (art. 25 da Lei 12.016/2009). Custas finais pelo impetrante, cuja exigibilidade fica suspensa por até 05 anos, em razão de ser beneficiária da Justiça Gratuita. Nos termos dos arts. 1.009 e 1.010 do CPC, havendo interposição de apelação, intime-se o apelado para apresentar contrarrazões, no prazo de 15 (quinze) dias. Na hipótese de serem suscitadas pelo apelado, nas contrarrazões, as questões referidas no §1º do art. 1009 do CPC, ou em caso de apresentação de apelação adesiva, intime-se o apelante para manifestação ou contrarrazões, no prazo de 15 (quinze) dias (§2º do art. 1.009 e §2º do art. 1.010). Preclusas as vias impugnatórias, ARQUIVE-SE o processo. Publique-se. Registre-se. Cumpra-se. Intimem-se. Porto Velho/RO, data da assinatura digital. SHAMYL CIPRIANO Juiz Federal

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Processo nº 1028088-61.2019.8.11.0041

ID: 299315123

Tribunal: TJMT Órgão: Quinta Câmara de Direito Privado Classe: APELAçãO CíVEL Nº Processo: 1028088-61.2019.8.11.0041

Data de Disponibilização: 16/06/2025

Polo Ativo:

JANETE GOMES RIVA JOSE GERALDO RIVA

Polo Passivo:

Acórdão

Advogados:

