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Processo nº 1007006-49.2025.8.26.0007

ID: 302237505

Tribunal: TJSP Órgão: Foro Regional VII - Itaquera - 1ª Vara Cível Classe: PROCEDIMENTO COMUM CíVEL Nº Processo: 1007006-49.2025.8.26.0007

Data de Disponibilização: 18/06/2025

Polo Ativo:

THIAGO HERBERT DOS SANTOS

Polo Passivo:

Intimação

Advogados:

BARBARA REZENDE FERREIRA MARQUES

OAB/SP XXXXXX Desbloquear

Processo 1007006-49.2025.8.26.0007 - Procedimento Comum Cível - Indenização por Dano Material - Thiago Herbert dos Santos - Vistos. THIAGO HERBERT DOS SANTOS ajuizou a presente ação ordinária em face… Processo 1007006-49.2025.8.26.0007 - Procedimento Comum Cível - Indenização por Dano Material - Thiago Herbert dos Santos - Vistos. THIAGO HERBERT DOS SANTOS ajuizou a presente ação ordinária em face de BANCO ITAÚ S/A, BANCO SANTANDER S/A e CIP - CÂMARA INTERBANCÁRIA DE PAGAMENTOS, objetivando o restabelecimento de serviços bancários, remoção de restrições cadastrais e indenização por danos morais e materiais, formula pedido de tutela antecipada. Alega o requerente que o BANCO ITAÚ não adotou as providências determinadas pelo Juízo nos autos do processo nº 1018050-19.2021.8.26.0003, que tramitou na 2ª Vara Cível do Foro Regional III Jabaquara. Aduz que, em razão do resultado da sentença naquela ação, o BANCO ITAÚ instruiu a CIP a determinar o encerramento de sua conta no BANCO SANTANDER, sem prévia notificação. Sustenta que está com o nome negativado nos sistemas do BACEN e nos bancos requeridos, e que, em decorrência do encerramento da conta no Banco Santander, as faturas de cartões de crédito e tarifas não foram pagas, tendo essas dívidas sido cedidas ao fundo RECOVERY. Nas petições de fls. 68/68 e 89/93 reiterou os pedidos de tutela antecipada para: a) reabertura imediata das contas bancárias; b) restabelecimento dos serviços vinculados às contas; c) expedição de ofício à CIP para remoção das restrições; d) retificação nos sistemas internos dos bancos; e) cancelamento dos débitos junto à RECOVERY. Postula, ainda, indenização por danos materiais e morais, bem como restituição em dobro de valores pagos indevidamente. É o relatório. DECIDO. Trata-se de ação de obrigação de fazer c/c indenização por danos materiais e morais. 1) O autor em sua inicial informa ser odontólogo (profissional liberal) e, como tal, aufere renda variável, sendo seu ônus demonstrar que o recolhimento de custas inviabilizaria seu sustento. Atenta análise do caso evidencia a falta de documentos imprescindíveis para a verificação da alegada hipossuficiência. Tal omissão obstrui a análise objetiva da condição econômica do requerente e impede o convencimento do magistrado sobre a necessidade do benefício pleiteado. O direito ao acesso à justiça é um pilar constitucional estabelecido no artigo 5º, inciso XXXV, da Constituição Federal, que garante a apreciação jurisdicional de qualquer lesão ou ameaça ao direito. A esse dispositivo associa-se o inciso LXXIV, que assegura assistência jurídica integral e gratuita para aqueles que comprovarem não possuir recursos suficientes. Contudo, tal prerrogativa não é automática e requer comprovação efetiva da hipossuficiência econômica, conforme determinado pelo artigo 98 do Código de Processo Civil de 2015, ainda mais quando a demanda desta natureza. Apesar de a Lei nº 1.060/50 ainda fornecer um substrato normativo complementar ao Código de Processo Civil no que tange aos requisitos para concessão da gratuidade, a simples declaração de pobreza, sem a devida comprovação documental, não satisfaz os critérios necessários para a concessão automática do benefício. A jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça estabelece que a presunção de veracidade da declaração de pobreza é apenas relativa e pode ser afastada em relação a elementos trazidos