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Cooperativa De Crédito De Investimento De Livre Admissao De Aliança Das Regiões Costa Oeste Paranaense E Norte Paulista x Isabela Marcelo Pelissari

ID: 277815075

Tribunal: TJSP Órgão: Foro de Barretos - 3ª Vara Cível Classe: EXECUçãO DE TíTULO EXTRAJUDICIAL Nº Processo: 1004081-68.2023.8.26.0066

Data de Disponibilização: 23/05/2025

Polo Ativo:

COOPERATIVA DE CRéDITO DE INVESTIMENTO DE LIVRE ADMISSAO DE ALIANçA DAS REGIõES COSTA OESTE PARANAENSE E NORTE PAULISTA

Polo Passivo:

ISABELA MARCELO PELISSARI

Intimação

Advogados:

RICARDO RAMOS BENEDETTI

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RÉU REVEL

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DANIELA COTROFE DAL SANTO FERRAZ

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ADV: Ricardo Ramos Benedetti (OAB 204998/SP), Réu Revel (OAB R/SP), Daniela Cotrofe Dal Santo Ferraz (OAB 269615/SP) Processo 1004081-68.2023.8.26.0066 - Execução de Título Extrajudicial - Exeqte: Co… ADV: Ricardo Ramos Benedetti (OAB 204998/SP), Réu Revel (OAB R/SP), Daniela Cotrofe Dal Santo Ferraz (OAB 269615/SP) Processo 1004081-68.2023.8.26.0066 - Execução de Título Extrajudicial - Exeqte: Cooperativa de Crédito de Investimento de Livre Admissao de Aliança das Regiões Costa Oeste Paranaense e Norte Paulista - Exectda: Isabela Marcelo Pelissari - Processo número de ordem: 2023/001135. Vistos. Páginas 300/302: A parte executada apresentou impugnação à ordem de indisponibilidade dos ativos financeiros, alegando a impenhorabilidade. Intimada, a parte exequente não se manifestou. DECIDO. O art. 833 do CPC estabelece que são impenhoráveis, dentre outros: "Art. 833. (...) IV - os vencimentos, os subsídios, os soldos, os salários, as remunerações, os proventos de aposentadoria, as pensões, os pecúlios e os montepios, bem como as quantias recebidas por liberalidade de terceiro e destinadas ao sustento do devedor e de sua família, os ganhos de trabalhador autônomo e os honorários de profissional liberal, ressalvado o § 2º; (...) X - a quantia depositada em caderneta de poupança, até o limite de 40 (quarenta) salários-mínimos;" Acerca da matéria, a Segunda Seção do Superior Tribunal de Justiça pacificou o entendimento de que "a quantia de até quarenta salários mínimos poupada, seja ela mantida em papel moeda, conta-corrente ou aplicada em caderneta de poupança propriamente dita, CDB, RDB ou em fundo de investimentos, desde que a única reserva monetária em nome do recorrente, e ressalvado eventual abuso, má-fé ou fraude, a ser verificado caso a caso, de acordo com as circunstâncias do caso concreto (inciso X, do art. 649)" (REsp nº 1.230.060/PR, relatora Ministra Maria Isabel Gallotti, Segunda Seção, julgado em 13/08/2014, DJe de 29/08/2014). No julgamento do REsp nº 1.815.055/SP (relatora Ministra Nancy Andrighi, Corte Especial, julgado em 03/08/2020, DJe de 26/08/2020), a Corte Especial decidiu que a exceção contida na primeira parte do art. 833, § 2º, do CPC é exclusivamente em relação às prestações alimentícias, independentemente de sua origem, isto é, oriundas de relações familiares, responsabilidade civil, convenção ou legado, não se estendendo às verbas remuneratórias em geral, dentre as quais se incluem os honorários advocatícios (conf. AgInt no REsp nº 1.956.593/DF, relatora Ministra Nancy Andrighi, Terceira Turma, julgado em 14/02/2022, DJe de 16/02/2022). O STJ, soberano na interpretação da legislação federal, reiteradas vezes, também já se manifestou no sentido de que "(...) todos os valores pertencentes ao devedor, até o limite de 40 (quarenta) salários mínimos, mantidos em conta-corrente, caderneta de poupança ou fundos de investimentos são impenhoráveis, assim como que a simples movimentação atípica, por si só, não seria capaz de caracterizar má-fé ou fraude." (AgInt no REsp nº 1.951.550/RS, relator Ministro Marco Aurélio Bellizze, Terceira Turma, julgado em 11/10/2021, DJe de 14/10/2021). No caso concreto, as alegações trazidas pela parte executada foram demonstradas pelos documentos coligidos nos autos que são hábeis em comprovar que a penhora recaiu sobre quantia inferior a 40 (quarenta) salários mínimos, sendo certo que nada nos autos revela a ocorrência de abuso, má-fé ou fraude da parte executada. Em razão da interpretação extensiva conferida pelo Superior Tribunal de Justiça às regras insertas nos incisos IV e X do art. 833 do CPC, desnecessária, no caso, a aferição da natureza dos valores bloqueados, sobretudo diante do entendimento prevalecente no sentido de a movimentação bancária, por si só, não desnatura a natureza de poupar tal quantia. Nesse sentido, embora com algumas divergências, tem se posicionado o egrégio Tribunal de Justiça de São Paulo: "Agravo de instrumento. Ação reivindicatória. Cumprimento de sentença. Decisão que reconheceu a impenhorabilidade da verba bloqueada e determinou o seu levantamento. Recurso da exequente. Valores bloqueados que são inferiores a 40 salários mínimos e constituem verba alimentar, sendo impenhoráveis. Entendimento firmado no C. STJ, que estende a impenhorabilidade para depósitos em conta corrente, conta poupança, inclusive papel-moeda ou fundo de investimentos. Precedentes deste Tribunal. Pedido de desbloqueio. Manutenção. Decisão mantida. Recurso não provido. (TJSP; Agravo de Instrumento 2073019-05.2023.8.26.0000; Relator (a): Emerson Sumariva Júnior; Órgão Julgador: 5ª Câmara de Direito Privado; Foro de Itaquaquecetuba - 3ª Vara Cível; Data do Julgamento: 01/06/2023; Data de Registro: 01/06/2023)." "AGRAVO DE INSTRUMENTO. Execução de Título Extrajudicial. Constrição de numerário depositado em conta corrente, poupança e investimento. Impenhorabilidade. Exegese do artigo 833, inciso X, do CPC. Valor inferior a 40 salários mínimos. Interpretação ampliativa do artigo 833, inciso X, do Código de Processo Civil. Precedentes do STJ. Decisão reformada. Recurso provido com observação. (TJSP; Agravo de Instrumento 2045918-90.2023.8.26.0000; Relator (a): Luis Carlos de Barros; Órgão Julgador: 20ª Câmara de Direito Privado; Foro de São Roque - 2ª Vara Cível; Data do Julgamento: 27/04/2023; Data de Registro: 27/04/2023)." Assim sendo, tomando por base o dever do Poder Judiciário de zelar pela uniformização, estabilidade, integridade e coerência dos precedentes jurisdicionais, conforme reza o art. 926, caput, do CPC, em revisão ao entendimento anterior, curvo-me à jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça para reconhecer a impenhorabilidade dos valores constritos. Deverá a Serventia providenciar o imediato desbloqueio de todos os valores bloqueados pelo sistema SISBAJUD nos autos, bem como cessar eventual repetição programada da ordem, com liberação dos valores que venham a ser eventualmente bloqueados em função da última reiteração. Caso tenham sido transferidos para conta judicial, providencie-se o necessário para o levantamento dos valores em favor da parte executada, com brevidade, intimando-a para juntada do formulário MLE devidamente preenchido. Sem prejuízo, manifeste-se a parte exequente em termos de prosseguimento no prazo de 5 (cinco) dias e, após, tornem conclusos para deliberação. Em caso de inércia da parte exequente por mais de 30 (trinta) dias, intime-se pessoalmente a parte exequente, por Carta AR Digital, para dar andamento útil ao feito no prazo de 5 (cinco) dias, sob pena de extinção por abandono (art. 485, III e § 1º, do CPC). Intime-se.

