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Samela Nayara Dos Santos x Tim S A

ID: 309238635

Tribunal: TJSP Órgão: Foro de Guarulhos - 1ª Vara do Juizado Especial Cível Classe: PROCEDIMENTO DO JUIZADO ESPECIAL CíVEL Nº Processo: 1037254-60.2024.8.26.0224

Data de Disponibilização: 27/06/2025

Polo Ativo:

SAMELA NAYARA DOS SANTOS

Polo Passivo:

TIM S A

Intimação

Advogados:

FELIPE LUIZ ALENCAR VILAROUCA

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EDUARDO CHALFIN

OAB/SP XXXXXX Desbloquear

Processo 1037254-60.2024.8.26.0224 - Procedimento do Juizado Especial Cível - Inclusão Indevida em Cadastro de Inadimplentes - Samela Nayara dos Santos - TIM S A - VISTOS. Dispensado o relatório, n… Processo 1037254-60.2024.8.26.0224 - Procedimento do Juizado Especial Cível - Inclusão Indevida em Cadastro de Inadimplentes - Samela Nayara dos Santos - TIM S A - VISTOS. Dispensado o relatório, na forma do art. 38 da Lei nº 9.099/95. Fundamento e decido. O feito comporta julgamento neste momento, sendo despicienda a designação de audiência, pois suficientes os elementos colacionados aos autos para o desate da lide, quanto mais diante do contido no termo de fls. 157. Concedo à autora os benefícios da justiça gratuita. Anote-se. Como a parte autora alegou que não celebrou contrato com a parte requerida, a partir do qual se justificasse a formação de débito que, por seu turno, pudesse lastrear negativação em seu desfavor, era ônus da parte requerida demonstrar cabalmente a regularidade da contratação. Isso porque não somente seria de consumo a relação travada, mas porque, de qualquer modo, do contrário, seria carrear à parte autora a prova de fato negativo, o que não se concebe. Porém, a parte ré não se desincumbiu de seu ônus. Sequer trouxe aos autos cópia do instrumento contratual correlato ou de documentos que eventualmente tenham sido apresentados para que a contratação fosse concretizada. No mais, ainda que a contratação tivesse feita a partir de contato verbal, poderia a ré, fosse o caso, desde logo, trazer aos autos registro do respectivo diálogo, não se olvidando que invariavelmente são gravados os respectivos diálogos pela fornecedora. Mas isso ela também não fez. Por sua vez, não basta a apresentação dos documentos que acompanham a contestação para comprovar escorreita convergência de vontade da requerente para a concretização da contratação. Ademais, a defesa, em rigor, alude a fatos diversos dos mencionados na exordial, salientando-se que a controvérsia não se atrela a descontos em conta da autora em razão do contrato ora impugnado, sequer tendo a autora formulado pedido de repetição de indébito. Nesse contexto, mister que se declare a inexigibilidade de qualquer débito da autora para com a ré, oriundo do contrato referido neste feito. A ré deve ser responsabilizada pelo dano moral que causou ao autor. Como visto, não restou demonstrada a regularidade da contratação impugnada pela parte autora. No mais, ainda que se ventilasse ocorrência de fraude, de se destacar que, como seria de consumo a relação travada entre as partes, eventuais causas excludentes de responsabilidade da requerida haveriam de estar plenamente comprovadas. Isso, porém, não emerge dos autos, não tendo a ré acostado sequer algum documento que tivesse sido apresentado por quem se identificou como a autora. Assim, tem-se que a ré não adotou cautelas que dela se poderia esperar para a concretização do contrato impugnado, também despontando que a ré não adotou tais cautelas antes de negativar o nome da parte autora, acarretando-lhe, assim, dano moral, cuja