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Processo nº 5516305-36.2025.8.09.0026

ID: 315847723

Tribunal: TJGO Órgão: Campos Belos - 1ª Vara Cível Classe: PROCEDIMENTO COMUM CíVEL Nº Processo: 5516305-36.2025.8.09.0026

Data de Disponibilização: 04/07/2025

Polo Ativo:

IVANILDO CARNEIRO SANTOS LIMA

Polo Passivo:

Decisão

Advogados:

SERGIO LUIZ SANTANA FILHO

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ESTADO DE GOIÁS - PODER JUDICIÁRIOCOMARCA DE CAMPOS BELOS1ª Vara Cível, de Família, Sucessões, Infância e Juventude e Juizado Especial CívelEmail: cartfamcbelos@tjgo.jus.brDECISÃORECEBO a petição ini… ESTADO DE GOIÁS - PODER JUDICIÁRIOCOMARCA DE CAMPOS BELOS1ª Vara Cível, de Família, Sucessões, Infância e Juventude e Juizado Especial CívelEmail: cartfamcbelos@tjgo.jus.brDECISÃORECEBO a petição inicial, pois atende aos artigos 319 e 320 do Código de Processo Civil.DEFIRO o pedido de gratuidade da justiça à parte requerente (CPC, artigo 98).Como cediço, a tutela de urgência objetiva resguardar o bem ou direito contra a ação do tempo e a consequente ineficácia da prestação jurisdicional, tanto assim que a medida é marcada pela provisoriedade e pela cláusula rebus sic stantibus, podendo ser revista a qualquer tempo sem perigo de irreversibilidade.Conforme disposto no artigo 300 do Código de Processo Civil, para a concessão da tutela de urgência, deve o autor comprovar a probabilidade do direito (fumus boni iuris) e o perigo de dano ou o risco ao resultado útil do processo (periculum in mora):Art. 300. A tutela de urgência será concedida quando houver elementos que evidenciem a probabilidade do direito e o perigo de dano ou o risco ao resultado útil do processo.§ 1º Para a concessão da tutela de urgência, o juiz pode, conforme o caso, exigir caução real ou fidejussória idônea para ressarcir os danos que a outra parte possa vir a sofrer, podendo a caução ser dispensada se a parte economicamente hipossuficiente não puder oferecê-la.§ 2º A tutela de urgência pode ser concedida liminarmente ou após justificação prévia.§ 3º A tutela de urgência de natureza antecipada não será concedida quando houver perigo de irreversibilidade dos efeitos da decisão.Nesse sentido, verifica-se que o legislador condicionou a antecipação da tutela à existência de evidências da probabilidade do direito, bem como do perigo de dano, com a observância de que tal medida não poderá ser concedida quando houver perigo de irreversibilidade dos efeitos da decisão.E, da leitura dos autos, constata-se que, em juízo de cognição sumária, próprio desta fase processual, a parte autora não logrou êxito em demonstrar os requisitos acima mencionados. Extrai-se do extrato apresentado que a parte autora ostenta diversos apontamentos de dívidas vencidas perante outras instituições financeiras.A parte autora questiona a regularidade das inscrições efetuadas pelas instituições financeiras, ora rés, ante a ausência de notificação prévia.Tratando-se de produção de prova onerosa (chamada de prova diabólica por versar sobre fato negativo, vale dizer, de que não houve a notificação em debate), certo ser afirmado que há de ser verificada a necessidade de tal diligência e seus desdobramentos no caso concreto.O sistema de informações de crédito do Banco Central (SCR Sisbacen) se trata de ferramenta regulamentada pela Resolução n. 5.037/22 (antiga Resolução n. 4.571/17: art. 19, inc. I, da atual norma) do Conselho Monetário Nacional, cuja finalidade é a de coletar e compartilhar informações entre instituições financeiras, de modo a auxiliar o Banco Central em suas atividades de fiscalização e monitoramento do sistema financeiro.Dessa forma, as entidades elencadas no artigo 4º da aludida resolução têm o dever de informar as operações de crédito previstas nos artigos 3º, 5º e 6º, sob pena de incorrer nas sanções previstas no artigo 9º:Art. 2º O SCR é administrado pelo Banco Central do Brasil e tem por finalidades:I - prover informações ao Banco Central do Brasil, para fins de monitoramento do crédito no sistema financeiro e para o exercício de suas atividades de fiscalização; eII - propiciar o intercâmbio de informações entre instituições financeiras e entre demais entidades, conforme definido no art. 1º da Lei Complementar nº 105, de 10 de janeiro de 2001, sobre o montante de responsabilidades de clientes em operações de crédito.Art. 3º São consideradas operações de crédito, para efeitos desta Resolução:I - empréstimos e financiamentos;II - adiantamentos;III - operações de arrendamento mercantil;IV - prestação de aval, fiança, coobrigação ou qualquer outra modalidade de garantia pessoal do cumprimento de obrigação financeira de terceiros;V - compromissos de crédito não canceláveis incondicional e unilateralmente pela instituição concedente;VI - créditos contratados com recursos a liberar;VII - créditos baixados como prejuízo;VIII - créditos que tenham sido objeto de negociação com retenção substancial de riscos e de benefícios ou de controle;IX - operações com instrumentos de pagamento pós-pagos;X - operações de empréstimo e de financiamento entre pessoas por meio de plataforma eletrônica; eXI - outras operações ou contratos com características de crédito, que sejam assim reconhecidos pelo Banco Central do Brasil.Parágrafo único. As informações sobre as operações de que trata este artigo devem ser remetidas ao Banco Central do Brasil independentemente do adimplemento de tais operações.Art. 4º As seguintes entidades são consideradas instituições financeiras, para efeitos desta Resolução, e devem remeter ao Banco Central do Brasil informações relativas às operações de crédito:I - agências de fomento;II - associações de poupança e empréstimo;III - Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES);IV - bancos comerciais;V - bancos de câmbio;VI - bancos de desenvolvimento;VII - bancos de investimento;VIII - bancos múltiplos;IX - caixas econômicas;X - companhias hipotecárias;XI - cooperativas de crédito;XII - sociedades corretoras de títulos e valores mobiliários;XIII - sociedades de arrendamento mercantil;XIV - sociedades de crédito ao microempreendedor e à empresa de pequeno porte;XV - sociedades de crédito, financiamento e investimento;XVI - sociedades de crédito imobiliário;XVII - sociedades distribuidoras de títulos e valores mobiliários;XVIII - outras classes de instituições sujeitas à regulação do Banco Central do Brasil, autorizadas a realizar ou adquirir operações de crédito de que trata esta Resolução, nos termos da regulamentação editada pelo Banco Central do Brasil;XIX - outras classes de instituições autorizadas a realizar ou adquirir operações de crédito de que trata esta Resolução e sujeitas à regulação de órgão diverso do Banco Central do Brasil, observados os requisitos previstos nos §§ 2º e 3º;XX - sociedade de crédito direto; eXXI - sociedade de empréstimo entre pessoas.§ 1º O disposto neste artigo aplica-se também às instituições em liquidação extrajudicial, sob intervenção ou sob regime de administração especial temporária.§ 2º O recebimento das informações remetidas pelas instituições referidas no inciso XIX do caput fica condicionado à:I - previsão da remessa de informações ao SCR em convênio celebrado entre o Banco Central do Brasil e o órgão fiscalizador da entidade remetente; eII - edição, pelo órgão regulador da entidade remetente, de ato normativo que discipline a remessa de dados ao SCR.§ 3º O convênio mencionado no inciso I do § 2º deverá conter cláusulas que disciplinem as responsabilidades dos convenentes relativamente aos procedimentos que visam à qualidade da informação, bem como ao cumprimento, pelas entidades remetentes, das condições exigidas para acesso às informações constantes no SCR.§ 4º As instituições referidas no caput ficam submetidas ao disposto na Lei Complementar nº 105, de 2001.Art. 5º As instituições referidas no art. 4º devem remeter ao Banco Central do Brasil informações relativas às operações de crédito, conforme definido no art. 3º, inclusive de:I - outras entidades, não mencionadas no art. 4º, que tenham suas demonstrações contábeis consolidadas nos seus respectivos conglomerados prudenciais; eII - programas ou fundos públicos, inclusive os municipais, os estaduais e os constitucionais federais, não consolidados nos respectivos conglomerados prudenciais, nos quais as instituições referidas no caput ou as entidades referidas no inciso I desempenhem função de administrador, agente financeiro ou operador.§ 1º O disposto no inciso I do caput não se aplica aos créditos resultantes de vendas mercantis ou de prestação de serviços a prazo realizados pelas referidas entidades.§ 2º Para as entidades e programas ou fundos citados nos incisos I e II do caput, a remessa de que trata este artigo deve ser realizada pela instituição líder do conglomerado.Art. 6º As instituições referidas no art. 4º devem remeter ao Banco Central do Brasil as informações relativas a operações de crédito de que trata o art. 3º de suas dependências e subsidiárias localizadas no exterior, com a identificação das contrapartes, conforme regra definida pelo Banco Central do Brasil.§ 1º A identificação das contrapartes pode ser suprimida, conforme regra definida pelo Banco Central do Brasil, nos casos em que a legislação da jurisdição em que estiver localizada a dependência ou a subsidiária impeça o fornecimento dessa informação para as finalidades estabelecidas nesta Resolução, ressalvado o disposto no § 2º deste artigo.§ 2º A identificação das contrapartes não pode ser suprimida nas operações de crédito em que a contraparte da dependência ou subsidiária integre o mesmo conglomerado prudencial da instituição prestadora da informação.Art. 9º Para efeito do disposto no inciso II do art. 2º, o Banco Central do Brasil poderá tornar disponíveis às instituições referidas no art. 4º informações sobre operações de crédito de clientes, respeitadas as regras estabelecidas nesta Resolução e em regulamentação complementar editada pelo Banco Central do Brasil.§ 1º Em caso de atraso na remessa de informações relativas às suas respectivas operações de crédito, as instituições referidas no caput poderão ter seu acesso para consulta de dados do SCR restringido ou suspenso, conforme regras a serem estabelecidas pelo Banco Central do Brasil.§ 2º A disponibilização de informações às instituições referidas no inciso XIX do caput do art. 4º fica condicionada:I - ao cumprimento do disposto nos §§ 2º e 3º do art. 4º; eII - à obediência às regras desta Resolução e à regulamentação do Banco Central do Brasil.Vê-se que o envio das informações ao Banco Central não se trata de faculdade da instituição financeira, mas, sim, de uma obrigação desta. Ocorre que a instituição financeira deve cientificar o cliente de que os dados de suas operações serão registrados no SCR, competindo a ela a guarda do documento de comunicação para eventual prova da notificação, conforme dispõe o artigo 13 da referida resolução, verbis:Art. 13. As instituições originadoras das operações de crédito ou que tenham adquirido tais operações de entidades não integrantes do Sistema Financeiro Nacional devem comunicar previamente ao cliente que os dados de suas respectivas operações serão registrados no SCR.§ 1º na comunicação referida no caput devem constar as orientações e os esclarecimentos relacionados no art. 16.§2º a comunicação de que trata o caput deve ocorrer anteriormente à remessa das informações para o SCR.§ 3º as instituições referidas no caput devem manter a guarda da comunicação de que trata este artigo, em meio físico ou eletrônico que permita comprovar a sua autenticidade, por um período de cinco anos, contado da data de emissão do documento, sem prejuízo de outras disposições que fixem prazo maior para a sua guarda.Dessa forma, é responsabilidade exclusiva das instituições financeiras as inclusões, correções e exclusões dos registros constantes do SRC, assim como a prévia comunicação ao cliente da inscrição dos dados de suas operações no aludido sistema, conforme Resolução n. 5.037/22 do Banco Central do Brasil.Ademais, sendo o Sisbacen equivalente aos órgãos de proteção ao crédito, a ele aplica-se o teor da Súmula n. 359, STJ, segundo o qual determina que "cabe ao órgão mantenedor do cadastro de proteção ao crédito a notificação do devedor antes de proceder a inscrição".Assim, muito embora se reconheça que cabia à ré notificar previamente a devedora para a referida finalidade, cuja produção de tal prova, neste momento procedimental, alcançaria o patamar de prova diabólica, ante ao fato negativo ora apresentado, o fato é que a peculiaridade do caso concreto não permite a concessão da liminar pretendida, já que a parte autora ostenta diversas anotações de dívidas vencidas sob a sua titularidade, não sendo possível aferir qual anotação às quais se insurge está repercutindo negativamente em seu score, não sendo crível que todas as instituições mantiveram inscrição sem os requisitos legais, circunstância que afasta sua probabilidade do direito.Veja-se que a insurgência não versa sobre a existência da dívida, mas apenas e tão somente à ausência de notificação, estando certo que a relação jurídica entre as partes não possui vícios, cabendo ao autor(a) demonstrar o prejuízo sofrido quanto à repercussão da única inscrição em debate, como, por exemplo, negativa de concessão de crédito por outras instituições.Nesse sentido, a jurisprudência:AGRAVO INTERNO EM AGRAVO DE INSTRUMENTO. AÇÃO DE OBRIGAÇÃO DE FAZER CUMULADA COM INDENIZAÇÃO POR DANO MORAL. TUTELA PROVISÓRIA. Requisitos legais. Indeferimento. Reafirmação da decisão monocrática do relator. Indefere-se o pedido de tutela provisória liminar para a exclusão do nome do demandante do sistema de informação de crédito do Banco Central do Brasil - scr/sisbacen, diante da ausência de prova da probabilidade do direito e da urgência como requisitos legais ao deferimento da medida. Da documentação fornecida, especialmente do relatório de empréstimo e financiamento (scr) - resumido juntado, proveniente do Banco Central, denota-se que a parte tem diversas dívidas contraídas, de diversas naturezas, bem como que, atualmente, relativamente à cooperativa de crédito demandada, inexiste qualquer a apontamento indicativo de dívida em atraso, lançada como vencida ou prejuízo. Da mesma forma, inexiste qualquer elemento de prova que corrobore a alegação de que informações advindas do sistema scr/sisbacen estejam repercutindo negativamente no score do demandante junto à SERASA. Inexistem razões de fato e de direito que justifiquem o pedido de novo pronunciamento, sendo indispensável impugnar a decisão recorrida de forma específica e objetiva, o que se afigura ausente. Agravo interno desprovido. (TJRS; AI 5370463-90.2023.8.21.7000; Novo Hamburgo; Vigésima Câmara Cível; Rel. Des. Carlos Cini Marchionatti; Julg. 13/03/2024; DJERS 15/03/2024). (Negritei e grifei).AGRAVO DE INSTRUMENTO. AÇÃO DECLARATÓRIA C/C COMINATÓRIA E DE INDENIZAÇÃO POR DANOS MORAIS. RECURSO DO AUTOR. Indeferimento de tutela provisória na origem. Pretensão de imediata exclusão do registro de dívida no sistema de informações de créditos do Banco Central do Brasil. Scr. Alegada irregularidade na inscrição, diante da ausência prévia de notificação do consumidor. Não acolhimento. Falta dos requisitos para deferimento da liminar. Elementos insuficientes a demonstrarem a probabilidade do direito do autor. Ausência de perigo de dano. Reclamo arredado. Decisão interlocutória mantida. Honorários recursais. Descabimento. Inexistência de fixação da verba na origem. Recurso conhecido e desprovido. (TJSC; AI 5034807-78.2024.8.24.0000; Oitava Câmara de Direito Civil; Rel. Des. Gerson Cherem II; Julg. 27/08/2024). (Negritei e grifei).PROCESSUAL CIVIL. AÇÃO DECLARATÓRIA. PEDIDO DE LIMINAR. INDEFERIDO NA ORIGEM. NOME INSERIDO NO REGISTRATO. AUSÊNCIA DE COMPROVAÇÃO DO ALEGADO. RECURSO DESPROVIDO. I - Na origem, a parte autora, ora agravante, ingressou com ação declaratória alegando que, vem recebendo inúmeras ligações da parte agravada para que realize o pagamento de uma dívida prescrita. Segue narrando que, foi informado que para ter acesso ao teor da dívida deveria acessar o site do SCR. Após efetuar o cadastro inserindo suas informações pessoais no sistema se deparou com dívidas denominadas como: Vencido/ prejuízo. II - O magistrado a quo, proferiu decisão de indeferimento do pedido de tutela antecipada, por entender, em suma, que " somente o Relatório de Informações Detalhadas do SCR. Sistema de Informação de Crédito não é suficiente para a demonstração do fumus boni iuris. III - Em sede recursal, o agravante repisa os mesmos argumentos lançados na inicial, sem contudo, comprovar a existência de qualquer prejuízo. Com efeito, compulsando detidamente os autos, verifiquei que com base tão somente no Relatório de Informações Detalhadas do SCR, o agravado alega que houve impacto negativo e um dano irreparável, contudo, inexiste comprovação de que houve acesso aos dados por terceiros que tenha impedido concessão de crédito. lV - Percebo, pois, que não há, por ora, nas alegações trazidas no bojo recursal, provas verossímeis que possam lastrear legitimidade para a modificação daquela decisão. V - Agravo de Instrumento desprovido. (TJMA; ADecl 0813372-27.2023.8.10.0000; Terceira Câmara de Direito Privado; Rel. Des. José de Ribamar Castro; DJNMA 26/10/2023). (Negritei e grifei).Não bastasse, verifica-se que a parte autora possui anotações desde dezembro de 2019, o que afasta o perigo da demora, requisito essencial para a conceção da tutela desejada.Além, do mais, não especifica de forma clara e objetiva a anotação que contesta de cara uma das requeridas, uma vez que se tratam de diversas anotações, em diversos valores e períodos distintos.Oportuno consignar, ainda, que nada impedirá a revisão segura da matéria após a triangularização processual, notadamente a análise do contraditório quanto à notificação prévia posta em debate.Pelo exposto, INDEFIRO a medida liminar em questão, ante a ausência de preenchimento dos requisitos necessários para tanto, conforme fundamentação.RECONHEÇO a hipossuficiência da parte autora perante a parte requerida, e, nos termos do artigo 6º, inciso VIII, do Código de Defesa do Consumidor, INVERTO o ônus da prova em seu favor.DEIXO de designar audiência de conciliação (CPC, artigo 139, VI, e Enunciado 35 da ENFAM), levando em conta que as especificidades do caso em tela indicam não se recomendar a designação da referida audiência, sobretudo porque em casos análogos em trâmite neste juízo, nas audiências de conciliação que foram realizadas, não se obteve acordo. Contudo, registre-se que nada impede que as partes entrem em acordo a qualquer tempo e submetam minuta para apreciação e homologação deste Juízo. Conforme previsto nos artigos 1º a 4º do Provimento Conjunto n. 009, a citação e a intimação devem ser realizadas de forma eletrônica sempre que a parte estiver devidamente cadastrada no sistema PROJUDI, e será preferencial em relação a qualquer outra modalidade, nos moldes do ordenado pela Lei n. 11.419/2006, seja por meio eletrônico típico (CPC, art. 246), seja por meio eletrônico atípico, esta, a ser realizada via aplicativos de mensagens instantâneas (ou de multiplataforma, tais como Whatsapp, Telegram e outros), redes sociais e correspondência eletrônica (e-mail), na forma do caput do artigo 8º da Resolução n. 354/2020 do CNJ.Logo, CITE-SE a parte requerida, preferencialmente por meio eletrônico, para, querendo, oferecer resposta no prazo de 15 (quinze) dias úteis (CPC, artigo 335, III), consignando que a ausência de contestação implicará revelia e presunção de veracidade das alegações de fato narradas na petição inicial (CPC, artigos 344 e 345).Sendo frutífera a citação e havendo contestação, caso ocorra alguma das hipóteses mencionadas nos artigos 350 e 351 do Código de Processo Civil, INTIME-SE a parte autora para, querendo, apresentar réplica à contestação, no prazo de 15 (quinze) dias, sob pena de preclusão.Em caso de ausência de confirmação, em até 03 (três) dias úteis, contados do recebimento da citação eletrônica, PROCEDA-SE à tentativa de citação e intimação da parte demandada, via carta com AR, atentando-se ao endereço indicado na peça de ingresso.Frustrada a tentativa de citação e intimação via carta/correio, desde logo, EXPEÇA-SE mandado e/ou carta precatória, conforme o caso.Caso infrutíferas as tentativas de citação e intimação da parte requerida, CERTIFIQUE-SE e ABRA-SE vista dos autos à parte autora, pelo prazo de 15 (quinze) dias, a fim de que informe o atual endereço da parte requerida, ou ainda, requeira o que lhe aprouver.Com fundamento nos princípios processuais da economia, celeridade, eficiência e instrumentalidade das formas, cópia deste ato judicial assinado digitalmente servirá como ofício/mandado, nos termos dos artigos 136 a 138, do Código de Normas e Procedimentos do Foro Judicial.Cite-se. Intimem-se. Cumpra-se.Campos Belos, data da assinatura eletrônica. ISABELA REBOUÇAS MAIAJUÍZA SUBSTITUTA(assinado digitalmente)

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Processo nº 5528624-19.2025.8.09.0064

ID: 319244757

Tribunal: TJGO Órgão: Goianira - Vara Cível Classe: PROCEDIMENTO COMUM CíVEL Nº Processo: 5528624-19.2025.8.09.0064

Data de Disponibilização: 08/07/2025

Polo Ativo:

JASILENE SILVA DE OLIVEIRA

Polo Passivo:

Decisão

Advogados:

DHIEGO MODESTO SIMOES SILVA

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ESTADO DE GOIÁS - PODER JUDICIÁRIOCOMARCA DE GOIANIRAVara CívelE-mail: cartcivelgoianira@tjgo.jus.brWhatsApp Escrivania: (62) 3611-2703WhatsApp Dr. André Nacagami: (61) 9447-9102DECISÃOProcesso n. 5… ESTADO DE GOIÁS - PODER JUDICIÁRIOCOMARCA DE GOIANIRAVara CívelE-mail: cartcivelgoianira@tjgo.jus.brWhatsApp Escrivania: (62) 3611-2703WhatsApp Dr. André Nacagami: (61) 9447-9102DECISÃOProcesso n. 5528624-19.2025.8.09.0064Parte requerente: Jasilene Silva de OliveiraParte requerida: Banco PAN S/ATrata-se de Ação de Obrigação de Fazer com pedido Indenização por Danos Morais e Tutela de Urgência promovida por Jasilene Silva de Oliveira em desfavor de Banco PAN S/A, partes devidamente qualificadas nos autos.Narra a inicial, em síntese, que seu nome foi inserido ilicitamente no SCR/SISBACEN pela RÉ, na categoria "vencida e/ou em prejuízo", sem prévia notificação, o que inviabiliza a concessão de crédito e lhe faz passar por mau pagador ou caloteiro, impedindo-a de ter novos relacionamentos financeiros com outras instituições. Assevera que SCR possui natureza restritiva de crédito, assemelhando-se a outros órgãos de proteção ao crédito como o SPC e SERASA.Por essa razão, requer a concessão da justiça gratuita; a concessão da liminar para exclusão do apontamento no SCR/SISBACEN no campo "vencida e/ou em prejuízo", sob pena de multa diária; a procedência da ação para confirmar a liminar e cancelar definitivamente o registro negativo; a condenação da parte requerida ao pagamento de indenização por danos morais não inferior a R$ 50.000,00 (cinquenta mil reais); a inversão do ônus da prova e condenação em custas e honorários advocatícios. Formulou pedido de concessão das benesses da gratuidade da justiça.O valor da causa adequa-se à legislação processual.A parte encontra-se devidamente representada, conforme instrumento de mandato que acompanha a inicial.Os autos vieram-me conclusos. É o relatório. DECIDO. RECEBO a petição inicial, pois atende aos artigos 319 e 320 do Código de Processo Civil.DEFIRO o pedido de gratuidade da justiça à parte requerente (CPC, artigo 98).Como cediço, a tutela de urgência objetiva resguardar o bem ou direito contra a ação do tempo e a consequente ineficácia da prestação jurisdicional, tanto assim que a medida é marcada pela provisoriedade e pela cláusula rebus sic stantibus, podendo ser revista a qualquer tempo sem perigo de irreversibilidade.Conforme disposto no artigo 300 do Código de Processo Civil, para a concessão da tutela de urgência, deve o autor comprovar a probabilidade do direito (fumus boni iuris) e o perigo de dano ou o risco ao resultado útil do processo (periculum in mora):Art. 300. A tutela de urgência será concedida quando houver elementos que evidenciem a probabilidade do direito e o perigo de dano ou o risco ao resultado útil do processo.§ 1º Para a concessão da tutela de urgência, o juiz pode, conforme o caso, exigir caução real ou fidejussória idônea para ressarcir os danos que a outra parte possa vir a sofrer, podendo a caução ser dispensada se a parte economicamente hipossuficiente não puder oferecê-la.§ 2º A tutela de urgência pode ser concedida liminarmente ou após justificação prévia.§ 3º A tutela de urgência de natureza antecipada não será concedida quando houver perigo de irreversibilidade dos efeitos da decisão.Nesse sentido, verifica-se que o legislador condicionou a antecipação da tutela à existência de evidências da probabilidade do direito, bem como do perigo de dano, com a observância de que tal medida não poderá ser concedida quando houver perigo de irreversibilidade dos efeitos da decisão.E, da leitura dos autos, constata-se que, em cognição sumária, própria desta fase processual, a parte autora não logrou êxito em demonstrar os requisitos acima mencionados.Neste ponto, a parte demandante questiona a regularidade das inscrições efetuadas pela instituição financeira, ora ré, ante a ausência de notificação prévia.Tratando-se de produção de prova onerosa (chamada de prova diabólica por versar sobre fato negativo, vale dizer, de que não houve a notificação em debate), é certo afirmar que há de ser verificada a necessidade de tal diligência e seus desdobramentos no caso concreto.O sistema de informações de crédito do Banco Central (SCR Sisbacen) se trata de ferramenta regulamentada pela Resolução n. 5.037/22 (antiga Resolução n. 4.571/17: art. 19, inc. I, da atual norma) do Conselho Monetário Nacional, cuja finalidade é a de coletar e compartilhar informações entre instituições financeiras, de modo a auxiliar o Banco Central em suas atividades de fiscalização e monitoramento do sistema financeiro.Dessa forma, as entidades elencadas no artigo 4º da aludida resolução têm o dever de informar as operações de crédito previstas nos artigos 3º, 5º e 6º, sob pena de incorrer nas sanções previstas no artigo 9º:Art. 2º O SCR é administrado pelo Banco Central do Brasil e tem por finalidades:I - prover informações ao Banco Central do Brasil, para fins de monitoramento do crédito no sistema financeiro e para o exercício de suas atividades de fiscalização; eII - propiciar o intercâmbio de informações entre instituições financeiras e entre demais entidades, conforme definido no art. 1º da Lei Complementar nº 105, de 10 de janeiro de 2001, sobre o montante de responsabilidades de clientes em operações de crédito.Art. 3º São consideradas operações de crédito, para efeitos desta Resolução:I - empréstimos e financiamentos;II - adiantamentos;III - operações de arrendamento mercantil;IV - prestação de aval, fiança, coobrigação ou qualquer outra modalidade de garantia pessoal do cumprimento de obrigação financeira de terceiros;V - compromissos de crédito não canceláveis incondicional e unilateralmente pela instituição concedente;VI - créditos contratados com recursos a liberar;VII - créditos baixados como prejuízo;VIII - créditos que tenham sido objeto de negociação com retenção substancial de riscos e de benefícios ou de controle;IX - operações com instrumentos de pagamento pós-pagos;X - operações de empréstimo e de financiamento entre pessoas por meio de plataforma eletrônica; eXI - outras operações ou contratos com características de crédito, que sejam assim reconhecidos pelo Banco Central do Brasil.Parágrafo único. As informações sobre as operações de que trata este artigo devem ser remetidas ao Banco Central do Brasil independentemente do adimplemento de tais operações.Art. 4º As seguintes entidades são consideradas instituições financeiras, para efeitos desta Resolução, e devem remeter ao Banco Central do Brasil informações relativas às operações de crédito:I - agências de fomento;II - associações de poupança e empréstimo;III - Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES);IV - bancos comerciais;V - bancos de câmbio;VI - bancos de desenvolvimento;VII - bancos de investimento;VIII - bancos múltiplos;IX - caixas econômicas;X - companhias hipotecárias;XI - cooperativas de crédito;XII - sociedades corretoras de títulos e valores mobiliários;XIII - sociedades de arrendamento mercantil;XIV - sociedades de crédito ao microempreendedor e à empresa de pequeno porte;XV - sociedades de crédito, financiamento e investimento;XVI - sociedades de crédito imobiliário;XVII - sociedades distribuidoras de títulos e valores mobiliários;XVIII - outras classes de instituições sujeitas à regulação do Banco Central do Brasil, autorizadas a realizar ou adquirir operações de crédito de que trata esta Resolução, nos termos da regulamentação editada pelo Banco Central do Brasil;XIX - outras classes de instituições autorizadas a realizar ou adquirir operações de crédito de que trata esta Resolução e sujeitas à regulação de órgão diverso do Banco Central do Brasil, observados os requisitos previstos nos §§ 2º e 3º;XX - sociedade de crédito direto; eXXI - sociedade de empréstimo entre pessoas.§ 1º O disposto neste artigo aplica-se também às instituições em liquidação extrajudicial, sob intervenção ou sob regime de administração especial temporária.§ 2º O recebimento das informações remetidas pelas instituições referidas no inciso XIX do caput fica condicionado à:I - previsão da remessa de informações ao SCR em convênio celebrado entre o Banco Central do Brasil e o órgão fiscalizador da entidade remetente; eII - edição, pelo órgão regulador da entidade remetente, de ato normativo que discipline a remessa de dados ao SCR.§ 3º O convênio mencionado no inciso I do § 2º deverá conter cláusulas que disciplinem as responsabilidades dos convenentes relativamente aos procedimentos que visam à qualidade da informação, bem como ao cumprimento, pelas entidades remetentes, das condições exigidas para acesso às informações constantes no SCR.§ 4º As instituições referidas no caput ficam submetidas ao disposto na Lei Complementar nº 105, de 2001.Art. 5º As instituições referidas no art. 4º devem remeter ao Banco Central do Brasil informações relativas às operações de crédito, conforme definido no art. 3º, inclusive de:I - outras entidades, não mencionadas no art. 4º, que tenham suas demonstrações contábeis consolidadas nos seus respectivos conglomerados prudenciais; eII - programas ou fundos públicos, inclusive os municipais, os estaduais e os constitucionais federais, não consolidados nos respectivos conglomerados prudenciais, nos quais as instituições referidas no caput ou as entidades referidas no inciso I desempenhem função de administrador, agente financeiro ou operador.§ 1º O disposto no inciso I do caput não se aplica aos créditos resultantes de vendas mercantis ou de prestação de serviços a prazo realizados pelas referidas entidades.§ 2º Para as entidades e programas ou fundos citados nos incisos I e II do caput, a remessa de que trata este artigo deve ser realizada pela instituição líder do conglomerado.Art. 6º As instituições referidas no art. 4º devem remeter ao Banco Central do Brasil as informações relativas a operações de crédito de que trata o art. 3º de suas dependências e subsidiárias localizadas no exterior, com a identificação das contrapartes, conforme regra definida pelo Banco Central do Brasil.§ 1º A identificação das contrapartes pode ser suprimida, conforme regra definida pelo Banco Central do Brasil, nos casos em que a legislação da jurisdição em que estiver localizada a dependência ou a subsidiária impeça o fornecimento dessa informação para as finalidades estabelecidas nesta Resolução, ressalvado o disposto no § 2º deste artigo.§ 2º A identificação das contrapartes não pode ser suprimida nas operações de crédito em que a contraparte da dependência ou subsidiária integre o mesmo conglomerado prudencial da instituição prestadora da informação.Art. 9º Para efeito do disposto no inciso II do art. 2º, o Banco Central do Brasil poderá tornar disponíveis às instituições referidas no art. 4º informações sobre operações de crédito de clientes, respeitadas as regras estabelecidas nesta Resolução e em regulamentação complementar editada pelo Banco Central do Brasil.§ 1º Em caso de atraso na remessa de informações relativas às suas respectivas operações de crédito, as instituições referidas no caput poderão ter seu acesso para consulta de dados do SCR restringido ou suspenso, conforme regras a serem estabelecidas pelo Banco Central do Brasil.§ 2º A disponibilização de informações às instituições referidas no inciso XIX do caput do art. 4º fica condicionada:I - ao cumprimento do disposto nos §§ 2º e 3º do art. 4º; eII - à obediência às regras desta Resolução e à regulamentação do Banco Central do Brasil.Vê-se que o envio das informações ao Banco Central não se trata de faculdade da instituição financeira, mas, sim, de uma obrigação desta. Ocorre que a instituição financeira deve cientificar o cliente de que os dados de suas operações serão registrados no SCR, competindo a ela a guarda do documento de comunicação para eventual prova da notificação, conforme dispõe o artigo 13 da referida resolução, verbis:art. 13. As instituições originadoras das operações de crédito ou que tenham adquirido tais operações de entidades não integrantes do Sistema Financeiro Nacional devem comunicar previamente ao cliente que os dados de suas respectivas operações serão registrados no SCR.§ 1º na comunicação referida no caput devem constar as orientações e os esclarecimentos relacionados no art. 16.§2º a comunicação de que trata o caput deve ocorrer anteriormente à remessa das informações para o SCR.§ 3º as instituições referidas no caput devem manter a guarda da comunicação de que trata este artigo, em meio físico ou eletrônico que permita comprovar a sua autenticidade, por um período de cinco anos, contado da data de emissão do documento, sem prejuízo de outras disposições que fixem prazo maior para a sua guarda.Dessa forma, é responsabilidade exclusiva das instituições financeiras as inclusões, correções e exclusões dos registros constantes do SRC, assim como a prévia comunicação ao cliente da inscrição dos dados de suas operações no aludido sistema, conforme Resolução n. 5.037/22 do Banco Central do Brasil.Ademais, sendo o Sisbacen equivalente aos órgãos de proteção ao crédito, a ele se aplica o teor da Súmula n. 359, STJ, segundo a qual: "cabe ao órgão mantenedor do cadastro de proteção ao crédito a notificação do devedor antes de proceder a inscrição".Assim, muito embora se reconheça que cabia à ré notificar previamente o(a) devedor(a) para a referida finalidade, cuja produção de tal prova, neste momento procedimental, alcançaria o patamar de prova diabólica, ante ao fato negativo ora apresentado, o fato é que a peculiaridade do caso concreto não permite a concessão da liminar pretendida, uma vez que, não demonstrando que a única restrição à qual se insurge está repercutindo negativamente em seu score perante as demais instituições financeiras, circunstância que afasta sua probabilidade do direito.Veja-se que a insurgência não versa sobre a existência da dívida, mas apenas e tão somente à ausência de notificação, estando certo que a relação jurídica entre as partes não possui vícios, cabendo ao autor(a) demonstrar o prejuízo sofrido quanto à repercussão da única inscrição em debate, como, por exemplo, negativa de concessão de crédito por outras instituições.Não bastasse isso, a inscrição supostamente irregular ocorreu em setembro de 2024, vale dizer, há mais de 6 meses, de modo a afastar o requisito do perigo de dano.Nesse sentido, a jurisprudência:AGRAVO INTERNO EM AGRAVO DE INSTRUMENTO. AÇÃO DE OBRIGAÇÃO DE FAZER CUMULADA COM INDENIZAÇÃO POR DANO MORAL. TUTELA PROVISÓRIA. Requisitos legais. Indeferimento. Reafirmação da decisão monocrática do relator. Indefere-se o pedido de tutela provisória liminar para a exclusão do nome do demandante do sistema de informação de crédito do Banco Central do Brasil - scr/sisbacen, diante da ausência de prova da probabilidade do direito e da urgência como requisitos legais ao deferimento da medida. Da documentação fornecida, especialmente do relatório de empréstimo e financiamento (scr) - resumido juntado, proveniente do Banco Central, denota-se que a parte tem diversas dívidas contraídas, de diversas naturezas, bem como que, atualmente, relativamente à cooperativa de crédito demandada, inexiste qualquer a apontamento indicativo de dívida em atraso, lançada como vencida ou prejuízo. Da mesma forma, inexiste qualquer elemento de prova que corrobore a alegação de que informações advindas do sistema scr/sisbacen estejam repercutindo negativamente no score do demandante junto à SERASA. Inexistem razões de fato e de direito que justifiquem o pedido de novo pronunciamento, sendo indispensável impugnar a decisão recorrida de forma específica e objetiva, o que se afigura ausente. Agravo interno desprovido. (TJRS; AI 5370463-90.2023.8.21.7000; Novo Hamburgo; Vigésima Câmara Cível; Rel. Des. Carlos Cini Marchionatti; Julg. 13/03/2024; DJERS 15/03/2024). (Negritei e grifei).AGRAVO DE INSTRUMENTO. AÇÃO DECLARATÓRIA C/C COMINATÓRIA E DE INDENIZAÇÃO POR DANOS MORAIS. RECURSO DO AUTOR. Indeferimento de tutela provisória na origem. Pretensão de imediata exclusão do registro de dívida no sistema de informações de créditos do Banco Central do Brasil. Scr. Alegada irregularidade na inscrição, diante da ausência prévia de notificação do consumidor. Não acolhimento. Falta dos requisitos para deferimento da liminar. Elementos insuficientes a demonstrarem a probabilidade do direito do autor. Ausência de perigo de dano. Reclamo arredado. Decisão interlocutória mantida. Honorários recursais. Descabimento. Inexistência de fixação da verba na origem. Recurso conhecido e desprovido. (TJSC; AI 5034807-78.2024.8.24.0000; Oitava Câmara de Direito Civil; Rel. Des. Gerson Cherem II; Julg. 27/08/2024). (Negritei e grifei).PROCESSUAL CIVIL. AÇÃO DECLARATÓRIA. PEDIDO DE LIMINAR. INDEFERIDO NA ORIGEM. NOME INSERIDO NO REGISTRATO. AUSÊNCIA DE COMPROVAÇÃO DO ALEGADO. RECURSO DESPROVIDO. I - Na origem, a parte autora, ora agravante, ingressou com ação declaratória alegando que, vem recebendo inúmeras ligações da parte agravada para que realize o pagamento de uma dívida prescrita. Segue narrando que, foi informado que para ter acesso ao teor da dívida deveria acessar o site do SCR. Após efetuar o cadastro inserindo suas informações pessoais no sistema se deparou com dívidas denominadas como: Vencido/ prejuízo. II - O magistrado a quo, proferiu decisão de indeferimento do pedido de tutela antecipada, por entender, em suma, que " somente o Relatório de Informações Detalhadas do SCR. Sistema de Informação de Crédito não é suficiente para a demonstração do fumus boni iuris. III - Em sede recursal, o agravante repisa os mesmos argumentos lançados na inicial, sem contudo, comprovar a existência de qualquer prejuízo. Com efeito, compulsando detidamente os autos, verifiquei que com base tão somente no Relatório de Informações Detalhadas do SCR, o agravado alega que houve impacto negativo e um dano irreparável, contudo, inexiste comprovação de que houve acesso aos dados por terceiros que tenha impedido concessão de crédito. lV - Percebo, pois, que não há, por ora, nas alegações trazidas no bojo recursal, provas verossímeis que possam lastrear legitimidade para a modificação daquela decisão. V - Agravo de Instrumento desprovido. (TJMA; ADecl 0813372-27.2023.8.10.0000; Terceira Câmara de Direito Privado; Rel. Des. José de Ribamar Castro; DJNMA 26/10/2023). (Negritei e grifei).Oportuno consignar, ainda, que nada impedirá a revisão segura da matéria após a triangularização processual, notadamente a análise do contraditório quanto à notificação prévia posta em debate.Pelo exposto, INDEFIRO a medida liminar em questão, ante a ausência de preenchimento dos requisitos necessários para tanto, conforme fundamentação.RECONHEÇO a hipossuficiência da parte autora perante a parte requerida, e, nos termos do artigo 6º, inciso VIII, do Código de Defesa do Consumidor, INVERTO o ônus da prova em seu favor.DEIXO de designar audiência de conciliação (CPC, artigo 139, VI, e Enunciado 35 da ENFAM), levando-se em conta que as especificidades do caso em tela indicam não se recomendar a designação da referida audiência.Conforme previsto nos artigos 1º a 4º do Provimento Conjunto n. 009, a citação e a intimação devem ser realizadas de forma eletrônica sempre que a parte estiver devidamente cadastrada no sistema PROJUDI, e será preferencial em relação a qualquer outra modalidade, nos moldes do ordenado pela Lei n. 11.419/2006, seja por meio eletrônico típico (CPC, art. 246), seja por meio eletrônico atípico, esta, a ser realizada via aplicativos de mensagens instantâneas (ou de multiplataforma, tais como Whatsapp, Telegram e outros), redes sociais e correspondência eletrônica (e-mail), na forma do caput do artigo 8º da Resolução n. 354/2020 do CNJ.Logo, CITE-SE a parte requerida, preferencialmente por meio eletrônico, para, querendo, oferecer resposta no prazo de 15 (quinze) dias úteis (CPC, artigo 335, III), consignando que a ausência de contestação implicará revelia e presunção de veracidade das alegações de fato narradas na petição inicial (CPC, artigos 344 e 345).Sendo frutífera a citação e havendo contestação, caso ocorra alguma das hipóteses mencionadas nos artigos 350 e 351 do Código de Processo Civil, INTIME-SE a parte autora para, querendo, apresentar réplica à contestação, no prazo de 15 (quinze) dias, sob pena de preclusão.Em caso de ausência de confirmação, em até 03 (três) dias úteis, contados do recebimento da citação eletrônica, PROCEDA-SE à tentativa de citação e intimação da parte demandada, via carta com AR, atentando-se ao endereço indicado na peça de ingresso.Frustrada a tentativa de citação e intimação via carta/correio, desde logo, EXPEÇA-SE mandado e/ou carta precatória, conforme o caso.Caso infrutíferas as tentativas de citação e intimação da parte requerida, CERTIFIQUE-SE e ABRA-SE vista dos autos à parte autora, pelo prazo de 15 (quinze) dias, a fim de que informe o atual endereço da parte requerida, ou ainda, requeira o que lhe aprouver.Com fundamento nos princípios processuais da economia, celeridade, eficiência e instrumentalidade das formas, cópia deste ato judicial assinado digitalmente servirá como ofício/mandado, nos termos dos artigos 136 a 138, do Código de Normas e Procedimentos do Foro Judicial.Cite-se. Intimem-se. Cumpra-se.Goianira, data da assinatura eletrônica. ANDRÉ NACAGAMIJUIZ DE DIREITO(assinado digitalmente)

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Processo nº 5253556-47.2025.8.09.0064

ID: 257663681

Tribunal: TJGO Órgão: Goianira - Vara Cível Classe: PROCEDIMENTO COMUM CíVEL Nº Processo: 5253556-47.2025.8.09.0064

Data de Disponibilização: 22/04/2025

Polo Ativo:

WILMAR GOMES DA SILVA

Polo Passivo:

Decisão

Advogados:

ALESSANDRO GONÇALVES DE CASTRO

OAB/GO XXXXXX Desbloquear

ESTADO DE GOIÁS - PODER JUDICIÁRIOCOMARCA DE GOIANIRAVara CívelE-mail: cartcivelgoianira@tjgo.jus.brWhatsApp Escrivania: (62) 3611-2703WhatsApp Dr. André Nacagami: (61) 9447-9102DECISÃOProcesso n. 5… ESTADO DE GOIÁS - PODER JUDICIÁRIOCOMARCA DE GOIANIRAVara CívelE-mail: cartcivelgoianira@tjgo.jus.brWhatsApp Escrivania: (62) 3611-2703WhatsApp Dr. André Nacagami: (61) 9447-9102DECISÃOProcesso n. 5253556-47.2025.8.09.0064Parte requerente: Wilmar Gomes da SilvaParte requerida: Banco PAN S/ATrata-se de Ação de Reparação de Danos proposta por Wilmar Gomes da Silva em desfavor de Banco PAN S/A, partes devidamente qualificadas nos autos.Pontua a parte autora que a empresa ré lançou restrições em seu nome no Banco Central (SCR) com o status "em prejuízo", contudo, relata que não foi notificada do apontamento. Portanto, assevera que as anotações contidas no SISBACEN possuem publicidade e validade perante o mercado financeiro, rotulando o consumidor como mau pagador. Pugnou, por tais razões, pela concessão de tutela provisória de urgência, para exclusão de seu nome do Sistema de Informação de Crédito – SCR, sob pena de aplicação de multa diária, diante da inexistência de notificação válida. No mérito, a confirmação da tutela de urgência, com a condenação da parte requerida ao pagamento de indenização pelos danos morais sofridos, estes, a serem fixados em R$ 40.000,00 (quarenta mil reais), além das custas e honorários advocatícios.Formulou pedido de concessão das benesses da gratuidade da justiça.O valor da causa adequa-se à legislação processual.A parte encontra-se devidamente representada, conforme instrumento de mandato que acompanha a inicial.Os autos vieram-me conclusos. É o relatório. DECIDO. RECEBO a petição inicial, pois atende aos artigos 319 e 320 do Código de Processo Civil.DEFIRO o pedido de gratuidade da justiça à parte requerente (CPC, artigo 98).Como cediço, a tutela de urgência objetiva resguardar o bem ou direito contra a ação do tempo e a consequente ineficácia da prestação jurisdicional, tanto assim que a medida é marcada pela provisoriedade e pela cláusula rebus sic stantibus, podendo ser revista a qualquer tempo sem perigo de irreversibilidade.Conforme disposto no artigo 300 do Código de Processo Civil, para a concessão da tutela de urgência, deve o autor comprovar a probabilidade do direito (fumus boni iuris) e o perigo de dano ou o risco ao resultado útil do processo (periculum in mora):Art. 300. A tutela de urgência será concedida quando houver elementos que evidenciem a probabilidade do direito e o perigo de dano ou o risco ao resultado útil do processo.§ 1º Para a concessão da tutela de urgência, o juiz pode, conforme o caso, exigir caução real ou fidejussória idônea para ressarcir os danos que a outra parte possa vir a sofrer, podendo a caução ser dispensada se a parte economicamente hipossuficiente não puder oferecê-la.§ 2º A tutela de urgência pode ser concedida liminarmente ou após justificação prévia.§ 3º A tutela de urgência de natureza antecipada não será concedida quando houver perigo de irreversibilidade dos efeitos da decisão.Nesse sentido, verifica-se que o legislador condicionou a antecipação da tutela à existência de evidências da probabilidade do direito, bem como do perigo de dano, com a observância de que tal medida não poderá ser concedida quando houver perigo de irreversibilidade dos efeitos da decisão.E, da leitura dos autos, constata-se que, em cognição sumária, própria desta fase processual, a parte autora não logrou êxito em demonstrar os requisitos acima mencionados.Por certo, extrai-se do documento anexado no evento n. 01 que a parte autora ostenta diversos apontamentos de dívidas vencidas perante diversas instituições financeiras. Neste ponto, a parte demandante questiona a regularidade das inscrições efetuadas pela instituição financeira, ora ré, ante a ausência de notificação prévia.Tratando-se de produção de prova onerosa (chamada de prova diabólica por versar sobre fato negativo, vale dizer, de que não houve a notificação em debate), é certo afirmar que há de ser verificada a necessidade de tal diligência e seus desdobramentos no caso concreto.O sistema de informações de crédito do Banco Central (SCR Sisbacen) se trata de ferramenta regulamentada pela Resolução n. 5.037/22 (antiga Resolução n. 4.571/17: art. 19, inc. I, da atual norma) do Conselho Monetário Nacional, cuja finalidade é a de coletar e compartilhar informações entre instituições financeiras, de modo a auxiliar o Banco Central em suas atividades de fiscalização e monitoramento do sistema financeiro.Dessa forma, as entidades elencadas no artigo 4º da aludida resolução têm o dever de informar as operações de crédito previstas nos artigos 3º, 5º e 6º, sob pena de incorrer nas sanções previstas no artigo 9º:Art. 2º O SCR é administrado pelo Banco Central do Brasil e tem por finalidades:I - prover informações ao Banco Central do Brasil, para fins de monitoramento do crédito no sistema financeiro e para o exercício de suas atividades de fiscalização; eII - propiciar o intercâmbio de informações entre instituições financeiras e entre demais entidades, conforme definido no art. 1º da Lei Complementar nº 105, de 10 de janeiro de 2001, sobre o montante de responsabilidades de clientes em operações de crédito.Art. 3º São consideradas operações de crédito, para efeitos desta Resolução:I - empréstimos e financiamentos;II - adiantamentos;III - operações de arrendamento mercantil;IV - prestação de aval, fiança, coobrigação ou qualquer outra modalidade de garantia pessoal do cumprimento de obrigação financeira de terceiros;V - compromissos de crédito não canceláveis incondicional e unilateralmente pela instituição concedente;VI - créditos contratados com recursos a liberar;VII - créditos baixados como prejuízo;VIII - créditos que tenham sido objeto de negociação com retenção substancial de riscos e de benefícios ou de controle;IX - operações com instrumentos de pagamento pós-pagos;X - operações de empréstimo e de financiamento entre pessoas por meio de plataforma eletrônica; eXI - outras operações ou contratos com características de crédito, que sejam assim reconhecidos pelo Banco Central do Brasil.Parágrafo único. As informações sobre as operações de que trata este artigo devem ser remetidas ao Banco Central do Brasil independentemente do adimplemento de tais operações.Art. 4º As seguintes entidades são consideradas instituições financeiras, para efeitos desta Resolução, e devem remeter ao Banco Central do Brasil informações relativas às operações de crédito:I - agências de fomento;II - associações de poupança e empréstimo;III - Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES);IV - bancos comerciais;V - bancos de câmbio;VI - bancos de desenvolvimento;VII - bancos de investimento;VIII - bancos múltiplos;IX - caixas econômicas;X - companhias hipotecárias;XI - cooperativas de crédito;XII - sociedades corretoras de títulos e valores mobiliários;XIII - sociedades de arrendamento mercantil;XIV - sociedades de crédito ao microempreendedor e à empresa de pequeno porte;XV - sociedades de crédito, financiamento e investimento;XVI - sociedades de crédito imobiliário;XVII - sociedades distribuidoras de títulos e valores mobiliários;XVIII - outras classes de instituições sujeitas à regulação do Banco Central do Brasil, autorizadas a realizar ou adquirir operações de crédito de que trata esta Resolução, nos termos da regulamentação editada pelo Banco Central do Brasil;XIX - outras classes de instituições autorizadas a realizar ou adquirir operações de crédito de que trata esta Resolução e sujeitas à regulação de órgão diverso do Banco Central do Brasil, observados os requisitos previstos nos §§ 2º e 3º;XX - sociedade de crédito direto; eXXI - sociedade de empréstimo entre pessoas.§ 1º O disposto neste artigo aplica-se também às instituições em liquidação extrajudicial, sob intervenção ou sob regime de administração especial temporária.§ 2º O recebimento das informações remetidas pelas instituições referidas no inciso XIX do caput fica condicionado à:I - previsão da remessa de informações ao SCR em convênio celebrado entre o Banco Central do Brasil e o órgão fiscalizador da entidade remetente; eII - edição, pelo órgão regulador da entidade remetente, de ato normativo que discipline a remessa de dados ao SCR.§ 3º O convênio mencionado no inciso I do § 2º deverá conter cláusulas que disciplinem as responsabilidades dos convenentes relativamente aos procedimentos que visam à qualidade da informação, bem como ao cumprimento, pelas entidades remetentes, das condições exigidas para acesso às informações constantes no SCR.§ 4º As instituições referidas no caput ficam submetidas ao disposto na Lei Complementar nº 105, de 2001.Art. 5º As instituições referidas no art. 4º devem remeter ao Banco Central do Brasil informações relativas às operações de crédito, conforme definido no art. 3º, inclusive de:I - outras entidades, não mencionadas no art. 4º, que tenham suas demonstrações contábeis consolidadas nos seus respectivos conglomerados prudenciais; eII - programas ou fundos públicos, inclusive os municipais, os estaduais e os constitucionais federais, não consolidados nos respectivos conglomerados prudenciais, nos quais as instituições referidas no caput ou as entidades referidas no inciso I desempenhem função de administrador, agente financeiro ou operador.§ 1º O disposto no inciso I do caput não se aplica aos créditos resultantes de vendas mercantis ou de prestação de serviços a prazo realizados pelas referidas entidades.§ 2º Para as entidades e programas ou fundos citados nos incisos I e II do caput, a remessa de que trata este artigo deve ser realizada pela instituição líder do conglomerado.Art. 6º As instituições referidas no art. 4º devem remeter ao Banco Central do Brasil as informações relativas a operações de crédito de que trata o art. 3º de suas dependências e subsidiárias localizadas no exterior, com a identificação das contrapartes, conforme regra definida pelo Banco Central do Brasil.§ 1º A identificação das contrapartes pode ser suprimida, conforme regra definida pelo Banco Central do Brasil, nos casos em que a legislação da jurisdição em que estiver localizada a dependência ou a subsidiária impeça o fornecimento dessa informação para as finalidades estabelecidas nesta Resolução, ressalvado o disposto no § 2º deste artigo.§ 2º A identificação das contrapartes não pode ser suprimida nas operações de crédito em que a contraparte da dependência ou subsidiária integre o mesmo conglomerado prudencial da instituição prestadora da informação.Art. 9º Para efeito do disposto no inciso II do art. 2º, o Banco Central do Brasil poderá tornar disponíveis às instituições referidas no art. 4º informações sobre operações de crédito de clientes, respeitadas as regras estabelecidas nesta Resolução e em regulamentação complementar editada pelo Banco Central do Brasil.§ 1º Em caso de atraso na remessa de informações relativas às suas respectivas operações de crédito, as instituições referidas no caput poderão ter seu acesso para consulta de dados do SCR restringido ou suspenso, conforme regras a serem estabelecidas pelo Banco Central do Brasil.§ 2º A disponibilização de informações às instituições referidas no inciso XIX do caput do art. 4º fica condicionada:I - ao cumprimento do disposto nos §§ 2º e 3º do art. 4º; eII - à obediência às regras desta Resolução e à regulamentação do Banco Central do Brasil.Vê-se que o envio das informações ao Banco Central não se trata de faculdade da instituição financeira, mas, sim, de uma obrigação desta. Ocorre que a instituição financeira deve cientificar o cliente de que os dados de suas operações serão registrados no SCR, competindo a ela a guarda do documento de comunicação para eventual prova da notificação, conforme dispõe o artigo 13 da referida resolução, verbis:art. 13. As instituições originadoras das operações de crédito ou que tenham adquirido tais operações de entidades não integrantes do Sistema Financeiro Nacional devem comunicar previamente ao cliente que os dados de suas respectivas operações serão registrados no SCR.§ 1º na comunicação referida no caput devem constar as orientações e os esclarecimentos relacionados no art. 16.§2º a comunicação de que trata o caput deve ocorrer anteriormente à remessa das informações para o SCR.§ 3º as instituições referidas no caput devem manter a guarda da comunicação de que trata este artigo, em meio físico ou eletrônico que permita comprovar a sua autenticidade, por um período de cinco anos, contado da data de emissão do documento, sem prejuízo de outras disposições que fixem prazo maior para a sua guarda.Dessa forma, é responsabilidade exclusiva das instituições financeiras as inclusões, correções e exclusões dos registros constantes do SRC, assim como a prévia comunicação ao cliente da inscrição dos dados de suas operações no aludido sistema, conforme Resolução n. 5.037/22 do Banco Central do Brasil.Ademais, sendo o Sisbacen equivalente aos órgãos de proteção ao crédito, a ele se aplica o teor da Súmula n. 359, STJ, segundo a qual: "cabe ao órgão mantenedor do cadastro de proteção ao crédito a notificação do devedor antes de proceder a inscrição".Assim, muito embora se reconheça que cabia à ré notificar previamente o(a) devedor(a) para a referida finalidade, cuja produção de tal prova, neste momento procedimental, alcançaria o patamar de prova diabólica, ante ao fato negativo ora apresentado, o fato é que a peculiaridade do caso concreto não permite a concessão da liminar pretendida, já que a parte autora ostenta diversas anotações de dívidas vencidas sob a sua titularidade, não demonstrando que a única restrição à qual se insurge está repercutindo negativamente em seu score perante as demais instituições financeiras, circunstância que afasta sua probabilidade do direito.Veja-se que a insurgência não versa sobre a existência da dívida, mas apenas e tão somente à ausência de notificação, estando certo que a relação jurídica entre as partes não possui vícios, cabendo ao autor(a) demonstrar o prejuízo sofrido quanto à repercussão da única inscrição em debate, como, por exemplo, negativa de concessão de crédito por outras instituições.Não bastasse isso, a inscrição supostamente irregular ocorreu no ano de 2021, vale dizer, há mais de três anos, de modo a afastar o requisito do perigo de dano.Nesse sentido, a jurisprudência:AGRAVO INTERNO EM AGRAVO DE INSTRUMENTO. AÇÃO DE OBRIGAÇÃO DE FAZER CUMULADA COM INDENIZAÇÃO POR DANO MORAL. TUTELA PROVISÓRIA. Requisitos legais. Indeferimento. Reafirmação da decisão monocrática do relator. Indefere-se o pedido de tutela provisória liminar para a exclusão do nome do demandante do sistema de informação de crédito do Banco Central do Brasil - scr/sisbacen, diante da ausência de prova da probabilidade do direito e da urgência como requisitos legais ao deferimento da medida. Da documentação fornecida, especialmente do relatório de empréstimo e financiamento (scr) - resumido juntado, proveniente do Banco Central, denota-se que a parte tem diversas dívidas contraídas, de diversas naturezas, bem como que, atualmente, relativamente à cooperativa de crédito demandada, inexiste qualquer a apontamento indicativo de dívida em atraso, lançada como vencida ou prejuízo. Da mesma forma, inexiste qualquer elemento de prova que corrobore a alegação de que informações advindas do sistema scr/sisbacen estejam repercutindo negativamente no score do demandante junto à SERASA. Inexistem razões de fato e de direito que justifiquem o pedido de novo pronunciamento, sendo indispensável impugnar a decisão recorrida de forma específica e objetiva, o que se afigura ausente. Agravo interno desprovido. (TJRS; AI 5370463-90.2023.8.21.7000; Novo Hamburgo; Vigésima Câmara Cível; Rel. Des. Carlos Cini Marchionatti; Julg. 13/03/2024; DJERS 15/03/2024). (Negritei e grifei).AGRAVO DE INSTRUMENTO. AÇÃO DECLARATÓRIA C/C COMINATÓRIA E DE INDENIZAÇÃO POR DANOS MORAIS. RECURSO DO AUTOR. Indeferimento de tutela provisória na origem. Pretensão de imediata exclusão do registro de dívida no sistema de informações de créditos do Banco Central do Brasil. Scr. Alegada irregularidade na inscrição, diante da ausência prévia de notificação do consumidor. Não acolhimento. Falta dos requisitos para deferimento da liminar. Elementos insuficientes a demonstrarem a probabilidade do direito do autor. Ausência de perigo de dano. Reclamo arredado. Decisão interlocutória mantida. Honorários recursais. Descabimento. Inexistência de fixação da verba na origem. Recurso conhecido e desprovido. (TJSC; AI 5034807-78.2024.8.24.0000; Oitava Câmara de Direito Civil; Rel. Des. Gerson Cherem II; Julg. 27/08/2024). (Negritei e grifei).PROCESSUAL CIVIL. AÇÃO DECLARATÓRIA. PEDIDO DE LIMINAR. INDEFERIDO NA ORIGEM. NOME INSERIDO NO REGISTRATO. AUSÊNCIA DE COMPROVAÇÃO DO ALEGADO. RECURSO DESPROVIDO. I - Na origem, a parte autora, ora agravante, ingressou com ação declaratória alegando que, vem recebendo inúmeras ligações da parte agravada para que realize o pagamento de uma dívida prescrita. Segue narrando que, foi informado que para ter acesso ao teor da dívida deveria acessar o site do SCR. Após efetuar o cadastro inserindo suas informações pessoais no sistema se deparou com dívidas denominadas como: Vencido/ prejuízo. II - O magistrado a quo, proferiu decisão de indeferimento do pedido de tutela antecipada, por entender, em suma, que "somente o Relatório de Informações Detalhadas do SCR. Sistema de Informação de Crédito não é suficiente para a demonstração do fumus boni iuris. III - Em sede recursal, o agravante repisa os mesmos argumentos lançados na inicial, sem contudo, comprovar a existência de qualquer prejuízo. Com efeito, compulsando detidamente os autos, verifiquei que com base tão somente no Relatório de Informações Detalhadas do SCR, o agravado alega que houve impacto negativo e um dano irreparável, contudo, inexiste comprovação de que houve acesso aos dados por terceiros que tenha impedido concessão de crédito. lV - Percebo, pois, que não há, por ora, nas alegações trazidas no bojo recursal, provas verossímeis que possam lastrear legitimidade para a modificação daquela decisão. V - Agravo de Instrumento desprovido. (TJMA; ADecl 0813372-27.2023.8.10.0000; Terceira Câmara de Direito Privado; Rel. Des. José de Ribamar Castro; DJNMA 26/10/2023). (Negritei e grifei).Oportuno consignar, ainda, que nada impedirá a revisão segura da matéria após a triangularização processual, notadamente a análise do contraditório quanto à notificação prévia posta em debate.Pelo exposto, INDEFIRO a medida liminar em questão, ante a ausência de preenchimento dos requisitos necessários para tanto, conforme fundamentação.RECONHEÇO a hipossuficiência da parte autora perante a parte requerida, e, nos termos do artigo 6º, inciso VIII, do Código de Defesa do Consumidor, INVERTO o ônus da prova em seu favor.DEIXO de designar audiência de conciliação (CPC, artigo 139, VI, e Enunciado 35 da ENFAM), levando-se em conta que as especificidades do caso em tela indicam não se recomendar a designação da referida audiência.Conforme previsto nos artigos 1º a 4º do Provimento Conjunto n. 009, a citação e a intimação devem ser realizadas de forma eletrônica sempre que a parte estiver devidamente cadastrada no sistema PROJUDI, e será preferencial em relação a qualquer outra modalidade, nos moldes do ordenado pela Lei n. 11.419/2006, seja por meio eletrônico típico (CPC, art. 246), seja por meio eletrônico atípico, esta, a ser realizada via aplicativos de mensagens instantâneas (ou de multiplataforma, tais como Whatsapp, Telegram e outros), redes sociais e correspondência eletrônica (e-mail), na forma do caput do artigo 8º da Resolução n. 354/2020 do CNJ.Logo, CITE-SE a parte requerida, preferencialmente por meio eletrônico, para, querendo, oferecer resposta no prazo de 15 (quinze) dias úteis (CPC, artigo 335, III), consignando que a ausência de contestação implicará revelia e presunção de veracidade das alegações de fato narradas na petição inicial (CPC, artigos 344 e 345).Sendo frutífera a citação e havendo contestação, caso ocorra alguma das hipóteses mencionadas nos artigos 350 e 351 do Código de Processo Civil, INTIME-SE a parte autora para, querendo, apresentar réplica à contestação, no prazo de 15 (quinze) dias, sob pena de preclusão.Em caso de ausência de confirmação, em até 03 (três) dias úteis, contados do recebimento da citação eletrônica, PROCEDA-SE à tentativa de citação e intimação da parte demandada, via carta com AR, atentando-se ao endereço indicado na peça de ingresso.Frustrada a tentativa de citação e intimação via carta/correio, desde logo, EXPEÇA-SE mandado e/ou carta precatória, conforme o caso.Caso infrutíferas as tentativas de citação e intimação da parte requerida, CERTIFIQUE-SE e ABRA-SE vista dos autos à parte autora, pelo prazo de 15 (quinze) dias, a fim de que informe o atual endereço da parte requerida, ou ainda, requeira o que lhe aprouver.Com fundamento nos princípios processuais da economia, celeridade, eficiência e instrumentalidade das formas, cópia deste ato judicial assinado digitalmente servirá como ofício/mandado, nos termos dos artigos 136 a 138, do Código de Normas e Procedimentos do Foro Judicial.Cite-se. Intimem-se. Cumpra-se.Goianira, data da assinatura eletrônica. ANDRÉ NACAGAMIJUIZ DE DIREITO(assinado digitalmente)