DAUTO BARBOSA CASTRO PASSARE

OAB/MT XXXXXX Desbloquear

ADEMAR BORGES DE PAULA SILVA

OAB/MT XXXXXX Desbloquear

ESTADO DE MATO GROSSO PODER JUDICIÁRIO QUINTA CÂMARA DE DIREITO PRIVADO Número Único: 1028088-61.2019.8.11.0041 Classe: APELAÇÃO CÍVEL (198) Assunto: [Prestação de Serviços, Compromisso] Relator: Des… ESTADO DE MATO GROSSO PODER JUDICIÁRIO QUINTA CÂMARA DE DIREITO PRIVADO Número Único: 1028088-61.2019.8.11.0041 Classe: APELAÇÃO CÍVEL (198) Assunto: [Prestação de Serviços, Compromisso] Relator: Des(a). MARCOS REGENOLD FERNANDES Turma Julgadora: [DES(A). MARCOS REGENOLD FERNANDES, DES(A). CLARICE CLAUDINO DA SILVA, DES(A). SEBASTIAO DE ARRUDA ALMEIDA] Parte(s): [JANETE GOMES RIVA - CPF: 364.096.001-78 (APELANTE), DAUTO BARBOSA CASTRO PASSARE - CPF: 570.080.781-53 (ADVOGADO), JOSE GERALDO RIVA - CPF: 387.539.109-82 (APELANTE), MONKEY FILMES EIRELI - CNPJ: 10.306.335/0001-96 (APELADO), ROBERTA SERRA SHINIKE MULLER - CPF: 977.408.021-15 (APELADO), THEMYSTOCLES NEY DE AZEVEDO DE FIGUEIREDO - CPF: 004.981.261-02 (ADVOGADO), MONKEY FILMES EIRELI - CNPJ: 10.306.335/0001-96 (TERCEIRO INTERESSADO), ADEMAR BORGES DE PAULA SILVA - CPF: 012.322.831-00 (ADVOGADO)] A C Ó R D Ã O Vistos, relatados e discutidos os autos em epígrafe, a QUINTA CÂMARA DE DIREITO PRIVADO do Tribunal de Justiça do Estado de Mato Grosso, sob a Presidência Des(a). SEBASTIAO DE ARRUDA ALMEIDA, por meio da Turma Julgadora, proferiu a seguinte decisão: POR UNANIMIDADE, CONHECEU PARCIALMENTE O RECURSO E O DESPROVEU. E M E N T A DIREITO CIVIL E PROCESSUAL CIVIL. APELAÇÃO CÍVEL. AÇÃO DE COBRANÇA. CONTRATO VERBAL. PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS PUBLICITÁRIOS EM CAMPANHA ELEITORAL. INOVAÇÃO RECURSAL. PARCIAL CONHECIMENTO DO APELO. CERCEAMENTO DE DEFESA. INOCORRÊNCIA. AUSÊNCIA DE COMPROVANTE DE QUITAÇÃO. ÔNUS DA PROVA. SENTENÇA MANTIDA. RECURSO PARCIALMENTE CONHECIDO E DESPROVIDO. I. CASO EM EXAME 1. Apelação cível interposta contra sentença que, em Ação de Cobrança, julgou procedentes os pedidos iniciais, para condenar os réus, solidariamente, ao pagamento do valor de R$ 1.284.000,00 (um milhão duzentos e oitenta e quatro mil reais), corrigido pelo INPC/IBGE e acrescido de juros de mora de 1% (um por cento) ao mês, ambos desde o término da eleição de 2014. Os apelantes pleiteiam, preliminarmente, que seja reconhecido o cerceamento de defesa, pela ausência de demonstrativo de cálculo do débito. Ainda, requerem a declaração de inexistência da dívida e, de forma subsidiária, que seja considerado o valor original de cada nota fiscal expedida, devidamente atualizado a partir da data de sua emissão. A apelada, em contrarrazões, postulou o não conhecimento do recurso, alegando inovação em sede recursal. II. QUESTÃO EM DISCUSSÃO 2. As questões em discussão consistem em: (i) verificar se o recurso deve ser conhecido quanto às teses defensivas de prazo de guarda de documentos e de aprovação das contas eleitorais; (ii) analisar se há cerceamento de defesa pela ausência de planilha detalhada do débito; e (iii) apreciar se é cabível a declaração da inexistência do débito ou a diminuição do valor da condenação. III. RAZÕES DE DECIDIR 3. As arguições concernentes ao prazo do dever de guarda dos documentos relativos à campanha política e à aprovação da prestação de contas pela Justiça Eleitoral não foram suscitadas em primeiro grau, restando prejudicado seu conhecimento pelo Juízo ad quem, por revelar manifesta inovação recursal. Preliminar acolhida. 4. Não há que se falar em cerceamento de defesa na espécie, uma vez que as informações existentes quando do ajuizamento da demanda não impediram o pleno exercício do direito de defesa dos apelantes, estando o objeto da ação suficientemente delineado e fundamentado, em consonância com a causa de pedir. 5. O inadimplemento do contrato verbal celebrado entre as partes restou satisfatoriamente comprovado nos autos, não tendo os apelantes não se desincumbido de seu ônus de demonstrar o pagamento ou fato extintivo da obrigação. 6. A plausibilidade do montante exigido se sustenta tanto no fato da autora ter realizado a cobrança do valor literal e expresso de R$ 1.284.000,00 (um milhão duzentos e oitenta e quatro mil reais), sem qualquer oposição, questionamento ou divergência pelo réu, quanto nos contratos paradigmas por ela apresentados em impugnação. IV. DISPOSITIVO E TESE 7. Recurso parcialmente conhecido e, nesta extensão, desprovido. Teses de julgamento: “1. É inviável a apreciação de novas teses de defesa em sede de recurso, sob pena de ofensa ao princípio do juiz natural e caracterização de supressão de instância, em afronta ao duplo grau de jurisdição. 2. Não configura cerceamento de defesa a ausência de planilha de cálculo detalhada quando a petição inicial delimita adequadamente o pedido e a causa de pedir, acompanhada de documentos idôneos. 3. É ônus do devedor comprovar a quitação de dívida em contrato verbal, sobretudo quando há provas documentais que indicam o inadimplemento.” Dispositivos relevantes citados: CPC, arts. 373, II e 85, § 11. Jurisprudência relevante citada: TJMT, N.U 1036998-72.2022.8.11.0041 e N.U 0056746-54.2015.8.11.0041. R E L A T Ó R I O EXMO. SR. DES. MARCOS REGENOLD FERNANDES (RELATOR) Egrégia Câmara: Trata-se de recurso de apelação interposto por JANETE GOMES RIVA e JOSÉ GERALDO RIVA contra sentença proferida pelo Juízo da 10ª Vara Cível da Comarca de Cuiabá/MT, que nos autos da Ação de Cobrança movida por MONKEY FILMES EIRELI, posteriormente substituída por ROBERTA SERRA SHINIKE MULLER, julgou procedentes os pedidos iniciais, para condenar os réus, solidariamente, ao pagamento do valor de R$ 1.284.000,00 (um milhão duzentos e oitenta e quatro mil reais), corrigido pelo INPC/IBGE e acrescido de juros de mora de 1% (um por cento) ao mês, ambos desde o término da eleição de 2014 (id. 232110863). Nas razões recursais, os apelantes sustentam, inicialmente, que a recorrida não apresentou planilha de cálculo demonstrando os supostos débitos e sua evolução (correção e atualização), afirmando que tal conduta, além de trazer incerteza acerca do valor pretendido, configurou cerceamento de defesa, ao impossibilitar a impugnação específica do débito. Aduzem, também, que lhes foi imposta, de forma excessiva, a obrigação de comprovar a existência de fato impeditivo, modificativo ou extintivo do direito da autora, pois o dever legal de guarda dos documentos referentes a campanha eleitoral é de somente 180 (cento e oitenta) dias e a ação foi proposta quase cinco anos após o término da campanha/desempenho dos serviços, sendo inviável exigir que conservassem a documentação por tal lapso temporal, já que a legislação aplicável (eleitoral) não impunha tal encargo. Mencionam que a sentença objurgada, ao considerar que o débito é devido, ataca a atuação do TRE/MT por via reflexa, uma vez que o referido órgão aprovou sua prestação de contas, tendo as notas fiscais debatidas sido apresentadas na ocasião. Salienta que, para ser encaminhado à prestação de contas, o pagamento tem que ter sido efetuado, e que em nenhum momento a autora demonstrou o suposto inadimplemento do contrato verbal, limitando-se a trazer notas fiscais que foram elencadas na prestação de contas. De forma subsidiária, vindica a diminuição do quantum tido como devido, considerando-se os montantes e a data de emissão das notas fiscais que embasam a demanda para a aplicação da atualização/correção monetária. Assim, pleiteiam que seja reconhecido o cerceamento de defesa pela ausência de demonstrativo de cálculo, que impossibilitou a impugnação dos valores. Ainda, requerem a declaração da inexistência do débito e, subsidiariamente, a correção do trecho final da sentença para que seja levado em conta o valor original de cada nota fiscal, devidamente