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Banco Do Brasil S/A x Adriano Ferreira Cardoso - Espólio e outros

ID: 332348115

Tribunal: TJSP Órgão: Foro Regional II - Santo Amaro - 1ª Vara Cível Classe: EXECUçãO DE TíTULO EXTRAJUDICIAL Nº Processo: 1011459-10.2022.8.26.0002

Data de Disponibilização: 23/07/2025

Polo Ativo:

BANCO DO BRASIL S/A

Polo Passivo:

ADRIANO FERREIRA CARDOSO - ESPóLIO CAAJ INDúSTRIA E COMéRCIO DE MOLDES EIRELI

Intimação

Advogados:

PHILIPE NORONHA DE MELO

OAB/SP XXXXXX Desbloquear

FABRÍCIO DOS REIS BRANDÃO

OAB/PA XXXXXX Desbloquear

CIBELE ZAMPIERI DE SOUZA

OAB/SP XXXXXX Desbloquear

Processo 1011459-10.2022.8.26.0002 - Execução de Título Extrajudicial - Contratos Bancários - BANCO DO BRASIL S/A - CAAJ Indústria e Comércio de Moldes Eireli - - Adriano Ferreira Cardoso - Espólio… Processo 1011459-10.2022.8.26.0002 - Execução de Título Extrajudicial - Contratos Bancários - BANCO DO BRASIL S/A - CAAJ Indústria e Comércio de Moldes Eireli - - Adriano Ferreira Cardoso - Espólio - Vistos. Os executados, apresentaram petição (fls. 675-680) arguindo, preliminarmente, a nulidade da decisão que determinou a penhora do imóvel por ausência de prévia notificação dos patronos do Espólio, em violação aos princípios do contraditório e da ampla defesa. No mérito, alegaram a impenhorabilidade do bem imóvel de matrícula nº 349.538, do 11º Cartório de Registro de Imóveis da Comarca de São Paulo/SP, por se tratar do único imóvel residencial da família, nos termos dos artigos 1º e 5º da Lei Federal nº 8.009/90, e do artigo 6º da Constituição Federal, invocando o princípio da dignidade da pessoa humana. Juntaram documentos e mencionaram decisão de outro processo como "prova emprestada". Por sua vez, Banco do Brasil S/A, também qualificado, apresentou manifestação (fls. 683-687 e 695-699) requerendo diligências para qualificação dos herdeiros do executado falecido, atualização do débito e, em resposta à manifestação do Espólio, pugnou pela rejeição da alegação de impenhorabilidade do bem imóvel. Inicialmente, passo à análise da preliminar arguida pelo Espólio executado. O Espólio alega nulidade da decisão que determinou a penhora do imóvel, sob o fundamento de que ocorreu sem prévia notificação de seus patronos, violando o contraditório e a ampla defesa. Contudo, a despeito de eventual ausência de intimação prévia à decisão de penhora, observa-se que, após a referida constrição, foi concedida ao Espólio a oportunidade de se manifestar nos autos, como de fato o fez por meio da petição de fls. 675-680, na qual apresentou suas razões e defendeu seus interesses, inclusive arguindo a impenhorabilidade do bem. A concessão de oportunidade para manifestação posterior, com a efetiva apresentação de defesa e impugnação da penhora, sana eventual vício processual, pois o contraditório e a ampla defesa foram devidamente exercidos, ainda que em momento subsequente. O artigo 278, §2º, do Código de Processo Civil, que prevê a nulidade dos atos realizados sem observância do contraditório, deve ser interpretado em conjunto com o princípio da instrumentalidade das formas e da ausência de prejuízo. Tendo a parte exercido plenamente seu direito de defesa, não há que se falar em nulidade. Assim, rejeito a preliminar. No mérito, o Espólio executado pleiteia o reconhecimento da impenhorabilidade do imóvel de matrícula nº 349.538, do 11º CRI da Capital, sob a alegação de que se trata de bem de família, único imóvel residencial da Sra. Lívia de Amorim Gonçalves Cardoso e do menor Guilherme de Amorim Cardoso. Para tanto, afirma que os documentos anexos corroboram tal fato e oferece a diligência de Oficial de Justiça para constatação. Menciona, ainda, decisão proferida em outro processo (nº 1001140-95.2023.5.02.0703, TRT DA 2ª REGIÃO) como "prova emprestada", contudo, não a juntou aos presentes autos, não havendo qualquer comprovação de seu teor ou de sua existência. A impenhorabilidade do bem de família, garantida pela Lei nº 8.009/90 e pela Constituição Federal, visa a proteção do direito à moradia e à dignidade da pessoa humana. Contudo, a alegação de impenhorabilidade deve ser cabalmente comprovada pela parte que a invoca, sendo seu o ônus de demonstrar que o imóvel se enquadra nos requisitos legais para tal proteção. No caso em tela, embora o Espólio tenha alegado a condição de bem de família e mencionado uma decisão de outro processo, não há documentação para comprovar de forma inequívoca que o imóvel em questão é o único bem residencial da família e que serve efetivamente como sua moradia habitual, nos termos exigidos pela Lei nº 8.009/90. A mera menção a uma decisão proferida em outro juízo, sem a sua efetiva juntada aos autos, não constitui prova e, portanto, não vincula este Juízo nem dispensa a produção de prova específica e robusta nos presentes autos. A oferta de diligência por Oficial de Justiça, embora demonstre a intenção de comprovar, não constitui a prova em si, sendo uma medida que poderia ser requerida para complementar um conjunto probatório já existente. Diante da impugnação específica do exequente quanto à ausência de comprovação efetiva, e considerando que o ônus da prova recai sobre o executado, entendo que a prova produzida até o momento não é suficiente para o reconhecimento da impenhorabilidade. Portanto, indefiro o pedido de reconhecimento da impenhorabilidade do bem imóvel. Passo, então, à análise dos pedidos formulados pelo exequente. O exequente requereu a realização de pesquisa junto à Central de Informações do Registro Civil CRCJUD a fim de localizar registros de nascimento, casamento e/ou inventário dos possíveis herdeiros de Adriano Ferreira Cardoso. Defiro, portanto, o pedido de pesquisa via CRCJUD. Para tanto, recolha o exequente a taxa necessária. Após, providencie a Serventia a pesquisa. Observo que o exequente requereu a juntada da planilha atualizada do débito no valor de R$ 217.330,11, bem como os dados para recebimento do boleto para averbação da constrição pelo sistema ARISP. Providencie a Serventia. Por fim, expeça-se carte de intimação para Livia de Amorim Gonçalves Cardoso no endereço indicado (fls. 687). Intimem-se. - ADV: PHILIPE NORONHA DE MELO (OAB 409352/SP), FABRÍCIO DOS REIS BRANDÃO (OAB 11471/PA), PHILIPE NORONHA DE MELO (OAB 409352/SP), CIBELE ZAMPIERI DE SOUZA (OAB 383255/SP), CIBELE ZAMPIERI DE SOUZA (OAB 383255/SP)

