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Processo nº 1001438-64.2024.8.11.0020

ID: 336035552

Tribunal: TJMT Órgão: 2ª VARA DE ALTO ARAGUAIA Classe: AçãO PENAL - PROCEDIMENTO ORDINáRIO Nº Processo: 1001438-64.2024.8.11.0020

Data de Disponibilização: 28/07/2025

Polo Ativo:

Polo Passivo:

DIEGO SILVA DOS SANTOS

Citação

PODER JUDICIÁRIO DO ESTADO DE MATO GROSSO COMARCA DE ALTO ARAGUAIA 2ª VARA DE ALTO ARAGUAIA RUA ONILDO TAVEIRA, 143, (66) 3481-1410 - (66) 3481-1211, VILA AEROPORTO, ALTO ARAGUAIA - MT - CEP: 78780-0… PODER JUDICIÁRIO DO ESTADO DE MATO GROSSO COMARCA DE ALTO ARAGUAIA 2ª VARA DE ALTO ARAGUAIA RUA ONILDO TAVEIRA, 143, (66) 3481-1410 - (66) 3481-1211, VILA AEROPORTO, ALTO ARAGUAIA - MT - CEP: 78780-000 EDITAL DE CITAÇÃO PRAZO DE 15 DIAS EXPEDIDO POR DETERMINAÇÃO DO MM.(ª)JUIZ(A) DE DIREITO DANIEL DE SOUSA CAMPOS PROCESSO n. 1001438-64.2024.8.11.0020 Valor da causa: 0,00 ESPÉCIE: [Furto]->AÇÃO PENAL - PROCEDIMENTO ORDINÁRIO (283) AUTOR: Nome: MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DE MATO GROSSO Endereço: Rua Quatro, 0, RUA QUATRO, S/N, Centro Político e Administrativo, CUIABÁ - MT - CEP: 78049-921 RÉU: Nome: DIEGO SILVA DOS SANTOS Endereço: XXXX, (94)99203-7338, XXXXX, RIO MARIA - PA - CEP: 68530-000 ACUSADO: DIEGO SILVA DOS SANTOS - CPF: XXX.XXX.942-37, nascido no dia 04/06/2005, natural de Marabá/PA, filho de Vanderlei Almeida dos Santos e Luzicleia Rodrigues da Silva FINALIDADE: CITAÇÃO DO RÉU acima qualificado(s), para responder à acusação, por escrito, no prazo de 10 (dez) dias, nos termos do artigo 396 do CPP. 2. Na resposta, o acusado poderá arguir preliminares e alegar tudo que interesse à sua defesa, oferecer documentos e justificações, especificar as provas pretendidas e arrolas testemunhas, até o máximo de 08 (oito), qualificando-as e requerendo sua intimação, quando necessário. DENÚNCIA: "... Consta nos inclusos autos de inquérito policial que na manhã do dia 19 de julho de 2024, por volta de 06h00min, em via pública, nesta Comarca e município de Alto Araguaia/MT, o denunciado Diego Silva dos Santos, com animus furandi, mediante abuso de confiança, subtraiu, para si ou para outrem, coisa alheia móvel, pertencente à vítima Braz Mendonça de Siqueira..." E, para que chegue ao conhecimento de todos e que ninguém, no futuro, possa alegar ignorância, expediu-se o presente Edital que será afixado no lugar de costume e publicado na forma da Lei. Eu, Leonardo Rodrigues de Moraes, digitei. Alto Araguaia-MT, 25 de julho de 2025. (Assinado Digitalmente) Igor Cavalcante de Souza Gestor(a) Judiciário(a) Autorizado(a) pela Consolidação das Normas Gerais da Corregedoria/CNGC OBSERVAÇÕES: O processo está integralmente disponibilizado pelo Sistema PJe - Processo Judicial Eletrônico, no endereço https://pjeinstitucional.tjmt.jus.br, nos TERMOS DO ARTIGO 9.º DA LEI 11.419/2006. INSTRUÇÕES DE ACESSO: Para acessar as peças e atos judiciais vinculados a este documento, acesse o endereço: > https://m.tjmt.jus.br/home, pelo seu navegador de internet. No celular: com o aplicativo aberto, acesse o serviço “Leia aqui seu código” e dê permissão para o aplicativo acessar a câmera do seu celular. Com a câmera habilitada, aponte para o QRCODE. No computador: com o portal aberto, acesse o serviço “Leia aqui seu código”, clique na lupa localizada na parte superior direita e digite o “Código” localizado abaixo do QRCODE. Caso V. S.ª não consiga consultar os documentos via internet, deverá comparecer à Unidade Judiciária (endereço acima indicado) para ter acesso, bem como proceder o seu cadastramento ao sistema. ADVOGADO: 1) O advogado deverá proceder à habilitação em cada processo que pretenda atuar, exclusivamente através da funcionalidade “Solicitar Habilitação”, sob pena de não conhecimento dos atos praticados. (Art. 21 da Resolução nº 03/2018-TP). 2) Quando da resposta a este expediente, deve ser selecionada o ícone de resposta a que ela se refere, localizada na aba “Expedientes” no “Painel do Representante Processual”, sob pena de o sistema não vincular a petição de resposta à intimação, com o consequente lançamento de decurso de prazo. Para maiores informações, favor consultar o Manual do PJe para Advogados em https://pjeinstitucional.tjmt.jus.br/#!suporte.LR

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Processo nº 1001438-57.2025.8.11.0011

ID: 329099294

Tribunal: TJMT Órgão: 1ª VARA DE MIRASSOL D'OESTE Classe: EXECUçãO DE TíTULO EXTRAJUDICIAL Nº Processo: 1001438-57.2025.8.11.0011

Data de Disponibilização: 18/07/2025

Polo Ativo:

ASA RECUPERA SERVICOS DE COBRANCA LTDA

Polo Passivo:

Decisão

Advogados:

LORENA PONTES IZEQUIEL LEAL

OAB/RJ XXXXXX Desbloquear

ESTADO DE MATO GROSSO PODER JUDICIÁRIO 1ª VARA DE MIRASSOL D'OESTE DECISÃO Processo: 1001438-57.2025.8.11.0011. EXEQUENTE: ASA RECUPERA SERVICOS DE COBRANCA LTDA EXECUTADO: ELISEU DOS SANTOS PEREIRA … ESTADO DE MATO GROSSO PODER JUDICIÁRIO 1ª VARA DE MIRASSOL D'OESTE DECISÃO Processo: 1001438-57.2025.8.11.0011. EXEQUENTE: ASA RECUPERA SERVICOS DE COBRANCA LTDA EXECUTADO: ELISEU DOS SANTOS PEREIRA SERVICOS Vistos. DEFIRO os benefícios da gratuidade da justiça à parte autora, com base nos documentos acostados, notadamente os balancetes dos meses de abril e maio de 2025 e o recibo de declaração do Simples Nacional que indica o faturamento R$ 0,00 da empresa e a compatibilidade com o benefício pretendido, nos termos do art. 99 do CPC e art. 5º, inciso LXXIV, da CRFB/88. CITE-SE a parte executada para pagar a dívida, custas e despesas processuais, além de honorários advocatícios, fixados no patamar de 10%, no prazo de 3 dias, a contar da citação na forma do art. 827, caput, do CPC. Caso a parte executada possua cadastro na forma do art. 246, § 1º e art. 1.051, do CPC, a citação deverá ser feita de maneira preferencialmente eletrônica. Do mandado ou carta de citação deverá constar, também, a ordem de penhora e avaliação a ser cumprida pelo oficial de justiça tão logo verificado o não pagamento no prazo assinalado, de tudo lavrando-se auto, com intimação da parte executada. Não encontrada a parte executada, havendo bens de sua titularidade, o oficial de justiça deverá proceder ao arresto de tantos quanto bastem para garantir a execução, seguindo o processo na forma do art. 830 do CPC. As citações, intimações e penhoras poderão realizar-se no período de férias forenses, feriados ou dias úteis mesmo antes das 6 e depois das 20 horas, observado o disposto no art. 5º, inciso XI, da CRFB/88. A parte executada deverá ter ciência de que, consoante o art. 827, § 1º, do CPC, em caso de pagamento integral no prazo declinado, os honorários advocatícios serão reduzidos pela metade. Registre-se, também, a possibilidade de oferecimento de embargos à execução, distribuídos por dependência e instruídos com cópias das peças processuais relevantes, no prazo de 15 dias, contados na forma do art. 231 do CPC (art. 915 do CPC). Alternativamente, no lugar dos embargos, mediante o depósito de 30% do valor total executado, poderá ser requerido o parcelamento do restante em até 6 parcelas mensais, acrescidas de correção monetária e de juros de 1% ao mês (art. 916, caput, do CPC). Fica a parte executada advertida que a rejeição dos embargos, ou, ainda, o inadimplemento das parcelas, poderá acarretar na elevação dos honorários advocatícios, multa em favor da parte, além de outras penalidades previstas em lei (§ 2º, do art. 827 e § 5º, do art. 916, ambos do CPC). Cientifique-se a parte exequente de que, não localizada a parte executada, deverá, na primeira oportunidade, requerer as medidas necessárias para a viabilização da citação, sob pena de não se aplicar o disposto no art. 240, § 1º, do CPC. Tratando-se de pessoa jurídica, deverá, desde logo, providenciar a juntada de certidão de breve relato obtida junto à Junta Comercial ou semelhante, diligenciando, ainda, perante os cadastros processuais do juízo onde a empresa tem sede ou filial. Por fim, registre-se que a parte exequente poderá requerer diretamente à Secretaria Judicial a expedição de certidão, nos termos do art. 828, que servirá também aos fins previstos no art. 782, § 3º, todos do CPC. Expedida a certidão, caberá à parte exequente providenciar as averbações e comunicações necessárias, comprovando posteriormente nos autos no prazo de 10 dias, sob pena de nulidade, sem prejuízo de eventual responsabilização. Deverá, igualmente, o oficial de justiça, na determinação do art. 154, inciso VI, do CPC, indagar a parte executada se existe proposta de acordo. Autorizo diligências em conformidade com o art. 212, § 2º, do CPC. Intimem-se. Cumpra-se expedindo o necessário. Mirassol D´Oeste, data e horário da assinatura eletrônica.