atualizado a partir da data de sua emissão. A apelada apresentou suas contrarrazões (id. 232110867), postulando o não conhecimento do recurso, ante alegada inovação em sede recursal e, no mérito, a rejeição do apelo. É o relatório. Inclua-se na pauta. V O T O R E L A T O R EXMO. SR. DES. MARCOS REGENOLD FERNANDES (RELATOR) Colenda Câmara: Extrai-se dos autos que MONKEY FILMES EIRELI, posteriormente substituída por ROBERTA SERRA SHINIKE MULLER, ajuizou Ação de Cobrança em face de JANETE GOMES RIVA e JOSÉ GERALDO RIVA, objetivando o adimplemento do valor de R$ 1.284.000,00 (um milhão duzentos e oitenta e quatro mil reais), reputado como devido em virtude de contrato verbal celebrado entre as partes para a produção de material de campanha para o Governo do Estado de Mato Grosso nas eleições do ano de 2014 (id. 232109161). Após a instrução processual, foi proferida sentença que julgou procedentes os pedidos iniciais, nos seguintes termos: “(...) Sabe-se que, à luz do que dispõe o artigo 373 do Código de Processo Civil, enquanto ao autor cabe a comprovação do que alega, o dever do réu é demonstrar a existência de fato impeditivo, modificativo ou extintivo do direito do autor. Na hipótese, a parte autora aduz que os requeridos estão em mora com o valor de R$ 1.284.000,00 (um milhão duzentos e oitenta e quatro mil reais) referentes à integralidade do contrato firmado entre as partes. Para tanto, alega que a empresa Monkey Filmes foi contratada para prestar serviços de propaganda, publicidade e marketing para a campanha eleitoral – das eleições de 2014 - de candidatura do primeiro requerido, que veio posteriormente a ser substituído pela segunda requerida. Como provas, apresentou telas do TSE, id. 21238534, que comprovam o vínculo contratual entre as partes, a efetiva prestação de serviço, além do tipo de serviço prestado, in casu publicidade e propaganda. Trouxe, ainda, as notas fiscais mencionadas no sistema dos TSE, ids. 21238957 a 21238970. Pontua-se que nas telas do TSE, referentes às eleições de 2014, constam expressamente como fornecedor “R S SHINIKE E SHINIKE LTDA EPP” e beneficiário/contratante o Sr. “José Geraldo Riva”, concorrendo ao cargo de governador, com as datas de entrega do material (“produção de jingles, vinhetas e slogans”; “produção de programas de rádio, televisão ou vídeo”; “criação e inclusão de páginas na internet”) em setembro de 2014. Já as notas fiscais dispõem como descrição dos serviços “produção, captação, edição e finalização de programas eleitorais e inserções comerciais para rádio e televisão para campanha política 2014” ou “produção de jingle”, com indicações do tomador de serviço tanto como “Eleição 2014 Janete Gomes Riva Governador” ou “Eleição 2014 José Geraldo Riva Governador”. Ademais, trouxe as atas notariais referentes às conversas já juntadas em sede de inicial, ids. 144336177, 144336180 e 144337248, na qual comprova o martírio de anos a fio de cobranças perante os réus, através do réu José Riva, o qual jamais negou a pendência. Inclusive, nas referidas conversas é mencionado o valor da dívida, R$ 1.284.000,00, id. 144336180, pág. 4, o qual bate com o informado em sede de inicial, e que sequer é questionado. Pelas oitivas, restou satisfatoriamente demonstrado que a parte autora, em acordo com a farta documentação apresentada, efetivamente prestou serviços de publicidade, propaganda e marketing aos requeridos, conforme alegado e discriminado nas notas fiscais. Vislumbra-se, até mesmo, que no decorrer das conversas via whatsapp, os requeridos jamais arguiram sobre qualquer questão referente a dívida, fosse sobre sua existência propriamente dita, sobre questão de valor, ou mesmo qualquer reclamação referente a insatisfação com o serviço. Inclusive, as testemunhas dos réus confirmam o exercício do labor, entretanto, a partir do momento que afirmam que houve o respectivo pagamento da contraprestação e que estes geravam os respectivos comprovantes, fizeram recair sobre os réus a necessidade de comprovar a quitação, o que não foi feito. Em verdade, em sede de contestação os réus não trouxeram uma prova sequer sobre qualquer dos fatos alegados em sede de defesa. Aliás, quanto à alegação de que a existência das notas fiscais demonstraria o respectivo pagamento, tal afirmativa não se sustenta, haja vista que, como mencionado, é o recibo de pagamento que faz prova da quitação. (...) Não é possível anotar, seja por meio de preciosismo técnico ou praxe, qualquer relação entre a emissão de nota fiscal e o efetivo pagamento. No mais, ponderando-se os valores de cada uma das notas, é lícito presumir que o devedor, em caso de pagamento, não teria qualquer dificuldade em produzir prova nesse sentido. Assim, a ausência de documentação de depósito ou transferência bancária, juntamente com o silêncio total sobre a questão nas conversas por whatsapp, militam em favor das alegações autorais, que são corroboradas por outras provas já pontuadas. Certo, ainda, que a própria testemunha dos requeridos Yvonne Martins afirmou, de forma expressa e inconteste, que todas as notas pagas possuíam recibos, o que demonstra que tratava-se de uma prova fácil, em caso de adimplemento. Na mesma toada, a testemunha Cesar Roberto concorda que todas as notas pagas possuíam comprovante de pagamento. No que diz respeito ao quantum cobrado, em valores nominais, vislumbra-se sua plausibilidade, a qual se sustenta em dois pontos. O primeiro deles, no fato da parte autora ter realizado cobrança, via whatsapp, do valor literal e expresso aqui levantado, sem qualquer oposição, questionamento ou divergência pelo réu. As palavras, exatas, do requerido ao afirmar “amiga se tivesse as condições resolvia hj, ninguém gosta mais que eu de pagar contas.”, não tornam possível extrair qualquer interpretação que não seja no sentido de reconhecimento e concordância da dívida. Nem mesmo houve qualquer pedido de esclarecimento ou manifestação de surpresa. O requerido é sucinto, não fazendo questão de levantar qualquer ponto nesse sentido mesmo em conversas posteriores. A segunda questão reside nos contratos paradigmas apresentados em sede de impugnação, a título de exemplificação, conforme se observa dos ids. 49571988 e 49571989, cujos valores para serviços praticamente idênticos é de R$ 1.255.000,00 e R$ 1.100.000,00, respectivamente. Comprovado o valor de mercado praticado pela requerente, somado ao já repassado anteriormente ao requerido, o reconhecimento da dívida no quantum arbitrado em exordial é a medida que se impõe. Importa mencionar que, em que pese as alegações dos requeridos de que houve o pagamento, bem como de que o serviço não foi contratado pelo preço cobrado, esta não produziu qualquer prova sólida nesta direção. Ou seja, os réus não se desincumbiram do ônus de desconstituir os fatos alegados pela requerente, a qual, mediante as provas que apresentou com a inicial, acrescidas das produzidas em audiência de instrução, comprovou o direito que persegue. (...) Assim, entendo que é devido pelos requeridos, em favor da parte autora, a importância de R$ 1.284.000,00 (um milhão duzentos e oitenta e quatro mil reais). Posto isso, com fundamento no art. 487, I, do CPC, JULGO PROCEDENTES os pedidos deduzidos na inicial, para condenar os réus, solidariamente, ao pagamento de R$ 1.284.000,00 (um milhão duzentos e oitenta e quatro mil reais), que deve ser corrigido pelo INPC/IBGE e acrescido de juros de mora de 1% (um por cento) ao mês, ambos desde o vencimento (para o qual defino, ante a falta de contrato escrito, o término da eleição 2014). Condeno a parte ré ao pagamento integral das custas processuais e honorários advocatícios, este que arbitro em 10% sobre o valor atualizado da condenação, nos termos do art. 85, § 2º, do Código de Processo Civil. (...)”