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Eletropaulo Metropolitana Eletricidade De São Paulo S/A x Leida Maria Gomes Da Silva

ID: 325073097

Tribunal: TJSP Órgão: Processamento 17º Grupo - 33ª Câmara Direito Privado - Pátio do Colégio, 73 - 5º andar Classe: APELAçãO CíVEL Nº Processo: 1013222-30.2024.8.26.0405

Data de Disponibilização: 15/07/2025

Polo Ativo:

ELETROPAULO METROPOLITANA ELETRICIDADE DE SãO PAULO S/A

Polo Passivo:

LEIDA MARIA GOMES DA SILVA

Despacho

Advogados:

OTÁVIO JORGE ASSEF

OAB/SP XXXXXX Desbloquear

ANTONIO RODRIGO SANT ANA

OAB/SP XXXXXX Desbloquear

DESPACHO Nº 1013222-30.2024.8.26.0405 - Processo Digital. Petições para juntada devem ser apresentadas exclusivamente por meio eletrônico, nos termos do artigo 7º da Res. 551/2011 - Apelação Cível… DESPACHO Nº 1013222-30.2024.8.26.0405 - Processo Digital. Petições para juntada devem ser apresentadas exclusivamente por meio eletrônico, nos termos do artigo 7º da Res. 551/2011 - Apelação Cível - Osasco - Apelante: Eletropaulo Metropolitana Eletricidade de São Paulo S/A - Apelada: Leida Maria Gomes da Silva - Vistos. Trata-se de recurso de apelação interposto contra a respeitável sentença que, nos autos de ação declaratória de inexigibilidade de débito, cumulada com indenização por danos morais e pedido de tutela de urgência, julgou parcialmente procedente o pedido formulado na inicial para declarar a inexigibilidade do débito questionado nos autos e condenar a ré ao pagamento de R$ 6.000,00, a título de danos morais. Em razão da sucumbência, a ré foi condenada ao pagamento das custas, despesas processuais e honorários, arbitrados em R$ 1.500,00 (fls. 201/203). A concessionária de energia ré defende a licitude nas leituras e cobranças, não havendo que se falar em exigência além do real consumo. Explica, nesse sentido, que as faturas carreadas aos autos demonstram cabalmente a existência de desconto no consumo de energia elétrica geradas pela instalação de placas de energia solar, ínfima, capaz apenas de injetar e fazer desconto da unidade consumidora. Salienta que diversos fatores podem ser responsáveis pela baixa quantidade de energia injetada pelo sistema fotovoltaica, como erro de projeto, erro de instalação, equipamentos de baixa qualidade, equipamentos delituosos. Concluiu não ter praticado qualquer ato ilícito, tanto pela cobrança, quanto pela possibilidade de corte, não havendo justificativa para lhe impor a condenação em danos morais. Requer o provimento do recurso, para julgar improcedentes os pedidos (fls. 206/221). Houve resposta (fls. 274/284). É o relatório. De acordo com o artigo 932, inciso III, do Código de Processo Civil, incumbe ao relator não conhecer de recurso inadmissível, prejudicado ou que não tenha impugnado especificamente os fundamentos da decisão recorrida. Com efeito, não é o caso de se conhecer do recurso interposto, uma vez que a ré, em suas razões recursais, apresentou alegações totalmente alheias aos fundamentos que levaram ao decreto de procedência da ação, deixando, assim, de impugnar os fundamentos da sentença. Conforme se verifica dos autos, a ação de origem busca reconhecer a ilegalidade na cobrança de valores pela ré, que já teriam sido quitados pela autora, além de impor à ré indenização por danos morais, em razão da anotação indevida do nome da autora junto aos órgãos de proteção ao crédito (fls. 1/17). A r. sentença reconheceu os pagamentos efetivados pela autora, a ausência de estorno, sendo indevida a cobrança. Assim, julgou procedente o pedido para declarar a inexigibilidade do débito questionado e condenar a ré ao pagamento de R$ 6.000,00, a título de danos morais. Confira-se: [...] No mérito, o pedido é parcialmente procedente. O autor relata que, não