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P. R. P. x W. T. Da C.

ID: 326850716

Tribunal: TJSP Órgão: Foro de Ribeirão Preto - 1ª Vara de Família e Sucessões Classe: Reconhecimento e Extinção de União Estável Nº Processo: 1065993-70.2024.8.26.0506

Data de Disponibilização: 16/07/2025

Polo Ativo:

P. R. P.

Polo Passivo:

W. T. DA C.

Intimação

Advogados:

MISAQUE MOURA DE BARROS

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M BARROS ADVOGADOS ASSOCIADOS

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JOHELEN MENDES RUBIM DE SOUZA

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BEATRIZ MIRANDA KIM

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Processo 1065993-70.2024.8.26.0506 - Reconhecimento e Extinção de União Estável - Dissolução - P.R.P. - W.T.C. - Vistos. Trata-se de ação de reconhecimento e dissolução de união estável c/c partilh… Processo 1065993-70.2024.8.26.0506 - Reconhecimento e Extinção de União Estável - Dissolução - P.R.P. - W.T.C. - Vistos. Trata-se de ação de reconhecimento e dissolução de união estável c/c partilha de bens, guarda e visitas proposta, em 07/12/2024 (1ª distribuição), por P.R.P. em face de W.T. da C. Emenda à inicial (fls. 22/27 e 33/34). Há, em trâmite neste mesmo Juízo, ação distribuída no mesmo ano (fls. 2024), pela genitora P.R.P. em face do réu W.T. da C., para a fixação de alimentos em favor da filha menor do casal Y.T.P. da C. (fls. 34), processo n° 1029357-08.2024.8.26.0506. Indeferido o arresto de bens e a liminar de guarda, foi regulamentado o regime de convivência paterna (livre) e fixada a residência fixa da menor no lar materno (fls. 39). O requerido foi citado (fls. 70), compareceu à audiência de conciliação, no CEJUSC, na qual não houve acordo (fls. 74). Posteriormente, contestou a ação (fls.81/96), acompanhada de documentos (fls.97/169). Requereu a concessão da gratuidade da Justiça. Impugnou a Justiça Gratuita concedida a fls. 28 em favor da autora. Alegou que a separação de fato do casal ocorreu em 10/02/2024. Apresentou proposta de partilha dos bens, com a inclusão das dívidas (fls. 85/92). Pugnou pela desocupação do imóvel pela requerente (fls. 94), pedido reiterado a fls. 206/212. Juntou documentos (fls. 213/216). Réplica (fls. 172/178), acompanhada de documentos (fls. 179/205). Diante de tais ponderações, passo a analisar o feito: 1) No tocante à impugnação da Justiça Gratuita. A Lei nº 1.060/1950 não estabelece parâmetros, pois deferiu ao Juízo a valoração, diante do caso concreto. Sendo assim, diante da circunstâncias apresentadas, cabe ao Juízo verificar se a parte possui ou não condições de arcar com as custas do processo, podendo, inclusive, indeferir o benefício ex officio (art. 5º). O benefício foi concedido à impugnada (autora) pelo Juízo (fls.28), e o impugnante não demonstrou ser a impugnada capaz de suportar as custas do processo. Pelos documentos juntados pela impugnada (fls. 179/205), constata-se que não é capaz de suportar os custos do processo sem prejuízo do seu sustento e do sustento de sua família. Sendo assim, a manutenção do benefício é de rigor. Logo, diante do exposto, e considerando o que mais dos autos consta, REJEITO a IMPUGNAÇÃO À CONCESSÃO DOS BENEFÍCIOS DA ASSISTÊNCIA JUDICIÁRIA, e mantenho a gratuidade da Justiça em favor da requerente. Anote-se. 2) No que tange à Justiça Gratuita pleiteada pelo réu (fls. 81), intime-se-o, pela imprensa, a fim de providenciar a juntada aos autos, no prazo de 15 (quinze) dias, de cópia das 3 (três) últimas declarações de Imposto de Renda, 3 (três) últimas declarações de rendimentos, bem como cópia da CTPS, ressaltando-se que a Constituição Federal exige para gratuidade a comprovação, não bastando a alegação da impossibilidade de arcar com as custas. Com a apresentação dos documentos solicitados, tornem conclusos. 3) No mais,determino o apensamento destes autos àquela ação de alimentos (processo n° 1029357-08.2024.8.26.0506), conforme determinado a fls. 13/14 e, ainda, a transferência destes autos à MMª Juíza de Direito Titular, Dra. Renata Rosa. 4) Ademais, informem as partes as provas que pretendem produzir, justificando expressamente a pertinência e a imprescindibilidade, bem como observando que não há que se falar em prova oral no caso, haja vista que a discussão sobre a regulamentação da guarda e convivência enseja prova pericial. Prazo: 15 (quinze) dias. Sobre o assunto já decidiu o Eg. Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo: "APELAÇÃO - Alienação parental com pedido de modificação de regime de visitas - Cerceamento de defesa - Inocorrência - Pretensão à oitiva de testemunhas - Incidência do art. 330, I, c.c. 130, ambos do Código de Processo Civil - Processo instruído com prova documental e com laudos social e psicológico - Desnecessidade de produção de prova oral - Cerceamento de defesa não configurado - Inocorrência de alienação parental - Os estudos técnicos não indicam conduta prejudicial à filha que caracterize alienação parental - Regime de visitas - As visitas podem ser ampliadas, para garantir maior presença ativa e atuante do genitor na formação saudável da filha, como ressaltou o laudo social, incluindo o pernoite - Alegação de litigância de má-fé nas contrarrazões - Pretensão da apelada de que o autor seja condenado por litigância de má-fé -Descabimento - Hipótese em que não ficaram comprovados os requisitos dos art. 80 do Código Processo Civil - Sentença parcialmente reformada - Recurso provido em parte." (1000537-82.2021.8.26.0247 Classe/Assunto: Apelação Cível / Regulamentação de Visitas Relator(a): Mônica de Carvalho Comarca: Ilhabela Órgão julgador: 8ª Câmara de Direito Privado Data do julgamento: 23/10/2024 Data de publicação: 23/10/2024) 5) Determino, desde logo, a realização de estudo psicossocial. Serve a presente como ofício ao Setor Técnico para indicação de profissional para a realização da prova técnica acima determinada. Com a indicação de Profissional, remetam-se os autos ao Setor para o início dos trabalhos. 6) Após a especificação de provas pelas partes, dê-se vista dos autos ao Ministério Público e, na sequência, tornem conclusos para o saneamento do feito, oportunidade em que será também apreciado o pedido de fls. 206/212. 7) Manifestem-se as partes sobre os documentos juntados pela parte contrária (fls.179/205 e 213/216), no prazo de 15 (quinze) dias (art. 437, § 1º, do CPC). Eventual acordo celebrado poderá ser juntado aos autos, com todas as páginas assinadas pelas partes e advogados. Intime-se. - ADV: MISAQUE MOURA DE BARROS (OAB 341890/SP), JOHELEN MENDES RUBIM DE SOUZA (OAB 421440/SP), BEATRIZ MIRANDA KIM (OAB 467939/SP), M BARROS ADVOGADOS ASSOCIADOS (OAB 38746/SP)

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P. R. P. x W. T. Da C.

ID: 335124755

Tribunal: TJSP Órgão: Foro de Ribeirão Preto - 1ª Vara de Família e Sucessões Classe: Reconhecimento e Extinção de União Estável Nº Processo: 1065993-70.2024.8.26.0506

Data de Disponibilização: 25/07/2025

Polo Ativo:

P. R. P.

Polo Passivo:

W. T. DA C.

Intimação

Advogados:

MISAQUE MOURA DE BARROS

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JOHELEN MENDES RUBIM DE SOUZA

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BEATRIZ MIRANDA KIM

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Processo 1065993-70.2024.8.26.0506 - Reconhecimento e Extinção de União Estável - Dissolução - P.R.P. - W.T.C. - Vistos. Trata-se de ação de reconhecimento e dissolução de união estável c/c partilh… Processo 1065993-70.2024.8.26.0506 - Reconhecimento e Extinção de União Estável - Dissolução - P.R.P. - W.T.C. - Vistos. Trata-se de ação de reconhecimento e dissolução de união estável c/c partilha de bens, guarda e visitas proposta, em 07/12/2024 (1ª distribuição), por P.R.P. em face de W.T. da C. Emenda à inicial (fls. 22/27 e 33/34). Há, em trâmite neste mesmo Juízo, ação distribuída no mesmo ano (fls. 2024), pela genitora P.R.P. em face do réu W.T. da C., para a fixação de alimentos em favor da filha menor do casal Y.T.P. da C. (fls. 34), processo n° 1029357-08.2024.8.26.0506. Indeferido o arresto de bens e a liminar de guarda, foi regulamentado o regime de convivência paterna (livre) e fixada a residência fixa da menor no lar materno (fls. 39). O requerido foi citado (fls. 70), compareceu à audiência de conciliação, no CEJUSC, na qual não houve acordo (fls. 74). Posteriormente, contestou a ação (fls. 81/96), acompanhada de documentos (fls. 97/169). Requereu a concessão da gratuidade da Justiça. Impugnou a Justiça Gratuita concedida a fls. 28 em favor da autora. Alegou que a separação de fato do casal ocorreu em 10/02/2024. Apresentou proposta de partilha dos bens, com a inclusão das dívidas (fls. 85/92). Pugnou pela desocupação do imóvel pela requerente (fls. 94), pedido reiterado a fls. 206/212. Juntou documentos (fls. 213/216). Réplica (fls. 172/178), acompanhada de documentos (fls. 179/205). Diante de tais ponderações, passo a analisar o feito: 1) No tocante à impugnação da Justiça Gratuita. A Lei nº 1.060/1950 não estabelece parâmetros, pois deferiu ao Juízo a valoração, diante do caso concreto. Sendo assim, diante da circunstâncias apresentadas, cabe ao Juízo verificar se a parte possui ou não condições de arcar com as custas do processo, podendo, inclusive, indeferir o benefício ex officio (art. 5º). O benefício foi concedido à impugnada (autora) pelo Juízo (fls. 28), e o impugnante não demonstrou ser a impugnada capaz de suportar as custas do processo. Pelos documentos juntados pela impugnada (fls. 179/205), constata-se que não é capaz de suportar os custos do processo sem prejuízo do seu sustento e do sustento de sua família. Sendo assim, a manutenção do benefício é de rigor. Logo, diante do exposto, e considerando o que mais dos autos consta, REJEITO a IMPUGNAÇÃO À CONCESSÃO DOS BENEFÍCIOS DA ASSISTÊNCIA JUDICIÁRIA, e mantenho a gratuidade da Justiça em favor da requerente. Anote-se. 2) No que tange à Justiça Gratuita pleiteada pelo réu (fls. 81), intime-se-o, pela imprensa, a fim de providenciar a juntada aos autos, no prazo de 15 (quinze) dias, de cópia das 3 (três) últimas declarações de Imposto de Renda, 3 (três) últimas declarações de rendimentos, bem como cópia da CTPS, ressaltando-se que a Constituição Federal exige para a gratuidade a comprovação, não bastando a alegação da impossibilidade de arcar com as custas. Com a apresentação dos documentos solicitados, tornem conclusos. 3) No mais, determino o apensamento destes autos àquela ação de alimentos (processo n° 1029357-08.2024.8.26.0506), conforme determinado a fls. 13/14 e, ainda, a transferência destes autos à MMª Juíza de Direito Titular, Dra. Renata Rosa. 4) Ademais, informem as partes as provas que pretendem produzir, justificando expressamente a pertinência e a imprescindibilidade, bem como observando que não há que se falar em prova oral no caso, haja vista que a discussão sobre a regulamentação da guarda e convivência enseja prova pericial. Prazo: 15 (quinze) dias. Sobre o assunto já decidiu o Eg. Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo: "APELAÇÃO - Alienação parental com pedido de modificação de regime de visitas - Cerceamento de defesa - Inocorrência - Pretensão à oitiva de testemunhas - Incidência do art. 330, I, c.c. 130, ambos do Código de Processo Civil - Processo instruído com prova documental e com laudos social e psicológico - Desnecessidade de produção de prova oral - Cerceamento de defesa não configurado - Inocorrência de alienação parental - Os estudos técnicos não indicam conduta prejudicial à filha que caracterize alienação parental - Regime de visitas - As visitas podem ser ampliadas, para garantir maior presença ativa e atuante do genitor na formação saudável da filha, como ressaltou o laudo social, incluindo o pernoite - Alegação de litigância de má-fé nas contrarrazões - Pretensão da apelada de que o autor seja condenado por litigância de má-fé - Descabimento - Hipótese em que não ficaram comprovados os requisitos dos art. 80 do Código Processo Civil - Sentença parcialmente reformada - Recurso provido em parte." (1000537-82.2021.8.26.0247 Classe/Assunto: Apelação Cível / Regulamentação de Visitas Relator(a): Mônica de Carvalho Comarca: Ilhabela Órgão julgador: 8ª Câmara de Direito Privado Data do julgamento: 23/10/2024 Data de publicação: 23/10/2024) 5) Determino, desde logo, a realização de estudo psicossocial. Serve a presente como ofício ao Setor Técnico para indicação de profissional para a realização da prova técnica acima determinada. Com a indicação de Profissional, remetam-se os autos ao Setor para o início dos trabalhos. 6) Após a especificação de provas pelas partes, dê-se vista dos autos ao Ministério Público e, na sequência, tornem conclusos para o saneamento do feito, oportunidade em que será também apreciado o pedido de fls. 206/212. 7) Manifestem-se as partes sobre os documentos juntados pela parte contrária (fls.179/205 e 213/216), no prazo de 15 (quinze) dias (art. 437, § 1º, do CPC). Eventual acordo celebrado poderá ser juntado aos autos, com todas as páginas assinadas pelas partes e advogados. Intime-se. - ADV: JOHELEN MENDES RUBIM DE SOUZA (OAB 421440/SP), BEATRIZ MIRANDA KIM (OAB 467939/SP), MISAQUE MOURA DE BARROS (OAB 341890/SP)

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Fabio Da Silva Aragao Sociedade Individual De Advocacia x Ana Paula Bellentani Casseb e outros

ID: 324359722

Tribunal: TJSP Órgão: Foro de Ribeirão Preto - 9ª Vara Cível Classe: EXECUçãO DE TíTULO EXTRAJUDICIAL Nº Processo: 1049894-93.2022.8.26.0506

Data de Disponibilização: 14/07/2025

Polo Ativo:

FABIO DA SILVA ARAGAO SOCIEDADE INDIVIDUAL DE ADVOCACIA

Polo Passivo:

ANA PAULA BELLENTANI CASSEB ANDREA BELLENTANI CASSEB CENTRO UNIVERSITáRIO DO NORTE PAULISTA - UNORP LUCIANA BELLENTANI CASSEB DEL ARCO LUIS CARLOS CASSEB MARILENA COSTA CASSEB NAIR BARBARA BELLENTANI CASSEB

Intimação

Advogados:

SAMUEL ANTONIO ZANFERDINI

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RENAN AUGUSTO FRANCISCO DE LIMA