ocorrência é certa, pois notória a dificuldade para obtenção de crédito por quem tenha seu nome indevidamente negativado (fls. 21/24). A propósito, a situação fática em tela não se amolda ao entendimento refletido na Súmula nº 385, do Superior Tribunal de Justiça, visto que apesar de, no documento de fls. 21/24, constarem outros registros em desfavor da autora, observa-se que a mácula mais antiga é a vinculada ao débito ora impugnado. Impende verificar qual valor a que a parte autora faz jus em razão do dano moral sofrido. A indenização por esse tipo de dano não pode, de um lado, ser fonte de enriquecimento indevido e, de outro, ser inexpressiva. Deve o julgador pautar-se pelo equilíbrio, de sorte que o valor fixado possa servir de lenitivo para o sofrimento experimentado pela vítima, bem como desestimular seu agente causador a proceder, no futuro, de igual modo. Reputo, portanto, sopesando os fatores acima mencionados, que a fixação da quantia reparatória em valor correspondente a R$ 3.500,00 (três mil e quinhentos reais), seja a mais adequada para o presente caso, em detrimento do valor postulado a este título. Em arremate, mister que se comunique o órgão de proteção ao crédito indicado para que proceda à retirada do nome da autora de seu cadastro, caso nele ainda conste em razão do débito ora declarado inexigível. Ante o exposto, JULGO PARCIALMENTE PROCEDENTE a pretensão para, com base no art. 487, I, do CPC: a) declarar a inexigibilidade de qualquer débito da autora para com a ré, oriundo do contrato referido neste feito; b) determinar que se comunique o órgão de proteção ao crédito indicado para que proceda à retirada do nome da autora de seu cadastro, caso nele ainda conste em razão do débito ora declarado inexigível; c) condenar a ré a pagar à autora, a título de reparação por danos morais, a quantia de R$ 3.500,00 (três mil e quinhentos reais), atualizada monetariamente a partir da presente data (Súmula 362, do STJ) pela variação do IPCA, apurado e divulgado pelo IBGE, ou do índice que vier a substituí-lo (art. 389, CC), com incidência, ainda, de juros moratórios a partir da citação (art. 405, CC), à taxa referencial do Sistema Especial de Liquidação e de Custódia (Selic), deduzido o índice de atualização monetária de que trata o parágrafo único do art. 389, CC (art. 406, §1º, CC). Oportunamente, expeça-se o necessário para cumprimento do determinado no item 'b'. Sem custas ou honorários advocatícios, na forma do art. 54 e do art. 55 da Lei nº 9.099/95. Eventual recurso deverá ser interposto no prazo de dez dias, contados da ciência da sentença, acompanhado das razões e do pedido do recorrente, que deverá efetuar, nas quarenta e oito seguintes à interposição, o preparo do recurso, consistente no pagamento de todas as despesas processuais, inclusive aquelas dispensadas em primeiro grau de jurisdição, na forma dos artigos 42, § 1º e 54, parágrafo único, da Lei nº 9.099/95 (despesas postais com citação e intimação; despesas de diligências dos Oficiais de Justiça; taxa judiciária equivalente a 1,5% do valor atualizado da causa somado a 4% do valor da condenação, observado o valor mínimo de 5 UFESPs para cada parcela, na forma do artigo 2º, parágrafo único, III e IX, e artigo 4º I, II e §1º, da Lei Estadual nº 11.608/03, etc.). Eventual execução deverá ser protocolada pelo exequente como cumprimento de sentença, cadastrando no incidente tanto a parte exequente quanto a parte executada e seu patrono, bem como o valor da execução. P.I.C. - ADV: FELIPE LUIZ ALENCAR VILAROUCA (OAB 502541/SP), EDUARDO CHALFIN (OAB 241287/SP)

