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Miguel Maciel De Agostini x Felipe André Godoy Da Silva

ID: 317588081

Tribunal: TJSP Órgão: Foro Central Cível - 31ª Vara Cível Classe: PROCEDIMENTO COMUM CíVEL Nº Processo: 1020512-07.2025.8.26.0100

Data de Disponibilização: 07/07/2025

Polo Ativo:

MIGUEL MACIEL DE AGOSTINI

Polo Passivo:

FELIPE ANDRé GODOY DA SILVA

Intimação

Advogados:

JAIRO FILIPE XAVIER SOUZA

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ANDRE RICARDO GODOY DE SOUZA

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Processo 1020512-07.2025.8.26.0100 - Procedimento Comum Cível - Indenização por Dano Material - Miguel Maciel de Agostini - Felipe André Godoy da Silva - Vistos. MIGUEL MACIEL DE AGOSTINI ajuizou a… Processo 1020512-07.2025.8.26.0100 - Procedimento Comum Cível - Indenização por Dano Material - Miguel Maciel de Agostini - Felipe André Godoy da Silva - Vistos. MIGUEL MACIEL DE AGOSTINI ajuizou ação em face de FELIPE ANDRÉ GODOY DA SILVA, argumentando, em resumo, ter adquirido do réu, em 28/09/2024, a motocicleta HYPERMOTARD 821, modelo 2015, de placas FDM-9721. Arguiu que o réu informou sobre problema no motor de partida, não tendo o autor experiência sobre o tema, tendo concordado com a compra no valor de R$ 36.000,00. Salientou ter trocado os pneus e que, após a primeira manutenção, foi constatado novo defeito, tratando-se de vício oculto atinente à trinca ou junta queimada no cabeçote. Arguiu que o requerido nada fez para solucionar a questão. Invocou a existência de vício redibitório, sendo de rigor a restituição da quantia atinente ao defeito, no valor de R$ 11.429,50, nos termos dos arts. 441 e 445, ambos do Código Civil. Com a inicial, vieram os documentos. Citado, o réu ofertou contestação às fls. 71/88. Preliminarmente, aduziu pela decadência da pretensão redibitória, que ocorre em 30 dias da data de ciência do suposto vício oculto para bem móvel, o que teria, de acordo com o próprio autor, acontecido em 20/11/2024, tendo sido a presente ação intentada apenas em fevereiro de 2025. Pontuou que o ajuizamento da ação anterior, em juizado especial, extinta sem resolução do mérito por indeferimento da inicial, sem citação do réu, não interrompe tal prazo. No mérito, salientou que o autor estava plenamente ciente das condições do bem, que versa sobre moto com mais de 9 (nove) anos de uso, não podendo alegar ignorância. Destacou que o requerido agiu em estrita boa-fé, informando dos problemas no motor de arranque, inclusive com vistoria prévia por mecânico de confiança do requerente. Salientou que o requerente rodou aproximadamente 700km antes do suposto defeito, aparentemente sem líquido de arrefecimento, o que é diligência e manutenção básica. Pontuou que o requerente estava absolutamente ciente das condições da moto, recebendo desconto na compra, não podendo invocar vício oculto. Impugnou a pretensão redibitória. Requereu o reconhecimento da decadência e, no mérito, a improcedência da demanda. Juntou documentos. Réplica às fls. 100/111, acompanhada de documentos. O autor pleiteou a produção de prova pericial e oral (fls. 144/145), enquanto o réu pleiteou a produção de prova oral (fls. 146/149). É O RELATÓRIO. FUNDAMENTO E DECIDO. É o caso de se reconhecer a