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JEAN DORNELAS

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FABIO DA SILVA ARAGAO SOCIEDADE INDIVIDUAL DE ADVOCACIA

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EDUARDO CUSTODIO

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ANDREA BELLENTANI CASSEB

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ANA CARLA PACHECO DORNELAS

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Processo 1049894-93.2022.8.26.0506 - Execução de Título Extrajudicial - Prestação de Serviços - Fabio da Silva Aragao Sociedade Individual de Advocacia - Centro Universitário do Norte Paulista - Uno… Processo 1049894-93.2022.8.26.0506 - Execução de Título Extrajudicial - Prestação de Serviços - Fabio da Silva Aragao Sociedade Individual de Advocacia - Centro Universitário do Norte Paulista - Unorp - - Nair Barbara Bellentani Casseb - - Luis Carlos Casseb - - Marilena Costa Casseb - - Ana Paula Bellentani Casseb - - Andrea Bellentani Casseb - - Luciana Bellentani Casseb Del Arco - Vistos. Cuida-se de exceção de pré-executividade oposta pelos executados às fls. 1050/1059, alegando: (i) nulidade do contrato de honorários advocatícios por suposta violação ao Código de Ética da OAB; (ii) vício de consentimento na celebração do pacto; (iii) ausência de exequibilidade, por falta de assinatura de duas testemunhas; (iv) enriquecimento ilícito; e (v) violação à boa-fé objetiva. Requereram, ainda, a suspensão da execução e a concessão de tutela provisória de urgência. O exequente, por sua vez, apresentou impugnação às fls. 1076/1092, arguindo, preliminarmente, a inadmissibilidade da exceção, ao fundamento de que as matérias deduzidas não são de ordem pública e demandam dilação probatória, o que é incompatível com a via eleita. No mérito, sustenta a regularidade do título executivo, a validade do contrato, a inexistência de vício de consentimento, bem como a ocorrência de novação pela celebração de acordo judicial com confissão de dívida. É o relatório. Decido. Da admissibilidade da exceção de pré-executividade. A exceção de pré-executividade constitui instrumento processual excepcional, de cabimento restrito, voltado exclusivamente à arguição de matérias de ordem pública, cognoscíveis de ofício, e que possam ser analisadas de plano, sem necessidade de dilação probatória. No presente caso, as matérias suscitadas pelos excipientes como vício de consentimento, excesso de execução, enriquecimento sem causa e abusividade contratual demandam análise probatória aprofundada, o que inviabiliza seu conhecimento pela via estreita da exceção. A jurisprudência é clara ao vedar a utilização da exceção de pré-executividade como substitutivo dos embargos à execução quando há necessidade de instrução probatória. Sobre o assunto: AGRAVO INTERNO. AGRAVO EM RECURSO ESPECIAL. EXCEÇÃO DE PRÉ-EXECUTIVIDADE. NECESSIDADE DE DILAÇÃO PROBATÓRIA. NÃO CABIMENTO. JURISPRUDÊNCIA DESTA CORTE SUPERIOR. SÚMULA 83/STJ. FUNDAMENTOS DO ACÓRDÃO NÃO IMPUGNADOS. SÚMULA 283/STF. REEXAME DE FATOS E PROVAS. SÚMULA 7/STJ. 1. "É firme a jurisprudência desta Colenda Corte em afirmar que a exceção de pré-executividade é cabível somente às matérias conhecíveis de ofício, que não demandem dilação probatória" (AgRg no AREsp 636.533/SP, Rel. Ministro MARCO BUZZI, QUARTA TURMA, DJe 16/2/2016.). 2. "Não se conhece do recurso especial pela divergência, quando a orientação do tribunal se firmou no mesmo sentido da decisão recorrida" (Súmula 83/STJ). 3. Os fundamentos do acórdão recorrido não foram devidamente impugnados, o que atrai a aplicação da Súmula 283 do STF. 4. Inviável, em recurso especial, reexaminar matéria fático-probatória. Incidência da Súmula 7 do Superior Tribunal de Justiça. 5. Agravo interno a que se nega provimento. (AgInt no AREsp 1593718/SP, Rel. Ministra Maria Isabel Gallotti, Quarta Turma, DJe 14/08/2020) (grifei) Todas as questões suscitadas são, na verdade, de índole contratual e já superadas por acordo judicial homologado nos autos (fl. 165), o que por si só inviabiliza o acolhimento da exceção. Da validade e exequibilidade do título executivo Ainda que assim não fosse, não subsiste qualquer vício formal no título executivo extrajudicial que embasa a execução. A alegação de ausência de exequibilidade por suposta falta de testemunhas é infundada. O instrumento contém duas testemunhas devidamente qualificadas e assinadas. Mesmo que se cogitasse assinatura posterior das testemunhas, a jurisprudência é pacífica em admitir essa possibilidade, conforme destacado: "Agravo de instrumento. Execução de título extrajudicial. Confissão de dívida. Alegação de inexigibilidade do título em razão da ausência das assinaturas das duas testemunhas. Inadmissibilidade. Assinatura posterior das testemunhas. Possibilidade. Título apto a embasar a execução. Recurso não provido." (TJSP; Agravo de Instrumento 2015554-09.2021.8.26.0000; Relator (a): Miguel Petroni Neto; Órgão Julgador: 16ª Câmara de Direito Privado; Foro de Limeira - 3ª Vara Cível; Data do Julgamento: 28/09/2021; Data de Registro: 07/10/2021) (grifei) AGRAVO DE INSTRUMENTO Execução por título extrajudicial Rejeição de exceção de pré-executividade Alegada necessidade do acolhimento da exceção por ter sido o instrumento particular de confissão de dívida assinado no ato por apenas uma testemunha, sendo subscrito por outra posteriormente Alegação improcedente Inteligência do artigo 784, III, do CPC Testemunhas apenas instrumentárias Possibilidade de assinatura em momento posterior, inclusive por pessoas desconhecidas das partes, não exigindo a lei maior rigor no preenchimento desse requisito Decisão mantida Recurso improvido. (TJSP; Agravo de Instrumento 2208419-30.2019.8.26.0000; Relator (a): Correia Lima; Órgão Julgador: 20ª Câmara de Direito Privado; Foro de São José do Rio Preto - 1ª Vara Cível; Data do Julgamento: 03/02/2020; Data de Registro: 03/02/2020) (grifei) Logo, não há qualquer mácula formal ou material que comprometa a exigibilidade do título. Importa destacar, ademais, que os próprios executados celebraram acordo judicial posteriormente homologado, reconhecendo a dívida e assumindo obrigação com novo cronograma de pagamento, o que afasta a discussão sobre eventual vício formal do contrato extrajudicial anterior. Do pedido de efeito suspensivo Conforme já mencionado na decisão de fls. 1017, foi proferida decisão nos autos de n° 1061531-70.2024.8.26.0506 a qual já apreciou o pedido de suspensão deste feito e foi negado o pedido, sendo mantido em sede de agravo de instrumento (fl. 1015/1016). Diante do exposto, rejeito a exceção de pré-executividade apresentada pelos executados às fls. 1050/1059. Determino o imediato prosseguimento do feito executivo. Deixo de aplicar, por ora, penalidade por litigância de má-fé, sem prejuízo de reapreciação caso persistam condutas processuais incompatíveis com a lealdade e a boa-fé. Fls. 1020/1048: Considerando a concordância do exequente (fl. 1049), cadastre-se o peticionante como terceiro interessado nos autos. Intime-se. - ADV: ANDREA BELLENTANI CASSEB (OAB 158756/SP), ANDREA BELLENTANI CASSEB (OAB 158756/SP), ANDREA BELLENTANI CASSEB (OAB 158756/SP), ANDREA BELLENTANI CASSEB (OAB 158756/SP), ANDREA BELLENTANI CASSEB (OAB 158756/SP), ANDREA BELLENTANI CASSEB (OAB 158756/SP), ANDREA BELLENTANI CASSEB (OAB 158756/SP), JEAN DORNELAS (OAB 155388/SP), RENAN AUGUSTO FRANCISCO DE LIMA (OAB 452303/SP), ANA CARLA PACHECO DORNELAS (OAB 325781/SP), SAMUEL ANTONIO ZANFERDINI (OAB 408426/SP), EDUARDO CUSTODIO (OAB 472284/SP), FABIO DA SILVA ARAGAO SOCIEDADE INDIVIDUAL DE ADVOCACIA (OAB 41469/SP)

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Processo nº 1064344-70.2024.8.26.0506

ID: 279011235

Tribunal: TJSP Órgão: Foro de Ribeirão Preto - 5ª Vara Cível Classe: PEDIDO DE PROVIDÊNCIAS Nº Processo: 1064344-70.2024.8.26.0506

Data de Disponibilização: 26/05/2025

Polo Ativo:

NILTON MARGATHO

Polo Passivo:

Intimação

Advogados:

ANTONIO APARECIDO ORSOLINO

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ADV: Antonio Aparecido Orsolino (OAB 91976/SP) Processo 1064344-70.2024.8.26.0506 - Pedido de Providências - Reqte: Nilton Margatho - Trata-se de pedido de providências - na modalidade inversa - form… ADV: Antonio Aparecido Orsolino (OAB 91976/SP) Processo 1064344-70.2024.8.26.0506 - Pedido de Providências - Reqte: Nilton Margatho - Trata-se de pedido de providências - na modalidade inversa - formulado por NILTON MARGATHO, visando à retificação de escritura pública do imóvel localizado na Avenida Primeiro de Maio, nº 90, edificado sobre o Lote 15 da Quadra 05, da Vila Progresso, objeto da transcrição nº 21844, livro 03 Q FL 061 B, do 1º Oficial de Registro de Imóveis desta comarca. Alega a parte requerente ser o legítimo proprietário do referido imóvel, mas que existe erro no registro; consta o Lote 15 com o número do imóvel incorretamente registrado como nº 102, quando o correto seria nº 90. Aduz que a escritura foi lavrada no 5º Tabelionato de Notas de Ribeirão Preto, em 27 de maio de 2004, tendo como vendedores Manoel Santos Gabarra e sua esposa Jacira Cintra Gabarra, e como compradores Nilton Margatho e Cleusa Pim de Campos, sendo que os vendedores e a compradora Cleusa já faleceram. O órgão registrário (fls. 62/65) apontou que o lote nº 15 da quadra 05 da Vila Progresso, indicado na escritura, juntamente com o prédio nº 102 da avenida 1º de Maio, de titularidade de Manoel Santos Gabarra e sua mulher, Jacira Cintra Gabarra, por força da transcrição nº 21.844 do Livro 3-Q, fls. 61, item "b", já havia sido alienado anteriormente por força da transcrição nº 54.208 do Livro 3-AN, de 24 de abril de 1969, para Benedita da Silva Ferreira, a qual posteriormente alienou o mesmo imóvel, conforme se observa da matrícula nº 51.286. Destacou ainda que já houve tentativa anterior de retificação da matrícula nº 51.286, para que passasse a ter como objeto o lote nº 14 da quadra 05 da Vila Progresso, o que foi negado tanto pelo Juízo Corregedor Permanente quanto pela Corregedoria Geral da Justiça, conforme processo nº 1046024-16.2017.8.26.0506. Requereu, por fim, o encaminhamento dos autos para uma das varas cíveis desta comarca, e, alternativamente, a conversão do procedimento em dúvida, com julgamento pela procedência. O órgão ministerial (fls. 75/76) pugnou pelo não acolhimento da pretensão, com a manutenção dos óbices. Eis o relatório. Decido. Inicialmente, cumpre destacar que o procedimento deve ser recebido e processado como dúvida registrária, nos termos do art. 198 da Lei nº 6.015/73, por tratar-se de questão atinente à qualificação registral, ainda que promovida na modalidade inversa pelo interessado. No mérito, a pretensão não comporta acolhimento. Da análise dos autos, verifica-se que o requerente pretende o registro de escritura pública lavrada em 27 de maio de 2004, na qual figura como adquirente do imóvel situado à Avenida Primeiro de Maio, nº 90, edificado sobre o Lote 15 da Quadra 05, da Vila Progresso. Contudo, conforme demonstrado pelo Oficial Registrador, o imóvel objeto da transcrição nº 21.844 (Lote 15, Quadra 05, Vila Progresso) já havia sido alienado pelos vendedores Manoel Santos Gabarra e Jacira Cintra Gabarra em 24 de abril de 1969, através da transcrição nº 54.208, para Benedita da Silva Ferreira, que posteriormente também alienou o imóvel, conforme matrícula nº 51.286. Tal fato constitui violação ao Princípio da Continuidade Registral, consagrado no art. 195 da Lei nº 6.015/73, que preconiza: "Se o imóvel não estiver matriculado ou registrado em nome do outorgante, o oficial exigirá a prévia matrícula e o registro do título anterior, qualquer que seja a sua natureza, para manter a continuidade do registro." Além disso, também resta caracterizada violação ao Princípio da Disponibilidade, previsto no art. 172 da mesma Lei, segundo o qual ninguém pode transferir mais direitos do que os constantes do registro, bem como ao disposto no art. 225, caput, da Lei nº 6.015/73. No caso em tela, quando da lavratura da escritura pública em 2004, os vendedores (Manoel Santos Gabarra e sua esposa) já não eram mais proprietários do imóvel identificado como Lote 15 da Quadra 05 da Vila Progresso, tendo em vista a alienação anterior realizada em 1969. Portanto, não poderiam dispor de bem do qual não mais detinham a propriedade. Outrossim, conforme informado pelo Oficial Registrador, já houve tentativa anterior de retificação da matrícula nº 51.286 para alterar o objeto para o lote nº 14 da quadra 05 da Vila Progresso, o que foi negado tanto pelo Juízo Corregedor Permanente quanto pela E. Corregedoria Geral da Justiça, no processo nº 1046024-16.2017.8.26.0506, o que reforça a impossibilidade de acolhimento da pretensão pela via administrativa. Ressalte-se que o pedido do requerente não visa propriamente impugnar as exigências formuladas pelo Oficial Registrador, mas sim obter autorização judicial para retificação da escritura sem a necessidade de assinaturas das partes falecidas, o que, de fato, demandaria a propositura de ação própria perante uma das Varas Cíveis, e não pela via administrativa da dúvida registrária. Nesse sentido, a jurisprudência do E. Conselho Superior da Magistratura é pacífica ao reconhecer que o procedimento de dúvida não é a via adequada para discutir questões de direito material ou para suprir requisitos formais de títulos, conforme precedentes: "REGISTRO DE IMÓVEIS - DÚVIDA - ESCRITURA DE VENDA E COMPRA - AUSÊNCIA DE CONTINUIDADE REGISTRAL - NECESSIDADE DE PRÉVIA REGULARIZAÇÃO DA TITULARIDADE DOMINIAL - RECURSO NÃO PROVIDO" (CSM, Apelação Cível nº 1007511-94.2019.8.26.0562, Rel. Des. Pinheiro Franco, j. 12/03/2020). "REGISTRO DE IMÓVEIS - DÚVIDA JULGADA PROCEDENTE - ESCRITURA PÚBLICA DE VENDA E COMPRA - AUSÊNCIA DE CONTINUIDADE REGISTRAL - NECESSIDADE DE AÇÃO JUDICIAL - RECURSO DESPROVIDO." (CSM, Apelação Cível nº 1004652-42.2018.8.26.0077, Rel. Des. Geraldo Francisco Pinheiro Franco, j. 11/12/2018). Ademais, é vedado ao registrador proceder a alterações no registro sem expressa determinação judicial, conforme dispõe o art. 213, I, da Lei nº 6.015/73, não sendo possível, na via administrativa, suprir ou sanar vícios de títulos que demandem produção de provas ou análise de questões de direito material. Por fim, deve-se destacar que a eventual retificação pretendida pelo requerente não poderia ser efetivada sem a oitiva de todos os interessados, especialmente os atuais proprietários do imóvel constantes da matrícula nº 51.286, o que reforça a necessidade de utilização da via judicial adequada. Ante o exposto, MANTENHO o óbice registrário apontado pelo 1º Oficial de Registro de Imóveis de Ribeirão Preto/SP. Deverá a parte interessada, caso queira, promover o ajuizamento de ação própria perante uma das varas Cíveis desta Comarca de Ribeirão Preto/SP. Sem custas. Tomadas as providências de praxe, arquive-se o feito. Intimem-se.

