Resultados para "5001769-68.2025.8.13.0672" – Página 81 de 86

Margarete Aparecida Rodrigues x Maria Lucia Amaral Oliveira

ID: 260007525

Tribunal: TJMG Órgão: 1ª Vara Cível da Comarca de Poços de Caldas Classe: MONITóRIA Nº Processo: 5001769-79.2024.8.13.0518

Data de Disponibilização: 24/04/2025

Polo Ativo:

MARGARETE APARECIDA RODRIGUES

Polo Passivo:

MARIA LUCIA AMARAL OLIVEIRA

Intimação

Advogados:

ADRIANA DE CARVALHO NADER

OAB/MG XXXXXX Desbloquear

PEDRO PAULO VIEIRA

OAB/MG XXXXXX Desbloquear

WALDIR ALVES KLEIN JUNIOR

OAB/MG XXXXXX Desbloquear

PODER JUDICIÁRIO DO ESTADO DE MINAS GERAIS Justiça de Primeira Instância Comarca de Poços De Caldas / 1ª Vara Cível da Comarca de Poços de Caldas Rua Pernambuco, 707, - até 614/615, Centro, Poços De … PODER JUDICIÁRIO DO ESTADO DE MINAS GERAIS Justiça de Primeira Instância Comarca de Poços De Caldas / 1ª Vara Cível da Comarca de Poços de Caldas Rua Pernambuco, 707, - até 614/615, Centro, Poços De Caldas - MG - CEP: 37701-021 PROCESSO Nº: 5001769-79.2024.8.13.0518 CLASSE: [CÍVEL] MONITÓRIA (40) ASSUNTO: [Cheque] AUTOR: MARGARETE APARECIDA RODRIGUES CPF: 939.733.146-91 RÉU: MARIA LUCIA AMARAL OLIVEIRA CPF: 160.164.568-61 e outros SENTENÇA Vistos, etc. Cuida-se de ação monitória ajuizada por Margarete Aparecida Rodrigues, qualificada nos autos, em face de Maria Lúcia Amaral de Oliveira e Kellington Amaral Oliveira, também qualificados nos autos, visando à cobrança da quantia de R$ 102.835,67 (cento e dois mil, oitocentos e trinta e cinco reais e sessenta e sete centavos), com fundamento em cheque nº 51242, sacado contra o Banco do Brasil, apresentado para pagamento em 04/06/2019, no valor original de R$ 73.158,24, mas devolvido por insuficiência de fundos, conforme documento de ID 10163773538. A inicial foi instruída com a cópia do referido cheque, bem como com planilha de atualização do débito, certidões de matrículas imobiliárias (IDs 10163772205 e 10163770556) e procuração da parte autora (ID 10163773189). Pleiteou-se, na petição inicial (ID 10163773189), a expedição de mandado de pagamento no valor atualizado da dívida, com os consectários legais, sob pena de constituição de título executivo judicial. Sobreveio despacho inicial (ID 10171709247), no qual foi deferida de plano a expedição do mandado monitório, com prazo de 15 (quinze) dias para cumprimento da obrigação ou oferecimento de embargos, sob as cominações do art. 701 do CPC. Determinou-se a possibilidade de pagamento parcelado nos moldes do art. 916 do CPC e a advertência de que a não impugnação acarretaria a constituição do título executivo judicial. Citados, os requeridos apresentaram embargos monitórios (ID 10191606814), nos quais sustentaram, em síntese, a ilegitimidade passiva de Kellington Amaral Oliveira, alegando que o mesmo apenas atuava como procurador da corré Maria Lúcia e que não possuía responsabilidade direta pela dívida. Alegaram ainda a inexistência de relação jurídica entre a embargada e os embargantes, pois o cheque teria sido emitido no contexto de operações de factoring, configurando-se como garantia, o que afastaria sua exigibilidade. Em impugnação aos embargos (ID 10204677338), a parte autora rechaçou a alegação de ilegitimidade passiva, apontando que Kellington foi o emitente do cheque, assinando-o como responsável pela conta, sendo co-titular da mesma, conforme comprovado nos autos. Destacou, ainda, que o cheque goza de autonomia e abstração, sendo prova escrita hábil à propositura da ação monitória, não havendo nulidade ou inexigibilidade a ser reconhecida. Foi proferido despacho saneador (ID 10342650233), indeferindo a produção de provas adicionais, por entender que a matéria era exclusivamente de direito, declarando o feito apto ao julgamento antecipado. Na sequência, as partes apresentaram memoriais finais (IDs 10396647786 e 10397141175). É o relatório. Decido. A controvérsia dos autos comporta julgamento antecipado da lide, nos termos do artigo 355, inciso I, do Código de Processo Civil, tendo em vista que a matéria em debate é exclusivamente de direito e os documentos acostados aos autos se revelam suficientes para a formação do convencimento do juízo, sendo desnecessária a produção de outras provas. Com efeito, consoante entendimento sedimentado pelo Superior Tribunal de Justiça, “presentes as condições que ensejam o julgamento antecipado da causa, é dever do juiz, e não mera faculdade, assim proceder" (REsp 2.832-RJ, rel. Min. Sálvio de Figueiredo, j. 14.8.1990, DJU 17.9.1990, p. 9513), sendo certo que, “constantes dos autos elementos de prova documental suficientes para formar o convencimento do julgador, inocorre cerceamento de defesa se julgada antecipadamente a controvérsia” (AgRg no Ag 14.952-DF, rel. Min. Sálvio de Figueiredo, j. 4.12.1991, DJU 3.2.1992, p. 472). A ação monitória é cabível sempre que a parte autora detiver prova escrita sem eficácia de título executivo, nos termos do artigo 700 do Código de Processo Civil, com vistas à constituição de título executivo judicial. No caso em apreço, a parte autora instruiu a inicial com o cheque n.º 51242, emitido pelos requeridos, no valor de R$ 73.158,24, com vencimento em 04/06/2019, devidamente atualizado para R$ 102.835,67, conforme demonstrativo juntado aos autos (ID 10163773189). Referido documento reveste-se de força probatória bastante, tratando-se de título cambial que, mesmo após o decurso do prazo para execução direta, ainda conserva sua natureza de prova escrita apta a aparelhar a via monitória. Não se desconhece que o cheque, enquanto título de crédito, goza dos atributos da literalidade, autonomia e abstração, os quais não foram infirmados por qualquer prova robusta por parte dos embargantes. No tocante à preliminar de ilegitimidade passiva arguida por Kellington Amaral Oliveira, entendo que não assiste razão à parte ré. O cheque apresentado nos autos encontra-se assinado por Kellington, cuja responsabilidade advém de sua condição de signatário do título. A jurisprudência consolidada do Superior Tribunal de Justiça é firme no sentido de que o emitente do cheque responde pessoalmente pela obrigação representada, independentemente de mandato ou representação que tenha exercido. Conforme art. 892 do Código Civil, “aquele que, sem ter poderes, ou excedendo os que tem, lança a sua assinatura em título de crédito, como mandatário ou representante de outrem, fica pessoalmente obrigado”, sendo este o caso dos autos. Assim, rejeita-se a preliminar arguida. Quanto ao mérito, a tese sustentada pelos embargantes no sentido de que o cheque foi utilizado como mera garantia em operação de factoring não prospera. A alegação carece de respaldo probatório mínimo, limitando-se a narrativa genérica dissociada de documentos comprobatórios. Ainda que se admitisse tal circunstância, certo é que a jurisprudência pacífica do STJ reconhece que o cheque, mesmo emitido como garantia, conserva sua exigibilidade, salvo comprovação cabal de fraude ou de causa ilícita subjacente, o que não ocorreu. Assim, não há que se falar em inexigibilidade do título ou descaracterização da obrigação cambial. Destaca-se, ademais, que a prova escrita apresentada na forma de cheque preenchido e assinado, ainda que prescrito para fins de execução direta, conserva a aptidão para embasar a pretensão monitória, conforme inteligência do art. 700, caput, do CPC e reiterada jurisprudência do STJ. Dessa forma, demonstrada a existência de obrigação líquida, certa e exigível, e não comprovada a sua quitação ou invalidade, impõe-se a procedência do pedido inicial. Posto isso, julgo PROCEDENTES os pedidos formulados por Margarete Aparecida Rodrigues em face de Maria Lúcia Amaral de Oliveira e Kellington Amaral Oliveira, para o fim de CONSTITUIR em favor da autora o título executivo judicial no valor de R$ 102.835,67 (cento e dois mil, oitocentos e trinta e cinco reais e sessenta e sete centavos), devidamente atualizado pela tabela da Corregedoria de Justiça, com incidência de juros moratórios legais desde a data de vencimento constante do cheque (04/06/2019), tudo a ser apurado em fase de liquidação de sentença, se necessário. Condeno os requeridos, solidariamente, ao pagamento das custas processuais e honorários advocatícios, que fixo em 10% (dez por cento) sobre o valor atualizado da condenação, nos termos do art. 85, § 2º do CPC. Nos termos do art. 1.010, § 3º, do CPC, não cabe ao juízo de primeiro grau o exame de admissibilidade da apelação. Assim, interposto o recurso, a Secretaria deverá processá-lo regularmente, com a abertura de prazo para contrarrazões, se houver, e remessa ao Egrégio Tribunal de Justiça, independentemente de despacho. As partes poderão adotar as medidas cabíveis ao cumprimento provisório da sentença, antes da subida dos autos, nos termos do art. 522 do CPC. Caso opostos embargos de declaração com pedido de efeito infringente, a Secretaria deverá abrir vista à parte contrária para manifestação no prazo de 5 (cinco) dias, nos termos do art. 1.023, § 2º do CPC, com posterior conclusão. Publique-se. Registre-se. Intimem-se. Poços de Caldas, data da assinatura eletrônica. CLAUDIO HESKETH Juiz(íza) de Direito 1ª Vara Cível da Comarca de Poços de Caldas

Conteúdo completo bloqueado

Desbloquear

Processo nº 5129215-60.2025.8.21.7000

ID: 275386031

Tribunal: TJRS Órgão: Secretaria da 4ª Câmara Criminal Classe: CORREIçãO PARCIAL CRIMINAL Nº Processo: 5129215-60.2025.8.21.7000

Data de Disponibilização: 21/05/2025

Polo Ativo:

LUCIANO CARDOSO DA SILVA

Polo Passivo:

DESPACHO/DECISÃO

Advogados:

JORGE ANTONIO BARD DOS SANTOS FILHO

OAB/RS XXXXXX Desbloquear

Correição Parcial Nº 5129215-60.2025.8.21.7000/RS TIPO DE AÇÃO: Crimes do Sistema Nacional de Armas (Lei 9.437/97 e Lei 10.826/03) CORRIGENTE : LUCIANO CARDOSO DA SILVA ADVOGADO(A) : JORGE ANTONIO B… Correição Parcial Nº 5129215-60.2025.8.21.7000/RS TIPO DE AÇÃO: Crimes do Sistema Nacional de Armas (Lei 9.437/97 e Lei 10.826/03) CORRIGENTE : LUCIANO CARDOSO DA SILVA ADVOGADO(A) : JORGE ANTONIO BARD DOS SANTOS FILHO (OAB RS137124) DESPACHO/DECISÃO Trata-se de correição parcial interposta por LUCIANO CARDOSO DA SILVA , contra decisão do JUÍZO DA VARA JUDICIAL DA COMARCA DE ENCRUZILHADA DO SUL, que indeferiu o pedido de intimação da testemunha indicada pela defesa. Em razões, a defesa refere que a Defensoria Pública apresentou resposta à acusação com pedido expresso de produção de provas no transcorrer da instrução processual e de juntada posterior de rol de testemunhas. No entanto, o pleito não foi analisado pelo magistrado, tendo sido designada audiência. Posteriormente, o réu constituiu procurador particular nos autos. No entanto, afirma que a defesa não possui acesso ao processo sigiloso nº 5001316-60.2023.8.21.0045, no qual foi expedido mandado de busca e apreensão que originou a presente ação penal, embora feito pedido de habilitação naqueles autos. Ressalta que o processo sigiloso sequer está apensado à ação penal. Alega cerceamento de defesa e defende a possibilidade de apresentação extemporânea do rol de testemunha. Pugna, liminarmente, pela concessão de efeito suspensivo do ato de audiência designada na ação penal até que seja apreciada a presente correição parcial. No mérito, requer o reconhecimento da nulidade da decisão que indeferiu a intimação da testemunha defensiva, com a determinação de intimação da referida testemunha para ser ouvida em próxima audiência. É o relato. Decido. Embora não desconheça os precedentes do Superior Tribunal de Justiça no sentido de que o indeferimento do rol de testemunhas apresentado a destempo não configura flagrante constrangimento ilegal, identifico, na hipótese, possibilidade de flexibilização da regra do art. 396-A do Código de Processo Penal. Ainda que o acusado possua, atualmente, advogado constituído, quando da apresentação da resposta à acusação tinha sua defesa patrocinada pela Defensoria Pública, a qual, diante do alto número de assistidos, não tem tempo hábil para manter contato prévio com todos os réus presos, considerado o prazo para apresentação da resposta à acusação. Considerada a importância da prova testemunhal, que, muitas vezes, é o único elemento probatório produzido nos autos, possível a relativização da norma a fim de garantir o exercício do contraditório e da ampla defesa. 1 Além disso, ao analisar o pedido de suspensão da audiência de instrução designada na ação penal em virtude de falta de acesso aos autos nº 5001316-60.2023.8.21.0045, no qual autorizada a busca e apreensão relacionada ao Termo Circunstanciado n° 5001769- 55.2023.8.21.0045 que originou a ação penal nº 5000235-42.2024.8.21.0045, identifica-se possível violação à ampla defesa e à coisa julgada. Em análise aos autos nº 5001316-60.2023.8.21.0045, percebe-se que se trata de pedido de busca e apreensão distribuído em 14/06/2023 e relacionado ao Inquérito Policial nº 252/2023-153117, autuado a partir da ocorrência nº 966/2023/153117 com o objetivo de "formalizar o trâmite investigatório relacionado aos delitos de Tráfico de Entorpecente e Porte Ilegal de arma de Fogo" em face de Maria Luisa de Jesus Batista da Silva e Luciano Cardoso da Silva (ora corrigente) ( evento 1, OUT3 ). O Inquérito Policial nº 252/2023-153117, por sua vez, foi cadastrado no e-proc sob o nº 5001886-46.2023.8.21.0045 em 14/08/2023. O expediente criminal foi arquivado em 16/10/2023 após ausência de indicamento pela autoridade policial e pedido ministerial por falta de indícios de autoria delitiva ( evento 6, SENT1 ). Ocorre que os fatos arquivados, ao que parece, são os mesmos ora denunciados na ação penal relacionada à presente correição parcial. É o que se verifica da narrativa dos fatos constante no relatório final do inquérito policial ( evento 2, REL_FINAL_IPL1 ): DOS FATOS Registrou-se Boletim de Ocorrência Policial nº. 966/2023/153117, com base nas denúncias anônimas que aportaram neste Órgão informando que na residência do suspeito, localizada na Av. Olegário Moreira nº 1341, N/C e sob coordenação deste, havia comercialização de drogas ilícitas, bem como Luciano, vulgo “BATORÉ” já havia sido visto portando armas de fogo. Além disso, foi explicado que Luciano já era envolvido em crimes, antes de mudar-se para esta cidade e que atualmente seria o responsável pela distribuição de drogas no bairro. Segundo as denúncias, Luciano possui armas de fogo, salientando ainda que já ouviram barulhos de disparos, efetuados no pátio da residência. Representou-se por mandado de busca e apreensão no endereço da residência de Luciano, que mora ainda com a esposa Maria Luisa de Jesus Batista da Silva e os filhos, sendo autorizado judicialmente, conforme processo nº 5001316-60.2023.8.21.0045. Durante cumprimento da busca e apreensão, foram localizados e apreendidos dois cigarros com características de maconha e munições, objetos estes relacionados no BO nº 1107/2023/153117 e encaminhados ao Poder Judiciário através de TC nº 297/2023/153117B. Anexada folha de antecedentes policiais de LUCIANO CARDOSO DA SILVA . DO INDICIAMENTO Não foi identificada a autoria em relação às munições encontradas, pois elas estavam num imóvel aos fundos, o qual estava vazio. O suspeito disse que, naquele local, morava outra pessoa, a qual vinha apenas durante o final de semana. Diante do exposto e considerando que, até o momento, não há indícios de autoria das munições, nem materialidade de qualquer outro delito, encaminho o presente feito policial à douta apreciação de Vossa Excelência, com base no art.17 do CPP, sem realizar indiciamento. Paralelamente, em 27/03/2023 foi cadastrado no e-proc o Termo Circunstanciado nº 297/2023-153117 sob o n° 5001769- 55.2023.8.21.0045, o qual foi originado da Ocorrência Policial n° 1107/2023/153117 que narra a apreensão de dois cigarros de maconha e munições durante o cumprimento de mandado de busca em face de Luciano ( evento 1, REGOP5 ): Durante cumprimento de mandado de busca e apreensão na residência localizada no endereço supra citado, referente ao processo nº 5001316-60.2023.8.21.0045, foram apreendidos no quarto do casal, dois cigarros de substância semelhante a maconha e duas munições calibre .380. Na ocasião, Luciano, morador da residência assumiu a posse dos objetos. Em uma peça adjacente à casa, foram localizados os 9 cartuchos de espingarda, sendo que Luciano afirmou que não eram de sua propriedade, negando conhecimento acerca da origem das mesmas. Foi determinado pela Autoridade Policial, o presente registro de ocorrência. Nada mais. O referido termo circunstanciado originou a ação penal nº 5000235-42.2024.8.21.0045, na qual Luciano foi denunciado, na data de 01/02/2024, como incurso nas sanções do art. 28 da Lei n° 11.343/2006 e do art. 12 da Lei n°10.826/2003 ( evento 1, DENUNCIA1 ). Contudo, como visto, os fatos denunciados na ação penal, salvo engano, dizem respeito aos mesmos previamente arquivados no Inquérito Policial nº 5001886-46.2023.8.21.0045. Porém, considerando que eventual trancamento da ação penal exigiria concessão de habeas corpus de ofício, sendo esta medida excepcional, entendo que a questão deve ser submetida ao órgão colegiado. Contudo, compulsando os autos da ação penal, vê-se que a audiência de instrução foi designada para a data de hoje, às 13h. Ausente, ainda, informação sobre sua realização. Ainda assim, em se tratando de questões que impactam diretamente no exercício da ampla defesa e do contraditório, prudente, neste momento, o deferimento da liminar para suspender a persecução penal até o julgamento do mérito da presente correição parcial, bem como, caso realizada a audiência na data de hoje, tornar o ato sem efeito. Por fim, deve ser dado acesso à defesa nos autos nº 5001316-60.2023.8.21.0045 e nº 5001886-46.2023.8.21.0045, bem como os feitos devem ser apensados à ação penal nº 5000235-42.2024.8.21.0045. Neste contexto, defiro a liminar para suspender a persecução penal na ação penal nº 5000235-42.2024.8.21.0045 até o julgamento do mérito da presente correição parcial, bem como, caso realizada a audiência na data de hoje (20/05/2025), tornar a solenidade sem efeito. Ainda, defiro o acesso à defesa de Luciano nos autos nº 5001316-60.2023.8.21.0045 e nº 5001886-46.2023.8.21.0045, bem como determino que os feitos sejam apensados à ação penal nº 5000235-42.2024.8.21.0045. Dispenso as informações. À Procuradoria de Justiça. 1. HABEAS CORPUS. ROL DE TESTEMUNHAS INTEMPESTIVO. DEFENSORIA PÚBLICA. PECULIARIDADES. CONSTRANGIMENTO ILEGAL EVIDENCIADO. 1. O PACIENTE TEM SUA DEFESA PATROCINADA PELA DEFENSORIA PÚBLICA, QUE APRESENTOU ROL DE TESTEMUNHAS DEPOIS DE OFERECER RESPOSTA À ACUSAÇÃO. 2. AS PECULIARIDADES DOS AUTOS AUTORIZAM A FLEXIBILIZAÇÃO DO ART. 396-A DO CÓDIGO DE PROCESSO PENAL. EMBORA EXTEMPORÂNEO, O ROL FOI APRESENTADO DURANTE A INSTRUÇÃO. AS DIFICULDADES ESTRUTURAIS DA DEFENSORIA PÚBLICA, EM RAZÃO DO ALTO NÚMERO DE ASSISTIDOS, E A SITUAÇÃO DE PANDEMIA, DURANTE A QUAL SE RECOMENDA MENOR TRÂNSITO DE PESSOAS NOS ESTABELECIMENTOS PRISIONAIS, JUSTIFICAM SUA APRESENTAÇÃO A DESTEMPO. 3. CONSIDERADA A IMPORTÂNCIA DA PROVA TESTEMUNHAL E AS PARTICULARIDADES DO PROCESSO, O INDEFERIMENTO DO ROL É DESPROPORCIONAL. A OITIVA DA TESTEMUNHA DE DEFESA GARANTE O CONTRADITÓRIO E A AMPLA DEFESA, SEM TRAZER QUALQUER PREJUÍZO AO TRÂMITE PROCESSUAL. PARECER DO MINISTÉRIO PÚBLICO FAVORÁVEL. LIMINAR CONFIRMADA. ORDEM CONCEDIDA.(Habeas Corpus Criminal, Nº 51034970320218217000, Primeira Câmara Criminal, Tribunal de Justiça do RS, Relator: Jayme Weingartner Neto, Julgado em: 26-08-2021). Grifei.APELAÇÃO CRIME. VIOLÊNCIA DOMÉSTICA. AMEAÇA. DUAS VEZES. PRELIMINAR DE NULIDADE. Somente é plausível flexibilização da regra do artigo 396-A do CPP, que determina que as testemunhas devem ser arroladas quando apresentada resposta à acusação, quando a defesa do acusado é exercida por defensor público que não teve qualquer oportunidade de manter contato pessoal com o réu antes do cumprimento de tal ato processual, o que não ocorreu na hipótese. Apresentação de rol extemporâneo. SUFICIÊNCIA PROBATÓRIA. MANUTENÇÃO DA CONDENAÇÃO. Não há que se falar em insuficiência probatória a ensejar absolvição. Na medida em que a materialidade e a autoria do delito restaram demonstradas pelos coerentes relatos das vítimas, corroborados pelas ocorrências policiais, faz-se imperativo o juízo condenatório. Tratando-se de fatos atinentes à lei maria da penha, a palavra da ofendida assume especial relevância probatória e, se coerente, basta para ensejar a condenação. APENAMENTO. AFASTAMENTO DA AGRAVANTE DO ART. 61, INCISO II, “F”, DO CÓDIGO PENAL. Não prospera a inconformidade defensiva, uma vez que seu reconhecimento não é ínsito ao crime previsto no art. 147, caput, do CP, pelo qual o réu foi condenado, não havendo a aludida configuração de violação ao princípio do ne bis in idem no cálculo dosimétrico operado. CONTINUIDADE DELITIVA. INVIABILIDADE. O acusado, por meio de ameaças, cometeu os delitos em dias distintos, com lapso temporal considerável e contra vítimas distintas (24 de janeiro de 2017 e 06 de março de 2017), o que, sem sombra de dúvidas, conduz à aplicação do concurso material de crimes, de modo que as penas devem somadas. AFASTAMENTO DA INDENIZAÇÃO ÀS VÍTIMAS. Quando do oferecimento da denúncia, houve requerimento pelo ministério público para fixação de indenização de reparação dos danos sofridos pelas vítimas, com respaldo no art. 387, IV, do CPP. Assim, como bem demonstrada a existência de prévio e expresso pedido, tem-se plenamente garantido o contraditório, motivo pelo qual mantenho a obrigação de indenização por danos morais às vítimas. Ademais, a quantia de R$500,00 para cada uma delas, mostra-se proporcional e justa ao caso concreto. À UNANIMIDADE, REJEITARAM A PRELIMINAR E, NO MÉRITO, NEGARAM PROVIMENTO AO APELO DEFENSIVO.(Apelação Criminal, Nº 70085096832, Segunda Câmara Criminal, Tribunal de Justiça do RS, Relator: Rosaura Marques Borba, Julgado em: 27-08-2021)

Conteúdo completo bloqueado

Desbloquear

Encontrou o que procurava? Faça login para ver mais resultados e detalhes completos.