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Estado De São Paulo x Sergio Wanderlei Do Nascimento

ID: 323463315

Tribunal: TJSP Órgão: Unidade de Processamento Judicial - UPJ do Colégio Recursal dos Juizados Especiais do Estado de São Paulo Classe: RECURSO INOMINADO CíVEL Nº Processo: 1066063-60.2024.8.26.0224

Data de Disponibilização: 14/07/2025

Polo Ativo:

ESTADO DE SãO PAULO

Polo Passivo:

SERGIO WANDERLEI DO NASCIMENTO

Intimação de acórdão

Advogados:

OLLIZES SIDNEY RODRIGUES DA SILVA

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INTIMAÇÃO DE ACÓRDÃO Nº 1066063-60.2024.8.26.0224 - Processo Digital - Recurso Inominado Cível - Guarulhos - Recorrente: Estado de São Paulo - Recorrido: Sergio Wanderlei do Nascimento - Magistrad… INTIMAÇÃO DE ACÓRDÃO Nº 1066063-60.2024.8.26.0224 - Processo Digital - Recurso Inominado Cível - Guarulhos - Recorrente: Estado de São Paulo - Recorrido: Sergio Wanderlei do Nascimento - Magistrado(a) Isabel Cristina Alonso Bezerra Zara - Colégio Recursal - Negaram provimento ao recurso, por V. U. - DIREITO ADMINISTRATIVO. RECURSO INOMINADO. COMARCA DE GUARULHOS. SERVIDOR PÚBLICO ESTADUAL. AGENTE DE SEGURANÇA PENITENCIÁRIA. GRATIFICAÇÃO ESPECIAL DE SUPORTE À SAÚDE - GESS. RECURSO DESPROVIDO. SENTENÇA DE PROCEDÊNCIA.I. CASO EM EXAME (1) PRETENDE O AUTOR O RECEBIMENTO DA GRATIFICAÇÃO ESPECIAL DE SUPORTE À SAÚDE (GESS) DECORRENTE DE SUA LOTAÇÃO NA PENITENCIÁRIA ADRIANO MARREY DE GUARULHOS; TRANSFORMADA EM UNIDADE DE SAÚDE PARA CUSTODIAR INTERNOS SUBMETIDOS A MEDIDAS DE SEGURANÇA, ALÉM DE PRESOS DOENTES E FERIDOS PARA TRATAMENTO MÉDICO. II. QUESTÃO EM DISCUSSÃO (2) (I) RECURSO DA FAZENDA PÚBLICA. SUSPENSÃO DO PROCESSO POR APLICAÇÃO DO ART. 104 DO CDC; (II) ATIVIDADE DE AGENTE PENITENCIÁRIO FAZ OU NÃO JUS À PERCEPÇÃO DA GRATIFICAÇÃO ENQUANTO NESSA CONDIÇÃO. III. RAZÕES DE DECIDIR E TESE(3) PEDIDO DE SUSPENSÃO DO PROCESSO POR APLICAÇÃO DO ART. 104 DO CDC, REJEITADO. A SUSPENSÃO DO PROCESSO É FACULDADE DO AUTOR PARA SE BENEFICIAR DOS EFEITOS DA COISA JULGADA NA AÇÃO COLETIVA. (4) ATIVIDADE DE AGENTE PENITENCIÁRIO FAZ JUS À PERCEPÇÃO DA GRATIFICAÇÃO ENQUANTO NESSA CONDIÇÃO. EXEGESE DA LEI COMPLEMENTAR ESTADUAL Nº 1.157/2011 E DO DECRETO ESTADUAL Nº 57.741/2012, QUE INTEGRARAM AO SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE (SUS), PARA ATRIBUIÇÃO DA GESS, A PENITENCIÁRIA ADRIANO MARREY DE GUARULHOS. (5) LEI COMPLEMENTAR ESTADUAL Nº 1.157, DE 1º DE DEZEMBRO DE 2011, INSTITUIU A GRATIFICAÇÃO ESPECIAL DE SUPORTE À SAÚDE (GESS) PARA SUBSTITUIR A GRATIFICAÇÃO ESPECIAL DE ATIVIDADE (GEA). NAS DISPOSIÇÕES TRANSITÓRIAS, A LCE Nº 1.157/2011 ESTENDEU A TODOS OS SERVIDORES BENEFICIADOS POR GEA O DIREITO AO PERCEBIMENTO