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Processo nº 1004613-43.2025.8.26.0625

ID: 298404180

Tribunal: TJSP Órgão: Foro de Taubaté - 3ª Vara Cível Classe: PROCEDIMENTO COMUM CíVEL Nº Processo: 1004613-43.2025.8.26.0625

Data de Disponibilização: 13/06/2025

Polo Ativo:

CENTO ODONTOLOGICO DOUTOR DO VALE SORRISO LTDA

Polo Passivo:

Intimação

Advogados:

LUIZ MATHEUS SEBBA CORREIA ROUSSEAU DE CASTRO

OAB/GO XXXXXX Desbloquear

Processo 1004613-43.2025.8.26.0625 - Procedimento Comum Cível - Bancários - Cento Odontologico Doutor do Vale Sorriso Ltda - Juiz(a) de Direito: Dr(a). Rodrigo Valério Sbruzzi Vistos. I - Faz-se a an… Processo 1004613-43.2025.8.26.0625 - Procedimento Comum Cível - Bancários - Cento Odontologico Doutor do Vale Sorriso Ltda - Juiz(a) de Direito: Dr(a). Rodrigo Valério Sbruzzi Vistos. I - Faz-se a análise das alegadas abusividades frente a cada um dos contratos. - Cédula de crédito bancário n. 15.598.480 (n. 237/1559) (fls.74/89). Os juros - reduzidos - fixados foram de 1,46% ao mês e 18,99% ao ano (fls.75) e, na essência, toda fundamentação para se considerar a inexistência de alguma abusividade já foi posta na decisão de fls.110/117. As parcelas mensais são fixas (por encargos também pré-fixados) em R$7.574,16 e isso descaracteriza a forma de capitalização, propriamente, que a autora parece compreender existente. Ainda que assim não fosse, a operação, que já conta com autorização legal para a capitalização, contém previsão expressa na cláusula de encargos remuneratórios (fls.77) com remissão ao campo 5 do quadro II das condições gerais (Diária - fls.75). - Cédula de crédito bancário n. 0004761322 (fls.181/188). Os juros fixados foram de 3,22867% ao mês e 46,42121% ao ano (fls.181) e, na essência, toda fundamentação para se considerar a inexistência de alguma abusividade já foi posta na decisão de fls.110/117. A operação, que já conta com autorização legal para a capitalização, contém previsão expressa na cláusula de encargos financeiros (fls.183) (...) incidirão juros capitalizados e apurados pro dias úteis às taxas contratadas (...). - Da cédula de crédito bancário n. 15.746.851 (fls.189/206). Os juros - reduzidos - fixados foram de 1,46% ao mês e 18,99% ao ano (fls.190) e, na essência, toda fundamentação para se considerar a inexistência de alguma abusividade já foi posta na decisão de fls.110/117. As parcelas mensais são fixas (por encargos também pré-fixados) em R$7.769,28 e isso descaracteriza a forma de capitalização, propriamente, que a autora parece compreender existente. Ainda que assim não fosse, a operação, que já conta com autorização legal para a capitalização, contém previsão expressa na cláusula de encargos remuneratórios (fls.192), com remissão ao campo 5 do quadro III das condições gerais (Diária - fls.190). Nada há de abusivo: taxas claramente estabelecidas e capitalização diária com expressas previsões. De início, há de se reafirmar que as cédulas, por regulamentação própria, contam com expressa autorização para capitalização de juros, quando realmente há. A decisão pretérita já antecipou que: A contratação é por cédula de crédito bancário e a capitalização conta com expressa previsão (cláusula 2.1 fls.77) e expressa autorização pelo art. 28 da Lei n. 10.931/2004, pelo que a exigência não é tida como abusiva (TJSP Apelação n. 1006516-75.2017.8.26.0114; Rel: Jovino de Sylos; j: 22/10/2019; TJSP Apelação n. 1077215-92.2024.8.26.0002; Rel: Walter Fonseca; j: 19/05/2025; TJSP Apelação n. 1004497-96.2024.8.26.0358; Rel: Gilberto Franceschini; j: 16/05/2025; TJSP Apelação n. 1023798-70.2024.8.26.0506; Rel: Ricardo Pessoa de Mello Belli; j: 14/05/2025). De qualquer forma, o que prepondera é que: (Súmula n. 541 do C.STJ): A previsão no contrato bancário de taxa de juros anual superior ao duodécuplo da mensal é suficiente para permitir a cobrança da taxa efetiva anual contratada. Destaco, dentre inúmeros: Apelação n. 1007260-59.2024.8.26.0006 (TJSP); Rel: Coutinho de Arruda; 16ª Câmara de Direito Privado; j: 07/04/2025; EMENTA: Ação revisional - cédula de crédito bancário - taxas pré-fixadas - aplicação da Tabela "Price" - sistemática que afasta a capitalização - atualização do saldo devedor antes do pagamento - critério que propicia equilíbrio entre as partes - capitalização de juros permitida - aplicação da Súmula nº 541 do STJ - ação julgada improcedente - sentença mantida - recurso improvido; Apelação n. 1004154-36.2023.8.26.0132 (TJSP); Rel: Miguel Petroni Neto; 21ª Câmara de Direito Privado; j: 03/12/2024; EMENTA: 1:- Ação revisional - Cédula de crédito bancário - Financiamento de veículo. 2:- Juros - Inexistência de limite legal às instituições financeiras - Cobrança de juros superiores a 12% ao ano que não significa irregularidade - Inaplicabilidade do art. 591 c/c art. 406, do CC - Abusividade não verificada - Demonstração de que as taxas pactuadas não são abusivas em relação à média praticada pelo mercado financeiro em operações similares, mediante consulta ao site do BACEN - Questões consolidadas nos Tribunais Superiores (REsp. 1.061.530/RS, apreciado nos termos do art. 543-C, do CPC/1973 e Súm. 648, do STF). 3:- Capitalização de juros em período inferior ao anual autorizada - Aplicação da Medida Provisória nº 1.963-17/2000, da Súmula 539, do STJ, bem como da Lei nº 10.931/2004 - Existência de cláusula expressa autorizando a capitalização - Não verificação, ademais, em contratos com parcelas de pagamento pré-fixadas. 4:- Afastamento das penas por litigância de má-fé - Apresentação e interpretação de teses jurídicas que não se acolheram, não havendo verificação específica de prática lesiva dos autores - Inaplicabilidade do art. 80, do CPC. 5:- Recurso parcialmente provido. A fundamentação que a autora traz para marcar eventual excepcionalidade não convence, pois inexistem fatores claros a autorizar alguma discussão sobre tema já pacificado e de observância obrigatória. Respeitados entendimentos contrários, todas as condições contratuais estão bem postas nos instrumentos das cédulas e as contratações foram celebradas sem vícios de consentimento, até porque, tratando-se de pessoa jurídica contratante, não se há de cogitar de uma eventual hipossuficiência, de eventual desequilíbrio. Para além disso, vê-se que a autora chegou à conclusão de que os juros aplicados pelo réu são superiores aos do contrato porque, simplesmente, lançou mão da singela calculadora cidadã (ou calculadora do cidadão). É o que se extrai da tela às fls.5. Tomado isso em conta, a consideração a ser feita é: Calculadora do Cidadão trata-se de ferramenta de cunho meramente estimativo e referencial (TJSP - Apelação n. 1049739-63.2022.8.26.0224; Rel: Sergio Gomes; j: 06/09/2023). Objetivamente, essa funcionalidade (a calculadora) não leva em conta todos os encargos contratuais e o custo efetivo total, sendo, pois, inaplicável (TJSP - Apelação n. 1028267-87.2022.8.26.0003; Rel: Álvaro Torres Júnior; j: 04/09/2023; TJSP - Apelação n. 1002148-15.2024.8.26.0102; Rel: Paulo Toledo; j: 09/06/2025). Assim: Cálculo a partir da "calculadora do cidadão", disponibilizada no site do Banco Central não se reveste de força probante para comprovar a aplicação de juros remuneratórios abusivos, por não considerar todos os encargos contratuais incidentes no negócio (TJSP - Apelação n. 1019498-59.2023.8.26.0002; Rel: Francisco Giaquinto; j: 04/09/2023). A partir da imposição legal advinda do §2º do art. 330 do CPC, referido pela autora na lauda de fls.14 da inicial, o que se exige para a viabilidade - mínima - da ação revisional vai muito além da utilização da singela calculadora cidadã (ou calculadora do cidadão). É de todo indispensável que haja apontamentos técnicos claros e precisos com base em todos os encargos do contrato (CET). É descabida a postulação a que se inverta o ônus da prova para que o réu evidencie aquilo que cabe à autora evidenciar já preliminarmente, já para ajuizamento da demanda. Sob qualquer perspectiva, portanto, inexistem fundamentos precisos para se afastar a aplicação das teses definidas e de observância obrigatória. Diante do exposto, JULGO LIMINARMENTE IMPROCEDENTES os pedidos (art. 332, incs. I e II, do Código de Processo Civil) e, por consequência, JULGO EXTINTO o processo, com resolução do mérito, na forma do art. 487, inc. I, do Código de Processo Civil. II - Oportunamente, nada mais sendo postulado ou havendo a cometer, arquivem-se os autos com as anotações necessárias. III - Ficam as partes e interessados advertidos de que, para interposição de recurso e estando obrigados ao recolhimento de custas/preparo, deverão apresentar planilha de apuração do valor recolhido para que, posteriormente, seja praticado pela Serventia o disposto no inc. VI do art. 102 das NSCGJ (Provimento CG n. 01/2010) e no item 1 do Comunicado CG n. 136/2020. IV - Publique-se. Intimem-se. Dispensado o registro (Prov. CG n. 27/2016). - ADV: LUIZ MATHEUS SEBBA CORREIA ROUSSEAU DE CASTRO (OAB 52152/GO)

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B. M. P. x W. De O. M.

ID: 309506063

Tribunal: TJSP Órgão: Foro de Ribeirão Preto - 2ª Vara de Família e Sucessões Classe: Guarda de Família Nº Processo: 1007211-70.2024.8.26.0506

Data de Disponibilização: 27/06/2025

Polo Ativo:

B. M. P.

Polo Passivo:

W. DE O. M.

Intimação

Advogados:

TAISA DE SOUSA GODINES

OAB/SP XXXXXX Desbloquear

RICARDO SORDI MARCHI

OAB/SP XXXXXX Desbloquear

MIGUEL TALIACOLLO BOTINI CERIZZA

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LARISSA CLAUDINO DELARISSA

OAB/SP XXXXXX Desbloquear

Processo 1007211-70.2024.8.26.0506 (apensado ao processo 1050005-77.2022.8.26.0506) - Guarda de Família - Regulamentação de Visitas - B.M.P. - W.O.M. - Vistos. 1. Trata-se de ação de modificação de… Processo 1007211-70.2024.8.26.0506 (apensado ao processo 1050005-77.2022.8.26.0506) - Guarda de Família - Regulamentação de Visitas - B.M.P. - W.O.M. - Vistos. 1. Trata-se de ação de modificação de guarda e de regime de visitas. 2. À autora foram deferidos os benefícios da gratuidade da justiça; e o réu os requereu na contestação. A autora impugna o requerimento do réu, e este requer a revogação do deferimento feito à parte contrária. Repete-se aqui o que já ocorreu em ações anteriores que as partes, representadas pelos mesmos advogados, contendem nesta Vara. Sem prova nova aqui feita, cabe decidir aqui da mesma forma que nos outros feitos, por coerência lógica. 2.1. O requerimento do réu à concessão da gratuidade da justiça foi um tanto genérico, reportando-se a extratos bancários, mas sem comprovar sua renda, e dizendo que estaria sendo demandado pela autora em diversos processos, o que por si só não comprometeria sua condição econômica. Reporto-me, pois, ao que já decidi na ação de reconhecimento e dissolução de união estável, sob nº. 1049998-85.2022.8.26.0506: "11. Indefiro ao réu os benefícios da gratuidade da justiça (fls. 1.630/1.631). Como visto acima, ele mesmo disse que, após a separação de fato adquiriu um veículo caro, Jeep Renegade. Também disse na contestação que o Fiat Toro havia sido comprado recentemente. É ele profissional qualificado, cirurgião-dentista, podendo trabalhar e ter os ganhos próprios; não havendo relação entre as ações de família que contende com o fato de ter, ao que alegou, rescindido contrato de locação de consultório e passado a dividir espaço com colega, o que, de toda maneira, não o impediria de continuar exercendo sua profissão. E embora possa ter dividas (que acabaram não sendo relacionadas pelas partes, apesar de terem se proposto a assim fazer às fls. 1.643), juntamente com a autora, não esclareceu bem até aqui quanto pode perceber por atividade com produção de leite em imóvel rural situado em Minas Gerais e sujeito à partilha". Se não bastasse, mais recentemente, no dia 5 deste mês, agravo de instrumento que o réu interpôs naquele feito contra essa decisão, sob nº. 2228411-98.2024.8.26.0000, foi julgado improvido, quando a capacidade econômica da parte foi analisada ainda de forma maior (cópia às fls. 2.838/2.842). Assim, indefiro ao réu os benefícios da gratuidade da justiça. 2.2. Em relação à parte autora, ficam mantidos, em consonância também com o que já havia decidido antes naquela mesma ação (fls. 904/905), com a seguinte fundamentação: "1. A impugnação que o réu faz à concessão dos benefícios da gratuidade da justiça à autora é igualzinha àquela que deduziu nos autos da ação de guarda e de alimentos em que ele também é parte, e que se processa neste Juízo sob nº. 10500050-77.2022.8.26.0506 (fls. 271/299 daqueles autos). Recentemente já decidi a questão naquele feito (atuando os mesmos advogados das partes nas duas ações) do seguinte modo, servindo, pois, tal decisão também a estes autos, e que fica aqui adotada, repetindo então adiante seus fundamentos, na parte pertinente a essa questão processual: "1. A maior parte dos argumentos que o réu deduziu na contestação, com os quais postula imediata revogação dos benefícios da gratuidade da justiça e de alimentos provisionais para a autora, - com exceção da questão objeto do próximo item desta decisão (mas considerando provas posteriores à contestação trazidas pelo réu) e também do quanto exposto no item 3, exigindo maiores esclarecimentos -, afiguram-se prematuros para serem acolhidos, pois dependem de maior e regular dilação probatória; e outros argumentos desde logo são rejeitados. O fato da ré ter joias (que ela afirma serem de herança) ou relógios de valor e bolsas de luxo não consistiriam em razão para alteração das decisões, não constando que tenha adquirido tais bens com recursos próprios, e que isso tivesse ocorrido após a separação de fato, além de não poder se exigir que a autora se desfaça de tais bens para fazer frente a algumas necessidades vitais dela e das filhas. As duas filhas das partes estão com as idades onze e treze anos, de modo que a referência ao fato da genitora ter tido babás para elas seria sobre anos bem passados. Ter a autora empregada doméstica e de pagar também piscineiro são argumentos que roboram o padrão de vida mais elevado que a família teria, ressaltando assim as despesas habitacionais que comporiam os alimentos, e não constando até aqui que, apenas com recursos próprios, a autora possa estar mantendo tais gastos; e lembrando que de tais serviços as filhas também se beneficiariam. Argumento de haver contratado advogados particulares também não é algo que leve ao acolhimento da pretensão do réu, de revogação da gratuidade da justiça deferida à autora, pois tal pretensão dele vai contra a previsão do art. 99, § 4º., do CPC. ... A tudo acrescente-se que o réu interpôs agravo de instrumento, com os mesmos propósitos, e não consta que tenha obtido liminar, com efeito suspensivo". Embora com a mesma decisão também tenha reconhecido que a autora possua alguma renda, decorrente da venda feita através de rede social de sabonetes que confeccionaria em casa, e por isso tendo sido reduzido o valor dos alimentos provisionais a ela, foi ressalvado também que tal rendo, pela própria forma do comércio, pode não ser elevada. Enfim, não é caso se se revogar os benefícios da gratuidade da justiça à autora, porque a questão demanda maior dilação probatória, que se aprofunda agora com esta decisão saneadora e deferimento de muitas provas requeridas pelas partes" 3. No mais, inexistem vícios ou irregularidades processuais, com partes legitimadas à ação e estando presente o interesse processual de agir. Declaro saneado o processo. 4. Estudo psicossocial com as partes e suas filhas já foi realizado, em cumprimento à decisão inicial, que havia determinado a antecipação do mesmo. Nesse estudo técnico a matéria objeto de quesitos constou do teor dele, e o fato da autora entender que não se deu ênfase a determinado ponto que ela reputava mais importante (item 5 de fls. 424) não enseja complementação do trabalho, mesmo porque a assistente social e psicóloga realizam seus trabalhos com técnicas de entrevistas para obterem os dados que entenderem necessários ao seu trabalho, não lhes cabendo tarefa investigativa sobre intensidade de eventuais agressões verbais passadas, que espontaneamente também não lhes teriam sido trazidas. Indefiro assim o requerimento de complementação do trabalho técnico. 5. Faculto à parte autora manifestação, em quinze dias, sobre o parecer técnico juntado pelo réu (fls 363/370) e com os documentos anexados às duas últimas petições dele (fls. 371/422 e 439/474). Após, abra-se vista ao Ministério Público. 6. Designo audiência de instrução e julgamento para o próximo dia 20/08, às 14:00 horas, deferindo o depoimento pessoal da autora e do réu, bem como a oitiva de testemunhas, fixando-se o prazo de dez dias para apresentação de rol (caso mantido o interesse em tal prova). Pela publicação desta decisão a seus advogados as partes ficam intimadas ao comparecimento, para prestarem depoimento pessoa, sob pena de confissão. Como em toda audiência, será prévia e novamente tentada a conciliação entre as partes. 7. É facultativa, evidentemente, a participaçãos das partes em procedimento de mediação, como também a realização de psicoterapias, pois apenas sugerido ao final do estudo técnico. Dada a natureza do conflito entre as partes, emita-se em favor delas convite para participação (também facultativa) no projeto Oficina de Pais e Filhos. Cuida-se de programa educacional interdisciplinar para pais (que tenham ou não vivido juntos) e os respectivos filhos menores em fase de reorganização familiar, desenvolvido pelo Conselho Nacional de Justiça, com a ajuda de psicólogos, que também tem o apoio do E. Tribunal de Justiça deste Estado, e atende a princípios da dignidade da pessoa humana e do melhor interesse das crianças e adolescentes. O projeto da Oficina de Pais não visa a avaliar ou julgar os pais, mas apenas tem o propósito de auxiliá-los, bem como seus filhos menores, a superarem uma fase de reorganização familiar, prevenindo novos conflitos, em objetivo também buscado no Poder Judiciário, com um processo (pacificação dos conflitos). Assim, ficam as partes convidadas a participar da Oficina de Pais e Filhos, em data a ser requisitada pela serventia. A sessão se realizará na forma presencial, na Universidade Moura Lacerda, dos Campos Elíseos (entrada pela Rua Padre Euclides, 995, - link do google maps deste endereço eletrônico: https://maps.app.goo.gl/6q2uA3vKgteKFG36A). Fornecido pelas partes nos autos seus e-mails (com o que se entenderá aceitação em participarem do projeto), comunique-se uma das psicólogas forenses Coordenadora do evento, para que assim possa encaminhar o convite aos interessados. 8. Intimem-se. Ciência ao Ministério Público. - ADV: RICARDO SORDI MARCHI (OAB 154127/SP), LARISSA CLAUDINO DELARISSA (OAB 279593/SP), TAISA DE SOUSA GODINES (OAB 413330/SP), MIGUEL TALIACOLLO BOTINI CERIZZA (OAB 460633/SP)

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Processo nº 1062113-70.2024.8.26.0506

ID: 306520441

Tribunal: TJSP Órgão: Foro de Ribeirão Preto - 3ª Vara de Família e Sucessões Classe: EXECUçãO EXTRAJUDICIAL DE ALIMENTOS Nº Processo: 1062113-70.2024.8.26.0506

Data de Disponibilização: 24/06/2025

Polo Ativo:

R. M. DA S. P. M.

Polo Passivo:

Intimação

Advogados:

SARAH SILVA DE FARIA NABUCO

OAB/SP XXXXXX Desbloquear

CLOVIS AUGUSTO RIBEIRO NABUCO JUNIOR

OAB/SP XXXXXX Desbloquear

Processo 1062113-70.2024.8.26.0506 - Execução Extrajudicial de Alimentos - Alimentos - R.M.S.P.M. - Trata-se de execução de alimentos em que a parte credora objetiva o recebimento da quantia menciona… Processo 1062113-70.2024.8.26.0506 - Execução Extrajudicial de Alimentos - Alimentos - R.M.S.P.M. - Trata-se de execução de alimentos em que a parte credora objetiva o recebimento da quantia mencionada na inicial e das parcelas que vencerem no curso do processo. Citado, o executado apresentou justificativa alegando a ocorrência da litispendência, falta de condições financeiras para pagamento do saldo devedor, além de impugnar a concessão da assistência judiciária concedida à exequente e propondo o pagamento do débito de forma parcelada. A justificativa foi impugnada pela parte credora, que alegou a inocorrência da litispendência por não haver coincidência das parcelas cobradas com as que contam dessa ação, bem como não serem verdadeiras as alegações concernentes a falta de condições financeiras em razão de dilapidação do patrimônio, questão que estaria sendo tratada em outra ação e manifestando a não aceitação da proposta de parcelamento. Apresentou documentação comprovando fazer jus a concessão da assistência judiciária. Requereu o regular prosseguimento do feito. É o relatório, em síntese. DECIDO. Diante da documentação juntada aos autos, tenho que a impugnação à justiça gratuita não procede. A condição de pobreza, enquanto requisito da concessão do benefício da Justiça Gratuita, restringindo-se à impossibilidade de custeio do processo, sem prejuízo próprio ou da família não sofre com a circunstância eventual de a parte ter bens móveis ou imóveis, se esses nada lhe rendem, ou se o que rendem não lhe evitaria aquele prejuízo. Nesse sentido é a jurisprudência pacífica. Existe, de pronto, a presunção legal relativa, que, oriunda da mera assertiva da parte cede apenas a prova em contrário que deve ser produzida pelo impugnante ou vinda aos autos de outro modo. Trata-se de presunção juris tantum, que deve ser interpretada de conformidade como caráter generoso das garantias constitucionais do acesso à Jurisdição e da Assistência Judiciária (artigo 5o, incisos XXXV e LXXIV da Constituição da República). Assim, diante da ausência de provas cabais apresentadas pelo impugnante, e contestadas as alegações pela impugnada, a improcedência é de rigor. No caso concreto, a mencionada declaração de necessidade somente se desfaz por provas e a Declaração de Imposto de Renda da impugnada demonstram que não tem rendimento que sinalize tenha condição de pagar todas as verbas sucumbenciais e despesas do processo sem prejuízo do seu próprio sustento e da sua família. Há uma presunção legal de pobreza. A concessão do benefício da Assistência Judiciária Gratuita não pressupõe a miserabilidade dos pretendentes, cumprindo a impugnante o ônus de provar a desnecessidade. Não se exige que seja a parte beneficiária miserável. O conceito de pobreza é jurídico e consiste em não possuir condições de pagar as custas e despesas do processo sem o prejuízo do sustento próprio e da família. E tal declaração, constante dos autos, não cede às simples e infundadas alegações da parte contrária e estão demonstradas nos autos que o requerente não ostenta condição financeira suficiente para afastar o benefício da assistência judiciária. Ante o exposto, NÃO acolho a impugnação e MANTENHO o benefício da Assistência Judiciária concedido nos autos à parte ora impugnada. No mais, há que se afastar a alegação de litispendência. Das certidões exaradas nos autos não se verifica cobrança de parcelas em duplicidade. Nos autos de nº 1019027-49, executam-se as parcelas vencidas em 10/01/24 a 10/03/2024, além daquelas que se vencerem no curso do processo. Porém, foi realizado acordo englobando as parcelas de 10/01/2024 até 10/07/2024 e, posteriormente, convertido o rito processual para expropriação de bens, ou seja, embora possam englobar as prestações vencidas no curso do processo, é evidente que isso não retira do credor a possibilidade de optar por cobrar as mais recentes pelo rito da coerção, que é mais efetivo. Portanto, inexiste litispendência, bastando se observar naquele feito a existência deste, limitando as prestações lá cobradas. Já nos autos de nº 1018032-70, rito da expropriação de bens, executam-se as diferenças de pagamento das parcelas de abril/2017 a dezembro/2022, além dos meses de 10/03/2023 e 10/04/2023. Portanto, inexistentes parcelas ou períodos em duplicidade, rejeito a alegação de litispendência, devendo os autos terem o seu regular prosseguimento. Falta ou precariedade de condições financeiras, desemprego, constituição de nova família, existência de outra prole com pensão fixada, possibilidades do outro genitor, não são matérias que obstaculizem o decreto de prisão. Como bem assevera o parágrafo 2º do art. 528 do CPC, "Somente a comprovação de fato que gere a impossibilidade absoluta de pagar justificará o inadimplemento". O título somente pode ser desconstituído por meio de outra ação de conhecimento (revisional ou exoneratória). Sem ela, salvo em casos excepcionalíssimos, o devedor não se livra da prisão enquanto medida de natureza coercitiva. E é oportuno lembrar que mesmo essa tem sua eficácia restrita à data da citação (da ação revisional ou exoneratória). Como é o ato que constitui o devedor em mora, apesar de ter o poder de retroagir à data da citação, não estão cobertas as prestações vencidas antes da propositura da demanda. Daí que mesmo que a ação revisional ou exoneratória seja acolhida em sentença, não é possível ter efeito retroativo à sua propositura. Em casos tais, a presunção é de que a responsabilidade pela inércia, pelo seu não manejo em tempo hábil, corra por conta do devedor. Rejeitada a proposta de parcelamento pela parte exequente, tenho que não compete ao Juízo conceder o parcelamento do débito sem anuência da parte credora, que possui à sua disposição os meios coercitivos e sub-rogatórios de cumprimento da obrigação. Nem mesmo faz jus ao parcelamento compulsório, por expressa vedação legal (art. 916, § 7º do Código de Processo Civil). Outrossim, embora seja a exequente maior de idade ainda não ocorreu a exoneração da obrigação alimentar e tampouco foi suspensa a obrigação, visto que ainda não julgada a ação impetrada pelo executado. Ademais, ainda que assim tivesse ocorrido, permaneceria a obrigação pelas prestações inadimplidas, pois até mesmo a exoneração tem limite temporal na citação ocorrida na ação exoneratória, como já exposto acima. Decorre disso a legitimidade para a execução das prestações inadimplidas. A justificativa não tem o caráter de ação revisional, sendo a cognição deste juízo limitada à impossibilidade de pagamento ou à prova do pagamento integral, não podendo, entretanto, modificar o título executivo que, assim permanece hígido até que modificado na via ordinária própria, através da ação exoneratória ou revisional. Os autos não fornecem comprovante de pagamento integral. Pagamento se demonstra com recibo de quitação ou seu equivalente. Trata-se de prova essencialmente documental e que dispensa inclusive prova testemunhal. A última não supre àquela. A obrigação que se acordou cinge-se ao custeio de dívida líquida. Demonstrada, com a inicial, a realização dessa e não existindo prova de entrega de receita para sua quitação, o inadimplemento está consolidado. O adimplemento integral consiste na quitação das três últimas parcelas vencidas antes da propositura da demanda e daquelas que se vencerem no curso da demanda O termo a quo do montante do crédito é o mesmo da data em que se efetiva o pagamento. E, por esse motivo, o pagamento de parcela do devido não é causa que evite a decretação da prisão, mas que tão só a limita (prisão) à quitação das prestações ainda não integralizadas. No entanto, tendo em vista o que consta dos autos a apontar, realmente, a inexistência do caráter alimentar da presente execução, pelo fato de já ser maior de idade à época do débito alimentar apontado e não apresentar impossibilidade para o seu próprio sustento, observa-se que é viável acolher a justificativa em parte, apenas para o fim de afastar a determinação de prisão civil, prosseguindo-se nos autos pelo rito de expropriação de bens. Note-se que, considerando a perda do caráter de indispensabilidade da verba para a subsistência da exequente, que tem capacidade de se sustentar com seus próprios esforços, inexiste caráter emergencial a fazer surgir a livre opção pela execução sob a forma excepcional da coerção pessoal. Inviável assim, que se considere a dívida como sendo de caráter alimentar, para efeito de se permitir a sua prisão civil, sob pena de afronta ao princípio da razoabilidade, que impõe ao juiz, assim como ao legislador, a verificação da compatibilidade entre o objetivo buscado pela norma e os meios que ela prevê para os atingir. No caso, o exequente é maior de idade e nada consta que não tenha capacidade para o trabalho que lhe proporcione renda. Como se observou: "(...) 25. Seguindo a linha desse entendimento, a prisão civil só se justifica, na hipótese de o alimentado ser maior e capaz se: i) for indispensável à consecução dos alimentos inadimplidos; ii) atingir o objetivo teleológico perseguido pela prisão civil garantir a sobrevida do alimentado e; iii) for a fórmula que espelhe a máxima efetividade com a mínima restrição aos direitos do devedor. 26. Assim, v.g., embora seja pacífico o entendimento de que se insere na obrigação dos ascendentes em relação à sua prole, a educação dos filhos (obrigação considerada pela Jurisprudência como limitada à conclusão de um curso superior), é inegável que o descumprimento dessa obrigação não atinge a própria sobrevida do alimentado, ficando no exemplo dado afastada, por orfandade teleológica, a possibilidade de prisão civil do devedor desses alimentos. 27. Isso porque, se não há risco iminente à vida do credor de alimentos, ou mesmo, se ele pode, por meio de seu esforço próprio, afastar esse risco, não se pode aplicar a restrita opção constitucional, porque não mais se discute a sublimação da dignidade da pessoa humana em face da preponderância do direito à vida." (Superior Tribunal de Justiça, Terceira Turma, Habeas Corpus nº 392.521 / SP, Rel. Ministra Nancy Andrighi, j. 27/06/2017). RECURSO ORDINÁRIO EM HABEAS CORPUS. DIREITO CIVIL. FAMÍLIA. EXECUÇÃO ALIMENTÍCIA. OBRIGAÇÃO. INADIMPLEMENTO. PRISÃO CIVIL. BINÔMIO NECESSIDADE E POSSIBILIDADE. EX-CÔNJUGE. CREDORA MAIOR E CAPAZ. INDEPENDÊNCIA ECONÔMICA. COMPROVAÇÃO. EMERGÊNCIA. INEXISTÊNCIA. OBRIGAÇÃO PRETÉRITA. RITO DA EXPROPRIAÇÃO. CABIMENTO. ÓCIO. PRAZO DETERMINADO. AÇÃO REVISIONAL. EXONERAÇÃO. CITAÇÃO. RETROATIVIDADE. 1. A execução de dívida alimentar pelo rito da prisão exige a atualidade da dívida, a urgência e a necessidade na percepção do valor pelo credor e que o inadimplemento do devedor seja voluntário e inescusável. 2. Na hipótese, a alimentanda, ex-cônjuge do paciente, é maior e economicamente independente, inexistindo situação emergencial a justificar a medida extrema da restrição da liberdade sob o regime fechado de prisão. 3. A obrigação, porquanto pretérita, poderá ser cobrada pelo rito menos gravoso da expropriação. 4. Os alimentos devidos entre ex-cônjuges não podem servir de fomento ao ócio ou ao enriquecimento sem causa, motivo pelo qual devem ser fixados com prazo determinado. 5. Os efeitos da sentença que julga procedente o pedido de exoneração do encargo alimentício retroagem à data da citação, desonerando o obrigado desde então, conforme dispõe o artigo 13, § 2º, da Lei nº 5.478/1968. 6. Recurso ordinário em habeas corpus conhecido e provido. (STJ - RHC 95.204/MS Rel. Min. Ricardo Villas Bôas Cueva 3ª T. j. em 30.04.2018). Assim, acolho em parte a justificativa, mas apenas para deixar de decretar a prisão civil do executado. Entretanto, sendo legítima a execução e incontroverso o débito, deverá o feito ter o seu regular prosseguimento, porém, pelo rito da expropriação de bens, conforme exposto. Nestes termos, deverá a parte exequente apresentar o aditamento ao pedido, na forma acima determinada, bem como se manifestar, precisamente, sobre o prosseguimento do feito. Intimem - ADV: SARAH SILVA DE FARIA NABUCO (OAB 338770/SP), CLOVIS AUGUSTO RIBEIRO NABUCO JUNIOR (OAB 183823/SP)