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Processo nº 5459699-68.2025.8.09.0064

ID: 304624087

Tribunal: TJGO Órgão: Goianira - Vara Cível Classe: PROCEDIMENTO COMUM CíVEL Nº Processo: 5459699-68.2025.8.09.0064

Data de Disponibilização: 23/06/2025

Polo Ativo:

CARLOS EDUARDO NEVES ALMEIDA

Polo Passivo:

Decisão

Advogados:

GUILHERME CORREIA EVARISTO

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ADONIAS PEREIRA BARROS JUNIOR

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TANIA CRISTINA XISTO TIMOTEO

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ESTADO DE GOIÁS - PODER JUDICIÁRIOCOMARCA DE GOIANIRAVara CívelE-mail: cartcivelgoianira@tjgo.jus.brWhatsApp Escrivania: (62) 3611-2703WhatsApp Dr. André Nacagami: (61) 9447-9102DECISÃOProcesso n. 5… ESTADO DE GOIÁS - PODER JUDICIÁRIOCOMARCA DE GOIANIRAVara CívelE-mail: cartcivelgoianira@tjgo.jus.brWhatsApp Escrivania: (62) 3611-2703WhatsApp Dr. André Nacagami: (61) 9447-9102DECISÃOProcesso n. 5459699-68.2025.8.09.0064Parte requerente: Carlos Eduardo Neves AlmeidaParte requerida: Nu Financeira S.A. - Sociedade de Crédito, Financiamento e InvestimentoTrata-se de Ação de Obrigação de Fazer c/c Danos Morais promovida por Carlos Eduardo Neves Almeida em desfavor de Nu Financeira S/A. - Sociedade de Crédito, Financiamento e Investimento, partes devidamente qualificadas nos autos.Pontua a parte autora que a empresa ré lançou restrições em seu nome no BANCO CENTRAL (SCR) com o status "vencida", no valor de R$ 1.139,87 (mil cento e trinta e nove reais e oitenta e sete centavos), contudo, relata que não foi notificada do apontamento. Portanto, assevera que as anotações contidas no SISBACEN possuem publicidade e validade perante o mercado financeiro, rotulando o consumidor como mau pagador. Pugnou, por tais razões, pela exclusão de seu nome do Sistema de Informação de Crédito – SCR, sob pena de aplicação de multa diária, diante da inexistência de notificação válida, com a condenação da parte requerida ao pagamento de indenização pelos danos morais sofridos, estes, a serem fixados em R$ 35.000,00 (trinta e cinco mil reais), além das custas e honorários advocatícios.Formulou pedido de concessão das benesses da gratuidade da justiça.O valor da causa adequa-se à legislação processual.A parte encontra-se devidamente representada, conforme instrumento de mandato que acompanha a inicial.Determinada a emenda à inicial (evento n. 09), sobreveio manifestação ao evento n. 12. Os autos vieram-me conclusos. É o relatório. DECIDO. Inicialmente, saliente-se que a determinação de juntada do comprovante de residência se faz com o intuito de delimitar a competência territorial e evitar a propagação de fraudes, conforme Nota Técnica n. 05/2023, emitida pelo Centro de Inteligência do Tribunal de Justiça do Estado de Goiás. Por outro lado, o artigo 319 do Código de Processo Civil exige apenas a indicação do endereço, não sendo possível indeferir uma inicial simplesmente pela ausência de juntada do comprovante de residência. Não obstante, fica a parte autora ciente de que caso seja constatada a indicação fraudulenta de endereço nesta Comarca e a falsa declaração firmada em Declaração de Residência, poderá o autor responder por crime de falsidade ideológica, nos termos do artigo 299 do Código de Processo Civil. RECEBO a petição inicial, pois atende aos artigos 319 e 320 do Código de Processo Civil.DEFIRO o pedido de gratuidade da justiça à parte requerente (CPC, artigo 98).Como cediço, a tutela de urgência objetiva resguardar o bem ou direito contra a ação do tempo e a consequente ineficácia da prestação jurisdicional, tanto assim que a medida é marcada pela provisoriedade e pela cláusula rebus sic stantibus, podendo ser revista a qualquer tempo sem perigo de irreversibilidade.Conforme disposto no artigo 300 do Código de Processo Civil, para a concessão da tutela de urgência, deve o autor comprovar a probabilidade do direito (fumus boni iuris) e o perigo de dano ou o risco ao resultado útil do processo (periculum in mora):Art. 300. A tutela de urgência será concedida quando houver elementos que evidenciem a probabilidade do direito e o perigo de dano ou o risco ao resultado útil do processo.§ 1º Para a concessão da tutela de urgência, o juiz pode, conforme o caso, exigir caução real ou fidejussória idônea para ressarcir os danos que a outra parte possa vir a sofrer, podendo a caução ser dispensada se a parte economicamente hipossuficiente não puder oferecê-la.§ 2º A tutela de urgência pode ser concedida liminarmente ou após justificação prévia.§ 3º A tutela de urgência de natureza antecipada não será concedida quando houver perigo de irreversibilidade dos efeitos da decisão.Nesse sentido, verifica-se que o legislador condicionou a antecipação da tutela à existência de evidências da probabilidade do direito, bem como do perigo de dano, com a observância de que tal medida não poderá ser concedida quando houver perigo de irreversibilidade dos efeitos da decisão.E, da leitura dos autos, constata-se que, em cognição sumária, própria desta fase processual, a parte autora não logrou êxito em demonstrar os requisitos acima mencionados.No Relatório de Empréstimos e Financiamentos (SCR) observa-se que o autor possui anotação de dívida vencida no campo "em prejuízo", feita pelo Banco Triângulo S.A., e anotação de dívida no campo "vencida", feita pela Caixa Econômica Federal, ambas antes da anotação feita pela empresa ré. Neste ponto, a parte demandante questiona a regularidade das inscrições efetuadas pela instituição financeira, ora ré, ante a ausência de notificação prévia.Tratando-se de produção de prova onerosa (chamada de prova diabólica por versar sobre fato negativo, vale dizer, de que não houve a notificação em debate), é certo afirmar que há de ser verificada a necessidade de tal diligência e seus desdobramentos no caso concreto.O sistema de informações de crédito do Banco Central (SCR Sisbacen) se trata de ferramenta regulamentada pela Resolução n. 5.037/22 (antiga Resolução n. 4.571/17: art. 19, inc. I, da atual norma) do Conselho Monetário Nacional, cuja finalidade é a de coletar e compartilhar informações entre instituições financeiras, de modo a auxiliar o Banco Central em suas atividades de fiscalização e monitoramento do sistema financeiro.Dessa forma, as entidades elencadas no artigo 4º da aludida resolução têm o dever de informar as operações de crédito previstas nos artigos 3º, 5º e 6º, sob pena de incorrer nas sanções previstas no artigo 9º:Art. 2º O SCR é administrado pelo Banco Central do Brasil e tem por finalidades:I - prover informações ao Banco Central do Brasil, para fins de monitoramento do crédito no sistema financeiro e para o exercício de suas atividades de fiscalização; eII - propiciar o intercâmbio de informações entre instituições financeiras e entre demais entidades, conforme definido no art. 1º da Lei Complementar nº 105, de 10 de janeiro de 2001, sobre o montante de responsabilidades de clientes em operações de crédito.Art. 3º São consideradas operações de crédito, para efeitos desta Resolução:I - empréstimos e financiamentos;II - adiantamentos;III - operações de arrendamento mercantil;IV - prestação de aval, fiança, coobrigação ou qualquer outra modalidade de garantia pessoal do cumprimento de obrigação financeira de terceiros;V - compromissos de crédito não canceláveis incondicional e unilateralmente pela instituição concedente;VI - créditos contratados com recursos a liberar;VII - créditos baixados como prejuízo;VIII - créditos que tenham sido objeto de negociação com retenção substancial de riscos e de benefícios ou de controle;IX - operações com instrumentos de pagamento pós-pagos;X - operações de empréstimo e de financiamento entre pessoas por meio de plataforma eletrônica; eXI - outras operações ou contratos com características de crédito, que sejam assim reconhecidos pelo Banco Central do Brasil.Parágrafo único. As informações sobre as operações de que trata este artigo devem ser remetidas ao Banco Central do Brasil independentemente do adimplemento de tais operações.Art. 4º As seguintes entidades são consideradas instituições financeiras, para efeitos desta Resolução, e devem remeter ao Banco Central do Brasil informações relativas às operações de crédito:I - agências de fomento;II - associações de poupança e empréstimo;III - Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES);IV - bancos comerciais;V - bancos de câmbio;VI - bancos de desenvolvimento;VII - bancos de investimento;VIII - bancos múltiplos;IX - caixas econômicas;X - companhias hipotecárias;XI - cooperativas de crédito;XII - sociedades corretoras de títulos e valores mobiliários;XIII - sociedades de arrendamento mercantil;XIV - sociedades de crédito ao microempreendedor e à empresa de pequeno porte;XV - sociedades de crédito, financiamento e investimento;XVI - sociedades de crédito imobiliário;XVII - sociedades distribuidoras de títulos e valores mobiliários;XVIII - outras classes de instituições sujeitas à regulação do Banco Central do Brasil, autorizadas a realizar ou adquirir operações de crédito de que trata esta Resolução, nos termos da regulamentação editada pelo Banco Central do Brasil;XIX - outras classes de instituições autorizadas a realizar ou adquirir operações de crédito de que trata esta Resolução e sujeitas à regulação de órgão diverso do Banco Central do Brasil, observados os requisitos previstos nos §§ 2º e 3º;XX - sociedade de crédito direto; eXXI - sociedade de empréstimo entre pessoas.§ 1º O disposto neste artigo aplica-se também às instituições em liquidação extrajudicial, sob intervenção ou sob regime de administração especial temporária.§ 2º O recebimento das informações remetidas pelas instituições referidas no inciso XIX do caput fica condicionado à:I - previsão da remessa de informações ao SCR em convênio celebrado entre o Banco Central do Brasil e o órgão fiscalizador da entidade remetente; eII - edição, pelo órgão regulador da entidade remetente, de ato normativo que discipline a remessa de dados ao SCR.§ 3º O convênio mencionado no inciso I do § 2º deverá conter cláusulas que disciplinem as responsabilidades dos convenentes relativamente aos procedimentos que visam à qualidade da informação, bem como ao cumprimento, pelas entidades remetentes, das condições exigidas para acesso às informações constantes no SCR.§ 4º As instituições referidas no caput ficam submetidas ao disposto na Lei Complementar nº 105, de 2001.Art. 5º As instituições referidas no art. 4º devem remeter ao Banco Central do Brasil informações relativas às operações de crédito, conforme definido no art. 3º, inclusive de:I - outras entidades, não mencionadas no art. 4º, que tenham suas demonstrações contábeis consolidadas nos seus respectivos conglomerados prudenciais; eII - programas ou fundos públicos, inclusive os municipais, os estaduais e os constitucionais federais, não consolidados nos respectivos conglomerados prudenciais, nos quais as instituições referidas no caput ou as entidades referidas no inciso I desempenhem função de administrador, agente financeiro ou operador.§ 1º O disposto no inciso I do caput não se aplica aos créditos resultantes de vendas mercantis ou de prestação de serviços a prazo realizados pelas referidas entidades.§ 2º Para as entidades e programas ou fundos citados nos incisos I e II do caput, a remessa de que trata este artigo deve ser realizada pela instituição líder do conglomerado.Art. 6º As instituições referidas no art. 4º devem remeter ao Banco Central do Brasil as informações relativas a operações de crédito de que trata o art. 3º de suas dependências e subsidiárias localizadas no exterior, com a identificação das contrapartes, conforme regra definida pelo Banco Central do Brasil.§ 1º A identificação das contrapartes pode ser suprimida, conforme regra definida pelo Banco Central do Brasil, nos casos em que a legislação da jurisdição em que estiver localizada a dependência ou a subsidiária impeça o fornecimento dessa informação para as finalidades estabelecidas nesta Resolução, ressalvado o disposto no § 2º deste artigo.§ 2º A identificação das contrapartes não pode ser suprimida nas operações de crédito em que a contraparte da dependência ou subsidiária integre o mesmo conglomerado prudencial da instituição prestadora da informação.Art. 9º Para efeito do disposto no inciso II do art. 2º, o Banco Central do Brasil poderá tornar disponíveis às instituições referidas no art. 4º informações sobre operações de crédito de clientes, respeitadas as regras estabelecidas nesta Resolução e em regulamentação complementar editada pelo Banco Central do Brasil.§ 1º Em caso de atraso na remessa de informações relativas às suas respectivas operações de crédito, as instituições referidas no caput poderão ter seu acesso para consulta de dados do SCR restringido ou suspenso, conforme regras a serem estabelecidas pelo Banco Central do Brasil.§ 2º A disponibilização de informações às instituições referidas no inciso XIX do caput do art. 4º fica condicionada:I - ao cumprimento do disposto nos §§ 2º e 3º do art. 4º; eII - à obediência às regras desta Resolução e à regulamentação do Banco Central do Brasil.Vê-se que o envio das informações ao Banco Central não se trata de faculdade da instituição financeira, mas, sim, de uma obrigação desta. Ocorre que a instituição financeira deve cientificar o cliente de que os dados de suas operações serão registrados no SCR, competindo a ela a guarda do documento de comunicação para eventual prova da notificação, conforme dispõe o artigo 13 da referida resolução, verbis:art. 13. As instituições originadoras das operações de crédito ou que tenham adquirido tais operações de entidades não integrantes do Sistema Financeiro Nacional devem comunicar previamente ao cliente que os dados de suas respectivas operações serão registrados no SCR.§ 1º na comunicação referida no caput devem constar as orientações e os esclarecimentos relacionados no art. 16.§2º a comunicação de que trata o caput deve ocorrer anteriormente à remessa das informações para o SCR.§ 3º as instituições referidas no caput devem manter a guarda da comunicação de que trata este artigo, em meio físico ou eletrônico que permita comprovar a sua autenticidade, por um período de cinco anos, contado da data de emissão do documento, sem prejuízo de outras disposições que fixem prazo maior para a sua guarda.Dessa forma, é responsabilidade exclusiva das instituições financeiras as inclusões, correções e exclusões dos registros constantes do SRC, assim como a prévia comunicação ao cliente da inscrição dos dados de suas operações no aludido sistema, conforme Resolução n. 5.037/22 do Banco Central do Brasil.Ademais, sendo o Sisbacen equivalente aos órgãos de proteção ao crédito, a ele se aplica o teor da Súmula n. 359, STJ, segundo a qual: "cabe ao órgão mantenedor do cadastro de proteção ao crédito a notificação do devedor antes de proceder a inscrição".Assim, muito embora se reconheça que cabia à ré notificar previamente o(a) devedor(a) para a referida finalidade, cuja produção de tal prova, neste momento procedimental, alcançaria o patamar de prova diabólica, ante ao fato negativo ora apresentado, o fato é que a peculiaridade do caso concreto não permite a concessão da liminar pretendida, já que a parte autora ostenta diversas anotações de dívidas vencidas sob a sua titularidade, não demonstrando que a única restrição à qual se insurge está repercutindo negativamente em seu score perante as demais instituições financeiras, circunstância que afasta sua probabilidade do direito.Veja-se que a insurgência não versa sobre a existência da dívida, mas apenas e tão somente à ausência de notificação, estando certo que a relação jurídica entre as partes não possui vícios, cabendo ao autor(a) demonstrar o prejuízo sofrido quanto à repercussão da única inscrição em debate, como, por exemplo, negativa de concessão de crédito por outras instituições.Nesse sentido, a jurisprudência:AGRAVO INTERNO EM AGRAVO DE INSTRUMENTO. AÇÃO DE OBRIGAÇÃO DE FAZER CUMULADA COM INDENIZAÇÃO POR DANO MORAL. TUTELA PROVISÓRIA. Requisitos legais. Indeferimento. Reafirmação da decisão monocrática do relator. Indefere-se o pedido de tutela provisória liminar para a exclusão do nome do demandante do sistema de informação de crédito do Banco Central do Brasil - scr/sisbacen, diante da ausência de prova da probabilidade do direito e da urgência como requisitos legais ao deferimento da medida. Da documentação fornecida, especialmente do relatório de empréstimo e financiamento (scr) - resumido juntado, proveniente do Banco Central, denota-se que a parte tem diversas dívidas contraídas, de diversas naturezas, bem como que, atualmente, relativamente à cooperativa de crédito demandada, inexiste qualquer a apontamento indicativo de dívida em atraso, lançada como vencida ou prejuízo. Da mesma forma, inexiste qualquer elemento de prova que corrobore a alegação de que informações advindas do sistema scr/sisbacen estejam repercutindo negativamente no score do demandante junto à SERASA. Inexistem razões de fato e de direito que justifiquem o pedido de novo pronunciamento, sendo indispensável impugnar a decisão recorrida de forma específica e objetiva, o que se afigura ausente. Agravo interno desprovido. (TJRS; AI 5370463-90.2023.8.21.7000; Novo Hamburgo; Vigésima Câmara Cível; Rel. Des. Carlos Cini Marchionatti; Julg. 13/03/2024; DJERS 15/03/2024). (Negritei e grifei).AGRAVO DE INSTRUMENTO. AÇÃO DECLARATÓRIA C/C COMINATÓRIA E DE INDENIZAÇÃO POR DANOS MORAIS. RECURSO DO AUTOR. Indeferimento de tutela provisória na origem. Pretensão de imediata exclusão do registro de dívida no sistema de informações de créditos do Banco Central do Brasil. Scr. Alegada irregularidade na inscrição, diante da ausência prévia de notificação do consumidor. Não acolhimento. Falta dos requisitos para deferimento da liminar. Elementos insuficientes a demonstrarem a probabilidade do direito do autor. Ausência de perigo de dano. Reclamo arredado. Decisão interlocutória mantida. Honorários recursais. Descabimento. Inexistência de fixação da verba na origem. Recurso conhecido e desprovido. (TJSC; AI 5034807-78.2024.8.24.0000; Oitava Câmara de Direito Civil; Rel. Des. Gerson Cherem II; Julg. 27/08/2024). (Negritei e grifei).PROCESSUAL CIVIL. AÇÃO DECLARATÓRIA. PEDIDO DE LIMINAR. INDEFERIDO NA ORIGEM. NOME INSERIDO NO REGISTRATO. AUSÊNCIA DE COMPROVAÇÃO DO ALEGADO. RECURSO DESPROVIDO. I - Na origem, a parte autora, ora agravante, ingressou com ação declaratória alegando que, vem recebendo inúmeras ligações da parte agravada para que realize o pagamento de uma dívida prescrita. Segue narrando que, foi informado que para ter acesso ao teor da dívida deveria acessar o site do SCR. Após efetuar o cadastro inserindo suas informações pessoais no sistema se deparou com dívidas denominadas como: Vencido/ prejuízo. II - O magistrado a quo, proferiu decisão de indeferimento do pedido de tutela antecipada, por entender, em suma, que " somente o Relatório de Informações Detalhadas do SCR. Sistema de Informação de Crédito não é suficiente para a demonstração do fumus boni iuris. III - Em sede recursal, o agravante repisa os mesmos argumentos lançados na inicial, sem contudo, comprovar a existência de qualquer prejuízo. Com efeito, compulsando detidamente os autos, verifiquei que com base tão somente no Relatório de Informações Detalhadas do SCR, o agravado alega que houve impacto negativo e um dano irreparável, contudo, inexiste comprovação de que houve acesso aos dados por terceiros que tenha impedido concessão de crédito. lV - Percebo, pois, que não há, por ora, nas alegações trazidas no bojo recursal, provas verossímeis que possam lastrear legitimidade para a modificação daquela decisão. V - Agravo de Instrumento desprovido. (TJMA; ADecl 0813372-27.2023.8.10.0000; Terceira Câmara de Direito Privado; Rel. Des. José de Ribamar Castro; DJNMA 26/10/2023). (Negritei e grifei).Oportuno consignar, ainda, que nada impedirá a revisão segura da matéria após a triangularização processual, notadamente a análise do contraditório quanto à notificação prévia posta em debate.Pelo exposto, INDEFIRO a medida liminar em questão, ante a ausência de preenchimento dos requisitos necessários para tanto, conforme fundamentação.RECONHEÇO a hipossuficiência da parte autora perante a parte requerida, e, nos termos do artigo 6º, inciso VIII, do Código de Defesa do Consumidor, INVERTO o ônus da prova em seu favor.DEIXO de designar audiência de conciliação (CPC, artigo 139, VI, e Enunciado 35 da ENFAM), levando em conta que as especificidades do caso em tela indicam não se recomendar a designação da referida audiência.Conforme previsto nos artigos 1º a 4º do Provimento Conjunto n. 009, a citação e a intimação devem ser realizadas de forma eletrônica sempre que a parte estiver devidamente cadastrada no sistema PROJUDI, e será preferencial em relação a qualquer outra modalidade, nos moldes do ordenado pela Lei n. 11.419/2006, seja por meio eletrônico típico (CPC, art. 246), seja por meio eletrônico atípico, esta, a ser realizada via aplicativos de mensagens instantâneas (ou de multiplataforma, tais como Whatsapp, Telegram e outros), redes sociais e correspondência eletrônica (e-mail), na forma do caput do artigo 8º da Resolução n. 354/2020 do CNJ.Logo, CITE-SE a parte requerida, preferencialmente por meio eletrônico, para, querendo, oferecer resposta no prazo de 15 (quinze) dias úteis (CPC, artigo 335, III), consignando que a ausência de contestação implicará revelia e presunção de veracidade das alegações de fato narradas na petição inicial (CPC, artigos 344 e 345).Sendo frutífera a citação e havendo contestação, caso ocorra alguma das hipóteses mencionadas nos artigos 350 e 351 do Código de Processo Civil, INTIME-SE a parte autora para, querendo, apresentar réplica à contestação, no prazo de 15 (quinze) dias, sob pena de preclusão.Em caso de ausência de confirmação, em até 03 (três) dias úteis, contados do recebimento da citação eletrônica, PROCEDA-SE à tentativa de citação e intimação da parte demandada, via carta com AR, atentando-se ao endereço indicado na peça de ingresso.Frustrada a tentativa de citação e intimação via carta/correio, desde logo, EXPEÇA-SE mandado e/ou carta precatória, conforme o caso.Caso infrutíferas as tentativas de citação e intimação da parte requerida, CERTIFIQUE-SE e ABRA-SE vista dos autos à parte autora, pelo prazo de 15 (quinze) dias, a fim de que informe o atual endereço da parte requerida, ou ainda, requeira o que lhe aprouver.Com fundamento nos princípios processuais da economia, celeridade, eficiência e instrumentalidade das formas, cópia deste ato judicial assinado digitalmente servirá como ofício/mandado, nos termos dos artigos 136 a 138, do Código de Normas e Procedimentos do Foro Judicial.Cite-se. Intimem-se. Cumpra-se.Goianira, data da assinatura eletrônica. ANDRÉ NACAGAMIJUIZ DE DIREITO(assinado digitalmente)

