Resultados para o tribunal: TJPR

Resultados para "1000869-95.2022.5.02.0291"

Maria Hilda De Oliveira x Eduardo Asmar e outros

ID: 294569381

Tribunal: TJPR Órgão: Juizado Especial Cível de Wenceslau Braz Classe: CUMPRIMENTO DE SENTENçA Nº Processo: 0000518-67.2016.8.16.0176

Data de Disponibilização: 10/06/2025

Polo Ativo:

MARIA HILDA DE OLIVEIRA

Polo Passivo:

EDUARDO ASMAR GILBERTO ASMAR IMPORT EXPRESS COMERCIAL IMPORTADORA LTDA MARCELO ASMAR SILVANA DE ARAúJO

Conclusão

Advogados:

TIAGO REINALDO BAGATIM NASSAR

OAB/PR XXXXXX Desbloquear

ANTONIO ROGERIO BONFIM MELO

OAB/SP XXXXXX Desbloquear

PODER JUDICIÁRIO DO ESTADO DO PARANÁ COMARCA DE WENCESLAU BRAZ JUIZADO ESPECIAL CÍVEL DE WENCESLAU BRAZ - PROJUDI Praça Rui Barbosa, sn - Centro - Wenceslau Braz/PR - CEP: 84.950-000 - Fone: (43) 357…

Conteúdo completo bloqueado

Desbloquear

Laura Silvana Gotti Ribas Epp x Pierino Gotti Industria De Implementos Rodoviarios E Mecanicos S/A

ID: 275643854

Tribunal: TJPR Órgão: 17ª Vara Cível de Curitiba Classe: PROCEDIMENTO COMUM CíVEL Nº Processo: 0000506-83.2022.8.16.0001

Data de Disponibilização: 21/05/2025

Polo Ativo:

LAURA SILVANA GOTTI RIBAS EPP

Polo Passivo:

PIERINO GOTTI INDUSTRIA DE IMPLEMENTOS RODOVIARIOS E MECANICOS S/A

Conclusão

Advogados:

GERMANO ALBERTO DRESCH FILHO

OAB/PR XXXXXX Desbloquear

ROGERIO DE JESUS MARQUES

OAB/PR XXXXXX Desbloquear

MAURÍCIO CARLOS BANDEIRA SEDOR

OAB/PR XXXXXX Desbloquear

ALESSANDRO VINICIUS PILATTI

OAB/PR XXXXXX Desbloquear

MARIA ISABEL DE PAULA XAVIER

OAB/PR XXXXXX Desbloquear

PODER JUDICIÁRIO DO ESTADO DO PARANÁ Comarca da Região Metropolitana de Curitiba Foro Central – 17ª Vara Cível SENTENÇA Vistos e examinados estes autos de AÇÃO DE COBRANÇA C/C INDENIZATÓRIA, re… PODER JUDICIÁRIO DO ESTADO DO PARANÁ Comarca da Região Metropolitana de Curitiba Foro Central – 17ª Vara Cível SENTENÇA Vistos e examinados estes autos de AÇÃO DE COBRANÇA C/C INDENIZATÓRIA, registrados sob o n° 0000506-83.2022.8.16.0001, ajuizada por LAURA SILVANA GOTTI RIBAS EPP 1 , já qualificada, em face de PIERINO GOTTI INDUSTRIA DE IMPLEMENTOS RODOVIARIOS E MECANICOS S/A, já qualificado, verificou-se, sopesou-se e concluiu-se, pelo que tudo deles consta, o seguinte: I – RELATÓRIO Trata-se a presente demanda de ação de cobrança c/c indenizatória, na qual a autora aduziu que: (i) firmou com a ré contrato de prestação de serviços em 14 de março de 2014; (ii) o contrato previa a organização e guarda de documentos administrativos, entre outras atividades, com honorários em favor da autora no valor de R$ 3.513.953,00; (iii) também firmaram contrato de responsabilidade de recolhimento de percentual sobre emissão de notas fiscais de prestação de serviços; (iv) a ré deveria pagar os honorários à autora e os tributos conforme o contrato, além de apresentar os comprovantes dos recolhimentos tributários, porém, desde 30/07/2015, atrasou o 1 Originalmente LAURA SILVANA GOTTI RIBAS EPP e LAURA SILVANA GOTTI RIBAS (Determinou-se a exclusão da pessoa física Laura Silvana do polo ativo à seq. 61.1, ante a extinção do feito com resolução do mérito). A 1PODER JUDICIÁRIO DO ESTADO DO PARANÁ Comarca da Região Metropolitana de Curitiba Foro Central – 17ª Vara Cível pagamento das parcelas do contrato de prestação de serviços, resultando em encargos de mora; (v) a autora foi obrigada a contrair diversos empréstimos, no total de R$ 17.820,83, para suprir a impontualidade dos pagamentos da ré; (vi) a ré descumpriu a cláusula do contrato que previa a incidência de correção monetária de 2% ao mês sobre a parcela atrasada; (vii) faz jus aos valores devidos pelos encargos da mora (cláusula 4ª, parágrafo segundo; 2% ao mês de juros de mora e correção monetária pelos índices do TJPR), no valor de R$ 1.810.423,69, e aos danos materiais causados, ante a conduta omissa; (viii) em não aplicados os juros de 2%, faz jus ao pagamento de juros no percentual de 1% ao mês. Requereu a condenação da ré para: (a) pagar os encargos de mora no valor de R$ 1.810.423,69, com a correção no percentual de 2%; ou (b) subsidiariamente, no valor de R$ 1.443.885,39, com a correção no percentual de 1%; e a (c) pagar danos materiais no valor de R$ 17.820,83, acrescidos de juros de mora de 1% e correção monetária, desde o desembolso até a data do efetivo pagamento. Decisão inicial (seq. 19.1). Contestação (seq. 49.1). Aduziu a parte ré, preliminarmente, a falta de interesse de agir, pois as autoras pleiteiam a cobrança de correção monetária de 2% e indenização material, renunciando expressamente ao direito de cobrar juros moratórios. Em prejudicial de mérito, pela prescrição da pretensão de cobrança dos encargos moratórios relativos às parcelas vencidas entre os dias 30/07/2015 (parcela 15), (parcela 32) e 30/06/2017 (parcela 38). No mérito, defendeu que: (i) não houve inadimplemento contratual, pois as partes repactuaram o pagamento, dispensada a cobrança de juros por atraso e que a partir do vencimento da 19ª parcela, 30/11/2015, os pagamentos seriam realizados de forma semanal, em parcelas de R$ 10.000,00, devidamente pagas pela ré; (ii) a cláusula que prevê correção monetária de 2% ao mês é nula, pois em verdade se referia aos juros de mora, eis que a correção monetária deve refletir o poder aquisitivo da moeda e não pode ser fixada em percentual; (iii) a requerente Laura (pessoa física) não tem direito à A 2PODER JUDICIÁRIO DO ESTADO DO PARANÁ Comarca da Região Metropolitana de Curitiba Foro Central – 17ª Vara Cível indenização por danos materiais, pois não houve inadimplemento e os empréstimos bancários foram contraídos após a renúncia aos juros moratórios; (iv) a parte autora agiu de má-fé ao alterar a verdade dos fatos. Requereu a improcedência dos pedidos e a condenação por litigância de má-fé. Impugnação à contestação (seq. 54.1). A parte autora asseverou que os e- mails comprovam o atraso nos pagamentos pela ré, a qual começou a pagar diferente da forma ajustada no contrato; que nunca renunciou aos juros moratórios, o que correu pontualmente apenas na parcela de 30/08/2015; e que aceitou o recebimento da forma imposta pela ré, ressalvando que receberia o principal e depois os juros da mora. Requereu a condenação da ré por litigância de má-fé. Instadas a se manifestarem, a parte autora pugnou pela produção de prova pericial e a parte ré prova oral e documental (seq. 58.1 e 59.1). Decisão saneadora (seq. 61.1). Postergou a análise da falta de interesse de agir à sentença e pronunciou a prescrição parcial, extinguindo parcialmente o feito com resolução de mérito, no que se refere a cobrança “dos juros moratórios decorrentes das parcelas pagas em atraso e vencidas anteriormente a janeiro de 2017, bem como em relação à pretensão de reparação dos danos materiais decorrentes de empréstimos contraídos anteriormente a janeiro de 2019.”