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Processo nº 0001789-82.2024.8.26.0296

ID: 331871385

Tribunal: TJSP Órgão: Foro de Jaguariúna - Juizado Especial Cível e Criminal Classe: PROCEDIMENTO DO JUIZADO ESPECIAL CíVEL Nº Processo: 0001789-82.2024.8.26.0296

Data de Disponibilização: 22/07/2025

Polo Ativo:

Polo Passivo:

CABO SERVIÇOS DE TELECOMUNICAÇÕES S.A

Intimação

Advogados:

PALOMA MANSANO TEIXEIRA VELLASCO

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MAURICIO RODRIGUES GOMES FILHO

OAB/SP XXXXXX Desbloquear

Processo 0001789-82.2024.8.26.0296 - Procedimento do Juizado Especial Cível - Indenização por Dano Moral - CABO SERVIÇOS DE TELECOMUNICAÇÕES S.A - Vistos. Dispensado o relatório, nos termos do artigo… Processo 0001789-82.2024.8.26.0296 - Procedimento do Juizado Especial Cível - Indenização por Dano Moral - CABO SERVIÇOS DE TELECOMUNICAÇÕES S.A - Vistos. Dispensado o relatório, nos termos do artigo 38 da Lei nº 9099/95. Fundamento e decido. Trata-se de ação pela qual o autor pretende que a requerida seja obrigada a cessar as ligações e encaminhamentos de boletos de pagamentos para o seu número de telefone, por não deter qualquer relação jurídica com ela, e que seja também condenada ao pagamento de indenização por danos morais em seu favor, decorrentes dos excessivos contatos realizados. Analisando os argumentos expostos pelas partes e as provas produzidas nos autos, verifico que o pedido inicial é parcialmente procedente. Por primeiro, destaco que a requerida atua no ramo de prestação de serviços de telecomunicações e que não há e também nunca houve relação jurídica entre ela e o autor da presente ação. Contudo, não obstante a inexistência de relacionamento, alega o autor que vem recebendo contatos frequentes de cobranças de dívidas que não lhe pertencem, fazendo uso de prints de seu celular (fls. 12-16, 29 e 108-109) para comprovação de suas alegações. Em sede de contestação, a requerida impugna a validade dos documentos apresentados pelo autor, aduzindo que não foi comprovada a autenticidade deles e que sequer é possível se afirmar que se trata de contatos por ela realizados. Tais impugnações, todavia, devem prosperar unicamente em relação às ligações telefônicas, não podendo se estender às mensagens de texto e ao contato via WhatsApp, porquanto neles há expressa identificação da responsável pelo envio das cobranças, Alares Internet, nome comercial utilizado pela ré. Com efeito, da análise dos documentos colacionados aos autos é possível se depreender que o número de telefone do autor está vinculado indevidamente ao contrato da pessoa de nome Wesley Kiakis Pio, residente na cidade de Varginha ou de Itajubá (fls. 108), situação que não deve persistir. Dito isso, e porque não há relação jurídica que dê respaldo aos contatos realizados, determino que a requerida se abstenha de enviar ao autor qualquer tipo de cobrança e/ou informação referente ao contrato da pessoa de nome Wesley, devendo desvincular o número de telefone do autor do cadastro de tal parte. Por outro lado, o pleito indenizatório deve ser afastado, posto que não verificado excesso ou abuso na conduta da ré, devendo ser reconhecida a ocorrência de mero transtorno inerente ao cotidiano. Com efeito, como já mencionado alhures, não há prova efetiva nos autos de que todas as ligações registradas nos prints de fls. 13-16 sejam provenientes da requerida, ônus que competia ao autor. De se destacar, ainda, que o requerente foi instado a dizer se teria interesse na produção de prova oral em audiência e se manteve inerte. Por sua vez, o mero encaminhamento de faturas de pagamento em aberto (fls. 12 e 29) e de mensagem relacionadas às pendências do contrato da pessoa de nome Wesley (fls. 108-109), em datas esparsas, não deve, por si só, ensejar o reconhecimento da ocorrência do dano de natureza moral, que só se caracteriza na hipótese de acarretar prejuízo específico ou anormal à parte capaz de ensejar lesão aos seus direitos da personalidade. Portanto, ainda que seja crível que a situação descrita nestes autos tenha causado aborrecimento ao autor, não houve afronta à sua honra, constrangimento, humilhação ou sofrimento além do normalmente aceito, razão pela qual o pedido de indenização não deve ser acolhido. Nesse sentido, destaco os seguintes julgados: "RECURSO INOMINADO. DIREITO DO CONSUMIDOR. OBRIGAÇÃO DE FAZER C/C INDENIZAÇÃO POR DANOS MORAIS. LIGAÇÕES EXCESSIVAS. COBRANÇA DO ENVIO DE COMPROVANTES DO ACORDO FIRMADO. Sentença de procedência -Cessação das ligações para o telefone do autor - Danos morais (R$ 5.000,00). Recurso do corréu Itaú - Inexistência de ilícito ou abusividade - Mensagens relembrando o vencimento das parcelas do acordo - Ausência de provas de constrangimento ou das próprias ligações - Indevida a condenação para cessação das cobranças - Redução da multa fixada para o caso de descumprimento - Desproporcionalidade - Inocorrência de danos morais - Valor excessivo. Recurso da corré GRB - Ausência de ilicitude - Atuação como mera mandatária do credor - Ausência de prova de ligações de cobrança, excessivas ou em horário impróprio - Danos morais não verificados - Valor excessivo. Inconformismos parcialmente acolhidos - Conduta sem lesão aos direitos da personalidade - Inexistência de dano moral - Sentença determinou cessação das ligações enquanto permanecer o autor adimplente - Medida suficiente para impedir seja a parte autora incomodada novamente - Manutenção do valor da multa arbitrada - Astreinte fixada em valor que atende aos critérios da proporcionalidade e razoabilidade - Dano moral desconfigurado - Situação fáticasem lesividade expressiva - Ausência de descrição de contornos aptos ao preenchimento dos requisitos autorizadores da reparação - Mensagens requerendo apenas a confirmação do pagamento - Embora situação indesejável, mero aborrecimento cotidiano decorrente do inadimplemento anterior - Ausência de elementos probatórios evidenciadores da perda de tempo útil expressivo - - Afastamento do dever de indenizar -Sentença reformada - RECURSOS PARCIALMENTE PROVIDOS" (TJSP; Recurso Inominado Cível 1004081-98.2024.8.26.0562; Relator (a):Mônica Soares Machado; Órgão Julgador: 3ª Turma Recursal Cível; Foro de Santos -1ª Vara do Juizado Especial Cível; Data do Julgamento: 30/06/2025; Data de Registro: 30/06/2025). "CONSUMIDOR. SERVIÇOS. COBRANÇAS INDEVIDAS. OBRIGAÇÃO DE NÃO FAZER e INDENIZAÇÃO. Mensagens e ligações com cobranças indevidas. Sentença que impõe à requerida a obrigação de promover a exclusão do número do telefone da autora de seus cadastros no tocante ao débito aqui debatido, sem prejuízo do dever de abstenção de cobranças indevidas, sob pena de multa, rechaçada, em paralelo, a pretensão de pagamento de indenização por danos morais. RECURSO INOMINADO DA AUTORA. Insurgência infundada. Insistência no tema dos danos morais. Existência de mero aborrecimento, incapaz de caracterizar lesão moral apta à indenização. No caso dos autos vê-se que o recebimento de ligações telefônicas e mensagens de cobrança, mesmo que indevidas tais cobranças, com o devido respeito ao pensar em sentido contrário, por si só não gera dano moral, cuidando-se de mero contratempo cotidiano a que todos estamos sujeitos por viver em sociedade. De tal sorte, como no caso em análise não há absolutamente nada de extraordinário que autorize concluir pela ocorrência de dano moral, demais disso, sempre possível o bloqueio de números indesejados por quem recebe a chamada, bem assim, genérica e inaceitável, ainda, a menção ao tema do desvio produtivo, inviável acolher a insurgência recursal da autora. Sentença mantida. RECURSO INOMINADO DA AUTORA NÃO PROVIDO" (TJSP; Recurso Inominado Cível 1012727-38.2024.8.26.0032; Relator (a):Alexandre Bucci - Colégio Recursal; Órgão Julgador: 4ª Turma Recursal Cível; Foro de Araçatuba -Vara do Juizado Especial Cível; Data do Julgamento: 29/05/2025; Data de Registro: 29/05/2025). Ante o exposto, JULGO PARCIALMENTE PROCEDENTE o feito, com fundamento no art. 487, I, do Código de Processo Civil. Faço-o para determinar que a requerida desvincule o telefone do autor, qual seja, (19)98867-4124, do contrato da pessoa de nome Wesley, abstendo-se, por conseguinte, de enviar a ele qualquer informação ou cobrança referente a tal contrato, por si ou por empresa parceira, sob pena de multa de R$500,00 por cada ato contrário à presente decisão. Não há condenação em custas e honorários nesta fase (artigo 55, da Lei nº 9.099/1995). Eventual recurso inominado deverá ser apresentado com o recolhimento e comprovação obrigatória do valor de preparo, independentemente de intimação, nos termos do Provimento 884/04 do Egrégio Conselho Superior da Magistratura e Parecer 210/2006-J da Egrégia Corregedoria Geral da Justiça, sob pena de DESERÇÃO. P.I. - ADV: MAURICIO RODRIGUES GOMES FILHO (OAB 493426/SP), PALOMA MANSANO TEIXEIRA VELLASCO (OAB 235091/SP)

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José Manoel Da Silva x Banco Bradesco S.A.

ID: 290698913

Tribunal: TJSP Órgão: Foro de Valinhos - 3ª Vara Classe: CUMPRIMENTO PROVISóRIO DE DECISãO Nº Processo: 0000422-28.2024.8.26.0650

Data de Disponibilização: 06/06/2025

Polo Ativo:

JOSé MANOEL DA SILVA

Polo Passivo:

BANCO BRADESCO S.A.

Intimação

Advogados:

VANDERLEI NERY DOS SANTOS

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KARINA DE ALMEIDA BATISTUCI

OAB/SP XXXXXX Desbloquear

Processo 0000422-28.2024.8.26.0650 (processo principal 1003836-51.2023.8.26.0650) - Cumprimento Provisório de Decisão - Responsabilidade do Fornecedor - José Manoel da Silva - Banco Bradesco S.A. -… Processo 0000422-28.2024.8.26.0650 (processo principal 1003836-51.2023.8.26.0650) - Cumprimento Provisório de Decisão - Responsabilidade do Fornecedor - José Manoel da Silva - Banco Bradesco S.A. - Vistos. Trata-se de ação de cumprimento provisório de decisão ajuizada por JOSÉ MANOEL DA SILVA em face de BANCO BRADESCO S/A, objetivando o cumprimento de obrigação de fazer e aplicação de multa por descumprimento de decisão liminar. Alega o autor, em síntese, que, nos autos do processo principal nº 1003836-51.2023.8.26.0650, foi concedida medida liminar em 30/08/2023, determinando que o réu se abstivesse de inserir seu nome em cadastro de inadimplentes dos órgãos de proteção ao crédito em relação aos empréstimos objeto da demanda até a prolação de sentença. Sustenta que o réu foi intimado da decisão em 05/09/2023 através de seus patronos, mas descumpriu a ordem judicial, tendo negativado o nome do autor em 25/09/2023. Requereu a intimação da parte ré para cumprimento da obrigação imposta. Foi deferida penhora online via SISBAJUD no valor de R$ 9.000,00 (fls. 38/39). Regularmente intimado, o réu apresentou impugnação ao cumprimento de sentença (fls. 66/77), alegando preliminarmente que houve cumprimento tempestivo da obrigação de fazer desde 20/09/2023, com o cancelamento dos descontos referentes ao contrato; que não houve prévia intimação pessoal para cumprimento da obrigação, em contrariedade à Súmula 410 do STJ; e que se trata de execução provisória pendente de julgamento de recurso, motivo pelo qual o valor bloqueado não pode ser levantado pela parte exequente. Asseverou que a multa perdeu sua natureza coercitiva e se mostra excessiva, devendo ser afastada, ou ainda, reduzida. O exequente reiterou os termos da inicial (fls. 79/80), pugnando pela rejeição da impugnação. É o relatório. Fundamento e decido. O art. 525 do Código de Processo Civil prevê as matérias que podem ser alegadas pelo executado por meio da impugnação ao cumprimento de título executivo judicial. Assim,no que diz respeitoàs questões invocadas pela executada, a impugnação apresentada pode ser conhecida, ante o que dispõe o supracitado artigo, e, no mérito, comporta acolhimento parcial. Com efeito, a decisão ora executada concedeu o pedido liminar formulado pela parte autora para determinar "a) a cessação dos descontos de valores realizados no benefício previdenciário do autor, referentes aos empréstimos consignado e pessoais, objetos dos contratos nº0123477888283, 478216512 e 479140374, e b) que o banco requerido se abstenha de inserir o nome do autor em cadastro de inadimplentes dos órgãos de proteção ao crédito, em relação aos empréstimos objeto da presente demanda, até a prolação de sentença, oportunidade em que a questão será reapreciada". Sobre a possibilidade de cobrança de astreintes, o art. 537 do Código de Processo Civil assim dispõe que: "A multa independe de requerimento da parte e poderá ser aplicada na fase de conhecimento, em tutela provisória ou na sentença, ou na fase de execução, desde que seja suficiente e compatível com a obrigação e que se determine prazo razoável para cumprimento do preceito. § 1º O juiz poderá, de ofício ou a requerimento, modificar o valor ou a periodicidade da multa vincenda ou excluí-la, caso verifique que: I - se tornou insuficiente ou excessiva; II - o obrigado demonstrou cumprimento parcial superveniente da obrigação ou justa causa para o descumprimento". § 2º O valor da multa será devido ao exequente. § 3º A decisão que fixa a multa é passível de cumprimento provisório, devendo ser depositada em juízo, permitido o levantamento do valor após o trânsito em julgado da sentença favorável à parte. § 4º A multa será devida desde o dia em que se configurar o descumprimento da decisão e incidirá enquanto não for cumprida a decisão que a tiver cominado. § 5º O disposto neste artigo aplica-se, no que couber, ao cumprimento de sentença que reconheça deveres de fazer e de não fazer de natureza não obrigacional." Assim, à luz do atual Código de Processo Civil, é possível a execução provisória das astreintes antes da confirmação da tutela provisória por sentença de mérito, uma vez que "as astreintes têm por escopo garantir a efetivação da tutela específica da obrigação ou o resultado prático equivalente. Por meio de sua imposição almeja-se induzir as partes a cumprir determinações judiciais que lhes foram impostas (em tutela provisória ou não), em prestígio ao princípio da efetividade dos provimentos jurisdicionais no contexto do moderno processo civil de resultados, motivo pelo qual possuem natureza patrimonial e função inibitória ou coercitiva." (STJ; REsp 1958679/GO. Rel. Min. Nancy Andrighi, órgão julgador Terceira Turma, j. 23/11/2021). Tem-se, portanto, que, com o advento do atual diploma processual civil, houve overruling do