obstante a quitação do débito das faturas referentes aos meses de dezembro/2023, no valor de R$ 190,42, e de janeiro/2024, no valor de R$ 158,61, seu nome foi negativado (fls. 23), juntando-se comprovante de pagamento (v. fatura do cartão de crédito às fls. 155, com vencimento em 25/02/2024). Por sua vez, a ré defende que os referidos valores foram estornados para conta da autora e que não houve compensação dos débitos junto a empresa, permanecendo os mesmos em aberto até o presente momento. Todavia, analisando as faturas do cartão de crédito da autora de fls. 156/158, não houve qualquer estorno, devendo ser reconhecido o adimplemento das faturas referentes aos meses de dezembro/2023, no valor de R$ 190,42, e de janeiro/2024, no valor de R$ 158,61. Assim, mesmo com o débito quitado, a autora teve seu nome inserido nos órgãos de proteção ao crédito. Com isso, as dívidas devem ser declaradas inexigíveis e, consequentemente, reconhecida a ilicitude das inscrições no cadastro de proteção ao crédito. No que tange aos danos morais, tendo em vista os aborrecimentos e contratempos desnecessários causados por negligência da ré, bem como pela inclusão de seu nome nos órgãos de proteção ao crédito, fixo o valor de R$ 6.000,00 (seis mil reais) para compensação dos prejuízos sofridos. [...] (fl. 202 realces não originais). Ocorre que a ré, nas suas razões recursais, invoca alegações que não têm qualquer pertinência com r. sentença, pois defende a regularidade da cobrança, à luz da sistemática de apuração com desconto no consumo de energia elétrica geradas pela instalação de placas de energia solar (fls. 206/221). Afora isso, a autora não tece qualquer argumento acerca dos pagamentos feitos pela autora, eventual estorno dos valores, bem como em relação a suposta correção na indicação do nome da autora junto aos órgãos de proteção ao crédito. Dessa forma, sob qualquer prisma que se analise o recurso, fica claro que as razões de apelação não impugnam os fundamentos da r. sentença, inovam as alegações e não contêm elementos concretos que possam, ao menos em tese, ensejar a respectiva reforma, evidenciando que a pretensão recursal foi formulada sem observância à norma do artigo 1.010, III, do Código de Processo Civil. Assim, não verificado o específico enfrentamento do conteúdo da decisão, o recurso não pode ser admitido. Sobre o tema, oportuno o escólio de Antônio Cláudio da Costa Machado: [...] A motivação fática e jurídica do apelo deve constar expressamente das razões do recurso que são apresentadas ao Tribunal, sob pena de indeferimento liminar do seu processamento pelo juízo a quo ou não conhecimento da apelação pelo juízo ad quem. Trata-se, portanto, de elemento formal indispensável à admissibilidade do recurso, que não pode ser substituído por simples remissões às razões constantes da petição inicial, contestação ou outra peça processual. Sem saber exatamente por que o recorrente se inconforma com a sentença proferida, não é possível ao tribunal apreciar a correção ou justiça da decisão atacada, de sorte que o não conhecimento nesses casos é de rigor (a motivação está para o recurso como a causa petendi para a inicial ou como o fundamento para a sentença) [...] (Código de Processo Civil Interpretado, 10ª ed., Barueri, Manole, 2011, p. 700-701) (realces não originais). Esse é o entendimento do C. Superior Tribunal de Justiça no julgamento de casos análogos ao presente: Apelação. Razões dissociadas do que discutido em juízo na petição inicial e na sentença. Negativa de conhecimento. Art. 514, ii, CPC. [...] 2. As razões de apelação dissociadas do que levado a juízo pela petição inicial e decidido pela sentença equiparam-se à ausência de fundamentos de fato e de direito, exigidos pelo art. 514, II, do CPC como requisitos de regularidade formal da apelação. 