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Bruno Donisete De Avila x Cooperativa De Credito De Livre Admissao De Associados Sorriso - Sicredi Celeiro Do Mt

ID: 329792730

Tribunal: TJMT Órgão: 2ª VARA CÍVEL DE SORRISO Classe: CONSIGNAçãO EM PAGAMENTO Nº Processo: 1015932-68.2024.8.11.0040

Data de Disponibilização: 21/07/2025

Polo Ativo:

BRUNO DONISETE DE AVILA

Polo Passivo:

COOPERATIVA DE CREDITO DE LIVRE ADMISSAO DE ASSOCIADOS SORRISO - SICREDI CELEIRO DO MT

Sentença

Advogados:

TIAGO MIGUEL DOS SANTOS

OAB/MT XXXXXX Desbloquear

LUANA PRIMO SCHMITT

OAB/MT XXXXXX Desbloquear

BRUNO HENRIQUE DE OLIVEIRA VANDERLEI

OAB/PE XXXXXX Desbloquear

ALVARO RATTI HUBNER

OAB/MT XXXXXX Desbloquear

ESTADO DE MATO GROSSO PODER JUDICIÁRIO 2ª VARA CÍVEL DE SORRISO SENTENÇA Vistos. Trata-se de ação de consignação em pagamento ajuizada por BRUNO DONISETE DE AVILA em desfavor de COOPERATIVA DE CREDIT… ESTADO DE MATO GROSSO PODER JUDICIÁRIO 2ª VARA CÍVEL DE SORRISO SENTENÇA Vistos. Trata-se de ação de consignação em pagamento ajuizada por BRUNO DONISETE DE AVILA em desfavor de COOPERATIVA DE CREDITO DE LIVRE ADMISSAO DE ASSOCIADOS SORRISO, partes devidamente qualificadas nos autos. Narra o autor que é cooperado da Requerida, vinculado à agência 0810, conta corrente 40493-1, com a qual mantém relação contratual há anos. Em 29/11/2021, firmou contrato de financiamento para aquisição de veículo, por meio da Cédula de Crédito Bancário n.º C131314846, no valor de R$ 102.726,00, a ser quitado em 60 (sessenta) parcelas mensais de R$ 2.347,03, com vencimento final em 10/12/2026. Afirma que vinha pagando pontualmente as parcelas do financiamento até que a Requerida passou a recusar o recebimento das parcelas, sob a alegação de que havia inadimplemento relativo a outros contratos, como faturas de cartão de crédito. Apesar de se tratar de obrigações diversas, a instituição financeira passou a condicionar a emissão de boletos à quitação de todas as dívidas existentes. Diante da recusa arbitrária, o Requerente ajuizou a ação nº 1001438-04.2024.8.11.0040, na qual obteve sentença de total procedência, com reconhecimento da validade dos depósitos judiciais referentes às parcelas de novembro e dezembro de 2023 e de janeiro a agosto de 2024. Após o trânsito em julgado da referida ação, o Requerente, conforme orientação da própria cooperativa, passou a solicitar os boletos mensais por e-mail. Relata, contudo, que, após ter quitado os boletos referentes aos meses de setembro e outubro de 2024, a instituição financeira voltou a se recusar a emitir o boleto de novembro, sob a alegação de inadimplemento da parcela de outubro. Tal afirmação, segundo o autor, é inverídica, tendo sido comprovado o pagamento oportunamente. Mesmo diante da comprovação, a cooperativa se manteve inerte, ignorando as comunicações realizadas por e-mail e via WhatsApp. Afirma, ainda, que foi surpreendido com a inserção indevida de seu nome em cadastros de proteção ao crédito (SCPC), com base justamente na parcela já quitada. Alega violação à boa-fé objetiva e prática abusiva, requerendo tutela de urgência para que seja autorizada a consignação dos valores em juízo e determinada a abstenção de negativação indevida. A liminar foi parcialmente deferida Id. 177469628, com autorização para consignação dos valores referentes ao contrato de Id. 175824944, além da proibição de inclusão do nome do autor nos cadastros de inadimplentes, sob pena de multa diária. Devidamente citada, a Requerida apresentou contestação, arguindo, em preliminar, existência de coisa julgada, em virtude da anterior ação consignatória nº 1001438-04.2024.8.11.0040, requerendo a extinção do feito com fulcro no art. 485, V, do CPC, além da condenação do autor por litigância de má-fé. No mérito, sustenta que o Requerente possui outros contratos inadimplentes com a instituição, que motivaram o bloqueio do sistema e a tentativa de renegociação global da dívida. Alega que não houve recusa de pagamento, mas dificuldades decorrentes da inadimplência generalizada do autor. Reforça que atuou com boa-fé, ofertando alternativas de renegociação, inclusive com descontos substanciais, e que não há ilicitude em sua conduta. Invoca, por fim, o disposto nos arts. 394 e 397 do Código Civil e no Decreto-Lei 911/69 para justificar as medidas adotadas. O autor apresentou impugnação à contestação, rebatendo as preliminares e reafirmando que a negativa de recebimento das parcelas específicas do financiamento do veículo foi indevida e vinculada, de forma abusiva, à exigência de pagamento de dívidas estranhas à obrigação contratada. Sustenta que não há identidade de causa de pedir ou pedido entre a presente demanda e a anterior, motivo pelo qual não há que se falar em coisa julgada. Impugna, ainda, a tese de culpa exclusiva e ausência de responsabilidade da Requerida, reforçando que tentou reiteradas vezes cumprir sua obrigação e foi impedido pela conduta da instituição financeira. As partes foram intimadas para especificarem provas, tendo ambas manifestado desinteresse na produção de novas provas. Os autos vieram conclusos. É o relatório. Decido. DO JULGAMENTO ANTECIPADO DA LIDE Nos termos do art. 355, inciso I, do Código de Processo Civil, o feito comporta julgamento antecipado do mérito, porquanto prescindível a produção de outras provas, sendo a documentação acostada aos autos suficiente à formação do convencimento deste Juízo. Passa-se, pois, à análise do mérito. DA PRELIMINAR DE COISA JULGADA A parte requerida suscita a preliminar de coisa julgada, ao argumento de que a presente demanda reproduz ação anterior, de mesmo objeto e causa de pedir, proposta pelo autor sob o nº 1001438-04.2024.8.11.0040, razão pela qual pleiteia a extinção do feito com fundamento no art. 485, V, do Código de Processo Civil. Não assiste razão à requerida. Consoante dispõe o art. 337, §§ 2º e 3º, do CPC, para o reconhecimento da coisa julgada, exige-se a tríplice identidade entre as demandas: partes, causa de pedir e pedido. No caso em apreço, embora as partes sejam as mesmas, a ação de consignação anteriormente ajuizada versava sobre parcelas específicas do contrato de financiamento vencidas entre novembro de 2023 e agosto de 2024, cujo pagamento foi judicialmente reconhecido, com trânsito em julgado da respectiva sentença. A presente ação, por sua vez, tem por objeto a parcela vencida no mês de outubro de 2024, além da obrigação de fazer consistente na disponibilização dos boletos mensais vincendos e a abstenção de medidas de cobrança e negativação indevida. Trata-se, portanto, de obrigações distintas, vencidas em momento posterior à demanda anterior, o que afasta a identidade de objeto e de causa de pedir. Dessa forma, rejeito a preliminar de coisa julgada, por ausência de identidade entre os pedidos e as causas de pedir das demandas comparadas. DO MÉRITO Cuida-se de ação de consignação em pagamento ajuizada com o objetivo de possibilitar o depósito da parcela vencida em novembro de 2024, referente a contrato de financiamento veicular celebrado entre as partes, bem como de prestações vincendas. Narra a parte autora que a prática da instituição financeira em obstar o pagamento das prestações mensais referentes ao financiamento veicular não é recente, tendo, inclusive, ocasionado o ajuizamento de ação anterior, a fim de viabilizar o pagamento das parcelas. Relata que, após o trânsito em julgado da sentença, o banco réu emitiu boletos para pagamento das prestações restantes apenas nos meses de setembro e outubro de 2024, vindo, contudo, no mês de outubro, a obstar novamente o pagamento das prestações, dessa vez sob a justificativa de inadimplemento da própria parcela de outubro de 2024, a qual, conforme se comprova da análise do comprovante de pagamento de ID 175824951, foi devidamente quitada, na data e forma pactuadas. Verifica-se, da documentação dos autos, que a parte autora buscou a emissão dos boletos para pagamento do financiamento por meio de e-mails trocados com prepostos da ré, vindo, por fim, a notificar formalmente a instituição financeira, consignando a ausência de inadimplemento que justificasse a não emissão dos boletos, encaminhando os respectivos comprovantes de pagamento, além de