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Processo nº 5307328-95.2025.8.09.0072

ID: 304412743

Tribunal: TJGO Órgão: Goianira - Vara Cível Classe: PROCEDIMENTO COMUM CíVEL Nº Processo: 5307328-95.2025.8.09.0072

Data de Disponibilização: 23/06/2025

Polo Ativo:

VILMON DE ALMEIDA

Polo Passivo:

Decisão

Advogados:

WESLEY PAULA ANDRADE

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ESTADO DE GOIÁS - PODER JUDICIÁRIOCOMARCA DE GOIANIRAVara CívelE-mail: cartcivelgoianira@tjgo.jus.brWhatsApp Escrivania: (62) 3611-2703WhatsApp Dr. André Nacagami: (61) 9447-9102 DECISÃOProcesso n. … ESTADO DE GOIÁS - PODER JUDICIÁRIOCOMARCA DE GOIANIRAVara CívelE-mail: cartcivelgoianira@tjgo.jus.brWhatsApp Escrivania: (62) 3611-2703WhatsApp Dr. André Nacagami: (61) 9447-9102 DECISÃOProcesso n. 5307328-95.2025.8.09.0072Parte requerente: Vilmon de AlmeidaParte requerida: Banco Bradesco S/ATrata-se de Ação de Obrigação de Fazer c/c Pedido Liminar proposta por Vilmon de Almeida em desfavor de Banco Bradesco S/A, partes devidamente qualificadas nos autos.Pontua a parte autora que a empresa ré lançou restrições em seu nome no Banco Central (SCR) com o status "vencido" e "em prejuízo", contudo, relata que não foi notificada do apontamento. Portanto, assevera que as anotações contidas no SISBACEN possuem publicidade e validade perante o mercado financeiro, rotulando o consumidor como mau pagador. Pugnou, por tais razões, pela concessão de tutela provisória de urgência, para exclusão de seu nome do Sistema de Informação de Crédito – SCR, sob pena de aplicação de multa diária, diante da inexistência de notificação válida. No mérito, a confirmação da tutela de urgência, com a condenação da parte requerida ao pagamento de indenização pelos danos morais sofridos, estes, a serem fixados em R$ 15.000,00 (quinze mil reais), além das custas e honorários advocatícios.A ação foi ajuizada perante o Juízo da Comarca de Inhumas–GO, sendo posteriormente declinada a competência a este Juízo (evento n. 09). Determinada a intimação do autor para anexar o Relatório de Empréstimos e Financiamentos (SCR) completo e comprovar a alegada hipossuficiência financeira (evento n. 13), ele cumpriu a diligência ao evento n. 15. A parte ré requereu sua habilitação nos autos (evento n. 16) e ofertou contestação (evento n. 17). Nesta oportunidade, arguiu, preliminarmente, impugnação à concessão das benesses da gratuidade da justiça e necessidade de indeferimento do pedido formulado em sede de tutela de urgência. No mérito, requereu a improcedência dos pedidos formulados na peça de ingresso. Indeferido o pedido de concessão das benesses da gratuidade da justiça, mas concedida a redução e parcelamento (evento n. 19).Nova manifestação da parte ré juntada ao evento n. 21.A parte autora informou a interposição de Agravo de Instrumento (evento n. 25).O Juízo ad quem deu provimento ao Agravo de Instrumento interposto, "para reformar a decisão recorrida a fim de conceder integralmente os benefícios da gratuidade de justiça ao agravante" - sic (evento n. 26).Os autos vieram-me conclusos. É o relatório. DECIDO. RECEBO a petição inicial, pois atende aos artigos 319 e 320 do Código de Processo Civil.Deferido o pedido de concessão das benesses da gratuidade da justiça (evento n. 26). Anote-se.Como cediço, a tutela de urgência objetiva resguardar o bem ou direito contra a ação do tempo e a consequente ineficácia da prestação jurisdicional, tanto assim que a medida é marcada pela provisoriedade e pela cláusula rebus sic stantibus, podendo ser revista a qualquer tempo sem perigo de irreversibilidade.Conforme disposto no artigo 300 do Código de Processo Civil, para a concessão da tutela de urgência, deve o autor comprovar a probabilidade do direito (fumus boni iuris) e o perigo de dano ou o risco ao resultado útil do processo (periculum in mora):Art. 300. A tutela de urgência será concedida quando houver elementos que evidenciem a probabilidade do direito e o perigo de dano ou o risco ao resultado útil do processo.§ 1º Para a concessão da tutela de urgência, o juiz pode, conforme o caso, exigir caução real ou fidejussória idônea para ressarcir os danos que a outra parte possa vir a sofrer, podendo a caução ser dispensada se a parte economicamente hipossuficiente não puder oferecê-la.§ 2º A tutela de urgência pode ser concedida liminarmente ou após justificação prévia.§ 3º A tutela de urgência de natureza antecipada não será concedida quando houver perigo de irreversibilidade dos efeitos da decisão.Nesse sentido, verifica-se que o legislador condicionou a antecipação da tutela à existência de evidências da probabilidade do direito, bem como do perigo de dano, com a observância de que tal medida não poderá ser concedida quando houver perigo de irreversibilidade dos efeitos da decisão.E, da leitura dos autos, constata-se que, em cognição sumária, própria desta fase processual, a parte autora não logrou êxito em demonstrar os requisitos acima mencionados.Por certo, extrai-se do documento anexado no evento n. 15 que a parte autora ostenta diversos apontamentos de dívidas vencidas/em prejuízo perante diversas instituições financeiras. Neste ponto, a parte demandante questiona a regularidade das inscrições efetuadas pela instituição financeira, ora ré, ante a ausência de notificação prévia.Tratando-se de produção de prova onerosa (chamada de prova diabólica por versar sobre fato negativo, vale dizer, de que não houve a notificação em debate), é certo afirmar que há de ser verificada a necessidade de tal diligência e seus desdobramentos no caso concreto.O sistema de informações de crédito do Banco Central (SCR Sisbacen) se trata de ferramenta regulamentada pela Resolução n. 5.037/22 (antiga Resolução n. 4.571/17: art. 19, inc. I, da atual norma) do Conselho Monetário Nacional, cuja finalidade é a de coletar e compartilhar informações entre instituições financeiras, de modo a auxiliar o Banco Central em suas atividades de fiscalização e monitoramento do sistema financeiro.Dessa forma, as entidades elencadas no artigo 4º da aludida resolução têm o dever de informar as operações de crédito previstas nos artigos 3º, 5º e 6º, sob pena de incorrer nas sanções previstas no artigo 9º:Art. 2º O SCR é administrado pelo Banco Central do Brasil e tem por finalidades:I - prover informações ao Banco Central do Brasil, para fins de monitoramento do crédito no sistema financeiro e para o exercício de suas atividades de fiscalização; eII - propiciar o intercâmbio de informações entre instituições financeiras e entre demais entidades, conforme definido no art. 1º da Lei Complementar nº 105, de 10 de janeiro de 2001, sobre o montante de responsabilidades de clientes em operações de crédito.Art. 3º São consideradas operações de crédito, para efeitos desta Resolução:I - empréstimos e financiamentos;II - adiantamentos;III - operações de arrendamento mercantil;IV - prestação de aval, fiança, coobrigação ou qualquer outra modalidade de garantia pessoal do cumprimento de obrigação financeira de terceiros;V - compromissos de crédito não canceláveis incondicional e unilateralmente pela instituição concedente;VI - créditos contratados com recursos a liberar;VII - créditos baixados como prejuízo;VIII - créditos que tenham sido objeto de negociação com retenção substancial de riscos e de benefícios ou de controle;IX - operações com instrumentos de pagamento pós-pagos;X - operações de empréstimo e de financiamento entre pessoas por meio de plataforma eletrônica; eXI - outras operações ou contratos com características de crédito, que sejam assim reconhecidos pelo Banco Central do Brasil.Parágrafo único. As informações sobre as operações de que trata este artigo devem ser remetidas ao Banco Central do Brasil independentemente do adimplemento de tais operações.Art. 4º As seguintes entidades são consideradas instituições financeiras, para efeitos desta Resolução, e devem remeter ao Banco Central do Brasil informações relativas às operações de crédito:I - agências de fomento;II - associações de poupança e empréstimo;III - Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES);IV - bancos comerciais;V - bancos de câmbio;VI - bancos de desenvolvimento;VII - bancos de investimento;VIII - bancos múltiplos;IX - caixas econômicas;X - companhias hipotecárias;XI - cooperativas de crédito;XII - sociedades corretoras de títulos e valores mobiliários;XIII - sociedades de arrendamento mercantil;XIV - sociedades de crédito ao microempreendedor e à empresa de pequeno porte;XV - sociedades de crédito, financiamento e investimento;XVI - sociedades de crédito imobiliário;XVII - sociedades distribuidoras de títulos e valores mobiliários;XVIII - outras classes de instituições sujeitas à regulação do Banco Central do Brasil, autorizadas a realizar ou adquirir operações de crédito de que trata esta Resolução, nos termos da regulamentação editada pelo Banco Central do Brasil;XIX - outras classes de instituições autorizadas a realizar ou adquirir operações de crédito de que trata esta Resolução e sujeitas à regulação de órgão diverso do Banco Central do Brasil, observados os requisitos previstos nos §§ 2º e 3º;XX - sociedade de crédito direto; eXXI - sociedade de empréstimo entre pessoas.§ 1º O disposto neste artigo aplica-se também às instituições em liquidação extrajudicial, sob intervenção ou sob regime de administração especial temporária.§ 2º O recebimento das informações remetidas pelas instituições referidas no inciso XIX do caput fica condicionado à:I - previsão da remessa de informações ao SCR em convênio celebrado entre o Banco Central do Brasil e o órgão fiscalizador da entidade remetente; eII - edição, pelo órgão regulador da entidade remetente, de ato normativo que discipline a remessa de dados ao SCR.§ 3º O convênio mencionado no inciso I do § 2º deverá conter cláusulas que disciplinem as responsabilidades dos convenentes relativamente aos procedimentos que visam à qualidade da informação, bem como ao cumprimento, pelas entidades remetentes, das condições exigidas para acesso às informações constantes no SCR.§ 4º As instituições referidas no caput ficam submetidas ao disposto na Lei Complementar nº 105, de 2001.Art. 5º As instituições referidas no art. 4º devem remeter ao Banco Central do Brasil informações relativas às operações de crédito, conforme definido no art. 3º, inclusive de:I - outras entidades, não mencionadas no art. 4º, que tenham suas demonstrações contábeis consolidadas nos seus respectivos conglomerados prudenciais; eII - programas ou fundos públicos, inclusive os municipais, os estaduais e os constitucionais federais, não consolidados nos respectivos conglomerados prudenciais, nos quais as instituições referidas no caput ou as entidades referidas no inciso I desempenhem função de administrador, agente financeiro ou operador.§ 1º O disposto no inciso I do caput não se aplica aos créditos resultantes de vendas mercantis ou de prestação de serviços a prazo realizados pelas referidas entidades.§ 2º Para as entidades e programas ou fundos citados nos incisos I e II do caput, a remessa de que trata este artigo deve ser realizada pela instituição líder do conglomerado.Art. 6º As instituições referidas no art. 4º devem remeter ao Banco Central do Brasil as informações relativas a operações de crédito de que trata o art. 3º de suas dependências e subsidiárias localizadas no exterior, com a identificação das contrapartes, conforme regra definida pelo Banco Central do Brasil.§ 1º A identificação das contrapartes pode ser suprimida, conforme regra definida pelo Banco Central do Brasil, nos casos em que a legislação da jurisdição em que estiver localizada a dependência ou a subsidiária impeça o fornecimento dessa informação para as finalidades estabelecidas nesta Resolução, ressalvado o disposto no § 2º deste artigo.§ 2º A identificação das contrapartes não pode ser suprimida nas operações de crédito em que a contraparte da dependência ou subsidiária integre o mesmo conglomerado prudencial da instituição prestadora da informação.Art. 9º Para efeito do disposto no inciso II do art. 2º, o Banco Central do Brasil poderá tornar disponíveis às instituições referidas no art. 4º informações sobre operações de crédito de clientes, respeitadas as regras estabelecidas nesta Resolução e em regulamentação complementar editada pelo Banco Central do Brasil.§ 1º Em caso de atraso na remessa de informações relativas às suas respectivas operações de crédito, as instituições referidas no caput poderão ter seu acesso para consulta de dados do SCR restringido ou suspenso, conforme regras a serem estabelecidas pelo Banco Central do Brasil.§ 2º A disponibilização de informações às instituições referidas no inciso XIX do caput do art. 4º fica condicionada:I - ao cumprimento do disposto nos §§ 2º e 3º do art. 4º; eII - à obediência às regras desta Resolução e à regulamentação do Banco Central do Brasil.Vê-se que o envio das informações ao Banco Central não se trata de faculdade da instituição financeira, mas, sim, de uma obrigação desta. Ocorre que a instituição financeira deve cientificar o cliente de que os dados de suas operações serão registrados no SCR, competindo a ela a guarda do documento de comunicação para eventual prova da notificação, conforme dispõe o artigo 13 da referida resolução, verbis:art. 13. As instituições originadoras das operações de crédito ou que tenham adquirido tais operações de entidades não integrantes do Sistema Financeiro Nacional devem comunicar previamente ao cliente que os dados de suas respectivas operações serão registrados no SCR.§ 1º na comunicação referida no caput devem constar as orientações e os esclarecimentos relacionados no art. 16.§2º a comunicação de que trata o caput deve ocorrer anteriormente à remessa das informações para o SCR.§ 3º as instituições referidas no caput devem manter a guarda da comunicação de que trata este artigo, em meio físico ou eletrônico que permita comprovar a sua autenticidade, por um período de cinco anos, contado da data de emissão do documento, sem prejuízo de outras disposições que fixem prazo maior para a sua guarda.Dessa forma, é responsabilidade exclusiva das instituições financeiras as inclusões, correções e exclusões dos registros constantes do SRC, assim como a prévia comunicação ao cliente da inscrição dos dados de suas operações no aludido sistema, conforme Resolução n. 5.037/22 do Banco Central do Brasil.Ademais, sendo o Sisbacen equivalente aos órgãos de proteção ao crédito, a ele se aplica o teor da Súmula n. 359, STJ, segundo a qual: "cabe ao órgão mantenedor do cadastro de proteção ao crédito a notificação do devedor antes de proceder a inscrição".Assim, muito embora se reconheça que cabia à ré notificar previamente o(a) devedor(a) para a referida finalidade, cuja produção de tal prova, neste momento procedimental, alcançaria o patamar de prova diabólica, ante ao fato negativo ora apresentado, o fato é que a peculiaridade do caso concreto não permite a concessão da liminar pretendida, já que a parte autora ostenta diversas anotações de dívidas vencidas sob a sua titularidade, não demonstrando que a única restrição à qual se insurge está repercutindo negativamente em seu score perante as demais instituições financeiras, circunstância que afasta sua probabilidade do direito.Veja-se que a insurgência não versa sobre a existência da dívida, mas apenas e tão somente à ausência de notificação, estando certo que a relação jurídica entre as partes não possui vícios, cabendo ao autor(a) demonstrar o prejuízo sofrido quanto à repercussão da única inscrição em debate, como, por exemplo, negativa de concessão de crédito por outras instituições.Nesse sentido, a jurisprudência:AGRAVO INTERNO EM AGRAVO DE INSTRUMENTO. AÇÃO DE OBRIGAÇÃO DE FAZER CUMULADA COM INDENIZAÇÃO POR DANO MORAL. TUTELA PROVISÓRIA. Requisitos legais. Indeferimento. Reafirmação da decisão monocrática do relator. Indefere-se o pedido de tutela provisória liminar para a exclusão do nome do demandante do sistema de informação de crédito do Banco Central do Brasil - scr/sisbacen, diante da ausência de prova da probabilidade do direito e da urgência como requisitos legais ao deferimento da medida. Da documentação fornecida, especialmente do relatório de empréstimo e financiamento (scr) - resumido juntado, proveniente do Banco Central, denota-se que a parte tem diversas dívidas contraídas, de diversas naturezas, bem como que, atualmente, relativamente à cooperativa de crédito demandada, inexiste qualquer a apontamento indicativo de dívida em atraso, lançada como vencida ou prejuízo. Da mesma forma, inexiste qualquer elemento de prova que corrobore a alegação de que informações advindas do sistema scr/sisbacen estejam repercutindo negativamente no score do demandante junto à SERASA. Inexistem razões de fato e de direito que justifiquem o pedido de novo pronunciamento, sendo indispensável impugnar a decisão recorrida de forma específica e objetiva, o que se afigura ausente. Agravo interno desprovido. (TJRS; AI 5370463-90.2023.8.21.7000; Novo Hamburgo; Vigésima Câmara Cível; Rel. Des. Carlos Cini Marchionatti; Julg. 13/03/2024; DJERS 15/03/2024). (Negritei e grifei).AGRAVO DE INSTRUMENTO. AÇÃO DECLARATÓRIA C/C COMINATÓRIA E DE INDENIZAÇÃO POR DANOS MORAIS. RECURSO DO AUTOR. Indeferimento de tutela provisória na origem. Pretensão de imediata exclusão do registro de dívida no sistema de informações de créditos do Banco Central do Brasil. Scr. Alegada irregularidade na inscrição, diante da ausência prévia de notificação do consumidor. Não acolhimento. Falta dos requisitos para deferimento da liminar. Elementos insuficientes a demonstrarem a probabilidade do direito do autor. Ausência de perigo de dano. Reclamo arredado. Decisão interlocutória mantida. Honorários recursais. Descabimento. Inexistência de fixação da verba na origem. Recurso conhecido e desprovido. (TJSC; AI 5034807-78.2024.8.24.0000; Oitava Câmara de Direito Civil; Rel. Des. Gerson Cherem II; Julg. 27/08/2024). (Negritei e grifei).PROCESSUAL CIVIL. AÇÃO DECLARATÓRIA. PEDIDO DE LIMINAR. INDEFERIDO NA ORIGEM. NOME INSERIDO NO REGISTRATO. AUSÊNCIA DE COMPROVAÇÃO DO ALEGADO. RECURSO DESPROVIDO. I - Na origem, a parte autora, ora agravante, ingressou com ação declaratória alegando que, vem recebendo inúmeras ligações da parte agravada para que realize o pagamento de uma dívida prescrita. Segue narrando que, foi informado que para ter acesso ao teor da dívida deveria acessar o site do SCR. Após efetuar o cadastro inserindo suas informações pessoais no sistema se deparou com dívidas denominadas como: Vencido/ prejuízo. II - O magistrado a quo, proferiu decisão de indeferimento do pedido de tutela antecipada, por entender, em suma, que " somente o Relatório de Informações Detalhadas do SCR. Sistema de Informação de Crédito não é suficiente para a demonstração do fumus boni iuris. III - Em sede recursal, o agravante repisa os mesmos argumentos lançados na inicial, sem contudo, comprovar a existência de qualquer prejuízo. Com efeito, compulsando detidamente os autos, verifiquei que com base tão somente no Relatório de Informações Detalhadas do SCR, o agravado alega que houve impacto negativo e um dano irreparável, contudo, inexiste comprovação de que houve acesso aos dados por terceiros que tenha impedido concessão de crédito. lV - Percebo, pois, que não há, por ora, nas alegações trazidas no bojo recursal, provas verossímeis que possam lastrear legitimidade para a modificação daquela decisão. V - Agravo de Instrumento desprovido. (TJMA; ADecl 0813372-27.2023.8.10.0000; Terceira Câmara de Direito Privado; Rel. Des. José de Ribamar Castro; DJNMA 26/10/2023). (Negritei e grifei).Oportuno consignar, ainda, que trata-se de medida de cognição sumária, portanto, provisória, e com possibilidade de revogação futura, se assim indicar o curso do processo. Pelo exposto, INDEFIRO a medida liminar em questão, ante a ausência de preenchimento dos requisitos necessários para tanto, conforme fundamentação.RECONHEÇO a hipossuficiência da parte autora perante a parte requerida, e, nos termos do artigo 6º, inciso VIII, do Código de Defesa do Consumidor, INVERTO o ônus da prova em seu favor.DEIXO de designar audiência de conciliação (CPC, artigo 139, VI, e Enunciado 35 da ENFAM), levando-se em conta que as especificidades do caso em tela indicam não se recomendar a designação da referida audiência.No mais, importa mencionar que, dentre os atos de comunicação processual destaca-se o de citação, que afigura-se como espécie de ato processual por meio do qual a parte demandada é informada sobre a existência de processo em seu desfavor e é chamada a integrar a relação processual para atuar de acordo com seus interesses.Notório o fato de que a atuação da parte em juízo se dá por meio de advogado constituído por meio de mandato, do qual é instrumento a procuração.Dessa forma, o comparecimento da parte demandada por meio da juntada de procuração, ainda que sem poderes específicos para receber citação, deve ser considerado como ato que caracteriza o comparecimento espontâneo. Se assim não o fosse, não haveria justificativa para a outorga de poderes a advogado com fins de atuação na demanda, pois sequer haveria conhecimento sobre a sua existência.Ora, se a parte demandada comparece indicando a outorga de poderes a advogado para que este atue no processo, é porque já tem ciência sobre sua existência. Assim, não há mais a necessidade da realização de diligência formal de citação, e, portanto, de outorga de poderes específicos para recebimento desta.Logo, FICA PREJUDICADA a análise do pedido formulado no evento n. 21.INTIME-SE a parte autora para, querendo, no prazo de até 15 (quinze) dias úteis, se manifestar acerca da contestação apresentada no evento n. 17, sob pena de preclusão.Oportunamente, conclusos.Intimem-se. Cumpra-se.Goianira, data da assinatura eletrônica. ANDRÉ NACAGAMIJUIZ DE DIREITO(assinado digitalmente)

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Processo nº 5307328-95.2025.8.09.0072

ID: 304412747

Tribunal: TJGO Órgão: Goianira - Vara Cível Classe: PROCEDIMENTO COMUM CíVEL Nº Processo: 5307328-95.2025.8.09.0072

Data de Disponibilização: 23/06/2025

Polo Ativo:

Polo Passivo:

BANCO BRADESCO S.A.