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Processo nº 1001140-21.2024.8.26.0484

ID: 321085311

Tribunal: TJSP Órgão: Foro de Promissão - 1ª Vara Judicial Classe: PROCEDIMENTO COMUM CíVEL Nº Processo: 1001140-21.2024.8.26.0484

Data de Disponibilização: 10/07/2025

Polo Ativo:

RITA DE CáSSIA PEREIRA GOUVêA

Polo Passivo:

Intimação

Advogados:

LUCAS MALACHIAS ANSELMO

OAB/SP XXXXXX Desbloquear

Processo 1001140-21.2024.8.26.0484 - Procedimento Comum Cível - Tratamento da Própria Saúde - Rita de Cássia Pereira Gouvêa - Rita de Cássia Pereira Gouvêa ajuizou a presente Ação de Obrigação de Faz… Processo 1001140-21.2024.8.26.0484 - Procedimento Comum Cível - Tratamento da Própria Saúde - Rita de Cássia Pereira Gouvêa - Rita de Cássia Pereira Gouvêa ajuizou a presente Ação de Obrigação de Fazer com Tutela Antecipada Cumulada com Indenização Por Danos Materiais em face da Fazenda Pública do Estado de São Paulo alegando, em síntese, ser Diretora de Escola, necessitando se afastar da sua função em decorrência de: Hipertensão essencial (CID 10 - I10), Distúrbios do metabolismo de lipoproteínas e outras lipidemias (CID 10 -E78), Acidente vascular cerebral (CID 10 - I64.9), Ansiedade generalizada (CID 10 - F41.1), Fibromialgia (CID 10 - M79.7), Síndrome cervicobraquial (CID 10 - M53.1), Artrose primária de outras articulações (CID 10 - M53.1), nos períodos de 18/02/2024 (90 dias), 28/02/2024 (90 dias), 14/03/2024 (90 dias) e 02/04/2024 (90 dias), mas a respectiva licença de saúde foi indeferida pelo Departamento de Perícias Médicas e os dias em aberto serão considerados falta e descontados dos seus vencimentos. Aduz ofensa ao art. 191 dos Servidores Públicos Estaduais. Pede tutela de urgência para que a ré se abstenha de efetuar descontos, bem como de instaurar processo administrativo e, ao final, a anulação do ato que indeferiu a licença de saúde, regularizando-se a frequência no período em aberto e o pagamento dos vencimentos (fls. 01/12). Juntou documentos (fls. 13/134). Gratuidade processual e tutela de urgência deferidas, inclusive, com a antecipação da perícia (fls. 135/137). Citada, a parte ré apresentou contestação, sustentando que o Departamento de Perícias Médicas teria competência exclusiva para estes casos, por determinação legal, não cabendo intervenção do Poder Judiciário. Relata a regularidade dos descontos. Propugnou pela improcedência do pedido (fls. 196/201). Réplica (fls. 207/201). Apresentado laudo pericial pelo IMESC (fls. 125/261), sendo que sobre ele somente manifestou-se a parte autora (fls. 266/268 e fls. 288). É o relatório. Fundamento e decido. A ação é procedente. A controvérsia se encontra em saber se a parte autora estava acometida de doenças que a impediam de realizar suas atividades laborais durante o período em que teve sua licença de saúde indeferida, tornado ato administrativo ilegal. O Estatuto dos Servidores Públicos Civis do Estado de São Paulo estabelece que a necessidade de concessão da licença saúde por meio de laudo do perito médico oficial poderá ser afastada quando a prova documental se mostrar suficiente para aferir a incapacidade laboral do servidor, observe: Artigo 193 - A licença para tratamento de saúde dependerá de inspeção médica oficial e poderá ser concedida: I - a pedido do funcionário; II - ex officio. (NR) § 1º - A inspeção médica de que trata o caput deste artigo poderá ser dispensada, a critério do órgão oficial, quando a análise documental for suficiente para