reiterar o pedido de emissão do boleto de novembro de 2024, sem obter resposta. Nota-se que a decisão judicial anterior ordenou a emissão dos boletos para pagamento do financiamento. Contudo, da análise dos documentos, verifica-se que a parte ré condicionou tal emissão à renegociação global de todos os débitos em aberto e, por fim, apenas concordou com a emissão de boletos mensais, exigindo que a parte autora os requeresse formalmente mês a mês. A requerida, por sua vez, em sede de contestação, não trouxe qualquer prova em sentido contrário à alegação de que obstou o recebimento das prestações referentes ao financiamento do veículo, limitando-se a afirmar genericamente que “a situação de superendividamento foi causada pelo demandante” e que não possui responsabilidade pelos fatos. Ressalta-se que a presente ação discute tão somente a recusa injustificada da parte requerida quanto ao recebimento das parcelas do financiamento do veículo, e em nenhum momento trata de repactuação das demais dívidas que o autor, supostamente, possui com a instituição financeira. No caso dos autos, há ainda de se considerar que os documentos que acompanham a inicial corroboram a narrativa de que o autor desejava satisfazer a obrigação assumida, ou seja, pretendia quitar as prestações referentes ao financiamento do veículo por meio de boleto bancário, conforme acordado entre as partes após o trânsito em julgado da consignação anterior, o que foi recusado pela requerida. Nesse sentido, o fato de o autor possuir outras pendências financeiras junto ao banco não pode constituir impedimento para propiciar meios de pagamento de uma ou algumas de suas dívidas, estando tal definição ao arbítrio do próprio consumidor, que, obviamente, se sujeita às consequências de sua escolha. É o que se infere do art. 352 do Código Civil, in verbis: Art. 352. A pessoa obrigada por dois ou mais débitos da mesma natureza, a um só credor, tem o direito de indicar a qual deles oferece pagamento, se todos forem líquidos e vencidos. Vale dizer, não é possível à credora condicionar o pagamento da prestação de um contrato à quitação das parcelas de todos os demais contratos mantidos entre as partes. Assim, a simples existência de outras dívidas não pode ser aceita como justificativa para o banco não disponibilizar outra forma de pagamento direto solicitada pelo cliente, em manifesto prejuízo do consumidor de boa-fé. A propósito, eis a jurisprudência: TJPR - APELAÇÃO CÍVEL – AÇÃO DE CONSIGNAÇÃO EM PAGAMENTO – SENTENÇA DE PROCEDÊNCIA – IRRESIGNAÇÃO DA PARTE REQUERIDA – CONTRATO DE FINANCIAMENTO IMOBILIÁRIO REPRESENTADO POR CÉDULA DE CRÉDITO BANCÁRIO – PREVISÃO DE PAGAMENTO ATRAVÉS DE DÉBITO EM CONTA – PRETENSÃO DO MUTUÁRIO EM EFETUAR O PAGAMENTO POR MEIO DE BOLETO BANCÁRIO – RECUSA INJUSTIFICADA DA INSTITUIÇÃO FINANCEIRA – EXISTÊNCIA DE OUTRAS DÍVIDAS JUNTO AO BANCO QUE NÃO CONSTITUI ÓBICE À EMISSÃO DE BOLETO PARA QUITAÇÃO DO PARCELAS DE UM DOS CONTRATOS (DE FINANCIAMENTO IMOBILIÁRIO) MANTIDOS ENTRE AS PARTES – LIBERALIDADE DO CORRENTISTA (ART. 352 DO CC)– BANCO QUE, SEM MOTIVO PLAUSÍVEL, INVIABILIZOU A QUITAÇÃO DE ÚNICA PARCELA QUE RESTOU INADIMPLIDA – DEMONSTRAÇÃO DA BOA-FÉ DO MUTUÁRIO EM EFETUAR O PAGAMENTO IMEDIATO – CLÁUSULA DE VENCIMENTO ANTECIPADO QUE, NESTE CASO, NÃO AFASTA A CONSIGNAÇÃO EM PAGAMENTO – SENTENÇA MANTIDA – HONORÁRIOS RECURSAIS DEVIDOS. RECURSO DESPROVIDO. (TJPR - 14ª Câmara Cível - 0001224-73 .2020.8.16.0123 - Palmas - Rel .: JUIZ DE DIREITO SUBSTITUTO EM SEGUNDO GRAU ANTONIO DOMINGOS RAMINA JUNIOR - J. 22.02.2023) (TJ-PR - APL: 00012247320208160123 Palmas 0001224-73 .2020.8.16.0123 (Acórdão), Relator.: Antonio Domingos Ramina Junior, Data de Julgamento: 22/02/2023, 14ª Câmara Cível, Data de Publicação: 22/02/2023). Logo, não estando comprovado que a recusa no recebimento se deu de forma justificada, ônus que incumbia à parte requerida, por se tratar de fato impeditivo, modificativo ou extintivo do direito do autor, nos termos do art. 373, II, do Código de Processo Civil, a procedência do pedido inicial é medida que se impõe. DOS DANOS MORAIS Narra ainda a parte autora, em sua inicial, que, diante da recusa injustificada da instituição financeira em emitir os boletos das parcelas do financiamento do veículo, estaria configurado o dano moral. Para que se possa reconhecer a ocorrência de dano moral, é necessário que a pessoa seja atingida em sua honra, reputação, personalidade ou sentimento de dignidade; que sofra dor, humilhação ou constrangimentos; enfim, que tenha seus sentimentos violados. Tal avaliação, por sua natureza, deve ser realizada de forma subjetiva, à luz das circunstâncias concretas do caso. Melhor dizendo, havendo nexo de causalidade entre a conduta do réu e o prejuízo suportado, restou configurado o dano moral presumido, entendimento pacificamente adotado pela jurisprudência. Nesse sentido, colaciona-se o seguinte julgado, proferido em situação análoga: TJSP - Ação de consignação em pagamento c/c indenizatória – Cartão de crédito – Pedido fundamentado na alegação de impossibilidade de pagamento de fatura em razão da falta de registro do boleto – Ausência de registro admitida pelo réu, que pretendeu imputar a responsabilidade à autora, em razão de suposto erro no preenchimento do cadastro – Descabimento – Autora que forneceu comprovante de endereço e cartão que foi enviado e recebido normalmente, tanto que foi utilizado – Falha na prestação do serviço reconhecida – Negativação indevida - Dano moral configurado - Inconformismo com relação ao valor da indenização por dano moral (R$ 10.000,00) - Montante fixado fora dos critérios da razoabilidade e proporcionalidade, comportando majoração - Condenação, contudo, mantida - Vedação à "reformatio in pejus" - Recurso não provido. (TJ-SP - Apelação Cível: 1019363-50.2023 .8.26.0001 São Paulo, Relator.: Miguel Petroni Neto, Data de Julgamento: 24/05/2024, 16ª Câmara de Direito Privado, Data de Publicação: 24/05/2024). Assim, reconhecida a existência do dano moral experimentado pelo requerente, cumpre-me, agora, examinar a fixação do seu valor. DO QUANTUM INDENIZATÓRIO Nesse ponto, mister se faz examinar os critérios para se aferir o valor indenizatório devido a título de danos morais, uma vez que a apuração do quantum do dano moral trata-se de matéria polêmica e, por vezes, de difícil enfrentamento, de sorte que a doutrina e a jurisprudência ainda não construíram critérios objetivos e seguros para tanto. Dessa feita, atento às circunstâncias do caso concreto, uma vez reconhecida a responsabilidade da requerida pela conduta ilícita, bem como a reiteração da mesma prática que motivou o ajuizamento da ação, o abalo à honra da autora e as condições financeiras das partes, tenho que a quantia equivalente a R$ 5.000,00 (cinco mil reais), a título de danos morais, mostra-se bastante razoável. Em suma, entendo como justa a quantia acima. Afinal, o objetivo da indenização por danos morais não é o enriquecimento da parte lesada, tampouco o empobrecimento da parte ofensora, tendo, conforme posicionamento do colendo Superior Tribunal de Justiça, “dupla função: reparatória e penalizante”, visando à inibição de condutas semelhantes no futuro, motivo pelo qual deve ser reprimida pelo Poder Judiciário. DISPOSITIVO Ante o exposto, com fulcro no art. 546 do CPC, julgo PROCEDENTE o pedido inicial e declaro extinta a obrigação até o montante depositado nos autos. Condeno o réu ao pagamento das custas processuais e honorários advocatícios, fixados em 10% sobre o valor da causa, nos termos do art. 85, § 4º, inciso III, do CPC. Condeno ainda o requerido ao pagamento de R$ 5.000,00 a título de danos morais, valor que deverá ser corrigido monetariamente a partir da data do arbitramento (Súmula 362 do STJ) e acrescido de juros de mora de 1% ao mês, desde o evento danoso (Súmula 54 do STJ). Determino a expedição de alvará judicial em favor da requerida, dos valores depositados nos autos, para abatimento do débito. Após o trânsito em julgado, certificado nos autos, arquivem-se com as devidas baixas e anotações de estilo. Intimem-se. Cumpra-se. Sorriso/MT, data e horário registrados no sistema. (assinado digitalmente) SILVIA RENATA ANFFE SOUZA ALVES DE MOURA Juíza de Direito