. Ante a extinção do feito em face da autora pessoa física, LAURA SILVANA GOTTI RIBAS, determinou-se a sua exclusão do polo ativo. Fixou os pontos controvertidos 2 e deferiu a produção de prova oral. Opostos e rejeitados embargos declaratórios (seq. 73.1 e 91.1). Interposto e parcialmente provido recurso de agravo de instrumento (seq. 122.1). Restou afastada a prescrição da pretensão da autora, pessoa jurídica, de cobrança 2 “o direito da autora (pessoa jurídica) ao recebimento dos juros de mora decorrentes do atraso no pagamento das parcelas, vencidas a partir de fevereiro de 2017, do contrato de prestação de serviços celebrado pelas partes; repactuação das datas de vencimento e do valor das parcelas devidas a partir da prestação n. 19, com vencimento em 30/11/2015; nulidade da cláusula que estabeleceu correção monetária no percentual de 2% ao mês; existência e extensão dos alegados danos materiais.”. A 3PODER JUDICIÁRIO DO ESTADO DO PARANÁ Comarca da Região Metropolitana de Curitiba Foro Central – 17ª Vara Cível dos encargos moratórios incidentes sobre as parcelas em atraso, haja vista que sujeita ao prazo prescricional decenal. Audiência de instrução (seq. 163.1). Alegações finais (seq. 166.1 e 167.1). Vieram os autos conclusos. É o relatório do necessário. Passo a decidir. II – FUNDAMENTAÇÃO Do interesse de agir. A parte ré afirmou pela falta de interesse de agir autoral, na medida em que há o pleito de cobrança de correção monetária de 2%, mas houve renúncia expressa ao direito de cobrar juros moratórios. In casu, encontra-se presente o binômio necessidade/utilidade da parte autora na propositura da demanda e a medida se mostra adequada e necessária ao alcance da pretensão jurisdicional, ao menos abstratamente, para o fim de obter a condenação da parte ré ao pagamento de encargos da mora e danos materiais, ambos em decorrência da existência de contrato firmado entre as partes e descumprido pela parte ré. Ainda, nessa perspectiva, deve-se levar em conta o princípio da inafastabilidade da jurisdição, presente no artigo 5°, inciso XXXV, da CF. Portanto, é direito público subjetivo o direito de invocar a atividade jurisdicional, sendo assegurado tanto o direito de agir como também o direito de ação. A propósito, a alegação de ausência de interesse de agir, quanto a renúncia expressa do direito de cobrar juros, não resiste à análise detida dos autos, tratando-se de preliminar carente de aprofundamento fático e jurídico, razão pela qual deve ser integralmente afastada. A 4PODER JUDICIÁRIO DO ESTADO DO PARANÁ Comarca da Região Metropolitana de Curitiba Foro Central – 17ª Vara Cível Para mais, de acordo com o atual Código de Processo Civil, até mesmo a possibilidade jurídica do pedido não é mais uma condição da ação, menos ainda a viabilidade fática deste, a saber: “Art. 17. Para postular em juízo é necessário ter interesse e legitimidade.”. Rejeito a preliminar. Da simulação. Trata-se de cobrança de encargos moratórios advindos de contrato de prestação de serviços firmado entre as partes. Embora as partes não tenham alegado vício no tocante ao pacto realizado, a prova oral produzida – depoimento pessoal da parte autora – exige desse Juízo considerações sobre o instituto da simulação. No caso dos autos, a própria autora, em audiência de instrução (seq. 163.1), reconheceu de forma expressa a natureza simulada do contrato de prestação de serviços celebrado com a ré. Afirmou que a empresa LAURA GOTTI RIBAS EPP foi criada por seu pai, e que ela própria nunca participou efetivamente da gestão da pessoa jurídica. Disse, ainda, que a empresa não possui sede física, não presta serviços a terceiros, e foi criada apenas como uma 'jogada contábil' para fins de repasse de honorários entre pai e filhos. Tais declarações revelam que, sem nenhum propósito de regular a prestação de serviços de guarda de documentos, a relação entre as partes é alcançada pela simulação, em que se opera a transferência de recursos da empresa ré para a empresa autora, atraindo a incidência do art. 167 do Código Civil: Art. 167. É nulo o negócio jurídico simulado, mas subsistirá o que se dissimulou, se válido for na substância e na forma. § 1 o Haverá simulação nos negócios jurídicos quando: A 