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Processo nº 5001264-90.2024.8.13.0388

ID: 260237018

Tribunal: TJMG Órgão: Vara Única da Comarca de Luz Classe: PROCEDIMENTO COMUM CíVEL Nº Processo: 5001264-90.2024.8.13.0388

Data de Disponibilização: 25/04/2025

Polo Ativo:

IRLEI DOS SANTOS ROCHA

Polo Passivo:

Intimação

Advogados:

DIOGO EVANDRO GUIMARAES

OAB/MG XXXXXX Desbloquear

LUIZ CLAUDIO FONSECA PEREIRA

OAB/MG XXXXXX Desbloquear

MARIANA MARA DA SILVA

OAB/MG XXXXXX Desbloquear

PAULO CESAR DE ALVARENGA

OAB/MG XXXXXX Desbloquear

PODER JUDICIÁRIO DO ESTADO DE MINAS GERAIS Justiça de Primeira Instância Comarca de Luz / Vara Única da Comarca de Luz Rua Coronel José Thomás, 321, Centro, Luz - MG - CEP: 35595-000 PROCESSO Nº: 500… PODER JUDICIÁRIO DO ESTADO DE MINAS GERAIS Justiça de Primeira Instância Comarca de Luz / Vara Única da Comarca de Luz Rua Coronel José Thomás, 321, Centro, Luz - MG - CEP: 35595-000 PROCESSO Nº: 5001264-90.2024.8.13.0388 CLASSE: [CÍVEL] PROCEDIMENTO COMUM CÍVEL (7) ASSUNTO: [Aposentadoria por Incapacidade Permanente] AUTOR: IRLEI DOS SANTOS ROCHA CPF: 508.250.976-49 RÉU: INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL CPF: 29.979.036/0001-40 SENTENÇA Vistos, etc… 1. RELATÓRIO Trata-se de Ação Ordinária de Aposentadoria Rural por Incapacidade Permanente com pedido subsidiário e sucessivo de benefício rural por incapacidade temporária aviada por IRLEI DOS SANTOS ROCHA em desfavor do INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL – INSS. Alegou que é regularmente inscrito perante a Previdência Social e enquanto saúde tinha, exercia atividade laborativa como trabalhador rural, bem como que durante toda sua vida o autor trabalhou em serviços rurais. Com a inicial vieram os documentos de Ids: 10232940529, 10232928439, 10232936632, 10232946830, 10232906461, 10232909256, 10232967219, 10232958268, 10232943489 e 10232966622. Tutela de urgência indeferida em ID: 10233164957. A autarquia ré apresentou contestação (ID: 10264770005) oportunidade na qual, aduziu que a parte autora não logrou êxito em demonstrar, por meio de indício de prova material corroborada por prova testemunhal, que satisfaz todos os requisitos para concessão do benefício, bem como arguiu a preliminar de interesse de agir e de não atendimento ao disposto no art. 129-A da Lei 8.213/91. Impugnação a contestação ID: 10281278935. Laudo Pericial ao ID: 10325405353. Intimados à especificação de provas, a parte autora pugnou pela produção de prova testemunhal, ao passo que o requerido requereu julgamento antecipado da lide. Designado audiência de instrução e julgamento, esta foi realizada ao ID: 10410594871, oportunidade em que foram ouvidas as testemunhas arroladas pela parte autora. Encerrada a instrução, intimada a parte ré, esta se manifestou ao ID: 10412273899. Vieram-me os autos conclusos. É, em epítome, o relatório. II. FUNDAMENTAÇÃO. II.1. Da preliminar de não atendimento ao disposto no art. 129-A da Lei 8.213/91. Trata-se de ação proposta por segurado do INSS visando à concessão de benefício por incapacidade. A Autarquia Previdenciária sustenta que a petição inicial não observa os requisitos do art. 129-A, caput e incisos I e II, da Lei 8.213/91, com a redação dada pela Lei 14.331/22, pleiteando, com isso, a extinção do feito ou a emenda inicial. Contudo, tal argumentação não merece acolhimento. Em análise à petição inicial, verifica-se que a parte autora apresentou descrição clara da enfermidade que a acomete, bem como de suas limitações funcionais. Também indicou a atividade habitual que desempenhava e alegou a incompatibilidade desta com seu atual estado de saúde. Ainda que de forma sucinta, apontou os fundamentos de sua discordância quanto à perícia administrativa e, por fim, declarou a inexistência de demanda anterior com o mesmo objeto, atendendo assim aos requisitos previstos no inciso I do art. 129-A da Lei 8.213/91. Quanto aos documentos previstos no inciso II do mesmo artigo, constam nos autos cópia da comunicação de indeferimento do benefício pela via administrativa, bem como exames e relatórios médicos que corroboram a alegada incapacidade. Assim, não se pode afirmar que a petição inicial esteja desprovida de elementos que justifiquem o interesse de agir ou que inviabilizem o regular processamento do feito. Cumpre salientar que a finalidade do art. 129-A é justamente a de conferir maior racionalidade e celeridade ao trâmite das ações envolvendo benefícios