decadência da pretensão redibitória autoral, extinguindo-se o feito, com resolução do mérito. Em primeiro lugar, há de se destacar que a relação jurídica entre as partes não é de consumo, por se tratar de negócio jurídico firmado entre particulares, pessoas físicas, que não são nem fornecedores de serviço, nem consumidores no âmbito de compra e venda de automóveis. Assim, a relação jurídica sub judice é regulada exclusivamente pelas disposições do Código Civil. Feita tal ressalva, e em observância ao princípio da adstrição, por meio do qual o juízo está vinculado a conjugação da causa de pedir e do pedido expostos pela parte autora na inicial, a pretensão do requerente versa única e exclusivamente sobre alegado vício redibitório, pleiteando o autor o abatimento do valor do bem em virtude de tal vício, nos termos expressos dos arts. 441 e 442 do Código Civil. Ocorre que, consoante art. 445, caput, e §1º do Código Civil, o adquirente decai do direito de obter a redibição ou abatimento no prazo de 30 (trinta) dias para coisas móveis, contados a partir da ciência do suposto vício, na hipótese de impossibilidade de reconhecimento de imediato, desde que esta ocorra em 180 dias da aquisição. No caso concreto, o documento de fl. 18, juntado pelo próprio requerente, demonstra que o autor possuía desde pelo menos 20/11/2024 ciência do vício ora invocado. Assim, deveria ter intentado a sua pretensão até 20/12/2024, tendo sido a presente ação ajuizada apenas em 17/02/2025, quando o prazo decadencial já havia, há muito, se consumado. Observo que a alegação de que o ajuizamento de ação anterior, dentro do prazo decadencial, perante o juizado especial teria o condão de interromper o fluxo do aludido prazo, nos termos do art. 202, incisos I, V ou VI do Código Civil não prospera. Isso porque, nos termos expressos do art. 207 do mesmo texto legal, salvo expressa previsão em contrário, não se aplicam à decadência as normas que impedem, suspendem ou interrompem a prescrição. Nesse sentido, já fixou o C. STJ que "distinção, pois, deve ser feita entre o direito de ação - vinculado ao prazo prescricional para exercê-lo - e o direito material em si, que pode, se não exercido em certo prazo, ser atingido pela decadência, que, na forma do art. 207 do Código Civil, salvo expressa disposição legal em contrário - que, para o caso dos autos, inexiste -, não está sujeita às normas que impedem, suspendem ou interrompem a prescrição" (EREsp 1.605.554/PR, Rel. Min. Mauro Campbell Marques, Rel. p/ Acórdão Min. Assusete Magalhães, Primeira Seção, julgado em 27/2/2019, DJe 2/8/2019). No mesmo sentido: REsp 1.670.907/RS, Rel. Min. Herman Benjamin, Segunda Turma, DJe 6/11/2019. Na esteira do aludido entendimento, o ajuizamento de ação anterior, na hipótese de se tratar de decadência, não influi ou interrompe o prazo: em conformidade com a jurisprudência desta Corte Superior, a qual possui entendimento no sentido de que o prazo para ajuizamento de ação rescisória é decadencial e, como tal, não sofre os efeitos interruptivos pelo ajuizamento de demanda anterior (AgInt no AREsp n. 2.311.180/MG, relator Ministro Marco Aurélio Bellizze, Terceira Turma, julgado em 8/4/2024, DJe de 11/4/2024). Mesmo que se considerasse que a hipótese de interrupção da prescrição seria