5PODER JUDICIÁRIO DO ESTADO DO PARANÁ Comarca da Região Metropolitana de Curitiba Foro Central – 17ª Vara Cível I - aparentarem conferir ou transmitir direitos a pessoas diversas daquelas às quais realmente se conferem, ou transmitem; II - contiverem declaração, confissão, condição ou cláusula não verdadeira; III - os instrumentos particulares forem antedatados, ou pós-datados. Como a parte ré não se opôs ao pagamento, nem questionou a ausência de prestação de serviços efetivos, tem-se que o negócio jurídico simulado sinaliza para o pagamento de dividendos, como se sócia fosse da empresa ré, ou até mesmo eventual remuneração pela não transferência de cotas sociais. De toda forma, não encontrou esse Juízo ilicitude ou abuso do direito a inviabilizar o negócio jurídico simulado e, portanto, a satisfação do direito que ora se requer. Ainda que nulo o negócio simulado, a ordem jurídica admite o aproveitamento do ato dissimulado, desde que este seja válido na substância e na forma, e não acarrete prejuízo a terceiros ou à ordem pública. Esse aproveitamento decorre da regra de economia processual e da busca pela efetividade do processo, autorizando-se que se extraia efeitos do que efetivamente ocorreu, mesmo que sob forma disfarçada. APELAÇÃO CÍVEL - AÇÃO DECLARATÓRIA DE NULIDADE DE ATO JURÍDICO - RECONHECIDA A SIMULAÇÃO RELATIVA QUANDO DA AQUISIÇÃO DE IMÓVEL POR PAI E FILHA, CONJUNTAMENTE - RECURSOS FINANCEIROS EXCLUSIVAMENTE DO PAI - DEFEITO NO NEGÓCIO JURÍDICO QUE MASCAROU A DOAÇÃO EM PREJUÍZO DOS DEMAIS HERDEIROS - ALIENANTES TERCEIROS DE BOA-FÉ - APROVEITAMENTO DO CONTRATO DE COMPRA E VENDA - RECURSO DE APELAÇÃO CONHECIDO AO QUAL SE DÁ PROVIMENTO - AGRAVO RETIDO CONHECIDO E DESPROVIDO - LEGITIMIDADE PASSIVA DOS ALIENANTES - QUESTÃO CONTROVERTIDA DIVERSA DE DIREITOS SUCESSÓRIOS. (TJPR - 6ª Câmara Cível - AC - Ponta Grossa - Rel.: DESEMBARGADOR CARLOS EDUARDO ANDERSEN ESPINOLA - Unï¿½nime - J. 07.05.2013) PROCESSUAL CIVIL. RECURSOS ESPECIAIS. AÇÃO DE EMBARGOS À EXECUÇÃO. JULGAMENTO CITRA PETITA. NÃO OCORRÊNCIA. TÍTULO EXECUTIVO EXTRAJUDICIAL. INSTRUMENTO PARTICULAR DE CONFISSÃO DE DÍVIDA. NEGÓCIO JURÍDICO SIMULADO. NULIDADE. OCORRÊNCIA. NEGÓCIO DISSIMULADO. PROMESSA DE PAGAMENTO DE VANTAGEM A 6PODER JUDICIÁRIO DO ESTADO DO PARANÁ Comarca da Região Metropolitana de Curitiba Foro Central – 17ª Vara Cível INDEVIDA A FUNCIONÁRIO PÚBLICO. NÃO SUBSISTÊNCIA. AUSÊNCIA DE REQUISITOS DE VALIDADE. OBJETO E MOTIVO DETERMINANTE ILÍCITOS. USO DO PROCESSO PARA FIM VEDADO EM LEI. IMPOSSIBILIDADE. (...). 4. A simulação é causa de nulidade absoluta do negócio jurídico simulado, podendo ser alegada por uma das partes contra a outra e até reconhecida de ofício pelo Juiz, inclusive de forma incidental. Precedentes. 5. O afastamento do negócio jurídico simulado não implica, necessariamente, no aproveitamento do negócio dissimulado, o que somente ocorre quando este preenche os seus requisitos de validade. 6. Conforme o art. 142 do CPC/2015, havendo circunstâncias suficientes a demonstrar que uma ou ambas as partes, estão usando o processo para obter fim vedado por lei, é dever do Juiz, de ofício, proferir decisão que impeça tal objetivo. (...). Assim, é nulo o negócio jurídico simulado (art. 167, § 1º, II e III, do CC/2002), sendo igualmente nulo o dissimulado, considerando que, tanto o seu objeto, quanto seu motivo determinante, comum a ambas as partes, são ilícitos (art. 166, II e III, do CC/2002). (...). (REsp n. 2.044.569/GO, relatora Ministra Nancy Andrighi, Terceira Turma, julgado em 13/6/2023, DJe de 4/7/2023.) A simulação, no caso em exame, não é absoluta, quando não há a intenção de realizar ato negocial algum, e sim relativa, eis que o ato negocial realizado intencionalmente está em desacordo com a vontade interna dos participes. Em outros termos, sob a aparência de um negócio fictício se realizou outro verdadeiro, e diverso, no todo ou em parte, do primeiro (AREsp n. 955.327, Ministro Raul Araújo, DJe de 27/06/2024.). Em igual sentido, o enunciado n. 293, aprovado na IV Jornada de Direito Civil, dispõe: "Na simulação relativa, o aproveitamento do negócio jurídico dissimulado não decorre tão- somente do afastamento do negócio jurídico simulado, mas do necessário preenchimento de todos os requisitos substanciais e formais de validade daquele.". A orientação possui coerência com o art. 184 do CC: " Respeitada a intenção das partes, a invalidade parcial de um negócio jurídico não o prejudicará na parte válida, se esta for separável; a invalidade da obrigação principal implica a das obrigações acessórias, mas a destas não induz a da obrigação principal. ". Na hipótese, os elementos constantes dos autos revelam que, embora o contrato de prestação de serviços tenha sido formalmente simulado, ele encobria uma operação de repasse patrimonial dentro da estrutura familiar, a qual, embora atípica, não causou prejuízo aparente às partes