DA GESS; INDEPENDENTE DE ATUAÇÃO NA ÁREA RESTRITA DE SAÚDE DA UNIDADE PRISIONAL. (6) POSTERIORMENTE, A LEI COMPLEMENTAR ESTADUAL Nº 1.416/24 UNIFICOU AS CARREIRAS DE AGENTE DE SEGURANÇA PENITENCIÁRIA E DE AGENTE DE ESCOLTA E VIGILÂNCIA PENITENCIÁRIA EM POLICIAIS PENAIS, COM EXPRESSA EXCLUSÃO DO PAGAMENTO DA GESS À REFERIDA CATEGORIA. NO DIAPASÃO, A JURISPRUDÊNCIA: “RECURSO INOMINADO SERVIDOR PÚBLICO ESTADUAL AGENTE DE SEGURANÇA PENITENCIÁRIA GRATIFICAÇÃO ESPECIAL DE SUPORTE À SAÚDE (GESS) LEI COMPLEMENTAR ESTADUAL 1157/2011 QUE PREVÊ APENAS DOIS REQUISITOS PARA SUA CONCESSÃO: EXERCÍCIO EM ALGUMA UNIDADE VINCULADA À SECRETARIA DE SAÚDE OU INTEGRADA AO SUS/SP MEDIANTE DECRETO, E CARGO OU FUNÇÃO ELENCADOS NO ANEXO XI DA MENCIONADA NORMA (ART. 20) PARTE AUTORA QUE PREENCHE AMBAS AS CONDIÇÕES RESTRIÇÃO A SETOR DA UNIDADE QUE NÃO ENCONTRA AMPARO NA LEI QUE INSTITUIU O BENEFÍCIO SENTENÇA MANTIDA POR SEUS PRÓPRIOS FUNDAMENTOS. RECURSO NÃO PROVIDO. (TJSP; RECURSO INOMINADO CÍVEL 1097529-03.2024.8.26.0053; RELATOR (A): SILVIO JOSÉ PINHEIRO DOS SANTOS; ÓRGÃO JULGADOR: 7ª TURMA RECURSAL DE FAZENDA PÚBLICA; FORO CENTRAL - FAZENDA PÚBLICA/ACIDENTES - 1ª VARA DO JUIZADO ESPECIAL DA FAZENDA PÚBLICA; DATA DO JULGAMENTO: 04/06/2025; DATA DE REGISTRO: 04/06/2025)”. (7) DIREITO AO RECEBIMENTO DA GESS, COM SEUS REFLEXOS (FIXADOS NA R. SENTENÇA), ENQUANTO EM UNIDADE PREVISTA NO DECRETO ESTADUAL Nº 57.741/2012; CUJO TERMO FINAL DE RECEBIMENTO É A DATA DA ENTRADA EM VIGOR DA LEI COMPLEMENTAR ESTADUAL Nº 1.416/24. TOCANTE À ATUALIZAÇÃO: (I) TEMA 810-STF, REPERCUSSÃO GERAL (RE 870.947/SE, RELATOR MIN. LUIZ FUX, J. 20/09/2017; (II) TEMA 905-STJ, RECURSOS REPETITIVOS (RESP 1.495.146/MG, RELATOR MIN. MAURO CAMPBELL MARQUES, J. 22/02/2018; (III) JUROS DE MORA CONTADOS DESDE A CITAÇÃO (ARTS. 240, CPC, 405, CC., E ART. 1º DA LEI N. 4.414/1964, DE 24 DE SETEMBRO: “A UNIÃO, OS ESTADOS, O DISTRITO FEDERAL, OS MUNICÍPIOS E AS AUTARQUIAS, QUANDO CONDENADOS A PAGAR JUROS DE MORA, POR ESTES RESPONDERÃO NA FORMA DO DIREITO CIVIL” CF., DE MODO PARADIGMÁTICO, STJ: AGR NO RESP 939.959, J. 29-11-2007); E (IV) CORREÇÃO MONETÁRIA DESDE O VENCIMENTO DE CADA PARCELA, POR NÃO SE ADMITIR O ENRIQUECIMENTO ILÍCITO DA ADMINISTRAÇÃO” (APELAÇÃO CÍVEL Nº 1003826-04.2017.8.26.0428 - 12ª CÂMARA DE DIREITO PÚBLICO DO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DE SÃO PAULO RELATOR J. M. RIBEIRO DE PAULA J. 9/04/2019). IV. DISPOSITIVO (8) SENTENÇA DE PROCEDÊNCIA MANTIDA POR SEUS PRÓPRIOS E JURÍDICOS FUNDAMENTOS, NOS TERMOS DO ARTIGO 46, DA LEI Nº 9.099/95, VALENDO A SÚMULA DO JULGAMENTO COMO ACÓRDÃO. (9) PARA VIABILIZAR EVENTUAL ACESSO RECURSAL FICA PREQUESTIONADA TODA A MATÉRIA SUSCITADA PORQUE (I) DESNECESSÁRIA A CITAÇÃO NUMÉRICA DOS DISPOSITIVOS LEGAIS; (II) “NÃO HÁ FALAR EM NEGATIVA DE PRESTAÇÃO JURISDICIONAL ANTE A ANÁLISE DAS QUESTÕES NECESSÁRIAS À SOLUÇÃO DA CONTROVÉRSIA, NÃO CONFIGURANDO NEGATIVA DE PRESTAÇÃO JURISDICIONAL A AUSÊNCIA DE PREQUESTIONAMENTO NUMÉRICO.” (AGINT NOS EDCL NO RESP 1787184/MG, REL. MINISTRO PAULO DE TARSO SANSEVERINO, TERCEIRA TURMA, JULGADO EM 23/08/2021, DJE 26/08/2021); (III) CONSIDERAM-SE INCLUÍDOS NO ACÓRDÃO OS ELEMENTOS TRAZIDOS PARA PREQUESTIONAMENTO, AINDA QUE OS EMBARGOS DE DECLARAÇÃO SEJAM INADMITIDOS OU REJEITADOS. (10) O VENCIDO ARCARÁ COM AS CUSTAS PROCESSUAIS E OS HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS DE 15% (QUINZE POR CENTO) SOBRE O VALOR ATUALIZADO DA CONDENAÇÃO (OU, INEXISTINDO ESTA, SOBRE O VALOR CORRIGIDO DA CAUSA), NA FORMA DO ARTIGO 55, DA LEI Nº 9.099/95; SEM RELATIVIZAÇÃO AO 'QUANTUM' PORQUE AUSENTE, NO DISPOSITIVO LEGAL CITADO, RESSALVA SEMELHANTE À PREVISTA NO ARTIGO 85, §§ 8º E 8ª-A, DO CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL, CONFORME TESE FIRMADA NO PUIL 030 (PROCESSO Nº 0000116-36.2023.8.26.9011): “NO SISTEMA DOS JUIZADOS ESPECIAIS, OS HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS SERÃO ARBITRADOS DENTRO DAS BALIZAS DE DEZ A VINTE POR CENTO SOBRE O VALOR DA CONDENAÇÃO PECUNIÁRIA, QUANDO HOUVER, OU SOBRE O VALOR ATUALIZADO DA CAUSA, AINDA QUE SEJA ELEVADO OU ÍNFIMO, POR APLICAÇÃO DO ART. 55, CABEÇA, SEGUNDA PARTE, DA LEI 9.099/1995” (OBSERVADAS ISENÇÕES AO PAGAMENTO E/OU CONCESSÃO DE GRATUIDADE PROCESSUAL). RECURSO DESPROVIDO. ______________ DISPOSITIVOS RELEVANTES CITADOS: LEI COMPLEMENTAR ESTADUAL Nº 1.157/2011, DECRETO ESTADUAL Nº 57.741/2012, LEI COMPLEMENTAR ESTADUAL Nº 1.416/24, ARTIGOS 240 DO CPC, 405 DO CC, E ARTIGO 1º DA LEI Nº 4.414/1964.JURISPRUDÊNCIA RELEVANTE CITADA: TJSP, RECURSO INOMINADO Nº 1097529-03.2024.8.26.0053, REL. SILVIO JOSÉ PINHEIRO DOS SANTOS, 04/06/2025. Para eventual interposição de recurso extraordinário, comprovar o recolhimento de R$ 1.157,59 na Guia de Recolhimento da União - GRU, do tipo 'Cobrança' - Ficha de Compensação, a ser emitida no sítio eletrônico do Supremo Tribunal Federal (http://www.stf.jus.br www.stf.jus.br ) ou recolhimento na plataforma PAG Tesouro, nos termos das Resoluções nºs 733/2021 e 766/2022; e para recursos não digitais ou para os digitais que contenham mídias ou outros objetos que devam ser remetidos via malote, o valor referente a porte de remessa e retorno em guia FEDTJ, código 140-6, no Banco do Brasil S.A. ou internet, conforme Resolução nº 875 do STF, de 23 de junho de 2025, e Provimento nº 831/2004 do CSM - Advs: Ollizes Sidney Rodrigues da Silva (OAB: 263182/SP) - 16º Andar, Sala 1607