por incapacidade, o que, todavia, não pode ser interpretado de forma a inviabilizar o acesso à jurisdição ou a impor requisitos formais desarrazoados ao segurado, sobretudo considerando que, em regra, trata-se de pessoa hipossuficiente e sem assistência jurídica especializada. Ademais, a exigência de realização prévia de perícia médica judicial antes da citação do INSS — prevista no § 3º do referido artigo — deve ser interpretada como diretriz processual que visa à racionalização do rito, mas que não invalida os atos já praticados, tampouco enseja, por si só, a extinção do processo. Dessa forma, afasta-se a alegação de inépcia ou ausência de interesse de agir, bem como eventual nulidade da citação promovida antes da perícia judicial, autorizando-se o regular prosseguimento do feito. Ante o exposto, NÃO ACOLHO o pedido de emenda da petição inicial. II.2. Da preliminar de falta de interesse de agir. A autarquia previdenciária sustenta a ausência de interesse de agir, sob o fundamento de que a parte autora não teria apresentado pedido de prorrogação do benefício no prazo legal, nos termos do §9º do art. 60 da Lei 8.213/91, invocando, para tanto, os entendimentos firmados pelo Supremo Tribunal Federal (Tema 350 – RE 631.240/MG) e pela Turma Nacional de Uniformização (Tema 277 – PEDILEF 0500255-75.2019.4.05.8303/PE). Entretanto, razão não assiste à tese da autarquia. É certo que o Supremo Tribunal Federal, no julgamento do Tema 350, assentou o entendimento de que “a ausência de prévio requerimento administrativo inviabiliza o acesso ao Judiciário para discutir a concessão de benefício previdenciário”. Todavia, no presente caso, não se discute a ausência de requerimento administrativo originário, mas sim a ausência de pedido de prorrogação, o que demanda análise diferenciada. A cessação do benefício por incapacidade na DCB, quando fundada em alta programada, não equivale a uma análise substancial do estado de saúde do segurado no momento da cessação, mas apenas ao cumprimento de uma previsão normativa. Ou seja, não há manifestação administrativa expressa sobre a recuperação da capacidade laborativa do segurado na data da cessação do benefício. Logo, não se pode exigir, de forma automática e inflexível, o pedido de prorrogação como condição sine qua non para o reconhecimento do interesse de agir, sob pena de restringir indevidamente o acesso à jurisdição. A tese firmada no Tema 350 do STF deve ser compreendida à luz do princípio da inafastabilidade da jurisdição (art. 5º, XXXV, da CF), devendo-se observar, no caso concreto, se há resistência tácita da Administração ao direito postulado. A jurisprudência do próprio Superior Tribunal de Justiça admite que a pretensão resistida pode decorrer da cessação do benefício com base em alta programada, sobretudo quando a parte autora comprova que persistia incapacitada na data da cessação e não teve condições materiais de apresentar tempestivamente o pedido de prorrogação – por razões médicas, sociais, ou por desconhecimento justificado. Ademais, o STF e a TNU não afastaram a análise judicial em hipóteses excepcionais, nas quais a ausência do pedido de prorrogação não pode ser compreendida como inércia voluntária do segurado, mas sim como decorrência de sua condição de saúde, vulnerabilidade ou mesmo da desinformação típica de segurados hipossuficientes. Não se pode olvidar que o direito previdenciário, por sua natureza protetiva, deve ser interpretado em conformidade com os princípios da dignidade da pessoa humana, da proteção ao hipossuficiente e da efetividade dos direitos sociais. Assim, considerando que houve concessão administrativa do benefício anteriormente – o que revela o reconhecimento do direito –, e que a parte autora sustenta a continuidade da incapacidade laborativa desde então, está presente a pretensão resistida necessária à configuração do interesse de agir, independentemente da interposição de pedido de prorrogação. Ademais, o autor ainda carreou aos autos, em ID: 10232966622, o comprovante de indeferimento do benefício de auxílio-doença, onde a autarquia ré não reconheceu a qualidade de segurado do autor. Desta feita, NÃO ACOLHO a preliminar de interesse de agir e passo a análise do mérito. II.3. Do mérito. De início, declaro prescritas eventuais verbas devidas anteriores aos 05 (cinco) anos do ajuizamento da ação. Pretende a parte autora a concessão de aposentadoria rural por incapacidade permanente, cumulado, com pedido subsidiário de