aos autos. O não fornecimento dos extratos bancários de todas as contas ativas impede que o juízo verificativo analise a real situação financeira dos autores. Tal omissão não só dificulta a busca pela verdade real como também configura uma conduta que recai nos ditames do princípio nemo auditur propriam turpitudinem allegans, que impede qualquer parte de se beneficiar de sua própria torpeza. Ao ocultar informações essenciais, a parte busca obter vantagem indevida. A doutrina processualista é clara ao defender que a concessão da justiça gratuita deve ser cuidadosamente regulada para evitar abusos. Marinoni, Arenhart e Mitidiero demonstram, em "Novo Código de Processo Civil Comentado", que a gratuidade judicial, quando mal empregada, pode desvirtuar sua finalidade. De maneira similar, Fredie Didier Jr. e Paula Sarno Braga, em "Curso de Direito Processual Civil", sublinham a importância do controle rigoroso da concessão deste benefício, especialmente em face de demandas predatórias. Adicionalmente, Daniel Amorim Assumpção Neves, em seu "Manual de Direito Processual Civil", sustenta que a gratuidade judiciária não pode servir de estímulo à litigância irresponsável. A simples ausência de documentos na análise da capacidade financeira da parte assume, portanto, um papel significativo na potencial identificação de interesses escusos em se usufruir indevidamente do sistema judiciário. Pois bem. Conforme Relatório de Contas e Relacionamentos CCS (f. 140/145), o autor possui diversas contas ativas e, não obstante a determinação de f. 85/86 deixou de anexar os extratos das seguintes contas: 90.400.888 - BCO SANTANDER (BRASIL) S.A. 22/01/2007 08.561.701 - PAGSEGURO INTERNET IP S.A. 14/06/2015 20.855.875 - NEON PAGAMENTOS S.A. IP 13/09/2018 58.160.789 - BCO SAFRA S.A. 24/01/2019 43.180.355 - PEFISA S.A. - C.F.I. 03/06/2019 60.889.128 - BCO SOFISA S.A. 03/06/2019 31.872.495 - BCO C6 S.A. 07/10/2019 00.416.968 - BANCO INTER 28/11/2019 10.573.521 - MERCADO PAGO IP LTDA. 28/08/2020 30.723.871 - BANQI 31/10/2020 30.680.829 - NU FINANCEIRA S.A. CFI 21/12/2020 71.884.498 - CCLA UNICRED DO ESTADO DE SÃO PAULO 14/06/2021 62.169.875 - NU INVEST CORRETORA DE VALORES S.A. 09/11/2021 30.306.294 - BANCO BTG PACTUAL S.A. 13/12/2021 10.264.663 - BANCOSEGURO S.A. 16/12/2021 27.652.684 - GENIAL INVESTIMENTOS CVM S.A. 12/01/2022 45.246.410 - BANCO GENIAL 12/01/2022 32.345.784 - C6 CTVM LTDA. 10/05/2022 05.816.451 - GENIAL INSTITUCIONAL CCTVM S.A 11/09/2022 01.027.058 - CIELO IP S.A. 09/06/2023 09.464.032 - MIDWAY S.A. - SCFI 22/09/2023 24.313.102 - 99PAY IP S.A. 03/01/2024 03.130.170 - BRASIL CARD IP LTDA 04/03/2024 39.664.698 - CREDSYSTEM SCD S.A. 26/04/2024 87.963.450 - NIKOS INVESTIMENTOS 28/07/2024 59.281.253 - BTG PACTUAL PSF 29/08/2024 22.896.431 - PICPAY 16/10/2024 13.884.775 - MAGALUPAY 19/12/2024 61.384.004 - AVENUE SECURITIES DTVM LTDA. 19/12/2024 11.275.560 - RECARGAPAY IP LTDA. 24/12/2024 13.935.893 - CELCOIN IP S.A. 04/01/2025 17.351.180 - BCO TRIANGULO S.A. 31/01/2025 38.372.267 - SHOPEE 01/02/2025 Ressalte-se que a presunção constante do artigo 99, § 3º do NCPC é meramente relativa e, se o autorse omite em prestar ou documentar sua condição, há que se afastar a presunção legal. Há mais. O autor omitiu o fato de ser empresário, deixando de anexar documentos e extratos da pessoa jurídica THS ASSESSORIA ADMINISTRASTIVA E CRIMINAL E PERÍCIAS FORENSES LTDA CNPJ 47.982.857/0001-18. Tal omissão demonstra claro intento de subtrair o conhecimento da efetiva movimentação financeira do requerente. Portanto, considerando a omissão de documentos essenciais para a avaliação precisa da situação financeira da parte, INDEFIRO o pedido de gratuidade de justiça ao autor, que deverá recolher a taxa judiciária e demais custas, sob pena de cancelamento da distribuição, observado o artigo 290 do Código de