Decisão

Advogados:

WILSON SALES BELCHIOR

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ESTADO DE GOIÁS - PODER JUDICIÁRIOCOMARCA DE GOIANIRAVara CívelE-mail: cartcivelgoianira@tjgo.jus.brWhatsApp Escrivania: (62) 3611-2703WhatsApp Dr. André Nacagami: (61) 9447-9102 DECISÃOProcesso n. … ESTADO DE GOIÁS - PODER JUDICIÁRIOCOMARCA DE GOIANIRAVara CívelE-mail: cartcivelgoianira@tjgo.jus.brWhatsApp Escrivania: (62) 3611-2703WhatsApp Dr. André Nacagami: (61) 9447-9102 DECISÃOProcesso n. 5307328-95.2025.8.09.0072Parte requerente: Vilmon de AlmeidaParte requerida: Banco Bradesco S/ATrata-se de Ação de Obrigação de Fazer c/c Pedido Liminar proposta por Vilmon de Almeida em desfavor de Banco Bradesco S/A, partes devidamente qualificadas nos autos.Pontua a parte autora que a empresa ré lançou restrições em seu nome no Banco Central (SCR) com o status "vencido" e "em prejuízo", contudo, relata que não foi notificada do apontamento. Portanto, assevera que as anotações contidas no SISBACEN possuem publicidade e validade perante o mercado financeiro, rotulando o consumidor como mau pagador. Pugnou, por tais razões, pela concessão de tutela provisória de urgência, para exclusão de seu nome do Sistema de Informação de Crédito – SCR, sob pena de aplicação de multa diária, diante da inexistência de notificação válida. No mérito, a confirmação da tutela de urgência, com a condenação da parte requerida ao pagamento de indenização pelos danos morais sofridos, estes, a serem fixados em R$ 15.000,00 (quinze mil reais), além das custas e honorários advocatícios.A ação foi ajuizada perante o Juízo da Comarca de Inhumas–GO, sendo posteriormente declinada a competência a este Juízo (evento n. 09). Determinada a intimação do autor para anexar o Relatório de Empréstimos e Financiamentos (SCR) completo e comprovar a alegada hipossuficiência financeira (evento n. 13), ele cumpriu a diligência ao evento n. 15. A parte ré requereu sua habilitação nos autos (evento n. 16) e ofertou contestação (evento n. 17). Nesta oportunidade, arguiu, preliminarmente, impugnação à concessão das benesses da gratuidade da justiça e necessidade de indeferimento do pedido formulado em sede de tutela de urgência. No mérito, requereu a improcedência dos pedidos formulados na peça de ingresso. Indeferido o pedido de concessão das benesses da gratuidade da justiça, mas concedida a redução e parcelamento (evento n. 19).Nova manifestação da parte ré juntada ao evento n. 21.A parte autora informou a interposição de Agravo de Instrumento (evento n. 25).O Juízo ad quem deu provimento ao Agravo de Instrumento interposto, "para reformar a decisão recorrida a fim de conceder integralmente os benefícios da gratuidade de justiça ao agravante" - sic (evento n. 26).Os autos vieram-me conclusos. É o relatório. DECIDO. RECEBO a petição inicial, pois atende aos artigos 319 e 320 do Código de Processo Civil.Deferido o pedido de concessão das benesses da gratuidade da justiça (evento n. 26). Anote-se.Como cediço, a tutela de urgência objetiva resguardar o bem ou direito contra a ação do tempo e a consequente ineficácia da prestação jurisdicional, tanto assim que a medida é marcada pela provisoriedade e pela cláusula rebus sic stantibus, podendo ser revista a qualquer tempo sem perigo de irreversibilidade.Conforme disposto no artigo 300 do Código de Processo Civil, para a concessão da tutela de urgência, deve o autor comprovar a probabilidade do direito (fumus boni iuris) e o perigo de dano ou o risco ao resultado útil do processo (periculum in mora):Art. 300. A tutela de urgência será concedida quando houver elementos que evidenciem a probabilidade do direito e o perigo de dano ou o risco ao resultado útil do processo.§ 1º Para a concessão da tutela de urgência, o juiz pode, conforme o caso, exigir caução real ou fidejussória idônea para ressarcir os danos que a outra parte possa vir a sofrer, podendo a caução ser dispensada se a parte economicamente hipossuficiente não puder oferecê-la.§ 2º A tutela de urgência pode ser concedida liminarmente ou após justificação prévia.§ 3º A tutela de urgência de natureza antecipada não será concedida quando houver perigo de irreversibilidade dos efeitos da decisão.Nesse sentido, verifica-se que o legislador condicionou a antecipação da tutela à existência de evidências da probabilidade do direito, bem como do perigo de dano, com a observância de que tal medida não poderá ser concedida quando houver perigo de irreversibilidade dos efeitos da decisão.E, da leitura dos autos, constata-se que, em cognição sumária, própria desta fase processual, a parte autora não logrou êxito em demonstrar os requisitos acima mencionados.Por certo, extrai-se do documento anexado no evento n. 15 que a parte autora ostenta diversos apontamentos de dívidas vencidas/em prejuízo perante diversas instituições financeiras. Neste ponto, a parte demandante questiona a regularidade das inscrições efetuadas pela instituição financeira, ora ré, ante a ausência de notificação prévia.Tratando-se de produção de prova onerosa (chamada de prova diabólica por versar sobre fato negativo, vale dizer, de que não houve a notificação em debate), é certo afirmar que há de ser verificada a necessidade de tal diligência e seus desdobramentos no caso concreto.O sistema de informações de crédito do Banco Central (SCR Sisbacen) se trata de ferramenta regulamentada pela Resolução n. 5.037/22 (antiga Resolução n. 4.571/17: art. 19, inc. I, da atual norma) do Conselho Monetário Nacional, cuja finalidade é a de coletar e compartilhar informações entre instituições financeiras, de modo a auxiliar o Banco Central em suas atividades de fiscalização e monitoramento do sistema financeiro.Dessa forma, as entidades elencadas no artigo 4º da aludida resolução têm o dever de informar as operações de crédito previstas nos artigos 3º, 5º e 6º, sob pena de incorrer nas sanções previstas no artigo 9º:Art. 2º O SCR é administrado pelo Banco Central do Brasil e tem por finalidades:I - prover informações ao Banco Central do Brasil, para fins de monitoramento do crédito no sistema financeiro e para o exercício de suas atividades de fiscalização; eII - propiciar o intercâmbio de informações entre instituições financeiras e entre demais entidades, conforme definido no art. 1º da Lei Complementar nº 105, de 10 de janeiro de 2001, sobre o montante de responsabilidades de clientes em operações de crédito.Art. 3º São consideradas operações de crédito, para efeitos desta Resolução:I - empréstimos e financiamentos;II - adiantamentos;III - operações de arrendamento mercantil;IV - prestação de aval, fiança, coobrigação ou qualquer outra modalidade de garantia pessoal do cumprimento de obrigação financeira de terceiros;V - compromissos de crédito não canceláveis incondicional e unilateralmente pela instituição concedente;VI - créditos contratados com recursos a liberar;VII - créditos baixados como prejuízo;VIII - créditos que tenham sido objeto de negociação com retenção substancial de riscos e de benefícios ou de controle;IX - operações com instrumentos de pagamento pós-pagos;X - operações de empréstimo e de financiamento entre pessoas por meio de plataforma eletrônica; eXI - outras operações ou contratos com características de crédito, que sejam assim reconhecidos pelo Banco Central do Brasil.Parágrafo único. As informações sobre as operações de que trata este artigo devem ser remetidas ao Banco Central do Brasil independentemente do adimplemento de tais operações.Art. 4º As seguintes entidades são consideradas instituições financeiras, para efeitos desta Resolução, e devem remeter ao Banco Central do Brasil informações relativas às operações de crédito:I - agências de fomento;II - associações de poupança e empréstimo;III - Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES);IV - bancos comerciais;V - bancos de câmbio;VI - bancos de desenvolvimento;VII - bancos de investimento;VIII - bancos múltiplos;IX - caixas econômicas;X - companhias hipotecárias;XI - cooperativas de crédito;XII - sociedades corretoras de títulos e valores mobiliários;XIII - sociedades de arrendamento mercantil;XIV - sociedades de crédito ao microempreendedor e à empresa de pequeno porte;XV - sociedades de crédito, financiamento e investimento;XVI - sociedades de crédito imobiliário;XVII - sociedades distribuidoras de títulos e valores mobiliários;XVIII - outras classes de instituições sujeitas à regulação do Banco Central do Brasil, autorizadas a realizar ou adquirir operações de crédito de que trata esta Resolução, nos termos da regulamentação editada pelo Banco Central do Brasil;XIX - outras classes de instituições autorizadas a realizar ou adquirir operações de crédito de que trata esta Resolução e sujeitas à regulação de órgão diverso do Banco Central do Brasil, observados os requisitos previstos nos §§ 2º e 3º;XX - sociedade de crédito direto; eXXI - sociedade de empréstimo entre pessoas.§ 1º O disposto neste artigo aplica-se também às instituições em liquidação extrajudicial, sob intervenção ou sob regime de administração especial temporária.§ 2º O recebimento das informações remetidas pelas instituições referidas no inciso XIX do caput fica condicionado à:I - previsão da remessa de informações ao SCR em convênio celebrado entre o Banco Central do Brasil e o órgão fiscalizador da entidade remetente; eII - edição, pelo órgão regulador da entidade remetente, de ato normativo que discipline a remessa de dados ao SCR.§ 3º O convênio mencionado no inciso I do § 2º deverá conter cláusulas que disciplinem as responsabilidades dos convenentes relativamente aos procedimentos que visam à qualidade da informação, bem como ao cumprimento, pelas entidades remetentes, das condições exigidas para acesso às informações constantes no SCR.§ 4º As instituições referidas no caput ficam submetidas ao disposto na Lei Complementar nº 105, de 2001.Art. 5º As instituições referidas no art. 4º devem remeter ao Banco Central do Brasil informações relativas às operações de crédito, conforme definido no art. 3º, inclusive de:I - outras entidades, não mencionadas no art. 4º, que tenham suas demonstrações contábeis consolidadas nos seus respectivos conglomerados prudenciais; eII - programas ou fundos públicos, inclusive os municipais, os estaduais e os constitucionais federais, não consolidados nos respectivos conglomerados prudenciais, nos quais as instituições referidas no caput ou as entidades referidas no inciso I desempenhem função de administrador, agente financeiro ou operador.§ 1º O disposto no inciso I do caput não se aplica aos créditos resultantes de vendas mercantis ou de prestação de serviços a prazo realizados pelas referidas entidades.§ 2º Para as entidades e programas ou fundos citados nos incisos I e II do caput, a remessa de que trata este artigo deve ser realizada pela instituição líder do conglomerado.Art. 6º As instituições referidas no art. 4º devem remeter ao Banco Central do Brasil as informações relativas a operações de crédito de que trata o art. 3º de suas dependências e subsidiárias localizadas no exterior, com a identificação das contrapartes, conforme regra definida pelo Banco Central do Brasil.§ 1º A identificação das contrapartes pode ser suprimida, conforme regra definida pelo Banco Central do Brasil, nos casos em que a legislação da jurisdição em que estiver localizada a dependência ou a subsidiária impeça o fornecimento dessa informação para as finalidades estabelecidas nesta Resolução, ressalvado o disposto no § 2º deste artigo.§ 2º A identificação das contrapartes não pode ser suprimida nas operações de crédito em que a contraparte da dependência ou subsidiária integre o mesmo conglomerado prudencial da instituição prestadora da informação.Art. 9º Para efeito do disposto no inciso II do art. 2º, o Banco Central do Brasil poderá tornar disponíveis às instituições referidas no art. 4º informações sobre operações de crédito de clientes, respeitadas as regras estabelecidas nesta Resolução e em regulamentação complementar editada pelo Banco Central do Brasil.§ 1º Em caso de atraso na remessa de informações relativas às suas respectivas operações de crédito, as instituições referidas no caput poderão ter seu acesso para consulta de dados do SCR restringido ou suspenso, conforme regras a serem estabelecidas pelo Banco Central do Brasil.§ 2º A disponibilização de informações às instituições referidas no inciso XIX do caput do art. 4º fica condicionada:I - ao cumprimento do disposto nos §§ 2º e 3º do art. 4º; eII - à obediência às regras desta Resolução e à regulamentação do Banco Central do Brasil.Vê-se que o envio das informações ao Banco Central não se trata de faculdade da instituição financeira, mas, sim, de uma obrigação desta. Ocorre que a instituição financeira deve cientificar o cliente de que os dados de suas operações serão registrados no SCR, competindo a ela a guarda do documento de comunicação para eventual prova da notificação, conforme dispõe o artigo 13 da referida resolução, verbis:art. 13. As instituições originadoras das operações de crédito ou que tenham adquirido tais operações de entidades não integrantes do Sistema Financeiro Nacional devem comunicar previamente ao cliente que os dados de suas respectivas operações serão registrados no SCR.§ 1º na comunicação referida no caput devem constar as orientações e os esclarecimentos relacionados no art. 16.§2º a comunicação de que trata o caput deve ocorrer anteriormente à remessa das informações para o SCR.§ 3º as instituições referidas no caput devem manter a guarda da comunicação de que trata este artigo, em meio físico ou eletrônico que permita comprovar a sua autenticidade, por um período de cinco anos, contado da data de emissão do documento, sem prejuízo de outras disposições que fixem prazo maior para a sua guarda.Dessa forma, é responsabilidade exclusiva das instituições financeiras as inclusões, correções e exclusões dos registros constantes do SRC, assim como a prévia comunicação ao cliente da inscrição dos dados de suas operações no aludido sistema, conforme Resolução n. 5.037/22 do Banco Central do Brasil.Ademais, sendo o Sisbacen equivalente aos órgãos de proteção ao crédito, a ele se aplica o teor da Súmula n. 359, STJ, segundo a qual: "cabe ao órgão mantenedor do cadastro de proteção ao crédito a notificação do devedor antes de proceder a inscrição".Assim, muito embora se reconheça que cabia à ré notificar previamente o(a) devedor(a) para a referida finalidade, cuja produção de tal prova, neste momento procedimental, alcançaria o patamar de prova diabólica, ante ao fato negativo ora apresentado, o fato é que a peculiaridade do caso concreto não permite a concessão da liminar pretendida, já que a parte autora ostenta diversas anotações de dívidas vencidas sob a sua titularidade, não demonstrando que a única restrição à qual se insurge está repercutindo negativamente em seu score perante as demais instituições financeiras, circunstância que afasta sua probabilidade do direito.Veja-se que a insurgência não versa sobre a existência da dívida, mas apenas e tão somente à ausência de notificação, estando certo que a relação jurídica entre as partes não possui vícios, cabendo ao autor(a) demonstrar o prejuízo sofrido quanto à repercussão da única inscrição em debate, como, por exemplo, negativa de concessão de crédito por outras instituições.Nesse sentido, a jurisprudência:AGRAVO INTERNO EM AGRAVO DE INSTRUMENTO. AÇÃO DE OBRIGAÇÃO DE FAZER CUMULADA COM INDENIZAÇÃO POR DANO MORAL. TUTELA PROVISÓRIA. Requisitos legais. Indeferimento. Reafirmação da decisão monocrática do relator. Indefere-se o pedido de tutela provisória liminar para a exclusão do nome do demandante do sistema de informação de crédito do Banco Central do Brasil - scr/sisbacen, diante da ausência de prova da probabilidade do direito e da urgência como requisitos legais ao deferimento da medida. Da documentação fornecida, especialmente do relatório de empréstimo e financiamento (scr) - resumido juntado, proveniente do Banco Central, denota-se que a parte tem diversas dívidas contraídas, de diversas naturezas, bem como que, atualmente, relativamente à cooperativa de crédito demandada, inexiste qualquer a apontamento indicativo de dívida em atraso, lançada como vencida ou prejuízo. Da mesma forma, inexiste qualquer elemento de prova que corrobore a alegação de que informações advindas do sistema scr/sisbacen estejam repercutindo negativamente no score do demandante junto à SERASA. Inexistem razões de fato e de direito que justifiquem o pedido de novo pronunciamento, sendo indispensável impugnar a decisão recorrida de forma específica e objetiva, o que se afigura ausente. Agravo interno desprovido. (TJRS; AI 5370463-90.2023.8.21.7000; Novo Hamburgo; Vigésima Câmara Cível; Rel. Des. Carlos Cini Marchionatti; Julg. 13/03/2024; DJERS 15/03/2024). (Negritei e grifei).AGRAVO DE INSTRUMENTO. AÇÃO DECLARATÓRIA C/C COMINATÓRIA E DE INDENIZAÇÃO POR DANOS MORAIS. RECURSO DO AUTOR. Indeferimento de tutela provisória na origem. Pretensão de imediata exclusão do registro de dívida no sistema de informações de créditos do Banco Central do Brasil. Scr. Alegada irregularidade na inscrição, diante da ausência prévia de notificação do consumidor. Não acolhimento. Falta dos requisitos para deferimento da liminar. Elementos insuficientes a demonstrarem a probabilidade do direito do autor. Ausência de perigo de dano. Reclamo arredado. Decisão interlocutória mantida. Honorários recursais. Descabimento. Inexistência de fixação da verba na origem. Recurso conhecido e desprovido. (TJSC; AI 5034807-78.2024.8.24.0000; Oitava Câmara de Direito Civil; Rel. Des. Gerson Cherem II; Julg. 27/08/2024). (Negritei e grifei).PROCESSUAL CIVIL. AÇÃO DECLARATÓRIA. PEDIDO DE LIMINAR. INDEFERIDO NA ORIGEM. NOME INSERIDO NO REGISTRATO. AUSÊNCIA DE COMPROVAÇÃO DO ALEGADO. RECURSO DESPROVIDO. I - Na origem, a parte autora, ora agravante, ingressou com ação declaratória alegando que, vem recebendo inúmeras ligações da parte agravada para que realize o pagamento de uma dívida prescrita. Segue narrando que, foi informado que para ter acesso ao teor da dívida deveria acessar o site do SCR. Após efetuar o cadastro inserindo suas informações pessoais no sistema se deparou com dívidas denominadas como: Vencido/ prejuízo. II - O magistrado a quo, proferiu decisão de indeferimento do pedido de tutela antecipada, por entender, em suma, que " somente o Relatório de Informações Detalhadas do SCR. Sistema de Informação de Crédito não é suficiente para a demonstração do fumus boni iuris. III - Em sede recursal, o agravante repisa os mesmos argumentos lançados na inicial, sem contudo, comprovar a existência de qualquer prejuízo. Com efeito, compulsando detidamente os autos, verifiquei que com base tão somente no Relatório de Informações Detalhadas do SCR, o agravado alega que houve impacto negativo e um dano irreparável, contudo, inexiste comprovação de que houve acesso aos dados por terceiros que tenha impedido concessão de crédito. lV - Percebo, pois, que não há, por ora, nas alegações trazidas no bojo recursal, provas verossímeis que possam lastrear legitimidade para a modificação daquela decisão. V - Agravo de Instrumento desprovido. (TJMA; ADecl 0813372-27.2023.8.10.0000; Terceira Câmara de Direito Privado; Rel. Des. José de Ribamar Castro; DJNMA 26/10/2023). (Negritei e grifei).Oportuno consignar, ainda, que trata-se de medida de cognição sumária, portanto, provisória, e com possibilidade de revogação futura, se assim indicar o curso do processo. Pelo exposto, INDEFIRO a medida liminar em questão, ante a ausência de preenchimento dos requisitos necessários para tanto, conforme fundamentação.RECONHEÇO a hipossuficiência da parte autora perante a parte requerida, e, nos termos do artigo 6º, inciso VIII, do Código de Defesa do Consumidor, INVERTO o ônus da prova em seu favor.DEIXO de designar audiência de conciliação (CPC, artigo 139, VI, e Enunciado 35 da ENFAM), levando-se em conta que as especificidades do caso em tela indicam não se recomendar a designação da referida audiência.No mais, importa mencionar que, dentre os atos de comunicação processual destaca-se o de citação, que afigura-se como espécie de ato processual por meio do qual a parte demandada é informada sobre a existência de processo em seu desfavor e é chamada a integrar a relação processual para atuar de acordo com seus interesses.Notório o fato de que a atuação da parte em juízo se dá por meio de advogado constituído por meio de mandato, do qual é instrumento a procuração.Dessa forma, o comparecimento da parte demandada por meio da juntada de procuração, ainda que sem poderes específicos para receber citação, deve ser considerado como ato que caracteriza o comparecimento espontâneo. Se assim não o fosse, não haveria justificativa para a outorga de poderes a advogado com fins de atuação na demanda, pois sequer haveria conhecimento sobre a sua existência.Ora, se a parte demandada comparece indicando a outorga de poderes a advogado para que este atue no processo, é porque já tem ciência sobre sua existência. Assim, não há mais a necessidade da realização de diligência formal de citação, e, portanto, de outorga de poderes específicos para recebimento desta.Logo, FICA PREJUDICADA a análise do pedido formulado no evento n. 21.INTIME-SE a parte autora para, querendo, no prazo de até 15 (quinze) dias úteis, se manifestar acerca da contestação apresentada no evento n. 17, sob pena de preclusão.Oportunamente, conclusos.Intimem-se. Cumpra-se.Goianira, data da assinatura eletrônica. ANDRÉ NACAGAMIJUIZ DE DIREITO(assinado digitalmente)

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Processo nº 5405536-41.2025.8.09.0064

ID: 299697951

Tribunal: TJGO Órgão: Goianira - Vara Cível Classe: PROCEDIMENTO COMUM CíVEL Nº Processo: 5405536-41.2025.8.09.0064

Data de Disponibilização: 16/06/2025

Polo Ativo:

ALESSANDRA DA SILVA GOMES ALVES

Polo Passivo:

Decisão

Advogados:

PEDRO PAULO ROMANO FILHO

OAB/GO XXXXXX Desbloquear

ESTADO DE GOIÁS - PODER JUDICIÁRIOCOMARCA DE GOIANIRAVara CívelE-mail: cartcivelgoianira@tjgo.jus.brWhatsApp Escrivania: (62) 3611-2703WhatsApp Dr. André Nacagami: (61) 9447-9102 DECISÃOProcesso n. … ESTADO DE GOIÁS - PODER JUDICIÁRIOCOMARCA DE GOIANIRAVara CívelE-mail: cartcivelgoianira@tjgo.jus.brWhatsApp Escrivania: (62) 3611-2703WhatsApp Dr. André Nacagami: (61) 9447-9102 DECISÃOProcesso n. 5405536-41.2025.8.09.0064Parte requerente: Alessandra da Silva Gomes AlvesParte requerida: Brasil Card Instituição de Pagamentos Ltda.Trata-se de Ação Declaratória de Inexistência de Débito c/c Responsabilidade Civil por Danos Morais promovida por Alessandra da Silva Gomes Alves em desfavor de Brasil Card Instituição de Pagamentos Ltda., partes devidamente qualificadas nos autos.Pontua a parte autora que a empresa ré lançou restrições em seu nome no BANCO CENTRAL (SCR) com o status "em prejuízo", contudo, relata que não foi notificada do apontamento. Sustenta que a anotação ocorreu em 03/2020, no valor de R$ 1.649,72 (mil seiscentos e quarenta e nove reais e setenta e dois centavos). Assevera que as anotações contidas no SISBACEN possuem publicidade e validade perante o mercado financeiro, rotulando o consumidor como mau pagador. Pugnou, por tais razões, pela concessão de tutela provisória de urgência, para exclusão de seu nome do Sistema de Informação de Crédito – SCR, sob pena de aplicação de multa diária, diante da inexistência de notificação válida. No mérito, a confirmação da tutela de urgência, com a condenação da parte requerida ao pagamento de indenização pelos danos morais sofridos, estes, a serem fixados em 20 (vinte) salários mínimos, além das custas e honorários advocatícios.Juntada de comprovante de residência ao evento n. 07.A gratuidade da justiça foi concedida ao evento n. 08. Emenda à inicial ao evento n. 12. Os autos vieram-me conclusos. É o relatório. DECIDO. RECEBO a petição inicial, pois atende aos artigos 319 e 320 do Código de Processo Civil.Como cediço, a tutela de urgência objetiva resguardar o bem ou direito contra a ação do tempo e a consequente ineficácia da prestação jurisdicional, tanto assim que a medida é marcada pela provisoriedade e pela cláusula rebus sic stantibus, podendo ser revista a qualquer tempo sem perigo de irreversibilidade.Conforme disposto no artigo 300 do Código de Processo Civil, para a concessão da tutela de urgência, deve o autor comprovar a probabilidade do direito (fumus boni iuris) e o perigo de dano ou o risco ao resultado útil do processo (periculum in mora):Art. 300. A tutela de urgência será concedida quando houver elementos que evidenciem a probabilidade do direito e o perigo de dano ou o risco ao resultado útil do processo.§ 1º Para a concessão da tutela de urgência, o juiz pode, conforme o caso, exigir caução real ou fidejussória idônea para ressarcir os danos que a outra parte possa vir a sofrer, podendo a caução ser dispensada se a parte economicamente hipossuficiente não puder oferecê-la.§ 2º A tutela de urgência pode ser concedida liminarmente ou após justificação prévia.§ 3º A tutela de urgência de natureza antecipada não será concedida quando houver perigo de irreversibilidade dos efeitos da decisão.Nesse sentido, verifica-se que o legislador condicionou a antecipação da tutela à existência de evidências da probabilidade do direito, bem como do perigo de dano, com a observância de que tal medida não poderá ser concedida quando houver perigo de irreversibilidade dos efeitos da decisão.E, da leitura dos autos, constata-se que, em cognição sumária, própria desta fase processual, a parte autora não logrou êxito em demonstrar os requisitos acima mencionados.No Relatório de Empréstimos e Financiamentos (SCR) se observa que além da anotação feita pela instituição financeira ré, também foram realizadas outras pelas empresas Itaú Caixa Econômica Federal, Nu Pagamentos S.A. - Instituição de Pagamento, Itaú Unibanco e Banco Bradesco S.A.Neste ponto, a parte demandante questiona a regularidade das inscrições efetuadas pela instituição financeira, ora ré, ante a ausência de notificação prévia.Tratando-se de produção de prova onerosa (chamada de prova diabólica por versar sobre fato negativo, vale dizer, de que não houve a notificação em debate), é certo afirmar que há de ser verificada a necessidade de tal diligência e seus desdobramentos no caso concreto.O sistema de informações de crédito do Banco Central (SCR Sisbacen) se trata de ferramenta regulamentada pela Resolução n. 5.037/22 (antiga Resolução n. 4.571/17: art. 19, inc. I, da atual norma) do Conselho Monetário Nacional, cuja finalidade é a de coletar e compartilhar informações entre instituições financeiras, de modo a auxiliar o Banco Central em suas atividades de fiscalização e monitoramento do sistema financeiro.Dessa forma, as entidades elencadas no artigo 4º da aludida resolução têm o dever de informar as operações de crédito previstas nos artigos 3º, 5º e 6º, sob pena de incorrer nas sanções previstas no artigo 9º:Art. 2º O SCR é administrado pelo Banco Central do Brasil e tem por finalidades:I - prover informações ao Banco Central do Brasil, para fins de monitoramento do crédito no sistema financeiro e para o exercício de suas atividades de fiscalização; eII - propiciar o intercâmbio de informações entre instituições financeiras e entre demais entidades, conforme definido no art. 1º da Lei Complementar nº 105, de 10 de janeiro de 2001, sobre o montante de responsabilidades de clientes em operações de crédito.Art. 3º São consideradas operações de crédito, para efeitos desta Resolução:I - empréstimos e financiamentos;II - adiantamentos;III - operações de arrendamento mercantil;IV - prestação de aval, fiança, coobrigação ou qualquer outra modalidade de garantia pessoal do cumprimento de obrigação financeira de terceiros;V - compromissos de crédito não canceláveis incondicional e unilateralmente pela instituição concedente;VI - créditos contratados com recursos a liberar;VII - créditos baixados como prejuízo;VIII - créditos que tenham sido objeto de negociação com retenção substancial de riscos e de benefícios ou de controle;IX - operações com instrumentos de pagamento pós-pagos;X - operações de empréstimo e de financiamento entre pessoas por meio de plataforma eletrônica; eXI - outras operações ou contratos com características de crédito, que sejam assim reconhecidos pelo Banco Central do Brasil.Parágrafo único. As informações sobre as operações de que trata este artigo devem ser remetidas ao Banco Central do Brasil independentemente do adimplemento de tais operações.Art. 4º As seguintes entidades são consideradas instituições financeiras, para efeitos desta Resolução, e devem remeter ao Banco Central do Brasil informações relativas às operações de crédito:I - agências de fomento;II - associações de poupança e empréstimo;III - Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES);IV - bancos comerciais;V - bancos de câmbio;VI - bancos de desenvolvimento;VII - bancos de investimento;VIII - bancos múltiplos;IX - caixas econômicas;X - companhias hipotecárias;XI - cooperativas de crédito;XII - sociedades corretoras de títulos e valores mobiliários;XIII - sociedades de arrendamento mercantil;XIV - sociedades de crédito ao microempreendedor e à empresa de pequeno porte;XV - sociedades de crédito, financiamento e investimento;XVI - sociedades de crédito imobiliário;XVII - sociedades distribuidoras de títulos e valores mobiliários;XVIII - outras classes de instituições sujeitas à regulação do Banco Central do Brasil, autorizadas a realizar ou adquirir operações de crédito de que trata esta Resolução, nos termos da regulamentação editada pelo Banco Central do Brasil;XIX - outras classes de instituições autorizadas a realizar ou adquirir operações de crédito de que trata esta Resolução e sujeitas à regulação de órgão diverso do Banco Central do Brasil, observados os requisitos previstos nos §§ 2º e 3º;XX - sociedade de crédito direto; eXXI - sociedade de empréstimo entre pessoas.§ 1º O disposto neste artigo aplica-se também às instituições em liquidação extrajudicial, sob intervenção ou sob regime de administração especial temporária.§ 2º O recebimento das informações remetidas pelas instituições referidas no inciso XIX do caput fica condicionado à:I - previsão da remessa de informações ao SCR em convênio celebrado entre o Banco Central do Brasil e o órgão fiscalizador da entidade remetente; eII - edição, pelo órgão regulador da entidade remetente, de ato normativo que discipline a remessa de dados ao SCR.§ 3º O convênio mencionado no inciso I do § 2º deverá conter cláusulas que disciplinem as responsabilidades dos convenentes relativamente aos procedimentos que visam à qualidade da informação, bem como ao cumprimento, pelas entidades remetentes, das condições exigidas para acesso às informações constantes no SCR.§ 4º As instituições referidas no caput ficam submetidas ao disposto na Lei Complementar nº 105, de 2001.Art. 5º As instituições referidas no art. 4º devem remeter ao Banco Central do Brasil informações relativas às operações de crédito, conforme definido no art. 3º, inclusive de:I - outras entidades, não mencionadas no art. 4º, que tenham suas demonstrações contábeis consolidadas nos seus respectivos conglomerados prudenciais; eII - programas ou fundos públicos, inclusive os municipais, os estaduais e os constitucionais federais, não consolidados nos respectivos conglomerados prudenciais, nos quais as instituições referidas no caput ou as entidades referidas no inciso I desempenhem função de administrador, agente financeiro ou operador.§ 1º O disposto no inciso I do caput não se aplica aos créditos resultantes de vendas mercantis ou de prestação de serviços a prazo realizados pelas referidas entidades.§ 2º Para as entidades e programas ou fundos citados nos incisos I e II do caput, a remessa de que trata este artigo deve ser realizada pela instituição líder do conglomerado.Art. 6º As instituições referidas no art. 4º devem remeter ao Banco Central do Brasil as informações relativas a operações de crédito de que trata o art. 3º de suas dependências e subsidiárias localizadas no exterior, com a identificação das contrapartes, conforme regra definida pelo Banco Central do Brasil.§ 1º A identificação das contrapartes pode ser suprimida, conforme regra definida pelo Banco Central do Brasil, nos casos em que a legislação da jurisdição em que estiver localizada a dependência ou a subsidiária impeça o fornecimento dessa informação para as finalidades estabelecidas nesta Resolução, ressalvado o disposto no § 2º deste artigo.§ 2º A identificação das contrapartes não pode ser suprimida nas operações de crédito em que a contraparte da dependência ou subsidiária integre o mesmo conglomerado prudencial da instituição prestadora da informação.Art. 9º Para efeito do disposto no inciso II do art. 2º, o Banco Central do Brasil poderá tornar disponíveis às instituições referidas no art. 4º informações sobre operações de crédito de clientes, respeitadas as regras estabelecidas nesta Resolução e em regulamentação complementar editada pelo Banco Central do Brasil.§ 1º Em caso de atraso na remessa de informações relativas às suas respectivas operações de crédito, as instituições referidas no caput poderão ter seu acesso para consulta de dados do SCR restringido ou suspenso, conforme regras a serem estabelecidas pelo Banco Central do Brasil.§ 2º A disponibilização de informações às instituições referidas no inciso XIX do caput do art. 4º fica condicionada:I - ao cumprimento do disposto nos §§ 2º e 3º do art. 4º; eII - à obediência às regras desta Resolução e à regulamentação do Banco Central do Brasil.Vê-se que o envio das informações ao Banco Central não se trata de faculdade da instituição financeira, mas, sim, de uma obrigação desta. Ocorre que a instituição financeira deve cientificar o cliente de que os dados de suas operações serão registrados no SCR, competindo a ela a guarda do documento de comunicação para eventual prova da notificação, conforme dispõe o artigo 13 da referida resolução, verbis:Art. 13. As instituições originadoras das operações de crédito ou que tenham adquirido tais operações de entidades não integrantes do Sistema Financeiro Nacional devem comunicar previamente ao cliente que os dados de suas respectivas operações serão registrados no SCR.§ 1º na comunicação referida no caput devem constar as orientações e os esclarecimentos relacionados no art. 16.§2º a comunicação de que trata o caput deve ocorrer anteriormente à remessa das informações para o SCR.§ 3º as instituições referidas no caput devem manter a guarda da comunicação de que trata este artigo, em meio físico ou eletrônico que permita comprovar a sua autenticidade, por um período de cinco anos, contado da data de emissão do documento, sem prejuízo de outras disposições que fixem prazo maior para a sua guarda.Dessa forma, é responsabilidade exclusiva das instituições financeiras as inclusões, correções e exclusões dos registros constantes do SRC, assim como a prévia comunicação ao cliente da inscrição dos dados de suas operações no aludido sistema, conforme Resolução n. 5.037/22 do Banco Central do Brasil.Ademais, sendo o Sisbacen equivalente aos órgãos de proteção ao crédito, a ele se aplica o teor da Súmula n. 359, STJ, segundo a qual: "cabe ao órgão mantenedor do cadastro de proteção ao crédito a notificação do devedor antes de proceder a inscrição".Assim, muito embora se reconheça que cabia à ré notificar previamente o(a) devedor(a) para a referida finalidade, cuja produção de tal prova, neste momento procedimental, alcançaria o patamar de prova diabólica, ante ao fato negativo ora apresentado, o fato é que a peculiaridade do caso concreto não permite a concessão da liminar pretendida, já que a parte autora ostenta diversas anotações de dívidas vencidas sob a sua titularidade, não demonstrando que a única restrição à qual se insurge está repercutindo negativamente em seu score perante as demais instituições financeiras, circunstância que afasta sua probabilidade do direito.Veja-se que a insurgência não versa sobre a existência da dívida, mas apenas e tão somente à ausência de notificação, estando certo que a relação jurídica entre as partes não possui vícios, cabendo ao autor(a) demonstrar o prejuízo sofrido quanto à repercussão da única inscrição em debate, como, por exemplo, negativa de concessão de crédito por outras instituições.Não bastasse isso, a inscrição supostamente irregular ocorreu no ano de 2020, vale dizer, há mais de dois anos, de modo a afastar o requisito do perigo de dano.Nesse sentido, a jurisprudência:AGRAVO INTERNO EM AGRAVO DE INSTRUMENTO. AÇÃO DE OBRIGAÇÃO DE FAZER CUMULADA COM INDENIZAÇÃO POR DANO MORAL. TUTELA PROVISÓRIA. Requisitos legais. Indeferimento. Reafirmação da decisão monocrática do relator. Indefere-se o pedido de tutela provisória liminar para a exclusão do nome do demandante do sistema de informação de crédito do Banco Central do Brasil - scr/sisbacen, diante da ausência de prova da probabilidade do direito e da urgência como requisitos legais ao deferimento da medida. Da documentação fornecida, especialmente do relatório de empréstimo e financiamento (scr) - resumido juntado, proveniente do Banco Central, denota-se que a parte tem diversas dívidas contraídas, de diversas naturezas, bem como que, atualmente, relativamente à cooperativa de crédito demandada, inexiste qualquer a apontamento indicativo de dívida em atraso, lançada como vencida ou prejuízo. Da mesma forma, inexiste qualquer elemento de prova que corrobore a alegação de que informações advindas do sistema scr/sisbacen estejam repercutindo negativamente no score do demandante junto à SERASA. Inexistem razões de fato e de direito que justifiquem o pedido de novo pronunciamento, sendo indispensável impugnar a decisão recorrida de forma específica e objetiva, o que se afigura ausente. Agravo interno desprovido. (TJRS; AI 5370463-90.2023.8.21.7000; Novo Hamburgo; Vigésima Câmara Cível; Rel. Des. Carlos Cini Marchionatti; Julg. 13/03/2024; DJERS 15/03/2024). (Negritei e grifei).AGRAVO DE INSTRUMENTO. AÇÃO DECLARATÓRIA C/C COMINATÓRIA E DE INDENIZAÇÃO POR DANOS MORAIS. RECURSO DO AUTOR. Indeferimento de tutela provisória na origem. Pretensão de imediata exclusão do registro de dívida no sistema de informações de créditos do Banco Central do Brasil. Scr. Alegada irregularidade na inscrição, diante da ausência prévia de notificação do consumidor. Não acolhimento. Falta dos requisitos para deferimento da liminar. Elementos insuficientes a demonstrarem a probabilidade do direito do autor. Ausência de perigo de dano. Reclamo arredado. Decisão interlocutória mantida. Honorários recursais. Descabimento. Inexistência de fixação da verba na origem. Recurso conhecido e desprovido. (TJSC; AI 5034807-78.2024.8.24.0000; Oitava Câmara de Direito Civil; Rel. Des. Gerson Cherem II; Julg. 27/08/2024). (Negritei e grifei).PROCESSUAL CIVIL. AÇÃO DECLARATÓRIA. PEDIDO DE LIMINAR. INDEFERIDO NA ORIGEM. NOME INSERIDO NO REGISTRATO. AUSÊNCIA DE COMPROVAÇÃO DO ALEGADO. RECURSO DESPROVIDO. I - Na origem, a parte autora, ora agravante, ingressou com ação declaratória alegando que, vem recebendo inúmeras ligações da parte agravada para que realize o pagamento de uma dívida prescrita. Segue narrando que, foi informado que para ter acesso ao teor da dívida deveria acessar o site do SCR. Após efetuar o cadastro inserindo suas informações pessoais no sistema se deparou com dívidas denominadas como: Vencido/ prejuízo. II - O magistrado a quo, proferiu decisão de indeferimento do pedido de tutela antecipada, por entender, em suma, que " somente o Relatório de Informações Detalhadas do SCR. Sistema de Informação de Crédito não é suficiente para a demonstração do fumus boni iuris. III - Em sede recursal, o agravante repisa os mesmos argumentos lançados na inicial, sem contudo, comprovar a existência de qualquer prejuízo. Com efeito, compulsando detidamente os autos, verifiquei que com base tão somente no Relatório de Informações Detalhadas do SCR, o agravado alega que houve impacto negativo e um dano irreparável, contudo, inexiste comprovação de que houve acesso aos dados por terceiros que tenha impedido concessão de crédito. lV - Percebo, pois, que não há, por ora, nas alegações trazidas no bojo recursal, provas verossímeis que possam lastrear legitimidade para a modificação daquela decisão. V - Agravo de Instrumento desprovido. (TJMA; ADecl 0813372-27.2023.8.10.0000; Terceira Câmara de Direito Privado; Rel. Des. José de Ribamar Castro; DJNMA 26/10/2023). (Negritei e grifei).Oportuno consignar, ainda, que nada impedirá a revisão segura da matéria após a triangularização processual, notadamente a análise do contraditório quanto à notificação prévia posta em debate.Pelo exposto, INDEFIRO a medida liminar em questão, ante a ausência de preenchimento dos requisitos necessários para tanto, conforme fundamentação.RECONHEÇO a hipossuficiência da parte autora perante a parte requerida, e, nos termos do artigo 6º, inciso VIII, do Código de Defesa do Consumidor, INVERTO o ônus da prova em seu favor.DEIXO de designar audiência de conciliação (CPC, artigo 139, VI, e Enunciado 35 da ENFAM), levando em conta que as especificidades do caso em tela indicam não se recomendar a designação da referida audiência.Conforme previsto nos artigos 1º a 4º do Provimento Conjunto n. 009, a citação e a intimação devem ser realizadas de forma eletrônica sempre que a parte estiver devidamente cadastrada no sistema PROJUDI, e será preferencial em relação a qualquer outra modalidade, nos moldes do ordenado pela Lei n. 11.419/2006, seja por meio eletrônico típico (CPC, art. 246), seja por meio eletrônico atípico, esta, a ser realizada via aplicativos de mensagens instantâneas (ou de multiplataforma, tais como Whatsapp, Telegram e outros), redes sociais e correspondência eletrônica (e-mail), na forma do caput do artigo 8º da Resolução n. 354/2020 do CNJ.Logo, CITE-SE a parte requerida, preferencialmente por meio eletrônico, para, querendo, oferecer resposta no prazo de 15 (quinze) dias úteis (CPC, artigo 335, III), consignando que a ausência de contestação implicará revelia e presunção de veracidade das alegações de fato narradas na petição inicial (CPC, artigos 344 e 345).Sendo frutífera a citação e havendo contestação, caso ocorra alguma das hipóteses mencionadas nos artigos 350 e 351 do Código de Processo Civil, INTIME-SE a parte autora para, querendo, apresentar réplica à contestação, no prazo de 15 (quinze) dias, sob pena de preclusão.Em caso de ausência de confirmação, em até 03 (três) dias úteis, contados do recebimento da citação eletrônica, PROCEDA-SE à tentativa de citação e intimação da parte demandada, via carta com AR, atentando-se ao endereço indicado na peça de ingresso.Frustrada a tentativa de citação e intimação via carta/correio, desde logo, EXPEÇA-SE mandado e/ou carta precatória, conforme o caso.Caso infrutíferas as tentativas de citação e intimação da parte requerida, CERTIFIQUE-SE e ABRA-SE vista dos autos à parte autora, pelo prazo de 15 (quinze) dias, a fim de que informe o atual endereço da parte requerida, ou ainda, requeira o que lhe aprouver.Com fundamento nos princípios processuais da economia, celeridade, eficiência e instrumentalidade das formas, cópia deste ato judicial assinado digitalmente servirá como ofício/mandado, nos termos dos artigos 136 a 138, do Código de Normas e Procedimentos do Foro Judicial.Cite-se. Intimem-se. Cumpra-se.Intimem-se. Cumpra-se.Goianira, data da assinatura eletrônica. ANDRÉ NACAGAMIJUIZ DE DIREITO(assinado digitalmente)

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Processo nº 5463295-77.2025.8.09.0026

ID: 300236777

Tribunal: TJGO Órgão: Campos Belos - 1ª Vara Cível Classe: PROCEDIMENTO COMUM CíVEL Nº Processo: 5463295-77.2025.8.09.0026

Data de Disponibilização: 17/06/2025

Polo Ativo:

AMANDA COSTA DE SOUZA

Polo Passivo:

Decisão

Advogados:

GUILHERME CORREIA EVARISTO

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ADONIAS PEREIRA BARROS JUNIOR

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TANIA CRISTINA XISTO TIMOTEO

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ESTADO DE GOIÁS - PODER JUDICIÁRIOCOMARCA DE CAMPOS BELOS1ª Vara Cível, de Família, Sucessões, Infância e Juventude e Juizado Especial CívelEmail: cartfamcbelos@tjgo.jus.brDECISÃOProcesso n.: 5463295… ESTADO DE GOIÁS - PODER JUDICIÁRIOCOMARCA DE CAMPOS BELOS1ª Vara Cível, de Família, Sucessões, Infância e Juventude e Juizado Especial CívelEmail: cartfamcbelos@tjgo.jus.brDECISÃOProcesso n.: 5463295-77.2025.8.09.0026Parte requerente: Amanda Costa de SouzaParte requerida: Crefisa S/A Crédito Financiamento e InvestimentosTrata-se de Ação de Obrigação de Fazer c/c Indenização por Danos Morais promovida por Amanda Costa de Souza em desfavor de Crefisa S/A Crédito Financiamento e Investimentos, partes devidamente qualificadas nos autos.Narra a inicial (evento n. 01), em síntese, que ao se dirigir a uma instituição financeira para adquirir serviços e produtos, seu crédito foi negado. Afirma que foi informada de que seu crédito fora desaprovado por existir restrições internas em seu nome. Ao consultar o extrato do SCR, constatou a inscrição de seu nome no campo de “vencido/em prejuízo”, em 01/2025, no valor de R$ 335,66, pelo banco réu. A autora alega nunca ter sido notificada dessa inscrição. Argumenta que a notificação prévia é condição essencial para a validade da inscrição e que a ausência dessa comunicação configura ato ilícito, ensejando indenização por danos morais. Requer a exclusão definitiva do registro negativo no SCR, a condenação da requerida ao pagamento de indenização por danos morais (não inferior a R$ 35.000,00), a inversão do ônus da prova e a condenação da ré ao pagamento das custas processuais e honorários advocatícios. Pede, ainda, a concessão de tutela de urgência para a exclusão imediata do registro desabonador do SCR, sob pena de multa diária de R$ 1.000,00 (mil reais), limitada a 30 dias.Formulou o pedido de concessão de gratuidade da justiça.O valor da causa adequa-se à legislação processual.A parte encontra-se devidamente representada, conforme instrumento de mandato que acompanha a inicial.Os autos vieram-me conclusos. É o relatório. DECIDO.RECEBO a petição inicial, pois atende aos artigos 319 e 320 do Código de Processo Civil.DEFIRO o pedido de gratuidade da justiça à parte requerente (CPC, artigo 98).Como cediço, a tutela de urgência objetiva resguardar o bem ou direito contra a ação do tempo e a consequente ineficácia da prestação jurisdicional, tanto assim que a medida é marcada pela provisoriedade e pela cláusula rebus sic stantibus, podendo ser revista a qualquer tempo sem perigo de irreversibilidade.Conforme disposto no artigo 300 do Código de Processo Civil, para a concessão da tutela de urgência, deve o autor comprovar a probabilidade do direito (fumus boni iuris) e o perigo de dano ou o risco ao resultado útil do processo (periculum in mora):Art. 300. A tutela de urgência será concedida quando houver elementos que evidenciem a probabilidade do direito e o perigo de dano ou o risco ao resultado útil do processo.§ 1º Para a concessão da tutela de urgência, o juiz pode, conforme o caso, exigir caução real ou fidejussória idônea para ressarcir os danos que a outra parte possa vir a sofrer, podendo a caução ser dispensada se a parte economicamente hipossuficiente não puder oferecê-la.§ 2º A tutela de urgência pode ser concedida liminarmente ou após justificação prévia.§ 3º A tutela de urgência de natureza antecipada não será concedida quando houver perigo de irreversibilidade dos efeitos da decisão.Nesse sentido, verifica-se que o legislador condicionou a antecipação da tutela à existência de evidências da probabilidade do direito, bem como do perigo de dano, com a observância de que tal medida não poderá ser concedida quando houver perigo de irreversibilidade dos efeitos da decisão.E, da leitura dos autos, constata-se que, em juízo de cognição sumária, próprio desta fase processual, a parte autora não logrou êxito em demonstrar os requisitos acima mencionados. Extrai-se do extrato apresentado que a parte autora ostenta outros apontamentos de dívidas vencidas perante outras instituições financeiras quando da primeira anotação, a exemplo do Banco Pan e, em janeiro de 2025 (data do último extrato), a DM Financeira S/A - Crédito, Financiamento e investimento, impossibilitando, inclusive, a averiguação da suposta negativa de crédito, uma vez que o extrato apresentado não está atualizado, contemplando tão somente até o mês de janeiro de 2025.A parte autora questiona a regularidade das inscrições efetuadas pela instituição financeira, ora ré, ante a ausência de notificação prévia.Tratando-se de produção de prova onerosa (chamada de prova diabólica por versar sobre fato negativo, vale dizer, de que não houve a notificação em debate), certo ser afirmado que há de ser verificada a necessidade de tal diligência e seus desdobramentos no caso concreto.O sistema de informações de crédito do Banco Central (SCR Sisbacen) se trata de ferramenta regulamentada pela Resolução n. 5.037/22 (antiga Resolução n. 4.571/17: art. 19, inc. I, da atual norma) do Conselho Monetário Nacional, cuja finalidade é a de coletar e compartilhar informações entre instituições financeiras, de modo a auxiliar o Banco Central em suas atividades de fiscalização e monitoramento do sistema financeiro.Dessa forma, as entidades elencadas no artigo 4º da aludida resolução têm o dever de informar as operações de crédito previstas nos artigos 3º, 5º e 6º, sob pena de incorrer nas sanções previstas no artigo 9º:Art. 2º O SCR é administrado pelo Banco Central do Brasil e tem por finalidades:I - prover informações ao Banco Central do Brasil, para fins de monitoramento do crédito no sistema financeiro e para o exercício de suas atividades de fiscalização; eII - propiciar o intercâmbio de informações entre instituições financeiras e entre demais entidades, conforme definido no art. 1º da Lei Complementar nº 105, de 10 de janeiro de 2001, sobre o montante de responsabilidades de clientes em operações de crédito.Art. 3º São consideradas operações de crédito, para efeitos desta Resolução:I - empréstimos e financiamentos;II - adiantamentos;III - operações de arrendamento mercantil;IV - prestação de aval, fiança, coobrigação ou qualquer outra modalidade de garantia pessoal do cumprimento de obrigação financeira de terceiros;V - compromissos de crédito não canceláveis incondicional e unilateralmente pela instituição concedente;VI - créditos contratados com recursos a liberar;VII - créditos baixados como prejuízo;VIII - créditos que tenham sido objeto de negociação com retenção substancial de riscos e de benefícios ou de controle;IX - operações com instrumentos de pagamento pós-pagos;X - operações de empréstimo e de financiamento entre pessoas por meio de plataforma eletrônica; eXI - outras operações ou contratos com características de crédito, que sejam assim reconhecidos pelo Banco Central do Brasil.Parágrafo único. As informações sobre as operações de que trata este artigo devem ser remetidas ao Banco Central do Brasil independentemente do adimplemento de tais operações.Art. 4º As seguintes entidades são consideradas instituições financeiras, para efeitos desta Resolução, e devem remeter ao Banco Central do Brasil informações relativas às operações de crédito:I - agências de fomento;II - associações de poupança e empréstimo;III - Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES);IV - bancos comerciais;V - bancos de câmbio;VI - bancos de desenvolvimento;VII - bancos de investimento;VIII - bancos múltiplos;IX - caixas econômicas;X - companhias hipotecárias;XI - cooperativas de crédito;XII - sociedades corretoras de títulos e valores mobiliários;XIII - sociedades de arrendamento mercantil;XIV - sociedades de crédito ao microempreendedor e à empresa de pequeno porte;XV - sociedades de crédito, financiamento e investimento;XVI - sociedades de crédito imobiliário;XVII - sociedades distribuidoras de títulos e valores mobiliários;XVIII - outras classes de instituições sujeitas à regulação do Banco Central do Brasil, autorizadas a realizar ou adquirir operações de crédito de que trata esta Resolução, nos termos da regulamentação editada pelo Banco Central do Brasil;XIX - outras classes de instituições autorizadas a realizar ou adquirir operações de crédito de que trata esta Resolução e sujeitas à regulação de órgão diverso do Banco Central do Brasil, observados os requisitos previstos nos §§ 2º e 3º;XX - sociedade de crédito direto; eXXI - sociedade de empréstimo entre pessoas.§ 1º O disposto neste artigo aplica-se também às instituições em liquidação extrajudicial, sob intervenção ou sob regime de administração especial temporária.§ 2º O recebimento das informações remetidas pelas instituições referidas no inciso XIX do caput fica condicionado à:I - previsão da remessa de informações ao SCR em convênio celebrado entre o Banco Central do Brasil e o órgão fiscalizador da entidade remetente; eII - edição, pelo órgão regulador da entidade remetente, de ato normativo que discipline a remessa de dados ao SCR.§ 3º O convênio mencionado no inciso I do § 2º deverá conter cláusulas que disciplinem as responsabilidades dos convenentes relativamente aos procedimentos que visam à qualidade da informação, bem como ao cumprimento, pelas entidades remetentes, das condições exigidas para acesso às informações constantes no SCR.§ 4º As instituições referidas no caput ficam submetidas ao disposto na Lei Complementar nº 105, de 2001.Art. 5º As instituições referidas no art. 4º devem remeter ao Banco Central do Brasil informações relativas às operações de crédito, conforme definido no art. 3º, inclusive de:I - outras entidades, não mencionadas no art. 4º, que tenham suas demonstrações contábeis consolidadas nos seus respectivos conglomerados prudenciais; eII - programas ou fundos públicos, inclusive os municipais, os estaduais e os constitucionais federais, não consolidados nos respectivos conglomerados prudenciais, nos quais as instituições referidas no caput ou as entidades referidas no inciso I desempenhem função de administrador, agente financeiro ou operador.§ 1º O disposto no inciso I do caput não se aplica aos créditos resultantes de vendas mercantis ou de prestação de serviços a prazo realizados pelas referidas entidades.§ 2º Para as entidades e programas ou fundos citados nos incisos I e II do caput, a remessa de que trata este artigo deve ser realizada pela instituição líder do conglomerado.Art. 6º As instituições referidas no art. 4º devem remeter ao Banco Central do Brasil as informações relativas a operações de crédito de que trata o art. 3º de suas dependências e subsidiárias localizadas no exterior, com a identificação das contrapartes, conforme regra definida pelo Banco Central do Brasil.§ 1º A identificação das contrapartes pode ser suprimida, conforme regra definida pelo Banco Central do Brasil, nos casos em que a legislação da jurisdição em que estiver localizada a dependência ou a subsidiária impeça o fornecimento dessa informação para as finalidades estabelecidas nesta Resolução, ressalvado o disposto no § 2º deste artigo.§ 2º A identificação das contrapartes não pode ser suprimida nas operações de crédito em que a contraparte da dependência ou subsidiária integre o mesmo conglomerado prudencial da instituição prestadora da informação.Art. 9º Para efeito do disposto no inciso II do art. 2º, o Banco Central do Brasil poderá tornar disponíveis às instituições referidas no art. 4º informações sobre operações de crédito de clientes, respeitadas as regras estabelecidas nesta Resolução e em regulamentação complementar editada pelo Banco Central do Brasil.§ 1º Em caso de atraso na remessa de informações relativas às suas respectivas operações de crédito, as instituições referidas no caput poderão ter seu acesso para consulta de dados do SCR restringido ou suspenso, conforme regras a serem estabelecidas pelo Banco Central do Brasil.§ 2º A disponibilização de informações às instituições referidas no inciso XIX do caput do art. 4º fica condicionada:I - ao cumprimento do disposto nos §§ 2º e 3º do art. 4º; eII - à obediência às regras desta Resolução e à regulamentação do Banco Central do Brasil.Vê-se que o envio das informações ao Banco Central não se trata de faculdade da instituição financeira, mas, sim, de uma obrigação desta. Ocorre que a instituição financeira deve cientificar o cliente de que os dados de suas operações serão registrados no SCR, competindo a ela a guarda do documento de comunicação para eventual prova da notificação, conforme dispõe o artigo 13 da referida resolução, verbis:Art. 13. As instituições originadoras das operações de crédito ou que tenham adquirido tais operações de entidades não integrantes do Sistema Financeiro Nacional devem comunicar previamente ao cliente que os dados de suas respectivas operações serão registrados no SCR.§ 1º na comunicação referida no caput devem constar as orientações e os esclarecimentos relacionados no art. 16.§2º a comunicação de que trata o caput deve ocorrer anteriormente à remessa das informações para o SCR.§ 3º as instituições referidas no caput devem manter a guarda da comunicação de que trata este artigo, em meio físico ou eletrônico que permita comprovar a sua autenticidade, por um período de cinco anos, contado da data de emissão do documento, sem prejuízo de outras disposições que fixem prazo maior para a sua guarda.Dessa forma, é responsabilidade exclusiva das instituições financeiras as inclusões, correções e exclusões dos registros constantes do SRC, assim como a prévia comunicação ao cliente da inscrição dos dados de suas operações no aludido sistema, conforme Resolução n. 5.037/22 do Banco Central do Brasil.Ademais, sendo o Sisbacen equivalente aos órgãos de proteção ao crédito, a ele aplica-se o teor da Súmula n. 359, STJ, segundo o qual determina que "cabe ao órgão mantenedor do cadastro de proteção ao crédito a notificação do devedor antes de proceder a inscrição".Assim, muito embora se reconheça que cabia à ré notificar previamente a devedora para a referida finalidade, cuja produção de tal prova, neste momento procedimental, alcançaria o patamar de prova diabólica, ante ao fato negativo ora apresentado, o fato é que a peculiaridade do caso concreto não permite a concessão da liminar pretendida, já que a parte autora ostenta outras anotações de dívidas vencidas sob a sua titularidade, inclusive dívida inscrita pela DM Financiamentos.Noutro giro, o extrato juntado está desatualizado, contemplando tão somente até o mês de janeiro de 2025m o que impossibilita a averiguação da suposta negativa de crédito, não demonstrando que a única restrição à qual se insurge está repercutindo negativamente em seu score perante as demais instituições financeiras, tampouco a suposta negativa e quando ocorreu, circunstâncias que afastam sua probabilidade do direito.Veja-se que a insurgência não versa sobre a existência da dívida, mas apenas e tão somente à ausência de notificação, estando certo que a relação jurídica entre as partes não possui vícios, cabendo ao autor(a) demonstrar o prejuízo sofrido quanto à repercussão da única inscrição em debate, como, por exemplo, negativa de concessão de crédito por outras instituições.Nesse sentido, a jurisprudência:AGRAVO INTERNO EM AGRAVO DE INSTRUMENTO. AÇÃO DE OBRIGAÇÃO DE FAZER CUMULADA COM INDENIZAÇÃO POR DANO MORAL. TUTELA PROVISÓRIA. Requisitos legais. Indeferimento. Reafirmação da decisão monocrática do relator. Indefere-se o pedido de tutela provisória liminar para a exclusão do nome do demandante do sistema de informação de crédito do Banco Central do Brasil - scr/sisbacen, diante da ausência de prova da probabilidade do direito e da urgência como requisitos legais ao deferimento da medida. Da documentação fornecida, especialmente do relatório de empréstimo e financiamento (scr) - resumido juntado, proveniente do Banco Central, denota-se que a parte tem diversas dívidas contraídas, de diversas naturezas, bem como que, atualmente, relativamente à cooperativa de crédito demandada, inexiste qualquer a apontamento indicativo de dívida em atraso, lançada como vencida ou prejuízo. Da mesma forma, inexiste qualquer elemento de prova que corrobore a alegação de que informações advindas do sistema scr/sisbacen estejam repercutindo negativamente no score do demandante junto à SERASA. Inexistem razões de fato e de direito que justifiquem o pedido de novo pronunciamento, sendo indispensável impugnar a decisão recorrida de forma específica e objetiva, o que se afigura ausente. Agravo interno desprovido. (TJRS; AI 5370463-90.2023.8.21.7000; Novo Hamburgo; Vigésima Câmara Cível; Rel. Des. Carlos Cini Marchionatti; Julg. 13/03/2024; DJERS 15/03/2024). (Negritei e grifei).AGRAVO DE INSTRUMENTO. AÇÃO DECLARATÓRIA C/C COMINATÓRIA E DE INDENIZAÇÃO POR DANOS MORAIS. RECURSO DO AUTOR. Indeferimento de tutela provisória na origem. Pretensão de imediata exclusão do registro de dívida no sistema de informações de créditos do Banco Central do Brasil. Scr. Alegada irregularidade na inscrição, diante da ausência prévia de notificação do consumidor. Não acolhimento. Falta dos requisitos para deferimento da liminar. Elementos insuficientes a demonstrarem a probabilidade do direito do autor. Ausência de perigo de dano. Reclamo arredado. Decisão interlocutória mantida. Honorários recursais. Descabimento. Inexistência de fixação da verba na origem. Recurso conhecido e desprovido. (TJSC; AI 5034807-78.2024.8.24.0000; Oitava Câmara de Direito Civil; Rel. Des. Gerson Cherem II; Julg. 27/08/2024). (Negritei e grifei).PROCESSUAL CIVIL. AÇÃO DECLARATÓRIA. PEDIDO DE LIMINAR. INDEFERIDO NA ORIGEM. NOME INSERIDO NO REGISTRATO. AUSÊNCIA DE COMPROVAÇÃO DO ALEGADO. RECURSO DESPROVIDO. I - Na origem, a parte autora, ora agravante, ingressou com ação declaratória alegando que, vem recebendo inúmeras ligações da parte agravada para que realize o pagamento de uma dívida prescrita. Segue narrando que, foi informado que para ter acesso ao teor da dívida deveria acessar o site do SCR. Após efetuar o cadastro inserindo suas informações pessoais no sistema se deparou com dívidas denominadas como: Vencido/ prejuízo. II - O magistrado a quo, proferiu decisão de indeferimento do pedido de tutela antecipada, por entender, em suma, que " somente o Relatório de Informações Detalhadas do SCR. Sistema de Informação de Crédito não é suficiente para a demonstração do fumus boni iuris. III - Em sede recursal, o agravante repisa os mesmos argumentos lançados na inicial, sem contudo, comprovar a existência de qualquer prejuízo. Com efeito, compulsando detidamente os autos, verifiquei que com base tão somente no Relatório de Informações Detalhadas do SCR, o agravado alega que houve impacto negativo e um dano irreparável, contudo, inexiste comprovação de que houve acesso aos dados por terceiros que tenha impedido concessão de crédito. lV - Percebo, pois, que não há, por ora, nas alegações trazidas no bojo recursal, provas verossímeis que possam lastrear legitimidade para a modificação daquela decisão. V - Agravo de Instrumento desprovido. (TJMA; ADecl 0813372-27.2023.8.10.0000; Terceira Câmara de Direito Privado; Rel. Des. José de Ribamar Castro; DJNMA 26/10/2023). (Negritei e grifei).Oportuno consignar, ainda, que nada impedirá a revisão segura da matéria após a triangularização processual, notadamente a análise do contraditório quanto à notificação prévia posta em debate.Pelo exposto, INDEFIRO a medida liminar em questão, ante a ausência de preenchimento dos requisitos necessários para tanto, conforme fundamentação.RECONHEÇO a hipossuficiência da parte autora perante a parte requerida, e, nos termos do artigo 6º, inciso VIII, do Código de Defesa do Consumidor, INVERTO o ônus da prova em seu favor.DEIXO de designar audiência de conciliação (CPC, artigo 139, VI, e Enunciado 35 da ENFAM), levando em conta que as especificidades do caso em tela indicam não se recomendar a designação da referida audiência, sobretudo porque em casos análogos em trâmite neste juízo, nas audiências de conciliação que foram realizadas, não se obteve acordo. Contudo, registre-se que nada impede que as partes entrem em acordo a qualquer tempo e submetam minuta para apreciação e homologação deste Juízo. Conforme previsto nos artigos 1º a 4º do Provimento Conjunto n. 009, a citação e a intimação devem ser realizadas de forma eletrônica sempre que a parte estiver devidamente cadastrada no sistema PROJUDI, e será preferencial em relação a qualquer outra modalidade, nos moldes do ordenado pela Lei n. 11.419/2006, seja por meio eletrônico típico (CPC, art. 246), seja por meio eletrônico atípico, esta, a ser realizada via aplicativos de mensagens instantâneas (ou de multiplataforma, tais como Whatsapp, Telegram e outros), redes sociais e correspondência eletrônica (e-mail), na forma do caput do artigo 8º da Resolução n. 354/2020 do CNJ.Logo, CITE-SE a parte requerida, preferencialmente por meio eletrônico, para, querendo, oferecer resposta no prazo de 15 (quinze) dias úteis (CPC, artigo 335, III), consignando que a ausência de contestação implicará revelia e presunção de veracidade das alegações de fato narradas na petição inicial (CPC, artigos 344 e 345).Sendo frutífera a citação e havendo contestação, caso ocorra alguma das hipóteses mencionadas nos artigos 350 e 351 do Código de Processo Civil, INTIME-SE a parte autora para, querendo, apresentar réplica à contestação, no prazo de 15 (quinze) dias, sob pena de preclusão.Em caso de ausência de confirmação, em até 03 (três) dias úteis, contados do recebimento da citação eletrônica, PROCEDA-SE à tentativa de citação e intimação da parte demandada, via carta com AR, atentando-se ao endereço indicado na peça de ingresso.Frustrada a tentativa de citação e intimação via carta/correio, desde logo, EXPEÇA-SE mandado e/ou carta precatória, conforme o caso.Caso infrutíferas as tentativas de citação e intimação da parte requerida, CERTIFIQUE-SE e ABRA-SE vista dos autos à parte autora, pelo prazo de 15 (quinze) dias, a fim de que informe o atual endereço da parte requerida, ou ainda, requeira o que lhe aprouver.Com fundamento nos princípios processuais da economia, celeridade, eficiência e instrumentalidade das formas, cópia deste ato judicial assinado digitalmente servirá como ofício/mandado, nos termos dos artigos 136 a 138, do Código de Normas e Procedimentos do Foro Judicial.Cite-se. Intimem-se. Cumpra-se.Campos Belos, data da assinatura eletrônica. ISABELA REBOUÇAS MAIAJUÍZA SUBSTITUTA(assinado digitalmente)

