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Processo nº 1001569-42.2025.8.11.0040

ID: 327250358

Tribunal: TJMT Órgão: 4ª VARA CÍVEL DE SORRISO Classe: PROCEDIMENTO COMUM CíVEL Nº Processo: 1001569-42.2025.8.11.0040

Data de Disponibilização: 16/07/2025

Polo Ativo:

MARCOS DIONE SOUSA SILVA

Polo Passivo:

Decisão

Advogados:

ANDREIA VIEIRA LIMA

OAB/MT XXXXXX Desbloquear

ESTADO DE MATO GROSSO PODER JUDICIÁRIO 4ª VARA CÍVEL DE SORRISO PROCESSO N° 1001569-42.2025.8.11.0040 VISTO. Vendo somente a necessidade da prova pericial, defiro-a, nomeando como perito a entidade M… ESTADO DE MATO GROSSO PODER JUDICIÁRIO 4ª VARA CÍVEL DE SORRISO PROCESSO N° 1001569-42.2025.8.11.0040 VISTO. Vendo somente a necessidade da prova pericial, defiro-a, nomeando como perito a entidade MEDIAPE - Mediação, Arbitragem e Recuperação de Empresas e Perícias LTDA, com endereço comercial estabelecido na Avenida Isaac Póvoas nº 586, sala 01-B, Bairro Centro Norte – CEP 78.005-340, Cuiabá-MT, que deverá ser intimada da nomeação para que submeta a parte autora à avaliação médica, emitindo-se o competente laudo médico. Ressalvado o disposto no art. 1º, §§ 5º a 7º da Lei 13.876/2019, fixo o valor de R$ 500,00 (quinhentos reais) a título de honorários periciais, na forma do art. 28 da Resolução 305/2014-CJF (Tabela V), justificando os valores em razão da dificuldade de se encontrar médicos que aceitem o encargo nesta região. Intimem-se as partes desta decisão e para, no prazo de 15 (quinze) dias, arguirem impedimento ou suspeição do perito, se for o caso; indicarem assistente técnico e apresentarem quesitos, na forma do artigo 465, §1º, I, II e III, do CPC. Após, encaminhem-se os quesitos apresentados pelas partes ao perito. Informada a data, horário e local da perícia nos autos, intimem-se as partes. O Sr. Perito terá o prazo de 45 (quarenta e cinco) dias para a confecção do Laudo Pericial, respondendo aos quesitos acostados aos autos. Considerando a necessidade de comprovação de eventual miserabilidade, determino a realização de estudo socioeconômico com a finalidade de constatação, nomeando como perita a assistente social Sra. Ruthy Alves dos Santos, devidamente cadastrada junto ao banco de dados da Justiça Federal (telefone 66 99623-2267, correio eletrônico ruthydalat@hotmail.com). Fixo o prazo de 45 (quarenta e cinco) dias para entrega do laudo. Para realização do estudo, fixo o valor de R$ 300,00 (trezentos reais) a título de honorários, nos termos da Resolução 232/2016-CNJ e Resolução 305/2014-CJF. Com a juntada do laudo pericial, intime-se a parte autora para manifestação, no prazo de 15 (quinze) dias, e intime-se o INSS para manifestação, no prazo de 30 (trinta) dias. Intimem-se. Cumpra-se. Sorriso/MT, data do sistema. FRANCISCO ROGÉRIO BARROS Juiz de Direito

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Q. I. Centro Educacional Ltda - Me x Rubens Gattass e outros

ID: 280883330

Tribunal: TJMT Órgão: JUIZADOS ESPECIAIS DE CÁCERES Classe: EXECUçãO DE TíTULO JUDICIAL Nº Processo: 1002498-22.2021.8.11.0006

Data de Disponibilização: 27/05/2025

Polo Ativo:

Q. I. CENTRO EDUCACIONAL LTDA - ME

Polo Passivo:

RUBENS GATTASS SANDRO LUIS AMBROSIO GATTASS SANDRO LUIS AMBROSIO GATTASS 48696080149

Decisão

Advogados:

DIEGO SANTIAGO VIEIRA DE BRITO

OAB/MT XXXXXX Desbloquear

ESTADO DE MATO GROSSO PODER JUDICIÁRIO JUIZADOS ESPECIAIS DE CÁCERES DECISÃO Processo: 1002498-22.2021.8.11.0006. EXEQUENTE: Q. I. CENTRO EDUCACIONAL LTDA - ME EXECUTADO: SANDRO LUIS AMBROSIO GATTASS… ESTADO DE MATO GROSSO PODER JUDICIÁRIO JUIZADOS ESPECIAIS DE CÁCERES DECISÃO Processo: 1002498-22.2021.8.11.0006. EXEQUENTE: Q. I. CENTRO EDUCACIONAL LTDA - ME EXECUTADO: SANDRO LUIS AMBROSIO GATTASS, RUBENS GATTASS, SANDRO LUIS AMBROSIO GATTASS 48696080149 Vistos etc. Trata-se de petição apresentada pela parte exequente, na qual se renovam pedidos já analisados por este Juízo, ao passo que também são formuladas novas postulações relacionadas a atos de constrição patrimonial, com o objetivo de garantir a satisfação do crédito em fase de cumprimento de sentença. Em análise minuciosa, verifico que o exequente insiste na expedição de nova ordem de restrição de circulação e transferência de veículo automotor pelo sistema RENAJUD, não obstante a constatação já constante nos autos de que a medida foi efetivada com sucesso, conforme documento de ID nº 89980897. Assim, mostra-se absolutamente desnecessária a reiteração do pedido, por se tratar de medida já deferida e efetivada. Logo, cabe à parte exequente indicar a localização do bem para a concretização da penhora, mormente porque, em se tratando de bem móvel, esse se transfere pela simples tradição. Indicada a localização do veículo, determino a expedição de mandado de penhora, avaliação e remoção do veículo restringido. NOMEIO como depositário a parte exequente ou a pessoa que esta indicar, independentemente de termo de compromisso nos autos, devendo o veículo ser entregue para guarda enquanto durar o processo. Após, ato contínuo, proceda à intimação da parte executada quanto à efetivação da constrição, na forma do art. 841, §§ 1º e 2º, do CPC. No tocante à solicitação de penhora de ativos financeiros vinculados à empresa individual SG Estacionamento (CNPJ nº 23.194.130/0001-08), verifico novamente a reiteratividade do pedido, já devidamente apreciado em decisão anterior, ocasião em que foi identificado, mediante consulta via SISBAJUD, que a referida firma individual não mantém relação ativa com qualquer instituição financeira, conforme comprovado por extrato negativo anexado àquela decisão. No que se refere ao pedido de penhora no rosto dos autos dos inventários nº 1001569-52.2022.8.11.0006 e nº 0000002-92.1988.8.11.0006, impõe-se análise mais apurada. A pretensão da parte exequente se refere à constrição dos direitos hereditários dos executados sobre os bens partilháveis naqueles processos sucessórios. De plano, afasta-se a alegação de que tal medida implicaria ofensa à competência do juízo do inventário, pois não se objetiva aqui a constrição de bens do espólio, mas sim dos direitos creditícios atribuíveis aos herdeiros/executados. Portanto, sendo os executados herdeiros habilitados nos processos de inventário mencionados, é plenamente possível a constrição de sua parte ideal (quinhão hereditário), ainda que não tenha havido a partilha formal dos bens. A jurisprudência pátria tem reiteradamente validado a penhora sobre direitos hereditários, cabendo ao juízo sucessório apenas a ciência da medida e o resguardo do quinhão penhorado até ulterior deliberação da presente execução: EMENTA: RECURSO INOMINADO CÍVEL. CUMPRIMENTO DE SENTENÇA. EXTINÇÃO DO FEITO COM BASE NO ART. 53, § 4º DA LEI Nº . 9.099/95. SITUAÇÃO DE AUSÊNCIA DE BENS PENHORÁVEIS NÃO VERIFICADA. POSSIBILIDADE DE PENHORA NO ROSTO DOS AUTOS . INVENTÁRIO. CRÉDITO CONSTITUÍDO EM FACE DE UM DOS HERDEIROS (EXECUTADO). PENHORA NO LIMITE DA COTA DO HERDEIRO, EM PARTILHA FUTURA. POSSIBILIDADE DE PENHORA PARA ADJUDICAÇÃO APÓS A PARTILHA . EXTINÇÃO PREMATURA. RETORNO DOS AUTOS Á ORIGEM PARA CONTINUIDADE DA EXECUÇÃO. RECURSO CONHECIDO E PROVIDO. 1- É certo que a aplicação do art . 53, § 4º, da Lei 9.099/95 pressupõe o esgotamento das vias extrajudiciais e judiciais de busca de bens penhoráveis. No caso em análise, porém, não se verifica a ausência de bens penhoráveis necessária à extinção da execução, tendo em vista que houve indicação de bem. 2- "Tratando-se de ação de inventário, este Tribunal Superior já se manifestou no sentido do cabimento da penhora no rosto dos autos quando se tratar de constrição que objetive atingir direito a ser atribuído a um dos herdeiros que figure na posição de executado" (STJ – 3ª T - REsp 1877738/DF – relª . Ministra Nancy Andrighi – DJe 11/03/2021). (TJ-MT - RI: 80399229620188110001, Relator.: WALTER PEREIRA DE SOUZA, Data de Julgamento: 23/10/2023, Primeira Turma Recursal, Data de Publicação: 27/10/2023) Ressalto que, caso os bens já tenham sido partilhados e atribuída a fração ideal correspondente ao devedor, a penhora recairá diretamente sobre a quota-parte atribuída no inventário. Se, por outro lado, ainda não se formalizou a partilha, a constrição atingirá os direitos hereditários do executado, sem qualquer ingerência sobre o espólio ou os demais herdeiros. Em qualquer hipótese, a medida deve respeitar os limites do quinhão hereditário e observar a devida comunicação ao juízo do inventário, para que esse, até a apuração da dívida, não permita o levantamento de valores ou bens pelos herdeiros, ora executados. Diante disso, DEFIRO a penhora sobre os direitos hereditários dos executados nos respectivos inventários em que figurarem como herdeiros, limitando-a ao quinhão atribuível a cada um. Para tanto, DETERMINO a expedição de ofício à 1ª Vara de Família e Sucessões da Comarca de Cáceres/MT para ciência da penhora e averbação nos autos dos inventários n.º 1001569-52.2022.8.11.0006 e 0000002-92.1988.8.11.0006, informando que a medida não incide sobre o espólio, mas apenas sobre os direitos hereditários do(s) executado(s) RUBENS GATTASS e SANDRO LUIS AMBROSIO GATTASS. Às providências. (Assinatura digital) DAIENE VAZ CARVALHO GOULART Juíza de Direito

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Processo nº 1001569-26.2025.8.11.0013

ID: 282202375

Tribunal: TJMT Órgão: 1ª VARA DE PONTES E LACERDA Classe: Reconhecimento e Extinção de União Estável Nº Processo: 1001569-26.2025.8.11.0013

Data de Disponibilização: 28/05/2025

Polo Ativo:

Polo Passivo:

BRASILINA FERREIRA DE MORAIS CARLOS MAGNO VILELA DE MORAES EDSON VILELA DE MORAES MARGARETTE VILELA DE MORAES MARLETE VILELA DE MORAIS