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Cleunice Maria De Almeida x Fundo De Investimento Em Direitos Creditórios Multsegmentos Npl Ipanema Vi - Não Padronizado

ID: 281144063

Tribunal: TJMT Órgão: 2ª VARA CÍVEL DE VÁRZEA GRANDE Classe: PROCEDIMENTO COMUM CíVEL Nº Processo: 1001438-21.2024.8.11.0002

Data de Disponibilização: 27/05/2025

Polo Ativo:

CLEUNICE MARIA DE ALMEIDA

Polo Passivo:

FUNDO DE INVESTIMENTO EM DIREITOS CREDITÓRIOS MULTSEGMENTOS NPL IPANEMA VI - NÃO PADRONIZADO

Sentença

Advogados:

CAUE TAUAN DE SOUZA YAEGASHI REGISTRADO(A) CIVILMENTE COMO CAUE TAUAN DE SOUZA YAEGASHI

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PETERSON DOS SANTOS

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JANEGLADY PERES DE BRITO NUNES REGISTRADO(A) CIVILMENTE COMO JANEGLADY PERES DE BRITO NUNES

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ESTADO DE MATO GROSSO PODER JUDICIÁRIO 2ª VARA CÍVEL DE VÁRZEA GRANDE SENTENÇA Processo: 1001438-21.2024.8.11.0002. AUTOR: CLEUNICE MARIA DE ALMEIDA REU: FUNDO DE INVESTIMENTO EM DIREITOS CREDITÓRIOS… ESTADO DE MATO GROSSO PODER JUDICIÁRIO 2ª VARA CÍVEL DE VÁRZEA GRANDE SENTENÇA Processo: 1001438-21.2024.8.11.0002. AUTOR: CLEUNICE MARIA DE ALMEIDA REU: FUNDO DE INVESTIMENTO EM DIREITOS CREDITÓRIOS MULTSEGMENTOS NPL IPANEMA VI - NÃO PADRONIZADO Vistos etc. O polo passivo opôs Embargos de Declaração e alegou a existência de omissão, erro material e contradição na sentença proferida nos autos (Id. 189057810). A demandante apresentou contrarrazões no id. 189509940 e pediu aplicação de multa por litigância de má-fé. O processo veio concluso. É o relato. Fundamento e Decido. Inicialmente, registro que os embargos são tempestivos, posto que interpostos dentro do prazo previsto no art. 1.023, do CPC, conforme certidão de id. 193647160. Os embargos de declaração encontram respaldo no art. 1.022, possuindo a função esclarecer obscuridade ou eliminar contradição; suprir omissão de ponto ou questão sobre o qual devia se pronunciar o juiz de ofício ou a requerimento e corrigir erro material, portanto os embargos servem à integração da decisão. No presente caso, não vislumbro qualquer das hipóteses que albergue a possibilidade de acolhimento dos presentes embargos, pois pretende o embargante que este juízo altere a decisão prolatada nos autos, sem trazer fundamentos contundentes para tanto. Isso porque, verifico que o polo passivo pretende com o recurso a rediscussão da matéria. Sustentou o embargante a existência de omissão e contradição no julgado quanto à aplicação da Súmula 385 do STJ, além de alegar que este juízo teria desconsiderado documentos acostados que comprovariam a origem da dívida discutida. Pois bem. No presente caso, não vislumbro qualquer das hipóteses que albergue a possibilidade de acolhimento dos presentes embargos. Ora, o manejado dos embargos não servem para rediscutir a matéria em que a parte se sentiu lesada, como verifico no caso em que o postulante requer a reforma da sentença. No caso, não observo qualquer omissão, contradição ou erro a ser sanado na decisão proferida. A sentença apreciou de forma clara, fundamentada e suficiente todos os elementos constantes no processo, inclusive a alegação referente à existência de outras anotações restritivas anteriores, matéria que foi expressamente enfrentada no julgado. Ressalto, inclusive, que a anotação indicada pela parte embargante é posterior àquela que foi objeto da presente demanda, fato esse consignado na sentença, que deixou claro que a inscrição promovida pelo réu foi, de fato, indevida, não podendo a parte se valer de negativação posterior como meio de se eximir da responsabilidade pelos danos ocasionados no período de vigência da restrição debatida nos autos. Ademais, os demais argumentos trazidos nos embargos não passam de mera tentativa de rediscutir matérias já apreciadas e decididas no bojo da sentença, não se prestando à via estreita dos aclaratórios. A decisão impugnada foi categórica ao consignar que os documentos acostados pela parte ré não são aptos a comprovar a origem da dívida, especialmente pela ausência do contrato originário, elemento indispensável para caracterizar a relação jurídica entre as partes e, por consequência, a legitimidade da cobrança realizada e da restrição creditícia imposta. Por oportuno, cumpre destacar que o julgador não está obrigado a se manifestar sobre todos os argumentos deduzidos pelas partes, bastando que decida de forma fundamentada sobre as questões relevantes ao deslinde da controvérsia, conforme disciplina o artigo 489, §1º, do Código de Processo Civil, o que foi rigorosamente observado na sentença prolatada. No caso em apreço, observo que para a análise das argumentações expostas nos embargos manejado pela parte embargante, necessária a reapreciação do mérito, o que só é possível em recurso próprio, ou seja, voltar novamente os olhos para as provas para alterar o que já foi decidido não está ao alcance deste juízo. Por ser conveniente, trago julgado do TJMT: EMBARGOS DE DECLARAÇÃO – OMISSÃO, CONTRADIÇÃO E OBSCURIDADE – INOCORRÊNCIA – REDISCUSSÃO DA MATÉRIA – MEIO INADEQUADO – PREQUESTIONAMENTO – RECURSO REJEITADO. Para que seja cabível os embargos de declaração, é necessário haver conexão entre a matéria arguida e os requisitos ensejadores, conforme preconizam os artigos 1.022 e 489, §1º, do CPC. Sendo interposto com fim específico de rediscutir a matéria, os embargos de declaração deve ser conhecido e desprovido. Os embargos de declaração é o meio adequado para o simples objetivo de prequestionar matéria como pressuposto para interpor recurso à instância superior. (N.U 1008713-95.2022.8.11.0000, CÂMARAS ISOLADAS CÍVEIS DE DIREITO PRIVADO, CARLOS ALBERTO ALVES DA ROCHA, Terceira Câmara de Direito Privado, Julgado em 03/04/2024, Publicado no DJE 08/04/2024). Grifei. Ademais, os embargos de declaração não constituem recurso idôneo para corrigir os fundamentos de uma decisão, os quais devem ser sanados, se for o caso, como dito, por meio do recurso adequado. A respeito da litigância de má-fé suscitada pela parte autora, registro que tal condenação não prospera, pois não há prova satisfatória de sua existência ou da caracterização do dano processual a que a condenação cominada na lei visa compensar. - Dispositivo. Ante o exposto, NÃO ACOLHO os Embargos Declaratórios, nos termos supracitados, mantendo incólume a sentença proferida nos presentes autos. Aviso à parte que a reiteração da tese aqui tratada ensejará a aplicação das sanções previstas no Código de Processo Civil, referentes à protelação do feito e à litigância de má-fé. Em sendo interposto Recurso de Apelação atente-se, a secretaria, ao disposto no art. 331, do CPC. Várzea Grande, data da assinatura digital. (assinado digitalmente) ANDRÉ MAURICIO LOPES PRIOLI Juiz de Direito

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Euripes Gomes Pereira x Jose Thome Prediger Registrado(A) Civilmente Como Jose Thome Prediger e outros

ID: 327478573

Tribunal: TJMT Órgão: 1ª VARA DE SÃO JOSÉ DO RIO CLARO Classe: TUTELA CAUTELAR ANTECEDENTE Nº Processo: 1001438-25.2024.8.11.0033

Data de Disponibilização: 17/07/2025

Polo Ativo:

EURIPES GOMES PEREIRA

Polo Passivo:

JOSE THOME PREDIGER REGISTRADO(A) CIVILMENTE COMO JOSE THOME PREDIGER VERA LUCIA MARCUSSO PREDIGER REGISTRADO(A) CIVILMENTE COMO VERA LUCIA MARCUSSO PREDIGER

Intimação

Advogados:

ANA MAGDALENA REZENDE DE LACERDA

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EURIPES GOMES PEREIRA

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ESTADO DE MATO GROSSO PODER JUDICIÁRIO PRIMEIRA VARA DE SÃO JOSÉ DO RIO CLARO Autos: 1001438-25.2024.8.11.0033 Assunto: [Atos Unilaterais] Autor: EURIPES GOMES PEREIRA Requerido: JOSE THOME PREDIGER … ESTADO DE MATO GROSSO PODER JUDICIÁRIO PRIMEIRA VARA DE SÃO JOSÉ DO RIO CLARO Autos: 1001438-25.2024.8.11.0033 Assunto: [Atos Unilaterais] Autor: EURIPES GOMES PEREIRA Requerido: JOSE THOME PREDIGER registrado(a) civilmente como JOSE THOME PREDIGER e outros SENTENÇA Vistos. 1. Trata-se de tutela cautelar de urgência incidental, com pedido de liminar proposta por EURIPES GOMES PEREIRA em face de JOSÉ THOMÉ PREDIGER e VERA LUCIA MARCUSSO PREDIGER, todos devidamente qualificados. 1.1 A parte autora narra que possui demanda em andamento referente à ação de arbitramento de honorários advocatícios e que, em razão da demora jurisdicional, pretende a averbação premonitória nos registros de imóveis pertencentes aos requeridos, visando garantir o resultado útil da Ação Principal nº 1000229-21.2024.8.11.0033. 1.2 Tutela antecipada indeferida (ID 176121704). 1.3 Os réus apresentaram contestação requerendo a extinção do feito sem resolução do mérito, em razão do indeferimento da liminar (ID 188105102). 1.4 Agravo de instrumento improvido (ID 189684761). É o relatório. Fundamento e decido. 2. Promovo o julgamento antecipado da lide com fundamento no art. 355, I, do Código de Processo Civil. 2.1 Passo à análise do mérito. Do mérito 3. A tutela será cautelar quando buscar a preservação de outro direito, esse sim, objeto da tutela satisfativa. Assim, a “tutela cautelar não visa à satisfação de um direito (ressalvado, obviamente, o próprio direito à cautela), mas, sim, assegurar a sua futura satisfação, protegendo-o” (DIDIER JR, Fredie; BRAGA, Paula Sarna; OLIVEIRA Rafael Alexandria de. Curso de Processo Civil: teoria da prova, direito probatório, ações probatórias, decisão, precedente, coisa julgada e antecipação dos efeitos da tutela, 12. ed., p. 644). 3.1 No caso em tela, o autor requer a averbação premonitória da ação de nº 1000229-21.2024.8.11.0033 no corpo da matrícula nº 9.542, do CRI desta Comarca. 3.2 Nos termos do art. 300 e 305 do CPC, o requerente deve demonstrar a probabilidade do direito e o perigo de dano ou o risco ao resultado útil do processo. 3.3 Embora a parte autora alegue que a averbação premonitória visa garantir a eficácia de eventual título judicial favorável na ação de arbitramento de honorários advocatícios, não trouxe aos autos elementos concretos que evidenciem risco iminente de dilapidação patrimonial por parte dos requeridos. 3.4 A mera existência de outras demandas judiciais em desfavor dos réus, inclusive ações de execução e ação civil pública com elevado valor indenizatório, não constitui, por si só, indicativo suficiente de que estejam se desfazendo de seus bens com o intuito de fraudar credores. Inexiste, nos autos, qualquer documento que demonstre prática de atos concretos de ocultação ou alienação patrimonial em prejuízo do requerente. 3.5 A averbação premonitória, ainda que de natureza informativa, não pode ser autorizada com base em meras suposições ou presunções genéricas. Tal medida assecuratória exige cautela e somente se justifica diante de indícios objetivos de que o devedor esteja praticando, ou pretenda praticar, atos de alienação fraudulenta de patrimônio, o que não foi demonstrado no caso concreto. Nesse sentido: AGRAVO DE INSTRUMENTO – TUTELA CAUTELAR ANTECEDENTE – AVERBAÇÃO PREMONITÓRIA – REQUISITOS – ART. 300 E 301 DO CPC – AUSÊNCIA – DECISÃO REFORMADA – RECURSO PROVIDO. O Código de Processo Civil prevê o cabimento de averbação premonitória no processo de execução e no cumprimento de sentença, ou, ainda, na fase de conhecimento, mas nessa hipótese, somente em situações excepcionais e para fins de efetivação da tutela provisória. Conforme previsão do art . 300 do CPC, a tutela de urgência será concedida quando houver elementos que evidenciem a probabilidade do direito e perigo de dano ou risco ao resultado útil do processo. Ausentes esses requisitos a reforma da decisão agravada é medida que se impõe. Inexistindo vícios que maculem a aquisição do imóvel, não há que se falar em averbação premonitória em sede de cognição sumária. (TJ-MT 10043786720218110000 MT, Relator.: CLARICE CLAUDINO DA SILVA, Data de Julgamento: 09/06/2021, Segunda Câmara de Direito Privado, Data de Publicação: 17/06/2021) 3.6 Como bem destacou este Egrégio Tribunal de Justiça, ao negar provimento ao Agravo de Instrumento nº 1004302-04.2025.8.11.0000, interposto pela parte autora, “a restrição ao exercício da livre disposição de bens exige cautela e somente se justifica diante de elementos concretos que indiquem risco efetivo de alienação fraudulenta”, sendo que “a existência de múltiplas ações judiciais contra o devedor não é suficiente, por si só, para caracterizar tal risco”. 3.7 Dessa forma, ausente os requisitos legais para concessão da tutela cautelar pleiteada. DISPOSITIVO 4. Ante o exposto, com supedâneo no artigo 487, I do CPC/2015, extingo o feito com resolução de mérito e JULGO IMPROCEDENTES OS PEDIDOS EXORDIAIS. 5. CONDENO a parte autora ao pagamento de honorários advocatícios, os quais fixo em 10% (dez por cento) sobre o valor atualizado da causa, em observância ao art. 85 e seguintes do CPC. 6. Interposto recurso de apelação, dê-se vista à(s) parte(s) recorrida(s)para contrarrazões. Após, independentemente de juízo de admissibilidade, REMETAM-SE os autos ao E. Tribunal de Justiça, nos termos do art. 1.010, § 3º do CPC/2015. 7. Com o trânsito em julgado, aguarde-se a manifestação das partes pelo prazo de 15 (quinze) dias e, sem a qual, determino que sejam os autos remetidos ao ARQUIVO, com as baixas e anotações necessárias. Cumpra-se, expedindo o necessário e com as cautelas de estilo. São José do Rio Claro – MT, data da assinatura eletrônica. RAISA TAVARES PESSOA NICOLAU RIBEIRO Juíza de Direito