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Processo nº 5463379-78.2025.8.09.0026

ID: 300236786

Tribunal: TJGO Órgão: Campos Belos - 1ª Vara Cível Classe: PROCEDIMENTO COMUM CíVEL Nº Processo: 5463379-78.2025.8.09.0026

Data de Disponibilização: 17/06/2025

Polo Ativo:

AMANDA COSTA DE SOUZA

Polo Passivo:

Decisão

Advogados:

GUILHERME CORREIA EVARISTO

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ADONIAS PEREIRA BARROS JUNIOR

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TANIA CRISTINA XISTO TIMOTEO

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ESTADO DE GOIÁS - PODER JUDICIÁRIOCOMARCA DE CAMPOS BELOS1ª Vara Cível, de Família, Sucessões, Infância e Juventude e Juizado Especial CívelEmail: cartfamcbelos@tjgo.jus.brWhatsApp Escrivania: (62) 3… ESTADO DE GOIÁS - PODER JUDICIÁRIOCOMARCA DE CAMPOS BELOS1ª Vara Cível, de Família, Sucessões, Infância e Juventude e Juizado Especial CívelEmail: cartfamcbelos@tjgo.jus.brWhatsApp Escrivania: (62) 3611-0338DECISÃOProcesso n.: 5463379-78.2025.8.09.0026Parte requerente: Amanda Costa de SouzaParte requerida: Dm Financeira S/A - Crédito, Financiamento e InvestimentoTrata-se de Ação de Obrigação de Fazer c/c Indenização por Danos Morais promovida por Amanda Costa de Souza em desfavor de Dm Financeira S/A - Credito, Financiamento e Investimento, partes devidamente qualificadas nos autos.Narra a inicial (evento n. 01), em síntese, que ao se dirigir a uma instituição financeira para adquirir serviços e produtos, seu crédito foi negado. Afirma que foi informada de que seu crédito fora desaprovado por existir restrições internas em seu nome. Ao consultar o extrato do SCR, constatou a inscrição de seu nome no campo de “vencido/em prejuízo”, em 01/2025, no valor de R$ 2.053,93, pelo banco réu. A autora alega nunca ter sido notificada dessa inscrição. Argumenta que a notificação prévia é condição essencial para a validade da inscrição e que a ausência dessa comunicação configura ato ilícito, ensejando indenização por danos morais. Requer a exclusão definitiva do registro negativo no SCR, a condenação da requerida ao pagamento de indenização por danos morais (não inferior a R$ 35.000,00), a inversão do ônus da prova e a condenação da ré ao pagamento das custas processuais e honorários advocatícios. Pede, ainda, a concessão de tutela de urgência para a exclusão imediata do registro desabonador do SCR, sob pena de multa diária de R$ 1.000,00 (mil reais), limitada a 30 dias.Formulou o pedido de concessão de gratuidade da justiça.O valor da causa adequa-se à legislação processual.A parte encontra-se devidamente representada, conforme instrumento de mandato que acompanha a inicial.Os autos vieram-me conclusos. É o relatório. DECIDO. RECEBO a petição inicial, pois atende aos artigos 319 e 320 do Código de Processo Civil.DEFIRO o pedido de gratuidade da justiça à parte requerente (CPC, artigo 98).Como cediço, a tutela de urgência objetiva resguardar o bem ou direito contra a ação do tempo e a consequente ineficácia da prestação jurisdicional, tanto assim que a medida é marcada pela provisoriedade e pela cláusula rebus sic stantibus, podendo ser revista a qualquer tempo sem perigo de irreversibilidade.Conforme disposto no artigo 300 do Código de Processo Civil, para a concessão da tutela de urgência, deve o autor comprovar a probabilidade do direito (fumus boni iuris) e o perigo de dano ou o risco ao resultado útil do processo (periculum in mora):Art. 300. A tutela de urgência será concedida quando houver elementos que evidenciem a probabilidade do direito e o perigo de dano ou o risco ao resultado útil do processo.§ 1º Para a concessão da tutela de urgência, o juiz pode, conforme o caso, exigir caução real ou fidejussória idônea para ressarcir os danos que a outra parte possa vir a sofrer, podendo a caução ser dispensada se a parte economicamente hipossuficiente não puder oferecê-la.§ 2º A tutela de urgência pode ser concedida liminarmente ou após justificação prévia.§ 3º A tutela de urgência de natureza antecipada não será concedida quando houver perigo de irreversibilidade dos efeitos da decisão.Nesse sentido, verifica-se que o legislador condicionou a antecipação da tutela à existência de evidências da probabilidade do direito, bem como do perigo de dano, com a observância de que tal medida não poderá ser concedida quando houver perigo de irreversibilidade dos efeitos da decisão.E, da leitura dos autos, constata-se que, em juízo de cognição sumária, próprio desta fase processual, a parte autora não logrou êxito em demonstrar os requisitos acima mencionados. Extrai-se do extrato apresentado que a parte autora ostenta outros apontamentos de dívidas vencidas perante outras instituições financeiras quando da primeira anotação, a exemplo do Banco Pan e, em janeiro de 2025 (data do último extrato), a Crefisa, impossibilitando, inclusive, a averiguação da suposta negativa de crédito, uma vez que o extrato apresentado não está atualizado, contemplando tão somente até o mês de janeiro de 2025.A parte autora questiona a regularidade das inscrições efetuadas pela instituição financeira, ora ré, ante a ausência de notificação prévia.Tratando-se de produção de prova onerosa (chamada de prova diabólica por versar sobre fato negativo, vale dizer, de que não houve a notificação em debate), certo ser afirmado que há de ser verificada a necessidade de tal diligência e seus desdobramentos no caso concreto.O sistema de informações de crédito do Banco Central (SCR Sisbacen) se trata de ferramenta regulamentada pela Resolução n. 5.037/22 (antiga Resolução n. 4.571/17: art. 19, inc. I, da atual norma) do Conselho Monetário Nacional, cuja finalidade é a de coletar e compartilhar informações entre instituições financeiras, de modo a auxiliar o Banco Central em suas atividades de fiscalização e monitoramento do sistema financeiro.Dessa forma, as entidades elencadas no artigo 4º da aludida resolução têm o dever de informar as operações de crédito previstas nos artigos 3º, 5º e 6º, sob pena de incorrer nas sanções previstas no artigo 9º:Art. 2º O SCR é administrado pelo Banco Central do Brasil e tem por finalidades:I - prover informações ao Banco Central do Brasil, para fins de monitoramento do crédito no sistema financeiro e para o exercício de suas atividades de fiscalização; eII - propiciar o intercâmbio de informações entre instituições financeiras e entre demais entidades, conforme definido no art. 1º da Lei Complementar nº 105, de 10 de janeiro de 2001, sobre o montante de responsabilidades de clientes em operações de crédito.Art. 3º São consideradas operações de crédito, para efeitos desta Resolução:I - empréstimos e financiamentos;II - adiantamentos;III - operações de arrendamento mercantil;IV - prestação de aval, fiança, coobrigação ou qualquer outra modalidade de garantia pessoal do cumprimento de obrigação financeira de terceiros;V - compromissos de crédito não canceláveis incondicional e unilateralmente pela instituição concedente;VI - créditos contratados com recursos a liberar;VII - créditos baixados como prejuízo;VIII - créditos que tenham sido objeto de negociação com retenção substancial de riscos e de benefícios ou de controle;IX - operações com instrumentos de pagamento pós-pagos;X - operações de empréstimo e de financiamento entre pessoas por meio de plataforma eletrônica; eXI - outras operações ou contratos com características de crédito, que sejam assim reconhecidos pelo Banco Central do Brasil.Parágrafo único. As informações sobre as operações de que trata este artigo devem ser remetidas ao Banco Central do Brasil independentemente do adimplemento de tais operações.Art. 4º As seguintes entidades são consideradas instituições financeiras, para efeitos desta Resolução, e devem remeter ao Banco Central do Brasil informações relativas às operações de crédito:I - agências de fomento;II - associações de poupança e empréstimo;III - Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES);IV - bancos comerciais;V - bancos de câmbio;VI - bancos de desenvolvimento;VII - bancos de investimento;VIII - bancos múltiplos;IX - caixas econômicas;X - companhias hipotecárias;XI - cooperativas de crédito;XII - sociedades corretoras de títulos e valores mobiliários;XIII - sociedades de arrendamento mercantil;XIV - sociedades de crédito ao microempreendedor e à empresa de pequeno porte;XV - sociedades de crédito, financiamento e investimento;XVI - sociedades de crédito imobiliário;XVII - sociedades distribuidoras de títulos e valores mobiliários;XVIII - outras classes de instituições sujeitas à regulação do Banco Central do Brasil, autorizadas a realizar ou adquirir operações de crédito de que trata esta Resolução, nos termos da regulamentação editada pelo Banco Central do Brasil;XIX - outras classes de instituições autorizadas a realizar ou adquirir operações de crédito de que trata esta Resolução e sujeitas à regulação de órgão diverso do Banco Central do Brasil, observados os requisitos previstos nos §§ 2º e 3º;XX - sociedade de crédito direto; eXXI - sociedade de empréstimo entre pessoas.§ 1º O disposto neste artigo aplica-se também às instituições em liquidação extrajudicial, sob intervenção ou sob regime de administração especial temporária.§ 2º O recebimento das informações remetidas pelas instituições referidas no inciso XIX do caput fica condicionado à:I - previsão da remessa de informações ao SCR em convênio celebrado entre o Banco Central do Brasil e o órgão fiscalizador da entidade remetente; eII - edição, pelo órgão regulador da entidade remetente, de ato normativo que discipline a remessa de dados ao SCR.§ 3º O convênio mencionado no inciso I do § 2º deverá conter cláusulas que disciplinem as responsabilidades dos convenentes relativamente aos procedimentos que visam à qualidade da informação, bem como ao cumprimento, pelas entidades remetentes, das condições exigidas para acesso às informações constantes no SCR.§ 4º As instituições referidas no caput ficam submetidas ao disposto na Lei Complementar nº 105, de 2001.Art. 5º As instituições referidas no art. 4º devem remeter ao Banco Central do Brasil informações relativas às operações de crédito, conforme definido no art. 3º, inclusive de:I - outras entidades, não mencionadas no art. 4º, que tenham suas demonstrações contábeis consolidadas nos seus respectivos conglomerados prudenciais; eII - programas ou fundos públicos, inclusive os municipais, os estaduais e os constitucionais federais, não consolidados nos respectivos conglomerados prudenciais, nos quais as instituições referidas no caput ou as entidades referidas no inciso I desempenhem função de administrador, agente financeiro ou operador.§ 1º O disposto no inciso I do caput não se aplica aos créditos resultantes de vendas mercantis ou de prestação de serviços a prazo realizados pelas referidas entidades.§ 2º Para as entidades e programas ou fundos citados nos incisos I e II do caput, a remessa de que trata este artigo deve ser realizada pela instituição líder do conglomerado.Art. 6º As instituições referidas no art. 4º devem remeter ao Banco Central do Brasil as informações relativas a operações de crédito de que trata o art. 3º de suas dependências e subsidiárias localizadas no exterior, com a identificação das contrapartes, conforme regra definida pelo Banco Central do Brasil.§ 1º A identificação das contrapartes pode ser suprimida, conforme regra definida pelo Banco Central do Brasil, nos casos em que a legislação da jurisdição em que estiver localizada a dependência ou a subsidiária impeça o fornecimento dessa informação para as finalidades estabelecidas nesta Resolução, ressalvado o disposto no § 2º deste artigo.§ 2º A identificação das contrapartes não pode ser suprimida nas operações de crédito em que a contraparte da dependência ou subsidiária integre o mesmo conglomerado prudencial da instituição prestadora da informação.Art. 9º Para efeito do disposto no inciso II do art. 2º, o Banco Central do Brasil poderá tornar disponíveis às instituições referidas no art. 4º informações sobre operações de crédito de clientes, respeitadas as regras estabelecidas nesta Resolução e em regulamentação complementar editada pelo Banco Central do Brasil.§ 1º Em caso de atraso na remessa de informações relativas às suas respectivas operações de crédito, as instituições referidas no caput poderão ter seu acesso para consulta de dados do SCR restringido ou suspenso, conforme regras a serem estabelecidas pelo Banco Central do Brasil.§ 2º A disponibilização de informações às instituições referidas no inciso XIX do caput do art. 4º fica condicionada:I - ao cumprimento do disposto nos §§ 2º e 3º do art. 4º; eII - à obediência às regras desta Resolução e à regulamentação do Banco Central do Brasil.Vê-se que o envio das informações ao Banco Central não se trata de faculdade da instituição financeira, mas, sim, de uma obrigação desta. Ocorre que a instituição financeira deve cientificar o cliente de que os dados de suas operações serão registrados no SCR, competindo a ela a guarda do documento de comunicação para eventual prova da notificação, conforme dispõe o artigo 13 da referida resolução, verbis:Art. 13. As instituições originadoras das operações de crédito ou que tenham adquirido tais operações de entidades não integrantes do Sistema Financeiro Nacional devem comunicar previamente ao cliente que os dados de suas respectivas operações serão registrados no SCR.§ 1º na comunicação referida no caput devem constar as orientações e os esclarecimentos relacionados no art. 16.§2º a comunicação de que trata o caput deve ocorrer anteriormente à remessa das informações para o SCR.§ 3º as instituições referidas no caput devem manter a guarda da comunicação de que trata este artigo, em meio físico ou eletrônico que permita comprovar a sua autenticidade, por um período de cinco anos, contado da data de emissão do documento, sem prejuízo de outras disposições que fixem prazo maior para a sua guarda.Dessa forma, é responsabilidade exclusiva das instituições financeiras as inclusões, correções e exclusões dos registros constantes do SRC, assim como a prévia comunicação ao cliente da inscrição dos dados de suas operações no aludido sistema, conforme Resolução n. 5.037/22 do Banco Central do Brasil.Ademais, sendo o Sisbacen equivalente aos órgãos de proteção ao crédito, a ele aplica-se o teor da Súmula n. 359, STJ, segundo o qual determina que "cabe ao órgão mantenedor do cadastro de proteção ao crédito a notificação do devedor antes de proceder a inscrição".Assim, muito embora se reconheça que cabia à ré notificar previamente a devedora para a referida finalidade, cuja produção de tal prova, neste momento procedimental, alcançaria o patamar de prova diabólica, ante ao fato negativo ora apresentado, o fato é que a peculiaridade do caso concreto não permite a concessão da liminar pretendida, já que a parte autora ostenta outras anotações de dívidas vencidas sob a sua titularidade, inclusive dívida inscrita pela Crefisa.Noutro giro, o extrato juntado está desatualizado, contemplando tão somente até o mês de janeiro de 2025m o que impossibilita a averiguação da suposta negativa de crédito, não demonstrando que a única restrição à qual se insurge está repercutindo negativamente em seu score perante as demais instituições financeiras, tampouco a suposta negativa e quando ocorreu, circunstâncias que afastam sua probabilidade do direito.Veja-se que a insurgência não versa sobre a existência da dívida, mas apenas e tão somente à ausência de notificação, estando certo que a relação jurídica entre as partes não possui vícios, cabendo ao autor(a) demonstrar o prejuízo sofrido quanto à repercussão da única inscrição em debate, como, por exemplo, negativa de concessão de crédito por outras instituições.Nesse sentido, a jurisprudência:AGRAVO INTERNO EM AGRAVO DE INSTRUMENTO. AÇÃO DE OBRIGAÇÃO DE FAZER CUMULADA COM INDENIZAÇÃO POR DANO MORAL. TUTELA PROVISÓRIA. Requisitos legais. Indeferimento. Reafirmação da decisão monocrática do relator. Indefere-se o pedido de tutela provisória liminar para a exclusão do nome do demandante do sistema de informação de crédito do Banco Central do Brasil - scr/sisbacen, diante da ausência de prova da probabilidade do direito e da urgência como requisitos legais ao deferimento da medida. Da documentação fornecida, especialmente do relatório de empréstimo e financiamento (scr) - resumido juntado, proveniente do Banco Central, denota-se que a parte tem diversas dívidas contraídas, de diversas naturezas, bem como que, atualmente, relativamente à cooperativa de crédito demandada, inexiste qualquer a apontamento indicativo de dívida em atraso, lançada como vencida ou prejuízo. Da mesma forma, inexiste qualquer elemento de prova que corrobore a alegação de que informações advindas do sistema scr/sisbacen estejam repercutindo negativamente no score do demandante junto à SERASA. Inexistem razões de fato e de direito que justifiquem o pedido de novo pronunciamento, sendo indispensável impugnar a decisão recorrida de forma específica e objetiva, o que se afigura ausente. Agravo interno desprovido. (TJRS; AI 5370463-90.2023.8.21.7000; Novo Hamburgo; Vigésima Câmara Cível; Rel. Des. Carlos Cini Marchionatti; Julg. 13/03/2024; DJERS 15/03/2024). (Negritei e grifei).AGRAVO DE INSTRUMENTO. AÇÃO DECLARATÓRIA C/C COMINATÓRIA E DE INDENIZAÇÃO POR DANOS MORAIS. RECURSO DO AUTOR. Indeferimento de tutela provisória na origem. Pretensão de imediata exclusão do registro de dívida no sistema de informações de créditos do Banco Central do Brasil. Scr. Alegada irregularidade na inscrição, diante da ausência prévia de notificação do consumidor. Não acolhimento. Falta dos requisitos para deferimento da liminar. Elementos insuficientes a demonstrarem a probabilidade do direito do autor. Ausência de perigo de dano. Reclamo arredado. Decisão interlocutória mantida. Honorários recursais. Descabimento. Inexistência de fixação da verba na origem. Recurso conhecido e desprovido. (TJSC; AI 5034807-78.2024.8.24.0000; Oitava Câmara de Direito Civil; Rel. Des. Gerson Cherem II; Julg. 27/08/2024). (Negritei e grifei).PROCESSUAL CIVIL. AÇÃO DECLARATÓRIA. PEDIDO DE LIMINAR. INDEFERIDO NA ORIGEM. NOME INSERIDO NO REGISTRATO. AUSÊNCIA DE COMPROVAÇÃO DO ALEGADO. RECURSO DESPROVIDO. I - Na origem, a parte autora, ora agravante, ingressou com ação declaratória alegando que, vem recebendo inúmeras ligações da parte agravada para que realize o pagamento de uma dívida prescrita. Segue narrando que, foi informado que para ter acesso ao teor da dívida deveria acessar o site do SCR. Após efetuar o cadastro inserindo suas informações pessoais no sistema se deparou com dívidas denominadas como: Vencido/ prejuízo. II - O magistrado a quo, proferiu decisão de indeferimento do pedido de tutela antecipada, por entender, em suma, que " somente o Relatório de Informações Detalhadas do SCR. Sistema de Informação de Crédito não é suficiente para a demonstração do fumus boni iuris. III - Em sede recursal, o agravante repisa os mesmos argumentos lançados na inicial, sem contudo, comprovar a existência de qualquer prejuízo. Com efeito, compulsando detidamente os autos, verifiquei que com base tão somente no Relatório de Informações Detalhadas do SCR, o agravado alega que houve impacto negativo e um dano irreparável, contudo, inexiste comprovação de que houve acesso aos dados por terceiros que tenha impedido concessão de crédito. lV - Percebo, pois, que não há, por ora, nas alegações trazidas no bojo recursal, provas verossímeis que possam lastrear legitimidade para a modificação daquela decisão. V - Agravo de Instrumento desprovido. (TJMA; ADecl 0813372-27.2023.8.10.0000; Terceira Câmara de Direito Privado; Rel. Des. José de Ribamar Castro; DJNMA 26/10/2023). (Negritei e grifei).Oportuno consignar, ainda, que nada impedirá a revisão segura da matéria após a triangularização processual, notadamente a análise do contraditório quanto à notificação prévia posta em debate.Pelo exposto, INDEFIRO a medida liminar em questão, ante a ausência de preenchimento dos requisitos necessários para tanto, conforme fundamentação.RECONHEÇO a hipossuficiência da parte autora perante a parte requerida, e, nos termos do artigo 6º, inciso VIII, do Código de Defesa do Consumidor, INVERTO o ônus da prova em seu favor.DEIXO de designar audiência de conciliação (CPC, artigo 139, VI, e Enunciado 35 da ENFAM), levando em conta que as especificidades do caso em tela indicam não se recomendar a designação da referida audiência, sobretudo porque em casos análogos em trâmite neste juízo, nas audiências de conciliação que foram realizadas, não se obteve acordo. Contudo, registre-se que nada impede que as partes entrem em acordo a qualquer tempo e submetam minuta para apreciação e homologação deste Juízo. Conforme previsto nos artigos 1º a 4º do Provimento Conjunto n. 009, a citação e a intimação devem ser realizadas de forma eletrônica sempre que a parte estiver devidamente cadastrada no sistema PROJUDI, e será preferencial em relação a qualquer outra modalidade, nos moldes do ordenado pela Lei n. 11.419/2006, seja por meio eletrônico típico (CPC, art. 246), seja por meio eletrônico atípico, esta, a ser realizada via aplicativos de mensagens instantâneas (ou de multiplataforma, tais como Whatsapp, Telegram e outros), redes sociais e correspondência eletrônica (e-mail), na forma do caput do artigo 8º da Resolução n. 354/2020 do CNJ.Logo, CITE-SE a parte requerida, preferencialmente por meio eletrônico, para, querendo, oferecer resposta no prazo de 15 (quinze) dias úteis (CPC, artigo 335, III), consignando que a ausência de contestação implicará revelia e presunção de veracidade das alegações de fato narradas na petição inicial (CPC, artigos 344 e 345).Sendo frutífera a citação e havendo contestação, caso ocorra alguma das hipóteses mencionadas nos artigos 350 e 351 do Código de Processo Civil, INTIME-SE a parte autora para, querendo, apresentar réplica à contestação, no prazo de 15 (quinze) dias, sob pena de preclusão.Em caso de ausência de confirmação, em até 03 (três) dias úteis, contados do recebimento da citação eletrônica, PROCEDA-SE à tentativa de citação e intimação da parte demandada, via carta com AR, atentando-se ao endereço indicado na peça de ingresso.Frustrada a tentativa de citação e intimação via carta/correio, desde logo, EXPEÇA-SE mandado e/ou carta precatória, conforme o caso.Caso infrutíferas as tentativas de citação e intimação da parte requerida, CERTIFIQUE-SE e ABRA-SE vista dos autos à parte autora, pelo prazo de 15 (quinze) dias, a fim de que informe o atual endereço da parte requerida, ou ainda, requeira o que lhe aprouver.Com fundamento nos princípios processuais da economia, celeridade, eficiência e instrumentalidade das formas, cópia deste ato judicial assinado digitalmente servirá como ofício/mandado, nos termos dos artigos 136 a 138, do Código de Normas e Procedimentos do Foro Judicial.Cite-se. Intimem-se. Cumpra-se.Intimem-se. Cumpra-se.Campos Belos, data da assinatura eletrônica. ISABELA REBOUÇAS MAIAJUÍZA SUBSTITUTA(assinado digitalmente)