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Processo nº 1004889-74.2025.8.26.0625

ID: 335156484

Tribunal: TJSP Órgão: Foro de Taubaté - 3ª Vara Cível Classe: PROCEDIMENTO COMUM CíVEL Nº Processo: 1004889-74.2025.8.26.0625

Data de Disponibilização: 25/07/2025

Polo Ativo:

MARIO BUENO PENTEADO NETO

Polo Passivo:

Intimação

Advogados:

ANA CRISTINA DE SOUSA

OAB/SP XXXXXX Desbloquear

Processo 1004889-74.2025.8.26.0625 - Procedimento Comum Cível - Alienação Fiduciária - Mario Bueno Penteado Neto - Juiz(a) de Direito: Dr(a). Ana Leticia Oliveira Dos Santos Vistos. I - Fls.116/129: … Processo 1004889-74.2025.8.26.0625 - Procedimento Comum Cível - Alienação Fiduciária - Mario Bueno Penteado Neto - Juiz(a) de Direito: Dr(a). Ana Leticia Oliveira Dos Santos Vistos. I - Fls.116/129: I.1 Da alegada aplicação da taxa mensal de juros (em 2,48%) superior à contratada (1,89%). O Custo Efetivo Total CET do contrato gerou a taxa anual de 32,55% (fls.29) e os cálculos singelos e estereotipados de fls.41, reproduzidos às fls.117, não induzem a uma conclusão consistente contrária ao entendimento pacificado de que "A previsão no contrato bancário de taxa de juros anual superior ao duodécuplo da mensal é suficiente para permitir a cobrança da taxa efetiva anual contratada" (Súmula n. 541 do C.STJ). A metodologia de fls.128 não pode ser tomada, simplesmente, como fundamento para sustentar a extraordinária tese de que a apuração da prestação mensal foi em desacordo com o que dispõe o contrato. Partindo-se disso, há de se ater à compreensão de que "O custo efetivo total (CET) não se confunde com a taxa de juros remuneratórios, sendo mera soma de todos os encargos financeiros, tributos e tarifas incidentes na operação, conforme autorizado pela Resolução nº 3.517/2007 do Banco Central, não havendo ilegalidade na sua cobrança" (Apelação n. 1009842-21.2024.8.26.0624 (TJSP); Rel: Achile Alesina; 15ª Câmara de Direito Privado; j: 10/06/2025). No mesmo sentido: "(...) Taxas de juros remuneratórios que não se confundem com o Custo Efetivo Total (CET), o qual pode abranger o valor do crédito a ser concedido e os valores a serem cobrados do interessado, considerando amortizações, juros, tarifas, tributos, seguros e outras despesas vinculadas à operação (art. 3º da Resolução CMN nº 4.881/2020) Ausente abusividade. (...)" (Apelação n. 1024775-96.2023.8.26.0506 (TJSP); Rel: Marcelo Ielo Amaro; 16ª Câmara de Direito Privado; j: 06/06/2025). No C. Superior Tribunal de Justiça: "o 'Custo Efetivo Total(CET) é a taxa que corresponde a todos os encargos e despesas incidentes nas operações de crédito e de arrendamento mercantil financeiro, contratadas ou ofertadas a pessoas físicas, microempresas ou empresas de pequeno porte', devendo 'ser expresso na forma de taxa percentual anual, incluindo todos os encargos e despesas das operações, isto é, o CET deve englobar não apenas a taxa de juros, mas também tarifas, tributos, seguros e outras despesas cobradas do cliente, representando as condições vigentes na data do cálculo" (AgRg no AREsp 469333/RS AGRAVO REGIMENTAL NO AGRAVO EM RECURSO ESPECIAL 2014/0020057-0; rel: E. Min. ANTÔNIO CARLOS FERREIRA; 4ª Turma; j: 04/08/2016). E mais: "Ausência de limitação legal ou regulamentar sobre o custo efetivo total (CET) da operação, índice meramente informativo, que apenas representa o percentual do conjunto de despesas e tarifas a que se vinculou o mutuário, não se confundindo com a taxa nominal de juros aplicada" (Apelação n. 1001600-20.2024.8.26.0480 (TJSP); Rel: Henrique Rodriguero Clavisio; 18ª Câmara de Direito Privado; j: 09/06/2025). Definitivamente, não foram trazidos elementos minimamente indiciários de que a instituição financeira teria aplicado percentuais superiores ao que está previsto no contrato. Esse é o objeto da pretensão então inepta, pois sem fundamentos a indicar uma plausibilidade mínima. INDEFIRO A PETIÇÃO INICIAL neste tocante (art. 330, incs. I e III, e §1º, incs. I e III, CPC). I.2 Da alegada abusividade da capitalização de juros. Está-se diante de uma Cédula de Crédito Bancário (fls.28/37) e a capitalização conta com expressa autorização pelo art. 28 da Lei n. 10.931/2004 e a exigência não é tida como abusiva (TJSP Apelação n. 1006516-75.2017.8.26.0114; Rel: Jovino de Sylos; j: 22/10/2019; TJSP Apelação n. 1077215-92.2024.8.26.0002; Rel: Walter Fonseca; j: 19/05/2025; TJSP Apelação n. 1004497-96.2024.8.26.0358; Rel: Gilberto Franceschini; j: 16/05/2025; TJSP Apelação n. 1023798-70.2024.8.26.0506; Rel: Ricardo Pessoa de Mello Belli; j: 14/05/2025). Há previsão expressa de capitalização no campo CONCESSÃO DE CRÉDITO (fls.30) de juros prefixados e capitalizados mensalmente na origem, para apuração do valor da parcela e com abrangência pelo CET. De qualquer forma, o que prepondera é que: (Súmula n. 541 do C.STJ): "A previsão no contrato bancário de taxa de juros anual superior ao duodécuplo da mensal é suficiente para permitir a cobrança da taxa efetiva anual contratada."; (Súmula n. 539 do C.STJ): "É permitida a capitalização de juros com periodicidade inferior à anual em contratos celebrados com instituições integrantes do Sistema Financeiro Nacional a partir de 31/3/2000 (MP n. 1.963-17/2000, reeditada como MP n. 2.170-36/2001), desde que expressamente pactuada." Objetivamente: "(...) conforme se vê do contrato, as taxas anuais e mensais foram pré-fixadas, de modo que não há que se falar em abusividade, sendo a previsão de duas taxas de juros distintas não importa qualquer incorreção, mas apenas indicação do custo efetivo total, no qual já são contabilizados, além dos encargos regulares do financiamento, os tributos, tarifas administrativas e demais encargos. Assim, não se vê abusividade no caso dos autos. A simples discordância com os índices aplicados, por si só, não basta para se considerar a existência de abusividade" (Apelação n. 1007171-11.2025.8.26.0100 (TJSP); Rel: Décio Rodrigues; 21ª Câmara de Direito Privado; j: 02/07/2025). E mais: "Contrato entabulado entre as partes que previu o pagamento de parcelas pré-fixadas, sem a incidência de juros capitalizados. Contrato redigido de maneira clara. Autora que teve conhecimento do valor das parcelas, da forma de atualização monetária e dos juros a ela incidentes. Ausência de qualquer abusividade" (Apelação n. 1016459-85.2022.8.26.0003 (TJSP); Rel: Ana Maria Baldy; 35ª Câmara de Direito Privado; j: 06/05/2025). O que foi exposto pela parte não tem alcance para contrariar a conclusão de que "Cálculo de juros na forma composta não implica anatocismo, mas mero processo de formação da respectiva taxa" (Apelação n. 1011686-36.2023.8.26.0302 (TJSP); Rel: JAIRO BRAZIL; 19ª Câmara de Direito Privado; j: 20/05/2024). Pelo próprio parecer do assistente da parte autora, o sistema de amortização seria pela tabela PRICE (fls.42), sem a precisa indicação de uma capitalização sendo mesmo praticada, pelo que "A discussão sobre a Tabela Price é inócua, pois tratando-se de mútuo com parcelas fixas, não há capitalização ilegal de juros, sendo estes calculados de início sem produção de novos juros sobre anteriores" (Apelação n. 1001299-18.2025.8.26.0002 (TJSP); Rel: Sandra Galhardo Esteves; 12ª Câmara de Direito Privado; j: 17/07/2025). JULGO LIMINARMENTE IMPROCEDENTE o pedido (art. 332, incs. I e II, do Código de Processo Civil). I.3 Da tarifa de registro do contrato (R$284,65). Não foi juntado o CRLV do veículo, como determinado às fls.110 e a despesa "de constituição de propriedade fiduciária" está estipulada de forma clara no contrato (fls.30/31). A tese no tema n. 958 no C. Superior Tribunal de Justiça foi assim fixada: 3. Validade da tarifa de avaliação do bem dado em garantia, bem como da cláusula que prevê o ressarcimento de despesa com o registro do contrato, ressalvadas a: 3.1. abusividade da cobrança por serviço não efetivamente prestado; e a 3.2. possibilidade de controle da onerosidade excessiva, em cada caso concreto" (grifo não original). O Certificado de Registro e Licenciamento CRLV é o que comprova que a alienação fiduciária ligada ao financiamento foi registrada e isso justifica a cobrança da tarifa de registro do contrato (Apelação n. 1003487-51.2023.8.26.0358 (TJSP); Rel: Tasso Duarte de Melo; 12ª Câmara de Direito Privado; j: 20/05/2024; Apelação n. 1000888-16.2023.8.26.0205 (TJSP); Rel: Júlio César Franco; 22ª Câmara de Direito Privado; j: 20/02/2024). Como não foi anexado, parte-se do pressuposto de que houve a anotação da alienação no prontuário junto ao órgão de trânsito. De resto, para o valor total do contrato (fls.29), a tarifa foi fixada em valor que, por seu percentual, não é minimante exorbitante e que, por isso, não comporta qualquer análise sob a perspectiva de eventual abusividade por conta do importe cobrado a esse título. JULGO LIMINARMENTE IMPROCEDENTE o pedido (art. 332, incs. I e II, do Código de Processo Civil). I.4 Da tarifa de cadastro (R$949,00). Foi firmada a seguinte tese no Tema n. 620, na sistemática dos Recursos Repetitivos: "Permanece válida a tarifa de cadastro expressamente tipificada em ato normativo padronizador da autoridade monetária, a qual somente pode ser cobrada do início do relacionamento entre o consumidor e a instituição financeira.". Daí a Súmula n. 566 do C.STJ: "Nos contratos bancários posteriores ao início da vigência da Resolução-CMN n. 3.518/2007, em 30/4/2008, pode ser cobrada a tarifa de cadastro no início do relacionamento entre o consumidor e a instituição financeira". Uma suposta onerosidade excessiva por conta de seu valor não pode ser fruto apenas de uma compreensão marcada pela subjetividade sem um parâmetro objetivo e consistente, pois o custeio é de uma atividade específica de análise de crédito e inserção do cliente no banco de dados da instituição financeira. Em suma: "A tarifa de cadastro é válida quando cobrada no início da relação contratual e em valor compatível com os parâmetros do mercado, nos termos da Súmula nº 566 do Superior Tribunal de Justiça. No caso, a cobrança ocorreu na fase inicial e não se revelou abusiva" (Apelação n. 1002819-07.2023.8.26.0156 (TJSP); Rel: Domingos de Siqueira Frascino; j: 16/07/2025). JULGO LIMINARMENTE IMPROCEDENTE o pedido (art. 332, incs. I e II, do Código de Processo Civil). I.5 Da tarifa de avaliação (R$599,00) e do seguro (R$1.553,03). ADMITO o processamento da ação, exclusivamente, para discussão quanto à legalidade/legitimidade dessas duas cobranças, considerando os fundamentos da emenda. II Estando a inicial em aparente regularidade, CITE-SE com as advertências legais, para apresentação de resposta/contestação no prazo de 15 (quinze) dias. - Anoto que, tratando-se de processo eletrônico, fica vedado o protocolo nos termos do art. 340 do CPC, se o caso. - Caso seja a parte passiva mantenedora de cadastro eletrônico para recebimento de citações/intimações, deverá o ato ser realizado na forma do art. 246 e §§ do CPC. - Em caso de citação por ato de Oficial de Justiça, aplicar-se-ão os permissivos do art. 212 do CPC. - Na hipótese de citação pelo correio, observar-se-á a obrigatoriedade da Carta Registrada Unipaginada com AR digital (Comunicado CG n. 1817/2016 art. 1245, §1º, NSCGJ), devendo a serventia atentar ao recolhimento das custas específicas. - No caso, DEIXO DE DESIGNAR audiência conciliatória em razão da falta de perspectiva de avença, ao menos na tentativa inicial ordinária em razão da matéria e do histórico de demandas assemelhadas, não se vislumbrando que a composição possa ser alcançada neste momento, mostrando-se conveniente a adequação do rito processual às necessidades do conflito, a serem bem identificadas oportunamente, quando então já se terá um quadro que melhor poderá ser trabalhado para possível ajuste entre os litigantes. Se houver sinalização das partes nesse sentido, poderá haver designação em momento futuro próprio (art. 139, incs. V e VI, do CPC). A providência tende, inclusive, a evitar atos que não surtam efeito prático na demanda, causando-lhe mera procrastinação desnecessária. III Int. - ADV: ANA CRISTINA DE SOUSA (OAB 506090/SP)