Processo Civil. Prazo de 15 dias. 2) Para a concessão da tutela provisória de urgência, nos termos do art. 300 do Código de Processo Civil, é necessária a presença de elementos que evidenciem a probabilidade do direito e o perigo de dano ou o risco ao resultado útil do processo. No caso em análise, não verifico, neste momento de cognição sumária, os elementos autorizadores da medida antecipatória pleiteada. A análise da documentação apresentada revela questões complexas que demandam maior aprofundamento probatório. Isso porque, o autor alega que o Banco Itaú não cumpriu sentença proferida nos autos nº 1018050-19.2021.8.26.0003. Contudo, da análise da sentença anexada (fls. 49-52), verifica-se que houve apenas condenação ao restabelecimento da conta e pagamento de indenização por danos morais de R$ 10.000,00, sem trânsito em julgado comprovado. Não há demonstração, ainda, do nexo causal direto entre as condutas do Banco Santander/CIP e eventual descumprimento pelo Banco Itaú. A CIP atua como órgão regulador mediante comunicações legítimas entre instituições financeiras, apenas. Conforme resposta do Banco Santander ao PROCON (fls. 59-64), o bloqueio decorreu de "histórico de bloqueio inserido pela própria CIP em 20/09/2019 referente ao recebimento de crédito de cobrança oriundo de fraude em boletos adulterados", demonstrando justa causa para as medidas restritivas. Constam dos autos execuções movidas pela UNICRED contra o autor (processos nº 1019988-66.2023.8.26.0007 e 1020005-05.2023.8.26.0007), com débitos superiores a R$ 190.000,00, demonstrando comprometimento patrimonial que justifica as restrições bancárias. Não há, portanto, elementos suficientes que demonstrem, neste momento processual, a probabilidade do direito invocado pelo requerente. Não restou demonstrada a urgência que justifique a concessão da medida sem o contraditório. Embora o requerente alegue estar com restrições cadastrais ativas, não comprovou de forma cabal que tais restrições permanecem vigentes nos sistemas da CIP e BACEN. Consta no mesmo documento que o apontamento inserido pela CIP, em 20/09/2019 (situação consolidada há mais de 5 anos, incompatível com a urgência exigida pelo art. 300 do CPC), referente ao "recebimento de crédito de cobrança oriundo de fraude em boletos adulterados", não há comprovação atual da manutenção ativa de tais registros ou que tal boleto, considerado adulterado, é o mesmo tratado na ação que tramitou na 2º Vara Cível do Foro Regional III. Ressalta-se que, eventuais prejuízos de natureza patrimonial podem ser adequadamente reparados pela via indenizatória, caso procedente o pedido principal. Frise-se que a alegação de impossibilidade de movimentação bancária, embora cause transtornos, não configura situação de urgência irreversível que autorize a antecipação dos efeitos da tutela jurisdicional sem o devido contraditório. Ante o exposto, INDEFIRO o pedido de tutela antecipada formulado pelo requerente, por ausência dos requisitos previstos no art. 300 do Código de Processo Civil. Com o recolhimento das custas processuais iniciais, cite-se e intime-se a parte Ré para contestar digitalmente o feito no prazo de 15 (quinze) dias úteis. A citação ora determinada deve ser efetiva por meio de portal eletrônico, nos termos do Comunicado Conjunto nº 406/2020. A ausência de contestação implicará revelia e presunção de veracidade da matéria fática apresentada na petição inicial. A presente citação é acompanhada de senha para acesso ao processo digital, que contém a íntegra da petição inicial e dos documentos. Tratando-se de processo eletrônico, em prestígio às regras fundamentais dos artigos 4º e 6º do CPC fica vedado o exercício da faculdade prevista no artigo 340 do CPC. Cumpra-se na forma e sob as penas da lei. Intime-se. - ADV: BARBARA REZENDE FERREIRA MARQUES (OAB 411303/SP)