comprovar a incapacidade laboral, observado o estabelecido em decreto. (NR) § 2º - A licença ex officio de que trata o inciso II deste artigo será concedida por decisão do órgão oficial: (NR) 1 - quando as condições de saúde do funcionário assim o determinarem; (NR) 2 - a pedido do órgão de origem do funcionário. (NR) § 3º - O funcionário poderá ser dispensado da inspeção médica de que trata o caput deste artigo em caso de licença para tratamento de saúde de curta duração, conforme estabelecido em decreto. (NR); Consta do laudo do IMESC: "Diante do exposto conclui-se que a periciada é portadora de: Sequela de acidente vascular cerebral, hipertensão arterial, ansiedade, fibromialgia. Teve períodos contrários às licenças saúde no período de 18/02/2024 a 14/04/2024. Foi reconhecido o nexo causal entre as patologias e os períodos de afastamentos. Comprova-se a incapacidade laborativa da época (período de 18/02/2024 a 14/04/2024) pela descrição do quadro clínico, citação de exames complementares e prescrição de medicamentos. O período solicitado de afastamento é habitual e usualmente aceito para o adequado tratamento e estabilização das doenças (fls. 260)". O laudo está bem fundamentado e merece ser prestigiado. Cabe observar que os atos administrativos discricionários também se sujeitam à apreciação judicial, desde que respeitado o espaço reservado à apreciação subjetiva do ato, ou seja, do mérito. No entanto, conforme esclarece Maria Sylvia Zanella de Pietro: Não há invasão do mérito quando o judiciário aprecia os motivos, ou seja, os fatos que precedem a elaboração do ato (...)1 . Sendo assim, os motivos que levaram a prática do ato podem sofrer o controle judicial, pois o ato só será válido se os pressupostos de fato e as provas que motivaram o ato forem verdadeiros. Esse é também o entendimento do Egrégio Tribunal de Justiça de São Paulo: "APELAÇÃO - SERVIDOR PÚBLICO ESTADUAL - PROFESSOR DE EDUCAÇÃO BÁSICA II - LICENÇA PARA TRATAMENTO DE SAÚDE - INDEFERIMENTO ADMINISTRATIVO - Perícia judicial (IMESC) que constatou a incapacidade laborativa da autora no período debatido - Credibilidade técnica do órgão oficial - Ilegalidade do ato administrativo que indeferiu a concessão de licença-saúde - Sentença de procedência mantida por seus próprios e jurídicos e fundamentos - Recurso não provido" (Apelação / Remessa Necessária 1051013-37.2015.8.26.0053, Rel. Ponte Neto, 8ª Câmara de Direito Público, j. 07.11.2019). Isto posto, por estes fundamentos e mais que dos autos consta, JULGO PROCEDENTE a presente ação, confirmando a tutela provisória de urgência, e extinto o feito, com resolução de mérito, nos termos do art. 487, inciso I, do Código de Processo Civil, para: a) determinar a anulação do ato que indeferiu a licença médica e concedê-la no período mencionado na inicial; b) determinar a regularização do registro de frequência da parte autora, consignando a licença de saúde; e c) determinar o pagamento dos vencimentos no período mencionado. Declaro, ainda, a natureza alimentar do crédito. Correção monetária, desde cada desconto, e juros moratórios, desde a citação, conforme Tema 810 (STF), Tema 905 (STJ) e art. 3º da EC nº 113/21 a partir da vigência. Sucumbente arcará a ré com custas, despesas e honorários advocatícios, arbitrados em 10% do valor da causa. Diante do valor atribuído à causa, decorrido o prazo para recurso voluntário, certifique-se o trânsito em julgado. Após ao arquivo. - ADV: LUCAS MALACHIAS ANSELMO (OAB 359753/SP)