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Processo nº 1001438-37.2025.8.11.0050

ID: 277695297

Tribunal: TJMT Órgão: 2ª VARA DE CAMPO NOVO DOS PARECIS Classe: EXECUçãO DE TíTULO EXTRAJUDICIAL Nº Processo: 1001438-37.2025.8.11.0050

Data de Disponibilização: 23/05/2025

Polo Ativo:

COOPERATIVA DE CRÉDITO SICREDI SUDOESTE

Polo Passivo:

Decisão

Advogados:

GIANPAOLO ZAMBIAZI BERTOL ROCHA

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PODER JUDICIÁRIO DO ESTADO DE MATO GROSSO COMARCA DE CAMPO NOVO DO PARECIS 2ª VARA DE CAMPO NOVO DOS PARECIS - PJe DECISÃO NÚMERO DO PROCESSO: 1001438-37.2025.8.11.0050 VALOR DA CAUSA: R$ 746.573,01 … PODER JUDICIÁRIO DO ESTADO DE MATO GROSSO COMARCA DE CAMPO NOVO DO PARECIS 2ª VARA DE CAMPO NOVO DOS PARECIS - PJe DECISÃO NÚMERO DO PROCESSO: 1001438-37.2025.8.11.0050 VALOR DA CAUSA: R$ 746.573,01 ESPÉCIE: [Cédula de Produto Rural]->EXECUÇÃO DE TÍTULO EXTRAJUDICIAL (12154) Vistos. 1. Tendo em vista que a petição inicial está instruída com cópia do título executivo extrajudicial, CITE(M)-SE a(s) parte(s) executada(s), para, no prazo de 3 (três) dias, pagar(em) a dívida (art. 829 do CPC), advertindo-a(s) de que o prazo para oferecer embargos à execução é de 15 (quinze) dias, contados da data da juntada aos autos do mandado/carta de citação, salvo no caso de cônjuges ou de companheiros, quanto será contado a partir da juntada do último, e independentemente de prévia segurança do juízo (arts. 914 e 915 do CPC). 2. No prazo para embargos, reconhecendo o crédito da(s) parte(s) exequente(s) e comprovando o depósito de 30% (trinta por cento) do valor em execução, inclusive custas e honorários de advogado, poderá(ão) a(s) parte(s) executada(s) requerer seja(m) admitido o pagamento restante em até 6 (seis) parcelas mensais, acrescidas de correção monetária e juros de 1% (um por cento) ao mês (art. 916 do CPC). 2.1. Caso haja a referida proposta de parcelamento, INTIME(M)-SE a(s) parte(s) exequente(s) para que se manifeste, no prazo de 5 (cinco) dias, quanto ao preenchimento dos pressupostos, conforme dicção do art. 916, § 1º do CPC, sob pena de presunção de concordância. 2.2 Transcorrido o prazo in albis, certifique-se e tornem conclusos, ressalvando-se ao(s) executado(s) o teor do art. 916, § 2º do CPC. 3. Desde logo, na hipótese de citação por mandado, o Sr. Oficial de Justiça encarregado da diligência deverá atentar para o disposto no art. 212, § 2º do CPC. Sendo necessário, desde já autorizo, a requisição de força policial nos termos dos §§ 2º e 3º do CPC. Registro, outrossim, que a CITAÇÃO POR HORA CERTA deve ser realizada pelo Sr. Oficial de Justiça independentemente de autorização judicial específica sempre que constatar a ocorrência de situação prevista no art. 252 do CPC. 4. Não encontrando(s) a(s) parte(s) executada(s), o Sr. Oficial de Justiça ARRESTAR-LHE(S)-Á tantos bens quantos bastem para a garantia da execução (art. 830, CPC). Em sendo positivo o arresto, nos 10 (dez) dias seguintes a sua efetivação, o Sr. Oficial de Justiça deverá procurar a(s) parte(s) executada(s) duas vezes em dias distintos; não a(s) encontrando e havendo suspeita de ocultação, realizará citação com hora certa (art. 830, § 1º, CPC). 4.1. Exalte-se que aperfeiçoada a citação e transcorrido o prazo para pagamento, o arresto será CONVERTIDO EM PENHORA, independentemente de termo, conforme dispõe o art. 829, § 3º do CPC. 5. Fixo os honorários advocatícios a serem pagos pela(s) parte(s) executada(s) em 10% (dez) sobre o valor exequendo (art. 827, caput do CPC). Ressalvo que, no caso de integral pagamento, no prazo de 03 (três) dias a contar da citação, a verba honorária será reduzida pela metade, nos termos do art. 827, § 1º do CPC. 6. Decorrido in albis o prazo de 03 dias, proceda-se a PENHORA de bens (observando se houve a indicação de bens pela(s) parte(s) exequente(s), nos termos do art. 829, § 2º do CPC) e a sua AVALIAÇÃO, lavrando o respectivo auto e de tais atos INTIMANDO, na mesma oportunidade, a(s) parte(s) executada(s) (e eventual(is) cônjuge(s) no caso de penhora de bem imóvel - art. 829, § 1º, do CPC). 6.2.1 Na hipótese da(s) parte(s) exequente(s) ter(em) indicado à penhora bem(ns) imóvel(is), deverá(ão) ser intimado(s) para, sob pena de ficar automaticamente prejudicada a sua pretensão, juntar(em) aos autos no prazo de 05 (cinco) dias cópia(s) da(s) respectiva(s) matrícula(s), salvo se já constante(s) dos autos. 6.2.1.1. Apresentada(s) tempestivamente a(s) matrícula(s), deverá o próprio cartório lavrar o(s) AUTO(S)/TERMO(S) DE PENHORA, expedindo-se certidão de inteiro teor do ato e INTIMANDO-SE: a) a(s) parte(s) exequente(s) para comprovar(em) a sua averbação junto ao ofício imobiliário no prazo de 10 (dez) dias (art. 844 do CPC); b) as parte(s) executada(s) nos termos do art. 841 do CPC e eventual cônjuge, salvo se o regime de casamento for de separação absoluta de bens (art. 842 do CPC). 6.2.1.2. Sem prejuízo do cumprimento do determinado no subitem anterior, após a AVALIAÇÃO do(s) imóvel(is) penhorado(s), INTIMEM-SE a(s) parte(s) para que se manifestem sobre a avaliação no prazo de 05 (cinco) dias. 7. A penhora deverá incidir em tantos bens quantos bastem para o pagamento do principal atualizado, juros, custas e honorários advocatícios, nos termos do art. 831 do CPC. 8. A intimação da(s) parte(s) executada(s) da penhora far-se-á na pessoa de seu(s) advogado(s) ou à sociedade de advogados a que ele pertença (art. 841, § 1º, CPC); não o tendo, será(ão) intimada(s) pessoalmente, por carta com ARMP (art. 841, § 2º, CPC), ressalvando-se que a(s) parte(s) executada(s) é(são) considerada(s) intimada(s) se a penhora foi realizada na sua presença (art. 841, § 3º, CPC). 9. Observe o Sr. Oficial de Justiça, quanto aos bens penhoráveis, o disposto na Lei nº 8.009/90 (impenhorabilidade do bem de família) e nos arts. 833 e 834 do CPC. Registro que são penhoráveis os móveis, pertences e utilidades domésticas que guarnecem a residência do(s) executado(s), de elevado valor ou que ultrapassem as necessidades comuns correspondentes a um médio padrão de vida (art. 836, § 1º e art. 832, inciso II, segunda parte, ambos do CPC). 10. Penhorados os bens, observe-se o disposto no art. 840 do CPC, quanto ao DEPOSITÁRIO. Somente com a expressa anuência da(s) parte(s) exequente(s). Cumpra-se, expedindo-se o necessário e com as cautelas de estilo. Campo Novo do Parecis-MT, datado e assinado eletronicamente. Bruno César Singulani França Juiz de Direito em Substituição Legal

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Processo nº 0000269-29.2014.8.11.0014

ID: 257008425

Tribunal: TJMT Órgão: Terceira Câmara de Direito Público e Coletivo Classe: APELAçãO CíVEL Nº Processo: 0000269-29.2014.8.11.0014

Data de Disponibilização: 15/04/2025

Polo Ativo:

EDIVIRGENS ALVES DE ALMEIDA SINARA ALVES RODRIGUES

Polo Passivo:

Decisão

Advogados:

EMANOEL MARCOS FARIAS PINTO

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TERCEIRA CÂMARA DE DIREITO PÚBLICO E COLETIVO APELAÇÃO CÍVEL N. 0000269-29.2014.8.11.0014 APELANTES: EDIVIRGENS ALVES DE ALMEIDA E SINARA ALVES RODRIGUES APELADO: RELATOR DO MUNICÍPIO DE POXORÉU Vist… TERCEIRA CÂMARA DE DIREITO PÚBLICO E COLETIVO APELAÇÃO CÍVEL N. 0000269-29.2014.8.11.0014 APELANTES: EDIVIRGENS ALVES DE ALMEIDA E SINARA ALVES RODRIGUES APELADO: RELATOR DO MUNICÍPIO DE POXORÉU Vistos etc. Trata-se de recurso de apelação interposto por EDIVIRGENS ALVES DE ALMEIDA e SINARA ALVES RODRIGUES contra sentença proferida pelo Juízo da 2ª Vara Cível da Comarca de Poxoréu que, nos autos da ação de cobrança n.0000269-29.2014.8.11.0014, acolheu preliminarmente a prescrição e declarou extinção do processo, com resolução de mérito, nos termos do artigo 487, II, do CPC. Em suas razões recursais, os apelantes sustentam, em síntese, que: a) já havia sentença de mérito anterior que julgou parcialmente procedente o pedido e condenou o Município de Poxoréu ao pagamento da perda salarial decorrente da conversão do padrão URV; b) essa sentença foi objeto de recurso de apelação pelo Município, o qual teve provimento negado por este Tribunal, com trânsito em julgado em 18/12/2015; c) o processo já tramitado em fase de liquidação de sentença, tendo inclusive sido nomeado perito pelo juízo para verificação da defasagem; d) a sentença ora recorrida ofende a coisa julgada material; e) os diversos julgados deste Tribunal confirmam a impossibilidade de rediscussão da matéria na fase de liquidação de sentença. Sem contrarrazões. O Ministério Público, na condição de custos legis, devolveu os autos sem manifestação, por entender que o caso não se enquadra nas hipóteses de intervenção ministerial prevista no art. 178 do CPC. É o relatório. Decido. Conheço o recurso, eis que apresentam os pressupostos de admissibilidade. A questão da questão reside em verificar se há violação à coisa julgada na sentença que cumpriu a prescrição e julgou extinto o processo, quando já havia sentença anterior transitada em julgado que havia julgado parcialmente procedente o pedido, estando o feito em fase de liquidação. Da análise dos autos, constatou-se que assiste razão aos apelantes. Conforme se verifica da certidão constante no id.96353850, os apelantes ingressaram com a demanda em 18/02/2014, sendo que em 17/06/2015 foi proferida sentença de mérito que julgou parcialmente procedente o pedido e condenou o Município de Poxoréu ao pagamento da perda salarial decorrente da conversão indireta do padrão monetário URV, com saldo a ser apurado em liquidação de sentença. O Município de Poxoréu interpôs recurso de apelação, ao qual foi negado o provimento por este Tribunal em 27/11/2015, tendo a decisão transitada em julgada em 18/12/2015, conforme certidão mencionada pelos apelantes. Posteriormente, iniciou-se a fase de liquidação de sentença, tendo o juízo inclusive nomeado perito, conforme despacho referido pelos apelantes. No entanto, em 28/02/2024, o juízo de primeiro grau proferiu nova sentença confirmando a restrição e extinguindo o processo com resolução do mérito, sob o fundamento de que o prazo prescricional quinquenal teria se completado em 21/11/2008 para os servidores em geral e em 05/12/2008 para os servidores da Educação municipal, considerando a restrição da carreira ocorrida em 2003. Ocorre que, tendo sentença de mérito transitada em julgada, não é possível rediscutir essa questão em momento posterior, ainda que se trate de matéria de ordem pública como a prescrição, sob pena de violação à coisa julgada. A decisão deste Tribunal é nesse sentido, conforme se verifica os seguintes julgados: "PROCESSUAL CIVIL – AGRAVO INTERNO – RECURSO DE APELAÇÃO – CUMPRIMENTO DE SENTENÇA – URV – ALEGAÇÃO DE PRESCRIÇÃO – IMPOSSIBILIDADE – COISA JULGADA – RECURSO DESPROVIDO. Na execução da sentença, não cabe rediscutir matéria já decidida, definitivamente, no julgamento do mérito, sob pena de infringir o princípio da coisa julgada, norteador do Estado Democrático de Direito, inserido no inciso XXXVI, artigo 5o da Constituição Federal, pois não se trata de fato posterior ou não apreciado na sentença (N.U 1001438-53.2022.8.11.0014, CÂMARAS ISOLADAS CÍVEIS DE DIREITO PÚBLICO, MARCIO VIDAL, Primeira Câmara de Direito Público e Coletivo, Julgado em 17/07/2024, Publicado no DJE 26/07/2024) ************ AGRAVO REGIMENTAL CÍVEL – RECURSO DE APELAÇÃO – URV – CUMPRIMENTO DE SENTENÇA – PRESCRIÇÃO DO FUNDO DE DIREITO – IMPOSSIBILIDADE – OFENSA À COISA JULGADA – AUSÊNCIA DE MARCOS TEMPORAIS SUPERVENIENTES À SENTENÇA – INEXISTÊNCIA DE FUNDAMENTO NOVO – MERO INCONFORMISMO – DECISÃO MANTIDA – RECURSO NÃO PROVIDO. 1. Nos termos do artigo 535, inciso VI, do CPC, a prescrição arguida na liquidação do julgado deve ser superveniente à sentença que colocou fim à fase cognitiva, uma vez que, nos termos dos artigos 507, 508 e 509, § 4°, do CPC, não se mostra admissível rediscutir, na fase de cumprimento de sentença, os termos fixados no título judicial, na medida em que a sua modificação importaria em violação à coisa julgada. 2. Na hipótese, os marcos temporais citados pela parte agravante para justificar a ocorrência da prescrição da pretensão inicial são anteriores à ação de conhecimento, o que impossibilita a sua reapreciação na fase de liquidação, porquanto operada a preclusão da matéria. (...) (N.U 1001430-76.2022.8.11.0014, CÂMARAS ISOLADAS CÍVEIS DE DIREITO PÚBLICO, MARIA APARECIDA FERREIRA FAGO, Segunda Câmara de Direito Público e Coletivo, Julgado em 28/05/2024, Publicado no DJE 07/06/2024) Ademais, o Supremo Tribunal Federal, no julgamento do Recurso Extraordinário n. 592.212/RN, firmou entendimento no sentido de que a sentença de mérito transitada em julgado só pode ser desconstituída mediante ajuização de ação específica autônoma de impugnação (ação rescisória) que haja sido proposta na fluência do prazo decadencial previsto em lei, sob pena de violação ao instituto da coisa julgada material, que expressão representa a própria supremacia do ordenamento constitucional e elemento inerente à existência do Estado Democrático de Direito. Destarte, tendo sorte sentença anterior regularizando o direito dos apelantes às diferenças salariais decorrentes da conversão incorreta do padrão URV, com trânsito em julgado em 18/12/2015, não poderia o julgamento, na fase de liquidação, proferir nova sentença liberando a prescrição e extinguindo o processo, sob pena de violação à coisa julgada material. Ante o exposto, com fundamento no art. 932, V, do CPC, DOU PROVIMENTO ao recurso para anular a sentença recorrida, determinando o retorno dos autos à origem para regular processamento da fase de liquidação de sentença. Publique-se. Intimem-se. Datado e assinado digitalmente. Desembargadora MARIA APARECIDA RIBEIRO Relatora

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Processo nº 0000269-29.2014.8.11.0014

ID: 257008430

Tribunal: TJMT Órgão: Terceira Câmara de Direito Público e Coletivo Classe: APELAçãO CíVEL Nº Processo: 0000269-29.2014.8.11.0014

Data de Disponibilização: 15/04/2025

Polo Ativo:

Polo Passivo:

MUNICÍPIO DE POXORÉU MT

Decisão

Advogados:

ANDRE LUIZ PINHEIRO DE LIMA

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TERCEIRA CÂMARA DE DIREITO PÚBLICO E COLETIVO APELAÇÃO CÍVEL N. 0000269-29.2014.8.11.0014 APELANTES: EDIVIRGENS ALVES DE ALMEIDA E SINARA ALVES RODRIGUES APELADO: RELATOR DO MUNICÍPIO DE POXORÉU Vist… TERCEIRA CÂMARA DE DIREITO PÚBLICO E COLETIVO APELAÇÃO CÍVEL N. 0000269-29.2014.8.11.0014 APELANTES: EDIVIRGENS ALVES DE ALMEIDA E SINARA ALVES RODRIGUES APELADO: RELATOR DO MUNICÍPIO DE POXORÉU Vistos etc. Trata-se de recurso de apelação interposto por EDIVIRGENS ALVES DE ALMEIDA e SINARA ALVES RODRIGUES contra sentença proferida pelo Juízo da 2ª Vara Cível da Comarca de Poxoréu que, nos autos da ação de cobrança n.0000269-29.2014.8.11.0014, acolheu preliminarmente a prescrição e declarou extinção do processo, com resolução de mérito, nos termos do artigo 487, II, do CPC. Em suas razões recursais, os apelantes sustentam, em síntese, que: a) já havia sentença de mérito anterior que julgou parcialmente procedente o pedido e condenou o Município de Poxoréu ao pagamento da perda salarial decorrente da conversão do padrão URV; b) essa sentença foi objeto de recurso de apelação pelo Município, o qual teve provimento negado por este Tribunal, com trânsito em julgado em 18/12/2015; c) o processo já tramitado em fase de liquidação de sentença, tendo inclusive sido nomeado perito pelo juízo para verificação da defasagem; d) a sentença ora recorrida ofende a coisa julgada material; e) os diversos julgados deste Tribunal confirmam a impossibilidade de rediscussão da matéria na fase de liquidação de sentença. Sem contrarrazões. O Ministério Público, na condição de custos legis, devolveu os autos sem manifestação, por entender que o caso não se enquadra nas hipóteses de intervenção ministerial prevista no art. 178 do CPC. É o relatório. Decido. Conheço o recurso, eis que apresentam os pressupostos de admissibilidade. A questão da questão reside em verificar se há violação à coisa julgada na sentença que cumpriu a prescrição e julgou extinto o processo, quando já havia sentença anterior transitada em julgado que havia julgado parcialmente procedente o pedido, estando o feito em fase de liquidação. Da análise dos autos, constatou-se que assiste razão aos apelantes. Conforme se verifica da certidão constante no id.96353850, os apelantes ingressaram com a demanda em 18/02/2014, sendo que em 17/06/2015 foi proferida sentença de mérito que julgou parcialmente procedente o pedido e condenou o Município de Poxoréu ao pagamento da perda salarial decorrente da conversão indireta do padrão monetário URV, com saldo a ser apurado em liquidação de sentença. O Município de Poxoréu interpôs recurso de apelação, ao qual foi negado o provimento por este Tribunal em 27/11/2015, tendo a decisão transitada em julgada em 18/12/2015, conforme certidão mencionada pelos apelantes. Posteriormente, iniciou-se a fase de liquidação de sentença, tendo o juízo inclusive nomeado perito, conforme despacho referido pelos apelantes. No entanto, em 28/02/2024, o juízo de primeiro grau proferiu nova sentença confirmando a restrição e extinguindo o processo com resolução do mérito, sob o fundamento de que o prazo prescricional quinquenal teria se completado em 21/11/2008 para os servidores em geral e em 05/12/2008 para os servidores da Educação municipal, considerando a restrição da carreira ocorrida em 2003. Ocorre que, tendo sentença de mérito transitada em julgada, não é possível rediscutir essa questão em momento posterior, ainda que se trate de matéria de ordem pública como a prescrição, sob pena de violação à coisa julgada. A decisão deste Tribunal é nesse sentido, conforme se verifica os seguintes julgados: "PROCESSUAL CIVIL – AGRAVO INTERNO – RECURSO DE APELAÇÃO – CUMPRIMENTO DE SENTENÇA – URV – ALEGAÇÃO DE PRESCRIÇÃO – IMPOSSIBILIDADE – COISA JULGADA – RECURSO DESPROVIDO. Na execução da sentença, não cabe rediscutir matéria já decidida, definitivamente, no julgamento do mérito, sob pena de infringir o princípio da coisa julgada, norteador do Estado Democrático de Direito, inserido no inciso XXXVI, artigo 5o da Constituição Federal, pois não se trata de fato posterior ou não apreciado na sentença (N.U 1001438-53.2022.8.11.0014, CÂMARAS ISOLADAS CÍVEIS DE DIREITO PÚBLICO, MARCIO VIDAL, Primeira Câmara de Direito Público e Coletivo, Julgado em 17/07/2024, Publicado no DJE 26/07/2024) ************ AGRAVO REGIMENTAL CÍVEL – RECURSO DE APELAÇÃO – URV – CUMPRIMENTO DE SENTENÇA – PRESCRIÇÃO DO FUNDO DE DIREITO – IMPOSSIBILIDADE – OFENSA À COISA JULGADA – AUSÊNCIA DE MARCOS TEMPORAIS SUPERVENIENTES À SENTENÇA – INEXISTÊNCIA DE FUNDAMENTO NOVO – MERO INCONFORMISMO – DECISÃO MANTIDA – RECURSO NÃO PROVIDO. 1. Nos termos do artigo 535, inciso VI, do CPC, a prescrição arguida na liquidação do julgado deve ser superveniente à sentença que colocou fim à fase cognitiva, uma vez que, nos termos dos artigos 507, 508 e 509, § 4°, do CPC, não se mostra admissível rediscutir, na fase de cumprimento de sentença, os termos fixados no título judicial, na medida em que a sua modificação importaria em violação à coisa julgada. 2. Na hipótese, os marcos temporais citados pela parte agravante para justificar a ocorrência da prescrição da pretensão inicial são anteriores à ação de conhecimento, o que impossibilita a sua reapreciação na fase de liquidação, porquanto operada a preclusão da matéria. (...) (N.U 1001430-76.2022.8.11.0014, CÂMARAS ISOLADAS CÍVEIS DE DIREITO PÚBLICO, MARIA APARECIDA FERREIRA FAGO, Segunda Câmara de Direito Público e Coletivo, Julgado em 28/05/2024, Publicado no DJE 07/06/2024) Ademais, o Supremo Tribunal Federal, no julgamento do Recurso Extraordinário n. 592.212/RN, firmou entendimento no sentido de que a sentença de mérito transitada em julgado só pode ser desconstituída mediante ajuização de ação específica autônoma de impugnação (ação rescisória) que haja sido proposta na fluência do prazo decadencial previsto em lei, sob pena de violação ao instituto da coisa julgada material, que expressão representa a própria supremacia do ordenamento constitucional e elemento inerente à existência do Estado Democrático de Direito. Destarte, tendo sorte sentença anterior regularizando o direito dos apelantes às diferenças salariais decorrentes da conversão incorreta do padrão URV, com trânsito em julgado em 18/12/2015, não poderia o julgamento, na fase de liquidação, proferir nova sentença liberando a prescrição e extinguindo o processo, sob pena de violação à coisa julgada material. Ante o exposto, com fundamento no art. 932, V, do CPC, DOU PROVIMENTO ao recurso para anular a sentença recorrida, determinando o retorno dos autos à origem para regular processamento da fase de liquidação de sentença. Publique-se. Intimem-se. Datado e assinado digitalmente. Desembargadora MARIA APARECIDA RIBEIRO Relatora