precedente do STJ, exarado quando do julgamento do Tema 743/STJ, admitindo-se a execução imediata de astreintes, ressalvando-se, somente, o levantamento do valor constrito para momento posterior ao do trânsito em julgado da sentença favorável à parte. De todo modo, para a incidência de multa por descumprimento de obrigação de fazer, entendo que não é suficiente a intimação via advogado, sendo imprescindível a intimação pessoal do devedor para cumprimento da obrigação, bem como acerca da possibilidade de pagamento de astreintes. É esse o entendimento consolidado na Súmula 410 do C. Superior Tribunal de Justiça: "A prévia intimação pessoal do devedor constitui condição necessária para a cobrança de multa pelo descumprimento de obrigação de fazer ou não fazer"; o qual se manteve aplicável, inclusive, após a vigência do Código de Processo Civil de 2015. Nesse sentido: "PROCESSO CIVIL. EMBARGOS DE DIVERGÊNCIA. OBRIGAÇÃO DE FAZER. DESCUMPRIMENTO. MULTA DIÁRIA. NECESSIDADE DA INTIMAÇÃO PESSOAL DO EXECUTADO. SÚMULA 410 DO STJ. 1. É necessária a prévia intimação pessoal do devedor para a cobrança de multa pelo descumprimento de obrigação de fazer ou não fazer antes e após a edição das Leis n. 11.232/2005 e 11.382/2006, nos termos da Súmula 410 do STJ, cujo teor permanece hígido também após a entrada em vigor do novo Código de Processo Civil. 2. Embargos de divergência não providos." (EREsp 1360577/MG, Rel. Ministro HUMBERTO MARTINS, Rel. p/ Acórdão Ministro LUIS FELIPE SALOMÃO, CORTE ESPECIAL, julgado em 19/12/2018, DJe 07/03/2019) E, também, do Eg. Tribunal de Justiça de São Paulo: "Cumprimento provisório de sentença. Necessidade de intimação pessoal do devedor para cobrança de multa por obrigação de fazer ou não fazer, mesmo após a vigência do CPC/15, nos termos da Súmula 410 do STJ. Extinção decretada. Honorários de advogado. Acolhimento de impugnação ao cumprimento de sentença. Verba honorária sucumbencial devida. Inviabilidade, todavia, de as astreintes integrarem a base de cálculo. Valor indicado no cumprimento de sentença que apenas corresponde à multiplicação do valor da multa diária estabelecida pelo julgador pelos supostos dias de recalcitrância no cumprimento da ordem judicial. Honorários fixados por equidade. Recurso parcialmente provido." (TJSP;Agravo de Instrumento 2024118-74.2021.8.26.0000; Relator (a):Araldo Telles; Órgão Julgador: 2ª Câmara Reservada de Direito Empresarial; Foro Central Cível 11ª Vara Cível; Data do Julgamento: 23/04/2021; Data de Registro: 23/04/2021). Pois bem. No caso dos autos, verifico que o banco réu não foi intimado pessoalmente acerca da obrigação de fazer deferida liminarmente, sob pena de multa; já que, nos autos principais, compareceu espontaneamente nos autos, e, nos presentes, foi intimado via advogado cadastrado. Por outro lado, a obrigação não pode ser entendida como cumprida, eis que ainda consta apontamento inserido pelo réu no nome do autor, junto ao Serasa (fls. 35/37), em contrariedade ao item "b" da decisão ora executada. Dessa forma, o banco deverá ser intimado pessoalmente (por carta, ou por portal eletrônico) a cumprir integralmente a obrigação de fazer deferida liminarmente. Nos termos do art. 780 do Código de Processo Civil, fica a parte exequente ciente de que eventual cobrança de astreintes e outras verbas deverá ser feita em incidente autônomo, a tramitar sob o rito de obrigação de pagar, que não é cumulável com o presente incidente, que tramita sob o rito de obrigação de fazer. Entretanto, excepcionalmente, considerando que o bloqueio já foi realizado nestes autos; que a executada é instituição financeira de grande porte, e a quantia bloqueada não a impedirá de continuar a desenvolver suas atividades; a fim de se evitar a repetição desnecessária de atos, mantenho a penhora anteriormente deferida, e relego para momento posterior a deliberação acerca da liberação da quantia seja em favor do exequente, seja em favor do banco executado. Ante o exposto,ACOLHO EM PARTE a impugnação oferecida por BANCO BRADESCO S/A, apenas para condicionar a exigibilidade da multa coercitiva à intimação pessoal da instituição financeira. Ante a sucumbência mínima da parte exequente, e tendo em vista o disposto na Súmula 519 do STJ, bem como a Tese 410 firmada em sede de recurso representativo de controvérsia do STJ, entendo não ser cabíveis honorários advocatícios. Intime-se o banco, por carta, ou por portal eletrônico, a cumprir integralmente, sob pena de multa diária de R$300,00, limitada inicialmente a 30 dias, a obrigação de fazer liminarmente deferida consistente na cessação dos descontos de valores realizados no benefício previdenciário do autor, referentes aos empréstimos consignado e pessoais, objetos dos contratos nº 0123477888283, 478216512 e 479140374; e na abstenção de inserir o nome do autor em cadastro de inadimplentes dos órgãos de proteção ao crédito, em relação aos empréstimos objeto da presente demanda, até a prolação de sentença, oportunidade em que a questão será reapreciada. Oportunamente, conclusos para deliberações. Int. - ADV: KARINA DE ALMEIDA BATISTUCI (OAB 178033/SP), VANDERLEI NERY DOS SANTOS (OAB 373166/SP)