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Processo nº 1007696-70.2024.8.26.0506

ID: 298168285

Tribunal: TJSP Órgão: Foro de Ribeirão Preto - 2ª Vara Criminal Classe: AçãO PENAL - PROCEDIMENTO ORDINáRIO Nº Processo: 1007696-70.2024.8.26.0506

Data de Disponibilização: 13/06/2025

Polo Ativo:

Polo Passivo:

ANDERSON CARVALHO DOS SANTOS WILLIAN HENRIQUE LACERDA

Intimação

Advogados:

MARCIO ANTONIO CORTICO PERES

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LUIS FELIPE RIZZI PERRONE

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GUILHERME DE OLIVEIRA FLAUZINO

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CARLOS ALBERTO FLAUZINO

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Processo 1007696-70.2024.8.26.0506 - Ação Penal - Procedimento Ordinário - Estelionato - ANDERSON CARVALHO DOS SANTOS - - WILLIAN HENRIQUE LACERDA - I - Páginas 661/669: Cuida-se de requerimento fo… Processo 1007696-70.2024.8.26.0506 - Ação Penal - Procedimento Ordinário - Estelionato - ANDERSON CARVALHO DOS SANTOS - - WILLIAN HENRIQUE LACERDA - I - Páginas 661/669: Cuida-se de requerimento formulado pela defesa do acusado ANDERSON CARVALHO DOS SANTOS de reconhecimento de conexão entre as infrações penais em apuração, pois segundo a sua tese "os recursos investigados como produto da fraude eletrônica na capital são os mesmos objetos da lavagem de dinheiro verificada nesta comarca" (pág. 668); assim, requer o reconhecimento da prevenção desse juízo (onde é apurado o crime mais grave - lavagem de dinheiro e instauração da investigação anteriormente) para processar e julgar os fatos constantes dos autos nº 1517132-69.2025.8.26.0050. Segundo a defesa, o acusado é apontado com o líder da organização criminosa responsável por um esquema fraudulento (fraude eletrônica) e nos autos nº 1517132-69.2025.8.26.0050 (apontado como o "crime antecedente"), em trâmite em São Paulo, é investigado por essa fraude praticada contra a instituição financeira NUBANK, com prejuízo causado superior a trezes milhões de reais e lavagem de capitais; ao passo que nesses autos, o que se apura é a lavagem de capitais decorrentes da citada fraude. Com o valor auferido com a fraude, segundo aquela investigação, teriam sido adquiridos veículos de alto padrão (Ford Mustang Mach e o Porsche Taycan), cujos fatos são apurados nesse juízo e adquiridos nessa comarca, cujas investigações tiveram início em 20 de fevereiro de 2024, ao passo que a representação da autoridade policial de São Paulo se deu em 18 de março de 2025. A defesa sustenta, ademais, que "a subsunção típica do comportamento investigado em São Paulo depende da verificação da materialidade da ocultação e conversão dos ativos, que se deu, inequivocadamente, em Ribeirão Preto" (pág. 662), com existência de "linha de causalidade direta e concreta"; assim, defende que eventual duplicidade de provas em juízes distintos, representa risco processual. O Ministério Público manifestou contrariamente ao pedido defensivo (págs. 1034/1035). Inicialmente, cumpre anotar que os fatos descritos na denúncia consiste, em apertada síntese, na ocultação e dissimulação da origem direta e indiretamente de lucros advindos de crimes de estelionatos por meio de aquisição de veículos de luxo e também pela pelas transações nas contas de titularidade de outros. Segundo o apurado e descrito no relatório de investigações juntado aos autos (págs. 249267), o acusado foi denunciado por estelionato continuado (envolvimento em um esquema criminoso praticado com outras pessoas consistente em fraude contra a empresa do Grupo Stone -chamada "PAGAR ME" - cópia da denúncia de págs. 124/136), onde confessou a prática delitiva e foi beneficiado com o acordo de não persecução penal nos autos nº 1523613-87.2021.8.26.0050, da 7ª Vara Criminal do Foro Central Criminal da Barra Funda de São Paulo, para o ressarcimento do valor do prejuízo à vítima, o que foi cumprido e a pena extinta. Noutro passo, a defesa aponta que o crime antecedente consiste na fraude eletrônica que vitimou a instituição financeira Nu Pagamento S.A (NUBANK) sem fazer qualquer referência aos fatos descritos na denúncia e na investigação descrita nos autos e que tem como vítima outra empresa. Em linhas gerais, a conexão entre os processos, com a consequente reunião dos feitos, não é obrigatória, mas deve ser analisada na situação concreta, principalmente, quando ambos aparentam mesma causa de pedir e competência comum para julgar os feitos. Oportuno trazer aos autos o julgado proferido pelo Ministro Gilson, no Superior Tribunal de Justiça, com os ensinamentos acerca do instituto da conexão entre os crimes em referência: CRIMINAL. HC.LAVAGEM DEDINHEIRO. AÇÃO PENAL DISTRIBUÍDA A RELATORDEPROCESSO-CRIMEREFERENTE A FORMAÇÃODEQUADRILHA. DEMONSTRAÇÃO DA MATERIALIDADE DOSCRIMES ANTECEDENTES.FIXAÇÃO DA COMPETÊNCIA. REUNIÃO OU SEPARAÇÃO DOS PROCESSOS. ANÁLISE DO CASO CONCRETO. AUTONOMIA OBRIGATÓRIA DOS FEITOS. REUNIÃO IRRESTRITA. TEMPERANÇA DASREGRAS. INEXISTÊNCIADECONEXÃO, NA SITUAÇÃO EM TELA. ANULAÇÃO DOS ATOS DECISÓRIOS. DESNECESSIDADE. ECONOMIA PROCESSUAL. ORDEM CONCEDIDA.Hipótese em que o paciente, juntamente com outros dois co-réus, foi denunciado pela prática, em tese, docrime de lavagem dedinheiro, o qual foi instaurado perante o Tribunal Regional Federal da 3ª Região e distribuído ao mesmo Desembargador Federal Relatordeoutro processo-crimeanteriormente instaurado contra ele pelo suposto cometimento do delitodeformaçãodequadrilha.Alegações da impetração orientadas à inexistênciadeconexão entre as ações penais referentes àlavagem dedinheiro e à formaçãodequadrilha.A Lei 9.613/98 tipificou o delitode lavagem dedinheiro comocrimeautônomo, independente, embora tenha exigido,deoutro lado, a demonstração da existência da materialidadedeumcrime antecedente.Presente a prova da materialidade docrime antecedente,o delitode lavagem dedinheiro é punível ainda que desconhecido ou isentodepena o autor docrime antecedente,até porque, se não verificados os elementos indicadores da autoria,defato não se poderá instaurar a persecução penal quanto ao delito anterior.Não obstante se exija a existência da referida relaçãodeacessoriedade material entre ocrime de lavagem dedinheiro e o delitoantecedente,há que se ter cautela quanto à fixação da competência para processo e julgamento da ação penal referente àlavagem dedinheiro, que deve ser pautada pela análise do caso concreto no tocante à necessidadedereunião oudeseparação dos processos criminais concernentes àlavagem dedinheiro e aocrime antecedente.A Lei 9.613/98 privilegiou a separação obrigatória das ações penais e a autonomia do feito referente àlavagem dedinheiro, sob o fundamentodeque seria providência indispensável à eficácia da legislação, já que, primeiro, o procedimento relativo à infraçãoantecedentepode estar sujeito à jurisdiçãodeoutro país e, segundo, há que se resguardar a persecução criminal, diante da gravidade e da reiteraçãodedelitos que desafiam o Estado.A escolha legislativa por esse pontodevista visa a garantir a pretensão punitiva estatal concernente àlavagem dedinheiro, entendendo que eventuais óbices do processo do delitoantecedentenão prejudicariam a apuração docrimeda Lei 9.613/98, resguardando a possibilidadedepunição dessa prática delitiva quedeforma cada mais audaciosa e sofisticada assola o Estado Brasileiro.No campo acadêmico, há doutrina que entende que, em razão da relaçãodeacessoriedade material configurada pela exigência da prova da materialidade docrime antecedentepara a caracterização dalavagem dedinheiro, a competência seria determinada pelas regras da conexão.A hipótese da impetração revela que oscrimes deformaçãodequadrilha e contra a administração pública seriam os delitosantecedentes.A relaçãodeacessoriedade material é própria docrime de lavagem dedinheiro edeseuantecedente,não justificando, por si só, a reunião dos feitos.O fatodeque as provas colhidas na ação penal referente aocrime deformaçãodequadrilha serviriam,dealguma forma, para a prova que se quer colher no tocante ao delitode lavagem dedinheiro, não reflete exatamente a situação dos autos.Histórico fático do caso em tela não caracteriza o inciso III do art. 76 do CPP, pois as circunstâncias em que o delitode lavagem dedinheiro teria sido, em tese, praticado emissãodecheques pela co-ré e entregues pelo paciente ao outro co-denunciado, que os depositou em sua conta e recebeu valores que estavam bloqueados judicialmente , não configuram a colheitadeprova da suposta práticadeformaçãodequadrilha hábil a influenciar na prova dalavagem dedinheiro.A prova indispensável à configuração dos indíciosdeautoria e da materialidade necessária a embasar a peça acusatória referente à formaçãodequadrilha é diversa, sendo outros os fatos.Os acontecimentos que caracterizariam, em tese, alavagem dedinheiro não foram considerados pelo Parquet quando do oferecimento da denúncia pela formaçãodequadrilha, tampouco foram cogitados como prova da atuação da eventual quadrilha, até porque um dos co-réus não foi denunciado, não se podendo falar que "a provadeuma infração [formaçãodequadrilha] oudequalquerdesuas circunstâncias elementares" influencia "na provadeoutra infração" [lavagem dedinheiro].Sequer a regra da totalindependênciados feitos, tampouco aquela relativa à obrigatória reunião das ações penais pela conexão, devem prevalecerdeforma absoluta nas hipótesesde crimesprevistos na Lei 9.613/98.As ações penais não devem, necessariamente, ficar separadas, tampouco devem, necessariamente, permanecer reunidas, cabendo destacar que se afirmou anteriormente: a competência do Juízo deve ser analisada a partir da análisedecada caso concreto, sempre com vistas a otimizar a pretensão punitiva estatal.As regras concernentes à competência devem ser aplicadas com temperança, sempre com o intuitodegarantir, da melhor forma possível, a eficácia da persecução penal, objetivando à adequada apuração e, se for o caso, punição, doscrimes de lavagem dedinheiro.Não se pode rejeitar,depronto, a aplicação da autonomia dos processos, pois há casos em que sequer haverá a possibilidadedeinstauração da ação penal pelocrime antecedente,por faltadeelementos indicativos da autoria, bem como porque nas situações em que, pelo númerodeacusados ou pela circunstâncias complexas do caso, a melhor opção seja a separação dos feitos.Aceitar a aplicação irrestrita das regras da conexão, do art. 76 e incisos, do CódigodeProcesso Penal, poderia causar o engessamento do processo relativo àlavagem dedinheiro, eis que a instrução do feito docrime antecedentepode ser demorada, ou até mesmo obstruída pelas dificuldades resultantes da comprovação da autoria delitiva.O exame deste caso concreto, com suas particularidades, autoriza a conclusãodeque as ações penais relativas ao delitosdeformaçãodequadrilha ede lavagem dedinheiro podem tramitar separadamente, sob a relatoriadeDesembargadores Federais distintos, sem prejuízo ao bom andamento da persecução penal.Em não se tratandodeincompetência absoluta, mas apenasdereconhecimentodeinexistênciadeconexão, não há que se afirmar nulos os atos decisórios praticados nos autos da ação penal.Pode o Desembargador a quem for livremente distribuída a ação penal decidir a respeito da ratificação dos atos já efetivados, em observância ao princípio da economia processual.Deve ser determinada a livre distribuição da ação penal instaurada contra o paciente pela prática, em tese, docrime de lavagem dedinheiro, cabendo ao Relator decidir a respeito da ratificação dos atos decisórios já procedidos.Ordem concedida, nos termos do voto do Relator". (STJ, HC 59663 / SP HABEAS CORPUS 2006/0111217-3, Ministro Gilson Dipp, Quinta Turma, 07/02/2006, DJe 05/02/2007 - pág. 279) No caso dos autos, a causa de pedir consiste nas provas e documentos que indiquem a origem ilícita do dinheiro auferido pelo acusado com a referência a estelionato na forma continuada em prejuízo da empresa PAGAR ME, cujo lucro ilícito era usado na compra e venda de veículos de luxo na tentativa de pulverizar o valor com a destinação lícita; por sua vez, a causa de pedir no processo estrangeiro encontra-se nas provas e documentos que indicam a prática de estelionato por meio de fraude eletrônica contra a instituição financeira NUBANK, apuração de organização criminosa e lavagem de dinheiro. Em uma análise dos documentos e alegações defensivas, em juízo de cognição sumária, há aparente tentativa da defesa imputar os novos fatos que estão sendo apurados no inquérito policial nº 1520936-79.2024.8.26.0050 (observa-se que a cautelar nº 1517132-69.2025.8.26.0050 foi nele apensada - pág. 907) como o "crime antecedente" à lavagem de dinheiro aqui apurada, desprezando os fatos aqui retratados e apurado no processo nº 1523613-87.2021.8.26.0050. Assim, não se evidencia, por ora, a mesma causa de pedir nos processos a que se pretende a conexão. Não bastasse, ainda que se possa identificar liame entre as fraudes que ora são investigadas na comarca de São Paulo e a lavagem de capitais retratada neste autos, o ponto crucial a ser observado sob o aspecto da conexão dos processos na hipótese é a fase em que os feitos se encontram, sendo aquele da comarca estrangeira em fase investigativa, sem que sequer tenha sido oferecida a denúncia, enquanto os presentes autos estão no início da instrução da prova oral. Logo, as fase processuais são totalmente distintas e inconciliáveis, pois sequer houve o início da ação penal, sem que tenha sido concluída a investigação e com a formalização da acusação por meio do oferecimento da peça acusatória com a prova da materialidade e indícios suficientes de autoria. Nesse diapasão e considerado a "faculdade" da reunião dos processos em casos dos crimes que ora se apuram, reforça o entendimento jurisprudencial da corte superior de que "Ocrime de lavagem dedinheiro é apuradodeforma autônoma em relação aocrime antecedente,até porque são distintos os bens jurídicos protegidos. É o que se depreende da leitura do art. 2º, II, da Lei n. 9.613/98, razão pela qual, a simples existênciadeindícios da práticadeinfração penal' já autoriza o processo para apurar a ocorrência do delitode lavagem dedinheiro" (precedentes do STF e do STJ)" (RHC 72.678/BA, FELIX FISCHER Quinta Turma, DJe 21/08/2017). Desse modo, não se exige a unificação dos processos, ainda que tivessem a mesma causa de pedir (o que não há a comprovação de que os fatos sob investigação na comarca estrangeiro possuem de fato liame com o crime que aqui ora se apura) conforme tenta fazer crer a defesa, diante da independência dos crimes e a presença dos elementos objetivos do tipo para a caraterização dos crimes. Ademais, ainda que a defesa aduz serem as provas de ambos os processos comuns e que a repetição de atos afrontaria o princípio da economia processual, no caso em apreço frente às questões acima apontadas e que não indicam a reunião dos processos (o que prejudicaria sobremaneira o andamento destes autos), ficará a critério da autoridade policial, das partes e do juízo o compartilhamento da prova, com a utilização da prova emprestada no procedimento em trâmite na comarca de São Paulo, o que fica desde já deferido. Posto isso, indefiro o requerimento para o reconhecimento da conexão e reunião do presente feito com os processos acima indicados. II - No tocante ao pleito de decreto de sigilo em razão dos documentos juntados aos autos com caráter sigiloso, conforme já decido a págs. 295/300, item X, não se justiça o processamento do feito em segredo de justiça por não se enquadrar as hipóteses normativas aplicáveis à espécie e, ainda, ferir o princípio da publicidade sem motivo suficientemente relevante para afastar o acesso ao público aos autos. Assim, fica ratificado ao anteriormente decidido. Diante da decisão ora proferida acerca do afastamento da conexão, fica facultado à defesa do acusado ANDERSON manifestar nos autos e requerer que os documentos juntados aos autos (com indicativos de sigilo) para instruir o pedido defensivo (págs. 670/1031) sejam tornados sem efeito, por já terem sido objeto de apreciação. III - Pág. 1039: Em atenção ao ofício retro, defiro o encaminhamento de cópia da denúncia e da senha dos autos ao Juízo da 2ª Vara de Crimes Tributários, Organização Criminosa e Lavagem de Bens e Valores da Capital, do Foro Central Criminal Barra Funda, a fim de lá ser apreciada a conexão com o inquérito policial nº 1520936-79.2024.8.26.0050, igualmente requerido pelo acusado ANDERSON CARVALHO DOS SANTOS nestes autos, bem ainda cópia desta decisão que analisou o mesmo pedido nesse juízo. IV - Pág. 660: Em relação ao pedido formulado pelo Ministério Público para a juntada do Termo de Colaboração Premiada, homologado na Comarca de Serrana (autos nº 1000383-45.2025.8.26.0596), defiro, devendo o órgão ministerial providenciar a sua juntada aos autos. V - Por fim, em prosseguimento do feito, superada a questiúncula acerca da competência e conexão, designo audiência de instrução e julgamento para o dia 12 de agosto de 2025, às 13h20min, cujo ato será realizado nos moldes do anterior, por videoconferência; em cumprimento do ato, observa-se que a defesa do acusado ANDERSON CARVALHO DOS SANTOS comprometeu-se a apresentar em juízo as testemunhas por ele arroladas (Leandro, Edson e Cícera - pág. 516), independentemente de intimação. Assim, intimem-se as testemunhas arroladas na denúncia e pela defesa do acusado WILLIAN HENRIQUE LACERDA (pág. 536). - ADV: MARCIO ANTONIO CORTICO PERES (OAB 118016/SP), CARLOS ALBERTO FLAUZINO (OAB 215598/SP), LUIS FELIPE RIZZI PERRONE (OAB 464876/SP), GUILHERME DE OLIVEIRA FLAUZINO (OAB 519050/SP)