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Camila Roder De Souza Silva Coutinho x Gol Linhas Aéreas S.A.

ID: 281096779

Tribunal: TJMT Órgão: 7º JUIZADO ESPECIAL CÍVEL DE CUIABÁ Classe: PROCEDIMENTO DO JUIZADO ESPECIAL CíVEL Nº Processo: 1014317-29.2025.8.11.0001

Data de Disponibilização: 27/05/2025

Polo Ativo:

CAMILA RODER DE SOUZA SILVA COUTINHO

Polo Passivo:

GOL LINHAS AÉREAS S.A.

Sentença

Advogados:

DENNER DE BARROS E MASCARENHAS BARBOSA

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DIEGO FERNANDO OLIVEIRA

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ESTADO DE MATO GROSSO PODER JUDICIÁRIO 7º JUIZADO ESPECIAL CÍVEL DE CUIABÁ SENTENÇA Processo: 1014317-29.2025.8.11.0001 REQUERENTE: CAMILA RODER DE SOUZA SILVA COUTINHO REQUERIDO: GOL LINHAS AÉREAS S… ESTADO DE MATO GROSSO PODER JUDICIÁRIO 7º JUIZADO ESPECIAL CÍVEL DE CUIABÁ SENTENÇA Processo: 1014317-29.2025.8.11.0001 REQUERENTE: CAMILA RODER DE SOUZA SILVA COUTINHO REQUERIDO: GOL LINHAS AÉREAS S.A. Vistos etc. Fundamento e decido. Trata-se de AÇÃO DE REPARAÇÃO POR DANOS MATERIAIS E MORAIS ajuizada por CAMILA RODER DE SOUZA SILVA COUTINHO em desfavor de GOL LINHAS AÉREAS S.A. 1 - DA JUSTIÇA GRATUITA Não é na sentença o momento próprio para o juiz se manifestar acerca de eventual pedido de justiça gratuita, pois, no sistema dos Juizados Especiais, a gratuidade no primeiro grau decorre da própria lei de regência – 9.099/95. 2 - DO MÉRITO Não havendo vício que possa obstar o regular prosseguimento do feito, passo ao julgamento antecipado da lide, nos termos do artigo 355, inciso I, do Código de Processo Civil. Em síntese a autora sustenta que adquiriu passagem aérea junto à companhia aérea requerida, com embarque previsto para o dia 12/02/2025, pelo valor de R$ 1.285,03 (mil, duzentos e oitenta e cinco reais e três centavos). Assevera que por motivo de saúde ficou impedida de viajar e que no dia 10/02/2025 entrou em contato com a requerida solicitando o cancelamento e reembolso da passagem aérea, o que lhe foi negado. Pugna pela condenação da requerida ao pagamento de indenização por danos materiais e morais. Em sede de contestação a requerida alega que a autora não compareceu ao check-in e que as regras de reembolso não preveem a possibilidade de reaver os valores em caso de problemas de saúde, inexistindo dever de reparação. Pois bem. Incontroverso nos autos que a autora adquiriu passagem aérea junto à requerida pelo valor de R$ 1.285,03 (mil, duzentos e oitenta e cinco reais e três centavos), com embarque previsto para o dia 12/02/2025 – Id. 185888830: De igual modo, incontroverso que em razão da impossibilidade de viajar por motivo de saúde conforme atestado médico de Id. 185888831, datado em 10/02/2025, a autora solicitou ainda em 10/02/2025, o cancelamento e reembolso da passagem aérea (Id. 185888834), que restou negado pela requerida: A Resolução nº 400/2016, da ANAC, estabelece em seu artigo 11, a isenção de qualquer ônus ao consumidor nos casos de cancelamento no prazo de até 24 (vinte e quatro) horas após a compra: Art. 11. O usuário poderá desistir da passagem aérea adquirida, sem qualquer ônus, desde que o faça no prazo de até 24 (vinte e quatro) horas, a contar do recebimento do seu comprovante. Parágrafo único. A regra descrita no caput deste artigo somente se aplica às compras feitas com antecedência igual ou superior a 7 (sete) dias em relação à data de embarque. Já o artigo 49, do Código de Defesa do Consumidor, estabelece que consumidor tem a possibilidade de desistir da compra realizada, no prazo de 07 (sete) dias a partir da efetivação da compra: Art. 49. O consumidor pode desistir do contrato, no prazo de 7 dias a contar de sua assinatura ou do ato de recebimento do produto ou serviço, sempre que a contratação de fornecimento de produtos e serviços ocorrer fora do estabelecimento comercial, especialmente por telefone ou a domicílio. Por sua vez, embora exista expressa previsão legal para reembolso do valor da passagem não utilizada, consoante o artigo 740, do Código Civil, o passageiro deve comunicar previamente o transportador sobre sua desistência: Art. 740. O passageiro tem direito a rescindir o contrato de transporte antes de iniciada a viagem, sendo-lhe devida a restituição do valor da passagem, desde que feita a comunicação ao transportador em tempo de ser renegociada. (...) § 2º Não terá direito ao reembolso do valor da passagem o usuário que deixar de embarcar, salvo se provado que outra pessoa foi transportada em seu lugar, caso em que lhe será restituído o valor do bilhete não utilizado. Existe, portanto, em nosso ordenamento jurídico, normas distintas aplicáveis a casos semelhantes. O contrato de transporte exercido em virtude de autorização, permissão ou concessão, rege-se pelas normas regulamentares especiais e pelo que for estabelecido naqueles atos para as suas operações, nos termos do artigo 731, do Código Civil: Art. 731. O transporte exercido em virtude de autorização, permissão ou concessão, rege-se pelas normas regulamentares e pelo que for estabelecido naqueles atos, sem prejuízo do disposto neste Código. Desse modo, a regra geral é a de que o transporte exercido em virtude de concessão, conforme no presente caso (transporte aéreo de pessoas), seja regido pelas normas regulamentares e pelo que for estabelecido naqueles atos. Assim, caso o consumidor realize a comunicação de cancelamento sem tempo para a passagem ser renegociada pela companhia aérea, o valor previsto a título de multa compensatória, será regido pelas normas regulamentares especiais, nos termos do artigo 731, do Código Civil. Nesse sentido, segue a jurisprudência: “INDENIZAÇÃO POR DANOS MATERIAIS – Transporte aéreo - Prestação de serviço – Desistência do passageiro de viagem aérea internacional – Pretensão de reembolso integral do valor pago - Improcedência – Inconformismo - Relação de consumo – Aplicação das regras previstas no Código de Defesa do Consumidor – Inteligência do art. 11º da Resolução 400/16 da ANAC que não conflita com a norma consumerista ou com o art. 740 do Código Civil – Pedido de cancelamento das passagens passadas 24 horas da compra mas feito com antecedência suficiente para a nova comercialização dos assentos – Retenção integral do valor pago que configura desvantagem excessiva ao consumidor e enriquecimento sem causa da companhia aérea – Efetiva comprovação da venda das passagens a outros passageiros após desistência - Sentença reformada- Ação procedente – Dever de restituição integral dos valores pagos – Recurso provido. (TJ-SP - AC: 10014387920218260011 SP 1001438-79.2021.8.26.0011, Relator: Heraldo de Oliveira, Data de Julgamento: 01/09/2021, 13ª Câmara de Direito Privado, Data de Publicação: 01/09/2021) No presente caso, o voo contratado seria realizado no dia 12/02/2025 (Id. 185888829), sendo que a autora solicitou o cancelamento da compra em 10/02/2025: Evidente, portanto, que o pedido de cancelamento da compra com antecedência de apenas dois dias para realização da viagem, impossibilitou que a passagem fosse comercializada a outras pessoas, de modo que, não há que se falar em reembolso integral dos valores pagos. Com efeito, por todos estes assentes fundamentos, a improcedência dos pedidos da autora é a medida que se impõe. 3 – DISPOSITIVO Diante do exposto, nos termos do artigo 487, inciso I, do Código de Processo Civil, opino pela IMPROCEDÊNCIA dos pedidos da inicial. Sem custas e sem honorários, nos termos dos artigos 54 e 55, da Lei n. 9.099/95. Submeto o presente projeto de sentença à homologação da MMª. Juíza de Direito, nos termos do artigo 40, da Lei 9.099/95. Vitor Franzon de Azevedo Juiz Leigo Vistos etc. Homologo para que produza seus jurídicos e legais efeitos, o projeto de sentença elaborado pelo Juiz Leigo, na forma do artigo 40 da Lei n. 9.099/1995. Preclusa a via recursal, em nada sendo requerido, arquivem os autos com as baixas e anotações de estilo. Publique. Intime. Cumpra. Cuiabá/MT, data da assinatura digital. Patrícia Ceni Juíza de Direito

