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Resultados para "1036175-56.2022.8.26.0114"

Denise De Miranda x Facta Financeira S.A. Credito, Financiamento E Investimento

ID: 305571057

Tribunal: TJPR Órgão: 2ª Vara Cível de Toledo Classe: PROCEDIMENTO COMUM CíVEL Nº Processo: 0015176-36.2024.8.16.0170

Data de Disponibilização: 24/06/2025

Polo Ativo:

DENISE DE MIRANDA

Polo Passivo:

FACTA FINANCEIRA S.A. CREDITO, FINANCIAMENTO E INVESTIMENTO

Conclusão

Advogados:

MICHELE GASPAR NOGUEIRA

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PAULO EDUARDO SILVA RAMOS

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MARIA GABRIELA MONTANHER SONEGO

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PODER JUDICIÁRIO DO ESTADO DO PARANÁ COMARCA DE TOLEDO 2ª VARA CÍVEL DE TOLEDO - PROJUDI RUA ALMIRANTE BARROSO, 3202 - CENTRO CÍVICO - Toledo/PR - CEP: 85.900-020 - Fone: (45) 3277 4825 - Celular: (4… PODER JUDICIÁRIO DO ESTADO DO PARANÁ COMARCA DE TOLEDO 2ª VARA CÍVEL DE TOLEDO - PROJUDI RUA ALMIRANTE BARROSO, 3202 - CENTRO CÍVICO - Toledo/PR - CEP: 85.900-020 - Fone: (45) 3277 4825 - Celular: (45) 99999-3934 - E-mail: segundavaraciveltoledo@gmail.com Autos nº. 0015176-36.2024.8.16.0170 Trata-se de AÇÃO DECLARATÓRIA DE INEXISTÊNCIA DE DÉBITO ajuizada por DENISE DE MIRANDA em face de FACTA FINANCEIRA S.A. CRÉDITO, FINANCIAMENTO E INVESTIMENTO, ambos qualificados nos autos. Segundo a inicial, a parte autora é beneficiária do INSS e foi lançado pela parte requerida um crédito em seu benefício decorrente de cartão de crédito. Entretanto, nega ter autorizado ou contratado qualquer tipo de serviço. No mérito, requer a procedência do pedido para declarar a inexistência da relação jurídica e condenar o requerido a ressarcir em dobro os valores indevidamente descontados de seu benefício, bem como a pagar indenização por danos morais. Juntou documentos. Decisão deferindo a aplicação da legislação consumerista e a inversão do ônus da prova (mov. 20.1). Citado, o requerido apresenta contestação (mov. 26.1) onde alega, em resumo, que houve a efetiva contratação pela parte autora, tendo usufruído do crédito depositado em sua conta bancária. Pugna pela improcedência dos pedidos e, subsidiariamente, requer a devolução do valor creditado na conta bancária da parte autora. Juntou documentos. Oportunizada a especificação de provas pelas partes, a autora requereu o julgamento antecipado do feito (mov. 33.1), ao passo que o réu não se manifestou (mov. 34). É o relatório. DECIDO. DO JULGAMENTO ANTECIPADO DA LIDE O feito comporta julgamento antecipado, na forma que preconiza o artigo 355, inciso I, do Código de Processo Civil, posto que a matéria controvertida é exclusivamente de direito ou, sendo também de fato, está suficientemente comprovada. DO MÉRITO Na inicial consta que a parte autora nega a relação jurídica estabelecida com a parte requerida, enquanto esta última afirma a existência de uma relação contratual. No caso, temos a incidência do Código de Defesa do Consumidor. A cláusula constitucional do devido processo legal pressupõe observância estrita aos deveres da lealdade e boa-fé objetiva por parte de todos aqueles que participam do processo judicial, conforme dispõe o artigo 6º do CPC, o dever de colaboração recíproco entre os sujeitos da relação processual, de modo que o juiz tem o poder-dever de cooperar com as partes na solução do processo, mas, na mesma extensão e profundidade, as partes devem auxiliar o juiz no exercício da jurisdição. Nessa linha, o juiz tem o poder/dever de inibir posturas processuais que dificultem a defesa, alterem ou ocultem a verdade dos fatos, induzam, ainda que potencialmente, o juiz a erro, ou que representem açodamento ou negligência na apresentação da postulação em juízo. O Judiciário