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Jose Ivandnildo Pereira Martins x Lojas Renner S/A

ID: 319510900

Tribunal: TJSP Órgão: Foro de Louveira - Cartório do Juizado Especial Cível e Criminal Classe: PROCEDIMENTO DO JUIZADO ESPECIAL CíVEL Nº Processo: 1002350-98.2024.8.26.0681

Data de Disponibilização: 08/07/2025

Polo Ativo:

JOSE IVANDNILDO PEREIRA MARTINS

Polo Passivo:

LOJAS RENNER S/A

Intimação

Advogados:

THIAGO MAHFUZ VEZZI

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JOSE IVANDNILDO PEREIRA MARTINS

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Processo 1002350-98.2024.8.26.0681 - Procedimento do Juizado Especial Cível - Indenização por Dano Moral - Jose Ivandnildo Pereira Martins - Lojas Renner S/A - Vistos, Relatório dispensado, nos mol… Processo 1002350-98.2024.8.26.0681 - Procedimento do Juizado Especial Cível - Indenização por Dano Moral - Jose Ivandnildo Pereira Martins - Lojas Renner S/A - Vistos, Relatório dispensado, nos moldes do art. 38 da Lei 9.099/95. Fundamento e DECIDO. Julgo antecipadamente a lide, nos termos do art. 355, I, do Código de Processo Civil. JOSÉ IVANILDO PEREIRA MARTINS ajuizou ação de indenização de danos morais c/c tutela de urgência em face de LOJAS RENNER S.A. O requerente alega que por inúmeras vezes dentre as 19h e 21h todos os dias desde o mês de abril de 2024, recebeu ligações de cobrança da demandada. Aduz que entrou em contato com a central de atendimento da instituição requerida sendo informado que as ligações se tratavam de uma cobrança no valor de R$ 27,66 (vinte e sete reais e sessenta e seis centavos) referente a um cartão de crédito adquirido em 13/06/2016, sendo que o autor nunca recebeu qualquer cobrança formal sobre o valor, alegando a prescrição quinquenal do débito em questão. Deste modo, requer a condenação da ré ao pagamento de uma multa no importe de R$ 2.766,00 (dois mil, setecentos e sessenta e seis reais), bem como a condenação no valor de R$ 15.000,00 (quinze mil reais) a título de danos morais (fls. 01/17). Pois bem. O presente caso se caracteriza como uma típica relação de consumo, uma vez que a parte autora se configura como consumidora e a parte requerida, como fornecedora de serviços, razão pela qual é inquestionável a aplicabilidade do Código de Defesa do Consumidor (CDC). À luz da hipossuficiência probatória da consumidora neste caso, torna-se pertinente a concessão da inversão do ônus da prova, como previsto no art. 6º, inciso VIII, do CDC, que assegura ao consumidor a facilitação da defesa de seus direitos, inclusive com a inversão do ônus da prova quando for verossímil a alegação ou ele for hipossuficiente. Afasto a preliminar de falta de interesse de agir, haja vista que não é mandatória a tentativa de solução do conflito pelas vias administrativas, sob pena de afronta ao princípio constitucional da inafastabilidade da jurisdição. Sumariamente, é de rigor analisar a alegada prescrição da dívida oriunda do cartão de crédito que o autor teria com a parte requerida sob a conta de ID nº 2011527. Diante da jurisprudência já pacificada pela Corte Bandeirante e pelo Superior Tribunal de Justiça, dívidas oriundas de cartões de crédito possuem o prazo prescricional de 5 (cinco) anos conforme se depreende da ementa: AGRAVO INTERNO. RECURSO ESPECIAL. PRESCRIÇÃO. AÇÃO DE COBRANÇA. CARTÃO DE CRÉDITO. PRAZO QUINQUENAL. ARTIGO 206, § 5º, I, DO CÓDIGO CIVIL. NÃO PROVIMENTO. 