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Cooperativa De Crédito Poupança E Investimento Vale Do Cerrado - Sicredi Vale Do Cerrado x Confiar Engenharia Ltda e outros

ID: 263156821

Tribunal: TJMT Órgão: 1ª VARA DE CAMPO VERDE Classe: EXECUçãO DE TíTULO EXTRAJUDICIAL Nº Processo: 1001438-68.2024.8.11.0051

Data de Disponibilização: 30/04/2025

Polo Ativo:

COOPERATIVA DE CRÉDITO POUPANÇA E INVESTIMENTO VALE DO CERRADO - SICREDI VALE DO CERRADO

Polo Passivo:

CONFIAR ENGENHARIA LTDA FABIO DE SOUZA

Decisão

Advogados:

DARLEY DA SILVA CAMARGO

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DEMÉRCIO LUIZ GUENO

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EUDER OLIVEIRA RIBEIRO

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JOAO OLIVEIRA DE LIMA

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ARIANE TANARA BASTOS DE LIMA

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Autos nº 1001438-68.2024.8.11.0051 Execução Decisão. Vistos etc. A exceção de pré-executividade não é uma ação autônoma, como os embargos, nem um incidente no processo executivo. Trata-se de um pedid… Autos nº 1001438-68.2024.8.11.0051 Execução Decisão. Vistos etc. A exceção de pré-executividade não é uma ação autônoma, como os embargos, nem um incidente no processo executivo. Trata-se de um pedido simples, a fim de que o juiz reconheça vícios de ordem pública capazes de interromper a execução, quando evidenciados de imediato. O credor, com o título executivo, pode exigir o cumprimento do direito sem discussão adicional sobre a certeza do crédito. Qualquer contestação ao crédito requer embargos à execução, que são processos incidentes e permitem discutir a validade do título. No entanto, a exceção de pré-executividade é usada para apontar matérias de ordem pública que possam ser reconhecidas pelo juiz de ofício, sem a necessidade de produção de provas adicionais. A exceção, portanto, serve como uma defesa rápida e simples para questionar vícios processuais evidentes no rito de execução, sem exigir dilação probatória. Assim, passa-se à análise das razões meritórias opostas pelos Executados. – Da Ausência De Pressuposto De Constituição E Desenvolvimento Válido e Regular Do Processo A alegação de ausência de pressupostos processuais não se sustenta no caso concreto. A Cédula de Crédito Bancário apresentada pela parte Exequente é título executivo extrajudicial, nos termos do artigo 784, inciso XII, do Código de Processo Civil, e veio acompanhada da documentação necessária à instrução da execução. A petição inicial, por sua vez, atende aos requisitos formais estabelecidos nos artigos 319 e 798 do CPC, não havendo nos autos qualquer vício que comprometa a validade ou o desenvolvimento regular do processo. Assim, não se verifica nulidade processual a ser reconhecida nesta fase. – Da Repetição de Indébito e da Nulidade Contratual por Cláusulas Abusivas As alegações relativas à repetição de indébito e à nulidade contratual por supostas cláusulas abusivas envolvem a análise do conteúdo contratual e a apuração de eventuais valores pagos indevidamente, o que demanda dilação probatória, especialmente mediante prova pericial contábil. Tais matérias, por sua natureza, exigem cognição exauriente e instrução probatória adequada, sendo, portanto, incompatíveis com o rito da exceção de pré-executividade, que se limita a matérias de ordem pública, reconhecíveis de plano e sem necessidade de provas. Dessa forma, eventuais discussões quanto à validade de cláusulas contratuais e à repetição de valores devem ser veiculadas por meio próprio, notadamente por embargos à execução, com a observância dos requisitos legais, inclusive quanto à garantia do juízo. – Da Aplicação do Código de Defesa do Consumidor aos Contratos Bancários A discussão acerca da aplicação do Código de Defesa do Consumidor (CDC) aos contratos bancários não configura, por si só, matéria de ordem pública a ser conhecida em sede de exceção de pré-executividade. Embora a jurisprudência reconheça a possibilidade de aplicação do CDC em determinadas relações bancárias, tal análise demanda a verificação das condições específicas do contrato e da natureza da relação jurídica estabelecida entre as partes, o que, via de regra, exige dilação probatória e não pode ser enfrentado nos estreitos limites desta via incidental. É certo que, nos termos do artigo 3º do CDC, as instituições financeiras se enquadram como fornecedoras de produtos e serviços, entendimento já consolidado na jurisprudência pátria, inclusive por meio da súmula 297 do Superior Tribunal de Justiça. No entanto, nem toda operação de crédito configura relação de consumo, sendo necessário verificar se a contratante figura como destinatária final do valor obtido. Dessa forma, a alegação deve ser rejeitada no âmbito da presente exceção de pré-executividade. – Dos Encargos Ilegais, Anatocismo e Comissão de Permanência As alegações relativas à suposta abusividade de encargos contratuais, à prática de anatocismo e à cobrança de comissão de permanência exigem a análise detalhada do contrato, de eventuais aditivos e de demonstrativos financeiros, o que, por sua natureza, demanda prova técnica contábil e cognição aprofundada. Nesse sentido, a jurisprudência do Tribunal de Justiça do Estado de Mato Grosso: AGRAVO DE INSTRUMENTO – AÇÃO DE EXECUÇÃO DE TÍTULO EXTRAJUDICIAL – EXCEÇÃO DE PRÉ-EXECUTIVIDADE MANEJADA COM INTUITO DE REVISÃO DOS ENCARGOS CONTRATUAIS – IMPOSSIBILIDADE – RECURSO DESPROVIDO. As discussões da ilegalidade e/ou abusividade dos encargos pactuados, notadamente a capitalização dos juros, do anatocismo, comissão de permanência, multa, não tem trânsito nesta estreita via da exceção, posto não se tratar de matéria de ordem pública, e que necessitaria de produção de provas a fim de que pudesse ser investigada a pretensa ilegalidade, devendo o devedor utilizar do instrumento processual adequado para o seu intento.(TJ-MT - Agravo de Instrumento: 0091548-70.2016 .8.11.0000, Relator.: JOÃO FERREIRA FILHO, Data de Julgamento: 04/04/2017, PRIMEIRA CÂMARA DE DIREITO PRIVADO, Data de Publicação: 10/04/2017). Assim, tais matérias excedem os limites da exceção de pré-executividade, que se restringe a questões de ordem pública, verificáveis de plano e sem necessidade de dilação probatória. Dessa forma, eventual revisão de cláusulas contratuais deve ser postulada por meio de embargos à execução ou ação revisional própria, com a devida instrução probatória. – Da mora accipiendi e da multa contratual A alegação de mora accipiendi, consistente na suposta recusa do credor em receber o pagamento, não encontra respaldo nos autos. O Executado não trouxe qualquer prova de que tenha efetivamente buscado adimplir a obrigação, tampouco demonstrou recusa injustificada por parte do Exequente. Nos termos do artigo 373, do Código de Processo Civil, incumbe à parte que alega fato impeditivo do direito do autor o ônus da prova, ônus este que, no caso, não foi devidamente cumprido. Quanto à multa contratual, a alegação de abusividade envolve a interpretação das cláusulas contratuais e a análise do equilíbrio entre as prestações, o que exige cognição exauriente e eventual produção de prova técnica. Por essa razão, a matéria não pode ser examinada nos estreitos limites da exceção de pré-executividade, devendo, se for o caso, ser suscitada por meio dos embargos à execução ou ação própria, com observância dos requisitos legais. – Do excesso de execução A alegação de excesso de execução demanda a verificação da correção dos valores cobrados, o que pressupõe análise técnica contábil e exame detalhado dos encargos aplicados, exigindo, assim, dilação probatória incompatível com a via estreita da exceção de pré-executividade. Nos termos do artigo 917, III e § 2º, do Código de Processo Civil, o excesso de execução deve ser arguido por meio de embargos à execução, devidamente instruídos com planilha atualizada e demonstrativa do valor que o devedor entende devido, sob pena de rejeição liminar da alegação. Assim, inviável o exame da matéria nesta fase processual, devendo o Executado valer-se da via adequada, caso deseje discutir a quantia executada. Decido. Diante do exposto, REJEITO a exceção de pré-executividade apresentada. CONDENO o Executado (excipiente) ao pagamento de honorários advocatícios em favor do Exequente, no percentual de 10% sobre o valor da causa, nos termos do art. 85, § 2º do Código de Processo Civil. Sem prejuízo, INTIME-SE o Exequente para que, no prazo de 10 (dez) dias, indique bens disponíveis do Executado ou requeira o que entender de direito para o prosseguimento do feito. Cumpra-se. Intime-se. Expeça-se o necessário. Às providências. Campo Verde/MT, 29 de abril de 2025. André Barbosa Guanaes Simões Juiz de Direito

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