Nacional, atualmente, se depara com ações em massa, em que dois clássicos exemplos retratam essa afirmação: (a) em sede de ação revisional de contrato, advoga-se a abusividade de cláusulas contratuais, formulando pedido demasiadamente genérico de modo que o juízo não tem como inferir quais são as cláusulas específicas do pacto firmado entre as partes que se pretende discutir, as razões da suposta abusividade, sem apresentar o contrato com a inicial, o que dificulta a compreensão da lide pelo Juízo e a defesa do réu; e (b) o consumidor a despeito de assinar contrato bancário com a instituição financeira, afirma na petição inicial desconhecer a origem do débito, sendo certo que, em muitos casos, a contestação traz o contrato assinado validamente. Litiga-se, por assim dizer, firme na esperança de uma defesa ineficiente, premida pela circunstância de múltiplas ações, com petições iniciais padronizadas contendo teses genéricas, ajuizadas no mesmo espaço de tempo, contra uma única parte. Tal detalhe chama a atenção para as demandas que, usualmente, seu polo ativo é composto por pessoas analfabetas ou com baixo grau de instrução, aposentadas, pensionistas ou beneficiários do INSS, desempregados, pessoas de baixa renda, idosos e devedores e/ou litigantes contumazes. Ao juiz não é dado ignorar a realidade das lides massificadas à prestação jurisdicional justa, eficiente e prestada em tempo razoável, ou seja, é lícito ao juiz atuar na repressão à chamada lide temerária. O atual estágio do processo civil não tolera o abuso de direito processual, no qual se enquadra toda e qualquer forma temerária (imprudente, negligente, açodada ou descuidada) de lide, que põe em risco valores e regras fundamentais, a exemplo de exercício do direito de defesa. Há, portanto, a necessidade premente de concitar a parte e seu advogado a trazer sua postulação em termos adequados, concretos e específicos ao caso em litígio, anexando a documentação comprobatória de seus argumentos. DOS FATOS DA INICIAL Consta da exordial que a parte requerente não realizou a contratação de empréstimo/cartão crédito, porém, apenas anos depois ajuizou a presente ação, aduzindo esse argumento. Com efeito, o fato de a parte autora somente ao final de todo esse tempo resolver questionar a assinatura do contrato, dispensa, inclusive, a realização de perícia grafotécnica no respectivo documento apresentado pela requerida, o qual contém, inclusive, os exatos dados referentes aos descontos impugnados. Além disso, não se mostra nada coerente aceitar que a parte autora tenha ficado por anos pagando parcelas mensais sem ao menos perceber tais descontos ou questioná-los em tempo razoável. Nesse mesmo sentido, decidiu o TJSP, em situação semelhante: CONTRATO BANCÁRIO. Ação declaratória cumulada com obrigação de fazer e reparação de danos materiais e danos morais - Sentença de improcedência - Inconformismo da autora - Cerceamento de defesa não configurado - Adesão à cédula de crédito bancário comprovada por meio do contrato assinado pela suplicante - Muito embora desde a petição inicial a recorrente alegue desconhecer a avença, pleiteando perícia grafotécnica tanto em réplica quanto em especificação de provas, a análise dos elementos constantes dos autos afasta a verossimilhança das alegações da recorrente a justificar a prova técnica pretendida – A cédula de crédito bancário questionada data de 30 de janeiro de 2019 e somente após três anos e meio (12 de agosto de 2022) é que a apelante vem alegar desconhecimento da avença - A análise do extrato do INSS demonstra que desde 2017 a autora possuí empréstimo com instituições financeiras diversas, não sendo crível não ter contrato qualquer deles, diante do tempo decorrido no ajuizamento das demandas e da ausência de notícia de extravio/furto de documentos - Sequer consta nos autos a notícia de que ela tenha lavrado Boletim de ocorrência, já que nega inúmeros contratos constantes de seu benefício previdenciário - Ausência de ilegalidade a ensejar repetição, arbitramento de indenização ou mesmo alteração daquilo que foi livremente pactuado entre as partes - Sentença de improcedência mantida - Recurso não provido[1]. Resta evidente, portanto, pelas circunstâncias do caso concreto, que a parte autora anuiu com o empréstimo/cartão de crédito e suas condições, sendo que isso se infere não só pelos reiterados e longos pagamentos das parcelas, mas também porque a parte autora recebeu o crédito em conta, conforme demonstrado pelo recibo de transferência do mov. 26.4, e não o questionou por anos. Destaco, ainda, que a parte demandante sequer impugnou, de forma específica, o comprovante de crédito do valor do empréstimo/cartão de crédito em sua conta bancária, cujo documento aponta com detalhes os dados da conta destinatária. Ademais disso, estava ao alcance da parte requerente a apresentação de extratos bancários referentes à época a fim de comprovar eventual ausência do crédito, o que, todavia, não ocorreu nos autos. A versão da inicial, portanto, confrontada com o conjunto de fatos e circunstâncias envolvendo o negócio, não se sustenta e é claramente falsa. Não obstante, inexistem elementos para se concluir pela sua má-fé na propositura da demanda, notadamente porque, ao que parece, o ingresso desta pretensão em juízo não corresponde à efetiva intenção da parte requerente ao formalizar os serviços advocatícios contratados. No caso dos autos, devidamente comprovada a relação entre as partes em razão do dinheiro transferido pelo réu em favor da parte autora, ao descontar os valores regularmente contratados, o réu agiu no exercício regular do seu direito, podendo se utilizar dos meios legais para satisfação do seu crédito, na forma do art. 188, I, Código Civil, razão pela qual não merece guarida o pleito inicial. Logo, não há falar em contratação viciada, desconto indevido, nem em indenização por dano moral. Desta feita, resta prejudicado o pedido de indenização por danos morais, bem como a pleiteada devolução de valores, eis que não há importâncias indevidamente pagas à requerida. DO DISPOSITIVO Pelo exposto, julgo IMPROCEDENTE o pedido inicial, com fundamento no art. 487, inciso I, do Código de Processo Civil. Condeno a parte autora ao pagamento das custas e despesas processuais e de honorários advocatícios, que fixo em 20% (vinte por cento) sobre o valor da causa, nos termos do art. 85, § 2º, do Código de Processo Civil. Observem-se as hipóteses de justiça gratuita. Interposto recurso de apelação, intime-se a parte recorrida para apresentar contrarrazões no prazo legal de 15 (quinze) dias, conforme o art. 1.010, § 1º, do CPC. Se apresentada apelação adesiva, intime-se a parte contrária para apresentar contrarrazões no prazo de 15 (quinze) dias, nos termos do art. 1.010, § 2º, do CPC. Caso as contrarrazões do recurso principal ou do recurso adesivo ventilem matérias elencadas no art. 1.009, § 1º, do CPC, intime-se o recorrente para se manifestar sobre elas no prazo de 15 (quinze) dias, conforme o art. 1.009, § 2º, do CPC. Após as formalidades acima, se for o caso, dê-se vista ao Ministério Público e, após, encaminhem-se os autos ao Egrégio Tribunal de Justiça do Estado do Paraná (art. 1.010, § 3º, do CPC), com as homenagens de estilo, ressaltando-se que o juízo de admissibilidade do(s) recurso(s) será efetuado direta e integralmente pela Corte ad quem (art. 932, III, do CPC). P. R. I. Oportunamente, arquivem-se. DENISE TEREZINHA CORRÊA DE MELO Juíza de Direito [1] TJSP - Apelação Cível nº 1036951-56.2022.8.26.0114 - 18ª Câmara de Direito Privado Relator(a) Hélio Faria - Julgado em 23/11/2023.