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Processo nº 1508674-60.2024.8.26.0224

ID: 308778938

Tribunal: TJSP Órgão: Foro de Guarulhos - Vara do Júri Classe: AçãO PENAL DE COMPETêNCIA DO JúRI Nº Processo: 1508674-60.2024.8.26.0224

Data de Disponibilização: 26/06/2025

Polo Ativo:

Polo Passivo:

T. F. M. S.

Intimação

Advogados:

RODRIGO CARVALHO BAPTISTA

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Processo 1508674-60.2024.8.26.0224 - Ação Penal de Competência do Júri - Feminicídio - T.F.M.S. - Fundamento e decido. A primeira fase do procedimento bifásico do Júri volta-se à determinação da cert… Processo 1508674-60.2024.8.26.0224 - Ação Penal de Competência do Júri - Feminicídio - T.F.M.S. - Fundamento e decido. A primeira fase do procedimento bifásico do Júri volta-se à determinação da certeza da materialidade do crime denunciado e de indícios suficientes de autoria do réu. Constatadas, deve o magistrado pronunciar o réu, nos termos do artigo 413 do Código de Processo Penal; do contrário, impõe-se a impronúncia, na forma do artigo 414 do Código de Processo Penal. Portanto, em sede de judicium accusationis a apreciação do acervo fático-probatório se circunscreve aos limites do necessário para formação do convencimento acerca da admissibilidade do julgamento do réu pelo Tribunal do Júri, sendo interditada ao juiz togado a incursão aprofundada nas provas, sua valoração e a busca por um juízo de certeza, eis que tal mister é atribuído pelo artigo 5°, inciso XXXVIII, alínea d) da Constituição Federal ao tribunal popular, juiz natural da causa. O mesmo raciocínio aplica-se às qualificadoras e causas de aumento de pena descritas na denúncia, ou seja, a probabilidade da caracterização das elementares e circunstâncias bastam à pronúncia. Por outro lado, nesta etapa processual admite-se cognição plena e juiz de certeza exclusivamente nas hipóteses de desclassificação do fato para delito não atribuído à competência do Tribunal do Júri e de absolvição sumária, caso em que, a teor do artigo 415 do Código de Processo Penal, devem ficar cabalmente comprovadas a inexistência do fato, não ser o réu autor ou partícipe do fato, a atipicidade da conduta ou excludente de ilicitude ou dirimente de culpabilidade. Fincado nessas premissas, passo ao exame do caso concreto. É o caso de pronúncia do acusado por feminicídio tentado em face da vítima J.A.A.S.. A materialidade delitiva restou comprovada pelo Boletim de Ocorrência (fls. 04/07), fotografias (fls. 25/33), documentos médicos (fls. 35/39), laudo de lesão corporal (fls. 47/48), croqui esquemático (fls. 49), bem como prova oral colhida. Por outro lado, a prova oral produzida, sob o crivo do contraditório, revela a existência de indícios suficientes de autoria delitiva quanto ao crime doloso contra a vida praticado contra a vítima J.A.A.S., de modo a viabilizar a pronúncia do acusado, nos moldes acima delineados. A vítima relatou que foi casada com o réu por 11 anos e que estavam separados há quatro meses na data dos fatos. Informou que o réu era ciumento e não aceitava o fim do relacionamento. No dia dos fatos, por volta das 21h, enquanto jantava com os filhos, o réu invadiu sua casa, iniciou discussão e, após arremessar o celular na mesa, passou a ameaçá-la com uma faca, dizendo que iria matá-la. A vítima conseguiu desarmá-lo, mas ele pegou outra faca, tentou golpeá-la e causou ferimentos em suas mãos e queixo. Em ato contínuo, o réu pressionou a faca contra o pescoço da vítima, utilizando o peso do próprio corpo. A declarante resistiu até o momento em que seu irmão, Elvis Roberto, que reside na casa ao lado, adentrou o imóvel e interveio, segurando o acusado. Apesar da intervenção, o réu continuou sobre a vítima até que outro indivíduo também entrou na residência. Na tentativa de escapar, Thiago mordeu o braço de Elvis e fugiu do local. Elvis Roberto de Almeida, irmão da vítima, relatou que no dia dos fatos foi alertado pela filha sobre gritos na casa da irmã e, ao chegar ao local, encontrou o réu sobre a vítima, pressionando uma faca contra seu pescoço. A vítima segurava a faca com as mãos. Tentou intervir aplicando um estrangulamento e conseguiu afastar a faca, mas foi mordido no braço direito. Um terceiro entrou para ajudar, mas o réu conseguiu fugir. Elvis socorreu a irmã e destacou que havia outras testemunhas no local, incluindo familiares do réu e várias crianças. O Guarda Civil Francisco Diogo de Mello informou que foi acionado para atender uma ocorrência de tentativa de homicídio na UPA Paulista. No local, a vítima relatou que seu ex-marido Thiago invadiu sua casa pulando o muro e a atacou com uma faca e tentou enforcá-la. A