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Processo nº 5492990-59.2025.8.09.0064

ID: 309189982

Tribunal: TJGO Órgão: Goianira - Vara Cível Classe: PROCEDIMENTO COMUM CíVEL Nº Processo: 5492990-59.2025.8.09.0064

Data de Disponibilização: 27/06/2025

Polo Ativo:

GLEIBIANE LIMA VIEIRA

Polo Passivo:

Decisão

Advogados:

JOÃO BOSCO SILVA JÚNIOR

OAB/GO XXXXXX Desbloquear

ESTADO DE GOIÁS - PODER JUDICIÁRIOCOMARCA DE GOIANIRAVara CívelE-mail: cartcivelgoianira@tjgo.jus.brWhatsApp Escrivania: (62) 3611-2703WhatsApp Dr. André Nacagami: (61) 9447-9102 DECISÃOProcesso n. … ESTADO DE GOIÁS - PODER JUDICIÁRIOCOMARCA DE GOIANIRAVara CívelE-mail: cartcivelgoianira@tjgo.jus.brWhatsApp Escrivania: (62) 3611-2703WhatsApp Dr. André Nacagami: (61) 9447-9102 DECISÃOProcesso n. 5492990-59.2025.8.09.0064Parte requerente: Gleibiane Lima VieiraParte requerida: Neon Pagamentos S/A Instituição de Pagamento, Banco Santander S/A e Itaú Unibanco S/ATrata-se de Ação de Cancelamento de Inscrição em Cadastro de Restrição de Crédito c/c Reparação de Danos Morias com Pedido de Tutela Antecipada promovida por Gleibiane Lima Vieira em desfavor de Neon Pagamentos S/A Instituição de Pagamento, Banco Santander S/A e Itaú Unibanco S/A, partes devidamente qualificadas nos autos.Pontua a parte autora que a empresa ré lançou restrições em seu nome no BANCO CENTRAL (SCR) com o status "vencida e/ou em prejuízo", contudo, relata que não foi notificada do apontamento. Portanto, assevera que as anotações contidas no SISBACEN possuem publicidade e validade perante o mercado financeiro, rotulando o consumidor como mau pagador. Pugnou, por tais razões, pela concessão de tutela provisória de urgência, para exclusão de seu nome do Sistema de Informação de Crédito – SCR, sob pena de aplicação de multa diária, diante da inexistência de notificação válida. No mérito, a confirmação da tutela de urgência, com a condenação da parte requerida ao pagamento de indenização pelos danos morais sofridos, estes, a serem fixados em R$ 10.000,00 (dez mil reais) a cada requerido, além das custas e honorários advocatícios (evento n. 01).Formulou pedido de concessão das benesses da gratuidade da justiça.O valor da causa adequa-se à legislação processual.A parte encontra-se devidamente representada, conforme instrumento de mandato que acompanha a inicial.Os autos vieram-me conclusos. É o relatório. DECIDO. RECEBO a petição inicial, pois atende aos artigos 319 e 320 do Código de Processo Civil.DEFIRO o pedido de gratuidade da justiça à parte requerente (CPC, artigo 98).Como cediço, a tutela de urgência objetiva resguardar o bem ou direito contra a ação do tempo e a consequente ineficácia da prestação jurisdicional, tanto assim que a medida é marcada pela provisoriedade e pela cláusula rebus sic stantibus, podendo ser revista a qualquer tempo sem perigo de irreversibilidade.Conforme disposto no artigo 300 do Código de Processo Civil, para a concessão da tutela de urgência, deve o autor comprovar a probabilidade do direito (fumus boni iuris) e o perigo de dano ou o risco ao resultado útil do processo (periculum in mora):Art. 300. A tutela de urgência será concedida quando houver elementos que evidenciem a probabilidade do direito e o perigo de dano ou o risco ao resultado útil do processo.§ 1º Para a concessão da tutela de urgência, o juiz pode, conforme o caso, exigir caução real ou fidejussória idônea para ressarcir os danos que a outra parte possa vir a sofrer, podendo a caução ser dispensada se a parte economicamente hipossuficiente não puder oferecê-la.§ 2º A tutela de urgência pode ser concedida liminarmente ou após justificação prévia.§ 3º A tutela de urgência de natureza antecipada não será concedida quando houver perigo de irreversibilidade dos efeitos da decisão.Nesse sentido, verifica-se que o legislador condicionou a antecipação da tutela à existência de evidências da probabilidade do direito, bem como do perigo de dano, com a observância de que tal medida não poderá ser concedida quando houver perigo de irreversibilidade dos efeitos da decisão.E, da leitura dos autos, constata-se que, em cognição sumária, própria desta fase processual, a parte autora não logrou êxito em demonstrar os requisitos acima mencionados.Por certo, extrai-se do documento anexado no evento n. 01 que a parte autora ostenta diversos apontamentos de dívidas vencidas perante diversas instituições financeiras. Neste ponto, a parte demandante questiona a regularidade das inscrições efetuadas pela instituição financeira, ora ré, ante a ausência de notificação prévia.Tratando-se de produção de prova onerosa (chamada de prova diabólica por versar sobre fato negativo, vale dizer, de que não houve a notificação em debate), é certo afirmar que há de ser verificada a necessidade de tal diligência e seus desdobramentos no caso concreto.O sistema de informações de crédito do Banco Central (SCR Sisbacen) se trata de ferramenta regulamentada pela Resolução n. 5.037/22 (antiga Resolução n. 4.571/17: art. 19, inc. I, da atual norma) do Conselho Monetário Nacional, cuja finalidade é a de coletar e compartilhar informações entre instituições financeiras, de modo a auxiliar o Banco Central em suas atividades de fiscalização e monitoramento do sistema financeiro.Dessa forma, as entidades elencadas no artigo 4º da aludida resolução têm o dever de informar as operações de crédito previstas nos artigos 3º, 5º e 6º, sob pena de incorrer nas sanções previstas no artigo 9º:Art. 2º O SCR é administrado pelo Banco Central do Brasil e tem por finalidades:I - prover informações ao Banco Central do Brasil, para fins de monitoramento do crédito no sistema financeiro e para o exercício de suas atividades de fiscalização; eII - propiciar o intercâmbio de informações entre instituições financeiras e entre demais entidades, conforme definido no art. 1º da Lei Complementar nº 105, de 10 de janeiro de 2001, sobre o montante de responsabilidades de clientes em operações de crédito.Art. 3º São consideradas operações de crédito, para efeitos desta Resolução:I - empréstimos e financiamentos;II - adiantamentos;III - operações de arrendamento mercantil;IV - prestação de aval, fiança, coobrigação ou qualquer outra modalidade de garantia pessoal do cumprimento de obrigação financeira de terceiros;V - compromissos de crédito não canceláveis incondicional e unilateralmente pela instituição concedente;VI - créditos contratados com recursos a liberar;VII - créditos baixados como prejuízo;VIII - créditos que tenham sido objeto de negociação com retenção substancial de riscos e de benefícios ou de controle;IX - operações com instrumentos de pagamento pós-pagos;X - operações de empréstimo e de financiamento entre pessoas por meio de plataforma eletrônica; eXI - outras operações ou contratos com características de crédito, que sejam assim reconhecidos pelo Banco Central do Brasil.Parágrafo único. As informações sobre as operações de que trata este artigo devem ser remetidas ao Banco Central do Brasil independentemente do adimplemento de tais operações.Art. 4º As seguintes entidades são consideradas instituições financeiras, para efeitos desta Resolução, e devem remeter ao Banco Central do Brasil informações relativas às operações de crédito:I - agências de fomento;II - associações de poupança e empréstimo;III - Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES);IV - bancos comerciais;V - bancos de câmbio;VI - bancos de desenvolvimento;VII - bancos de investimento;VIII - bancos múltiplos;IX - caixas econômicas;X - companhias hipotecárias;XI - cooperativas de crédito;XII - sociedades corretoras de títulos e valores mobiliários;XIII - sociedades de arrendamento mercantil;XIV - sociedades de crédito ao microempreendedor e à empresa de pequeno porte;XV - sociedades de crédito, financiamento e investimento;XVI - sociedades de crédito imobiliário;XVII - sociedades distribuidoras de títulos e valores mobiliários;XVIII - outras classes de instituições sujeitas à regulação do Banco Central do Brasil, autorizadas a realizar ou adquirir operações de crédito de que trata esta Resolução, nos termos da regulamentação editada pelo Banco Central do Brasil;XIX - outras classes de instituições autorizadas a realizar ou adquirir operações de crédito de que trata esta Resolução e sujeitas à regulação de órgão diverso do Banco Central do Brasil, observados os requisitos previstos nos §§ 2º e 3º;XX - sociedade de crédito direto; eXXI - sociedade de empréstimo entre pessoas.§ 1º O disposto neste artigo aplica-se também às instituições em liquidação extrajudicial, sob intervenção ou sob regime de administração especial temporária.§ 2º O recebimento das informações remetidas pelas instituições referidas no inciso XIX do caput fica condicionado à:I - previsão da remessa de informações ao SCR em convênio celebrado entre o Banco Central do Brasil e o órgão fiscalizador da entidade remetente; eII - edição, pelo órgão regulador da entidade remetente, de ato normativo que discipline a remessa de dados ao SCR.§ 3º O convênio mencionado no inciso I do § 2º deverá conter cláusulas que disciplinem as responsabilidades dos convenentes relativamente aos procedimentos que visam à qualidade da informação, bem como ao cumprimento, pelas entidades remetentes, das condições exigidas para acesso às informações constantes no SCR.§ 4º As instituições referidas no caput ficam submetidas ao disposto na Lei Complementar nº 105, de 2001.Art. 5º As instituições referidas no art. 4º devem remeter ao Banco Central do Brasil informações relativas às operações de crédito, conforme definido no art. 3º, inclusive de:I - outras entidades, não mencionadas no art. 4º, que tenham suas demonstrações contábeis consolidadas nos seus respectivos conglomerados prudenciais; eII - programas ou fundos públicos, inclusive os municipais, os estaduais e os constitucionais federais, não consolidados nos respectivos conglomerados prudenciais, nos quais as instituições referidas no caput ou as entidades referidas no inciso I desempenhem função de administrador, agente financeiro ou operador.§ 1º O disposto no inciso I do caput não se aplica aos créditos resultantes de vendas mercantis ou de prestação de serviços a prazo realizados pelas referidas entidades.§ 2º Para as entidades e programas ou fundos citados nos incisos I e II do caput, a remessa de que trata este artigo deve ser realizada pela instituição líder do conglomerado.Art. 6º As instituições referidas no art. 4º devem remeter ao Banco Central do Brasil as informações relativas a operações de crédito de que trata o art. 3º de suas dependências e subsidiárias localizadas no exterior, com a identificação das contrapartes, conforme regra definida pelo Banco Central do Brasil.§ 1º A identificação das contrapartes pode ser suprimida, conforme regra definida pelo Banco Central do Brasil, nos casos em que a legislação da jurisdição em que estiver localizada a dependência ou a subsidiária impeça o fornecimento dessa informação para as finalidades estabelecidas nesta Resolução, ressalvado o disposto no § 2º deste artigo.§ 2º A identificação das contrapartes não pode ser suprimida nas operações de crédito em que a contraparte da dependência ou subsidiária integre o mesmo conglomerado prudencial da instituição prestadora da informação.Art. 9º Para efeito do disposto no inciso II do art. 2º, o Banco Central do Brasil poderá tornar disponíveis às instituições referidas no art. 4º informações sobre operações de crédito de clientes, respeitadas as regras estabelecidas nesta Resolução e em regulamentação complementar editada pelo Banco Central do Brasil.§ 1º Em caso de atraso na remessa de informações relativas às suas respectivas operações de crédito, as instituições referidas no caput poderão ter seu acesso para consulta de dados do SCR restringido ou suspenso, conforme regras a serem estabelecidas pelo Banco Central do Brasil.§ 2º A disponibilização de informações às instituições referidas no inciso XIX do caput do art. 4º fica condicionada:I - ao cumprimento do disposto nos §§ 2º e 3º do art. 4º; eII - à obediência às regras desta Resolução e à regulamentação do Banco Central do Brasil.Vê-se que o envio das informações ao Banco Central não se trata de faculdade da instituição financeira, mas, sim, de uma obrigação desta. Ocorre que a instituição financeira deve cientificar o cliente de que os dados de suas operações serão registrados no SCR, competindo a ela a guarda do documento de comunicação para eventual prova da notificação, conforme dispõe o artigo 13 da referida resolução, verbis:art. 13. As instituições originadoras das operações de crédito ou que tenham adquirido tais operações de entidades não integrantes do Sistema Financeiro Nacional devem comunicar previamente ao cliente que os dados de suas respectivas operações serão registrados no SCR.§ 1º na comunicação referida no caput devem constar as orientações e os esclarecimentos relacionados no art. 16.§2º a comunicação de que trata o caput deve ocorrer anteriormente à remessa das informações para o SCR.§ 3º as instituições referidas no caput devem manter a guarda da comunicação de que trata este artigo, em meio físico ou eletrônico que permita comprovar a sua autenticidade, por um período de cinco anos, contado da data de emissão do documento, sem prejuízo de outras disposições que fixem prazo maior para a sua guarda.Dessa forma, é responsabilidade exclusiva das instituições financeiras as inclusões, correções e exclusões dos registros constantes do SRC, assim como a prévia comunicação ao cliente da inscrição dos dados de suas operações no aludido sistema, conforme Resolução n. 5.037/22 do Banco Central do Brasil.Ademais, sendo o Sisbacen equivalente aos órgãos de proteção ao crédito, a ele se aplica o teor da Súmula n. 359, STJ, segundo a qual: "cabe ao órgão mantenedor do cadastro de proteção ao crédito a notificação do devedor antes de proceder a inscrição".Assim, muito embora se reconheça que cabia à ré notificar previamente o(a) devedor(a) para a referida finalidade, cuja produção de tal prova, neste momento procedimental, alcançaria o patamar de prova diabólica, ante ao fato negativo ora apresentado, o fato é que a peculiaridade do caso concreto não permite a concessão da liminar pretendida, já que a parte autora ostenta diversas anotações de dívidas vencidas sob a sua titularidade, não demonstrando que a única restrição à qual se insurge está repercutindo negativamente em seu score perante as demais instituições financeiras, circunstância que afasta sua probabilidade do direito.Veja-se que a insurgência não versa sobre a existência da dívida, mas apenas e tão somente à ausência de notificação, estando certo que a relação jurídica entre as partes não possui vícios, cabendo ao autor(a) demonstrar o prejuízo sofrido quanto à repercussão da única inscrição em debate, como, por exemplo, negativa de concessão de crédito por outras instituições.Não bastasse isso, a inscrição supostamente irregular ocorreu no ano de 2020, vale dizer, há mais de dois anos, de modo a afastar o requisito do perigo de dano.Nesse sentido, a jurisprudência:AGRAVO INTERNO EM AGRAVO DE INSTRUMENTO. AÇÃO DE OBRIGAÇÃO DE FAZER CUMULADA COM INDENIZAÇÃO POR DANO MORAL. TUTELA PROVISÓRIA. Requisitos legais. Indeferimento. Reafirmação da decisão monocrática do relator. Indefere-se o pedido de tutela provisória liminar para a exclusão do nome do demandante do sistema de informação de crédito do Banco Central do Brasil - scr/sisbacen, diante da ausência de prova da probabilidade do direito e da urgência como requisitos legais ao deferimento da medida. Da documentação fornecida, especialmente do relatório de empréstimo e financiamento (scr) - resumido juntado, proveniente do Banco Central, denota-se que a parte tem diversas dívidas contraídas, de diversas naturezas, bem como que, atualmente, relativamente à cooperativa de crédito demandada, inexiste qualquer a apontamento indicativo de dívida em atraso, lançada como vencida ou prejuízo. Da mesma forma, inexiste qualquer elemento de prova que corrobore a alegação de que informações advindas do sistema scr/sisbacen estejam repercutindo negativamente no score do demandante junto à SERASA. Inexistem razões de fato e de direito que justifiquem o pedido de novo pronunciamento, sendo indispensável impugnar a decisão recorrida de forma específica e objetiva, o que se afigura ausente. Agravo interno desprovido. (TJRS; AI 5370463-90.2023.8.21.7000; Novo Hamburgo; Vigésima Câmara Cível; Rel. Des. Carlos Cini Marchionatti; Julg. 13/03/2024; DJERS 15/03/2024). (Negritei e grifei).AGRAVO DE INSTRUMENTO. AÇÃO DECLARATÓRIA C/C COMINATÓRIA E DE INDENIZAÇÃO POR DANOS MORAIS. RECURSO DO AUTOR. Indeferimento de tutela provisória na origem. Pretensão de imediata exclusão do registro de dívida no sistema de informações de créditos do Banco Central do Brasil. Scr. Alegada irregularidade na inscrição, diante da ausência prévia de notificação do consumidor. Não acolhimento. Falta dos requisitos para deferimento da liminar. Elementos insuficientes a demonstrarem a probabilidade do direito do autor. Ausência de perigo de dano. Reclamo arredado. Decisão interlocutória mantida. Honorários recursais. Descabimento. Inexistência de fixação da verba na origem. Recurso conhecido e desprovido. (TJSC; AI 5034807-78.2024.8.24.0000; Oitava Câmara de Direito Civil; Rel. Des. Gerson Cherem II; Julg. 27/08/2024). (Negritei e grifei).PROCESSUAL CIVIL. AÇÃO DECLARATÓRIA. PEDIDO DE LIMINAR. INDEFERIDO NA ORIGEM. NOME INSERIDO NO REGISTRATO. AUSÊNCIA DE COMPROVAÇÃO DO ALEGADO. RECURSO DESPROVIDO. I - Na origem, a parte autora, ora agravante, ingressou com ação declaratória alegando que, vem recebendo inúmeras ligações da parte agravada para que realize o pagamento de uma dívida prescrita. Segue narrando que, foi informado que para ter acesso ao teor da dívida deveria acessar o site do SCR. Após efetuar o cadastro inserindo suas informações pessoais no sistema se deparou com dívidas denominadas como: Vencido/ prejuízo. II - O magistrado a quo, proferiu decisão de indeferimento do pedido de tutela antecipada, por entender, em suma, que " somente o Relatório de Informações Detalhadas do SCR. Sistema de Informação de Crédito não é suficiente para a demonstração do fumus boni iuris. III - Em sede recursal, o agravante repisa os mesmos argumentos lançados na inicial, sem contudo, comprovar a existência de qualquer prejuízo. Com efeito, compulsando detidamente os autos, verifiquei que com base tão somente no Relatório de Informações Detalhadas do SCR, o agravado alega que houve impacto negativo e um dano irreparável, contudo, inexiste comprovação de que houve acesso aos dados por terceiros que tenha impedido concessão de crédito. lV - Percebo, pois, que não há, por ora, nas alegações trazidas no bojo recursal, provas verossímeis que possam lastrear legitimidade para a modificação daquela decisão. V - Agravo de Instrumento desprovido. (TJMA; ADecl 0813372-27.2023.8.10.0000; Terceira Câmara de Direito Privado; Rel. Des. José de Ribamar Castro; DJNMA 26/10/2023). (Negritei e grifei).Oportuno consignar, ainda, que nada impedirá a revisão segura da matéria após a triangularização processual, notadamente a análise do contraditório quanto à notificação prévia posta em debate.Pelo exposto, INDEFIRO a medida liminar em questão, ante a ausência de preenchimento dos requisitos necessários para tanto, conforme fundamentação.RECONHEÇO a hipossuficiência da parte autora perante a parte requerida, e, nos termos do artigo 6º, inciso VIII, do Código de Defesa do Consumidor, INVERTO o ônus da prova em seu favor.DEIXO de designar audiência de conciliação (CPC, artigo 139, VI, e Enunciado 35 da ENFAM), levando em conta que as especificidades do caso em tela indicam não se recomendar a designação da referida audiência.Conforme previsto nos artigos 1º a 4º do Provimento Conjunto n. 009, a citação e a intimação devem ser realizadas de forma eletrônica sempre que a parte estiver devidamente cadastrada no sistema PROJUDI, e será preferencial em relação a qualquer outra modalidade, nos moldes do ordenado pela Lei n. 11.419/2006, seja por meio eletrônico típico (CPC, art. 246), seja por meio eletrônico atípico, esta, a ser realizada via aplicativos de mensagens instantâneas (ou de multiplataforma, tais como Whatsapp, Telegram e outros), redes sociais e correspondência eletrônica (e-mail), na forma do caput do artigo 8º da Resolução n. 354/2020 do CNJ.Logo, CITE-SE a parte requerida, preferencialmente por meio eletrônico, para, querendo, oferecer resposta no prazo de 15 (quinze) dias úteis (CPC, artigo 335, III), consignando que a ausência de contestação implicará revelia e presunção de veracidade das alegações de fato narradas na petição inicial (CPC, artigos 344 e 345).Sendo frutífera a citação e havendo contestação, caso ocorra alguma das hipóteses mencionadas nos artigos 350 e 351 do Código de Processo Civil, INTIME-SE a parte autora para, querendo, apresentar réplica à contestação, no prazo de 15 (quinze) dias, sob pena de preclusão.Em caso de ausência de confirmação, em até 03 (três) dias úteis, contados do recebimento da citação eletrônica, PROCEDA-SE à tentativa de citação e intimação da parte demandada, via carta com AR, atentando-se ao endereço indicado na peça de ingresso.Frustrada a tentativa de citação e intimação via carta/correio, desde logo, EXPEÇA-SE mandado e/ou carta precatória, conforme o caso.Caso infrutíferas as tentativas de citação e intimação da parte requerida, CERTIFIQUE-SE e ABRA-SE vista dos autos à parte autora, pelo prazo de 15 (quinze) dias, a fim de que informe o atual endereço da parte requerida, ou ainda, requeira o que lhe aprouver.Com fundamento nos princípios processuais da economia, celeridade, eficiência e instrumentalidade das formas, cópia deste ato judicial assinado digitalmente servirá como ofício/mandado, nos termos dos artigos 136 a 138, do Código de Normas e Procedimentos do Foro Judicial.Cite-se. Intimem-se. Cumpra-se.Goianira, data da assinatura eletrônica. ANDRÉ NACAGAMIJUIZ DE DIREITO(assinado digitalmente)

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