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Processo nº 1004613-43.2025.8.26.0625

ID: 278125112

Tribunal: TJSP Órgão: Foro de Taubaté - 3ª Vara Cível Classe: PROCEDIMENTO COMUM CíVEL Nº Processo: 1004613-43.2025.8.26.0625

Data de Disponibilização: 26/05/2025

Polo Ativo:

CENTO ODONTOLOGICO DOUTOR DO VALE SORRISO LTDA

Polo Passivo:

Intimação

Advogados:

LUIZ MATHEUS SEBBA CORREIA ROUSSEAU DE CASTRO

OAB/GO XXXXXX Desbloquear

ADV: Luiz Matheus Sebba Correia Rousseau de Castro (OAB 52152/GO) Processo 1004613-43.2025.8.26.0625 - Procedimento Comum Cível - Reqte: Cento Odontologico Doutor do Vale Sorriso Ltda - Juiz(a) de Di… ADV: Luiz Matheus Sebba Correia Rousseau de Castro (OAB 52152/GO) Processo 1004613-43.2025.8.26.0625 - Procedimento Comum Cível - Reqte: Cento Odontologico Doutor do Vale Sorriso Ltda - Juiz(a) de Direito: Dr(a). Rodrigo Valério Sbruzzi Vistos. Trata-se de ação ajuizada por DOUTOR SORRISO MAIS TAUBATÉ LTDA contra BANCO BRADESCO S/A para revisão de cláusulas/condições de três Cédulas de Crédito Bancário: (i) n. 15.598.480, emitida em 28.04.2022 no valor de R$200.000,00 para pagamento em 36 parcelas de R$ 7.574,16, com a primeira para 27.06.2022; (ii) n. 15.746.851, emitida em 20.07.2022 no valor de R$200.000,00 para pagamento em 36 parcelas de R$7.769,28, com a primeira para 09.11.2022; e (iii) n.4761323, emitida em 11.05.2022 no valor de R$30.000,00. Pede a autora o reconhecimento da abusividade da cláusula contratual que dispõe sobre os juros capitalizados diários (fls.12) sem informação precisa. Afirma ainda que, no contrato n. 4761323, foram fixados os juros em 3,22% ao mês, acima da taxa média de mercado, que era de 1,65% ao mês na época, de acordo com o divulgado pelo Banco Central. Sustenta também que são abusivas as cobranças de IOF (R$7.207,84) e tarifas (R$7.000,00). Defende a incidência do CDC, expõe os fundamentos jurídico-legais e pede que os valores sejam restituídos em dobro. Postula a concessão de medidas em tutela de urgência. DELIBERO. I A ação não reúne condições para ser admitida. Com a extensa inicial, foi juntada apenas o instrumento da cédula n.15.598.480 (fls.74/89). Nesse particular, restou desatendida a orientação do enunciado n. 9 do Comunicado CG n. 424/2024: Não pode ser admitido o ajuizamento de ações revisionais totalmente genéricas, que se limitam a invocar teses. O contrato deve acompanhar a inicial, pois não é logicamente possível sustentar a ilegalidade de cláusulas de negócio jurídico cujo teor se desconhece, de modo a caracterizar litigância predatória (grifo não original do texto). É irrelevante se a relação jurídica é consumerista. Isso não é um fator bastante a permitir o conhecimento e decisão sobre abusividades/vícios que não foram expressamente apontadas e correlacionadas às respectivas cláusulas e variáveis do contrato, pois, Nos contratos bancários, é vedado ao julgador conhecer, de ofício, da abusividade das cláusulas (Súmula n. 381 do C.STJ). Argumentou a autora às fls.3: De plano, para que seja possível a constatação do valor total do débito, é imprescindível que o Banco réu seja intimado a apresentar os demonstrativos analíticos da evolução do débito desde o início das operações, para posterior análise por um perito contábil, visando comprovar as abusividades praticadas. A ausência dos contratos originais traz ao caso a dúvida da obscuridade dos procedimentos comumente adotados por Instituições Financeiras.. E mais (fls.16): Sendo assim, requer seja determinada a intimação do Banco Requerido a proceder a juntada dos contratos anteriores, extratos de conta corrente destacando parcelas já pagas, que deram origem e compõem a dívida, impondo a revisão nos respectivos instrumentos e extratos, os quais se mostram indispensáveis para o exame da existência de legalidade, ou não. Cumpre informar que o Requerente não tem acesso aos contratos nem os extratos bancários. Ou seja: a autora não tem nem sequer conhecimento das cláusulas/condições dos outros dois contratos, razão pela qual qualquer pretensão revisional está prejudicada. Pretensões revisionais são admissíveis quando há conteúdo específico que permite a definição/identificação de fundamento preciso que delimite o objeto da ação/reconvenção sem que isso signifique afronta ao princípio da adstrição e/ou prejuízo ao contraditório e à ampla defesa (porque a indefinição da causa leva a parte adversa a ter de abordar tudo que é abrangido pelo contrato). Neste caso, é visível a generalidade nos argumentos, até pelo fato de a parte não ter conhecimento das condições/cláusulas contratuais. Neste sentido, detendo-se à análise do que foi exposto na petição, não há espaço para discussão sem causa bem definitiva, estando tudo ainda restrito ao campo da mera hipótese. E, mesmo que se deduza postulação a que determinada documentação seja exibida incidentalmente, isso não afasta a necessidade de a própria parte definir o que efetivamente pretende com a matéria posta (genericamente). Não é por outra razão que, Nas ações que tenham por objeto a revisão de obrigação decorrente de empréstimo, de financiamento ou de alienação de bens, o autor terá de, sob pena de inépcia, discriminar na petição inicial, dentre as obrigações contratuais, aquelas que pretende controverter, além de quantificar o valor incontroverso do débito. (art. 330, §2º, CPC). Hoje, o que se tem é um conjunto de postulações absolutamente hipotético. Objetivamente: Somente pode ser objeto de revisão judicial as cláusulas contratuais discriminadas e questionadas pelo consumidor demandante na petição inicial e reiteradas no recurso de apelação, uma a uma, com especificação de forma clara das abusividades aventadas, sendo vedado ao Magistrado revisar o contrato de ofício, conforme a Súmula nº 381, do STJ (Apelação n. 1000415-45.2024.8.26.0318 (TJSP); Rel: Ramon Mateo Júnior; 15ª Câmara de Direito Privado; j: 05/08/2024). Destaco: Apelação n. 1055012-36.2024.8.26.0100 (TJSP); Rel: Álvaro Torres Júnior; 20ª Câmara de Direito Privado; j: 09/12/2024; EMENTA: JUSTIÇA GRATUITA - Pessoa natural - Inexistência de elementos aptos a infirmar a declaração de insuficiência de recursos para custeio do processo - Benefício deferido - Recurso provido neste ponto. PROCESSO CIVIL Extinção do processo por inépcia da petição inicial Cabimento - Ação revisional de contrato bancário Sentença de extinção mantida por seus próprios fundamentos, nos termos do art. 252 do Regimento Interno deste Tribunal Petição inicial genérica, sem a juntada do contrato, inviabilizando a análise das cláusulas controvertidas e dos valores incontroversos Litigância predatória caracterizada Inteligência do art. 330, § 2º, do CPC e Enunciado 9 do Comunicado CG nº 424/2024 Precedentes que destacam a exigência da apresentação do contrato com a petição inicial Condenação da autora ao pagamento de honorários advocatícios fixados em 10% sobre o valor da causa, observada a gratuidade de justiça Inaplicabilidade do art. 290 do CPC, diante do comparecimento do réu aos autos Sentença mantida. Recurso provido apenas para conceder a justiça gratuita à apelante; Apelação n. 1124215-85.2024.8.26.0100 (TJSP); Rel: Tavares de Almeida; 23ª Câmara de Direito Privado; j: 09/12/2024; EMENTA: GRATUIDADE PROCESSUAL - AUTORA - PESSOA FÍSICA - AÇÃO - PROPOSITURA FORA DO DOMICÍLIO - INOBSERVÂNCIA À PRERROGATIVA DA LEGISLAÇÃO CONSUMERISTA - BOAS PRÁTICAS - COMUNICADO CG Nº 02/2017 - ORIENTAÇÃO DO NUMOPEDE DA CORREGEDORIA GERAL DA JUSTIÇA DO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULO EM SITUAÇÕES SIMILARES - HIPOSSUFICIÊNCIA ECONÔMICA - DESCARACTERIZAÇÃO - FAVOR LEGAL - REJEIÇÃO. AÇÃO REVISIONAL - EMPRÉSTIMO CONSIGNADO - autora - ARGUIÇÃO - ABUSIVIDADE DOS JUROS - JUÍZO - DETERMINAÇÃO - JUNTADA DO CONTRATO - INTUITO - OBSERVÂNCIA DAS RECOMENDAÇÕES DOS COMUNICADOS CG Nº 02/2017 E ENUNCIADO 9 DO COMUNICADO CG Nº 424/2024 - INTELIGÊNCIA AINDA DO ART. 139, III, DO CPC - AUTORA - INÉRCIA - INDEFERIMENTO DA INICIAL (ART. 321, PARÁGRAFO ÚNICO, DO CPC) - CABIMENTO - SENTENÇA - MANUTENÇÃO. APELO DA AUTORA DESPROVIDO; Apelação n. 1124517-17.2024.8.26.0100 (TJSP); Rel: Daniela Menegatti Milano; 19ª Câmara de Direito Privado; j: 18/11/2024; EMENTA: APELAÇÃO CÍVEL Contratos bancários Ação revisional Sentença de extinção do processo, sem resolução de mérito, ante o indeferimento da inicial. Inconformismo da autora. I. Pretensão de concessão de gratuidade de justiça e afastamento da sentença para prosseguimento do feito. II. Discussão sobre a regularidade da representação processual e sobre o direito ao benefício da justiça gratuita. III. Pedido de gratuidade de justiça prejudicado ante o recolhimento do preparo. Representação processual. Determinação de regularização da representação processual não atendida. Hipótese em que o Magistrado, suspeitando da ocorrência de fraude, determinou o comparecimento da parte em cartório para ratificação da procuração outorgada, além de juntada do contrato cuja revisão pretende na demanda. Aplicação dos Comunicados CG nº 02/2017 e 424/2024. Providência autorizada pelo art. 139, inciso III, do CPC/15. Desatendimento da determinação judicial que enseja a extinção do processo, em virtude da existência de fundada dúvida a respeito da efetiva outorga de poderes ao advogado. Precedente desta Câmara. IV Sentença mantida. Recurso não provido. Logo, os contratos que não foram juntados não poderão integrar o objeto global da lide, caso seja admitida. Relativamente aos juros remuneratórios na cédula (única) juntada (fls.74/89), os percentuais absolutamente reduzidos foram de 1,46% ao mês e 18,99% ao ano (fls.75). Nada há como fundamento consistente/sólido para alguma alteração. houve tese firmada (Tema n. 27) nos seguintes termos: É admitida a revisão das taxas de juros remuneratórios em situações excepcionais, desde que caracterizada a relação de consumo e que a abusividade (capaz de colocar o consumidor em desvantagem exagerada (art.51, §1º, do CDC) fique cabalmente demonstrada, ante às peculiaridades do julgamento em concreto.. Disso decorre, basicamente, a necessidade de clara evidência de abusividade na fixação das taxas, que, para tanto, tem de destoar significativamente da média de mercado para que se possa cogitar da possibilidade de alguma discussão a respeito (dentre outros: TJSP Apelação n. 1010192-48.2023.8.26.0590; Rel: Alberto Gosson; j: 25/03/2024). Nos termos da Súmula n. 530 do C.STJ: Nos contratos bancários, na impossibilidade de comprovar a taxa de juros efetivamente contratada - por ausência de pactuação ou pela falta de juntada do instrumento aos autos -, aplica-se a taxa média de mercado, divulgada pelo Bacen, praticada nas operações da mesma espécie, salvo se a taxa cobrada for mais vantajosa para o devedor.. Os percentuais aqui não se mostram, ainda que minimamente, abusivos sob qualquer aspecto e, ademais, já há tempo se definiu que A norma do § 3º do artigo 192 da Constituição, revogada pela Emenda Constitucional nº 40/2003, que limitava a taxa de juros reais a 12% ao ano, tinha sua aplicação condicionada à edição de lei complementar. (Súmula Vinculante n. 7). Não há fundamentos consistentes para se alterar o que ficou definido no contrato, considerando o que estabelecido no respectivo tema repetitivo já referido. De início, a consideração a ser feita é de que as taxas de juros efetivas não se confundem com os índices associados ao custo efetivo total, que (...) corresponde a todos os encargos e despesas incidentes nas operações de crédito financeiro - Art. 1º, §§ 1º e 2º da Resolução nº 3.517 do CMN (Apelação n. 1004505-52.2023.8.26.0344 (TJSP); Rel: Achile Alesina; 15ª Câmara de Direito Privado; j:09/08/2024). Efetivamente: O Custo Efetivo Total (CET) corresponde à somatória