Fazer Login para Ver Mais

Processo nº 5001769-45.2024.4.03.6321

ID: 300856888

Tribunal: TRF3 Órgão: 1ª Vara Gabinete JEF de São Vicente Classe: PROCEDIMENTO DO JUIZADO ESPECIAL CíVEL Nº Processo: 5001769-45.2024.4.03.6321

Data de Disponibilização: 17/06/2025

Polo Ativo:

JULIANA ELLEN PUCA

Polo Passivo:

Sentença

Advogados:

FABIO SURJUS GOMES PEREIRA

OAB/SP XXXXXX Desbloquear

PODER JUDICIÁRIO JUIZADO ESPECIAL FEDERAL DA 3ª REGIÃO PROCEDIMENTO DO JUIZADO ESPECIAL CÍVEL (436) Nº 5001769-45.2024.4.03.6321 / 1ª Vara Gabinete JEF de São Vicente AUTOR: JULIANA ELLEN PUCA Advoga… PODER JUDICIÁRIO JUIZADO ESPECIAL FEDERAL DA 3ª REGIÃO PROCEDIMENTO DO JUIZADO ESPECIAL CÍVEL (436) Nº 5001769-45.2024.4.03.6321 / 1ª Vara Gabinete JEF de São Vicente AUTOR: JULIANA ELLEN PUCA Advogado do(a) AUTOR: FABIO SURJUS GOMES PEREIRA - SP219937 REU: INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS SENTENÇA Trata-se de demanda ajuizada sob o rito do Juizado Especial Federal em face do Instituto Nacional do Seguro Social - INSS por JULIANA ELLEN PUCA, a qual busca obter provimento judicial que condene a autarquia previdenciária à concessão do benefício de auxílio-acidente. Requer, ainda, o pagamento das parcelas vencidas, acrescidas dos consectários legais. Conforme consta, em 14/06/2023 a autora sofreu acidente de moto que resultou em fraturas na perna direita (tíbia e fíbula), as quais, mesmo após tratamento cirúrgico, resultaram em sequelas que reduziram sua capacidade para o trabalho exercido. A autora, em razão do acidente, esteve em gozo do benefício de auxílio por incapacidade temporária de 14/06/2023 a 31/10/2023 (NB: 31/644.298.352-1), sem a concessão de auxílio-acidente após sua cessação. Foi realizada perícia médica nos autos, com a juntada do laudo pericial de ID. 347348437. As partes foram intimadas para manifestação após a apresentação do laudo pericial. Citado, o INSS ofereceu proposta de acordo (ID. 349171176), rejeitada pela parte autora (ID. 354444036). No mais, relatório dispensado nos termos do art. 38 da Lei n. 9.099/95 combinado com o art. 1º da Lei n. 10.259/01. Fundamento e decido. A preliminar arguida pelo INSS em contestação confunde-se com o mérito, de forma que será apreciada oportunamente. A cobertura pela Previdência Social dos eventos incapacidade temporária ou permanente tem previsão na Constituição Federal, no art. 201, inciso I. Nesse sentido, a Lei n. 8.213/91 prevê os benefícios por incapacidade nos arts. 42 e 59. Art. 42. A aposentadoria por invalidez, uma vez cumprida, quando for o caso, a carência exigida, será devida ao segurado que, estando ou não em gozo de auxílio-doença, for considerado incapaz e insusceptível de reabilitação para o exercício de atividade que lhe garanta a subsistência, e ser-lhe-á paga enquanto permanecer nesta condição. Art. 59. O auxílio-doença será devido ao segurado que, havendo cumprido, quando for o caso, o período de carência exigido nesta Lei, ficar incapacitado para o seu trabalho ou para a sua atividade habitual por mais de 15 (quinze) dias consecutivos. Art. 86. O auxílio-acidente será concedido, como indenização, ao segurado quando, após consolidação das lesões decorrentes de acidente de qualquer natureza, resultarem seqüelas que impliquem redução da capacidade para o trabalho que habitualmente exercia.(Redação dada pela Lei nº 9.528, de 1997) § 1ºO auxílio-acidente mensal corresponderá a cinqüenta por cento do salário-de-benefício e será devido, observado o disposto no § 5º, até a véspera do início de qualquer aposentadoria ou até a data do óbito do segurado.(Redação dada pela Lei nº 9.528, de 1997) § 2º O auxílio-acidente será devido a partir do dia seguinte ao da cessação do auxílio-doença, independentemente de qualquer remuneração ou rendimento auferido pelo acidentado, vedada sua acumulação com qualquer aposentadoria.(Redação dada pela Lei nº 9.528, de 1997) § 3ºO recebimento de salário ou concessão de outro benefício, exceto de aposentadoria, observado o disposto no § 5º, não prejudicará a continuidade do recebimento do auxílio-acidente.(Redação dada pela Lei nº 9.528, de 1997) § 4º A perda da audição, em qualquer grau, somente proporcionará a concessão do auxílio-acidente, quando, além do reconhecimento de causalidade entre o trabalho e a doença, resultar, comprovadamente, na redução ou perda da capacidade para o trabalho que habitualmente exercia.(Restabelecido com nova redação pela Lei nº 9.528, de 1997). A interpretação dos dispositivos em questão leva à conclusão de que a aposentadoria por incapacidade permanente e o auxílio por incapacidade temporária serão devidos à pessoa que preencher os seguintes requisitos: 1) incapacidade para o trabalho, em extensão variável conforme a espécie de benefício postulado; 2) carência, salvo no caso das exceções previstas em lei; e 3) qualidade de segurado quando do início da incapacidade laboral. Já para a concessão do auxílio-acidente, benefício de natureza indenizatória, é exigido: 1) qualidade de segurado empregado, doméstico, avulso ou especial (Lei n. 8.213/91, art. 18, § 1º); 2) consolidação de lesões decorrentes do acidente de qualquer natureza; e 3) redução da capacidade para o trabalho habitualmente exercido pelo segurado, em razão das sequelas desse acidente. Assentadas essas premissas, importa passar à análise do caso concreto. A qualidade de segurada da autora está demonstrada pelo extrato previdenciários CNIS que consta do ID. 326953845, especialmente no que toca à caracterização enquanto segurada empregada doméstica em gozo de auxílio-doença até 31/10/2023. Quanto à incapacidade, o laudo pericial técnico (ID. 347348437), embasado na análise dos documentos médicos e no exame clínico detalhado, conclui que a autora, devido as fraturas da tíbia e fíbula do membro inferior direito, causadas pelo acidente de moto ocorrido em 14/06/2023 e que ocasionaram pseudoartrose (consolidação das lesões), apresenta redução da capacidade para o seu trabalho habitual, havendo incapacidade parcial e permanente. A data de início da incapacidade foi fixada na data do acidente. Conclui, ainda, que a autora, no exercício de sua profissão de babá, apresenta limitações para permanecer levantada por longos períodos, caminhar e movimentar o tornozelo direito, sendo necessário que exerça suas atividades de "forma mais cuidadosa e lenta para não cair". Estando atendidos, pois, os requisitos do art. 86 da Lei nº 8.213/1991 – posto ser caso de consolidação das lesões decorrentes de acidente de qualquer natureza que implicam em redução da capacidade para o trabalho que habitualmente exercia –, é devida a concessão de auxílio-acidente a partir de 01/11/2023 – dia seguinte à data de cessação do auxílio por incapacidade temporária de NB. 644.298.352-1. Insta mencionar, nesse sentido, o Tema 315 da Turma Nacional de Uniformização dos JEFs, que afasta a alegada falta de interesse de agir ante a necessidade de requerimento administrativo prévio. Veja-se: REPRESENTATIVO DE CONTROVÉRSIA – DEFINIÇÃO DE TESE - TEMA N. 315 - PUIL N. 5063339-35.2020.4.04.7100/RS Apreciando o pedido sob o regime dos representativos de controvérsia, a TNU fixou a seguinte tese: A data do início do benefício de auxílio-acidente é o dia seguinte à data da cessação do benefício de auxílio por incapacidade temporária, que lhe deu origem, independentemente de pedido de prorrogação deste ou de pedido específico de concessão do benefício de auxílio-acidente, nos termos do art. 86, § 2º, da Lei 8.213/91, observada a prescrição quinquenal dos valores atrasados. No caso dos autos, em tendo sido a presente ação ajuizada antes do prazo de 05 (cinco) anos estabelecido no parágrafo único do art. 103 da Lei nº 8.213/1991, não há que se falar em prescrição das parcelas vencidas. Ante o exposto, nos termos do art. 487, inciso I, do Código de Processo Civil, julgo PROCEDENTE o pedido formulado na inicial e condeno o INSS a conceder o benefício de auxílio–acidente em favor do autor a partir de 01/11/2023, dia seguinte à cessação do NB 31/644.298.352-1. Condeno o INSS, ainda, ao pagamento das prestações vencidas, que deverão ser apuradas na fase executiva. Os valores serão pagos por requisição de pequeno valor ou precatório, com correção monetária desde a data do vencimento e juros de mora a partir da citação, nos termos do Manual de Cálculos da Justiça Federal. Sem custas e honorários advocatícios, a teor do art. 1º da Lei n. 10.259/01 c.c. o art. 55,caput, da Lei n. 9.099/95. Havendo interposição de recurso, intime-se a parte contrária para contrarrazões no prazo legal e, após, com ou sem apresentação destas, remetam-se os autos à Turma Recursal, com as formalidades de praxe. Caso contrário, ou confirmada esta sentença pela Turma Recursal, providencie a Secretaria a certificação do trânsito em julgado e a alteração da classe processual para "CUMPRIMENTO DE SENTENÇA CONTRA A FAZENDA PÚBLICA". Após, remetam-se os autos em diligência ao setor administrativo do INSS (CEAB) para que dê cumprimento ao julgado, no prazo de 45 (quarenta e cinco) dias. Com o cumprimento do acima determinado, apontando a RMI, remetam-se os autos à CECALC para parecer e cálculo dos valores em atraso. Com a vinda dos cálculos, intimem-se as partes, por ato ordinatório, para que se manifestem no prazo de 10 (dez) dias. Homologados os cálculos, remetam-se os autos ao setor de requisitórios para o pagamento dos atrasados. Sentença registrada eletronicamente. Intime-se. Publique-se. SÃO VICENTE, data da assinatura eletrônica. MATEUS CASTELO BRANCO FIRMINO DA SILVA Juiz Federal

Conteúdo completo bloqueado

Desbloquear

Processo nº 5001769-73.2024.8.13.0035

ID: 260790309

Tribunal: TJMG Órgão: 2º Titular TR Grupo Jurisdicional da Comarca de Araguari Classe: RECURSO INOMINADO CíVEL Nº Processo: 5001769-73.2024.8.13.0035

Data de Disponibilização: 25/04/2025

Polo Ativo:

Polo Passivo:

ALEXANDRE DA SILVA BORGES

Intimação

Advogados:

LUCIMAR PEREIRA CAVALCANTI

OAB/MG XXXXXX Desbloquear

JOYCE MARIANA MARCAL DINIZ

OAB/MG XXXXXX Desbloquear

PODER JUDICIÁRIO DO ESTADO DE MINAS GERAIS Turma Recursal do Grupo Jurisdicional de Araguari RECURSO Nº 5001769-73.2024.8.13.0035 PROCESSO ORIGINÁRIO Nº: CLASSE: [CÍVEL] RECURSO INOMINADO CÍVEL (460)… PODER JUDICIÁRIO DO ESTADO DE MINAS GERAIS Turma Recursal do Grupo Jurisdicional de Araguari RECURSO Nº 5001769-73.2024.8.13.0035 PROCESSO ORIGINÁRIO Nº: CLASSE: [CÍVEL] RECURSO INOMINADO CÍVEL (460) ASSUNTO: [Descontos Indevidos] RECORRENTE: INSTITUTO DE PREVIDENCIA DOS SERVIDORES MILITARES DE MG CPF: 17.444.779/0001-37 RECORRIDO(A): ALEXANDRE DA SILVA BORGES CPF: 076.559.816-71 DECISÃO O Instituto de Previdência dos Servidores Militares do Estado de Minas Gerais (IPSM) interpôs o presente RECURSO EXTRAORDINÁRIO em que busca reformar acórdão da Turma Recursal de Araguari-MG, cuja ementa destaco abaixo: “RECURSO INOMINADO CÍVEL – SERVIDOR MILITAR – CONTRIBUIÇÃO PREVIDENCIÁRIA – TEMA 1177 STF – COMPETÊNCIA ESTADUAL – FIXAÇÃO DA ALÍQUOTA – RECURSO IMPROVIDO – É incontroverso que o Estado de Minas Gerais possui competência para estipular a alíquota da contribuição previdenciária incidente sobre a remuneração dos militares inativos e pensionistas, sendo inconstitucional a fixação deste percentual pela Lei Federal nº 13.954/2019. – Os embargos de declaração interpostos resultaram na modulação dos efeitos, impondo a higidez dos recolhimentos da contribuição de militares, ativos ou inativos, e de seus pensionistas, efetuados nos moldes inaugurados pela Lei 13.954/2019, até 1º de janeiro de 2023. – A Lei Estadual nº 10.366/1990 estipula o percentual da contribuição previdenciária em 8% (oito por cento) para o servidor militar segurado. Sentença mantida.” O recorrente argumenta que a decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) no Recurso Extraordinário nº 1.338.750/SC, Tema 1177, não pode ser aplicada diretamente ao caso de Minas Gerais, uma vez que a realidade financeira e as circunstâncias fáticas do Estado diferem significativamente das analisadas no leading case. Nas razões do recurso extraordinário, o recorrente alega que a decisão da Turma Recursal contraria o art. 22, inciso XXI, da Constituição Federal, que estabelece a competência privativa da União para legislar sobre inatividades e pensões de militares, e que a aplicação do Tema 1.177 do STF, relativa a militares inativos e pensionistas, não se aplica ao caso recorrido, que cuida de militar da ativa, devendo aqui ser aplicada a técnica do distinguishing. O recorrente também enfatiza as implicações econômicas e administrativas da decisão, afirmando que a cessação das contribuições poderá gerar um deficit financeiro de mais de R$ 449 milhões anuais, comprometendo o equilíbrio do sistema previdenciário dos militares mineiros. Por isso, o recorrente postula que a decisão seja reformada ou, subsidiariamente, que os efeitos do julgamento do Tema 1177 sejam modulados para que o Estado de Minas Gerais possa se preparar especificamente para evitar prejuízos significativos ao erário. Devidamente intimado, o recorrido apresentou contrarrazões. É o resumo dos fatos. Decido. O recurso é tempestivo, conforme certidão lavrada nos autos, sendo dispensável o preparo, dada a natureza jurídica do recorrente. Não obstante, entendo que o presente recurso extraordinário não comporta seguimento, porquanto contraria tese firmada pelo STF em sede de repercussão geral. Desde a Emenda Constitucional n° 45/2004, além dos requisitos enumerados nas alíneas do inciso III do art. 102 da Constituição Federal, a admissibilidade do recurso extraordinário subordina-se à demonstração, pelo recorrente, de repercussão geral das questões constitucionais discutidas no caso (CF, art. 102, § 3°). A propósito, trago à colação o magistério de Luiz Guilherme Marinoni: “Sabe-se que o Supremo Tribunal Federal, para poder desempenhar a sua função, deve examinar apenas as questões que lhe pareceram de maior impacto para a obtenção da unidade do direito. A simples “intenção da justiça quanto à decisão do caso jurídico concreto – e, com ela, também o interesse das partes na causa” – não justifica, por si só, a abertura de uma terceira (e, eventualmente, quarta) instância judiciária. O que está por detrás da repercussão é o interesse na concreção da unidade do direito: é a possibilidade que se adjudica à Corte Suprema de “clarifier ou orienter le droit” em função ou a partir de determinada questão levada ao seu conhecimento. Daí a necessidade e a oportunidade de instituir-se a repercussão geral da controvérsia constitucional afirmada no recurso extraordinário como requisito para a sua admissibilidade” (Precedentes obrigatórios [livro eletrônico] 6. ed., São Paulo: Thomson Reuters Brasil, 2019). In casu, verifica-se que a matéria em questão foi enfrentada recentemente pelo Supremo Tribunal Federal quando do julgamento da ADPF 1184, tendo validado a lei do Estado de Minas Gerais que trata das alíquotas de contribuição previdenciária para policiais e bombeiros militares. No mesmo julgamento, foi negado o pedido de modulação de efeitos formulado pelo Estado de Minas Gerais. Portanto, depreende-se que o acórdão recorrido mostra-se consonante com o entendimento firmado pelo STF. Não há que se falar no caso em aplicação da técnica de distinção, tendo em vista que, no julgamento do segundo recurso de embargos de declaração nº 1.338.750, Santa Catarina, 05/09/2022, rel. Min. Presidente, interposto em face do acórdão relativo ao Tema 1177, o Plenário do Supremo Tribunal Federal foi expresso em assinalar que as conclusões do julgamento aplicavam-se aos servidores militares ativos. É o que se extrai do seguinte excerto da decisão: “Outrossim, as questões postas foram analisadas de forma clara, conforme o entendimento desta Corte, com especial destaque para julgados que enfrentaram a mesma controvérsia, de modo que a discussão referente à contribuição cobrada em relação aos militares ativos inclui-se nas regras de inatividade e pensão da categoria (artigo 22, XXI, da Constituição Federal), de modo que a inconstitucionalidade alcança as alíquotas definidas pela lei federal às contribuições de militares dos Estados, do Distrito Federal e dos Territórios, ativos ou inativos, e de seus pensionistas.” Aliás, é bem de ver que, antes mesmo do julgamento do Tema 1177, a jurisprudência do Supremo Tribunal Federal já entendia pelo reconhecimento da inconstitucionalidade da pretensão dos Estados em cobrar de seus militares alíquota fixada por lei federal: “Ação cível originária. Competência da União para editar normas gerais a que se refere o art. 21, inciso XXI, da CF/88. Impossibilidade de extravasamento. Artigo 24-C do Decreto-lei nº 667/69, incluído pela Lei nº 13.954/19, o qual definiu a alíquota de contribuição aplicável aos militares estaduais e a seus pensionistas para o regime de inatividade e pensão. Inconstitucionalidade. 1. O Tribunal Pleno já assentou que a União extrapolou a competência prevista no art. 22, inciso XXI, da Constituição Federal, ao definir ' por meio da Lei nº 13.954/19, a qual incluiu o art. 24-C no Decreto-lei nº 667/69 ' a alíquota de contribuição previdenciária a ser aplicada aos militares estaduais e a seus pensionistas para o regime de inatividade e pensão. Precedente: ACO nº 3.396/DF, Rel. Min. Alexandre de Moraes, DJe de 19/10/20. 2. Deve, portanto, a União se abster de aplicar ao Estado de Tocantins qualquer das providências previstas no art. 7º da Lei nº 9.717/98 ou de negar-lhe a expedição do Certificado de Regularidade Previdenciária caso o ente estadual continue a aplicar aos policiais e bombeiros militares estaduais e a seus pensionistas a alíquota de contribuição para o regime de inatividade e pensão prevista em lei estadual, em detrimento do que prevê o art. 24-C do Decreto-Lei 667/69, com a redação da Lei 13.954/19. 3. À luz do art. 22, inciso XXI, da Constituição Federal, com a redação conferida pela EC nº 103/19, pode a União estabelecer normas gerais a respeito de inatividade e pensões das polícias militares e dos corpos de bombeiros militares, a exemplo daquelas a que se referem os arts. 24-D e 24-E do Decreto-lei nº 667/69, incluídos pela Lei nº 13.954/19. 4. Ação cível originária julgada parcialmente procedente. (ACO 3388, Relator(a): DIAS TOFFOLI, Tribunal Pleno, julgado em 23-05-2022, PROCESSO ELETRÔNICO DJe-115 DIVULG 13-06-2022 PUBLIC 14-06-2022).” Portanto, pelos fundamentos ora delineados, que se traduzem, em síntese, na contrariedade à tese firmada em sede de repercussão geral, tal como já decidido pelo Supremo Tribunal Federal (Tema 1177 e ADPF 1184), nego seguimento ao presente recurso extraordinário, na forma do art. 1.030, I, a, do Código de Processo Civil. Não vislumbro conduta compatível com litigância de má-fé, eis que o recurso foi interposto antes do julgamento da ADPF 1184. Intimem-se. Araguari, data da assinatura eletrônica. ANA REGIA SANTOS CHAGAS Juiz(íza) de Direito Avenida Doutor Oswaldo Pieruccetti, 400, - até 999/1000, Sibipiruna, Araguari - MG - CEP: 38445-130

Conteúdo completo bloqueado

Desbloquear

Processo nº 5001769-61.2025.8.08.0008

ID: 328260879

Tribunal: TJES Órgão: Barra de São Francisco - 3ª Vara Classe: INTERDIçãO Nº Processo: 5001769-61.2025.8.08.0008

Data de Disponibilização: 17/07/2025

Polo Ativo:

EM SEGREDO DE JUSTIÇA

Polo Passivo:

Intimação - Diário

Advogados:

KARINA ACACIA DO PRADO

OAB/MG XXXXXX Desbloquear

ROSEMAR POGGIAN CATERINQUE CARDOZO

OAB/ES XXXXXX Desbloquear

ESTADO DO ESPÍRITO SANTO PODER JUDICIÁRIO Juízo de Barra de São Francisco - 3ª Vara Rua Des. Danton Bastos, 95, Fórum Desembargador Danton Bastos, Centro, BARRA DE SÃO FRANCISCO - ES - CEP: 29800-000… ESTADO DO ESPÍRITO SANTO PODER JUDICIÁRIO Juízo de Barra de São Francisco - 3ª Vara Rua Des. Danton Bastos, 95, Fórum Desembargador Danton Bastos, Centro, BARRA DE SÃO FRANCISCO - ES - CEP: 29800-000 Telefone:(27) 37561318 PROCESSO Nº 5001769-61.2025.8.08.0008 INTERDIÇÃO/CURATELA (58) REQUERENTE: AMILSON JOSE BOECHAT REQUERIDO: ALVERINA JOSE BOECHAT Advogados do(a) REQUERENTE: KARINA ACACIA DO PRADO - MG98666, ROSEMAR POGGIAN CATERINQUE CARDOZO - ES5674 DECISÃO Trata-se de “ação de interdição” ajuizada por AMILSON JOSÉ BOECHAT em favor dos interesses de ALVERINA JOSÉ BOECHAT, tendo por objeto, que o requerente seja nomeado como curador provisório da requerida. Em síntese, o requerente, apresentando os documentos comprobatórios, alega ser filho da interditada, a qual, em razão de ser portadora de esquizofrenia e alzheimer, laudo de ID n° 71952992, não possui discernimento necessário para praticar os atos da vida civil. Esclarece que é necessária a instituição da curatela em regime de urgência, a fim de que possa representá-la nos atos da vida civil. É o relatório. Decido. Verifica-se que a pretensão se amolda ao conceito de tutela de urgência, sendo uma das modalidades da tutela provisória prevista no artigo 294 e seguintes do Código de Processo Civil. As tutelas provisórias (de urgência e de evidência), vieram sedimentar a teoria das tutelas diferenciadas, que rompeu com o modelo neutro e único de processo ordinário de cognição plena. São provisórias porque as possibilidades de cognição do processo ainda não se esgotaram, o que apenas ocorrerá no provimento definitivo. No caso dos autos a cognição sobre os pedidos e os fundamentos da demanda precisa ser sumária porque não há tempo para fazê-lo de forma mais aprofundada, em razão da urgência. Os requisitos da tutela de urgência estão previstos no artigo 300 do CPC, sendo eles: probabilidade do direito e perigo de dano ou risco ao resultado útil do processo. Compulsando os autos constata-se que os fundamentos apresentados pela parte autora são relevantes e estão amparados em prova idônea, permitindo-se chegar a uma alta probabilidade de veracidade dos fatos narrados, eis que foram juntados documentos que comprovam ser a curatelanda portadora de esquizofrenia e alzheimer, conforme relatório médico de ID n° 71952992. Por fim, em atenção ao § 3º do artigo 300 do CPC que fixa o requisito negativo, verifica-se que os efeitos da medida de urgência não são irreversíveis, sendo possível restituir as partes ao status quo ante caso proferida uma sentença de improcedência do pedido da parte. Considerando os documentos que prestam verossimilhança às alegações exordiais, ANTECIPO OS EFEITOS DA TUTELA pretendida, para o fim de nomear o requerente como Curador Provisório da interditanda, ficando o nomeado obrigado à prestação de contas quando instados para tanto, observando-se, inclusive, o disposto no art. 553 do CPC e as respectivas sanções. EXPEÇA-SE o termo de curatela provisória. Quanto à designação de audiência para realização de entrevista, ressalto que a higidez mental somente poderá ser aferida por meio de estudo técnico, sendo certo que a entrevista constitui uma análise superficial acerca da condição física e mental do(a) interditando(a). Nesse sentido é o entendimento do Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo: “Interdição. Dispensa do interrogatório do interditando pelo MM. Juiz 'a quo'. Possibilidade. A Prova tem como destinatário imediato o juiz da causa, logo, somente cabe a ele aferir a necessidade de sua produção. Ademais, é viável a inversão procedimental prevista nos artigos 1.181 e 1.183 do Código de Processo Civil. Hipótese em que haverá o interrogatório, caso o magistrado não se convença da incapacidade do interditando tão somente pela prova técnica. Agravo desprovido”. (AI 0381510-16.2010.8.26.0000, Rel. Des. Natan Zelinschi de Arruda, j. em 7/4/2011). “INTERDIÇÃO. Sentença que declarou a interdição do fico com rebaixamento mental e nomeou a mãe, autora da ação sua curadora. Apelação do Ministério Público pleiteando a realização de interrogatório pelo Juiz. Ausência, contudo, de razoabilidade e justificativa para isso. Perícia médica conclusiva. Recurso desprovido”. (Ap 652.120.4/2-00, Rel. Des. Teixeira Leite, j. em 30/07/2009). Assim, em observância ao princípio da celeridade processual, considerando os documentos acostados aos autos, deixo de designar audiência para entrevista com o(a) interditando(a). Em prosseguimento, decido. Cite-se o(a) Interditando(a). Decorrido o prazo de contestação sem impugnação, desde já NOMEIO como curador(a) especial dativo(a) o(a) advogado(a) Dr(a). Guilherme Lenzi Encarnação – OAB/ES 25.196 (seguindo a ordem da lista de advogados dativos fornecida pela OAB/ES), para atuar em favor do(a) interditando(a). A nomeação se dá em virtude de inexistir Defensor Público designado para esta Comarca, sendo a nomeação para oficiar na instrução processual, até o trânsito em julgado do processo, devendo o advogado(a) dativo(a) promover os atos que lhe competir acordo com os preceitos constitucionais vigentes, ratificando o compromisso, nos autos, de não cobrar honorários da parte, tendo em vista que está sendo remunerado(a) pelo Estado. Fica advertido(a) o(a) ilustre advogado(a) de que a não observância desse preceito poderá ensejar o cometimento de ilícito civil, penal e ato de improbidade administrativa. Os honorários advocatícios serão fixados quando da prolação de sentença, levando em consideração a complexidade do caso e a quantidade de atos processuais praticados. Advirto, ainda, que o advogado(a) não poderá abandonar o processo, salvo em casos excepcionais, devidamente justificado nos autos, oportunidade em que este Magistrado decidirá sobre a devolução, total ou parcial, dos honorários eventualmente recebidos. Intime-se o(a) defensor(a) nomeado(a) para dizer se aceita o múnus e, em caso positivo, apresentar desde já, a peça cabível. Em caso negativo, o(a) advogado(a) nomeado(a) deverá se manifestar nos autos em um prazo de 05 (cinco) dias. Após, dê-se vista dos autos ao Ilustre Representante do Ministério Público. Nomeio como perita Dra. HELAYA COELHO - CRM 13576 (médica especialista em neurologia), para examinar pessoalmente o(a) interditando(a), a qual deverá ser intimada para informar se aceita o múnus, bem como, deverá responder os seguintes quesitos: a) O(a) interditando(a) é portador de anomalia psíquica? Em caso positivo, indicar o respectivo CID; b) Se essa moléstia mental, caso existente, é de molde a comprometer as faculdades de discernimento, de afinidade, de orientação psíquica do(a) interditando(a); c) Se essa incapacidade é relativa ou absoluta; d) a Anomalia apresentada pelo(a) interditando(a) é curável ou controlável? Em ambos os casos, se a resposta for positiva, descrever os procedimentos adequados; e) caso haja tratamento adequado, o(a) interditando(a) poderá readquirir sua capacidade de gerir sua pessoa e seus bens? Em que pese não ser absoluta a presunção de hipossuficiência financeira afirmada na declaração de ID n° 71952252, não visualizo nos autos elementos para afastá-la, razão pela qual DEFIRO o benefício da gratuidade de justiça, por considerar preenchidos os pressupostos e requisitos para tanto, na forma da Constituição da República, dos arts. 98 e 99, do CPC e da Lei n.º 1.060/50. Desde já, considerando estar a requerente amparada pela gratuidade da justiça, ARBITRO os honorários periciais em R$ 550,00 (quinhentos e cinquenta reais), que deverão ser pagos pelo Estado do Espírito Santo, conforme estipula a Resolução nº 232/2016 do CNJ e Resolução nº 06/2012 do TJES. Ressalte-se, em particular, que este Juízo está fixando o valor dos honorários periciais em observância ao preconizado no anexo da Resolução do TJES quanto aos limites de valor e a baixa complexidade do exame. Com a juntada do laudo médico, EXPEÇA-SE o ofício requisitando o pagamento dos valores. Intimem-se as partes para informarem se desejam acrescentar outros quesitos. Determino à Equipe Multidisciplinar que proceda a realização de Estudo Técnico na residência das partes. Concedo o prazo de 45 (quarenta e cinco) dias. Aguarde-se a realização da perícia, e com a chegada do laudo, vista às partes. Diligencie-se. BARRA DE SÃO FRANCISCO-ES, data da assinatura eletrônica. DENER CARPANEDA Juiz de Direito

Conteúdo completo bloqueado

Desbloquear

K2 Consultoria E Assessoria Ltda. x Leandro Picetti 00998156051 e outros

ID: 336922947

Tribunal: TJRS Órgão: 3ª VICE-PRESIDÊNCIA Classe: APELAçãO CíVEL Nº Processo: 5001769-36.2017.8.21.0087

Data de Disponibilização: 29/07/2025

Polo Ativo:

K2 CONSULTORIA E ASSESSORIA LTDA.

Polo Passivo:

LEANDRO PICETTI 00998156051 MARCELO ALBRECHT EIRELI P. R. KLEIN UNION CONSULTORIA COMERCIAL LTDA

DESPACHO/DECISÃO

Advogados:

IZABELA LEHN

OAB/RS XXXXXX Desbloquear

SILVIA GONCALVES DO NASCIMENTO ARAUJO

OAB/MS XXXXXX Desbloquear

RECURSO ESPECIAL EM Apelação Cível Nº 5001769-36.2017.8.21.0087/RS TIPO DE AÇÃO: Marca APELANTE : K2 CONSULTORIA E ASSESSORIA LTDA. (AUTOR) ADVOGADO(A) : SILVIA GONCALVES DO NASCIMENTO ARAUJO (OAB M… RECURSO ESPECIAL EM Apelação Cível Nº 5001769-36.2017.8.21.0087/RS TIPO DE AÇÃO: Marca APELANTE : K2 CONSULTORIA E ASSESSORIA LTDA. (AUTOR) ADVOGADO(A) : SILVIA GONCALVES DO NASCIMENTO ARAUJO (OAB MS017210A) APELADO : UNION CONSULTORIA COMERCIAL LTDA (RÉU) ADVOGADO(A) : IZABELA LEHN (OAB RS030421) APELADO : LEANDRO PICETTI 00998156051 (RÉU) ADVOGADO(A) : IZABELA LEHN (OAB RS030421) APELADO : MARCELO ALBRECHT EIRELI (RÉU) ADVOGADO(A) : IZABELA LEHN (OAB RS030421) APELADO : P. R. KLEIN (RÉU) ADVOGADO(A) : IZABELA LEHN (OAB RS030421) DESPACHO/DECISÃO Vistos. I. Trata-se de recurso especial interposto em face de acórdão proferido por Câmara Cível deste Tribunal. Tendo em vista o pedido de concessão da AJG, a parte recorrente restou intimada para comprovar o preenchimento dos pressupostos legais para a concessão da benesse. Indeferida a concessão da AJG, foi a ora recorrente intimada para recolher o preparo, sob pena de aplicação da deserção recursal, tendo o prazo transcorrido sem manifestação da parte interessada. Vieram, então, os autos conclusos a esta Vice-Presidência para exame de admissibilidade. É o relatório. O recurso não deve ser admitido. Intimada a efetuar o recolhimento do preparo recursal, sob pena de deserção, nos termos do art. 99, § 7º, do CPC/15, ante o indeferimento do anterior pedido de gratuidade da justiça, decorreu o prazo estipulado sem qualquer manifestação da parte recorrente. Assim, como foi negado o pedido de gratuidade da justiça formulado em recurso e, embora a parte requerente tenha sido intimada para realizar o preparo na forma simples, manteve-se inerte, impõe-se o reconhecimento da deserção, conforme preceitua o § 7º do art. 99, do CPC e Súmula 187 do Superior Tribunal de Justiça (“ É deserto o recurso interposto para o Superior Tribunal de Justiça, quando o recorrente não recolhe, na origem, a importância das despesas de remessa e retorno dos autos”.) . Destaca-se, ainda, por oportuno, que, em se tratando de indeferimento da gratuidade de justiça, o preparo é exigido na forma do art. 99, §7º, do CPC de forma simples, pois “ somente no caso em que o requerente não recolhe o preparo no ato da interposição do recurso, sem que tenha havido o pedido de gratuidade de justiça , o juiz determinará o recolhimento em dobro, sob pena de deserção (art. 1.007, 4º, do CPC/2015 ) ”. (REsp 1787491/SP, Rel. Min. RICARDO VILLAS BÔAS CUEVA, TERCEIRA TURMA, DJe 12/04/2019) No sentido da fundamentação, colacionam-se os seguintes julgados: “CIVIL. PROCESSUAL CIVIL. AGRAVO INTERNO NO AGRAVO EM RECURSO ESPECIAL. RECURSO MANEJADO SOB A ÉGIDE DO NCPC. AÇÃO ANULATÓRIA DE ESCRITURA PÚBLICA DE PROMESSA DE COMPRA E VENDA. DESERÇÃO. GRATUIDADE INDEFERIDA. INTIMAÇÃO PARA PAGAMENTO DAS CUSTAS. AUSÊNCIA DE COMPROVAÇÃO. DECISÃO MANTIDA. AGRAVO INTERNO NÃO PROVIDO. 1. Aplica-se o NCPC a este recurso ante os termos no Enunciado Administrativo nº 3, aprovado pelo Plenário do STJ na sessão de 9/3/2016: Aos recursos interpostos com fundamento no CPC/2015 (relativos a decisões publicadas a partir de 18 de março de 2016) serão exigidos os requisitos de admissibilidade recursal na forma do novo CPC. 2. Nos termos da jurisprudência desta Corte, indeferido o pedido de gratuidade de justiça, o requerente deve ser intimado para realizar o preparo na forma simples e, mantendo-se inerte, o recurso não será conhecido em virtude da deserção . 3. Não sendo a linha argumentativa apresentada capaz de evidenciar a inadequação dos fundamentos invocados pela decisão agravada, mantém-se o julgado, por não haver motivos para a sua alteração. 4. Agravo interno não provido” (AgInt no AREsp 1440059/RS, Rel. Ministro MOURA RIBEIRO, TERCEIRA TURMA, julgado em 20/04/2020, DJe 23/04/2020) “AGRAVO INTERNO NO AGRAVO EM RECURSO ESPECIAL. PROCESSO CIVIL. PREPARO DO RECURSO ESPECIAL. AUSÊNCIA. PEDIDO DE GRATUIDADE DE JUSTIÇA INDEFERIDO. INTIMAÇÃO PARA SANAR O VÍCIO. FALTA DE JUNTADA DE COMPROVANTE DE PAGAMENTO. DESERÇÃO. RECURSO A QUE SE NEGA PROVIMENTO. 1. Na hipótese, a agravante não recolheu o preparo do recurso especial e postula a concessão do benefício da justiça gratuita, o qual foi indeferido no STJ, com base em entendimento firmado pelas instâncias ordinárias de que a parte é sócia administradora de sociedade empresária e aufere renda razoável pelo exercício empresarial, ostentando alto padrão de vida. 2. Intimada a agravante para regularizar o preparo recursal e não efetuado este no prazo devido, por meio da juntada do comprovante do pagamento, foi-lhe aplicada a pena de deserção (arts. 99, § 7º, e 101, § 2º, do CPC/2015) na decisão ora agravada. 3. Agravo interno a que se nega provimento”. (AgInt no AREsp 930.053/MG, Rel. Ministro RAUL ARAÚJO, QUARTA TURMA, julgado em 02/04/2019, DJe 24/04/2019) Para roborar: RECURSO EXTRAORDINÁRIO - DESERÇÃO. Constando do processo certidão na qual registrado o fato de o recorrente haver sido intimado para regularizar o preparo, tendo quedado silente, impõe-se a conclusão sobre a deserção do recurso. AGRAVO - ARTIGO 557, § 2º, DO CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL - MULTA. Se o agravo é manifestamente infundado, impõe-se a aplicação da multa prevista no § 2º do artigo 557 do Código de Processo Civil, arcando a parte com o ônus decorrente da litigância de má-fé. (AI 629222 AgR, Relator(a): MARCO AURÉLIO, Primeira Turma, julgado em 15/09/2009, DJe-213 DIVULG 12-11-2009 PUBLIC 13-11-2009 EMENT VOL-02382-08 PP-01537) Ainda, importante destacar que a “jurisprudência do STF é firme no sentido de que compete à parte Recorrente o ônus de comprovar o recolhimento do preparo no momento da interposição do recurso.” (ARE 1098562 ED-AgR, Relator(a): EDSON FACHIN, Segunda Turma, julgado em 24/10/2022, PROCESSO ELETRÔNICO DJe-220 DIVULG 03-11-2022 PUBLIC 04-11-2022) Inviável, pois, a submissão do recurso à Corte Suprema. III. Ante o exposto, NÃO ADMITO o recurso especial. Intimem-se.