Sentença

ESTADO DE MATO GROSSO PODER JUDICIÁRIO 1ª VARA DE PONTES E LACERDA SENTENÇA Processo: 1001569-26.2025.8.11.0013. REQUERENTE: SEBASTIAO LUIZ SEVERO ESPÓLIO: BRASILINA FERREIRA DE MORAIS REQUERIDO: CAR… ESTADO DE MATO GROSSO PODER JUDICIÁRIO 1ª VARA DE PONTES E LACERDA SENTENÇA Processo: 1001569-26.2025.8.11.0013. REQUERENTE: SEBASTIAO LUIZ SEVERO ESPÓLIO: BRASILINA FERREIRA DE MORAIS REQUERIDO: CARLOS MAGNO VILELA DE MORAES, EDSON VILELA DE MORAES, MARGARETTE VILELA DE MORAES, MARLETE VILELA DE MORAIS Vistos. Trata-se de homologação de acordo extrajudicial de reconhecimento de união estável post mortem em que figuram como requerente SEBASTIAO LUIZ SEVERO em desfavor de BRASILINA FERREIRA DE MORAIS (espólio), CARLOS MAGNO VILELA DE MORAES, EDSON VILELA DE MORAES, MARGARETTE VILELA DE MORAES e MARLETE VILELA DE MORAIS. Narra a parte autora SEBASTIAO LUIZ SEVERO que conviveu com BRASILINA FERREIRA DE MORAIS em união estável de 22/07/1980 a 12/10/2024, quando veio a óbito, de modo que deseja o reconhecimento do vínculo em face dos herdeiros. Realizada audiência de mediação no id. 194705956, as partes entabularam acordo reconhecendo a união estável . Pois bem. O acordo entabulado é plenamente possível, pois não há restrição ou limite temporal para as partes conciliarem, isto é, não há termo final para a tentativa de conciliação. Logo, o acordo realizado preenche os requisitos legais, e as partes estão devidamente representadas. Diante do Código de Processo Civil, não se encontra óbice em extinguir o presente processo e determinar sua remessa para o arquivo com baixa, pois o art. 515, inciso III, do Código de Processo Civil, determina que é título executivo judicial “a decisão homologatória de autocomposição extrajudicial de qualquer natureza”. Nesse sentido, HOMOLOGO o acordo para que produza seus jurídicos e legais efeitos, cujas cláusulas e condições passam a fazer parte integrante desta decisão, e RECONHEÇO a união estável existente entre SEBASTIAO LUIZ SEVERO e BRASILINA FERREIRA DE MORAIS de 22/07/1980 a 12/10/2024, motivo pelo qual EXTINGO O PROCESSO COM RESOLUÇÃO DO SEU MÉRITO, nos termos do artigo 487, inciso III, alínea “b”, do Novo Código de Processo Civil. Sem custas. Certifique-se a Secretaria o trânsito em julgado, nos termos do art. 1.000, do CPC. Expeça-se o mandado e ofício que se fizer necessário para o registro da união estável existente entre SEBASTIAO LUIZ SEVERO e BRASILINA FERREIRA DE MORAIS cujas qualificações completas constam na inicial, a partir de 22/07/1980 com fim em 12/10/2024 (óbito da convivente Brasilina), junto ao Cartório de Registro competente. Nada mais sendo requerido, ao arquivo com as anotações e baixas de estilo. Publique-se. Intime-se. Cumpra-se. Pontes e Lacerda, data registrada no sistema. Marília Augusto de Oliveira Plaza Juíza de Direito

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Processo nº 1001569-12.2025.8.11.0050

ID: 313920806

Tribunal: TJMT Órgão: 2ª VARA DE CAMPO NOVO DOS PARECIS Classe: BUSCA E APREENSãO EM ALIENAçãO FIDUCIáRIA Nº Processo: 1001569-12.2025.8.11.0050

Data de Disponibilização: 02/07/2025

Polo Ativo:

AYMORÉ CRÉDITO, FINANCIAMENTO E INVESTIMENTO S.A.

Polo Passivo:

Intimação

Advogados:

FLAVIO NEVES COSTA

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CHRISTIANE DE CARVALHO BURITY

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RICARDO NEVES COSTA

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RAPHAEL NEVES COSTA

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PODER JUDICIÁRIO DO ESTADO DE MATO GROSSO COMARCA DE CAMPO NOVO DO PARECIS 2ª VARA DE CAMPO NOVO DOS PARECIS - PJe SENTENÇA NÚMERO DO PROCESSO: 1001569-12.2025.8.11.0050 VALOR DA CAUSA: R$ 175.043,37… PODER JUDICIÁRIO DO ESTADO DE MATO GROSSO COMARCA DE CAMPO NOVO DO PARECIS 2ª VARA DE CAMPO NOVO DOS PARECIS - PJe SENTENÇA NÚMERO DO PROCESSO: 1001569-12.2025.8.11.0050 VALOR DA CAUSA: R$ 175.043,37 ESPÉCIE: [Alienação Fiduciária, Liminar]->BUSCA E APREENSÃO EM ALIENAÇÃO FIDUCIÁRIA (81) Vistos. Trata-se de Ação de Busca e Apreensão proposta com fundamento na Lei nº 4.728/65, regulamentada pelo Decreto-Lei nº 911/69, com as alterações promovidas pelas Leis nº 10.931/04 e nº 13.043/14. A parte autora alegou, em síntese, que firmou com a parte requerida contrato bancário, tendo como garantia da dívida a transferência da propriedade resolúvel e a posse indireta do bem descrito na inicial. Sustentou que a parte requerida não cumpriu com o pactuado, deixando de realizar o pagamento das parcelas vencidas. A inicial foi instruída com documentos, dentre eles o contrato bancário e a comprovação da constituição em mora do devedor. Conforme decisão de ID 196308512, foi deferida a liminar de busca e apreensão. O mandado foi cumprido, conforme Auto de Busca e Apreensão juntado aos autos sob o ID 197516798, tendo sido o veículo apreendido e entregue ao depositário indicado pela parte autora. Posteriormente, a parte autora apresentou petições (IDs 198284470 e 198613757), informando que a parte requerida regularizou o débito que deu origem à ação, manifestando expressamente a ausência de interesse no prosseguimento do feito, requerendo a extinção do processo por perda superveniente do objeto, bem como a liberação do veículo apreendido. É o relatório. Fundamento e decido. Analisando os autos, verifico que a parte autora informou a regularização do débito que deu origem à presente ação por parte do requerido, requerendo a extinção do processo em razão da perda superveniente do objeto da demanda. O objeto da presente ação de busca e apreensão consiste na retomada do bem alienado fiduciariamente em virtude do inadimplemento das obrigações contratuais por parte do devedor fiduciante. Com a regularização do débito, conforme informado pela própria parte autora, desaparece o interesse processual, uma vez que a causa que deu origem à pretensão deixou de existir. Neste contexto, o art. 485, inciso VI, do Código de Processo Civil estabelece que o juiz não resolverá o mérito quando verificar a ausência de legitimidade ou de interesse processual. No caso dos autos, com a quitação do débito que ensejou o ajuizamento da ação, configurou-se a perda superveniente do interesse processual da parte autora, hipótese que autoriza a extinção do processo sem resolução do mérito. O art. 493 do Código de Processo Civil preceitua que, se depois da propositura da ação algum fato constitutivo, modificativo ou extintivo do direito influir no julgamento do mérito, caberá ao juiz tomá-lo em consideração, de ofício ou a requerimento da parte, no momento de proferir a decisão. No caso em análise, a regularização do débito constitui fato extintivo do direito da parte autora, que deve ser considerado no momento da prolação da sentença. Ademais, tendo sido efetivada a apreensão do bem objeto da lide, conforme se depreende do Auto de Busca e Apreensão de ID 197516798, e considerando que a parte requerida regularizou o débito, conforme informado pela própria parte autora, impõe-se a determinação de restituição do veículo à parte requerida. Ante o exposto, JULGO EXTINTO O PROCESSO SEM RESOLUÇÃO DO MÉRITO, com fundamento no artigo 485, inciso VI, do Código de Processo Civil, em razão da perda superveniente do interesse processual, decorrente da regularização do débito por parte do requerido, conforme informado pela própria parte autora. Revogo a liminar anteriormente concedida e determino a imediata restituição do veículo apreendido à parte requerida, caso ainda não tenha sido devolvido. Determino, ainda, o levantamento de eventual restrição judicial sobre o veículo, lançada por força da presente ação, seja no sistema RENAJUD, seja mediante ofício ao DETRAN. Condeno a parte requerida ao pagamento das custas e despesas processuais remanescentes, se houver. Sem honorários advocatícios, uma vez que não houve resistência da parte requerida. Transitada em julgado, arquivem-se os autos com as baixas e anotações de estilo. Intime-se. Cumpra-se, expedindo-se o necessário e com as cautelas de estilo. Campo Novo do Parecis/MT, datado e assinado eletronicamente. Cláudia Anffe Nunes da Cunha Juíza de Direito

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Doralice Alves Pereira x Ocolu Comercio De Produtos Opticos Ltda

ID: 327938684

Tribunal: TJMT Órgão: NÚCLEO DE JUSTIÇA DIGITAL DOS JUIZADOS ESPECIAIS Classe: PROCEDIMENTO DO JUIZADO ESPECIAL CíVEL Nº Processo: 1001569-27.2024.8.11.0024

Data de Disponibilização: 17/07/2025

Polo Ativo:

DORALICE ALVES PEREIRA

Polo Passivo:

OCOLU COMERCIO DE PRODUTOS OPTICOS LTDA

Sentença

Advogados:

MILLENA DE SOUSA BEZERRA ASSIS

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MARCOS OLIVEIRA SANTOS

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MARCIO GLEY DA SILVA

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ESTADO DE MATO GROSSO PODER JUDICIÁRIO NÚCLEO DE JUSTIÇA DIGITAL DOS JUIZADOS ESPECIAIS SENTENÇA Processo: 1001569-27.2024.8.11.0024. REQUERENTE: DORALICE ALVES PEREIRA REQUERIDO: OCOLU COMERCIO DE P… ESTADO DE MATO GROSSO PODER JUDICIÁRIO NÚCLEO DE JUSTIÇA DIGITAL DOS JUIZADOS ESPECIAIS SENTENÇA Processo: 1001569-27.2024.8.11.0024. REQUERENTE: DORALICE ALVES PEREIRA REQUERIDO: OCOLU COMERCIO DE PRODUTOS OPTICOS LTDA Dispensado o relatório, nos termos do art. 38 da Lei 9.099/95. Analisando os autos, verifico que o mesmo se encontra apto para julgamento, sendo as provas documentais apresentadas suficientes para a formação do convencimento, de forma que se torna desnecessária a produção de outras provas, motivo pelo qual passo ao julgamento antecipado da lide, conforme o art. 355, I da lei nº 13.105/2015. DO PLEITO DE JUSTIÇA GRATUITA Deixo de analisar o pedido de justiça gratuita, tendo em vista o teor do artigo 54 da Lei 9.099/95, devendo, assim, ser apreciado em eventual recurso. DA INCIDÊNCIA DO CÓDIGO DE DEFESA DO CONSUMIDOR Verifica-se que incide as normas consumeristas no presente caso, uma vez que a relação das partes é de consumo, sendo a parte Requerente na condição de consumidor conforme o conceito previsto no artigo 2º do Código de Defesa do Consumidor. E a parte Requerida, por sua vez, como fornecedora de serviços, nos termos do artigo 3º da citada legislação. DO MÉRITO Cuida-se os autos de AÇÃO DECLARATÓRIA DE INEXISTÊNCIA DE DÉBITO C/C INDENIZAÇÃO POR DANO MORAL E PEDIDO DE TUTELA ANTECIPADA ajuizada por DORALICE ALVES PEREIRA em face de OCOLU COMERCIO DE PRODUTOS OPTICOS LTDA, ambos devidamente qualificados nos autos em epígrafe. A parte Requerente narra que teve seu nome inscrito no cadastro de inadimplentes por um débito no valor R$ 184,66 (cento e oitenta e quatro reais e sessenta e seis centavos) realizado pela Requerida. Afirma que tem relação jurídica com a Requerida, contudo, teria realizado todos os pagamentos dos débitos. Em contestação, a Requerida se restringe a afirmar que inexiste dever de indenizar ou comprovação dos danos morais. Audiência de conciliação restou infrutífera. Pois bem. A pretensão merece prosperar. A Requerida deixa de apresentar qualquer documento que demonstre a relação jurídica entre as partes ou a existência do débito. Isso porque inexiste contrato assinado, faturas, extratos, comprovantes ou qualquer outro documento em relação ao débito. Incumbiria ao fornecedor apresentar qualquer documento que demonstrasse a existência do débito, cumprindo com o disposto no art. 373, I do Código de Processo Civil. No caso, a Reclamante não reconhece a dívida, desta forma, incumbe a parte Requerida esta instruir sua contestação com provas irrefutáveis da existência da relação contratual, obrigação da qual não se desvencilhou. Sem a comprovação do débito, resta concluir que a inclusão nos órgãos de proteção ao crédito também é indevida. A inscrição indevida se trata de ato ilícito presumível, passível de reparação extrapatrimonial. Com a presença do dano moral, cumpre realizar algumas ponderações. A valoração do dano moral deve ser suficiente para atender ao caráter punitivo, pedagógico em relação a parte Requerida e compensatório em relação a parte Requerente. Os valores atribuídos devem estar dentro dos parâmetros de razoabilidade e proporcionalidade, conforme as jurisprudências dominantes das I. Turmas Recursais do Estado do Mato Grosso. Em atenção ao caso concreto em que, tenho que o valor de R$ 2.000,00 (dois mil reais) é o suficiente para adequação da realidade fática do caso em tela e a reparação dos danos extrapatrimoniais experimentados. DO DISPOSITIVO Ante o exposto, OPINO pela PARCIAL PROCEDÊNCIA da pretensão deduzida na petição inicial, confirmando a liminar concedida, extinguindo o processo com resolução do mérito, nos termos do art. 487, inciso I, do Código de Processo Civil, para: a) DECLARAR inexistente o débito inscrito em R$ 184,66 (cento e oitenta e quatro reais e sessenta e seis centavos) discutido nos autos, em face da Requerente, devendo a parte Requerida retirar a restrição creditícia; b) CONDENAR a parte Requerida em indenizar moralmente a parte Requerente no valor de R$ 2.000,00 (três mil reais), com a incidência da correção monetária pelo IPCA/IBGE, na forma do art. 389, parágrafo único do Código Civil, a partir da publicação desta sentença e juros de mora à taxa Selic, com a dedução do índice de atualização monetária acima aplicado, consoante o art. 406, §1º do Código Civil, a partir do evento danoso, ou seja, a data da inscrição do débito, conforme súmula 54 do STJ; Advirto que a apresentação de Embargos de Declaração manifestamente protelatórios acarretará na aplicação da multa prevista no art. 1.026 §2º do Código de Processo Civil. Transitada em julgado, ao arquivo, com as devidas baixas. Submeto o presente projeto de sentença a M.M. Juíza Togada para homologação, na forma do art. 40 da Lei 9.099/95 e art. 8º, parágrafo único, da Lei Complementar nº 270/2007. Gabriel Panucci Rosa Juiz Leigo Homologo, para que produza seus jurídicos e legais efeitos, o projeto de sentença elaborado pelo Juiz Leigo, na forma do artigo 40 da Lei n. 9.099/1995. Publique-se. Intime-se. Cumpra-se. Cuiabá/MT, data registrada no Sistema. Patrícia Ceni Juíza de Direito. ------------------------------------------- C O N S U L T A D E B A L C A O SERVICO DE PROTECAO AO CREDITO Consulta efetuada na: CDL CUIABA/MT ------------------------------------------- NOME: DORALICE ALVES PEREIRA DATA NASCIMENTO: 08/09/1969 CPF: 616.082.621-20 ------------------------------------------- RESULTADO ------------------------------------------- NADA CONSTA – CDL CUIABA/MT* Obs: *Não constam registros na Entidade consultante. ------------------------------------------- > Sem ocorrencia(s) de SPC > Sem ocorrencia(s) de Cheque Lojista ------------------------------------------- * Esta consulta apresenta informações de registros efetuados nas bases privadas do SPC Brasil e da Serasa. Demais informações, originadas de outros bancos privados ou públicos, devem ser acessadas junto aos órgãos de origem. ------------------------------------------- Baixe o Aplicativo SPC Consumidor na Loja de aplicativo do seu Smartphone e acompanhe de perto seu documento. ------------------------------------------- NUM.PROTOCOLO: 014.935.469.599-4 16/07/2025 13:56:32-horario de Brasilia-FIM -------------------------------------------

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Adiel Santos Souza e outros x Juízo Da 2ª Vara Da Comarca De Vila Rica

ID: 338217317

Tribunal: TJMT Órgão: Terceira Câmara Criminal Classe: HABEAS CORPUS CRIMINAL Nº Processo: 1025105-08.2025.8.11.0000

Data de Disponibilização: 30/07/2025

Polo Ativo:

ADIEL SANTOS SOUZA EVANILDO GONCALVES DE SOUSA RENAN FERNANDES DA SILVA SIMONE SOUSA REIS

Polo Passivo:

JUÍZO DA 2ª VARA DA COMARCA DE VILA RICA

Decisão

Advogados:

RENAN FERNANDES DA SILVA

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ESTADO DE MATO GROSSO PODER JUDICIÁRIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA Gabinete 2 - Terceira Câmara Criminal Gabinete 2 - Terceira Câmara Criminal HABEAS CORPUS CRIMINAL (307) 1025105-08.2025.8.11.0000 PACIENTE:… ESTADO DE MATO GROSSO PODER JUDICIÁRIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA Gabinete 2 - Terceira Câmara Criminal Gabinete 2 - Terceira Câmara Criminal HABEAS CORPUS CRIMINAL (307) 1025105-08.2025.8.11.0000 PACIENTE: ADIEL SANTOS SOUZA IMPETRANTE: RENAN FERNANDES DA SILVA IMPETRADO: JUÍZO DA 2ª VARA DA COMARCA DE VILA RICA Vistos etc. Cuida-se de habeas corpus, com pedido liminar, impetrado em favor de Adiel Santos Souza, apontando como autoridade coatora o juízo da 2ª Vara da Comarca de Vila Rica/MT, no âmbito do processo nº 1001569-49.2024.8.11.0049. A impetração sustenta, em síntese, que o paciente estaria sofrendo constrangimento ilegal em razão da prisão preventiva decretada nos autos da ação penal supracitada, alegando: (i) excesso de prazo na prisão preventiva, que já perdura por quase 12 meses; (ii) ausência de fundamentação idônea na sentença de pronúncia para manutenção da custódia cautelar; (iii) encerramento da instrução criminal, não subsistindo mais risco à produção de provas; (iv) ausência de reavaliação periódica da prisão, conforme determina o art. 316, §2º do CPP; e (v) possibilidade de aplicação de medidas cautelares diversas da prisão. Com base nesses argumentos, requer a concessão da ordem, em caráter liminar, para que seja revogada a prisão preventiva, com ou sem a aplicação de medidas cautelares diversas, nos termos do art. 319 do Código de Processo Penal. É o relatório. Decido. O habeas corpus é remédio constitucional destinado à proteção da liberdade de locomoção, quando esta se encontra ameaçada ou restringida por ilegalidade ou abuso de poder, nos termos do art. 5º, inciso LXVIII, da Constituição Federal e dos arts. 647 e seguintes do Código de Processo Penal. A concessão da liminar, por sua natureza excepcional, exige a demonstração de ilegalidade patente ou abuso de poder evidente, passível de correção imediata, em juízo de cognição sumária, sem necessidade de dilação probatória. No caso em exame, verifico que o paciente foi preso preventivamente em 28 de julho de 2024, acusado da prática dos crimes de tentativa de feminicídio, lesão corporal qualificada, ameaça e posse de veículo automotor com sinal identificador adulterado. Em 08 de abril de 2025, foi pronunciado para julgamento pelo Tribunal do Júri, mantendo-se a prisão preventiva. Quanto à alegação de excesso de prazo, observo que o paciente já foi pronunciado, o que afasta a alegação de constrangimento ilegal por excesso de prazo, conforme entendimento consolidado na Súmula 21 do STJ: " pronunciado o réu, fica superada a alegação do constrangimento ilegal da prisão por excesso de prazo na instrução". No que tange à fundamentação da prisão preventiva, observa-se que a decisão de pronúncia manteve a segregação cautelar com fundamento na garantia da ordem pública, a partir de elementos extraídos dos autos que indicam risco atual à integridade física e psicológica da vítima, no contexto de violência doméstica e familiar. A medida encontra amparo no Enunciado n° 29 do Fórum Nacional de Violência Doméstica e Familiar contra a Mulher (FONAVID), segundo o qual é possível a prisão cautelar do agressor independentemente de concessão ou descumprimento de medida protetiva, a fim de assegurar a integridade física e/ou psicológica da ofendida, in verbis: Prisão cautelar da pessoa autora de violências ENUNCIADO 29: A prisão cautelar da pessoa autora de violências independentemente de concessão ou descumprimento de medida protetiva é possível, inclusive de ofício, a fim de assegurar a integridade física e/ou psicológica da ofendida (Alterado por unanimidade no XVI FONAVID – Salvador (BA). Ademais, a jurisprudência consolidada do Colendo Superior Tribunal de Justiça reforça a compreensão de que, nos casos de violência doméstica, a prisão preventiva encontra amparo nos arts. 312 e 313, III, do Código de Processo Penal, sobretudo quando destinada à proteção da integridade física e psicológica da vítima e à preservação da ordem pública. Conforme jurisprudência que colaciono: DIREITO PROCESSUAL PENAL. AGRAVO REGIMENTAL. HABEAS CORPUS. VIOLÊNCIA DOMÉSTICA. PRISÃO PREVENTIVA. LESÃO CORPORAL. NECESSIDADE DE GARANTIR A ORDEM PÚBLICA E A INTEGRIDADE FÍSICA DA VÍTIMA. CONDIÇÕES PESSOAIS FAVORÁVEIS NÃO SUFICIENTES PARA REVOGAÇÃO. INEXISTÊNCIA DE CONSTRANGIMENTO ILEGAL. ORDEM NÃO CONHECIDA. AGRAVO REGIMENTAL DESPROVIDO. [...] 4. A prisão preventiva foi devidamente fundamentada, com base nos requisitos dos arts. 312 e 313, III, do CPP, ressaltando a necessidade de proteger a integridade física e psicológica da vítima em situação de violência doméstica, além de resguardar a ordem pública. 5. A jurisprudência desta Corte reconhece que as condições pessoais favoráveis, como primariedade e residência fixa, não são suficientes para afastar a prisão preventiva, sobretudo em crimes de violência doméstica. [...] (STJ - AgRg no HC: 919073 SP 2024/0200971-5, Relator.: Ministra DANIELA TEIXEIRA, Data de Julgamento: 16/10/2024, T5 - QUINTA TURMA, Data de Publicação: DJe 23/10/2024) Quanto à alegação de ausência de reavaliação periódica da prisão preventiva, conforme determina o art. 316, §2º do CPP, observo que a sentença de pronúncia, analisou expressamente a necessidade de manutenção da prisão preventiva, o que supre a exigência legal. Diante dos elementos concretos constantes dos autos, não se verifica, em sede de cognição sumária, qualquer ilegalidade manifesta ou constrangimento ilegal apto a justificar, de plano, a concessão da tutela de urgência pleiteada. Por todo o exposto, INDEFIRO o pedido liminar formulado nos presentes autos de habeas corpus, mantendo a prisão preventiva do paciente Adiel Santos Souza. Requisitem-se as informações à autoridade tida por coatora, nos termos apontados pelo art. 484, do capítulo VI, da Seção XXIV, do Código de Normas Gerais da Corregedoria Geral da Justiça, aprovada pelo Provimento n. 39/2020-CGJ. Após a juntada dos informes, encaminhe-se à douta Procuradoria-Geral de Justiça. Intime-se. Cumpra-se. Juanita Cruz da Silva Clait Duarte Desembargadora