1. O prazo prescricional da pretensão de cobrança de dívida fundada em contrato de cartão de crédito é quinquenal, nos termos do artigo 206, § 5º, I, do Código Civil. 2. Agravo interno a que se nega provimento. (STJ - AgInt no REsp: 1520788 SP 2015/0056981-1, Relator.: Ministra MARIA ISABEL GALLOTTI, Data de Julgamento: 23/04/2019, T4 - QUARTA TURMA, Data de Publicação: DJe 25/04/2019) In casu, tendo em vista que a dívida se refere a débito gerado em 13/05/2016 (fls. 80), nos termos dos entendimentos jurisprudenciais, esta prescreveu em 13/05/2021. Diante disso, é imperioso o acolhimento da declaração de prescrição do débito. Ante à declaração de prescrição da dívida, mostram-se indevidas as incessantes ligações de cobranças dirigidas à parte autora, isto pois, de acordo com precedentes do TJ-SP, é ilícita a cobrança judicial ou extrajudicial de dívida já prescrita. Nesse sentido: APELAÇÃO. AÇÃO DE OBRIGAÇÃO DE FAZER C/C INDENIZAÇÃO POR DANOS MORAIS. LIGAÇÕES TELEFÔNICAS INOPORTUNAS. Consumidor passou a receber diversas chamadas de cobrança da ré, em dias e horários diversos, buscando por pessoa de prenome desconhecido. Prática não cessada mesmo após a formalização de reclamação, inclusive junto ao PROCON. Ato ilícito praticado. Perturbação ao sossego do consumidor e prejuízo aos seus afazeres diários. Aplicação, também, da Teoria do Desvio Produtivo ou Perda do Tempo Livre. Danos morais caracterizados. Precedentes do E. TJSP. Indenização mantida em R$ 5 .000,00, quantia que se revela suficiente e proporcional ao fim que se destina no caso concreto. Sentença mantida. SUCUMBÊNCIA. Majoração dos honorários advocatícios, segundo as disposições do art. 85, § 11, do CPC/15. APLICAÇÃO DA SÚMULA 326 DO STJ. O autor tivera êxito no pedido formulado, não obstante, em menor extensão. RECURSOS NÃO PROVIDOS. (TJ-SP - Apelação Cível: 10084291220238260008 São Paulo, Relator.: Rosangela Telles, Data de Julgamento: 17/07/2024, 31ª Câmara de Direito Privado, Data de Publicação: 17/07/2024) EMENTA: APELAÇÃO CÍVEL. AÇÃO DE DANO MORAL. LIGAÇÕES EXCESSIVAS DE COBRANÇA. DIVIDA PRESCRITA. ILICITUDE. CIRCUNSTÂNCIAS DO CASO EM CONCRETO. DANO MORAL. CARACTERIZAÇÃO. A realização de ligações imoderadas de cobrança referente a débito prescrito configura excesso e é passível de danos morais. A fixação do quantum a ser solvido a tal título deve ser feita com lastro nas circunstâncias do caso em concreto e em observância aos princípios da razoabilidade e proporcionalidade. (TJ-MG - Apelação Cível: 50222433620188130145 1.0000 .24.256158-7/001, Relator.: Des.(a) Amauri Pinto Ferreira, Data de Julgamento: 26/06/2024, 17ª CÂMARA CÍVEL, Data de Publicação: 27/06/2024) RECURSO INOMINADO. DIREITO CIVIL. DIREITO DO CONSUMIDOR. LIGAÇÕES TELEFÔNICAS INCESSANTES. DANOS MORAIS. 1. O autor comprovou que recebeu diversas ligações originadas pela ré. 2 . O fato de existirem mecanismos destinados ao consumidor não receber contatos de marketing não isenta ou atenua a responsabilidade da requerida. Trata-se, em verdade, de subversão dos princípios norteadores das relações de consumo, na medida em que o consumidor que não quiser mais ser "perturbado" deve, por sua iniciativa, buscar os meios necessários para isso, quando, na verdade, a não perturbação deveria ser a regra aplicada pelas empresas. 