concessão de benefício rural por incapacidade temporária. A regulamentação do auxílio-doença vem disciplinada no art. 59 da Lei nº 8.213/91, in verbis: “Art. 59. O auxílio-doença será devido ao segurado que, havendo cumprido, quando for o caso, o período de carência exigida nesta Lei, ficar incapacitado para o seu trabalho ou para a sua atividade habitual por mais de 15 (quinze) dias consecutivos.” Nessa quadra, para fins de obtenção do benefício de auxílio-doença, deve ficar comprovado que a(o) requerente é segurada(o) do regime geral da previdência social, ter vertido ao menos 12 contribuições mensais e estar incapacitada para o exercício de atividade que lhe dê subsistência, de forma temporária. Por seu turno, a aposentadoria por invalidez será concedida ao segurado que for considerado incapacitado e insuscetível de reabilitação para o exercício de qualquer atividade, enquanto se mantiver em tal situação. Ao regulamentar a concessão da aposentadoria por invalidez, dispôs o art. 42, §§ 1º e 2º, da Lei nº 8.213/91, in verbis: “Art. 42. A aposentadoria por invalidez, uma vez cumprida, quando for o caso, a carência exigida, será devida ao segurado que, estando ou não em gozo de auxílio-doença, for considerado incapaz e insusceptível de reabilitação para o exercício de atividade que lhe garanta a subsistência, e ser-lhe-á paga enquanto permanecer nesta condição. § 1º A concessão de aposentadoria por invalidez dependerá da verificação da condição de incapacidade mediante exame médico pericial a cargo da Previdência Social, podendo o segurado, às suas expensas, fazer-se acompanhar de médico de sua confiança. § 2º A doença ou lesão de que o segurado já era portador ao filiar-se ao Regime Geral de Previdência Social não lhe conferirá direito à aposentadoria por invalidez, salvo quando a incapacidade sobrevier por motivo de progressão ou agravamento dessa doença ou lesão. Desta feita, são requisitos para concessão da aposentadoria por invalidez, a comprovação da condição de segurado, o decurso do período de carência, a incapacidade para o exercício de atividade que lhe garanta a subsistência e a não susceptibilidade de recuperação. Assim, fará jus ao benefício de auxílio-doença aquele que estiver incapacitado temporariamente, ao passo que fará jus a aposentadoria por invalidez aquele que estiver incapacitado permanentemente. No que se refere a carência, verifica-se que a invalidez da parte autora ocorreu em decorrência do trabalho rural que o mesmo desempenha, conforme laudo pericial de ID: 10325405353 e prova oral de ID: 10410594871 além dos documentos de ID: 10232958268, onde, o art. 26, inc. II da Lei 8.213/91, prevê que não é necessária a carência. Portanto, comprovada a qualidade de segurado especial não há a necessidade de carência no presente caso. Aliás, nesse sentido, coleciona-se o seguinte julgado: DIREITO PREVIDENCIÁRIO. APOSENTADORIA POR INVALIDEZ. TRABALHADORA RURAL. INCAPACIDADE TOTAL E PERMANENTE. CONSIDERAÇÃO DAS CONDIÇÕES PESSOAIS E SOCIAIS. INÍCIO DO BENEFÍCIO NA DATA DO AJUIZAMENTO DA AÇÃO. JUROS E CORREÇÃO MONETÁRIA. HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS. PROVIMENTO DA APELAÇÃO. 1. Apelação interposta pela parte autora contra sentença que julgou improcedente o pedido de concessão de aposentadoria por invalidez. 2. Alegação de incapacidade total e permanente para o trabalho, em razão de transtorno depressivo e hérnia de disco, além de condições pessoais e sociais que inviabilizam a reinserção no mercado de trabalho. 3. Controvérsia acerca da existência de incapacidade total e permanente para a concessão de aposentadoria por invalidez, considerando o estado de saúde, as condições pessoais da requerente e a comprovação de sua qualidade de segurada especial. 4. Definição do termo inicial do benefício e atualização dos consectários legais. 5. O laudo pericial constatou que a parte autora, trabalhadora rural, é portadora de transtorno depressivo e hérnia de disco, resultando em incapacidade parcial para atividades que exijam esforço físico. 6. Considerando as condições pessoais da autora (59 anos, ensino fundamental incompleto e experiência exclusivamente braçal como lavradora), concluiu-se pela incapacidade total e permanente, sem possibilidade de reabilitação. 7. A qualidade de segurada especial foi comprovada por início de prova material, como certidão de casamento constando o cônjuge como lavrador e documentos relativos à pensão por morte rural deferida à autora, corroborada por prova testemunhal. 