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José Manoel Da Silva x Banco Bradesco S.A.

ID: 329818734

Tribunal: TJSP Órgão: Foro de Valinhos - 3ª Vara Classe: CUMPRIMENTO PROVISóRIO DE DECISãO Nº Processo: 0000422-28.2024.8.26.0650

Data de Disponibilização: 21/07/2025

Polo Ativo:

JOSé MANOEL DA SILVA

Polo Passivo:

BANCO BRADESCO S.A.

Intimação

Advogados:

VANDERLEI NERY DOS SANTOS

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KARINA DE ALMEIDA BATISTUCI

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Processo 0000422-28.2024.8.26.0650 (processo principal 1003836-51.2023.8.26.0650) - Cumprimento Provisório de Decisão - Responsabilidade do Fornecedor - José Manoel da Silva - Banco Bradesco S.A. -… Processo 0000422-28.2024.8.26.0650 (processo principal 1003836-51.2023.8.26.0650) - Cumprimento Provisório de Decisão - Responsabilidade do Fornecedor - José Manoel da Silva - Banco Bradesco S.A. - Vistos. Trata-se de ação de cumprimento provisório de decisão ajuizada por JOSÉ MANOEL DA SILVA em face de BANCO BRADESCO S/A, objetivando o cumprimento de obrigação de fazer e aplicação de multa por descumprimento de decisão liminar. Alega o autor, em síntese, que, nos autos do processo principal nº 1003836-51.2023.8.26.0650, foi concedida medida liminar em 30/08/2023, determinando que o réu se abstivesse de inserir seu nome em cadastro de inadimplentes dos órgãos de proteção ao crédito em relação aos empréstimos objeto da demanda até a prolação de sentença. Sustenta que o réu foi intimado da decisão em 05/09/2023 através de seus patronos, mas descumpriu a ordem judicial, tendo negativado o nome do autor em 25/09/2023. Requereu a intimação da parte ré para cumprimento da obrigação imposta. Foi deferida penhora online via SISBAJUD no valor de R$ 9.000,00 (fls. 38/39). Regularmente intimado, o réu apresentou impugnação ao cumprimento de sentença (fls. 66/77), alegando preliminarmente que houve cumprimento tempestivo da obrigação de fazer desde 20/09/2023, com o cancelamento dos descontos referentes ao contrato; que não houve prévia intimação pessoal para cumprimento da obrigação, em contrariedade à Súmula 410 do STJ; e que se trata de execução provisória pendente de julgamento de recurso, motivo pelo qual o valor bloqueado não pode ser levantado pela parte exequente. Asseverou que a multa perdeu sua natureza coercitiva e se mostra excessiva, devendo ser afastada, ou ainda, reduzida. O exequente reiterou os termos da inicial (fls. 79/80), pugnando pela rejeição da impugnação. É o relatório. Fundamento e decido O art. 525 do Código de Processo Civil prevê as matérias que podem ser alegadas pelo executado por meio da impugnação ao cumprimento de título executivo judicial. Assim, no que diz respeito às questões invocadas pela executada, a impugnação apresentada pode ser conhecida, ante o que dispõe o supracitado artigo, e, no mérito, comporta acolhimento parcial. Com efeito, a decisão ora executada concedeu o pedido liminar formulado pela parte autora para determinar a) a cessação dos descontos de valores realizados no benefício previdenciário do autor, referentes aos empréstimos consignado e pessoais, objetos dos contratos nº0123477888283, 478216512 e 479140374, e b) que o banco requerido se abstenha de inserir o nome do autor em cadastro de inadimplentes dos órgãos de proteção ao crédito, em relação aos empréstimos objeto da presente demanda, até a prolação de sentença, oportunidade em que a questão será reapreciada. Sobre a possibilidade de cobrança de astreintes, o art. 537 do Código de Processo Civil assim dispõe que: A multa independe de requerimento da parte e poderá ser aplicada na fase de conhecimento, em tutela provisória ou na sentença, ou na fase de execução, desde que seja suficiente e compatível com a obrigação e que se determine prazo razoável para cumprimento do preceito. § 1º O juiz poderá, de ofício ou a requerimento, modificar o valor ou a periodicidade da multa vincenda ou excluí-la, caso verifique que: I - se tornou insuficiente ou excessiva; II - o obrigado demonstrou cumprimento parcial superveniente da obrigação ou justa causa para o descumprimento. § 2º O valor da multa será devido ao exequente. § 3º A decisão que fixa a multa é passível de cumprimento provisório, devendo ser depositada em juízo, permitido o levantamento do valor após o trânsito em julgado da sentença favorável à parte. § 4º A multa será devida desde o dia em que se configurar o descumprimento da decisão e incidirá enquanto não for cumprida a decisão que a tiver cominado. § 5º O disposto neste artigo aplica-se, no que couber, ao cumprimento de sentença que reconheça deveres de fazer e de não fazer de natureza não obrigacional. Assim, à luz do atual Código de Processo Civil, é possível a execução provisória das astreintes antes da confirmação da tutela provisória por sentença de mérito, uma vez que as astreintes têm por escopo garantir a efetivação da tutela específica da obrigação ou o resultado prático equivalente. Por meio de sua imposição almeja-se induzir as partes a cumprir determinações judiciais que lhes foram impostas (em tutela provisória ou não), em prestígio ao princípio da efetividade dos provimentos jurisdicionais no contexto do moderno processo civil de resultados, motivo pelo qual possuem natureza patrimonial e função inibitória ou