Conteúdo completo bloqueado

Desbloquear

Processo nº 5001769-63.2024.4.03.6121

ID: 299256367

Tribunal: TRF3 Órgão: 1ª Vara Federal de Taubaté Classe: PROCEDIMENTO COMUM CíVEL Nº Processo: 5001769-63.2024.4.03.6121

Data de Disponibilização: 16/06/2025

Polo Ativo:

JONAS FELIPE DA SILVA PEREIRA

Polo Passivo:

Sentença

Advogados:

LARISSA DEL VALE ARAUJO GALVAO

OAB/SP XXXXXX Desbloquear

EUGENIO PAIVA DE MOURA

OAB/SP XXXXXX Desbloquear

BRUNO CANDIDO PIMENTA

OAB/SP XXXXXX Desbloquear

PROCEDIMENTO COMUM CÍVEL (7) Nº 5001769-63.2024.4.03.6121 / 1ª Vara Federal de Taubaté AUTOR: JONAS FELIPE DA SILVA PEREIRA Advogados do(a) AUTOR: BRUNO CANDIDO PIMENTA - SP280514, EUGENIO PAIVA DE M… PROCEDIMENTO COMUM CÍVEL (7) Nº 5001769-63.2024.4.03.6121 / 1ª Vara Federal de Taubaté AUTOR: JONAS FELIPE DA SILVA PEREIRA Advogados do(a) AUTOR: BRUNO CANDIDO PIMENTA - SP280514, EUGENIO PAIVA DE MOURA - SP92902, LARISSA DEL VALE ARAUJO GALVAO - SP525352 REU: UNIÃO FEDERAL S E N T E N Ç A RELATÓRIO Trata-se de ação ajuizada por Jonas Felipe da Silva Pereira contra a União (ID 343574340). Em síntese, o Autor, oficial do Exército, requer a sua reintegração ao Exército até o restabelecimento de sua capacidade laborativa. A gratuidade da justiça foi concedida, e indeferido o pedido de tutela de urgência (ID 344735538). Devidamente citada, a Ré apresentou contestação por meio da qual requereu a improcedência dos pedidos iniciais (ID 350159097). Réplica juntada (ID 353443670). É o relatório. Passo a fundamentar e a decidir. FUNDAMENTAÇÃO Presentes os pressupostos para o desenvolvimento regular do processo, passo ao mérito. Mérito As relações jurídicas envolvendo militares possuem particularidades decorrentes da natureza da instituição, que são de conhecimento por aqueles que, livremente, optaram pela carreira, cujo fundamento possui previsão constitucional: Art. 142. As Forças Armadas, constituídas pela Marinha, pelo Exército e pela Aeronáutica, são instituições nacionais permanentes e regulares, organizadas com base na hierarquia e na disciplina, sob a autoridade suprema do Presidente da República, e destinam-se à defesa da Pátria, à garantia dos poderes constitucionais e, por iniciativa de qualquer destes, da lei e da ordem. (...) § 3º Os membros das Forças Armadas são denominados militares, aplicando-se-lhes, além das que vierem a ser fixadas em lei, as seguintes disposições: (Incluído pela Emenda Constitucional nº 18, de 1998) I - as patentes, com prerrogativas, direitos e deveres a elas inerentes, são conferidas pelo Presidente da República e asseguradas em plenitude aos oficiais da ativa, da reserva ou reformados, sendo-lhes privativos os títulos e postos militares e, juntamente com os demais membros, o uso dos uniformes das Forças Armadas; No exercício da atribuição prevista a partir do artigo 84, IV, CF/88, foi editado o Decreto 2.040/1996, que em seu artigo 1º, dispôs sobre os princípios e normas gerais relativas à movimentação de oficiais e praças da ativa do Exército: Art. 1° Este Regulamento estabelece princípios e normas gerais para a movimentação de oficiais e praças da ativa do Exército, considerando: I - o caráter permanente e nacional do Exército; II - o aprimoramento constante da eficiência da Instituição; III - a prioridade na formação e aperfeiçoamento dos Quadros; IV - a operacionalidade da Força Terrestre em termos de pronto emprego; V - a predominância do interesse do serviço sobre o individual; VI - a continuidade no desempenho das funções, a par da necessária renovação; VII - a movimentação como decorrência dos deveres e das obrigações da carreira militar e, também, como direito nos casos especificados na legislação pertinente; VIII - a disciplina; IX - o interesse do militar, quando pertinente; X - a racionalização dos recursos destinados à movimentação de pessoal. Art. 2º O militar está sujeito, em decorrência dos deveres e das obrigações da atividade militar, a servir em qualquer parte do País ou no exterior. Parágrafo único. Nos casos previstos neste Regulamento, poderão ser atendidos interesses individuais, quando for possível conciliá-los com as exigências do serviço. No caso dos autos, o Autor requer a sua manutenção no quadro das Forças Armadas sob o argumento de que, em razão de decisão favorável nos autos 0002622-46.2013.403.6121, teria tal direito até o restabelecimento de sua capacidade laborativa. Contudo, conforme se verifica, o motivo de seu desligamento foi outro. Em razão de sua reintegração para tratamento de saúde, o Autor tinha o dever de realizar o respectivo acompanhamento médico, nos termos do artigo 149, Decreto 57.654/1966, e artigo 112-A, Lei 6.880/1980: Art. 149. As praças que se encontrarem baixadas a enfermaria ou hospital, ao término do tempo de serviço, serão inspecionadas de saúde, e mesmo depois de licenciadas, desincorporadas, desligadas ou reformadas, continuarão em tratamento, até a efetivação da alta, por restabelecimento ou a pedido. Podem ser encaminhadas a organização hospitalar civil, mediante entendimentos prévios por parte da autoridade militar. Art. 112-A. O militar reformado por incapacidade definitiva para o serviço ativo das Forças Armadas ou reformado por invalidez poderá ser convocado, por iniciativa da Administração Militar, a qualquer momento, para revisão das condições que ensejaram a reforma. (Incluído pela Lei nº 13.954, de 2019) § 1º O militar reformado por incapacidade definitiva para o serviço ativo das Forças Armadas ou reformado por invalidez é obrigado, sob pena de suspensão da remuneração, a submeter-se à inspeção de saúde a cargo da Administração Militar. (Incluído pela Lei nº 13.954, de 2019) Ocorre que o Autor, a partir de dezembro de 2022 (fls. 09, ID 350161611), passou a faltar injustificadamente seguidas vezes em consultas e exames. Neste sentido (fls. 06, ID 350161611): No entanto, o mesmo continuamente falta às visitas médicas na OM, apresentando, nas ocasiões, diversos atestados médicos de pronto atendimento, a rande maioria de consultas por queixas sem relação alguma com o quadro pelo qual o militar é reintegrado. Houve ocasiões em que o mesmo apresentou atestados médicos assinads por profissionais de enfermagem. O militar faltou, inclusive, em exame de imagem solicitado pela equipe de neurocirurgia do HMASP, o qual é necessário para melhor investigação do quadro e consequente elaboração do plano de tratamento. Já foram abertas 6 FATDs para o militar por conta de faltas em visita médica, dessa forma há grande dificuldade em elaborar qualquer planejamento terapêutico (...) (grifo nosso) Em razão deste quadro, houve a necessidade de instauração de sindicância, com inquirição de testemunhas e do Autor. Ao final, concluiu-se que (fls. 33 e seguintes, ID 350161612): A reintegração tem a função de promover a recuperação da capacidade do militar temporariamente incapacitado, sendo certo que o tratamento médico a ser fornecido pelo Exército deve ser mantido como um direito e um dever do militar reintegrado. (...) Contudo, essa é uma condição inafastável para a manutenção do seu vínculo com a força. (... 31. Nessa toada, não pode o militar reintegrado alegar a impossibilidade de comparecer às consultas, terapias ou às reuniões periódicas, pois, ainda que esteja dispensado do cumprimento do expediente militar por expressa ordem judicial, a adesão ao tratamento médico é imperiosa, sendo o comparecimento para prestação de contas à Administração Militar o único meio hábil para o efetivo controle por parte da Organização Militar. (...) 4. CONCLUSÃO Os elementos depreendidos das diligências realizadas neste procedimento permitem concluir que o Sd EV JONAS FELIPE DA SILVA PEREIRA realmente não tem se submetido ao acompanhamento médico prestado pela Organização Militar, ficando evidenciado o seu desinteresse, pela frequência com que falta às visitas médicas na OM, tendo faltado inclusive em exame de imagem solicitado pela equipe de neurocirurgia do HMASP, exame esse que seria necessário para melhor investigação do quadro e consequente elaboração do plano de tratamento. Para justificar as faltas, apresenta atestados, muitas vezes sem a assinatura de um médico, e na maior parte dos casos as consultas são por queixas sem relação com o quadro que ocasionou a sua reintegração, inclusive no decorrer desse processo de apuração, usou do mesmo artifício, faltando por mais de uma vez nas datas marcadas para a sua inquirição e para justificar as faltas apresentou Declarações de Comparecimento na Unidade de Pronto Atendimento. Assim, restou caracterizado a prova e indício de que a conduta do sindicado, se configura como desídia, uma vez que, não pode o militar reintegrado alegar a impossibilidade de comparecer às consultas, terapias ou às reuniões periódicas, pois, ainda que esteja dispensado do cumprimento do expediente militar por expressa ordem judicial, a adesão ao tratamento médico é imperiosa, sendo o comparecimento para prestação de contas à Administração Militar o único meio hábil para o efetivo controle por parte da Organização Militar. Deste modo, conclui-se que a situação é oposta à descrita pelo Autor. Ao invés de ter havido descumprimento de decisão judicial, o que se viu foram reiteradas faltas do Autor, que não compareceu a consultas e exames médicos, apresentava atestados que não eram sequer assinados por médico, ou possuíam relação com a sua alegada incapacidade, em comportamento reiterado e sistemático, que se protraiu ao longo de anos. DISPOSITIVO Diante do exposto, julgo IMPROCEDENTES os pedidos, com resolução do mérito, nos termos do art. 487, inciso I, do Código de Processo Civil, consoante fundamentação. CONDENO o Autor ao pagamento das custas processuais e de honorários advocatícios de 10% (dez por cento) sobre o valor atualizado da causa, observada a gratuidade concedida na forma do artigo 98, CPC, que, por se tratar de cláusula rebus sic stantibus, poderá ser revogada caso, no curso do processo, subsistam elementos a partir dos quais seja possível concluir não haver motivos para a manutenção do benefício. Sentença não sujeita a reexame necessário (art. 496, caput, do Código de Processo Civil). Publique-se. Registre-se. Intimem-se. Cumpra-se, servindo a presente sentença como expediente de cumprimento (Ofício, Mandado, Carta), no que for pertinente. Taubaté/SP, data da assinatura eletrônica. Thiago de Almeida Braga Nascimento Juiz Federal Substituto

Conteúdo completo bloqueado

Desbloquear

Processo nº 0000554-42.2018.8.27.2728

ID: 320564034

Tribunal: TJTO Órgão: 1ª Escrivania Cível de Novo Acordo Classe: INVENTáRIO Nº Processo: 0000554-42.2018.8.27.2728

Data de Disponibilização: 09/07/2025

Polo Ativo:

FLÁVIA DE OLIVEIRA MOURA LEITÃO

Polo Passivo:

Sentença

Advogados:

ORCIDALIA MARTINS FEITOSA

OAB/TO XXXXXX Desbloquear

Inventário Nº 0000554-42.2018.8.27.2728/TO AUTOR : FLÁVIA DE OLIVEIRA MOURA LEITÃO (Inventariante) ADVOGADO(A) : ORCIDALIA MARTINS FEITOSA (OAB TO006111) SENTENÇA I - RELATÓRIO Trata-se de AÇÃO DE I… Inventário Nº 0000554-42.2018.8.27.2728/TO AUTOR : FLÁVIA DE OLIVEIRA MOURA LEITÃO (Inventariante) ADVOGADO(A) : ORCIDALIA MARTINS FEITOSA (OAB TO006111) SENTENÇA I - RELATÓRIO Trata-se de AÇÃO DE INVENTÁRIO NEGATIVO do espólio de ELIANO MOURA LEITÃO , falecido em 28 de abril de 2011, proposta por seus herdeiros. Foi nomeada como inventariante a Sra. Fernanda de Oliveira Moura Leitão Krawczyk (evento 7). O Termo de Compromisso foi assinado no evento 11. No evento 40, este juízo determinou as seguintes diligências: Intime-se a inventariante para apresentar nos autos certidão de inteiro teor ou certidão negativa de imóveis em nome do falecido, dos cartórios de Novo Acordo, Lizarda, Rio Sono, Lagoa do Tocantins, Santa Tereza, São Félix, Aparecida do Rio Negro e Palmas. Prazo de 15 dias. Promova-se buscas via RENAJUD e BACENJUD de eventuais contas, aplicações e automóveis. Promova-se o apensamento de todos os processos que tenha como réu ou executado, o falecido. Intimem-se as Fazendas e o MP para manifestação. Após, intime-se a inventáriante para manifestação em 15 dias. As certidões negativas de bens imóveis em nome do falecido foram devidamente juntadas aos autos: 1. CRI de Novo Acordo: Certidão Negativa de Bens em nome do falecido. (evento 55). 2. CRI de Rio Sono: Certidão Negativa de Bens em nome do falecido. (evento 55). 3. CRI de Lizarda: Certidão Negativa de Bens em nome do falecido. (evento 55). 4.CRI de Lagoa do Tocantins: Certidão Negativa de Bens em nome do falecido. (evento 107). 5. CRI de Santa Tereza do Tocantins: Certidão Negativa de Bens em nome do falecido. (evento 68). 6. CRI de São Felix do Tocantins: Certidão Negativa de Bens em nome do falecido. (evento 77). 7. CRI de Aparecida do Rio Negro: Certidão Negativa de Bens em nome do falecido. (evento 78). 8. CRI de Palmas: Certidão Negativa de Bens em nome do falecido. (evento 72). As consultas RENAJUD e SISBAJUD também retornaram negativas. As Fazendas Públicas e o Ministério Público foram intimados. Os autos vieram conclusos. É o relatório. Fundamento e decido. II - FUNDAMENTAÇÃO O presente feito consiste em um inventário negativo decorrente do falecimento de ELIANO MOURA LEITÃO, ocorrido em 28 de abril de 2011. Conforme se depreende dos autos, o falecido não deixou bens a inventariar. Verificou-se, por outro lado, a existência de processos apensados em desfavor do espólio, os quais tiveram os seguintes desfechos: - Ação Civil de Improbidade Administrativa n. 5000128-86.2011.8.27.2728: Julgada improcedente, com trânsito em julgado. - Execução Fiscal n. 5000033-61.2008.8.27.2728: Baixada após o decurso do prazo de suspensão sem a localização de bens. - Execução de Título Extrajudicial n. 5000699-35.2003.8.27.2729: Extinta sem resolução de mérito por ausência de pressupostos processuais, pendente de trânsito em julgado. - Execução Fiscal n. 5000071-10.2007.8.27.2728: Extinta em razão de pedido de desistência. - Execução de Título Extrajudicial n. 5001202-17.2007.8.27.2729: Extinta em razão de pedido de desistência. - Ação Popular n. 5001769-24.2002.8.27.2729: Julgada improcedente e arquivada. Embora a legislação pátria não regulamente de forma específica o inventário negativo, sua admissibilidade é pacífica na doutrina e na jurisprudência como meio de comprovar a inexistência de bens deixados pelo de cujus . Nesse sentido, transcrevo a lição de Humberto Theodoro Júnior: O inventário negativo é, nessa conjuntura, o expediente criado pela praxe forense para provar que o óbito se deu sem deixar bens a partilhar. Trata-se de medida de jurisdição voluntária, que preenche lacuna da lei e merece aplausos da doutrina e jurisprudência. O procedimento sumário instituído pela experiência do foro consiste em acusar, em petição, o óbito ao juiz, assumindo o requerente o compromisso de inventariante, com citação dos demais interessados e audiência do Ministério Público e da Fazenda Pública. Prestadas as declarações com a menção de ausência total de bens a inventariar, e havendo concordância de todos os convocados ao processo (que tanto pode ser expressa como tácita), o feito se encerra com sentença de homologação do declarado pelo inventariante a qual, através de certidão, servirá de documento para instruir o processo de casamento do cônjuge viúvo, ou para qualquer outro fim legal. (TEODORO JÚNIOR, Humberto, Curso de Direito Processual Civil, Saraiva: 2016, p. 228-229). Assim, conclui-se que o inventário negativo é uma faculdade dos interessados, diferentemente do inventário obrigatório previsto no Título III, Capítulo VI, do Código de Processo Civil. A jurisprudência corrobora tal entendimento: APELAÇÃO CÍVEL. AÇÃO DE INVENTÁRIO. PARTILHA DE DIREITO POSSESSÓRIO. POSSIBILIDADE. POSSE NÃO COMPROVADA SATISFATORIAMENTE. INVENTÁRIO NEGATIVO. SENTENÇA MANTIDA. HONORÁRIOS RECURSAIS. AUSÊNCIA DE CONDENAÇÃO ORIGINÁRIA. [...] 2. Inexistindo bens e direitos possessórios a serem inventariados e partilhados, de rigor a conversão do inventário em negativo e, por conseguinte, a extinção do feito, nos termos do 487, I, do CPC. [...] (TJGO, Apelação 0229497 31.1999.8.09.0084, Rel. Des(a). Carlos Hipolito Escher, julgado em 11/05/2020) APELAÇÃO CÍVEL AÇÃO DE RETIFICAÇÃO DE REGISTRO PÚBLICO. CERTIDÃO DE ÓBITO. INEXISTÊNCIA DE BENS A INVENTARIAR. PROVAS ROBUSTAS. INVENTÁRIO NEGATIVO. FATO SUPERVENIENTE. 1. A sentença proferida no processo da ação de inventário negativo de Gil Rodrigues dos Santos é fato superveniente, nos termos do art. 493 c/c art. 1.014 do CPC. 2. O conteúdo probatório jungido ao processo é prova suficiente a comprovar o direito vindicado, de modo a atender a alteração desejada, porquanto, a divergência apontada está evidenciada, mormente, repiso, pela sentença superveniente no processo da ação de inventário negativo de Gil Rodrigues dos Santos, declarando a inexistência de bens a inventariar. APELAÇÃO CÍVEL CONHECIDA E PROVIDA. SENTENÇA REFORMADA. (TJGO, Apelação Cível 5319486- 78.2020.8.09.0034, Rel. Des(a). MAURÍCIO PORFIRIO ROSA, 5ª Câmara Cível, julgado em 26/01/2021, DJe de 26/01/2021). No caso vertente, a análise dos documentos acostados aos autos demonstra que, de fato, inexistem bens a serem inventariados e que os autores são os únicos herdeiros do falecido, estando devidamente representados. Dessa forma, não há óbice ao acolhimento do pedido. III - DISPOSITIVO Ante o exposto, com fundamento no artigo 487, inciso I, do Código de Processo Civil, JULGO PROCEDENTE o pedido para declarar a inexistência de bens a inventariar do espólio de ELIANO MOURA LEITÃO , ressalvados erros ou omissões. Ficam os requerentes responsáveis pelo pagamento das custas finais, se houver. Sem honorários advocatícios. Intimem-se. Cumpra-se. Após o trânsito em julgado, arquivem-se os autos. Novo Acordo/TO, data da assinatura eletrônica.

Conteúdo completo bloqueado

Desbloquear

Processo nº 5001245-14.2021.4.04.7101

ID: 327173898

Tribunal: TRF4 Órgão: 1ª Vara Federal de Rio Grande Classe: INQUéRITO POLICIAL Nº Processo: 5001245-14.2021.4.04.7101

Data de Disponibilização: 16/07/2025

Polo Ativo:

Polo Passivo:

ANTONIO VANDERLEI ALVES CHAVES CARLOS AUGUSTO LIMA VIEIRA

DESPACHO/DECISÃO

Advogados:

MURILO CÉSAR SOUSA GOUVEIA

OAB/DF XXXXXX Desbloquear

INQUÉRITO POLICIAL Nº 5001245-14.2021.4.04.7101/RS INVESTIGADO : CARLOS AUGUSTO LIMA VIEIRA ADVOGADO(A) : MURILO CÉSAR SOUSA GOUVEIA (OAB DF083280) INVESTIGADO : ANTONIO VANDERLEI ALVES CHAVES ADVOG… INQUÉRITO POLICIAL Nº 5001245-14.2021.4.04.7101/RS INVESTIGADO : CARLOS AUGUSTO LIMA VIEIRA ADVOGADO(A) : MURILO CÉSAR SOUSA GOUVEIA (OAB DF083280) INVESTIGADO : ANTONIO VANDERLEI ALVES CHAVES ADVOGADO(A) : MURILO CÉSAR SOUSA GOUVEIA (OAB DF083280) DESPACHO/DECISÃO Vistos, etc. Trata-se de analisar pedido de (a) reconhecimento da prescrição da pretensão punitiva e de (b) revogação das medidas cautelares diversas da prisão impostas a ANTONIO VANDERLEI ALVES CHAVES , CARLOS AUGUSTO LIMA VIEIRA e ANTONIA JEANNY FEITOSA SALES MACEDO , no evento 13, DOC1 e no evento 45, DOC1 , este fundamentando o pleito no demasiado tempo de tramitação do inquérito policial. Instado a se manifestar, o órgão acusatório opinou pelo indeferimento do pedido ( evento 273, DOC1 ). É o breve relato. Decido. - Prescrição da pretensão punitiva Consoante consta nos autos, no dia 22.03.2021, a autoridade policial recebeu informações de inteligência dando conta de que um grupo de indivíduos estaria efetuando instalação de aparelhos em terminais eletrônicos bancários, a fim de obter os dados de clientes das instituições, utilizando-se para tal do veículo de placas EYX5527. Com base nisso, a equipe de investigação passou a acompanhar os flagrados, inclusive realizando campanas no apartamento utilizado pelos suspeitos. Narra o condutor que, durante o acompanhamento, perceberam a entrada dos suspeitos em terminal bancário da Caixa Econômica Federal e que, algum tempo depois, retornaram ao local, supostamente para retirar o equipamento que havia sido instalado, oportunidade na qual se depararam com os flagrados JOSE MARCONE VIEIRA DE MACEDO , CARLOS AUGUSTO LIMA VIEIRA e ANTONIO VANDERLEI ALVES CHAVES , quando saíam de agência da Caixa Econômica Federal portando um aparelho eletrônico que teria permanecido acoplado a um caixa eletrônico naquele dia. Os flagrados teriam franqueando o acesso ao apartamento onde foram encontrados diversos aparelhos e cartões bancários de terceiro, além de um computador rodando imagens de terminal bancário, provavelmente com a finalidade de obter a senha das possíveis vítimas. Os policiais relataram que no local havia correspondências que remetiam a um outro endereço, onde seguiram e localizaram outros objetos eletrônicos, inclusive dispositivo para fraudar cartões bancários, contendo câmera, bateria e adaptador de memória, resultando na prisão em flagrante de ANTONIA JEANNY FEITOSA SALES MACEDO , que se encontrava no local. Muito embora a definição a respeito deva ser feita no momento processual oportuno, após o término da investigação, a conduta objeto da autuação em flagrante amolda-se ao crime de furto qualificado (fraude) na modalidade tentada, dado que a fraude teria sido usada para burlar a vigilância da vítima e subtrair os valores de sua conta bancária, e não para obter o consentimento da vítima para entrega voluntária do numerário ao agente, como é próprio do estelionato. Considerando-se que a a pena prevista para o delito de furto qualificado, previsto no art. 155, §4º, inciso II, do Código Penal, é de 2 a 8 anos de reclusão, tem-se que mesmo se aplicado o maior redutor previsto para a tentativa (2/3), a pena máxima supera o equivalente a 2 anos, sendo de 8 anos o prazo prescricional, nos termos do art. 109, inciso IV, do Código Penal. Assim sendo, não há que se falar em prescrição, pois transcorreram menos de 5 anos desde a data dos fatos. - Medidas cautelares diversas da prisão Após, a homologação da prisão em flagrante, houve a concessão de liberdade provisória mediante a fixação de medidas cautelares diversas da prisão aos flagrados. Aos investigados ANTONIO VANDERLEI ALVES CHAVES e ANTONIA JEANNY FEITOSA SALES MACEDO foram fixadas as seguintes medidas cautelares ( evento 13, DOC1 ): a) proibição de sair da Comarca em que reside, salvo com autorização judicial; b) comparecimento bimestral no Juízo do seu domicílio, para informar suas atividades e eventual alteração de endereço, sendo o primeiro comparecimento em maio de 2021; c) proibição de manter contato, por qualquer meio, inclusive telefônico, com os demais flagrados. Ao investigado CARLOS AUGUSTO LIMA VIEIRA foram fixadas as seguintes medidas cautelares ( evento 45, DOC1 ): a) proibição de acesso ou frequência a qualquer agência bancária, sem prévia autorização judicial; b) recolhimento domiciliar no período noturno e nos dias de folga e c) monitoramento eletrônico, fixando-se como perímetro de deslocamento um raio de 15 Km, a partir de seu endereço. Na decisão proferida no Habeas Corpus n° 5022181-86.2022.4.04.0000 ( processo 5001769-11.2021.4.04.7101/RS, evento 87, DOC1 ) o monitoramento eletrônico foi substituído pelo pagamento de fiança no valor de 3 salários mínimos, permanecendo as demais medidas cautelares anteriormente impostas. Pois bem, quando da análise da possibilidade de prisão preventiva ou de concessão de liberdade provisória, o Juízo entendeu que as medidas cautelares impostas mostravam-se suficiente e adequadas para impedir a reiteração da prática delitiva. Cumpre referir que a fixação das medidas cautelares aos requerentes se alicerçou nos pressupostos da prova da materialidade e indícios suficientes de autoria, bem como teve como fundamento a garantia da ordem pública, visando a prevenir o risco de reiteração criminosa, tendo sido fixada de acordo com os critérios de adequação e necessidade. Além disso, deve ser levado em conta que as medidas cautelares diversas da prisão têm como escopo a proteção dos interesses da investigação, do processo ou da própria sociedade, devendo, ademais, serem adequadas à gravidade do crime, circunstâncias do fato e condições pessoais do indiciado ou acusado. Contudo, passados quatro anos da fixação das medidas cautelares, e não havendo previsão para conclusão do inquérito policial, imperioso que se faça uma revisão, sob pena de imposição de ônus desarrazoado e desproporcional aos flagrados. No que se refere ao investigado CARLOS, decorridos mais de quatro anos, sem a conclusão do inquérito policial e sem notícias de intercorrências durante o período de cumprimento da medida cautelar, mostra-se cabível a substituição da medida cautelar de recolhimento domiciliar no período noturno e nos dias de folga por medida menos gravosa. Assim sendo, substituo a medida cautelar de recolhimento domiciliar no período noturno e nos dias de folga imposta a CARLOS pelo comparecimento bimestral no Juízo do seu domicílio, para informar suas atividades e eventual alteração de endereço, sendo o primeiro comparecimento em setembro de 2025 (art. 319, inciso I, do Código de Processo Penal). Restam mantidas as demais medidas cautelares anteriormente fixadas. No tocante aos investigados ANTONIO e ANTONIA, pelas mesmas razões acima expostas, de rigor a alteração da periodicidade da medida cautelar de comparecimento em Juízo para uma vez a cada trimestre, sendo mantidas as demais cautelares fixadas. Intimem-se, os investigados também pessoalmente. Traslade-se cópia desta decisão para os Pedidos de Liberdade Provisória dos referidos investigados. Após, retornem os autos à tramitação direta.