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Processo nº 1001569-93.2025.8.11.0023

ID: 320760163

Tribunal: TJMT Órgão: 2ª VARA DE PEIXOTO DE AZEVEDO Classe: PROCEDIMENTO COMUM CíVEL Nº Processo: 1001569-93.2025.8.11.0023

Data de Disponibilização: 09/07/2025

Polo Ativo:

VALDECI PEREIRA

Polo Passivo:

Decisão

Advogados:

FRANCIS VINICIUS OLIVEIRA DUARTE

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ESTADO DE MATO GROSSO PODER JUDICIÁRIO 2ª VARA DA COMARCA DE PEIXOTO DE AZEVEDO GABINETE DECISÃO Autos nº 1001569-93.2025.8.11.0023 REQUERENTE: VALDECI PEREIRA REQUERIDO: INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO… ESTADO DE MATO GROSSO PODER JUDICIÁRIO 2ª VARA DA COMARCA DE PEIXOTO DE AZEVEDO GABINETE DECISÃO Autos nº 1001569-93.2025.8.11.0023 REQUERENTE: VALDECI PEREIRA REQUERIDO: INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS Vistos. 1. Trata-se de AÇÃO DE RESTABELECIMENTO DE BENEFÍCIO PREVIDENCIÁRIO COM PEDIDOS ALTERNATIVOS DE AUXÍLIO-DOENÇA, AUXILIO ACIDENTE OU APOSENTADORIA POR INVALIDEZ COM PEDIDO DE TUTELA DE URGÊNCIA ajuizada por VALDECI PEREIRA, com pedido de tutela de urgência, em face do INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL – INSS, sustentando ser segurado especial e estar incapacitado para permanecer no labor diário. 2. RECEBO a inicial, uma vez que estão presentes os requisitos dos artigos 319 e 320 ambos do Código de Processo Civil. 3. DEFIRO o pedido de Justiça gratuita, revogando-os a qualquer tempo se inverídica a declaração ou alterado o cenário financeiro da parte autora no curso da demanda. 4. INDEFIRO o pedido de tutela de urgência, por não estarem presentes, neste momento, os requisitos do art. 300 do CPC, notadamente a probabilidade do direito apta a ensejar a antecipação dos efeitos pretendidos, razão pela qual reservo a análise do mérito para o momento oportuno. 5. NOMEIO como perito o Dr. Marcelo Rodrigues Del Papa, CRM/MT nº 8218, médico atuante nesta Comarca, que deverá ser certificado pela Secretaria, mediante assinatura do termo de compromisso. 5.1. Conforme dispõe o artigo 1º da Resolução nº 232 de 13 de julho de 2016, editada pelo Conselho da Justiça Federal, as despesas com peritos no âmbito da jurisdição delegada correrão à conta da Justiça Federal, observado o limite máximo estabelecido na tabela da referida resolução, a qual estabelece como valor máximo R$ 370,00 (trezentos e setenta reis) para honorários periciais, e considerando a natureza da demanda, bem como a complexidade da perícia a ser realizada, entendo que o valor correspondente a R$ 500,00 (quinhentos reais), pois guarda proporção ao trabalho a ser desenvolvido pelo médico perito. 5.2. O laudo pericial deverá ser redigido em conformidade com as regras médicas pertinentes e com o disposto no item 2.18.13, I, da CNGC. 5.3. Intime-se o perito para ciência de sua nomeação e, no mesmo ato, dos quesitos, intimado às partes para sua formulação, no prazo de 05 (cinco) dias, se ainda não indicados. 5.4. O perito deverá agendar desde logo, com antecedência mínima de 30 (trinta) dias, a data a qual se efetuarão os exames/vistorias necessárias, o que deverá ser informado ao Oficial de Justiça e constar na certidão. No mandado deverá constar, ainda, a advertência dos artigos 157 e 158 do CPC. 5.5. O pagamento dos honorários periciais será efetuado após o término do prazo para manifestação das partes sobre o laudo e eventual prestação de esclarecimentos, acaso solicitados (Res. 541/2007 – CJF, art. 3º). 5.6. Levando em conta o grande volume de feitos que reclamam realizações de perícias médicas e a carência de profissionais nesta urbe, FIXO o prazo de 30 (trinta) dias para entrega do laudo, prazo que será contado a partir da intimação com a entrega dos quesitos e documentos ao Sr. Perito. 5.7. Concluído o trabalho pericial, encaminhe-se o ofício, nos moldes do anexo I da Resolução nº 541/2007 – CJF, ao Diretor do Foro da Seção Judiciária de Cuiabá (MT), acompanhado do ato de nomeação do perito, com solicitação de pagamento, informando o nome da Comarca e todos os dados necessários à efetivação do deposito, discriminando-se o tipo de perícia realizada (Res. 541/2007 – CJF, art. 4º). 6. Cite-se a parte requerida pelo procedimento ordinário para responder, no prazo de 30 (trinta) dias, nos termos dos artigos 183 e 335, ambos do Código de Processo Civil, advertindo-a que eventual ausência de apresentação de resposta, implicará na decretação de sua revelia, conforme regra disposta no artigo 344 do mesmo diploma legal. 7. Vindo a contestação, intime-se a parte autora para apresentar réplica, em 15 (quinze) dias (CPC, arts. 350 e 351); 8. Se com a réplica for apresentado documento novo, intime-se a parte ré para manifestar-se a respeito, querendo, em 15 (quinze) dias (CPC, art. 437, § 1º); 9. Após de tudo cumprido e certificado, venham-me os autos CONCLUSOS para deliberação. Como quesitos do Juízo, o Sr. Médico Perito deverá responder: a) A parte autora é portadora de deficiência/moléstia/doença? De que tipo? b) A parte autora é incapacitada para trabalhar? c) A incapacidade da parte autora para o trabalho é parcial ou total? Explique. d) A incapacidade da parte autora para o trabalho é permanente ou temporária? Caso temporária, por quanto tempo é a incapacidade da autora? e) Havendo incapacidade, aproximadamente desde quando ela existe? f) A deficiência/moléstia/doença de que é portadora a parte autora encontra-se em fase evolutiva ou residual? g) Constatada a incapacidade para o trabalho e, não sendo possível precisar a época aproximada do advento desta (a incapacidade), pode-se afirmar que tal incapacidade decorre da evolução/agravamento da deficiência/moléstia/doença de que é portadora a parte autora? h) Qual a atividade laboral da parte autora? Desde quando exerce essa atividade? i) A incapacidade, se existente, é para qualquer atividade laboral ou apenas para a atividade habitual da parte autora? É possível a reabilitação para outra atividade que lhe garanta a subsistência, considerando o grau de instrução da autora, suas condições financeiras, idade e acesso a atividades de reabilitação? j) A parte autora é incapaz para a vida independente? k) A deficiência/moléstia de que é portadora a parte autora traz limitações em sua vida? Que tipos de limitações? l) Existe tratamento para o mal da parte autora? Caso positivo, qual o valor aproximado do tratamento? m) O tratamento traz efeitos colaterais? Quais? n) Esses efeitos colaterais impedem que a parte autora exerça alguma atividade braçal? o) Qual o tempo necessário para convalidação da doença? CUMPRA-SE, COM URGÊNCIA, expedindo-se o necessário. Peixoto de Azevedo/MT, data da assinatura digital. JOÃO ZIBORDI LARA Juiz Substituto

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Processo nº 1002757-03.2024.8.11.0009

ID: 305596414

Tribunal: TJMT Órgão: Quinta Câmara de Direito Privado Classe: EMBARGOS DE DECLARAçãO CíVEL Nº Processo: 1002757-03.2024.8.11.0009

Data de Disponibilização: 24/06/2025

Polo Ativo:

Polo Passivo:

COOPERATIVA DE CREDITO, POUPANCA E INVESTIMENTO NORTE MATO-GROSSENSE E OESTE PARAENSE - SICREDI GRANDES RIOS MT PA AM

Acórdão

Advogados:

EDUARDO ALVES MARCAL

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ESTADO DE MATO GROSSO PODER JUDICIÁRIO QUINTA CÂMARA DE DIREITO PRIVADO Número Único: 1002757-03.2024.8.11.0009 Classe: EMBARGOS DE DECLARAÇÃO CÍVEL (1689) Assunto: [Cédula de Crédito Bancário, Efeit… ESTADO DE MATO GROSSO PODER JUDICIÁRIO QUINTA CÂMARA DE DIREITO PRIVADO Número Único: 1002757-03.2024.8.11.0009 Classe: EMBARGOS DE DECLARAÇÃO CÍVEL (1689) Assunto: [Cédula de Crédito Bancário, Efeito Suspensivo / Impugnação / Embargos à Execução] Relator: Des(a). MARCIO VIDAL Turma Julgadora: [DES(A). LUIZ OCTAVIO OLIVEIRA SABOIA RIBEIRO, DES(A). MARCOS REGENOLD FERNANDES, DES(A). SEBASTIAO DE ARRUDA ALMEIDA] Parte(s): [KATIUZI PAPELARIA LTDA - ME - CNPJ: 05.785.339/0001-64 (EMBARGANTE), LUCIANA ANDREA BRAZ SALGADO - CPF: 970.600.031-34 (EMBARGANTE), COOPERATIVA DE CREDITO, POUPANCA E INVESTIMENTO NORTE MATO-GROSSENSE E OESTE PARAENSE - SICREDI GRANDES RIOS MT PA AM - CNPJ: 37.442.605/0001-42 (EMBARGADO), EDUARDO ALVES MARCAL - CPF: 902.715.131-87 (ADVOGADO)] A C Ó R D Ã O Vistos, relatados e discutidos os autos em epígrafe, a QUINTA CÂMARA DE DIREITO PRIVADO do Tribunal de Justiça do Estado de Mato Grosso, sob a Presidência Des(a). SEBASTIAO DE ARRUDA ALMEIDA, por meio da Turma Julgadora, proferiu a seguinte decisão: POR UNANIMIDADE, ACOLHEU PARCIALMENTE OS EMBARGOS, NOS TERMOS DO VOTO DO RELATOR, DES. MÁRCIO VIDAL. Ementa: DIREITO PROCESSUAL CIVIL. EMBARGOS DE DECLARAÇÃO. EXECUÇÃO FISCAL. EMBARGOS DO DEVEDOR APRESENTADOS POR CURADOR ESPECIAL. NEGATIVA GERAL. IMPOSSIBILIDADE. DECISÃO BEM FUNDAMENTADA NOS DISPOSITIVOS LEGAIS. ERRO MATERIAL CORRIGIDO SEM ALTERAÇÃO DO RESULTADO. EMBARGOS PARCIALMENTE ACOLHIDOS. I. CASO EM EXAME 1. Embargos de Declaração opostos por KATIUZI PAPELARIA LTDA – ME e LUCIANA ANDREA BRAZ SALGADO, assistidas pela Defensoria Pública, contra acórdão que, por unanimidade, negou provimento ao Recurso de Apelação Cível. Alegam erro material na fundamentação quanto à afirmação de que a jurisprudência seria uníssona e consolidada na rejeição de embargos à execução baseados em negativa geral por curador especial, pleiteando, também, o prequestionamento dos artigos 341, parágrafo único, e 917, VI, do CPC. II. QUESTÃO EM DISCUSSÃO 2. Há duas questões em discussão: (i) verificar se há erro material no acórdão ao afirmar que a jurisprudência seria uníssona e consolidada sobre o tema; (ii) determinar se a correção desse erro implica modificação do julgado ou apenas sua integração sem alteração do resultado. III. RAZÕES DE DECIDIR 3. Os embargos de declaração destinam-se a sanar omissão, obscuridade, contradição ou erro material em decisão judicial, conforme previsto no CPC. 4. A decisão embargada encontra-se bem fundamentada nos dispositivos legais pertinentes — especialmente os artigos 341, parágrafo único, e 917 do CPC, além do artigo 2º da Lei nº 6.830/80 — ao reconhecer que os embargos à execução, por sua natureza autônoma, exigem fundamentação específica. 5. O artigo 341, parágrafo único, do CPC, que isenta o curador especial da impugnação especificada, aplica-se apenas à contestação no processo de conhecimento, não abrangendo os embargos à execução. 6. Embargos à execução baseados exclusivamente em negativa geral não constituem meio idôneo para afastar a presunção de certeza e liquidez do título executivo, conforme exige o artigo 917 do CPC. 7. A referência à existência de entendimento jurisprudencial “uníssono” e “consolidado” configura erro material, uma vez que, embora existam precedentes em igual sentido, não há uniformidade plena ou súmula vinculante sobre o tema. 8. O erro material reconhecido justifica o acolhimento parcial dos embargos para correção da fundamentação, sem alteração do resultado do julgamento. IV. DISPOSITIVO E TESE 9. Embargos de Declaração parcialmente acolhidos. Tese de julgamento: 1. A apresentação de embargos à execução por curador especial mediante negativa geral não supre os requisitos legais exigidos para a petição inicial, exigindo-se fundamentação jurídica idônea. 2. A prerrogativa de impugnação genérica conferida ao curador especial pelo artigo 341, parágrafo único, do CPC restringe-se à contestação em processo de conhecimento, não se aplicando aos embargos à execução. 3. A decisão judicial que rejeita embargos à execução com base na ausência de fundamentação específica encontra amparo direto nos dispositivos legais aplicáveis, independentemente de uniformidade jurisprudencial sobre o tema. 4. A correção de erro material relativo à caracterização da jurisprudência como uníssona ou consolidada é admissível por embargos de declaração, quando não implica alteração do resultado do julgamento. Dispositivos relevantes citados: CPC, arts. 341, parágrafo único; 917, VI; 72; Lei 6.830/80, art. 2º. Jurisprudência relevante citada: · TJMT, ApCiv n. 1000359-49.2025.8.11.0009, Rel. Des. Rodrigo Roberto Curvo, Primeira Câmara de Direito Público e Coletivo, j. 17.05.2025, DJe 17.05.2025. · TJMT, ApCiv n. 1002112-75.2024.8.11.0009, Rel. Desa. Maria Erotides Kneip, Primeira Câmara de Direito Público e Coletivo, j. 12.02.2025, DJe 18.02.2025. · TJMT, ApCiv n. 1002111-90.2024.8.11.0009, Rel. Des. Luiz Octávio Oliveira Saboia Ribeiro, Terceira Câmara de Direito Público e Coletivo, j. 29.01.2025, DJe 31.01.2025. · TJMT, ApCiv n. 0001980-44.2015.8.11.0108, Rel. Des. Dirceu dos Santos, Terceira Câmara de Direito Privado, j. 22.09.2021, DJe 24.09.2021. · TJSP, ApCiv n. 1001569-37.2017.8.26.0062, Rel. Des. Sérgio Gomes, 37ª Câmara de Direito Privado, j. 20.03.2018, DJe 21.03.2018. · TJSP, ApCiv n. 1020840-33.2018.8.26.0309, Rel. Des. Jairo Brazil Fontes Oliveira, 15ª Câmara de Direito Privado, j. 21.08.2012, DJe 10.05.2019. R E L A T Ó R I O EXMO. SR. DES. MÁRCIO VIDAL Egrégia Câmara, Trata-se de Recurso de Embargos de Declaração, oposto KATIUZI PAPELARIA LTDA – ME e LUCIANA ANDREA BRAZ SALGADO, assistidas pela Defensoria Pública, em face do acordão que a unanimidade negou provimento ao Recurso de Apelação Cível, interposto pelo ora embargante. A Embargante aduz, em suas razões, que a decisão incorreu em erro material, tendo em vista que na fundamentação do voto ficou disposto que a Jurisprudência é uníssona em reconhecer que não se admite embargos à execução baseados exclusivamente em negativa geral, sendo necessário indicar ao menos um fundamento apto a infirmar a exigibilidade do crédito exequendo. Afirma ainda, erro material ao citar Jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça no sentido de que seu entendimento consolidado é que os embargos à execução não podem ser genéricos, uma vez que representam meio processual autônomo destinado a discutir a exigibilidade da dívida, não podendo se limitar a uma negativa vazia: Assim requer o prequestionamento acerca da correta interpretação dos artigos 341, parágrafo único e 917, inciso VI, todos do Código de Processo Civil, que de modo algum autoriza a interpretação de que o disposto no art. 341 não se aplica no processo de execução. Por fim requer o acolhimento dos embargos de Embargos de Declaração para retificar a decisão esclarecendo para sanar o erro material por premissa equivocada e reformar ao acordão atacado para manter a sentença de primeiro grau. Contrarrazões pelo não acolhimento dos declaratórios. É o relatório. V O T O EXMO. SR. DES. MÁRCIO VIDAL (RELATOR) Egrégia Câmara: Como explicitado no relatório, trata-se de Recurso de Embargos de Declaração, oposto por KATIUZI PAPELARIA LTDA – ME e LUCIANA ANDREA BRAZ SALGADO, para sanar erro material contido na fundamentação do acordão que negou, por decisão unânime, negou provimento ao recurso interposto pelo Embargante. Inicialmente, é importante considerar que cada recurso previsto no ordenamento jurídico pátrio possui objetivo específico. Os Embargos de Declaração se prestam para integrar, ou aclarar, as decisões judiciais em sua totalidade, quando nestas existirem pontos omissos, obscuros ou contraditórios. Caso não existam na decisão judicial embargada tais defeitos de forma, não há interpor embargos de declaração, pois estes não devem ser utilizados para reexame e novo julgamento do que já foi decidido, dado que, para tanto, há o recurso próprio previsto na legislação. Entrementes, a doutrina e a jurisprudência admitem, em situações excepcionalíssimas, a modificação dos julgados, mediante a simples interposição dos declaratórios, conferindo-lhes efeitos modificativos ou infringentes. Tal admissibilidade é restrita aos casos de correção de patente erro material ou quando, suprida uma omissão, ou extirpada uma contradição, a modificação for consequência lógica e inevitável do saneamento dos referidos vícios. Da análise detida dos argumentos esposados pela Embargante, reconheço o erro material contido no decisum. Pois bem. A controvérsia reside na possibilidade de o curador especial apresentar impugnação genérica aos embargos à execução, mediante negativa geral e o entendimento dos Tribunais e do Superior Tribunal de Justiça. É sabido que o curador especial não está sujeito ao ônus da impugnação específica