8. Termo inicial do benefício fixado na data do ajuizamento da ação (08/06/2010), em conformidade com o Tema 350 do STF, considerando que a incapacidade da autora é anterior ao ajuizamento da ação e não houve prévio requerimento administrativo. 9. Juros e correção monetária ajustados conforme os Temas 810/STF e 905/STJ, aplicando-se a partir de 08/12/2021, somente a taxa SELIC. 10. Honorários advocatícios fixados em 1% acima do percentual mínimo previsto no art. 85, §§ 2º e 3º, do CPC, sobre o valor atualizado das prestações vencidas até a data da prolação do acórdão. 11. Apelação da parte autora provida para conceder o benefício de aposentadoria por invalidez, com data de início fixada em 08/06/2010 (data do ajuizamento da ação). Tese de julgamento: 1. A concessão da aposentadoria por invalidez exige a demonstração de incapacidade total e permanente, que pode ser reconhecida mesmo quando o laudo pericial conclui por incapacidade parcial, desde que as condições pessoais e sociais inviabilizem a reinserção no mercado de trabalho. 2. A qualidade de segurado especial pode ser comprovada por início de prova material, complementada por prova testemunhal idônea. 3. O termo inicial do benefício por incapacidade deve ser fixado na data do ajuizamento da ação, quando inexistente prévio requerimento administrativo, em observância ao Tema 350/STF. Legislação relevante citada: * Lei nº 8.213/91, arts. 42 e 59. * CPC, art. 85, §§ 2º e 3º. Jurisprudência relevante citada: * STF, RE 631.240 (Tema 350) * STF, RE 870.947 (Tema 810) * STJ, REsp 1.495.146/MG (Tema 905) * TRF1, AC 1019844-21.2023.4.01.9999, JF Eduardo de Melo Gama, Primeira Turma, PJe 23/07/2024. (AC 1004090-10.2021.4.01.9999, DESEMBARGADOR FEDERAL MARCELO VELASCO NASCIMENTO ALBERNAZ, TRF1 - PRIMEIRA TURMA, PJe 10/02/2025 PAG.) PREVIDENCIÁRIO E PROCESSUAL CIVIL. PRESCRIÇÃO/DECADÊNCIA DO DIREITO DE REVERTER ATO ADMINISTRATIVO. ART. 1º DO DECRETO 20.910/1932. CINCO ANOS. INVIABILIDADE DIANTE DO TEOR DA DECISÃO DO STF NA ADI 6.096/DF. FALTA DE INTERESSE DE AGIR. INOCORRÊNCIA. CONTESTAÇÃO DE MÉRITO. PREENCHIMENTO DOS PRESSUPOSTOS PROCESSUAIS. AUXÍLIODOENÇA. APOSENTADORIA POR INVALIDEZ. QUALIDADE DE SEGURADO ESPECIAL. INÍCIO DE PROVA MATERIAL. LAUDO MÉDICO PERICIAL CONCLUSIVO. INCAPACIDADE PARA O TRABALHO CONFIGURADA. QUALIDADE DE SEGURADO COMPROVADA NO PERÍODO DE CARÊNCIA PRETENDIDO. APELAÇÃO DO INSS NÃO PROVIDA. 1. Alega o INSS, preliminarmente, que o ajuizamento da ação teria ocorrido mais de dez anos após o indeferimento administrativo, razão pela qual teria decaído a pretensão autoral de reverter o ato administrativo. 2. No entanto, houve reformulação da orientação jurisprudencial, diante da exposição dada à temática pelo Supremo Tribunal Federal - STF, o qual, por maioria, ao apreciar a ADI nº 6.096/DF, declarou, no que importa, "a inconstitucionalidade do art. 24 da Lei 13.846/2019 no que deu nova redação ao art. 103 da Lei 8.213/1991". O trecho da ementa, no que apropriado ao caso em estudo, assentou que: "6. O núcleo essencial do direito fundamental à previdência social é imprescritível, irrenunciável e indisponível, motivo pelo qual não deve ser afetada pelos efeitos do tempo e da inércia de seu titular a pretensão relativa ao direito ao recebimento de benefício previdenciário. Este Supremo Tribunal Federal, no RE 626.489, de relatoria do i. Min. Roberto Barroso, admitiu a instituição de prazo decadencial para a revisão do ato concessório porque atingida tão somente a pretensão de rediscutir a graduação pecuniária do benefício, isto é, a forma de cálculo ou o valor final da prestação, já que, concedida a pretensão que visa ao recebimento do benefício, encontra-se preservado o próprio fundo do direito. 7. No caso dos autos, ao contrário, admitir a incidência do instituto para o caso de indeferimento, cancelamento ou cessação importa ofensa à Constituição da República e ao que assentou esta Corte em momento anterior, porquanto, não preservado o fundo de direito na hipótese em que negado o benefício, caso inviabilizada pelo decurso do tempo a rediscussão da negativa, é comprometido o exercício do direito material à sua obtenção". 3. Logo, descabe falar em prescrição/decadência do direito ao benefício em discussão (fundo de direito) - nada obstante a segurança jurídica seja obliterada ao se permitir a discussão de atos administrativos indefinidamente -, razão pela qual a defesa indireta de mérito é repelida. Preliminar rejeitada. 