3. Há, como consequência das ligações excessivas e reiteradas, a chamada "perda do tempo útil", que atrai a aplicação da Teoria do Desvio Produtivo. Considerando que a ré realizou ligações de forma excessiva, desproporcional, abusiva, desrespeitando os direitos básicos do consumidor, em especial a reiteração de publicidade abusiva (art. 6º, IV, CDC), ocasionando lesão ao requerente (tempo, tranquilidade e sossego), impõe-se o reconhecimento da responsabilidade civil da parte ré. Indenização fixada em R$ 5.000,00. 4. Sentença mantida. Recurso a que se nega provimento. (TJ-SP - Recurso Inominado Cível: 1007006-67 .2023.8.26.0541 Santa Fé do Sul, Relator.: Léa Maria Barreiros Duarte, Data de Julgamento: 12/06/2024, 2ª Turma Recursal Cível, Data de Publicação: 12/06/2024) Deste modo, conforme apontado às fls. 20/48, houve a demonstração das incessantes ligações realizadas à parte autora dentro de inúmeros meses, diversas vezes por dia. Nesse ponto, competia à ré a comprovação de que não realizou tais ligações de cobrança ou até mesmo que os números demonstrados não os pertence, contudo, a requerida não se ilidiu da responsabilidade atribuída pelo art. 373, II, do CPC. Portanto, diante da efetiva demonstração da lesão decorrente da falha do serviço prestado e da reiterada importunação ao requerente restou configurada a abusividade da conduta e o consequente abalo emocional passível de indenização segundo a previsão do caput do artigo 14 do Código de Defesa do Consumidor: Art. 14. O fornecedor de serviços responde, independentemente da existência de culpa, pela reparação dos danos causados aos consumidores por defeitos relativos à prestação dos serviços, bem como por informações insuficientes ou inadequadas sobre sua fruição e riscos. Sendo assim, tem-se o acolhimento da pretensão indenizatória diante da importunação e cobrança ilícita de dívida já prescrita. No que tange ao importe do valor a ser fixado a título de indenização, este deve atender aos artigos 186 e 927 do Código Civil, respeitando o princípio da proporcionalidade e razoabilidade aos fatos ocorridos e ao interesse do ofendido. À vista disso, considerando a não constituição em enriquecimento indevido, entendo que a quantia de R$ 3.000,00 (três mil reais) atende, satisfatoriamente, ao interesse do requerente, assim como serve de caráter pedagógico e punitivo, evitando que a requerida incida novamente nessa prática. DISPOSITIVO Diante do exposto, julgo PROCEDENTE o pleito autoral, o que faço com resolução de mérito, conforme art. 487, I, Código de Processo Civil, e o faço para (I) declarar a prescrição da dívida referente à conta de ID 2011527; (II) determinar a cessação das ligações de cobranças extrajudiciais da dívida em questão; (III) condenar a requerida ao pagamento de R$ 3.000,00 (três mil reais) a título de danos morais ao autor. Em relação ao montante fixado a título de danos morais, este deverá ser corrigido monetariamente segundo o IPCA apurado pelo IBGE, com termo inicial na data da prolação da sentença (Súmula 362, STJ). Adicionalmente, incidirão juros de mora, com termo inicial na data da citação, observando-se a seguinte