dos fatos, nos termos do artigo 341, parágrafo único, do Código de Processo Civil: “Art.341. Incumbe também ao réu manifestar-se precisamente sobre as alegações de fato constantes da petição inicial, presumindo-se verdadeiras as não impugnadas, salvo se: I- não for admissível, a seu respeito, a confissão; II- a petição inicial não estiver acompanhada de instrumento que a lei considerar da substância do ato; III- estiverem em contradição com a defesa, considerada em seu conjunto. Parágrafo único. O ônus da impugnação especificada dos fatos não se aplica ao defensor público, ao advogado dativo e ao curador especial.” [sem destaque no original]. Todavia, os embargos do devedor possuem natureza jurídica de ação de conhecimento, de forma incidental ao processo de execução, razão pela qual não se confundem com a peça contestatória. De fato, a nomeação de curador especial, nos termos do artigo 72 do Código de Processo Civil, tem a finalidade de assegurar o respeito aos princípios do contraditório e da ampla defesa, mesmo em se tratando de réu revel. Logo, a petição inicial dos embargos à execução, ainda que proposta por curador especial, deve conter ao menos uma das alegações previstas no artigo 917 do CPC, não se admitindo sua propositura por simples “negativa geral”. Ademais, é certo que a certidão de dívida ativa que embasa a execução goza de presunção de certeza e liquidez, possuindo eficácia de prova pré-constituída, nos termos do artigo 2º da Lei n. 6.830/80, não sendo suficientes alegações genéricas para elidir referida presunção. In caso concreto o acórdão foi claro em fundamentar, a impossibilidade que opor embargos à execução baseados exclusivamente em negativa geral. [...] O artigo 341, § único do CPC, dispõe expressamente que o curador especial não se submete ao ônus da impugnação especificada. No entanto, tal prerrogativa se aplica exclusivamente à contestação em sede de defesa no processo de conhecimento e não aos embargos à execução. A distinção decorre da natureza jurídica dos embargos à execução, que consistem em ação autônoma, e não simples meio de defesa. Tal entendimento é extraído do artigo 917, do CPC, que exige que os embargos sejam fundamentados em matérias específicas capazes de desconstituir o título executivo.[...] Contudo, há erro material relevante no tocante à inclusão expressa ao constar que: 1) A jurisprudência pátria é uníssona em reconhecer que não se admite embargos à execução baseados exclusivamente em negativa geral [...]; 2) [...] a jurisprudência consolidada deste Tribunal[...]; e 3) O próprio Superior Tribunal de Justiça tem jurisprudência consolidada no sentido de que embargos à execução não podem ser genéricos[...], o que configura vicio a ser corrigido. A jurisprudência tem assentado que, estando o vício circunscrito às afirmações de entendimento “uníssono ou consolidado” das jurisprudências citada e, no entanto, havendo clara definição dos dispositivos legais, na fundamentação, é cabível o aclaratório para integração. Portanto o erro material nas afirmações acima elencadas, que os entendimentos jurisprudenciais são uníssonos e estão consolidados, pode ser corrigido por meio de embargos de declaração, sem que se configure modificação do julgado. Assim, acolho os embargos, com efeitos integrativos, para constar as jurisprudências de diversos Tribunais de Justiça que reafirmam a impossibilidade de oposição de embargos à execução por negativa geral, uma vez que representam meio processual autônomo destinado a discutir a exigibilidade da dívida, e não de mera contestação, exigindo fundamentação específica apta a desconstituir a exigibilidade do crédito, não podendo se limitar a uma negativa vazia: “[...]Tese de julgamento: “1. Não se admite a propositura de embargos à execução fiscal por curador especial com base em negativa geral, por ausência de fundamentação jurídica idônea.” (N.U 1000359-49.2025.8.11.0009, RODRIGO ROBERTO CURVO, Primeira Câmara de Direito Público e Coletivo, Julgado em 17/05/2025, Publicado no DJE 17/05/2025) [...] IV - A apresentação de embargos à execução fiscal baseados exclusivamente em negativa geral configura ausência de fundamentação idônea e não atende aos requisitos legais exigidos para o ajuizamento da ação, sendo cabível sua rejeição liminar. [...]”. (TJMT, apelação cível n. 1002112-75.2024.8.11.0009, Rel. Desa. MARIA EROTIDES KNEIP, Primeira Câmara de Direito Público e Coletivo, Julgado em 12.2.2025, publicado no DJe em 18.2.2025). [...] Tese de julgamento: “1. A apresentação de embargos à execução por curador especial mediante negativa geral não atende aos requisitos do artigo 917 do CPC/2015. 2. Para desconstituir título executivo regularmente constituído, é necessária a indicação de defeitos concretos ou nulidades específicas no processo executivo.” [...]. (TJMT, apelação cível n. 1002111-90.2024.8.11.0009, Rel. Des. LUIZ OCTÁVIO OLIVEIRA SABOIA RIBEIRO, Terceira Câmara de Direito Público e Coletivo, Julgado em 29.1.2025, publicado no DJe em 31.1.2025). APELAÇÃO CÍVEL – EMBARGOS À EXECUÇÃO – DEFENSORIA PÚBLICA – CURADORIA ESPECIAL – ALEGAÇÃO DE NULIDADE – ALEGADO O NÃO EXAURIMENTO DOS MEIOS DISPONÍVEIS PARA A LOCALIZAÇÃO DO DEVEDOR – CITAÇÃO POR EDITAL – AUSÊNCIA DE DOCUMENTO RELEVANTE PARA DESLINDE DA QUESTÃO CONTROVERTIDA – RECURSO NÃO CONHECIDO NESTA PARTE – MÉRITO – APRESENTAÇÃO DE EMBARGOS À EXECUÇÃO POR NEGATIVAGERAL – IMPOSSIBILIDADE NA ESPÉCIE – RECURSO PARCIALMENTE CONHECIDO E DESPROVIDO. A legislação processual não veda o desapensamento dos autos de embargos à execução dos autos principais, cabendo ao embargante o ônus de transladar os documentos essenciais ao deslinde da controvérsia, nos termos do parágrafo único do artigo 736 do CPC. No caso, não constam no bojo da apelação os documentos essenciais para a verificação da alegada nulidade da citação ficta, o que enseja o não conhecimento do recurso. A prerrogativa de impugnação por negativa geral pela Defensoria Pública, especialmente quando atua em curadoria especial, prevista no art. 341, parágrafo único do CPC, não abrange os embargos à execução. Para que seja infirmada a presunção de certeza e liquidez do crédito regularmente constituído, há necessidade de prova inequívoca, ou pelo menos que sejam apontadas as questões de direito que devam ser analisadas. Não se presta a negativa geral à espécie, sem qualquer indicação de defeito no título executivo, ou nulidade na tramitação da execução. (TJ-MT 00019804420158110108 MT, Relator: DIRCEU DOS SANTOS, Data de Julgamento: 22/09/2021, Terceira Câmara de Direito Privado, Data de Publicação: 24/09/2021) APELAÇÃO - EMBARGOS À EXECUÇÃO DE TÍTULOS EXTRAJUDICIAIS – DUAS NOTAS PROMISSÓRIAS, NO VALOR DE R$ 130,79 (cento e trinta reais e setenta e nove centavos) CADA UMA – SENTENÇA DE REJEIÇÃO LIMINAR DOS EMBARGOS. Argumentos inconvincentes – Executada citada por edital – Embargos à execução, subscritos por Curadora Especial, por "negativa geral" – Conquanto possível a impugnação não especificada, cuidando-se de parte defendida por Curador Especial, correto o indeferimento liminar dos embargos, porque ausente causa de pedir – A não imposição do ônus da impugnação especificada não exclui a necessidade de o curador especial cumprir o preenchimento dos requisitos da petição inicial (CPC, art. 319)– Precedentes. SENTENÇA MANTIDA – RECURSO DESPROVIDO. (TJ-SP 10015693720178260062 SP 1001569- 37.2017.8.26.0062, Relator: SERGIO GOMES, Data de Julgamento: 20/03/2018, 37ª Câmara de Direito Privado, Data de Publicação: 21/03/2018) EMBARGOS À EXECUÇÃO. CITAÇÃO POR EDITAL. RÉU REPRESENTADO POR CURADOR ESPECIAL. OPOSIÇÃO POR "NEGATIVA GERAL”. INADMISSIBILIDADE. Conquanto o artigo 341, parágrafo único, do Código de Processo Civil, disponha que o ônus da impugnação especificada dos fatos não se aplica ao Curador Especial, inadmissível a oposição de embargos sob o argumento de "negativa geral". Embargos não se confundem com a contestação, pois possuem natureza jurídica de ação de conhecimento, incidental ao processo de execução. Diante da sua natureza jurídica, não admitem propositura por "negativa geral", de modo que sua petição inicial deve conter alguma das alegações elencadas no artigo 917, do Código de Processo Civil. Regra legal descumprida pelo Curador Especial. Oferecimento de defesa genérica que não traz qualquer elemento capaz de desconstituir o título extrajudicial que fundamentou a execução. Rejeição liminar bem aplicada. Sentença mantida. Apelação não provida. (TJ-SP - AC: 1020840-33.2018.8.26.0309, Relator: JAIRO BRAZIL FONTES OLIVEIRA, Data de Julgamento: 21/08/2012, 15ª Câmara de Direito Privado, Data de Publicação: 10/05/2019). Forte nessas razões, ACOLHO PARCIALMENTE, os presentes Embargos de Declaração, opostos para sanar, somente a os erros materiais existentes, quanto ao entendimento uníssono/consolidado das jurisprudências quanto a não possibilidade de oposição de embargos à execução mediante negativa geral pelo curador especial mantendo inalterado que negou provimento ao recurso interposto. É como voto Data da sessão: Cuiabá-MT, 17/06/2025