4. Alega o INSS, ainda em sede de preliminar, que há nos autos dois requerimentos administrativos, tendo sido o último indeferimento ocorrido em razão do não comparecimento para realização do exame pericial, motivo pelo qual careceria o autor de interesse de agir. 5. De fato, em consonância com orientação do Supremo Tribunal Federal - STF, segundo tese firmada no julgamento do RE 631.240/MG (Tema 350), sob o rito de repercussão geral, há necessidade de prévio requerimento administrativo para fins de configuração da pretensão resistida da autarquia previdenciária por ocasião da análise de direitos relativos aos benefícios previdenciários e assistenciais. 6. Neste contexto, o protocolo meramente formal perante o INSS, sem que haja análise do mérito administrativo pela autarquia previdenciária em razão da inércia da parte requerente em dar o correto andamento ao processo administrativo, apresentando a documentação necessária, nos moldes exigidos, e/ou comparecendo aos atos necessários à comprovação do seu direito ao benefício tais como a designação de datas para avaliação social e/ou perícia médica , caracteriza-se, como regra, indeferimento forçado e deve ser equiparado à ausência de prévio requerimento administrativo. 7. Não obstante, verifica-se que o INSS, na peça defensiva, contestou detalhadamente o mérito da ação, adentrando nos requisitos para a concessão do benefício, quais sejam: qualidade de segurado especial, carência e incapacidade para o trabalho. Dessa forma, tem-se por preenchido o interesse de agir do requerente, razão pela qual improcede o pleito apelativo. 8. Preliminar rejeitada. 9. No mérito, os requisitos indispensáveis para a concessão do benefício previdenciário de auxílio-doença ou aposentadoria por invalidez são: a) a qualidade de segurado; b) a carência de 12 (doze) contribuições mensais, salvo nas hipóteses previstas no art. 26, inciso II, da Lei n. 8.213/1991; c) incapacidade para o trabalho ou atividade habitual por mais de 15 dias para o caso de benefício de auxílio-doença ou, na hipótese da aposentadoria por invalidez, incapacidade (permanente e total) para atividade laboral. 10. No que concerne à qualidade de segurado especial, há necessidade de comprovação apenas do exercício da atividade campesina, ainda que de forma descontínua, no período de 12 meses imediatamente anterior ao início da incapacidade. 11. No caso dos autos, extrai-se do laudo médico pericial que a parte autora está incapacitada para o trabalho, desde o dia 24/4/2015. Ao ser questionado qual seria a data aproximada do início da incapacidade da parte autora, respondeu o médico perito: "Considerar data atual". O laudo médico pericial fora confeccionado no dia 24/4/2015. 12. A concessão do benefício pleiteado pela parte autora, portanto, exige a demonstração do trabalho rural, em regime de subsistência, no prazo mínimo de 12 (doze) meses anteriores à data estabelecida pelo perito como sendo a data de início da incapacidade, ainda que descontínuos, mediante início razoável de prova material, corroborada com prova testemunhal, ou prova documental plena, inadmissível a prova exclusivamente testemunhal. 13. Com o propósito de comprovar a sua condição de trabalhador rural, segurado especial, juntou aos autos documentos, dentre os quais, comprovante de contribuição sindical datado de 13/10/2014. 14. Dessa forma, ao contrário do sustentado pelo INSS, restou demonstrado o início prova material do alegado labor rural, em regime de subsistência, exercido pela parte autora no período de carência pretendido. A prova oral corroborou o alegado. 15. Preenchida, pois, a qualidade de segurado especial, o corolário é o desprovimento do apelo do INSS. 16. Apelação do INSS não provida. (AC 1012016-42.2021.4.01.9999, DESEMBARGADOR FEDERAL URBANO LEAL BERQUO NETO, TRF1 - NONA TURMA, PJe 18/02/2025 PAG.). Grifei. Quanto à incapacidade, submetido o(a) autor(a) à perícia médica em Juízo, o perito judicial, respondendo aos quesitos apresentados assim esclareceu ao ID: 10325405353 que: “C – Procurador Federal I – Dados Gerais do Processo A – 5001264 – 90.2024.8.13.0388 B – 1ª Instância de Luz II – Dados Gerais do Periciando A – Irlei dos Santos Rocha B – Solteiro C – Masculino D – 508.250.976 – 49 E – 11/03/1965 F – Ensino médio completo. G – Não tem III – Dados Gerais da Perícia A – 03/10/2024 B – Dr José Gustavo Alves Nunes, CRMMG 19203 C – Não teve D – Não teve IV – Histórico Laboral do