nem a terceiros. A 7PODER JUDICIÁRIO DO ESTADO DO PARANÁ Comarca da Região Metropolitana de Curitiba Foro Central – 17ª Vara Cível Logo, em que pese a nulidade (art. 167, §1º, do CC), mantém-se o aproveitamento do negócio jurídico subjacente (repasse de valores intrafamiliar), na medida em que não se demonstrou vício de forma ou de substância quanto ao conteúdo dissimulado, tampouco prejuízo a terceiros ou à coletividade. Destaca-se que tal reconhecimento não prejudica a análise dos demais pedidos formulados, especialmente no que se refere à existência ou não de encargos moratórios exigíveis. Do mérito. Conforme o visto, considerando o aproveitamento do negócio dissimulado, cinge-se a controvérsia da demanda acerca da possibilidade de condenação da ré ao pagamento de encargos moratórios, advindos do contrato celebrado entre as partes. De início, cumpre destacar que em momento algum se verifica a arguida renúncia integral a cobrança dos encargos moratórios por parte da autora, seja de correção monetária ou de juros de mora. Em sentido contrário, essa solicitou pelo adequado pagamento (seq. 54.2/5). Fato confirmado pelo depoimento pessoal (seq. 163.1, 9’31’’). Conforme os e-mails acostados ao feito e a prova oral produzida (seq. 49.2, 54.2/5 e 163.1), vê-se que tão-somente e especificamente quanto a parcela de vencimento em 30/08/2015 a autora desistiu da cobrança (e-mail datado de 11/11/2015) e assim afirmou em impugnação à contestação (seq. 54.1, p. 6): “E como dito acima, em momento algum a autora renunciou/dispensou aos juros moratórios do contrato (isso ocorreu pontualmente apenas na parcela vencida em 30/08/2015).”. Na forma do e-mail datado de 11/11/2015 (seq. 49.2) e demais (seq. 54.2/5), a parte autora menciona que houve a renúncia quanto apenas ao primeiro atraso, afirmando expressamente a necessidade de novo contato entre as partes acaso de novo A 8PODER JUDICIÁRIO DO ESTADO DO PARANÁ Comarca da Região Metropolitana de Curitiba Foro Central – 17ª Vara Cível atraso e, até mesmo exigindo o pagamento em todos os outros e demais momentos em que atestou o recebimento do principal (seq. 54.2/5): Dessa forma, ante a renúncia a cobrança, improcede o pleito inicial no que se refere a parcela com vencimento datado para 30/08/2015. Todavia, em não demonstrada a renúncia integral a cobrança dos encargos moratórios, impõe-se a continuidade de análise do feito em relação as parcelas vencidas a partir de fevereiro de 2017. Vê-se que as partes pactuaram o referido contrato de prestação de serviços (seq. 1.7), sendo contratada a ora autora e contratante a ora ré. Aquele fez constar o pagamento de 38 parcelas mensais consecutivas, com início e 30 de maio de 2014 e término previsto para 30 de junho de 2017, dos valores do Anexo I: A 9PODER JUDICIÁRIO DO ESTADO DO PARANÁ Comarca da Região Metropolitana de Curitiba Foro Central – 17ª Vara Cível Constou-se a tolerância de 05 dias corridos para o pagamento, sem a incidência de acréscimos e, em caso de inadimplemento, a incidência de correção monetária ajustada em 2% ao mês. Por sua vez, a parte requerida discorreu pela repactuação da forma de pagamento (datas de vencimento e valor devido), a partir da 19ª prestação, com vencimento em 30/11/2015, e pelo adequado adimplemento do negócio. Por fim, afirmou a nulidade da cláusula que estabeleceu correção monetária no percentual de 2% ao mês, haja vista que em verdade se trata de juros de mora e que a correção monetária deve refletir o poder aquisitivo da moeda, não podendo ser fixada em percentual. Extrai-se da audiência de instrução (seq. 163.1): Depoimento pessoal do representante legal da autora, LAURA SILVANA GOTTI RIBAS: Disse que a empresa existe há muito tempo, estando em atividade; e que a empresa ré redigiu o contrato em questão, na gestão de seu irmão, e apenas assinaram. Afirmou que confiava na parte administrativa da empresa ré, de forma que qualquer erro se origina daquela. Confirmou que deveria receber 38 parcelas do valor líquido aproximado de R$ 3.000.000,00, mas que houve atraso a partir da 15ª parcela, restando 24 parcelas em atraso. Narrou que nunca houve acordo nenhum sobre renúncia de encargos da mora, somente ocorrendo a renúncia/desistência quanto ao primeiro atraso, sendo de alguns dias. Disse que nunca repactuaram a forma de pagamento dos atrasados, mas que semanalmente vinham os valores que eles gostariam e poderiam pagar, o que foi aceito pela empresa, ante a falta de dinheiro; porém que tinha certeza que pagariam os valores devidos e atrasados. Que jamais imaginou, por serem irmãos, que inadimpliriam o contrato, pelo que aguardavam sempre, em confiança, o pagamento dos juros. Que não estava quitada a dívida e tem direito ao pagamento dos juros. Depoimento pessoal do representante legal da ré, LUCIANO GOTTI: Afirmou ser um dos sócios da empresa ré, realizando a sua gestão. Que firmaram um contrato – formulado pela empresa ré – de prestação de A 10PODER JUDICIÁRIO DO ESTADO DO PARANÁ Comarca da Região Metropolitana de Curitiba Foro Central – 17ª Vara Cível serviços para guarda de documentação, serviços os quais nunca foram prestados, funcionando o contrato apenas para o pagamento de cotas de titularidade de Laura, por sua saída da empresa, após balanços e documentação não juntada ao processo. Confirmou que o valor seria pago de modo parcelado, mas a empresa começou a passar dificuldade, incorrendo em atrasos, pelo que realizaram acordo. Que semanalmente pagariam R$ 10.000,00, o que foi honrado; mas que não avençaram nada em relação aos juros, porque a autora teria escrito uma ‘carta/correspondência’ desistindo desses juros. Que nada foi conversado quanto aos consectários da mora e nunca foi cobrado nada de juros. Disse que no contrato havia a previsão de juros. Disse que não respondia os e-mails de Laura porque, após o falecimento de sua mãe, começou a receber cobrança de juros. Que mesmo diante dos mais de 1400 dias de atraso, a autora estava ciente da situação crítica da empresa, tanto que realizaram acordo verbalmente, o qual não mencionava encargos de mora. Afirmou que o parágrafo segundo do contrato se referia a 2% da cobrança de juros. Oitiva da testemunha CAMILA CORDEIRO DE LIMA DOS SANTOS: Realizava o financeiro da empresa ré, como analista e assistente financeiro, trabalhando na empresa há 15 anos. Afirmou que houve uma negociação e um certo período depois foi realizada outra negociação, para pagamento semanal. Que lhe foram informados os pagamentos semanais de R$ 10.000,00, os quais realizava. Disse nunca ter sido cobrada de juros ou de qualquer encargo de mora, mas que depois de um tempo (a partir de setembro de 2018 até o último pagamento em agosto de 2021) começou a receber cobranças, via e-mail, desses juros. Que não respondia os e-mails, sob orientação do supervisor. Conforme se extrai do contrato, há previsão expressa da cobrança do percentual de 2%, sob a equivocada denominação de correção monetária. No entanto, à luz das próprias alegações das partes e da redação contratual, verifica-se que tal percentual corresponde, na realidade, a juros moratórios pactuados em razão do inadimplemento, não havendo nulidade quanto a esse ponto. A 11PODER JUDICIÁRIO DO ESTADO DO PARANÁ Comarca da Região Metropolitana de Curitiba Foro Central – 17ª Vara Cível Importa destacar que os encargos moratórios são consequências legais do atraso no pagamento. De acordo com os artigos 389 e 395 do CC, mostram-se devidos mesmo que não haja uma cláusula específica no contrato, pois surgem automaticamente quando há descumprimento da obrigação pelo devedor: Art. 389. Não cumprida a obrigação, responde o devedor por perdas e danos, mais juros, atualização monetária e honorários de advogado. Art. 395. Responde o devedor pelos prejuízos a que sua mora der causa, mais juros, atualização dos valores monetários e honorários de advogado. Para mais, observa-se que a própria parte ré se contradiz ao afirmar que “não havia cobrança de juros”, de forma que a autora teria desistido desses, por e-mail, mas ao mesmo tempo discorrer que sim, estranhamente, houve a cobrança desses juros por e-mail, 10 dias depois do óbito de sua genitora. A ocorrência da cobrança de juros foi, inclusive, reiterada durante a oitiva da testemunha Camila, a qual narrou pelo recebimento e não resposta aos e-mails de exigência, conforme orientação recebida de supervisor. Portanto, a uma, vê-se que não houve a novação relativa a não cobrança de encargos, ante a falta do animus novandi pela autora - a intenção clara de extinguir a obrigação antiga e substituí-la por uma nova (art. 360 a 362 do CC 3 ). E a duas, ainda que tenha ocorrido a tolerância contratual quanto à forma de pagamento - uma vez que a autora teria aceitado os pagamentos realizados pelo réu -, tal circunstância não implica renúncia tácita à exigibilidade dos juros moratórios incidentes 3 Art. 360. Dá-se a novação: I - quando o devedor contrai com o credor nova dívida para extinguir e substituir a anterior; II - quando novo devedor sucede ao antigo, ficando este quite com o credor; III - quando, em virtude de obrigação nova, outro credor é substituído ao antigo, ficando o devedor quite com este. Art. 361. Não havendo ânimo de novar, expresso ou tácito mas inequívoco, a segunda obrigação confirma simplesmente a primeira. Art. 362. A novação por substituição do devedor pode ser efetuada independentemente de consentimento deste. A 12PODER JUDICIÁRIO DO ESTADO DO PARANÁ Comarca da Região Metropolitana de Curitiba Foro Central – 17ª Vara Cível sobre as parcelas quitadas com atraso, os quais permanecem devidos, nos termos dos art. 389 e 397 do CC 4 . A saber: DIREITO PRIVADO. APELAÇÃO. EMBARGOS À EXECUÇÃO. IMPROCEDÊNCIA. I. Caso em Exame: Embargos à execução. Negativa de inadimplência. Falha