dos juros pactuados com os demais encargos contratuais, como tarifas, impostos, seguros e demais despesas (Apelação n. 1000060-91.2024.8.26.0073 (TJSP); Rel: PAULO SERGIO MANGERONA; Núcleo de Justiça 4.0 em Segundo Grau Turma IV (Direito Privado 2); j:12/07/2024). E é por isso, exatamente, que Limitação à taxa de juros remuneratórios que não se estende ao custo efetivo total (Apelação n. 1000239-50.2024.8.26.0291 (TJSP); Rel: Alexandre Coelho; Núcleo de Justiça 4.0 em Segundo Grau Turma I (Direito Privado 2); j: 09/08/2024). Tomadas então as porcentagens apenas das taxas efetivas, houve tese firmada (Tema n. 27) nos seguintes termos: É admitida a revisão das taxas de juros remuneratórios em situações excepcionais, desde que caracterizada a relação de consumo e que a abusividade (capaz de colocar o consumidor em desvantagem exagerada (art.51, §1º, do CDC) fique cabalmente demonstrada, ante às peculiaridades do julgamento em concreto. Disso decorre, basicamente, a necessidade de clara evidência de abusividade na fixação das taxas, que, para tanto, tem de destoar significativamente da média de mercado para que se possa cogitar da possibilidade de alguma discussão a respeito (dentre outros: TJSP Apelação n. 1010192-48.2023.8.26.0590; Rel: Alberto Gosson; j: 25/03/2024). Com relação ao que se estabelece como taxa média, a compreensão não é aquela conferida pela parte autora. Efetivamente, A taxa média apurada pelo BACEN serve apenas como referência e não tem caráter vinculante, à medida que as instituições financeiras levam em consideração, por ocasião da contratação efetiva, a espécie de contrato firmado (se consignado ou não), a garantia disponibilizada à instituição financeira (se real ou pessoal), a capacidade financeira do consumidor, os riscos de inadimplência no plano concreto, entre outros fatores (Apelação n. 1029796-65.2023.8.26.0114 (TJSP); Rel: Léa Duarte; Núcleo de Justiça 4.0 em Segundo Grau Turma IV (Direito Privado 2); j: 06/08/2024). Objetivamente: A taxa média de mercado é o que nome indica: a média, não um índice a ser seguido (Apelação n. 1000493-20.2023.8.26.0077 (TJSP); Rel: Achile Alesina; 15ª Câmara de Direito Privado; j: 08/08/2024); A taxa média de mercado não se constitui em limite que deva ser observado pelas instituições financeiras (Apelação n. 1004122-96.2024.8.26.0196 (TJSP); Rel: Pedro Ferronato; Núcleo de Justiça 4.0 em Segundo Grau Turma III (Direito Privado 2); j: 09/08/2024). Evidentemente, se há uma taxa média, há várias outras que a gravitam em menores ou maiores percentuais e o que foi aqui fixado não sugere abusividade. Destaco: Apelação n. 1000326-36.2023.8.26.0066 (TJSP); Rel: Ricardo Pereira Junior; Núcleo de Justiça 4.0 em Segundo Grau Turma V (Direito Privado 2); j: 12/09/2024; EMENTA: APELAÇÃO CÍVEL. Contratos bancários. Financiamento de veículo. Ação revisional. Sentença de improcedência. Juros contratados (3,47% ao mês) maiores do que a média do mercado (2,05% a. m.). Diferença não implica abuso. Ausência de prova de que juros contratados em situações semelhantes sejam muito inferiores (tema 27 do STJ). Abusividade da taxa de juros não demonstrada. (...). A liberdade contratual é o que deve prevalecer, só se admitindo a modificação de condições contratuais no caso: os juros em situações realmente excepcionais (dentre outros: Apelação n. 1001349-10.2024.8.26.0348 (TJSP); Rel: Rosana Santiso; Núcleo de Justiça 4.0 em Segundo Grau Turma IV (Direito Privado 2); j: 12/07/2024). Em relação à capitalização dos juros, tem-se entendido que, (...) a incidência de juros remuneratórios compostos pré-fixados não ostenta nenhuma ilegalidade, mesmo porque não se verifica nem em tese, quanto a esses juros remuneratórios, a possibilidade de incidência de juros sobre juros, diferentemente do que se passa com os contratos de cartão de crédito e de abertura de crédito rotativo em conta corrente (...), razão pela qual (...) impõe-se concluir que o cômputo de juros compostos pré-fixados não ostenta nenhuma ilegalidade, não se confundindo com o anatocismo (TJSP Apelação n. 1003666-87.2017.8.26.0198; Rel: Mourão Neto; j: 07/02/2020). A contratação é por cédula de crédito bancário e a capitalização conta com expressa previsão (cláusula 2.1 fls.77) e expressa autorização pelo art. 28 da Lei n. 10.931/2004, pelo que a exigência não é tida como abusiva (TJSP Apelação n. 1006516-75.2017.8.26.0114; Rel: Jovino de Sylos; j: 22/10/2019; TJSP Apelação n. 1077215-92.2024.8.26.0002; Rel: Walter Fonseca; j: 19/05/2025; TJSP Apelação n. 1004497-96.2024.8.26.0358; Rel: Gilberto Franceschini; j: 16/05/2025; TJSP Apelação n. 1023798-70.2024.8.26.0506; Rel: Ricardo Pessoa de Mello Belli; j: 14/05/2025). De qualquer forma, o que prepondera é que: (Súmula n. 541 do C.STJ): A previsão no contrato bancário de taxa de juros anual superior ao duodécuplo da mensal é suficiente para permitir a cobrança da taxa efetiva anual contratada.; (Súmula n. 539 do C.STJ): É permitida a capitalização de juros com periodicidade inferior à anual em contratos celebrados com instituições integrantes do Sistema Financeiro Nacional a partir de 31/3/2000 (MP n. 1.963-17/2000, reeditada como MP n. 2.170-36/2001), desde que expressamente pactuada. São entendimentos pacificados que se aplicam à presente hipótese, o que elimina qualquer possibilidade de se tomar como abusivo o cômputo dos juros. E mais: - A estipulação de juros remuneratórios superiores a 12% ao ano, por si só, não indica abusividade (Súmula n. 382 do C.STJ); - As disposições do Decreto 22.626/33 não se aplicam às taxas de juros e aos outros encargos cobrados nas operações realizadas por instituições públicas ou privadas, que integram o sistema financeiro nacional. (Súmula n. 596 do C.STF). Neste ponto, precisamente, dispõe agora o art. 3º, inc. III, da Lei n. 14905/2024. A relação jurídica não é de consumo, pois os créditos foram tomados para capital de giro a pessoa jurídica, implicando a intenção de fomento à sua atividade, o que desnatura a figura do fornecedor e do consumidor para os fins da Lei n. 8078/1990 (Apelação n. 1011774-55.2023.8.26.0664 (TJSP); Rel: Marcelo Ielo Amaro; j: 08/05/2025). A partir disso, portanto, a primeira consideração a ser feita é de que, Nas declarações de vontade se atenderá mais à intenção nelas consubstanciada do que ao sentido literal da linguagem e, também, de que Os negócios jurídicos devem ser interpretados conforme a boa-fé e os usos do lugar de sua celebração (arts. 112 e 113 do Código Civil). E mais: A interpretação do negócio jurídico deve lhe atribuir o sentido que: (...) I - for confirmado pelo comportamento das partes posterior à celebração do negócio; II - corresponder aos usos, costumes e práticas do mercado relativas ao tipo de negócio (art. 113, §1º, incs. I e II, Código Civil) Assim são as regras legais atinentes a pretensões revisionais em contrato de natureza privada: Art. 421. A liberdade contratual será exercida nos limites da função social do contrato. Parágrafo único. Nas relações contratuais privadas, prevalecerão o princípio da intervenção mínima e a excepcionalidade da revisão contratual. Art. 421-A. Os contratos civis e empresariais presumem-se paritários e simétricos até a presença de elementos concretos que justifiquem o afastamento dessa presunção, ressalvados os regimes jurídicos previstos em leis especiais, garantido também que: I - as partes negociantes poderão estabelecer parâmetros objetivos para a interpretação das cláusulas negociais e de seus pressupostos de revisão ou de resolução; (Incluído pela Lei nº 13.874, de 2019) II - a alocação de riscos definida pelas partes deve ser respeitada e observada; e III - a revisão contratual somente ocorrerá de maneira excepcional e limitada. Pois bem. Na situação jurídico-legal atual, prevalece o que pactuado bilateralmente sem vício de manifestação, nada havendo a sugerir que a função social do contrato teria sido comprometida por um suposto mas inexistente enriquecimento indevido de alguma das partes, alguma marca de desequilíbrio evidente. Não existe um cenário em que alguma das partes estaria se enriquecendo sem justa causa à custa da outra (art. 884 do Código Civil). Outrossim, não há circunstâncias extraordinárias a permitir a compreensão de que o que a parte autora pretende não fere a segurança jurídica trazida com a formação do contrato nas condições bem estabelecidas pelas partes. Em outro dizer: a parte ré, em paridade com a parte autora, tem a identificação plena de sua obrigação e da magnitude de seu comprometimento para o cumprimento da obrigação que lhe foi imposta. Não se pode admitir um grau de ingerência na relação jurídica privada que significasse um elemento surpresa em flagrante insegurança jurídica imposta aos contratantes. Destaco: Apelação n. 1006838-44.2022.8.26.0624 (TJSP); Rel: César Peixoto; 9ª Câmara de Direito Privado; j: 09/11/2023; EMENTA: Ação revisional de instrumento particular de escritura de compra e venda de lote com pacto de alienação fiduciária em garantia [loteamento Bella Vittá Tatuí/SP], cumulada com o pedido de restituição de valores Improcedência em juízo de primeiro grau Cerceamento de defesa não verificado Prescindibilidade de perícia contábil Inexistência das figuras da onerosidade excessiva, de vantagem exagerada ou de empobrecimento e enriquecimento sem causa Álea/risco típico do negócio Parâmetros objetivos ajustados Medida revisional de caráter excepcional e limitado Supremacia do principio da obrigatoriedade das convenções de direito privado, de natureza patrimonial e disponível, pena de instabilidade econômica e financeira das operações mercantis em curso Intervenção estatal mínima na livre iniciativa Inteligência do art. 421 e 421-A do Código Civil Presunção legal da simetria e da paridade das obrigações não elidida Legitimidade da taxa de administração convencionada Viabilidade da cobrança de comissão de corretagem Prêmio de seguro Impossibilidade da cobrança Venda casada Precedentes do Superior Tribunal de Justiça pelo sistema repetitivo Cobrança de IPTU antecedente à formalização do negócio jurídico Necessidade de ajuizamento de ação própria Parcial procedência da ação Recurso provido, em parte. Não é demais acrescentar, embora à margem da fundamentação nuclear do autor, que também não se pode cogitar de onerosidade excessiva porque o que pretende não está associado a acontecimentos extraordinários e imprevisíveis (art. 478 do Código Civil). E mais: isso implica considerar que a situação nem comporta o ato de modificar equitativamente o que dispõe o negócio jurídico (art. 479), pois a paridade/equidade já é prevista ao se considerar que as partes determinaram as condições contratuais livremente, sem abusividade flagrante. Ao constituírem o negócio jurídico nos moldes em que foi finalizado, cada parte gera na outra a perspectiva legítima de uma segurança plena que só pode ser quebrada mediante fatores excepcionalíssimos. Sob qualquer perspectiva, portanto, não vinga a pretensão à alteração do contrato. Por fim, as tarifas de R$3.500,00 cada uma foram tratadas pela autora às fls.22/23 sem a indicação do documento que comprova as cobranças e por que razão, precisamente, seriam elas indevidas/abusivas. É na linha do que acima se deliberou: qualquer pretensão revisional só pode estar fundada em prova documental da cobrança tida por abusiva e deve estar suficientemente fundamentada para que se possa dela conhecer. Postos esses fundamentos, não se vislumbra condições mínimas de viabilidade plausibilidade mínima para se admitir o processamento. II Dê-se ciência à autora para os fins dos arts. 9º e 10 do CPC e, após, decorridos 15 (quinze) dias, tornem conclusos. III Int.

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