. (id. 232110860). Irresignados, os apelantes interpuseram o presente recurso, por meio do qual objetivam ver reconhecida a existência de cerceamento de defesa no caso, dada a ausência de apresentação, por parte da autora, de planilha que demonstre o débito, de modo a impedir a verificação e a impugnação do importe cobrado. Além disso, consignam a impossibilidade de arcar com o ônus do art. 373, II, do CPC, tendo em vista que a legislação aplicável (eleitoral) não impunha a obrigação de conservar os comprovantes de pagamento até quando foi proposta a demanda, quase cinco anos após o término da campanha/desempenho dos serviços. Defendem, ainda, que o fato de suas prestações de contas terem sido aprovadas pela Justiça Eleitoral demonstra o pagamento das notas fiscais apresentadas pela apelada que, segundo afirma, se limitou a trazer ao feito tais documentos, não comprovando o inadimplemento do contrato verbal. Desse modo, intenta a reforma da sentença para declarar a inexistência do débito. Subsidiariamente, argumenta acerca da necessidade de redução do importe arbitrado na condenação, pretendendo que sejam considerados os valores das notas fiscais que embasam a ação e as respectivas datas de emissão para a aplicação da atualização/correção monetária. Em suas contrarrazões, a apelada pugnou pelo não conhecimento do recurso, apontando a presença de inovação em sede recursal. Pois bem. 1. Preliminar de Não Conhecimento do Recurso. Após detida análise, tem-se que o recurso deve ser parcialmente conhecido. Isso porque, as arguições concernentes ao prazo do dever de guarda dos documentos relativos à campanha política e à aprovação da prestação de contas pela Justiça Eleitoral não foram suscitadas em primeiro grau, restando prejudicado seu conhecimento pelo Juízo ad quem, por revelar manifesta inovação recursal. Efetivamente, inviável a apreciação de novas teses de defesa em sede de recurso, sob pena de ofensa ao princípio do juiz natural e caracterização de supressão de instância, em afronta ao duplo grau de jurisdição. Por certo, fica “prejudicada a análise de tese que não foi sustentada na instância de origem, de modo que se trata de inovação recursal, fato que impede o conhecimento da matéria em sede recursal, eis que vedado pelo ordenamento jurídico” (TJMT, N.U 1036998-72.2022.8.11.0041, Sebastião Barbosa Farias, Primeira Câmara de Direito Privado, Julgado em 25/06/2024, Publicado no DJE 26/06/2024). Dessa forma, ACOLHO a preliminar de inovação recursal e deixo de conhecer as matérias referentes ao prazo de manutenção dos comprovantes de pagamento e à regularidade da prestação de contas apresentada à Justiça Eleitoral, ante a manifesta inovação recursal. 2. Preliminar de Cerceamento de Defesa. Os apelantes demandam que seja reconhecida a presença de cerceamento de defesa na hipótese, por não ter a petição inicial trazido planilha de cálculo dos valores cobrados, fato que, a seu ver, obsta a impugnação específica do quantum devido. A preliminar não comporta acolhimento. Deveras, a ausência de planilha detalhada do débito não configura, por si só, cerceamento de defesa, na medida em que as informações fornecidas na exordial são suficientes para permitir a compreensão do pedido e a formação do contraditório. Na espécie, a petição inicial descreveu detalhadamente os serviços contratados, o período de sua realização e o importe devido, estando acompanhada de documentação hábil para sustentar a narrativa, incluindo notas fiscais emitidas à época e inúmeras conversas entre as partes por aplicativo de mensagens. Assim, tem-se que as informações existentes quando do ajuizamento da demanda não impediram o pleno exercício do direito de defesa dos apelantes, estando o objeto da ação suficientemente delineado e fundamentado, em consonância com a causa de pedir. Neste contexto, por não vislumbrar qualquer prejuízo aos recorrentes e estar a dívida devidamente delimitada na inicial, corroborada por provas robustas sobre as quais os réus tiveram oportunidade de se manifestar, descabe falar em cerceamento de defesa. Logo, REJEITO a preliminar. 3. Mérito. O apelo não merece provimento, uma vez que o débito restou plenamente comprovado nos autos. Com efeito, a sentença recorrida enfrentou de forma minuciosa a questão do inadimplemento do contrato verbal celebrado entre as partes, assentando que o ônus probatório dos réus, consistente em demonstrar o pagamento ou fato extintivo da obrigação, não foi satisfeito. De fato, os apelantes não apresentaram quaisquer documentos capazes de elidir a dívida, ônus que lhes incumbia, conforme prevê o art. 373, II, do CPC. A propósito, “a prova do pagamento, especialmente em relações jurídicas paritárias, constitui ônus do devedor e é essencialmente documental, e de fácil obtenção pela parte que se diz adimplente” (TJMT, N.U 0056746-54.2015.8.11.0041, Serly Marcondes Alves, Vice-Presidência, Julgado em 14/04/2021, Publicado no DJE 23/08/2021). A inexistência de recibos ou comprovantes de quitação reforça a tese autoral, sobretudo levando-se em conta o teor das conversas entre as partes, que indicam não somente a ciência dos réus quanto ao débito, mas também a ausência de qualquer contestação acerca de sua existência ou valor. Dos diálogos entre os litigantes no aplicativo WhatsApp é possível inferir, em diversos trechos, o reconhecimento do débito, sendo que em uma das conversas a apelada menciona expressamente o valor devido pelos serviços executados, não tendo o requerido JOSÉ GERALDO RIVA se insurgido a respeito, senão vejamos: (id. 232109166 - pág. 9) Os demais elementos constantes no feito, a exemplo das notas fiscais emitidas pela autora da ação e o vasto material publicitário que acompanha a inicial corroboram essa conclusão. Portanto, comprovado o descumprimento da avença pactuada entre as partes, outra medida não há senão a condenação dos apelantes ao pagamento do valor por eles devido. Nesse sentir, imperiosa a manutenção da sentença que julgou procedentes os pedidos iniciais. O pleito subsidiário de condenação ao pagamento do valor original de cada nota fiscal, devidamente atualizado a partir da data de sua emissão, corrigidos pelo INPC e com a incidência de juros de 1% (um por cento) ao mês, igualmente, não encontra guarida. A plausibilidade do montante exigido, como bem pontuado pelo decisum combatido, se sustenta tanto no fato da autora ter realizado a cobrança do valor literal e expresso de R$ 1.284.000,00 (um milhão duzentos e oitenta e quatro mil reais), sem qualquer oposição, questionamento ou divergência pelo réu, quanto nos contratos paradigmas apresentados em impugnação (ids. 232110778 e 232110779). Destarte, incabível levar em consideração tão somente a monta das notas fiscais emitidas pela recorrida (ids. 232109180 a 232109184), que totalizam R$ 476.400,00 (quatrocentos e setenta e seis mil e quatrocentos reais). Oportuno destacar, também, que não há qualquer comprovação de pagamento do débito pelos apelantes, ainda que parcial, de modo que eventual limitação ao valor nominal das notas fiscais desconsideraria a totalidade dos serviços contratados e efetivamente prestados pela autora. Por conseguinte, a atualização e incidência de juros sobre o valor integral devido, tal como fixado na sentença, são medidas que se revelam acertadas, inexistindo razão para reforma. Em face do exposto, conheço, em parte, da apelação interposta por JANETE GOMES RIVA e JOSÉ GERALDO RIVA. Nesta extensão, REJEITO a preliminar de cerceamento de defesa e NEGO PROVIMENTO ao recurso, mantendo incólume a sentença vergastada. Por conseguinte, nos termos do art. 85, § 11, do CPC, majoro a condenação em honorários advocatícios de 10% (dez por cento) para 15% (quinze por cento). É como voto. Data da sessão: Cuiabá-MT, 10/06/2025