coercitiva.x (STJ; REsp 1958679/GO. Rel. Min. Nancy Andrighi, órgão julgador Terceira Turma, j. 23/11/2021). Tem-se, portanto, que, com o advento do atual diploma processual civil, houve overruling do precedente do STJ, exarado quando do julgamento do Tema 743/STJ, admitindo-se a execução imediata de astreintes, ressalvando-se, somente, o levantamento do valor constrito para momento posterior ao do trânsito em julgado da sentença favorável à parte. De todo modo, para a incidência de multa por descumprimento de obrigação de fazer, entendo que não é suficiente a intimação via advogado, sendo imprescindível a intimação pessoal do devedor para cumprimento da obrigação, bem como acerca da possibilidade de pagamento de astreintes. É esse o entendimento consolidado na Súmula 410 do C. Superior Tribunal de Justiça: A prévia intimação pessoal do devedor constitui condição necessária para a cobrança de multa pelo descumprimento de obrigação de fazer ou não fazer; o qual se manteve aplicável, inclusive, após a vigência do Código de Processo Civil de 2015. Nesse sentido: PROCESSO CIVIL. EMBARGOS DE DIVERGÊNCIA. OBRIGAÇÃO DE FAZER. DESCUMPRIMENTO. MULTA DIÁRIA. NECESSIDADE DA INTIMAÇÃO PESSOAL DO EXECUTADO. SÚMULA 410 DO STJ. 1. É necessária a prévia intimação pessoal do devedor para a cobrança de multa pelo descumprimento de obrigação de fazer ou não fazer antes e após a edição das Leis n. 11.232/2005 e 11.382/2006, nos termos da Súmula 410 do STJ, cujo teor permanece hígido também após a entrada em vigor do novo Código de Processo Civil. 2. Embargos de divergência não providos. (EREsp 1360577/MG, Rel. Ministro HUMBERTO MARTINS, Rel. p/ Acórdão Ministro LUIS FELIPE SALOMÃO, CORTE ESPECIAL, julgado em 19/12/2018, DJe 07/03/2019) E, também, do Eg. Tribunal de Justiça de São Paulo: Cumprimento provisório de sentença. Necessidade de intimação pessoal do devedor para cobrança de multa por obrigação de fazer ou não fazer, mesmo após a vigência do CPC/15, nos termos da Súmula 410 do STJ. Extinção decretada. Honorários de advogado. Acolhimento de impugnação ao cumprimento de sentença. Verba honorária sucumbencial devida. Inviabilidade, todavia, de as astreintes integrarem a base de cálculo. Valor indicado no cumprimento de sentença que apenas corresponde à multiplicação do valor da multa diária estabelecida pelo julgador pelos supostos dias de recalcitrância no cumprimento da ordem judicial. Honorários fixados por equidade. Recurso parcialmente provido. (TJSP; Agravo de Instrumento 2024118-74.2021.8.26.0000; Relator (a): Araldo Telles; Órgão Julgador: 2ª Câmara Reservada de Direito Empresarial; Foro Central Cível 11ª Vara Cível; Data do Julgamento: 23/04/2021; Data de Registro: 23/04/2021). Pois bem. No caso dos autos, verifico que o banco réu não foi intimado pessoalmente acerca da obrigação de fazer deferida liminarmente, sob pena de multa; já que, nos autos principais, compareceu espontaneamente nos autos, e, nos presentes, foi intimado via advogado cadastrado. Por outro lado, a obrigação não pode ser entendida como cumprida, eis que ainda consta apontamento inserido pelo réu no nome do autor, junto ao Serasa (fls. 35/37), em contrariedade ao item b da decisão ora executada. Dessa forma, o banco deverá ser intimado pessoalmente (por carta, ou por portal eletrônico) a cumprir integralmente a obrigação de fazer deferida liminarmente. Nos termos do art. 780 do Código de Processo Civil, fica a parte exequente ciente de que eventual cobrança de astreintes e outras verbas deverá ser feita em incidente autônomo, a tramitar sob o rito de obrigação de pagar, que não é cumulável com o presente incidente, que tramita sob o rito de obrigação de fazer. Entretanto, excepcionalmente, considerando que o bloqueio já foi realizado nestes autos; que a executada é instituição financeira de grande porte, e a quantia bloqueada não a impedirá de continuar a desenvolver suas atividades; a fim de se evitar a repetição desnecessária de atos, mantenho a penhora anteriormente deferida, e relego para momento posterior a deliberação acerca da liberação da quantia seja em favor do exequente, seja em favor do banco executado. Ante o exposto, ACOLHO EM PARTE a impugnação oferecida por BANCO BRADESCO S/A, apenas para condicionar a exigibilidade da multa coercitiva à intimação pessoal da instituição financeira. Ante a sucumbência mínima da parte exequente, e tendo em vista o disposto na Súmula 519 do STJ, bem como a Tese 410 firmada em sede de recurso representativo de controvérsia do STJ, entendo não ser cabíveis honorários advocatícios. Intime-se o banco, por carta, ou por portal eletrônico, a cumprir integralmente, sob pena de multa diária de R$300,00, limitada inicialmente a 30 dias, a obrigação de fazer liminarmente deferida consistente na cessação dos descontos de valores realizados no benefício previdenciário do autor, referentes aos empréstimos consignado e pessoais, objetos dos contratos nº 0123477888283, 478216512 e 479140374; e na abstenção de inserir o nome do autor em cadastro de inadimplentes dos órgãos de proteção ao crédito, em relação aos empréstimos objeto da presente demanda, até a prolação de sentença, oportunidade em que a questão será reapreciada. Oportunamente, conclusos para deliberações. Int. - ADV: KARINA DE ALMEIDA BATISTUCI (OAB 178033/SP), VANDERLEI NERY DOS SANTOS (OAB 373166/SP)