Periciado A – Trabalhador rural B – Desde jovem (aos 08 anos já ajudava o pai guiando bois) C – Trabalhador rural D – Desde jovem (aos 08 anos já ajudava o pai guiando bois) E – Trabalhador rural faz esforços, pega peso, movimentos repetitivos para capinar, tirar leite, plantar e adubar, fica muito tempo em uma posição, abaixa e levanta muito dependendo da tarefa. F – Ajudante/servente na construção civil. G – Outubro 2023 V – Exame clínico e considerações médico – periciais sobre a patologia A – Problemas na coluna lombar e joelho direito, com dor frequente e limitações importantes dos movimentos B – Diagnóstico: CID 10: M 17 - gonartrose; M43.1 – estresse pós traumático; M 25.5 – dor articular; M 54.5 – dor lombar baixa; M 51.1 – transtornos de discos lombares e intervertebrais C – Doença do trabalho. Ajudante/ servente na construção civil e Trabalhador rural fazendo atividades em diversas posições, pegando peso, fazendo força, movimentos repetitivos. D – Sim. Trabalhador rural faz atividades em diversas posições, pega peso, faz força, tem movimentos repetitivos. E – Não F – Sim. Lesões impedem pegar peso, abaixar e levantar, andar muito ou ficar muito tempo em uma posição. G – É permanente e total H – Data de início da doença é indeterminada. Queixas surgiram há alguns anos. I – Parou de trabalhar em outubro de 2023. Lesões graves piorando J – Decorre de progressão e agravamento. Queixas antigas que foram piorando até incapacitar. K – Não há divergência. Teve incapacidade temporária em 2004 e 2005 e, agora, em perícia realizada em 16/02/2024 foi reconhecido por perito do INSS a incapacidade laboral com DID:01/01/2014 e DII: 28/12/2023. L – É permanente e total M – Apesar das limitações existentes, por morar sozinho o banho e higiene não tem ajuda. Comida é fornecida pelo irmão. Desde ano 2023. Parentes fazem limpeza da casa. N – Relatórios médicos, ressonâncias magnéticas (vide acima) O – Sim. Indeterminada. Cirurgia ainda não indicada. Sim P – Não recupera Q – O autor já é uma pessoa com mais idade (59 anos), apresenta várias lesões importantes no joelho direito e coluna lombo sacra, degenerativas e progressivas, incapacitantes. R – Não há VI – Quesitos específicos: Nos casos de auxílio – acidente Esse Item não se enquadra no atual processo (...)” Da análise da prova pericial, verifica-se que o(a) autor(a) está incapacitado(a) total e definitivamente para o trabalho. Ressalto, ainda, que restou verificada a limitação da parte autora para o exercício de sua atividade, restando inviável sua readaptação, neste momento, para o exercício de atividade diversa da que sempre exerceu, impondo, assim, a concessão da aposentadoria por invalidez. Assim entende o TRF1: “PROCESSO CIVIL. AUXÍLIO-DOENÇA. APOSENTADORIA POR INVALIDEZ. RURÍCOLA. PRÉVIO REQUERIMENTO. DESNECESSIDADE. INCAPACIDADE PARA O TRABALHO. LAUDO PERICIAL. ATIVIDADE RURAL COMPROVADA POR INÍCIO DE PROVA DOCUMENTAL CORROBORADA POR PROVA TESTEMUNHAL. TUTELA ANTECIPADA. TERMO INICIAL. CORREÇÃO MONETÁRIA. JUROS DE MORA. HONORÁRIOS. CUSTAS PROCESSUAIS. ISENÇÃO. 1. Esta Corte, na linha da jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça, pacificou o entendimento de que "a ausência de prévio requerimento administrativo não constitui óbice para que o segurado pleiteie, judicialmente, a revisão de seu benefício previdenciário" (AgRg no REsp 1179627/RS, Ministro Felix Fischer, Quinta Turma, DJe 7.6.2010). Além disso, em respeito ao que estabelece o art. 5º, XXXV da Constituição Federal, uma tal exigência não se compatibilizaria com o direito fundamental de acesso à justiça [cf. AC 0005512-95.2010.4.01.9199/PI, Juiz Federal Marcos Augusto de Sousa (convocado), Primeira Turma, e-DJF1 30.6.2011 p. 251], não havendo, por essa mesma razão, que se falar em violação ao princípio da separação dos Poderes (CF/88, art. 2º). Precedentes. Ressalva do ponto de vista em sentido contrário do Relator. 2. Muito embora o art. 273, caput, do CPC, expressamente, disponha que os efeitos da tutela pretendida na inicial poderão ser antecipados, a requerimento da parte, total ou parcialmente, firmou-se nesta Primeira Turma a possibilidade de o órgão jurisdicional antecipá-la de ofício, tendo em vista a natureza alimentar do benefício previdenciário e em razão da verossimilhança do direito material alegado. Precedentes desta Corte. 