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Processo nº 1028088-61.2019.8.11.0041

ID: 299315126

Tribunal: TJMT Órgão: Quinta Câmara de Direito Privado Classe: APELAçãO CíVEL Nº Processo: 1028088-61.2019.8.11.0041

Data de Disponibilização: 16/06/2025

Polo Ativo:

Polo Passivo:

ROBERTA SERRA SHINIKE MULLER

Acórdão

Advogados:

THEMYSTOCLES NEY DE AZEVEDO DE FIGUEIREDO

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ESTADO DE MATO GROSSO PODER JUDICIÁRIO QUINTA CÂMARA DE DIREITO PRIVADO Número Único: 1028088-61.2019.8.11.0041 Classe: APELAÇÃO CÍVEL (198) Assunto: [Prestação de Serviços, Compromisso] Relator: Des… ESTADO DE MATO GROSSO PODER JUDICIÁRIO QUINTA CÂMARA DE DIREITO PRIVADO Número Único: 1028088-61.2019.8.11.0041 Classe: APELAÇÃO CÍVEL (198) Assunto: [Prestação de Serviços, Compromisso] Relator: Des(a). MARCOS REGENOLD FERNANDES Turma Julgadora: [DES(A). MARCOS REGENOLD FERNANDES, DES(A). CLARICE CLAUDINO DA SILVA, DES(A). SEBASTIAO DE ARRUDA ALMEIDA] Parte(s): [JANETE GOMES RIVA - CPF: 364.096.001-78 (APELANTE), DAUTO BARBOSA CASTRO PASSARE - CPF: 570.080.781-53 (ADVOGADO), JOSE GERALDO RIVA - CPF: 387.539.109-82 (APELANTE), MONKEY FILMES EIRELI - CNPJ: 10.306.335/0001-96 (APELADO), ROBERTA SERRA SHINIKE MULLER - CPF: 977.408.021-15 (APELADO), THEMYSTOCLES NEY DE AZEVEDO DE FIGUEIREDO - CPF: 004.981.261-02 (ADVOGADO), MONKEY FILMES EIRELI - CNPJ: 10.306.335/0001-96 (TERCEIRO INTERESSADO), ADEMAR BORGES DE PAULA SILVA - CPF: 012.322.831-00 (ADVOGADO)] A C Ó R D Ã O Vistos, relatados e discutidos os autos em epígrafe, a QUINTA CÂMARA DE DIREITO PRIVADO do Tribunal de Justiça do Estado de Mato Grosso, sob a Presidência Des(a). SEBASTIAO DE ARRUDA ALMEIDA, por meio da Turma Julgadora, proferiu a seguinte decisão: POR UNANIMIDADE, CONHECEU PARCIALMENTE O RECURSO E O DESPROVEU. E M E N T A DIREITO CIVIL E PROCESSUAL CIVIL. APELAÇÃO CÍVEL. AÇÃO DE COBRANÇA. CONTRATO VERBAL. PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS PUBLICITÁRIOS EM CAMPANHA ELEITORAL. INOVAÇÃO RECURSAL. PARCIAL CONHECIMENTO DO APELO. CERCEAMENTO DE DEFESA. INOCORRÊNCIA. AUSÊNCIA DE COMPROVANTE DE QUITAÇÃO. ÔNUS DA PROVA. SENTENÇA MANTIDA. RECURSO PARCIALMENTE CONHECIDO E DESPROVIDO. I. CASO EM EXAME 1. Apelação cível interposta contra sentença que, em Ação de Cobrança, julgou procedentes os pedidos iniciais, para condenar os réus, solidariamente, ao pagamento do valor de R$ 1.284.000,00 (um milhão duzentos e oitenta e quatro mil reais), corrigido pelo INPC/IBGE e acrescido de juros de mora de 1% (um por cento) ao mês, ambos desde o término da eleição de 2014. Os apelantes pleiteiam, preliminarmente, que seja reconhecido o cerceamento de defesa, pela ausência de demonstrativo de cálculo do débito. Ainda, requerem a declaração de inexistência da dívida e, de forma subsidiária, que seja considerado o valor original de cada nota fiscal expedida, devidamente atualizado a partir da data de sua emissão. A apelada, em contrarrazões, postulou o não conhecimento do recurso, alegando inovação em sede recursal. II. QUESTÃO EM DISCUSSÃO 2. As questões em discussão consistem em: (i) verificar se o recurso deve ser conhecido quanto às teses defensivas de prazo de guarda de documentos e de aprovação das contas eleitorais; (ii) analisar se há cerceamento de defesa pela ausência de planilha detalhada do débito; e (iii) apreciar se é cabível a declaração da inexistência do débito ou a diminuição do valor da condenação. III. RAZÕES DE DECIDIR 3. As arguições concernentes ao prazo do dever de guarda dos documentos relativos à campanha política e à aprovação da prestação de contas pela Justiça Eleitoral não foram suscitadas em primeiro grau, restando prejudicado seu conhecimento pelo Juízo ad quem, por revelar manifesta inovação recursal. Preliminar acolhida. 4. Não há que se falar em cerceamento de defesa na espécie, uma vez que as informações existentes quando do ajuizamento da demanda não impediram o pleno exercício do direito de defesa dos apelantes, estando o objeto da ação suficientemente delineado e fundamentado, em consonância com a causa de pedir. 5. O inadimplemento do contrato verbal celebrado entre as partes restou satisfatoriamente comprovado nos autos, não tendo os apelantes não se desincumbido de seu ônus de demonstrar o pagamento ou fato extintivo da obrigação. 6. A plausibilidade do montante exigido se sustenta tanto no fato da autora ter realizado a cobrança do valor literal e expresso de R$ 1.284.000,00 (um milhão duzentos e oitenta e quatro mil reais), sem qualquer oposição, questionamento ou divergência pelo réu, quanto nos contratos paradigmas por ela apresentados em impugnação. IV. DISPOSITIVO E TESE 7. Recurso parcialmente conhecido e, nesta extensão, desprovido. Teses de julgamento: “1. É inviável a apreciação de novas teses de defesa em sede de recurso, sob pena de ofensa ao princípio do juiz natural e caracterização de supressão de instância, em afronta ao duplo grau de jurisdição. 2. Não configura cerceamento de defesa a ausência de planilha de cálculo detalhada quando a petição inicial delimita adequadamente o pedido e a causa de pedir, acompanhada de documentos idôneos. 