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Processo nº 1004081-43.2025.8.26.0084

ID: 280183232

Tribunal: TJSP Órgão: Foro Regional de Vila Mimosa - 2ª Vara Classe: BUSCA E APREENSãO EM ALIENAçãO FIDUCIáRIA Nº Processo: 1004081-43.2025.8.26.0084

Data de Disponibilização: 27/05/2025

Polo Ativo:

B. V. S. A.

Polo Passivo:

Intimação

Advogados:

ROBERTA BEATRIZ DO NASCIMENTO

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ADV: Roberta Beatriz do Nascimento (OAB 192649/SP) Processo 1004081-43.2025.8.26.0084 - Busca e Apreensão em Alienação Fiduciária - Reqte: B. V. S. A. - Vistos. Deve ser apresentado nos autos comprov… ADV: Roberta Beatriz do Nascimento (OAB 192649/SP) Processo 1004081-43.2025.8.26.0084 - Busca e Apreensão em Alienação Fiduciária - Reqte: B. V. S. A. - Vistos. Deve ser apresentado nos autos comprovante de titularidade do veículo objeto da lide (CPC, arts. 320/321). Com efeito, este Juízo não desconhece que, segundo reiteradamente vem apontando a jurisprudência, o contrato celebrado entre as partes produz seus efeitos entre elas, mesmo sem registro no órgão de trânsito. Assim, o(a) credor(a) não precisa demonstrar que o gravame da alienação fiduciária foi registrado no DETRAN, mas deve comprovar que o automóvel em questão efetivamente foi adquirido pelo(a) demandado(a), evitando assim possível apreensão de veículo que pertença a terceira pessoa que nada tenha contratado com o(a) requerido(a) ou com a instituição financeira credora. Observo que a situação acima já foi verificada nesta Vara, em outro processo: houve deferimento de liminar de busca e apreensão, com base no Dec. lei 911/69, sem a exigência da comprovação da titularidade do automóvel; quando a apreensão foi feita, houve interposição de embargos de terceiro, em que o embargante alegou que nada contratou com o demandado da ação principal nem com o banco (naquele caso concreto, o requerido conseguiu receber o dinheiro do banco, mas não adquiriu o automóvel a que se propôs para obter o financiamento). Dessa forma, entendo razoável a exigência de que o(a) demandante instrua sua petição inicial com prova da propriedade do veículo em questão, demonstrando que o(a) requerido(a) efetivamente transacionou a aquisição do referido bem (apresentar, ao menos, a cópia do recibo de propriedade assinado pelo ex-dono, em favor do(a) demandado(a)), de maneira que se evite o risco de ser alcançado (com a busca e apreensão) o patrimônio de terceira pessoa, a qual não é parte na lide e nada contratou com o(a) demandante nem com o(a) requerido(a). Cabe à financeira, ao aceitar o automóvel como garantia do empréstimo que concede, certificar-se (recolhendo documentos) de que tal bem está sendo transferido para o(a) demandado(a), que lhe deu o veículo em garantia. Assim, não há como ser concedida a liminar pleiteada, sem tal prova da propriedade da coisa. E, até mesmo o prosseguimento do feito, sem a concessão de liminar, parece inviável, já que, ainda que o(a) requerido(a) seja citado(a) e não conteste a ação, tal revelia não será suficiente para que o pedido do(a) autor(a) seja julgado procedente, ante a ausência da prova documental necessária. Se eventualmente não houver a prova da titularidade da coisa, entendo que restará ao(à) demandante buscar o recebimento de seu crédito, em ação própria, contra o(a) requerido(a), que assumiu o pagamento das prestações em questão, mas sem o direito de apreender o veículo, ante as razões retro expostas. Na jurisprudência, encontramos (em matéria de alienação fiduciária e de arrendamento mercantil): ALIENAÇÃO FIDUCIÁRIA - BUSCA E APREENSÃO VIA INADEQUADA - CONTRATO DE FINANCIAMENTO COM CLÁUSULA DE ALIENAÇÃO FIDUCIÁRIA EM GARANTIA FALTA DE DEMONSTRAÇÃO DE QUE O FIDUCIANTE ADQUIRIU O BEM ALIENADO EM GARANTIA - CLÁUSULA SUJEITA A UMA CONDIÇÃO SUSPENSIVA - POSSIBILIDADE ADMITIDA PELA LEI - ART. 66, § 2º, DA LEI 4.728 COM REDAÇÃO DADA PELO DECRETOLEI 911 - INTELIGÊNCIA - CONDIÇÃO SUSPENSIVA NÃO IMPLEMENTADA - GARANTIA DESFEITA - ART. 125 DO CC - INCIDÊNCIA - IMPOSSIBILIDADE DO CREDOR EXERCER QUALQUER AÇÃO OU DIREITO SOBRE A COISA - CONTRATO DE FINANCIAMENTO VÁLIDO - POSSIBILIDADE DO CREDOR ACIONAR O DEVEDOR E COOBRIGADOS PELO SALDO EM ABERTO PELAS VIAS ORDINÁRIAS SENTENÇA INDEFERIMENTO DA INICIAL - MANUTENÇÃO. RECURSO DESPROVIDO. [...] A sentença decidiu com acerto. A questão ventilada no apelo pode assim ser sintetizada: O banco apelante concedeu um crédito à apelada para aquisição de um bem de consumo durável, um veículo automotor. Celebrou um contrato de financiamento e o veículo que seria adquirido pela fiduciante foi dado em alienação fiduciária. Sucede que não há nos autos qualquer prova indicativa de que referido automóvel tivesse sido da propriedade da devedora fiduciante. E se jamais pertenceu à fiduciante ela jamais poderia ter transferido a propriedade resolúvel ao credor fiduciário. Bem sabe a instituição financeira credora a importância da alienação fiduciária como instrumento de circulação de riquezas, e sua contribuição para o desenvolvimento não apenas do setor automobilístico, mas de toda a economia nacional a partir de meados dos anos 60 do Século XX. Também sabe como contratar esse tipo de garantia. Texto extremamente pragmático, o § 2º, do art. 66, da Lei 4.728, na redação dada pelo decreto-lei 911, traz a inteligente regra de grande alcance prático: "Se, na data do instrumento de alienação fiduciária, o devedor ainda não for proprietário da coisa objeto do contrato, o domínio fiduciário desta se transferirá ao credor no momento da aquisição da propriedade pelo devedor, independentemente de qualquer