Conteúdo completo bloqueado

Desbloquear

Manoel Homero Boeira Garcia x Companhia Estadual De Distribuição De Energia Elétrica - Ceee-D

ID: 326457958

Tribunal: TJRS Órgão: 1ª Vara Judicial da Comarca de Tapes Classe: PROCEDIMENTO COMUM CíVEL Nº Processo: 5001769-02.2025.8.21.0137

Data de Disponibilização: 17/07/2025

Polo Ativo:

MANOEL HOMERO BOEIRA GARCIA

Polo Passivo:

COMPANHIA ESTADUAL DE DISTRIBUIÇÃO DE ENERGIA ELÉTRICA - CEEE-D

DESPACHO/DECISÃO

Advogados:

PAULO RICARDO DE SOUZA DUARTE

OAB/RS XXXXXX Desbloquear

ADRIANA DE ÁVILA JUNG

OAB/RS XXXXXX Desbloquear

PROCEDIMENTO COMUM CÍVEL Nº 5001769-02.2025.8.21.0137/RS AUTOR : MANOEL HOMERO BOEIRA GARCIA ADVOGADO(A) : PAULO RICARDO DE SOUZA DUARTE (OAB RS030919) RÉU : COMPANHIA ESTADUAL DE DISTRIBUIÇÃO DE EN… PROCEDIMENTO COMUM CÍVEL Nº 5001769-02.2025.8.21.0137/RS AUTOR : MANOEL HOMERO BOEIRA GARCIA ADVOGADO(A) : PAULO RICARDO DE SOUZA DUARTE (OAB RS030919) RÉU : COMPANHIA ESTADUAL DE DISTRIBUIÇÃO DE ENERGIA ELÉTRICA - CEEE-D DESPACHO/DECISÃO Vistos. Trata-se de "ação ordinária com pedido de antecipação de tutela" ajuizada por MANOEL HOMERO BOEIRA GARCIA em face de COMPANHIA ESTADUAL DE DISTRIBUIÇÃO DE ENERGIA ELÉTRICA - CEEE-D . O autor narra que é cliente da requerida, cadastrado sob o nº UC 1001135811, em ponto comercial localizado na Rua da Olaria, 11938 - Zona Rural - Vila Garambéu - em Cerro Grande do Sul/RS. Alega que as faturas de energia elétrica referentes aos consumos dos meses de junho/2023, agosto/2023, setembro/2023, fevereiro/2024, abril/2024, maio/2024, junho/2024, julho/2024, agosto/2024, setembro/2024, outubro/2024, novembro/2024, dezembro/2024, março/2025 e abril/2025 apresentam valores totalmente irreais e fora dos parâmetros normais de consumo do requerente, havendo discrepância em relação aos demais meses pagos. Destaca, como exemplo, a fatura do mês de setembro/2023 , no valor de R$ 11.331,56 , e a fatura do mês de abril/2024 , no valor de R$ 1.717,60 . Esclarece que instalou energia solar fotovoltaica e que em diversos meses há divergência de valores cobrados pela empresa de energia elétrica. Afirma que o montante/cálculo para fins de apurar o valor a ser pago é o resultado da multiplicação do consumo compensado pela mini/microgeração pela tarifa proporcionalmente, apurando saldos em kWh referente à Mini e Micro Geração, conforme Resolução Normativa nº 482/2012 da ANEEL. Ressalta que a requerida vem alertando que a Unidade Consumidora de sua propriedade está sujeita à suspensão do fornecimento a partir de 24.09.2023 , sendo que até o presente momento não houve a suspensão do fornecimento. Informa que seu consumo médio gira em torno de 5.000 kWh, e uma geração de 6.000 kWh, que após a compensação atinge valor aproximado de R$ 400,00 (quatrocentos reais). Sustenta que, pela fatura do mês de agosto/2023, em relatório fornecido pela CEEE-Equatorial, pelo Medidor 55082228, não houve geração, o que alega não ser verdadeiro, pois a geração de energia gira em torno de 6.000 kWh/mês, havendo meses em que houve mais geração do que consumo. Afirma que manteve contato pessoalmente com a gerência Regional/Camaquã/RS, e por telefone e e-mail solicitando providências, mas a empresa simplesmente alegou que se tratava de consumo e que o autor procurasse seus direitos se assim entendesse. Aduz que as faturas dos meses em aberto somam a importância de R$ 39.162,84 (trinta e nove mil, cento e sessenta e dois reais e oitenta e quatro centavos), sendo que alguns meses a fatura vem de forma correta, sempre apurando o kWh de geração, e outras consta como "zerado", voltando à normalidade de valores, o que coloca em dúvida se houve mesmo a leitura e/ou houve um erro durante aqueles meses. Pede, em sede de tutela antecipada, que a requerida se abstenha de cadastrar seu nome nos órgãos de proteção ao crédito e de suspender o fornecimento de energia elétrica. É o relatório. Decido . Para a concessão da tutela de urgência, nos termos do art. 300 do Código de Processo Civil, é necessária a presença de elementos que evidenciem a probabilidade do direito e o perigo de dano ou o risco ao resultado útil do processo. No caso concreto, verifico que o pedido de tutela antecipada merece ser parcialmente deferido , pelos fundamentos que passo a expor. Primeiro, não restou comprovada a urgência da situação. Os fatos relatados pelo autor são referentes a contas desde 2023, ou seja, há quase dois anos, sem que tenha havido qualquer providência judicial anterior. A demora do próprio autor em buscar a tutela jurisdicional enfraquece a alegação de urgência, pois se realmente houvesse perigo iminente, certamente teria buscado proteção judicial em momento anterior. Segundo, o aviso de corte mencionado pelo autor data de setembro de 2023, ou seja, há quase dois anos, sem que tenha havido efetiva suspensão do fornecimento até o presente momento. Tal circunstância demonstra que, apesar do aviso, a concessionária não procedeu ao corte, o que indica que não há perigo imediato de interrupção do serviço. Terceiro, existe a possibilidade de questões técnicas dos equipamentos de energia solar impedirem o bom funcionamento, causando temporariamente a inoperância do sistema de geração. Não se pode descartar, neste momento processual, que problemas técnicos no sistema fotovoltaico do autor possam ter ocasionado as discrepâncias nas faturas, sendo necessária uma análise mais aprofundada da questão, com a devida instrução probatória. Por outro lado, considerando a essencialidade do serviço de fornecimento de energia elétrica e a jurisprudência consolidada no sentido de que o corte de energia é limitado ao consumo atual, não podendo servir para cobrança de débitos pretéritos, entendo que deve ser deferida parcialmente a tutela para impedir a suspensão do fornecimento. Quanto ao pedido para que a ré se abstenha de incluir o nome do autor nos cadastros de inadimplentes, entendo que não merece acolhimento neste momento processual, pois não há elementos suficientes que demonstrem a probabilidade do direito alegado, sendo necessária a instrução probatória para melhor análise da questão. Ante o exposto, DEFIRO PARCIALMENTE A TUTELA DE URGÊNCIA pleiteada para determinar que a requerida se abstenha de suspender o fornecimento de energia elétrica na unidade consumidora nº 1001135811, de titularidade do autor, em razão dos débitos discutidos nesta ação, sob pena de multa diária de R$ 500,00 (quinhentos reais), limitada a R$ 10.000,00 (dez mil reais). INDEFIRO o pedido de tutela de urgência para proibir a ré de cadastrar o autor nos serviços de restrição ao crédito, por não vislumbrar, neste momento processual, a probabilidade do direito alegado. Encaminhem-se os autos ao Cejusc on-line para realização de sessão de conciliação. A inviabilidade técnica de participação virtual das partes deve ser comunicada no prazo de 15 dias desta decisão, sob pena de configurar ausência injustificada. Nos termos do art. 1º, I, do Ato 047/2021-P, intimem-se as partes para depositarem previamente o valor de 1 URC, na proporção de 50% para cada parte, diretamente na conta informada pelo conciliador sorteado para atender a conciliação, comprovando nos autos o depósito, para fins de ser realizada a sessão, ressalvada a hipótese de serem beneficiários da gratuidade da justiça. O depósito do valor prévio deve ocorrer até a data da sessão. A exigibilidade do pagamento está suspensa para os beneficiários da justiça gratuita. Em não havendo informação sobre a conta bancária do colaborador, o valor deverá ser depositado no dia da sessão, previamente ao seu início, diretamente ao conciliador, via PIX . Ficam cientes que, em ocorrendo entendimento entre as partes, será devida a remuneração, em favor do conciliador, no valor equivalente a 3 URCs, sendo o depósito comprovado nos autos para fins de prosseguimento da ação e eventual homologação do entendimento, conforme disposto no art. 1º, II, A do Ato 047/2021-P. Cite-se e intime-se.

Conteúdo completo bloqueado

Desbloquear

Encontrou 854 resultados. Faça login para ver detalhes completos e mais informações.

Fazer Login para Ver Detalhes