na geração de boleto para pagamento de parcela específica. Sustentou a aplicação dos institutos da surrectio e supressio, pedindo a improcedência da execução e manutenção do parcelamento. II. Questão em Discussão: Determinar se a aceitação de pagamentos subsequentes pelo credor configura renúncia tácita ao direito de exigir o pagamento imediato da parcela vencida, aplicando-se os institutos da surrectio e supressio. III. Razões de Decidir: A surrectio e a supressio derivam do princípio da boa-fé objetiva, mas não se aplicam no caso, pois a exequente não renunciou à exigência do contrato. A cédula de crédito bancário é título executivo extrajudicial válido, conforme Lei nº 10.931/2004, arts. 28 e 29, e a relação entre as partes não é de consumo, afastando a aplicação do CDC. IV. Dispositivo e Tese: Recurso não provido. Tese de julgamento: 1. A aceitação de pagamentos subsequentes não configura renúncia tácita ao direito de exigir pagamento de parcela vencida. 2. A cédula de crédito bancário é título executivo extrajudicial válido.(TJSP; Apelação Cível 1000869-47.2024.8.26.0634; Relator (a): Claudia Sarmento Monteleone; Órgão Julgador: 23ª Câmara de Direito Privado; Foro de Tremembé - 1ª Vara; Data do Julgamento: 02/04/2025; Data de Registro: 02/04/2025) Ademais, destaca-se que não se trata de hipótese de surrectio ou suppressio 5 , pois a autora jamais abriu mão do recebimento dos juros, na íntegra, de forma tácita ou expressa. Embora tenha aceitado o pagamento dos valores relativos ao principal, em nenhum momento deixou de manifestar a necessidade do pagamento integral do valor 4 Art. 389. Não cumprida a obrigação, responde o devedor por perdas e danos, mais juros, atualização monetária e honorários de advogado. Art. 397. O inadimplemento da obrigação, positiva e líquida, no seu termo, constitui de pleno direito em mora o devedor. 5 A surrectio é a situação em que, pela conduta reiterada de uma das partes, cria-se na outra parte uma legítima expectativa quanto à continuidade de determinado comportamento, de modo que a posterior alteração imotivada dessa conduta configura violação à boa-fé objetiva. Já a suppressio ocorre quando o titular de um direito deixa de exercê-lo por tempo suficiente para gerar na outra parte a crença de que tal prerrogativa não mais será exigida, sendo vedado o seu exercício posterior de forma repentina, sob pena de abuso de direito. A 13PODER JUDICIÁRIO DO ESTADO DO PARANÁ Comarca da Região Metropolitana de Curitiba Foro Central – 17ª Vara Cível devido acerca dos juros 6 , inexistindo, portanto, conduta que possa ter gerado expectativa legítima de renúncia ou aceitação da ausência desses valores por parte da ré. Não houve o simples e mero aceite dos pagamentos sem qualquer questionamento ou oposição – circunstância que implica em aceitação tácita –, ao que a parte autora encaminhou inúmeros e-mails pugnando e afirmando pela necessidade de pagamento, os quais foram assim corroborados pela prova oral, não havendo qualquer manifestação inequívoca de desistência por parte da credora. Logo, a autora faz jus ao adequado percebimento por esses juros estabelecidos entre as partes e não pagos. Com relação ao percentual exigido, de 2%, oportuno esclarecer que a autora se trata de pessoa jurídica não enquadrada no conceito de instituição financeira, conforme a Lei nº 4.595/64 7 : Art. 17. Consideram-se instituições financeiras, para os efeitos da legislação em vigor, as pessoas jurídicas públicas ou privadas, que tenham como atividade principal ou acessória a coleta, intermediação ou aplicação de recursos financeiros próprios ou de terceiros, em moeda nacional ou estrangeira, e a custódia de valor de propriedade de terceiros. Parágrafo único. Para os efeitos desta lei e da legislação em vigor, equiparam-se às instituições financeiras as pessoas físicas que exerçam qualquer das atividades referidas neste artigo, de forma permanente ou eventual. Dessa forma, não possui permissão para realizar a cobrança de juros acima da taxa legalmente permitida. Vide os art. 406 e 591, do CC: Art. 591. Destinando-se o mútuo a fins econômicos, presumem-se devidos juros. Art. 406. Quando não forem convencionados, ou quando o forem sem taxa estipulada, ou quando provierem de determinação da lei, os juros serão fixados de acordo com a taxa legal. 6 Seq. 54.2/5. 