formalidade posterior". Disso decorre, portanto, a existência de cláusula suspensiva de uma parte do contrato de financiamento: aquela que estabeleceu o vínculo fiduciário entre o credor e a devedora. Não se trata de um pré-contrato de financiamento que precisaria ser seguido por outro. E um só o contrato: contrato de financiamento com alienação, sob condição suspensiva, cujo instrumento já é definitivo, e o advento da condição determina, ainda que contra a vontade das partes, e sem qualquer formalidade posterior, a transferência do domínio fiduciário ao credor, a partir do momento da aquisição da propriedade pelo fiduciante. A própria Resolução nº 115, de 1969, do Banco Central prevê que a financiadora entregue o dinheiro do financiado no ato da assinatura do contrato de financiamento. Assim, em princípio nada de extraordinário existiria no fato do banco credor dispensar a anterioridade do domínio para a celebração de contratos de abertura de crédito com garantia de alienação fiduciária da coisa objeto do contrato. Todavia essa escolha e risco é de sua única responsabilidade. Isso porque a condição pode não se implementar. Isto é, se o devedor não se tornar efetivamente proprietário da coisa, não se concretizando a promessa de adquirir o domínio pleno, o contrato se desfaz (CC art. 125) no concernente à garantia real. Permanecerá, tão somente a responsabilidade pessoal do promitente pela dívida, mas não o pacto adjeto sujeito à condição. Por isso, se no curso do contrato, e antes do devedor adquirir a propriedade da coisa alienada fiduciariamente sob condição suspensiva, ocorrer a mora ou o inadimplemento das obrigações contratuais, o credor não pode exercer qualquer ação ou direito sobre a coisa, que sabia ser alheia (CC art. 457). E, nesta causa, chamado a comprovar a quem pertencia o veículo alienado, limitou-se a dizer que havia realizado a anotação administrativa da intenção de gravame, nada esclarecendo a respeito da propriedade, ou quando junta o documento do órgão do trânsito, se percebe que o veículos jamais chegou a pertencer ao fiduciante. Em síntese, como veículo nunca pertenceu à fiduciante, jamais poderia aliená-lo ao credor fiduciário. Resta ao credor, portanto, o direito de acionar a devedora e eventuais coobrigados pelas vias ordinárias. Ante o exposto, incensurável a r. sentença...... (TJ/SP, 25ª Câm. Dir. Privado, Ap. s/ Rev. nº 1155207-0/2, Relator Desembargador Amorim Cantuária, v.u., j. 29.04.2008). Apelação Ação de busca e apreensão fundada em alienação fiduciária Implemento da garantia sujeito a condição suspensiva, vale dizer, à demonstração de que o devedor fiduciante adquiriu o bem por ele alienado em garantia Inteligência doa art. 66, § 2º, da Lei 4.728/65 Falta de prova da verificação da condição legal, apesar da oportunidade a tanto concedida Indeferimento da petição inicial Sentença confirmada. Apelação a que se nega provimento (TJ/SP, 25ª Câm. Dir. Privado, Ap. s/ Rev. nº 1135932-0/1, Relator Desembargador Ricardo Pessoa de Mello Belli). Alienação fiduciária Liminar Exibição de documento de propriedade do veículo alienado Exigência prevista em lei Exegese do disposto no artigo 1361 do Código Civil Agravo não provido. (TJ/SP, 27ª Câm. Dir. Privado, Agr. Instr. nº 1.275.488-0/6, Relator Desembargador Antonio Maria, j. 16.06.2009). Arrendamento mercantil de bem móvel. Reintegração de Posse. Indeferimento da inicial. Extinção do feito, nos termos do artigo 267, I do Código Processo Civil. Ordem de aditamento não atendida. Apelo improvido. [...] O apelo do autor não comporta acolhida. Ajuizou o apelante ação de reintegração de posse em razão do inadimplemento do contrato de arrendamento mercantil celebrado com o réu/apelado. A fls.56 determinou o douto juiz de 1º grau, nos termos dos artigos 283 e 284 do Código de Processo Civil a juntada de cópia do documento do veículo ou extrato do órgão de trânsito onde conste o nome do proprietário do bem descrito nos autos. O autor nada providenciou. Nos exatos termos do artigo 284 do Código de Processo Civil: Verificando o juiz que a petição inicial não preenche os requisitos exigidos nos artigos 282 e 283, ou que apresenta defeitos e irregularidades capazes de dificultar o julgamento de mérito, determinará que o autor a emende, ou a complete, no prazo de dez (10) dias. Parágrafo único: Se o autor não cumprir a diligência, o juiz indeferirá a petição inicial. Como visto, no caso tratado, o autor não cumpriu a diligência determinada pelo douto juiz da causa. Assim, a extinção do feito com fulcro no artigo 267, I do CPC era de rigor. Ante o exposto, pelo meu voto, NEGO PROVIMENTO ao recurso. (TJ/SP, 32ª Câm. Dir. Privado, Ap. s/ Rev. nº 1139062-0/1, rel. Des. Ruy Coppola, v.u., j. 03.04.2008). ARRENDAMENTO MERCANTIL LEASING REITEGRAÇÃO DE POSSE Posse da arrendadora não comprovada Veículo registrado em nome de terceiro Ausência de interesse processual RECURSO IMPROVIDO. [...] Destarte, e tendo em vista sua afirmação de que apenas cedeu o crédito para que o requerido realize a compra do bem desejado (fls. 61), mostra-se irretorquível a sentença lançada, consistente na extinção do feito diante da ausência de interesse processual. (TJ/SP, 34ª Câm. Dir. Privado, Ap. s/ Rev. nº 1168494-0/0, rel. Des. Antonio Benedito do Nascimento, j. 17.09.2008). Dessa forma, deve o(a) requerente juntar aos autos, em 15 (quinze) dias, como emenda à inicial (CPC, 320/321), cópia do documento do veículo ou extrato (ou certidão) do órgão de trânsito, onde conste o nome do(a) proprietário(a) do bem descrito nos autos. Int.

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