aplicável ao prazo decadencial em comento, melhor sorte não assistiria ao autor, na medida em que apenas quando há efetiva citação da parte contrária na ação pretérita é possível falar em causa interruptiva da prescrição. No caso concreto, sequer houve despacho determinando a citação, pois o d. Juízo do Juizado Especial indeferiu a petição inicial, nos termos do art. 485, inciso IV, do CPC (fls. 44/48). Este é o entendimento pacificado do C. STJ: PROCESSUAL CIVIL. AGRAVO INTERNO NO AGRAVO EM RECURSO ESPECIAL. AÇÃO DE COBRANÇA. DEMORA NA CITAÇÃO. AUSÊNCIA DE DESÍDIA DO AUTOR DA AÇÃO. PRESCRIÇÃO AFASTADA PELO TRIBUNAL ESTADUAL. A ALTERAÇÃO DESSE ENTENDIMENTO NÃO SERIA POSSÍVEL SEM A INCURSÃO NO UNIVERSO FÁTICO-PROBATÓRIO DOS AUTOS. SÚMULA N.º 7 DO STJ. AGRAVO INTERNO NÃO PROVIDO. [...] 2. É pacífica a jurisprudência desta Corte Superior, no sentido de que a citação válida retroage à data da propositura da ação para efeitos de interrupção da prescrição, mas se a citação não for efetivada nos prazos legais, não será interrompida a prescrição, salvo nos casos em que o atraso não puder ser imputado ao autor da ação. 3. Agravo interno não provido. AgInt no AREsp n. 2.535.270/MT, relator Ministro Moura Ribeiro, Terceira Turma, julgado em 19/8/2024, DJe de 22/8/2024. Assim, por qualquer ângulo que se analise, a decadência da pretensão redibitória, perseguida neste feito, já havia se consumado quando do ajuizamento da presente ação, o que impede o seu prosseguimento. Em caso análogo, decidiu o Eg. TJSP em recente julgado: Bem móvel. Compra e venda de veículo automotor. Pedido de rescisão contratual baseado em vício redibitório. Contrato firmado entre particulares. Inaplicabilidade do Código de Defesa do Consumidor. Ação ajuizada quando já decorrido o prazo decadencial de trinta dias previsto no artigo 445, caput, do Código Civil, o qual deve ser contado da data em que o autor teve ciência do vício, como preceitua o §1º do mesmo artigo. Pleito de indenização por dano moral que também não merece acolhido, uma vez que não restou devidamente demonstrada a ocorrência de adulteração no chassi do veículo, e muito menos o dolo da vendedora com relação ao fato ou a eventuais vícios ocultos. Veículo com dezenove anos de uso que apresenta desgaste natural, sendo que a realização do negócio jurídico pressupõe exame, pelo adquirente ou por terceiro, das condições do veículo. Ação julgada improcedente. Sentença mantida. Recurso improvido. TJSP; Apelação Cível 1003005-95.2018.8.26.0191; Relator (a): Ruy Coppola; Órgão Julgador: 32ª Câmara de Direito Privado; Foro Regional IX - Vila Prudente - 3ª Vara Cível; Data do Julgamento: 27/04/2023. Ante o exposto, JULGO EXTINTO o processo, com resolução do mérito, em virtude do reconhecimento da decadência, com fulcro no artigo 487, inciso II, do Código de Processo Civil. Em razão da sucumbência, arcará o autor com o pagamento das custas e despesas processuais, bem como dos honorários advocatícios da parte contrária, ora fixados em 10% sobre o valor da condenação, com fulcro no artigo 85, § 2º, do Código de Processo Civil. Oportunamente, arquivem-se os autos procedendo-se às anotações necessárias. P.R.I. - ADV: JAIRO FILIPE XAVIER SOUZA (OAB 512680/SP), ANDRE RICARDO GODOY DE SOUZA (OAB 337379/SP)