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Gustinho Ferreira Paiva x Banco Pan S.A.

ID: 308800982

Tribunal: TJPR Órgão: 2ª Vara Cível de Toledo Classe: PROCEDIMENTO COMUM CíVEL Nº Processo: 0007523-80.2024.8.16.0170

Data de Disponibilização: 26/06/2025

Polo Ativo:

GUSTINHO FERREIRA PAIVA

Polo Passivo:

BANCO PAN S.A.

Conclusão

Advogados:

RENATO CHAGAS CORRÊA DA SILVA

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ANA GABRIELA BARBOSA TORRES

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PODER JUDICIÁRIO DO ESTADO DO PARANÁ COMARCA DE TOLEDO 2ª VARA CÍVEL DE TOLEDO - PROJUDI RUA ALMIRANTE BARROSO, 3202 - CENTRO CÍVICO - Toledo/PR - CEP: 85.900-020 - Fone: (45) 3277 4825 - Celular: (4… PODER JUDICIÁRIO DO ESTADO DO PARANÁ COMARCA DE TOLEDO 2ª VARA CÍVEL DE TOLEDO - PROJUDI RUA ALMIRANTE BARROSO, 3202 - CENTRO CÍVICO - Toledo/PR - CEP: 85.900-020 - Fone: (45) 3277 4825 - Celular: (45) 99999-3934 - E-mail: segundavaraciveltoledo@gmail.com Autos nº. 0007523-80.2024.8.16.0170 Trata-se de AÇÃO DECLARATÓRIA DE INEXISTÊNCIA DE DÉBITO ajuizada por GUSTINHO FERREIRA PAIVA em face de BANCO PAN S.A, ambos qualificados nos autos. Segundo a inicial, a parte autora é beneficiária do INSS e foi lançado pela parte requerida um crédito em seu benefício decorrente de cartão de crédito. Entretanto, nega ter autorizado ou contratado qualquer tipo de serviço. Em sede de tutela de urgência, requer seja determinado à instituição financeira que se abstenha de efetuar os descontos relativos ao contrato de cartão de crédito, sob pena de multa. No mérito, requer a procedência do pedido para declarar a inexistência da relação jurídica e condenar o requerido a ressarcir em dobro os valores indevidamente descontados de seu benefício. Juntou documentos. Decisão indeferindo o pedido de tutela de urgência e deferindo a aplicação da legislação consumerista e a inversão do ônus da prova (mov. 15.1). Citado, o requerido apresenta contestação (mov. 18.1) onde alega, em resumo, que houve a efetiva contratação pela parte autora, tendo usufruído do crédito depositado em sua conta bancária. Pugna pela improcedência dos pedidos e, subsidiariamente, requer a devolução do valor creditado na conta bancária da parte autora. Juntou documentos. Impugnação à contestação (mov. 30.1). Especificação de provas pelas partes (movs. 35.1 e 36.1). Decisão de saneamento e organização do processo indeferindo o pedido de produção de prova oral e anunciando o julgamento antecipado do feito (mov. 48.1). É o relatório. DECIDO. DO JULGAMENTO ANTECIPADO DA LIDE O feito comporta julgamento antecipado, na forma que preconiza o artigo 355, inciso I, do Código de Processo Civil, posto que a matéria controvertida é exclusivamente de direito ou, sendo também de fato, está suficientemente comprovada. DO MÉRITO Na inicial consta que a parte autora nega a relação jurídica estabelecida com a parte requerida, enquanto esta última afirma a existência de uma relação contratual. No caso, temos a incidência do Código de Defesa do Consumidor. A cláusula constitucional do devido processo legal pressupõe observância estrita aos deveres da lealdade e boa-fé objetiva por parte de todos aqueles que participam do processo judicial, conforme dispõe o artigo 6º do CPC, o dever de colaboração recíproco entre os sujeitos da relação processual, de modo que o juiz tem o poder-dever de cooperar com as partes na solução do processo, mas, na mesma extensão e profundidade, as partes devem auxiliar o juiz no exercício da jurisdição. Nessa linha, o juiz tem o poder/dever de inibir posturas processuais que dificultem a defesa, alterem ou ocultem a verdade dos fatos, induzam, ainda que potencialmente, o juiz a erro, ou que representem açodamento ou negligência na