3. É ônus do devedor comprovar a quitação de dívida em contrato verbal, sobretudo quando há provas documentais que indicam o inadimplemento.” Dispositivos relevantes citados: CPC, arts. 373, II e 85, § 11. Jurisprudência relevante citada: TJMT, N.U 1036998-72.2022.8.11.0041 e N.U 0056746-54.2015.8.11.0041. R E L A T Ó R I O EXMO. SR. DES. MARCOS REGENOLD FERNANDES (RELATOR) Egrégia Câmara: Trata-se de recurso de apelação interposto por JANETE GOMES RIVA e JOSÉ GERALDO RIVA contra sentença proferida pelo Juízo da 10ª Vara Cível da Comarca de Cuiabá/MT, que nos autos da Ação de Cobrança movida por MONKEY FILMES EIRELI, posteriormente substituída por ROBERTA SERRA SHINIKE MULLER, julgou procedentes os pedidos iniciais, para condenar os réus, solidariamente, ao pagamento do valor de R$ 1.284.000,00 (um milhão duzentos e oitenta e quatro mil reais), corrigido pelo INPC/IBGE e acrescido de juros de mora de 1% (um por cento) ao mês, ambos desde o término da eleição de 2014 (id. 232110863). Nas razões recursais, os apelantes sustentam, inicialmente, que a recorrida não apresentou planilha de cálculo demonstrando os supostos débitos e sua evolução (correção e atualização), afirmando que tal conduta, além de trazer incerteza acerca do valor pretendido, configurou cerceamento de defesa, ao impossibilitar a impugnação específica do débito. Aduzem, também, que lhes foi imposta, de forma excessiva, a obrigação de comprovar a existência de fato impeditivo, modificativo ou extintivo do direito da autora, pois o dever legal de guarda dos documentos referentes a campanha eleitoral é de somente 180 (cento e oitenta) dias e a ação foi proposta quase cinco anos após o término da campanha/desempenho dos serviços, sendo inviável exigir que conservassem a documentação por tal lapso temporal, já que a legislação aplicável (eleitoral) não impunha tal encargo. Mencionam que a sentença objurgada, ao considerar que o débito é devido, ataca a atuação do TRE/MT por via reflexa, uma vez que o referido órgão aprovou sua prestação de contas, tendo as notas fiscais debatidas sido apresentadas na ocasião. Salienta que, para ser encaminhado à prestação de contas, o pagamento tem que ter sido efetuado, e que em nenhum momento a autora demonstrou o suposto inadimplemento do contrato verbal, limitando-se a trazer notas fiscais que foram elencadas na prestação de contas. De forma subsidiária, vindica a diminuição do quantum tido como devido, considerando-se os montantes e a data de emissão das notas fiscais que embasam a demanda para a aplicação da atualização/correção monetária. Assim, pleiteiam que seja reconhecido o cerceamento de defesa pela ausência de demonstrativo de cálculo, que impossibilitou a impugnação dos valores. Ainda, requerem a declaração da inexistência do débito e, subsidiariamente, a correção do trecho final da sentença para que seja levado em conta o valor original de cada nota fiscal, devidamente atualizado a partir da data de sua emissão. A apelada apresentou suas contrarrazões (id. 232110867), postulando o não conhecimento do recurso, ante alegada inovação em sede recursal e, no mérito, a rejeição do apelo. É o relatório. Inclua-se na pauta. V O T O R E L A T O R EXMO. SR. DES. MARCOS REGENOLD FERNANDES (RELATOR) Colenda Câmara: Extrai-se dos autos que MONKEY FILMES EIRELI, posteriormente substituída por ROBERTA SERRA SHINIKE MULLER, ajuizou Ação de Cobrança em face de JANETE GOMES RIVA e JOSÉ GERALDO RIVA, objetivando o adimplemento do valor de R$ 1.284.000,00 (um milhão duzentos e oitenta e quatro mil reais), reputado como devido em virtude de contrato verbal celebrado entre as partes para a produção de material de campanha para o Governo do Estado de Mato Grosso nas eleições do ano de 2014 (id. 232109161). Após a instrução processual, foi proferida sentença que julgou procedentes os pedidos iniciais, nos seguintes termos: “(...) Sabe-se que, à luz do que dispõe o artigo 373 do Código de Processo Civil, enquanto ao autor cabe a comprovação do que alega, o dever do réu é demonstrar a existência de fato impeditivo, modificativo ou extintivo do direito do autor. Na hipótese, a parte autora aduz que os requeridos estão em mora com o valor de R$ 1.284.000,00 (um milhão duzentos e oitenta e quatro mil reais) referentes à integralidade do contrato firmado entre as partes. Para tanto, alega que a empresa Monkey Filmes foi contratada para prestar serviços de propaganda, publicidade e marketing para a campanha eleitoral – das eleições de 2014 - de candidatura do primeiro requerido, que veio posteriormente a ser substituído pela segunda requerida. Como provas, apresentou telas do TSE, id. 21238534, que comprovam o vínculo contratual entre as partes, a efetiva prestação de serviço, além do tipo de serviço prestado, in casu publicidade e propaganda. Trouxe, ainda, as notas fiscais mencionadas no sistema dos TSE, ids. 21238957 a 21238970. Pontua-se que nas telas do TSE, referentes às eleições de 2014, constam expressamente como fornecedor “R S SHINIKE E SHINIKE LTDA EPP” e beneficiário/contratante o Sr. “José Geraldo Riva”, concorrendo ao cargo de governador, com as datas de entrega do material (“produção de jingles, vinhetas e slogans”; “produção de programas de rádio, televisão ou vídeo”; “criação e inclusão de páginas na internet”) em setembro de 2014. Já as notas fiscais dispõem como descrição dos serviços “produção, captação, edição e finalização de programas eleitorais e inserções comerciais para rádio e televisão para campanha política 2014” ou “produção de jingle”, com indicações do tomador de serviço tanto como “Eleição 2014 Janete Gomes Riva Governador” ou “Eleição 2014 José Geraldo Riva Governador”. Ademais, trouxe as atas notariais referentes às conversas já juntadas em sede de inicial, ids. 144336177, 144336180 e 144337248, na qual comprova o martírio de anos a fio de cobranças perante os réus, através do réu José Riva, o qual jamais negou a pendência. Inclusive, nas referidas conversas é mencionado o valor da dívida, R$ 1.284.000,00, id. 144336180, pág. 4, o qual bate com o informado em sede de inicial, e que sequer é questionado. Pelas oitivas, restou satisfatoriamente demonstrado que a parte autora, em acordo com a farta documentação apresentada, efetivamente prestou serviços de publicidade, propaganda e marketing aos requeridos, conforme alegado e discriminado nas notas fiscais. Vislumbra-se, até mesmo, que no decorrer das conversas via whatsapp, os requeridos jamais arguiram sobre qualquer questão referente a dívida, fosse sobre sua existência propriamente dita, sobre questão de valor, ou mesmo qualquer reclamação referente a insatisfação com o serviço. Inclusive, as