3. São requisitos para a concessão dos benefícios de aposentadoria por invalidez e de auxílio-doença a comprovação da qualidade de segurado da Previdência Social e o preenchimento do período de carência de 12 (doze) contribuições mensais, com exceção das hipóteses enumeradas no artigo 26, III, c/c artigo 39, I, da Lei nº 8.213/91, e a comprovação de incapacidade para o exercício de atividade laborativa. 4. No caso concreto, o Instituto Nacional do Seguro Social reconheceu a condição de segurado especial da parte autora (fl. 10). 5. O laudo elaborado pelo perito oficial atesta que a doença que acomete a parte autora é permanente, porém, torna-a parcialmente incapaz para as lides rurais, com possibilidade de readaptação ao mercado de trabalho. 6. Verifica-se, contudo, que a limitação laborativa do segurado para o exercício da profissão de trabalhador rural, acrescentando-se o baixo grau de escolaridade, bem como idade avançada, resta inviabilizada adaptação em atividade profissional diversa daquela que sempre exerceu, impondo, assim, a concessão da aposentadoria por invalidez. 7. Direito à aposentadoria por invalidez desde a data do requerimento administrativo, ou, na falta deste, deve ser fixado na data do ajuizamento da ação, salvo comprovação, por perícia médica, da data da invalidez. Esse entendimento não viola os artigos 5º, LV, da CF/1988; 219 do CPC e 49, II, da Lei nº 8.213/91. No caso, o benefício é devido do ajuizamento da ação. 8. Honorários advocatícios fixados no percentual de 10% (dez por cento) sobre as prestações vencidas até o julgamento da apelação (Súmula n. 111 do STJ). 9. Juros e correção monetária nos termos do Manual de Cálculos da Justiça Federal. 10. Nas causas ajuizadas perante a Justiça Estadual, no exercício da jurisdição federal (art. 109, § 3º, CF/1988), o INSS está isento das custas somente quando lei estadual específica prevê a isenção, o que ocorre nos Estados de Minas Gerais, Goiás, Rondônia e Mato Grosso. Em se tratando de causas ajuizadas perante a Justiça Federal, o INSS está isento de custas por força do art. 4º, inciso I, da Lei nº 9.289/96. 11. Implantação imediata do benefício, no prazo máximo de 30 dias (CPC, art. 273), com comunicação imediata à autarquia previdenciária. 12. Apelação da parte autora a que se dá parcial provimento.” (Processo Numeração Única: 0000930-74.2006.4.01.3902 AC 2006.39.02.000930-6 / PA; APELAÇÃO CIVEL Relator DESEMBARGADOR FEDERAL NÉVITON GUEDES Órgão PRIMEIRA TURMA Publicação 11/09/2013 e-DJF1 P. 29 Data Decisão 06/08/2013) A data de início deste benefício deve ser a data do requerimento administrativo, qual seja 01/02/2024. Nesse sentido é a jurisprudência do egrégio Superior Tribunal de Justiça, em especial da Terceira Seção desta Corte, no julgamento do REsp. 1.095.523/SP, representativo de controvérsia, que pacificou o entendimento de que, nas hipóteses em que há concessão de auxílio-doença na seara administrativa, o termo inicial para pagamento do benefício é fixado no dia seguinte ao da cessação daquele benefício, ou, havendo requerimento administrativo de concessão do auxílio-acidente, o termo inicial corresponderá à data dessa postulação não havendo concessão de auxílio-doença. O acórdão restou assim ementado: “PREVIDENCIARIO. RECURSO ESPECIAL REPETITIVO. AUXILIO-ACIDENTE. REEXAME DE PROVAS. NAO-OCORRENCIA. DISACUSIA. PRESENCA DOS REQUISITOS LEGALMENTE EXIGIDOS. SUMULA N.o 44/STJ. APLICABILIDADE. RECURSO ESPECIAL CONHECIDO E PROVIDO. DEVER DE OBSERVANCIA AO ART. 543-C, § 7.o, INCISOS I E II, DO CPC E DA RESOLUCAO STJ N.o 08, DE 07/08/2008. 1. Inaplicabilidade, a especie, da Sumula n.o 7/STJ, por nao se tratar de reexame de provas, mas sim, de valoracao do conjunto probatorio dos autos. 2. Conforme a jurisprudencia deste Tribunal Superior, ora reafirmada, estando presentes os requisitos legais exigidos para a concessao do auxilio-acidente com base no art. 86, § 4o, da Lei n.o 8.213/91 – deficiencia auditiva, nexo causal e a reducao da capacidade laborativa –, nao se pode recusar a concessao do beneficio acidentario ao Obreiro, ao argumento de que o grau de disacusia verificado esta abaixo do minimo previsto na Tabela de Fowler. 3. O tema, ja exaustivamente debatido no ambito desta Corte Superior, resultou na edicao da Sumula n.o 44/STJ, segundo a qual "A definicao, em ato regulamentar, de grau minimo de disacusia, nao exclui, por si so, a concessao do beneficio previdenciario." 4. A expressao "por si so" contida na citada Sumula significa que o beneficio acidentario nao pode ser negado exclusivamente em razao do grau minimo de disacusia apresentado pelo Segurado. 