apresentação da postulação em juízo. O Judiciário Nacional, atualmente, se depara com ações em massa, em que dois clássicos exemplos retratam essa afirmação: (a) em sede de ação revisional de contrato, advoga-se a abusividade de cláusulas contratuais, formulando pedido demasiadamente genérico de modo que o juízo não tem como inferir quais são as cláusulas específicas do pacto firmado entre as partes que se pretende discutir, as razões da suposta abusividade, sem apresentar o contrato com a inicial, o que dificulta a compreensão da lide pelo Juízo e a defesa do réu; e (b) o consumidor a despeito de assinar contrato bancário com a instituição financeira, afirma na petição inicial desconhecer a origem do débito, sendo certo que, em muitos casos, a contestação traz o contrato assinado validamente. Litiga-se, por assim dizer, firme na esperança de uma defesa ineficiente, premida pela circunstância de múltiplas ações, com petições iniciais padronizadas contendo teses genéricas, ajuizadas no mesmo espaço de tempo, contra uma única parte. Tal detalhe chama a atenção para as demandas que, usualmente, seu polo ativo é composto por pessoas analfabetas ou com baixo grau de instrução, aposentadas, pensionistas ou beneficiários do INSS, desempregados, pessoas de baixa renda, idosos e devedores e/ou litigantes contumazes. Ao juiz não é dado ignorar a realidade das lides massificadas à prestação jurisdicional justa, eficiente e prestada em tempo razoável, ou seja, é lícito ao juiz atuar na repressão à chamada lide temerária. O atual estágio do processo civil não tolera o abuso de direito processual, no qual se enquadra toda e qualquer forma temerária (imprudente, negligente, açodada ou descuidada) de lide, que põe em risco valores e regras fundamentais, a exemplo de exercício do direito de defesa. Há, portanto, a necessidade premente de concitar a parte e seu advogado a trazer sua postulação em termos adequados, concretos e específicos ao caso em litígio, anexando a documentação comprobatória de seus argumentos. DOS FATOS DA INICIAL Consta da exordial que a parte requerente não realizou a contratação de empréstimo/cartão crédito, porém, apenas anos depois ajuizou a presente ação, aduzindo esse argumento. Com efeito, o fato de a parte autora somente ao final de todo esse tempo resolver questionar a assinatura do contrato, dispensa, inclusive, a realização de perícia grafotécnica no respectivo documento apresentado pela requerida, o qual contém, inclusive, os exatos dados referentes aos descontos impugnados. Além disso, não se mostra nada coerente aceitar que a parte autora tenha ficado por anos pagando parcelas mensais sem ao menos perceber tais descontos ou questioná-los em tempo razoável. Nesse mesmo sentido, decidiu o TJSP, em situação semelhante: CONTRATO BANCÁRIO. Ação declaratória cumulada com obrigação de fazer e reparação de danos materiais e danos morais - Sentença de improcedência - Inconformismo da autora - Cerceamento de defesa não configurado - Adesão à cédula de crédito bancário comprovada por meio do contrato assinado pela suplicante - Muito embora desde a petição inicial a recorrente alegue desconhecer a avença, pleiteando perícia grafotécnica tanto em réplica quanto em especificação de provas, a análise dos elementos constantes dos autos afasta a verossimilhança das alegações da recorrente a justificar a prova técnica pretendida – A cédula de crédito bancário questionada data de 30 de janeiro de 2019 e somente após três anos e meio (12 de agosto de 2022) é que a apelante vem alegar desconhecimento da avença - A análise do extrato do INSS demonstra que desde 2017 a autora possuí empréstimo com instituições financeiras diversas, não sendo crível não ter contrato qualquer deles, diante do tempo decorrido