sistemática, em consonância com o disposto nos artigos 389 e 406 do Código Civil e as alterações introduzidas pela Lei nº 14.905/2024: I) até o mês de agosto de 2024, os juros de mora serão calculados à razão de 1% (um por cento) ao mês; II) a partir do mês de setembro de 2024, os juros de mora serão apurados pela Taxa SELIC, deduzida do IPCA-IBGE, ressalvada a hipótese de resultado negativo da operação, caso em que os juros de mora serão zerados, nos termos do §3º do artigo 406 do Código Civil. Sem custas e honorários nessa fase (art. 55 da Lei nº 9.099/95). No sistema dos Juizados Especiais, em caso de interposição do Recurso Inominado, deverá ser elaborada certidão antes da remessa dos autos ao Colégio Recursal. Ressalvada a hipótese de concessão de gratuidade da justiça, o preparo corresponderá: a) à taxa judiciária de ingresso, no importe de 1,5% (um e meio por cento), ou 2% (dois por cento), no caso de título executivo extrajudicial,sobre o valor atualizado da causa, observado o valor mínimo de 5(cinco) UFESPs,a ser recolhida na guia DARE; b) à taxa judiciária referente às custas de preparo, no importe de 4% sobre o valor fixado na sentença, se líquido, ou sobre o valor fixado equitativamente pelo MM. Juiz de Direito, se ilíquido ou ainda 4% sobre o valor atualizado atribuído à causa na ausência de pedido condenatório,observado o valor mínimo de 5 (cinco) UFESPs,a ser recolhida na guia DARE; c) às despesas processuais referentes a todos os serviços forenses eventualmente utilizados (despesas postais, diligências do Oficial de Justiça, taxas para pesquisas de endereço nos sistemas conveniados, custas para publicação de editais etc.),a serem recolhidas na guia FEDTJ,à exceção das diligências de Oficial de Justiça, que deverão ser colhidas na guiaGRD. O preparo será recolhido de acordo com os critérios acima estabelecidos independente de cálculo elaborado pela serventia que apenas será responsável pela conferência dos valores e elaboração da certidão para juntada aos autos. Com relação ao valor da remuneração do conciliador, se o caso, cabe às partes verificar o valor com base na Tabela da Resolução TJSP 809/2019, observando-se o valor da causa e valores do Patamar Básico (Nível de remuneração 1), link: (https://www.tjsp.jus.br/Download/Conciliacao/TabelaDeRemuneracao.pdf?d=1683153549865), com depósito diretamente na conta do conciliador conforme termo de audiência de conciliação, se houver. 1) Aos advogados interessados, está disponível, no site deste Tribunal, planilha para elaboração do cálculo do preparo, nos casos de interposição de Recurso Inominado.1.a)acesso à planilha poderá ser realizado por meio do portal do Tribunal de Justiça de São Paulo, a partir da aba Institucional Primeira Instância Cálculos de Custas Processuais Juizados Especiais Planilha Apuração da Taxa Judiciária ou diretamente pelo linkhttps://www.tjsp.jus.br/Download/SPI/CustasProcessuais/1.PlanilhaRecursoInominado.xls- 1.b) Na planilha estão relacionados os links para emissão da guia de recolhimento da taxa judiciária (DARE), das despesas processuais (FEDTJ) e das diligências de Oficial de Justiça (GRD). P.I.C. - ADV: JOSE IVANDNILDO PEREIRA MARTINS (OAB 500488/SP), THIAGO MAHFUZ VEZZI (OAB 228213/SP)

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