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Cooperativa De Credito, Poupanca E Investimento Ouro Verde Do Mato Grosso - Sicredi Ouro Verde Mt x Drogaria Mendes Ltda e outros

ID: 337964339

Tribunal: TJMT Órgão: VARA ÚNICA DE ROSÁRIO OESTE Classe: CUMPRIMENTO DE SENTENçA Nº Processo: 1001569-37.2023.8.11.0032

Data de Disponibilização: 30/07/2025

Polo Ativo:

COOPERATIVA DE CREDITO, POUPANCA E INVESTIMENTO OURO VERDE DO MATO GROSSO - SICREDI OURO VERDE MT

Polo Passivo:

DROGARIA MENDES LTDA HELIDA CASSIA PEREIRA MEIRA MENDES

Sentença

Advogados:

HERBERT REZENDE DA SILVA

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RENATO CHAGAS CORREA DA SILVA

OAB/MT XXXXXX Desbloquear

PODER JUDICIÁRIO DO ESTADO DE MATO GROSSO COMARCA DE ROSÁRIO OESTE VARA ÚNICA DE ROSÁRIO OESTE _______________________________________________________________________________________________________ … PODER JUDICIÁRIO DO ESTADO DE MATO GROSSO COMARCA DE ROSÁRIO OESTE VARA ÚNICA DE ROSÁRIO OESTE _______________________________________________________________________________________________________ Processo: 1001569-37.2023.8.11.0032 AUTOR(A): COOPERATIVA DE CREDITO, POUPANCA E INVESTIMENTO OURO VERDE DO MATO GROSSO - SICREDI OURO VERDE MT LITISCONSORTE: DROGARIA MENDES LTDA, HELIDA CASSIA PEREIRA MEIRA MENDES SENTENÇA Vistos. 1. Trata-se de Cumprimento de Sentença em ação monitória ajuizada por COOPERATIVA DE CREDITO, POUPANCA E INVESTIMENTO OURO VERDE DO MATO GROSSO, em face de DROGARIA MENDES LTDA pelas razões e fundamentos expostos. Sentença convertendo o mandado inicial em mandado executivo (ID. 176249839). Certidão de transito em julgado em ID 179182923, posterior juntada comprovante de pagamento de custas em ID. 179868454. A parte executada apresentou impugnação ao cumprimento de sentença (ID. 180898769), alegando ausência de contrato, nulidade da citação na fase de conhecimento, ilegitimidade da parte, da inexequibilidade do título ou inexigibilidade da obrigação, do excesso de execução, da cumulação de execuções, alega incompetência do juízo, impossibilidade de cumprimento da obrigação, e por fim, alega erro material na sentença. Após, a exequente apresentou resposta à impugnação (ID. 188621276). Os autos vieram-me conclusos. É breve relatório. Fundamento e decido. 2. Das preliminares alegas ao mérito 2.1 Ausência de contrato A ação monitória deve ser instruída com prova escrita, sem eficácia de título executivo, que ateste a origem e evolução do débito, nos termo do art. 700, do CPC: Art. 700. A ação monitória pode ser proposta por aquele que afirmar, com base em prova escrita sem eficácia de título executivo, ter direito de exigir do devedor capaz: I - o pagamento de quantia em dinheiro; II - a entrega de coisa fungível ou infungível ou de bem móvel ou imóvel; III - o adimplemento de obrigação de fazer ou de não fazer. Assim sendo cumprido o ônus pela parte autora no que tange a comprovação de viabilização do direito, conforme art. 373, inciso I, do CPC, tendo em vista a juntada liberação dos valores em conta corrente da parte ré (ID. 137300683), bem como demonstrativo da evolução detalhada da dívida (ID. 137300684), e mais o contrato de abertura de conta corrente pela pessoa jurídica. Ainda traz a jurisprudência: EMENTA: APELAÇÃO CÍVEL. AÇÃO MONITÓRIA E EMBARGOS MONITÓRIOS. CONTRATO DE CAPITAL DE GIRO. SENTENÇA DE PROCEDÊNCIA DO PEDIDO INICIAL .RECURSO DA RÉ/EMBARGANTE. PRELIMINAR DE CERCEAMENTO DE DEFESA, ANTE O NÃO DEFERIMENTO DE PROVA PERICIAL E ORAL. NÃO OCORRÊNCIA. AUSÊNCIA DE CONTROVÉRSIA SOBRE A EXISTÊNCIA DE RELAÇÃO JURÍDICA. ADEMAIS, PROVA DOCUMENTAL SUFICIENTE E IDÔNEA PARA O JULGAMENTO DA LIDE. JUIZ DESTINATÁRIO DA PROVA. DEFESA PELA INEXISTÊNCIA DE DOCUMENTO HÁBIL A EMBASAR A MONITÓRIA. NÃO PROVIMENTO . TELAS SISTÊMICAS, ACOMPANHADAS DE EXTRATOS E PLANILHA DE CÁLCULO QUE SÃO SUFICIENTES. CONTRATAÇÃO ELETRÔNICA E DEMONSTRAÇÃO DA UTILIZAÇÃO DO CRÉDITO. AUTORA QUE CUMPRIU O ART. 700, DO CPC . ENCARGOS MORATÓRIOS. CUMULAÇÃO DE JUROS REMUNERATÓRIOS, JUROS DE MORA E MULTA. POSSIBILIDADE. FINALIDADE DISTINTAS . PRECEDENTES DO STJ. COBRANÇA DE PARCELAS ADIMPLIDAS. NÃO VERIFICAÇÃO. SENTENÇA QUE EXCLUIU A ÚNICA EFETIVAMENTE QUITADA, APÓS O AJUIZAMENTO DA AÇÃO . COMPENSAÇÃO DO DÉBITO COM SUPOSTO CRÉDITO EM CONTRATO DE CONSÓRCIO. IMPOSSIBILIDADE. PACTO QUE NÃO FOI OBJETO DOS AUTOS E POSSUI PECULIARIDADES. ÔNUS DE SUCUMBÊNCIA DISTRIBUÍDOS ADEQUADAMENTE . SENTENÇA MANTIDA. HONORÁRIOS RECURSAIS FIXADOS. RECURSO DA RÉ CONHECIDO E NÃO PROVIDO. (TJ-PR 0001025-41 .2020.8.16.0094 Iporã, Relator.: Rosana Andriguetto de Carvalho, Data de Julgamento: 22/03/2024, 13ª Câmara Cível, Data de Publicação: 25/03/2024) Negritei. Nesse sentido de acordo com a súmula 247 do STJ o contrato de abertura de crédito em conta corrente, acompanhado do demonstrativo de débito, constitui documento hábil para o ajuizamento da ação monitória, assim REJEITO a impugnação diante a ausência de contrato. 2.2 Nulidade da citação Alega a executada que não houve citação válida na fase de conhecimento que originou o cumprimento de sentença, contudo não há que se falar em ausência de citação válida diante da juntada de comprovação de citação valida, datada de 26/04/2024, devidamente assinada pela representante legal da ré, conforme se depreende de ID. 154171879. Medida que se impõe a REJEIÇÃO da impugnação. 2.3 Ilegitimidade da parte A questão da (i)legitimidade da parte autora resta comprovada pela documentação de abertura d contrato, demonstrando vínculo entre as partes (ID. 137300685), tornando-o legítimo credor da obrigação, por esse exposto medida cabível é a REJEIÇÃO da tese elencada. 2.4 Inexequibilidade do título ou inexigibilidade da obrigação De plano não há que se falar em inexequibilidade do título ou inexigibilidade da obrigação, tendo em vista que foram cumpridos os requisitos legais ao ajuizamento da ação, conforme já mencionados anteriormente. Contudo vale destacar que a executada não demonstrou fato impeditivo, modificativo ou extintivo do direito da parte autora. Assim se faz necessário REJEITAR essa tese. 2.5 Excesso de execução De acordo com o art. 702, §2º e §3º, do Código de Processo Civil, quando o réu alegar alegar que o autor pleiteia quantia superior à devida, cumprir-lhe-á declarar de imediato o valor que entende correto, apresentando demonstrativo discriminado e atualizado da dívida, e não sendo cumprida a exigência legal tal alegação poderá ser rejeitada liminarmente in verbis: Art. 702. Independentemente de prévia segurança do juízo, o réu poderá opor, nos próprios autos, no prazo previsto no art. 701 , embargos à ação monitória. [...] § 2º Quando o réu alegar que o autor pleiteia quantia superior à devida, cumprir-lhe-á declarar de imediato o valor que entende correto, apresentando demonstrativo discriminado e atualizado da dívida. § 3º Não apontado o valor correto ou não apresentado o demonstrativo, os embargos serão liminarmente rejeitados, se esse for o seu único fundamento, e, se houver outro fundamento, os embargos serão processados, mas o juiz deixará de examinar a alegação de excesso. [...] Não obstante, compulsando os autos, verifica-se que o Réu não apresentou quaisquer cálculos ou planilha que demonstrasse o valor correspondente ao excesso questionado, nem aquele que entendem ser o correto. A jurisprudência determina que a parte ré aponte o valor excessivo e o discrimine por meio de planilha de cálculos, a qual obrigatoriamente deve ser apresentada, em caso de alegação de excesso de execução. Nesse sentido: EMENTA: APELAÇÃO CÍVEL. AÇÃO MONITÓRIA. CÉDULA DE CRÉDITO BANCÁRIO. ALEGAÇÃO DE EXCESSO DE EXECUÇÃO. AÇÃO MONITÓRIA. PELO APELANTE, QUE SE LIMITOU GENERICAMENTE A AFIRMAR A EXISTÊNCIA DE SUPOSTO EXCESSO COBRADO PELO BANCO APELADO. NÃO BASTA ALEGAR QUE O VALOR É EXCESSIVO. TEM QUE DECLARAR DE IMEDIATO O VALOR QUE ENTENDE DEVIDO . ARTIGO 702, §§ 2º E 3º DO CPC. RECURSO CONHECIDO E NÃO PROVIDO. 01. - Tratam os autos de Apelação Cível interposta por RC COMÉRCIO E REPRESENTAÇÕES LTDA e OUTROS, face a sentença exarada pelo douto magistrado da 25ª Vara Cível, que rejeitou os Embargos à Monitória e julgou procedente o pedido monitório proposto por Banco do Brasil S/A . 02.- A sentença deu correta solução a causa, uma vez que o artigo 702, §§ 2º e 3º do CPC, é cristalino ao determinar a improcedência liminar dos embargos monitórios em caso de alegação de excesso de execução sem declinar o valor da dívida através de demonstrativo discriminado e atualizado da dívida. Precedentes. 03 .- Recurso conhecido e não provido. ACÓRDÃO: Vistos, relatados e discutidos estes autos, acorda a 3ª Câmara Direito Privado do Tribunal de Justiça do Estado do Ceará, em conhecer da Apelação Cível, mas para negar-lhe provimento, nos termos do voto do relator. MARIA VILAUBA FAUSTO LOPES Presidente do Órgão Julgador Exmo. Sr . JUCID PEIXOTO DO AMARAL Relator (TJ-CE - APL: 01119342520178060001 CE 0111934-25.2017.8.06 .0001, Relator.: JUCID PEIXOTO DO AMARAL, Data de Julgamento: 30/10/2019, 3ª Câmara Direito Privado, Data de Publicação: 30/10/2019). Negritei 2.6 Cumulação de execuções Analisando os autos verifico que as obrigações envolvidas são compatíveis e originadas de único título executivo (C23330891 – ID. 137300683), bem como os valores demonstrados em planilha (ID. 137300684) se encontram em conformidade com a norma, sendo juros moratórios de 1% (um por cento) ao mês e 2% (dois por cento) de multa por inadimplência. REJEITO a impugnação alegada de cumulação de execuções. 2.7 Incompetência do juízo O foro competente para a Ação Monitória é, em regra, o do domicílio do réu, nos termos dos artigos 46 do CPC e art. 327, do CC. Sendo a ré pessoa jurídica, é competente o domicílio onde está sediada, conforme art. 53, inciso III, alínea “a”, do CPC. No caso dos autos, a ré é sediada em Jangada/MT, conforme documentação acostada, portanto sendo este Juízo competente para julgar tal ação. Oportunamente, REJEITO a impugnação quanto a incompetência do juízo. 2.8 Impossibilidade de cumprimento da obrigação O título executivo deve ser executado fielmente, sendo incabível a reabertura da discussão sobre o conteúdo do julgado exequendo, em razão da preclusão, bem como com relação ao julgado transitado em julgado, ante a inadmissibilidade de sua alteração em obediência à coisa julgada, conforme art. 502, do CPC. 2.9 Erro material na sentença Quanto ao questionamento sobre erros materiais deveria ser tratado diretamente por instrumento processual adequado, o que não ocorreu nos autos. Por fim, verifica-se que a argumentação empreendida na peça defensiva não é capaz de obstar o prosseguimento do feito, porquanto não fora ventilada nenhuma causa modificativa ou extintiva da execução, ou qualquer outra prevista no art. 702, do CPC. 3. DISPOSITIVO Ante o exposto, JULGO IMPROCEDENTE a impugnação ao cumprimento de sentença pelos fundamentos acima esposados, bem como determino o regular deslinde do presente cumprimento de sentença até os seus ulteriores termos, a requerimento da parte exequente. Intimem-se as partes. Cumpra-se, expedindo o necessário e com as cautelas de estilo. Às providências. Rosário Oeste/MT, data registrada pelo sistema. ARTHUR MOREIRA PEDREIRA DE ALBUQUERQUE Juiz de Direito

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Elenir Afonso Da Silva e outros x Viação Xavante Ltda

ID: 333124159

Tribunal: TJMT Órgão: 1ª VARA DE PORTO ALEGRE DO NORTE Classe: PROCEDIMENTO COMUM CíVEL Nº Processo: 1001569-53.2023.8.11.0059

Data de Disponibilização: 24/07/2025

Polo Ativo:

ELENIR AFONSO DA SILVA JULLIANE ALVES DA SILVA

Polo Passivo:

VIAÇÃO XAVANTE LTDA

Sentença

Advogados:

LUIZ CLAUDIO DA COSTA

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JULLIANE ALVES DA SILVA

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WELLINGTON JUNIOR OLIVEIRA SILVA