7 Dispõe sobre a Política e as Instituições Monetárias, Bancárias e Creditícias, Cria o Conselho Monetário Nacional e dá outras providências. A 14PODER JUDICIÁRIO DO ESTADO DO PARANÁ Comarca da Região Metropolitana de Curitiba Foro Central – 17ª Vara Cível A respeito do assunto, o Decreto nº 22.626/1933 8 fixou em seu artigo 1º que “É vedado, e será punido nos termos desta lei, estipular em quaisquer contratos taxas de juros superiores ao dobro da taxa legal”. Em igual sentido, sobre a temática, assim estabelece o art. 161, § 1º, do Código Tributário Nacional: Art. 161. O crédito não integralmente pago no vencimento é acrescido de juros de mora, seja qual fôr o motivo determinante da falta, sem prejuízo da imposição das penalidades cabíveis e da aplicação de quaisquer medidas de garantia previstas nesta Lei ou em lei tributária. § 1º Se a lei não dispuser de modo diverso, os juros de mora são calculados à taxa de um por cento ao mês. Por outro lado, destaco que a referida prática também não leva a nulidade da cláusula e/ou do negócio jurídico em questão, mostrando-se necessária apenas a limitação com o ajuste da taxa de juros ao percentual de 1% ao mês, senão vejamos: APELAÇÕES CÍVEIS. EMBARGOS À EXECUÇÃO. EXECUÇÃO DE TÍTULO EXTRAJUDICIAL LASTREADO EM TERMO DE CONFISSÃO DE DÍVIDA. MÚTUO ENTRE PARTICULARES. VÍCIO DE VONTADE, AGIOTAGEM E APLICAÇÃO DE ENCARGOS ABUSIVOS. SENTENÇA DE PARCIAL PROCEDÊNCIA QUE DECLAROU ILEGAL A COBRANÇA DE JUROS REMUNERATÓRIOS EM TAXA SUPERIOR A 1% (UM POR CENTO) AO MÊS (...). COBRANÇA DE JUROS REMUNERATÓRIOS ACIMA DA TAXA LEGALMENTE PERMITIDA QUE, EM QUE PESE GERE O RECONHECIMENTO DA PRÁTICA DE AGIOTAGEM, NÃO DÁ ENSEJO À NULIDADE DA EXECUÇÃO, CASO INEXISTA VÍCIO DE CONSENTIMENTO NA CELEBRAÇÃO DO NEGÓCIO JURÍDICO. PRECEDENTES DO SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA E DESTE E. TRIBUNAL DE JUSTIÇA. (...). (TJPR - 14ª Câmara Cível - 0041054- 66.2017.8.16.0021 - Cascavel - Rel.: DESEMBARGADORA ANGELA MARIA MACHADO COSTA - J. 18.09.2023) APELAÇÃO CÍVEL. EMBARGOS À EXECUÇÃO. CONTRATO PARTICULAR DE EMPRÉSTIMO (SOJA) COM RECEBIMENTO EM DATA FUTURA. (...) 3. A jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça já decidiu que: "Havendo prática de 8 Dispõe sobre os juros nos contratos e dá outras providencias. A 15PODER JUDICIÁRIO DO ESTADO DO PARANÁ Comarca da Região Metropolitana de Curitiba Foro Central – 17ª Vara Cível agiotagem, devem ser declaradas nulas apenas as estipulações usurárias, conservando-se o negócio jurídico de empréstimo pessoal entre pessoas físicas mediante redução dos juros aos limites legais" (REsp n. 1.560.576/ES, Rel. Ministro JOÃO OTÁVIO DE NORONHA, TERCEIRA TURMA, julgado em 2/8/2016, DJe 23/8/2016). (...) (AgInt no AREsp n. 2.499.515/CE, relator Ministro Moura Ribeiro, Terceira Turma, julgado em 13/5/2024, DJe de 15/5/2024.) (sem grifo no original) (TJPR - 15ª Câmara Cível - 0000169-43.2023.8.16.0136 - Pitanga - Rel.: SUBSTITUTO LUCIANO CAMPOS DE ALBUQUERQUE - J. 21.09.2024) A parcial procedência dos pedidos iniciais é medida de rigor. Da litigância de má-fé. As partes pleitearam a condenação da parte adversa em litigância de má- fé. No entanto, em não verificadas as hipóteses previstas no art. 80, do CC/02, bem como, não demonstrada a alteração da verdade dos fatos, a má-fé, comportamento desleal no processo e/ou o intuito de prejudicar a parte contrária, entendo que nenhuma das partes incorreu em má-fé processual. Rejeito o pedido de aplicação de multa. III - DISPOSITIVO Ante o exposto, na forma do artigo 487, inciso I, do Código de Processo Civil, JULGO PARCIALMENTE PROCEDENTES os pedidos formulados na exordial por LAURA SILVANA GOTTI RIBAS EPP, extinguindo a demanda com resolução do mérito, a fim de condenar a parte ré, PIERINO GOTTI INDUSTRIA DE IMPLEMENTOS RODOVIARIOS E MECANICOS S/A, ao pagamento dos juros de mora relativos as parcelas em atraso a partir de fevereiro de 2017, no percentual de 1% ao mês - quantia a ser acrescida de correção monetária desde a citação -, excluída a cobrança de encargos da mora sobre a parcela com vencimento em 30/08/2015, ante a renúncia autoral. A 16PODER JUDICIÁRIO DO ESTADO DO PARANÁ Comarca da Região Metropolitana de Curitiba Foro Central – 17ª Vara Cível Com a finalidade de suprir eventual necessidade de apuração de possível irregularidade fiscal da operação afeta ao contrato simulado, determino a expedição de ofício à Receita Federal do Brasil. Junte-se cópia da presente decisão. Tendo em vista a sucumbência recíproca das partes, com fulcro no art. 86 do CPC, condeno a parte autora ao pagamento de 50% das custas e despesas processuais e 50% pela parte requerida. Ainda, condeno as partes, na mesma proporção, ao pagamento de honorários de sucumbência, os quais fixo no montante de 10% sobre a condenação, nos termos do art. 85, §2º, do CPC, tendo em conta o zelo dos profissionais, o lugar de prestação do serviço, a natureza da causa, bem como o tempo exigido para o deslinde do feito. Cumpram-se as demais disposições do Código de Normas da Corregedoria-Geral da Justiça do Estado do Paraná. Oportunamente, arquivem-se definitivamente os autos, com as baixas e anotações necessárias. Publique-se. Registre-se. Intimem-se. Curitiba/PR, data no sistema. MICHELA VECHI SAVIATO Juíza de Direito A 17

Conteúdo completo bloqueado

Desbloquear

Encontrou 2 resultados. Faça login para ver detalhes completos e mais informações.

Fazer Login para Ver Detalhes