testemunhas dos réus confirmam o exercício do labor, entretanto, a partir do momento que afirmam que houve o respectivo pagamento da contraprestação e que estes geravam os respectivos comprovantes, fizeram recair sobre os réus a necessidade de comprovar a quitação, o que não foi feito. Em verdade, em sede de contestação os réus não trouxeram uma prova sequer sobre qualquer dos fatos alegados em sede de defesa. Aliás, quanto à alegação de que a existência das notas fiscais demonstraria o respectivo pagamento, tal afirmativa não se sustenta, haja vista que, como mencionado, é o recibo de pagamento que faz prova da quitação. (...) Não é possível anotar, seja por meio de preciosismo técnico ou praxe, qualquer relação entre a emissão de nota fiscal e o efetivo pagamento. No mais, ponderando-se os valores de cada uma das notas, é lícito presumir que o devedor, em caso de pagamento, não teria qualquer dificuldade em produzir prova nesse sentido. Assim, a ausência de documentação de depósito ou transferência bancária, juntamente com o silêncio total sobre a questão nas conversas por whatsapp, militam em favor das alegações autorais, que são corroboradas por outras provas já pontuadas. Certo, ainda, que a própria testemunha dos requeridos Yvonne Martins afirmou, de forma expressa e inconteste, que todas as notas pagas possuíam recibos, o que demonstra que tratava-se de uma prova fácil, em caso de adimplemento. Na mesma toada, a testemunha Cesar Roberto concorda que todas as notas pagas possuíam comprovante de pagamento. No que diz respeito ao quantum cobrado, em valores nominais, vislumbra-se sua plausibilidade, a qual se sustenta em dois pontos. O primeiro deles, no fato da parte autora ter realizado cobrança, via whatsapp, do valor literal e expresso aqui levantado, sem qualquer oposição, questionamento ou divergência pelo réu. As palavras, exatas, do requerido ao afirmar “amiga se tivesse as condições resolvia hj, ninguém gosta mais que eu de pagar contas.”, não tornam possível extrair qualquer interpretação que não seja no sentido de reconhecimento e concordância da dívida. Nem mesmo houve qualquer pedido de esclarecimento ou manifestação de surpresa. O requerido é sucinto, não fazendo questão de levantar qualquer ponto nesse sentido mesmo em conversas posteriores. A segunda questão reside nos contratos paradigmas apresentados em sede de impugnação, a título de exemplificação, conforme se observa dos ids. 49571988 e 49571989, cujos valores para serviços praticamente idênticos é de R$ 1.255.000,00 e R$ 1.100.000,00, respectivamente. Comprovado o valor de mercado praticado pela requerente, somado ao já repassado anteriormente ao requerido, o reconhecimento da dívida no quantum arbitrado em exordial é a medida que se impõe. Importa mencionar que, em que pese as alegações dos requeridos de que houve o pagamento, bem como de que o serviço não foi contratado pelo preço cobrado, esta não produziu qualquer prova sólida nesta direção. Ou seja, os réus não se desincumbiram do ônus de desconstituir os fatos alegados pela requerente, a qual, mediante as provas que apresentou com a inicial, acrescidas das produzidas em audiência de instrução, comprovou o direito que persegue. (...) Assim, entendo que é devido pelos requeridos, em favor da parte autora, a importância de R$ 1.284.000,00 (um milhão duzentos e oitenta e quatro mil reais). Posto isso, com fundamento no art. 487, I, do CPC, JULGO PROCEDENTES os pedidos deduzidos na inicial, para condenar os réus, solidariamente, ao pagamento de R$ 1.284.000,00 (um milhão duzentos e oitenta e quatro mil reais), que deve ser corrigido pelo INPC/IBGE e acrescido de juros de mora de 1% (um por cento) ao mês, ambos desde o vencimento (para o qual defino, ante a falta de contrato escrito, o término da eleição 2014). Condeno a parte ré ao pagamento integral das custas processuais e honorários advocatícios, este que arbitro em 10% sobre o valor atualizado da condenação, nos termos do art. 85, § 2º, do Código de Processo Civil. (...)”. (id. 232110860). Irresignados, os apelantes interpuseram o presente recurso, por meio do qual objetivam ver reconhecida a existência de cerceamento de defesa no caso, dada a ausência de apresentação, por parte da autora, de planilha que demonstre o débito, de modo a impedir a verificação e a impugnação do importe cobrado. Além disso, consignam a impossibilidade de arcar com o ônus do art. 373, II, do CPC, tendo em vista que a legislação aplicável (eleitoral) não impunha a obrigação de conservar os comprovantes de pagamento até quando foi proposta a demanda, quase cinco anos após o término da campanha/desempenho dos serviços. Defendem, ainda, que o fato de suas prestações de contas terem sido aprovadas pela Justiça Eleitoral demonstra o pagamento das notas fiscais apresentadas pela apelada que, segundo afirma, se limitou a trazer ao feito tais documentos, não comprovando o inadimplemento do contrato verbal. Desse modo, intenta a reforma da sentença para declarar a inexistência do débito. Subsidiariamente, argumenta acerca da necessidade de redução do importe arbitrado na condenação, pretendendo que sejam considerados os valores das notas fiscais que embasam a ação e as respectivas datas de emissão para a aplicação da atualização/correção monetária. Em suas contrarrazões, a apelada pugnou pelo não conhecimento do recurso, apontando a presença de inovação em sede recursal. Pois bem. 1. Preliminar de Não Conhecimento do Recurso. Após detida análise, tem-se que o recurso deve ser parcialmente conhecido. Isso porque, as arguições concernentes ao prazo do dever de guarda dos documentos relativos à campanha política e à aprovação da prestação de contas pela Justiça Eleitoral não foram suscitadas em primeiro grau, restando prejudicado seu conhecimento pelo Juízo ad quem, por revelar manifesta inovação recursal. Efetivamente, inviável a apreciação de novas teses de defesa em sede de recurso, sob pena de ofensa ao princípio do juiz natural e caracterização de supressão de instância, em afronta ao duplo grau de jurisdição. Por certo, fica “prejudicada a análise de tese que não foi sustentada na instância de origem, de modo que se trata de inovação recursal, fato que impede o conhecimento da matéria em sede recursal, eis que vedado pelo ordenamento jurídico” (TJMT, N.U 1036998-72.2022.8.11.0041, Sebastião Barbosa Farias, Primeira Câmara de Direito Privado, Julgado em 25/06/2024, Publicado no DJE 26/06/2024). Dessa forma, ACOLHO a preliminar de inovação recursal e deixo de conhecer as matérias referentes ao prazo de manutenção dos comprovantes de pagamento e à regularidade da prestação de contas apresentada à Justiça Eleitoral, ante a manifesta inovação recursal. 