no ajuizamento das demandas e da ausência de notícia de extravio/furto de documentos - Sequer consta nos autos a notícia de que ela tenha lavrado Boletim de ocorrência, já que nega inúmeros contratos constantes de seu benefício previdenciário - Ausência de ilegalidade a ensejar repetição, arbitramento de indenização ou mesmo alteração daquilo que foi livremente pactuado entre as partes - Sentença de improcedência mantida - Recurso não provido[1]. Resta evidente, portanto, pelas circunstâncias do caso concreto, que a parte autora anuiu com o empréstimo/cartão de crédito e suas condições, sendo que isso se infere não só pelos reiterados e longos pagamentos das parcelas, mas também porque a parte autora recebeu o crédito em conta, conforme demonstrado pelo recibo de transferência do mov. 35.2, e não o questionou por anos. Destaco, ainda, que a parte demandante sequer impugnou, de forma específica, o comprovante de crédito do valor do empréstimo/cartão de crédito em sua conta bancária, cujo documento aponta com detalhes os dados da conta destinatária. Ademais disso, estava ao alcance da parte requerente a apresentação de extratos bancários referentes à época a fim de comprovar eventual ausência do crédito, o que, todavia, não ocorreu nos autos. A versão da inicial, portanto, confrontada com o conjunto de fatos e circunstâncias envolvendo o negócio, não se sustenta e é claramente falsa. Não obstante, inexistem elementos para se concluir pela sua má-fé na propositura da demanda, notadamente porque, ao que parece, o ingresso desta pretensão em juízo não corresponde à efetiva intenção da parte requerente ao formalizar os serviços advocatícios contratados. No caso dos autos, devidamente comprovada a relação entre as partes em razão do dinheiro transferido pelo réu em favor da parte autora, ao descontar os valores regularmente contratados, o réu agiu no exercício regular do seu direito, podendo se utilizar dos meios legais para satisfação do seu crédito, na forma do art. 188, I, Código Civil, razão pela qual não merece guarida o pleito inicial. Logo, não há falar em contratação viciada, desconto indevido, nem em indenização por dano moral. DO DISPOSITIVO Pelo exposto, julgo IMPROCEDENTE o pedido inicial, com fundamento no art. 487, inciso I, do Código de Processo Civil. Condeno a parte autora ao pagamento das custas e despesas processuais e de honorários advocatícios, que fixo em 20% (vinte por cento) sobre o valor da causa, nos termos do art. 85, § 2º, do Código de Processo Civil. Observem-se as hipóteses de justiça gratuita. Interposto recurso de apelação, intime-se a parte recorrida para apresentar contrarrazões no prazo legal de 15 (quinze) dias, conforme o art. 1.010, § 1º, do CPC. Se apresentada apelação adesiva, intime-se a parte contrária para apresentar contrarrazões no prazo de 15 (quinze) dias, nos termos do art. 1.010, § 2º, do CPC. Caso as contrarrazões do recurso principal ou do recurso adesivo ventilem matérias elencadas no art. 1.009, § 1º, do CPC, intime-se o recorrente para se manifestar sobre elas no prazo de 15 (quinze) dias, conforme o art. 1.009, § 2º, do CPC. Após as formalidades acima, se for o caso, dê-se vista ao Ministério Público e, após, encaminhem-se os autos ao Egrégio Tribunal de Justiça do Estado do Paraná (art. 1.010, § 3º, do CPC), com as homenagens de estilo, ressaltando-se que o juízo de admissibilidade do(s) recurso(s) será efetuado direta e integralmente pela Corte ad quem (art. 932, III, do CPC). P. R. I. Oportunamente, arquivem-se. DENISE TEREZINHA CORRÊA DE MELO Juíza de Direito [1] TJSP - Apelação Cível nº 1036951-56.2022.8.26.0114 - 18ª Câmara de Direito Privado Relator(a) Hélio Faria - Julgado em 23/11/2023.

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