agressão só cessou com a intervenção de familiares, ocasião em que o autor fugiu. Delma Mariano Gonçalves, mãe do réu, afirmou que ele e a vítima foram casados por 11 anos e têm dois filhos. Relatou que, apesar de estarem separados mantinham uma convivência amigável. No dia do ocorrido, disse que ouviu uma discussão entre o casal e foi até a vizinha pedir ajuda, não viu agressão. O réu declarou que teve um relacionamento de 11 anos com a vítima, com quem tem dois filhos. No dia dos fatos, foi até a casa dela pedir a senha de um aplicativo bancário, mas foi ofendido e iniciou-se uma discussão. Não se recorda de agressão alguma. A prova produzida em juízo, notadamente os depoimentos da vítima, do irmão dela, de testemunhas presenciais, além dos relatos da genitora do réu e do próprio acusado, demonstra, com suficiência, a existência do fato típico descrito na denúncia, bem como indícios razoáveis de autoria em desfavor do acusado. A vítima relata de forma firme e coerente que foi surpreendida pelo acusado em sua residência, sendo agredida com uso de faca, inclusive com golpes direcionados ao pescoço e à região abdominal, enquanto jantava com os filhos menores. Tal narrativa é confirmada por testemunhas presenciais, que intervieram para cessar a agressão, sendo o réu contido fisicamente por familiares. A materialidade da tentativa de homicídio está evidenciada pelos laudos e pelo relato médico dos ferimentos sofridos pela vítima. O acusado, em interrogatório, apresentou versão vaga em juízo e parcialmente exculpatória na delegacia. Contudo, tal alegação não encontra amparo nos demais elementos dos autos, sendo contraditada pelas testemunhas e pelo quadro geral da violência empregada. Neste cenário, considerando que a materialidade está comprovada e que existem suficientes indícios de autoria, a melhor solução é deixar a critério do E. Tribunal Popular a decisão final sobre a conduta do réu. A tese da legítima defesa é controvertida pelo depoimento da vítima e seu irmão. Como é sabido, para subtrair do Júri, Juiz natural do processo, o julgamento do caso, haveria de ficar demonstrada, de forma clara e indiscutível a versão da defesa, o que não se verifica no presente caso, neste momento processual. Os fatos tratados nos autos se deram contra a mulher e em contexto de violência doméstica e familiar, uma vez que a vítima, as testemunhas e o próprio réu confirmaram a relação íntima de afeto entre eles. O crime foi praticado contra mãe de duas crianças e na presença física de seus descendentes. O réu responde ao presente processo em liberdade, submetido ao cumprimento de medidas cautelares diversas da prisão, nos termos do artigo 319 do Código de Processo Penal. Referidas medidas foram fixadas com a finalidade de preservar a integridade da vítima e garantir o regular andamento da ação penal. Verifica-se que não há, até o momento, qualquer comprovação nos autos de descumprimento das condições impostas, tampouco indícios de que as medidas atualmente em vigor sejam insuficientes ou ineficazes. Inexistem elementos concretos e devidamente comprovados de novas investidas do acusado contra a vítima ou qualquer outra conduta que demonstre risco à ordem pública ou à aplicação da lei penal. Ademais, constata-se que as medidas protetivas de urgência fixadas nos autos de n.º 1502933-76.2024.8.26.0535 continuam válidas e eficazes, sem qualquer informação que indique violação de seus termos. Dessa forma, ausente fundamento idôneo a justificar a imposição de medida mais gravosa, especialmente a segregação cautelar. Ressalte-se, ainda, que meras conjecturas ou suposições extraídas de depoimentos, desacompanhadas de provas objetivas que as corroborem, não são suficientes para justificar a decretação da prisão preventiva, sob pena de violação ao princípio da presunção de inocência e do devido processo legal. Medida extrema como a prisão cautelar exige a presença de elementos concretos que demonstrem sua real necessidade, o que não se verifica no presente caso. Posto isso, com fundamento no artigo 413 do Código de Processo Penal, pronuncio o réu T.F.M.S., a fim de que seja submetido a julgamento pelo E. Tribunal do Júri, de acordo com o artigo 5º, inciso XXXVIII, da Constituição Federal, como incurso no artigo 121-A, c.c. § 1º, c.c. § 2º, incisos I e III, c.c. artigo 14, inciso II, ambos do Código Penal. Quando preclusa a decisão de pronúncia, nos termos do art. 421 do Código de Processo Penal, ou, havendo recurso, mantida a pronúncia, voltem conclusos para as deliberações necessárias para a realização do ato.". - ADV: RODRIGO CARVALHO BAPTISTA (OAB 421948/SP)

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