5. No caso em apreco, restando evidenciados os pressupostos elencados na norma previdenciaria para a concessao do beneficio acidentario postulado, tem aplicabilidade a Sumula n.o 44/STJ. 6. Nas hipoteses em que ha concessao de auxilio-doenca na seara administrativa, o termo inicial para pagamento do auxilio-acidente e fixado no dia seguinte ao da cessacao daquele beneficio, ou, havendo requerimento administrativo de concessao do auxilio-acidente, o termo inicial correspondera a data dessa postulacao. (grifei) 7. Recurso especial provido. Jurisprudencia do STJ reafirmada. Acordao sujeito ao regime do art. 543-C do CPC e da Resolucao STJ n.o 08, de 07/08/2008.” Quanto aos juros e correção monetária, sabe-se que com a promulgação da Emenda Constitucional 113/2021, esta, em seu art. 3º, alterou o regime jurídico dos juros e correção monetária nos casos que envolvem a Fazenda Pública, impondo às condenações de qualquer natureza a aplicação da taxa Selic. De outra sorte, em razão da irretroatividade das leis, a aplicação da EC/2021 somente se dá nas condenações a partir de 09/12/2021, devendo ser aplicado até 08/12/2021 a sistemática anterior, com correção monetária pelo INCP e juros de mora segundo a remuneração oficial da caderneta de poupança. Assinale-se, ainda, que a correção monetária deverá incidir a partir do vencimento de cada parcela, por se tratar de verba alimentar; enquanto os juros serão devidos desde a citação, a teor da Súmula 204 do STJ: "Os juros moratórios nas ações relativas a benefícios previdenciários incidem a partir da citação válida". Portanto, determino a incidência de correção monetária sobre os valores vencidos até 08/12/2021 segundo os índices do INPC e juros de mora aplicáveis à caderneta de poupança. Já em relação aos valores vencidos a partir de 09/12/2021 deverá incidir a taxa SELIC, nos termos da EC 113/2021. III. DISPOSITIVO. Por todo o exposto, JULGO PROCEDENTE o pedido inicial, extinguindo o processo com resolução de mérito, nos termos do art. 487, inc. I, do Código de Processo Civil, para CONDENAR o réu INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL – INSS a conceder o benefício previdenciário de aposentadoria por invalidez a parte autora a partir do requerimento administrativo (01/02/2024), bem como pagar as prestações retroativas compreendidas entre 01/02/2024 e a sua efetiva implantação no sistema de pagamento, compensando-se eventuais valores recebidos a título de auxílio-doença, inclusive os de eventual benefício concedido a título de antecipação de tutela, observando-se, ainda, a prescrição quinquenal (data de ajuizamento do feito em 22/05/2024), com incidência de juros e correção monetária de acordo com o o Sistema Especial de Liquidação e de Custódia (Selic), acumulado mensalmente, de acordo com o art 3º da EC nº 113. Arbitro os honorários advocatícios na ordem de 10% sobre o valor da condenação, correspondente às parcelas vencidas até o momento da prolação da sentença, de acordo com a Súmula nº 111 do Superior Tribunal de Justiça e artigo 85, § 3º, I, do CPC. Isento de custas, na forma do artigo 10, I da Lei Estadual nº 14.939/2003. Por fim, tendo em vista o caráter alimentar do benefício pleiteado, com apoio no art. 300, caput, do CPC, e no enunciado nº 729, da Súmula do STF, CONCEDO A ANTECIPAÇÃO dos efeitos da tutela jurisdicional e determino ao réu que, no prazo de 30 (trinta) dias, ponha em manutenção, em favor da parte autora, o benefício concedido, passando a pagar mensalmente os valores devidos a partir da data da efetiva implantação no sistema de pagamento, sem inclusão de prestações retroativas, a ser comprovado nos autos a data de cumprimento da medida, o valor da renda mensal e das parcelas retroativas. Atribuo á presente sentença, força de ofício. Apesar de ilíquida a sentença, tendo em vista que o benefício é de valor mínimo, fica evidenciada a impossibilidade de a condenação ultrapassar o valor de 1.000 (mil) salários-mínimos, devendo assim, ser aplicado na espécie o disposto no art. 496, § 3º, inc. I, do NCPC, razão pela deixo de determinar a remessa necessária. Oficie-se para pronto cumprimento da tutela antecipada. Transitado em julgado, arquive-se com baixa na distribuição. Publique-se. Registre-se. Intimem-se. Cumpra-se. Luz, data da assinatura eletrônica. FABIOLA PINHEIRO DA COSTA DE MELO GOULART Juiz(íza) de Direito H Vara Única da Comarca de Luz

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