3. Não se conhece de apelação cujas razões estão dissociadas da sentença que a decidiu. 4. Recurso especial não provido (STJ, REsp nº 1.209.978/RJ, Relator: Min. Mauro Campbell Marques, julgado em 3/5/2011) (realces não originais). Processual civil - apelação Fundamentação deficiente - Não conhecimento Art. 514, ii, do CPC - Violação Inocorrência Recurso especial improvido. 1- Não se conhece da apelação, por ausência de requisito de admissibilidade, se deixa o apelante de atacar especificamente os fundamentos da sentença em suas razões recursais, conforme disciplina o art. 514, II, do CPC, caracterizando a deficiente fundamentação do recurso. 2. Precedentes do STJ. 3. Recurso especial a que se nega provimento (STJ, REsp nº 620.558/MG, Relatora: Min. Eliana Calmon, julgado em 24/5/2005) (realces não originais). Em casos similares, assim também já decidiu este E. Tribunal: Apelação. Direito do consumidor. Telefonia. Ação declaratória de inexigibilidade de débito. Sentença de procedência. Declarada a inexigibilidade da dívida prescrita. Apelo da empresa ré. Ausência de impugnação específica aos fundamentos da sentença. Recurso que traz razões dissociadas do quanto decidido. Violação ao princípio da dialeticidade. Infringência ao disposto nos arts. 1.002 e 1.016, II e III, CPC. Apelo do autor. [...] Sentença parcialmente reforma. Honorários majorados. Recurso da ré não conhecido. Recurso do autor parcialmente provido.(TJ/SP,Apelação nº 1025075-16.2020.8.26.0554, Relator:Des. L. G. Costa Wagner, 34ª Câmara de Direito Privado, julgado em 31/8/2021) (realces não originais ). Apelação. Telefonia. Ação declaratória de inexigibilidade de débito cumulada com indenização de danos materiais e moral. Razões recursais dissociadas da sentença. Ausência de impugnação específica. Recurso não conhecido. 1.- Acolhe-se a preliminar de não conhecimento do recurso arguida em contrarrazões pela requerida. A parte apelante, em suas razões recursais, não impugnou especificamente os fundamentos da sentença proferida, haja vista que o inconformismo recursal deixou de contrariar e atacar os fundamentos contidos no comando sentencial naquilo que lhes trouxe prejuízo. É decorrência do princípio da dialeticidade a impugnação específica dos fundamentos do ato decisório, cuja inobservância implica em irregularidade formal, por infringência ao disposto no art. 1.010, II e III, do Código de Processo Civil (CPC), tornando inadmissível o presente recurso de apelação. 2.- É evidente que a conduta da parte autora caracterizou litigância de má-fé, tendo em vista que pretendia indenização atribuindo à requerida ato ilícito que sabia não ter ocorrido, o que constitui uso do processo para atingir objetivo ilegal, com alteração da verdade dos fatos, nos termos do art. 81, II e III, do CPC. Logo, correta a condenação ao pagamento da multa fixada na sentença, corroborada pela interposição deste recurso com intuito manifestamente protelatório (inciso VII).(TJ/SP,Apelação nº 1039945-52.2021.8.26.0224, Relator:Des. Adilson de Araújo, 31ª Câmara de Direito Privado, jugado em 17/8/2022) (realces não originais). Destarte, imperioso reconhecer a inépcia da apelação, ante a inobservância dos requisitos do inciso III do artigo 1.010 do Código de Processo Civil. Por fim, ante o não conhecimento do recurso, nos termos do artigo 85, § 11º, do Código de Processo Civil, majora-se a verba honorária devida pelo ré para R$ 1.700,00. Ante o exposto, não se conhece do recurso. Int. - Magistrado(a) Ana Lucia Romanhole Martucci - Advs: Antonio Rodrigo Sant Ana (OAB: 234190/SP) - Otávio Jorge Assef (OAB: 221714/SP) - 5º andar

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