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Djalma Aparecido Bertolino x C&A Modas S.A.

ID: 293459358

Tribunal: TJSP Órgão: Foro Regional III - Jabaquara - 4ª Vara Cível Classe: PROCEDIMENTO COMUM CíVEL Nº Processo: 1028272-41.2024.8.26.0003

Data de Disponibilização: 09/06/2025

Polo Ativo:

DJALMA APARECIDO BERTOLINO

Polo Passivo:

C&A MODAS S.A.

Intimação

Advogados:

GUSTAVO HENRIQUE DOS SANTOS VISEU

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ANA PAULA PARRAVANO PUGLESI

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Processo 1028272-41.2024.8.26.0003 - Procedimento Comum Cível - Responsabilidade do Fornecedor - Djalma Aparecido Bertolino - C&a Modas S.a. - Vistos. DJALMA APARECIDO BEROLINO ingressou com ação d… Processo 1028272-41.2024.8.26.0003 - Procedimento Comum Cível - Responsabilidade do Fornecedor - Djalma Aparecido Bertolino - C&a Modas S.a. - Vistos. DJALMA APARECIDO BEROLINO ingressou com ação de rescisão contratual c/c indenizatória por danos morais contra CA MODAS S/A, alegando, em resumo, que no dia 25/05/2024, realizou a compra de um smartfone descrito na inicial no valor de R$ 1.699,00, por meio de e-commerce e site da ré, todavia, embora a empresa tenha enviado e-mail ao autor informando que o produto chegou em 28/05/2024, este nunca lhe foi entregue. Alegou que com o auxílio do neto, efetuou reclamações e somente em 12/06/2024, a ré respondeu afirmando que após acareação junto a transportadora, esta apresentou um documento de recebimento da entrega pelo autor, cuja assinatura não é dele. Mencionou que foi lavrado boletim de ocorrência, que não recebeu o produto, tampouco a devolução do valor pago. Disse que tentou resolver o problema extrajudicialmente, mas não obteve sucesso. Alegou a incidência do Código de Defesa do Consumidor e requereu a inversão do ônus da prova. Afirmou que em razão dos fatos sofreu danos morais. Por tais fundamentos, postulou pela procedência do pedido, com condenação da ré ao pagamento de indenização por danos materiais no valor de R$ 2.159,79 (reembolso do produto + valor pago a mais por outro aparelho) e R$ 8.000,00 a título de indenização por danos morais. A inicial veio instruída com documentos. Citada (fl. 109), a ré apresentou contestação (fls. 110/119), alegando, em resumo, que em consulta ao seu sistema, o pedido consta como faturado e entregue. Mencionou que ao tomar ciência dos fatos (SAC), realizou verificação interna, apurando que o produto foi entregue no endereço fornecido e foi recepcionado pelo autor. Aduziu que após resposta da transportadora, foi informada novamente que o produto nunca foi entregue ao destinatário, de modo que foi solicitada acareação entre o representante da transportadora e o autor, e este confessou o recebimento do produto. Alegou a inexistência de falha na prestação dos serviços. Alegou impossibilidade de inversão do ônus da prova. Juntou documentos. Réplica (fls. 151/158). O feito foi saneado e determinada a produção de prova pericial grafotécnica (fls. 159/161). A perita solicitou o encaminhamento dos originais dos documentos de fls. 88, 112 e 114 pela ré e de documentos que contivessem a assinatura e rubrica do autor (fls. 214/215). O autor cumpriu a solicitação da perita (fls. 219), com documentos. A ré, solicitou, por duas vezes, a concessão de prazo suplementar para cumprimento da solicitação da perita, o que foi deferido pelo Juízo (fls. 233 e 227). Nova manifestação da ré requerendo a expedição de oficio à transportadora. É o relatório. FUNDAMENTO E DECIDO. A providência de juntar os documentos necessários para realização da perícia competia à parte, e não ao Juízo, sendo certo que a ré poderia ter obtido tal documentação diretamente da transportadora, sua parceira comercial, de modo não se justifica a expedição de oficio, que assim, indefiro. Declaro, então, apreclusãodaperíciae passo ao julgamento antecipado do feito, nos termos do artigo 355, incisos I, do Código de Processo Civil. O pedido éprocedente em parte. Com efeito, frustrada aperíciapor inércia da ré, bem como tendoemvista que o ônus de comprovar a autenticidade das assinaturas apostas nos documentos de fls. 112 e 114 atribuída ao autor, competia à empresa nos termos da decisão de fls. 159/161, deve esta sofrer as consequências por não ter se desincumbido do encargo que lhe competia. Citando a doutrina: "Contestada a assinatura constante do documento, incumbe àparteque o produziu provar a sua autenticidade. Aqui, embora a contestação se origine de umaparte, é a outra que deve produzir a prova relacionada ao fato, afastando a regra do inciso I do art. 373. Se apartenão se desincumbir do ônus, o documento pode ser considerado inautêntico pelo magistrado, não sendo utilizado na formação do seu convencimento." (Misael Montenegro Filho, Novo Código de Processo Civil, Ed. Atlas, 