2. Preliminar de Cerceamento de Defesa. Os apelantes demandam que seja reconhecida a presença de cerceamento de defesa na hipótese, por não ter a petição inicial trazido planilha de cálculo dos valores cobrados, fato que, a seu ver, obsta a impugnação específica do quantum devido. A preliminar não comporta acolhimento. Deveras, a ausência de planilha detalhada do débito não configura, por si só, cerceamento de defesa, na medida em que as informações fornecidas na exordial são suficientes para permitir a compreensão do pedido e a formação do contraditório. Na espécie, a petição inicial descreveu detalhadamente os serviços contratados, o período de sua realização e o importe devido, estando acompanhada de documentação hábil para sustentar a narrativa, incluindo notas fiscais emitidas à época e inúmeras conversas entre as partes por aplicativo de mensagens. Assim, tem-se que as informações existentes quando do ajuizamento da demanda não impediram o pleno exercício do direito de defesa dos apelantes, estando o objeto da ação suficientemente delineado e fundamentado, em consonância com a causa de pedir. Neste contexto, por não vislumbrar qualquer prejuízo aos recorrentes e estar a dívida devidamente delimitada na inicial, corroborada por provas robustas sobre as quais os réus tiveram oportunidade de se manifestar, descabe falar em cerceamento de defesa. Logo, REJEITO a preliminar. 3. Mérito. O apelo não merece provimento, uma vez que o débito restou plenamente comprovado nos autos. Com efeito, a sentença recorrida enfrentou de forma minuciosa a questão do inadimplemento do contrato verbal celebrado entre as partes, assentando que o ônus probatório dos réus, consistente em demonstrar o pagamento ou fato extintivo da obrigação, não foi satisfeito. De fato, os apelantes não apresentaram quaisquer documentos capazes de elidir a dívida, ônus que lhes incumbia, conforme prevê o art. 373, II, do CPC. A propósito, “a prova do pagamento, especialmente em relações jurídicas paritárias, constitui ônus do devedor e é essencialmente documental, e de fácil obtenção pela parte que se diz adimplente” (TJMT, N.U 0056746-54.2015.8.11.0041, Serly Marcondes Alves, Vice-Presidência, Julgado em 14/04/2021, Publicado no DJE 23/08/2021). A inexistência de recibos ou comprovantes de quitação reforça a tese autoral, sobretudo levando-se em conta o teor das conversas entre as partes, que indicam não somente a ciência dos réus quanto ao débito, mas também a ausência de qualquer contestação acerca de sua existência ou valor. Dos diálogos entre os litigantes no aplicativo WhatsApp é possível inferir, em diversos trechos, o reconhecimento do débito, sendo que em uma das conversas a apelada menciona expressamente o valor devido pelos serviços executados, não tendo o requerido JOSÉ GERALDO RIVA se insurgido a respeito, senão vejamos: (id. 232109166 - pág. 9) Os demais elementos constantes no feito, a exemplo das notas fiscais emitidas pela autora da ação e o vasto material publicitário que acompanha a inicial corroboram essa conclusão. Portanto, comprovado o descumprimento da avença pactuada entre as partes, outra medida não há senão a condenação dos apelantes ao pagamento do valor por eles devido. Nesse sentir, imperiosa a manutenção da sentença que julgou procedentes os pedidos iniciais. O pleito subsidiário de condenação ao pagamento do valor original de cada nota fiscal, devidamente atualizado a partir da data de sua emissão, corrigidos pelo INPC e com a incidência de juros de 1% (um por cento) ao mês, igualmente, não encontra guarida. A plausibilidade do montante exigido, como bem pontuado pelo decisum combatido, se sustenta tanto no fato da autora ter realizado a cobrança do valor literal e expresso de R$ 1.284.000,00 (um milhão duzentos e oitenta e quatro mil reais), sem qualquer oposição, questionamento ou divergência pelo réu, quanto nos contratos paradigmas apresentados em impugnação (ids. 232110778 e 232110779). Destarte, incabível levar em consideração tão somente a monta das notas fiscais emitidas pela recorrida (ids. 232109180 a 232109184), que totalizam R$ 476.400,00 (quatrocentos e setenta e seis mil e quatrocentos reais). Oportuno destacar, também, que não há qualquer comprovação de pagamento do débito pelos apelantes, ainda que parcial, de modo que eventual limitação ao valor nominal das notas fiscais desconsideraria a totalidade dos serviços contratados e efetivamente prestados pela autora. Por conseguinte, a atualização e incidência de juros sobre o valor integral devido, tal como fixado na sentença, são medidas que se revelam acertadas, inexistindo razão para reforma. Em face do exposto, conheço, em parte, da apelação interposta por JANETE GOMES RIVA e JOSÉ GERALDO RIVA. Nesta extensão, REJEITO a preliminar de cerceamento de defesa e NEGO PROVIMENTO ao recurso, mantendo incólume a sentença vergastada. Por conseguinte, nos termos do art. 85, § 11, do CPC, majoro a condenação em honorários advocatícios de 10% (dez por cento) para 15% (quinze por cento). É como voto. Data da sessão: Cuiabá-MT, 10/06/2025

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