| Prova Testemunhal (evento 11):
Depoimento da Testemunha Rita Carvalho Fraga Disse que Santina trabalhava no sítio plantando, colhendo e cuidando dos animais, assim como ela própria. Suas famílias se ajudavam mutuamente nas atividades rurais. Dona Rita continuou vendo Santina trabalhar na propriedade mesmo depois de um período, pois sempre passava por perto do sítio deles, que fica na beira da Rodovia do Milho, próximo a Novo Itacolomi. Ela vê Santina plantando milho, mandioca, batata e realizando colheitas. Dona Rita mudou para lá em 1989, e desde então, o sítio de Santina continua em atividade. O plantio é principalmente para subsistência, para "o gasto", sendo muito difícil sobrar algo para vender. O sítio tem aproximadamente dois alqueires de plantação, sendo o restante pasto ou terra de morro. Eles também têm animais como cavalo e alguns bois. Dona Rita disse que Santina não contrata ninguém para ajudar, pois o pedaço de terra que eles cuidam é pequeno, e trabalham apenas com mão de obra braçal, sem maquinário. Ela não soube dizer se Santina trabalhou como doméstica ou se já se afastou por longo período da atividade rural. Para ela, a única fonte de renda de Santina vem da roça. Depoimento da Testemunha José Valdomiro Camargo Disse que a conheceu a partir de 1973 ou 1974, quando sua família se mudou para o sítio vizinho ao do pai dela. A propriedade de Santina, que ficava no município de Novo Tacolumi (na época Cambira), na Rodovia do Milho, pertencia ao pai dela, Diogo. Era uma propriedade pequena, em torno de 10 alqueires, com boa parte destinada a pasto por não ser adequada para capina manual. Na época em que a conheceu, Santina já trabalhava e ajudava o pai e os irmãos. Ele afirmou que era comum que toda a família trabalhasse. Santina estudou com ele em uma escolinha rural que chamava Escola Voluntários da Pátria, hoje inexistente. Eles plantavam o básico para o sustento da família, como arroz, feijão, milho, mandioca e batata. A propriedade era tocada por Santina, o pai dela (Diogo), e os irmãos Cláudio, Ademir, Maria Aparecida e Soleite, todos ajudavam. Seu José morou lá de 1973 até 1987 ou 1988 e, durante todo esse tempo, conheceu Santina trabalhando lá. Eles também tinham animais como galinha e vaca. Seu José não soube informar se Santina já se afastou da atividade rural ou se trabalhou como doméstica. Ele continua vendo Santina trabalhando na roça quando visita o sítio vizinho. Confirmou que o plantio é para subsistência, uma "pouca coisa", e que não usam maquinário, pois o sítio é pequeno e não compensa, sendo o trabalho apenas braçal. Ele acredita que atualmente eles não contratam ajuda, apenas trocam serviços com vizinhos na época da colheita. |