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ESTADO DE MATO GROSSO PODER JUDICIÁRIO 1ª VARA CÍVEL DE PORTO ALEGRE DO NORTE SENTENÇA Processo n. 1001569-53.2023.8.11.0059 JULLIANE ALVES DA SILVA e outros VIAÇÃO XAVANTE LTDA 1. RELATÓRIO Trata-se… ESTADO DE MATO GROSSO PODER JUDICIÁRIO 1ª VARA CÍVEL DE PORTO ALEGRE DO NORTE SENTENÇA Processo n. 1001569-53.2023.8.11.0059 JULLIANE ALVES DA SILVA e outros VIAÇÃO XAVANTE LTDA 1. RELATÓRIO Trata-se de ação de ressarcimento por danos materiais e compensação por danos morais, ajuizada por Julliane Alves da Silva e Elenir Afonso da Silva em face de Viação Xavante Ltda.. Na petição inicial (Id. 115799631), as autoras narram que, em 18/01/2023, durante viagem de ônibus no trajeto Porto Alegre do Norte/MT a Palmas/TO, o veículo apresentou odor intenso de diesel e, após parada em Paraíso/TO, veio a pegar fogo com os passageiros ainda em seu interior. Alegam que não receberam qualquer auxílio da empresa, que perderam diversos bens de uso pessoal e profissional, incluindo dispositivos eletrônicos e óculos, e que sofreram significativo abalo psicológico em virtude do risco à vida e do descaso posterior da ré. Requerem a condenação da requerida ao pagamento de indenização por danos materiais, no valor de R$ 12.796,97, e por danos morais, no montante de R$ 60.000,00. A requerida apresentou contestação (Id. 142952366), na qual sustenta, em síntese, inexistência de responsabilidade pelo evento, alegando caso fortuito ou força maior, e impugna os valores pleiteados a título de indenização. As autoras apresentaram réplica (Id. 148537744), refutando os argumentos defensivos e reiterando os pedidos iniciais. Na decisão de saneamento (Id. 187313865), foi rejeitada a preliminar arguida pela ré, reconhecendo-se a responsabilidade objetiva do transportador nos termos dos artigos 734 e 735 do Código Civil, fixando-se os pontos controvertidos e intimando as partes para manifestação quanto à produção de provas. Ambas as partes, entretanto, manifestaram-se pelo julgamento antecipado do mérito (Ids. 189874866 e 190020349). É o relatório. Decido. 2. FUNDAMENTAÇÃO O processo encontra-se apto à prolação de sentença, estando encerrada a fase postulatória, motivo pelo qual passo ao julgamento do mérito. 2.1. Da inversão do ônus da prova Trata-se de típica relação de consumo, na qual as autoras, na condição de passageiras, contrataram os serviços da requerida para transporte interestadual. Nos termos dos artigos 2º e 3º do Código de Defesa do Consumidor, está caracterizada a relação consumerista, sendo a ré enquadrada como fornecedora de serviços e as autoras como consumidoras finais. Conforme dispõe o artigo 6º, inciso VIII, do CDC, é direito básico do consumidor a facilitação da defesa de seus direitos em juízo, mediante a inversão do ônus da prova quando for verossímil a alegação ou quando for o consumidor hipossuficiente, a critério do juiz. No caso concreto, diante da verossimilhança das alegações apresentadas pelas autoras, corroboradas por documentos e provas juntadas aos, e considerando a hipossuficiência técnica em relação à fornecedora, impõe-se a inversão do ônus probatório. Assim, incumbia à requerida demonstrar fato impeditivo, modificativo ou extintivo do direito vindicado, inclusive eventual ocorrência de caso fortuito ou força maior capaz de afastar o nexo causal, ônus do qual não se desincumbiu satisfatoriamente. 2.2. Da responsabilidade objetiva e do dever de indenizar Para a configuração da responsabilidade civil e consequente dever de indenizar, é necessária a presença cumulativa de três elementos: (i) a conduta, consistente na ação ou omissão do agente ou na falha na prestação do serviço; (ii) o dano experimentado pela vítima, de natureza material e/ou moral; e (iii) o nexo causal entre o fato imputado ao agente e o prejuízo suportado. Nos contratos de transporte de passageiros, a responsabilidade do transportador é objetiva, consoante dispõem os artigos 734 e 735 do Código Civil e o artigo 14 do Código de Defesa do Consumidor. Tal regime decorre da natureza do contrato, que é de resultado: a transportadora se obriga a conduzir os passageiros e suas bagagens ao destino final de forma segura, assumindo os riscos da atividade econômica que explora. A norma do art. 734 do Código Civil é categórica ao estabelecer que: “Art. 734. O transportador responde pelos danos causados às pessoas transportadas e suas bagagens, salvo motivo de força maior, sendo nula qualquer cláusula excludente da responsabilidade.“ Em complemento, o art. 735 dispõe que a responsabilidade contratual não é afastada nem mesmo pela culpa de terceiro, assegurando ao transportador, em tais casos, apenas eventual ação regressiva. O Código de Defesa do Consumidor, aplicável à hipótese pela relação de consumo entre passageiro e transportadora (arts. 2º e 3º), reforça essa diretriz ao prever, no art. 14, que o fornecedor de serviços responde, independentemente de culpa, pelos danos causados ao consumidor por defeitos relativos à prestação do serviço, somente se eximindo quando demonstrar: (I) que, tendo prestado o serviço, o defeito inexiste; (II) culpa exclusiva do consumidor ou de terceiro. Assim, a empresa ré somente poderia afastar sua responsabilidade mediante prova robusta e inequívoca de que o incêndio decorreu de caso fortuito externo, força maior, ou de fato exclusivo da vítima ou de terceiro, rompendo o nexo causal. Entretanto, embora tenha suscitado genericamente a ocorrência de caso fortuito ou força maior, a requerida não trouxe aos autos qualquer elemento técnico idôneo, tampouco requereu produção de prova pericial para demonstrar a origem e inevitabilidade do incêndio que consumiu o veículo e as bagagens das autoras. O simples incêndio do veículo, sem prova da inevitabilidade e imprevisibilidade do evento, não configura, por si só, caso fortuito ou força maior capaz de eximir a transportadora da responsabilidade. Trata-se, em verdade, de risco inerente à atividade econômica, e não de evento absolutamente estranho ao serviço prestado. A jurisprudência do Tribunal de Justiça de Mato Grosso é firme no sentido de que, em tais hipóteses, a responsabilidade do transportador subsiste, impondo-se a reparação integral dos prejuízos suportados pelo passageiro: No caso em análise, é incontroverso que o ônibus da ré incendiou-se durante a viagem, expondo as autoras a risco e ocasionando a perda total de pertences pessoais e profissionais, fatos estes comprovados por boletins de ocorrência, registros fotográficos e documentos fiscais acostados aos autos. Diante desse cenário, ausente qualquer excludente devidamente comprovada, restam preenchidos todos os requisitos da responsabilidade civil objetiva – conduta (falha na prestação do serviço de transporte seguro), dano (perda de bens e exposição ao risco de morte) e nexo de causalidade (incêndio no ônibus durante a execução do contrato) –, impondo-se o reconhecimento do dever de indenizar por parte da transportadora ré. 2.3. Dos danos materiais As autoras instruíram a inicial com notas fiscais e documentos comprobatórios dos bens que transportavam em suas mochilas, os quais foram destruídos pelo incêndio ocorrido no ônibus da requerida. Entre os itens, constam notebooks, IPAD, caneta digital (Apple Pencil), óculos de grau e solar, lentes de contato, mochila, carregador, fones de ouvido e certificado digital, totalizando o valor de R$ 12.796,97 (doze mil, setecentos e noventa e seis reais e noventa e sete centavos). A ré, embora contestando genericamente os valores, não impugnou de forma específica as notas fiscais e tampouco produziu prova que infirmasse a veracidade dos prejuízos alegados, não se desincumbindo do ônus que lhe competia após a inversão probatória já reconhecida nos autos. A jurisprudência do Tribunal de Justiça de Mato Grosso é firme no sentido de que, em casos de extravio ou destruição de bagagem por incêndio em ônibus, a responsabilidade da transportadora é objetiva, sendo devida a restituição integral dos valores devidamente comprovados, acrescidos de juros de mora a partir da citação, por se tratar de relação contratual. Diante desse contexto, e considerando que a ré não apresentou prova apta a afastar a comprovação documental trazida pelas autoras, fixo a indenização por danos materiais no valor total de R$ 12.796,97 (doze mil, setecentos e noventa e seis reais e noventa e sete centavos), cabendo às coautoras, em fase de cumprimento, proceder à apuração e regular divisão do montante, conforme os prejuízos individualmente comprovados por cada uma nos autos, em observância ao princípio da vedação ao enriquecimento sem causa. 2.4. Dos danos morais O dano moral, diferentemente do material, não visa recompor patrimônio, mas sim compensar a vítima pelo sofrimento, angústia e transtornos experimentados, além de cumprir função pedagógica, inibindo condutas semelhantes do ofensor. No caso concreto, restou incontroverso que as autoras foram expostas a risco real de morte durante o incêndio no ônibus, vivenciaram situação de pânico coletivo, perderam pertences de uso pessoal e profissional e, ainda, ficaram sem qualquer assistência por parte da transportadora, sendo obrigadas a buscar alternativas por meios próprios. A situação ultrapassa o mero dissabor cotidiano, caracterizando violação a direitos da personalidade, em especial à segurança e tranquilidade que se espera de um contrato de transporte, devendo ser compensada nos termos dos artigos 5º, incisos V e X, da Constituição Federal, e 186 e 927 do Código Civil. O Tribunal de Justiça de Mato Grosso, em caso análogo envolvendo incêndio em ônibus e perda de bagagem, já reconheceu o direito ao ressarcimento moral, fixando indenização com base na gravidade do fato e nos critérios de razoabilidade e proporcionalidade: "PAGE 4 ESTADO DE MATO GROSSO PODER JUDICIÁRIO TURMA RECURSAL ÚNICA 1º Turma Recursal Temporária Processo nº 0068055-66.2013.811.0001 Origem: Segundo Juizado Especial Cível de Cuiabá Recorrente: Expresso São Luiz Ltda. Recorrido: Heber Lopes dos Santos EMENTA RECURSO INOMINADO. RELAÇÃO DE CONSUMO. TRANSPORTE RODOVIÁRIO. INCÊNDIO EM ÔNIBUS. BAGAGEM QUEIMADA. TRASTORNOS ENFRENTADOS NA VIAGEM. DANO MORAL CONFIGURADO. QUANTUM ADEQUADO. DANO MATERIAL REDUZIDO. RELAÇÃO CONTRATUAL. JUROS A PARTIR DA CITAÇÃO. RECURSO PARCIALMENTE PROVIDO. Empresa requerida responsável pelos danos decorrentes de incêndio no ônibus, que consumiu bagagens e causou compreensível situação de pânico e tensão. (...) Indenização por danos morais fixada em R$ 7.000,00 (sete mil reais) que atende aos critérios da razoabilidade e proporcionalidade." (TJMT, Processo nº 0068055-66.2013.8.11.0001, Rel. Juiz Nelson Dorigatti, Turma Recursal Única, julgado em 29/04/2016). Considerando os parâmetros adotados pela jurisprudência, a gravidade do evento, o grau de sofrimento e exposição das autoras, bem como o caráter pedagógico da medida, arbitro a indenização por danos morais em R$ 5.000,00 (cinco mil reais) para cada autora, totalizando R$ 10.000,00 (dez mil reais). 3. DISPOSITIVO Ante o exposto, com fundamento no artigo 487, inciso I, do Código de Processo Civil, JULGO PROCEDENTES os pedidos formulados por Julliane Alves da Silva e Elenir Afonso da Silva em face de Viação Xavante Ltda., para: 1. Condenar a requerida ao pagamento de indenização por danos materiais no valor total de R$ 12.796,97 (doze mil, setecentos e noventa e seis reais e noventa e sete centavos), cabendo às coautoras, em fase de cumprimento, apurar e proceder à regular divisão do montante, conforme os prejuízos individualmente comprovados. O valor deverá ser atualizado pela taxa SELIC, englobando correção monetária e juros de mora, desde a data do evento danoso (18/01/2023) até o efetivo pagamento. 2. Condenar a requerida a pagar a cada autora a quantia de R$ 5.000,00 (cinco mil reais), a título de danos morais, com acréscimo mensal de juros legais de mora, na forma do art. 406, §1º, do Código Civil (taxa SELIC menos IPCA), a contar da citação até a data desta sentença, incidindo, a partir de então, atualização da quantia devida exclusivamente pela SELIC (correção monetária e juros de mora), até o efetivo pagamento, conforme orientação da Súmula 362 do STJ. 3. Condenar a requerida ao pagamento das custas processuais e honorários advocatícios, que fixo em 10% (dez por cento) sobre o valor total da condenação, nos termos do artigo 85, §2º, do Código de Processo Civil. Interposto recurso de apelação por qualquer das partes, intime-se o apelado para que apresente contrarrazões no prazo de 15 (quinze) dias (art. 1.010, § 1º, do CPC). Cumpridas essas determinações, remetam-se os autos ao Egrégio Tribunal de Justiça para julgamento do recurso, sem necessidade de conclusão para despacho. Após o trânsito em julgado, não havendo requerimentos, arquivem-se os autos com as anotações e comunicações de estilo. Às providências. Porto Alegre do Norte/MT, datado eletronicamente. Alex Ferreira Dourado Juiz de Direito Substituto

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