2016, p. 440). Nesse sentido: DECLARAÇÃO DE INEXIGIBILIDADE - Contrato de empréstimo consignado - Impugnação da assinatura oposta - Determinação para realização deperíciagrafotécnica- Intimação para que a instituição financeira recolha os honorários periciais - Inércia -Preclusãoda prova pericial: - Aperíciagrafotécnicaé meio de prova necessário quando a parte, oportuna e fundamentadamente, impugna a assinatura oposta na cédula de crédito executada, ficando a cargo da instituição financeira o recolhimento dos honorários periciais, a sua inércia enseja apreclusãoda prova pericial, reputando-se, por conseguinte, como verdadeira a alegação do embargante. DANO MORAL - Mero envio de cobrança de valores referentes à mútuo bancário - Ausência de descontos indevidos no benefício previdenciário do consumidor - Indenização - Não cabimento - Danos morais não demonstrados na espécie: - Embora declarado imexível o contrato de mútuo consignado, não é o caso de condenar o banco ao pagamento de reparação por danos morais, haja vista a ausência de descontos que acarretem consequências danosas ao consumidor, de modo que a situação vivenciada não supera a noção de mero aborrecimento RECURSO DA AUTORA NÃO PROVIDO. RECURSO DO BANCO RÉU PROVIDO (TJ-SP - AC: 10004443320198260654 Vargem Grande Paulista, Relator.: Nelson Jorge Júnior, Data de Julgamento: 23/02/2022, 13ª Câmara de Direito Privado, Data de Publicação: 21/02/2022) -negritei. Destarte, ante apreclusãoda prova; ao fato de que o autor nega ter recebido o aparelho celular comprado no e-commerce e site da ré, bem como que esta não se desincumbiu do ônus que lhe competia nos termos do artigo 373, inciso II, do CPC, impõe-se o acolhimento da versão do autor, razão pela qual compete à ré ressarci-lo do valor pago pelo produto não entregue, de R$ 1.699,00 (fls. 52), somado à diferença do valor pago pelo segundo produto (fls. 92), cuja aquisição decorreu da falha da ré, no valor atualizado de R$ 2.159,79 para agosto/2024 (fls. 19). Incabível, por fim, o arbitramento de indenização pordanomoral. Isto porque, embora não se olvide que o inadimplemento porparteda ré gerou transtornos ao autor, tal situação, a despeito das inegáveis consequências negativas que dela resultam, não revela, contudo, magnitude bastante para impingir ao autor sofrimento psicológico e emocional anormal, apto a romper de forma duradoura com o seu equilíbrio e com sua tranquilidade, causando-lhes intensa aflição e afetando,emúltima instância, a sua dignidade. Nesse sentido,emcasos dedescumprimentocontratual ou mesmo quando há uma quebra de expectativa com a qualidade do produto ou do serviço, a jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça já está sedimentada há bastante tempo, como se pode notar do julgamento do Recurso Especial 202.564/RJ (Relator Ministro Sálvio de Figueiredo Teixeira, j. 02.08.2001). Confira-se: "O inadimplemento do contrato, por si só, pode acarretar danos materiais e indenização por perdas e danos, mas,emregra, não dá margem aodanomoral, que pressupõe ofensa anormal à personalidade. Embora a inobservância das cláusulas contratuais por uma das partes possa trazer desconforto ao outro contratante - e normalmente o traz - trata-se,emprincípio, do desconforto a que todos podem estar sujeitos, pela própria vidaemsociedade. Com efeito, a dificuldade financeira, ou a quebra da expectativa de receber valores contratados, não tomam a dimensão de constranger a honra ou a intimidade, ressalvadas situações excepcionais" (STJ - REsp nº 202.564/RJ - Relator Ministro Sálvio de Figueiredo Teixeira - j. 02.08.2001). Diante do exposto e do mais que dos autos consta, julgoPROCEDENTE EM PARTEo pedido, para condenar a ré a ressarcir ao autor, o valor de R$ 2.159,79, com correção monetária pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) a contar de agosto/2024 e os juros de mora devidos desde a citação, que serão calculados à razão da taxa referencial do Sistema Especial de Liquidação e de Custódia (SELIC)deduzido o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), conforme art. 406, §1°, do Código Civil, com as alterações promovidas pela Lei nº 14.905/2024. Julgo extinto o processo com resolução do mérito com fulcro no artigo 487, inciso I, do Código de Processo Civil. Em razão da sucumbência recíproca, cada parte arcará com as custas e despesas processuais que despendeu. Fixo os honorários de sucumbência em R$ 1.000,00, cabendo 50% ao patrono de cada parte. Expeça-se MLE à ré do valor depositado a título de honorários periciais (fls. 201/202). Caso interposto recurso de apelação, intime-se para contrarrazões, remetendo-se, após, ao E. Tribunal de Justiça. P.R.I. - ADV: GUSTAVO HENRIQUE DOS SANTOS VISEU (OAB 117417/SP), ANA PAULA PARRAVANO PUGLESI (OAB 244285/SP)

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