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Processo nº 1001140-68.2025.8.26.0651

ID: 332731311

Tribunal: TJSP Órgão: Foro de Valparaíso - 1ª Vara Classe: PROCEDIMENTO COMUM CíVEL Nº Processo: 1001140-68.2025.8.26.0651

Data de Disponibilização: 23/07/2025

Polo Ativo:

FRANCIELI MORENO DOS SANTOS

Polo Passivo:

Intimação

Advogados:

JOSIVAL AMARO DA SILVA

OAB/SP XXXXXX Desbloquear

Processo 1001140-68.2025.8.26.0651 - Procedimento Comum Cível - Indenização por Dano Moral - Francieli Moreno dos Santos - Vistos. Recebo, a priori, a inicial e documentos inclusos; defiro, por agora… Processo 1001140-68.2025.8.26.0651 - Procedimento Comum Cível - Indenização por Dano Moral - Francieli Moreno dos Santos - Vistos. Recebo, a priori, a inicial e documentos inclusos; defiro, por agora, a gratuidade judiciária a parte autora; 2. Fica desde já cientificado(a) o(a) autor(a) de que a peça exordial deverá indicar tudo quanto disposto no art. 319 do CPC, além de contemplar os documentos indispensáveis a que alude o art. 320 do CPC, dado que o recebimento prévio da peça não exclui posterior determinação de emenda, consoante art. 321 do mesmo diploma legal. 3. Considerando a natureza da lide e o seu contexto, deixo de designar, por ora, a audiência de conciliação prevista no artigo 334 do CPC, a fim de evitar a realização de ato processual inócuo e garantir maior celeridade ao feito. Nada obstante, caso ambas as partes manifestem, expressamente, interesse na tentativa de composição amigável, deverá a z. serventia, por ato ordinatório (art. 152, VI do CPC), agendar a sessão conciliatória, intimando-se os demandantes, observados os prazos de antecedência esculpidos no dispositivo mencionado. 4. Independentemente da providência retro, CITE-SE o(a) requerido(a), para tomar ciência da lide e, querendo, apresentar contestação (arts. 335 e ss do CPC) no prazo de 15 (quinze) dias, computado na forma do art. 231 do CPC: 4.1. A citação será feita, preferencialmente, por meio eletrônico (arts. 246 e 247, I, do CPC); 4.2. Na inviabilidade da citação na modalidade anterior, o ato se dará pelo correio (art. 248 do CPC); 4.3. Se o citando for incapaz, residir em local não atendimento pela entrega domiciliar de correspondência ou a ação versar estado de pessoa, a citação dar-se-á por Oficial de Justiça (art. 249 do CPC); 4.3.1 Observe o(a) Oficial(a) de Justiça que: (i) Eventual citação por hora certa independe de nova conclusão e/ou qualquer deliberação judicial prévia, mas, sim, da aplicação dos arts. 252/253 do CPC; (ii) Se houver proposta de autocomposição por qualquer das partes, deverá certificá-la com destaque na respectiva certidão, dela constando todas as características e circunstâncias, ficando desde já determinado à z. serventia a consulta da parte adversa (art. 154, parágrafo único, do CPC). 4.4. Fica o(a) requerido(a) advertido de que a ausência de contestação implicará em revelia (art. 344 do CPC), possibilitando-lhe, contudo, a produção de provas se comparecer nos autos até o oportuno momento de sua dilação (art. 349 do CPC). 4.5. A zelosa Serventia deverá: (i) Providenciar a indicação de curador especial, via convênio DPE-SP/OAB-SP, ao réu incapaz que não tiver representante legal ou se os interesses deste colidirem com os daquele, assim como ao réu preso revel, e o revel citado por edital ou com hora certa, enquanto não constituída representação judicial pertinente (art. 72 do CPC); (ii) Intimar o(a) autor(a) da faculdade prevista no art. 338, parágrafo único, do CPC, na hipótese de o(a) requerido(a) sustentar, na contestação, ser parte ilegítima; 5. Apresentada contestação: 5.1. Intime-se a parte autora para, querendo, apresentar réplica à contestação e eventual contestação à reconvenção no lapso comum de 15 (quinze) dias (arts. 343, §1º, 350 e 351 do CPC). Se o(a) requerido(a) sustentar qualquer das matérias enumeradas no art. 337 do CPC (preliminares), deverá o(a) autor(a) manifestar-se especificamente sobre os pontos (art. 351 do CPC). Se forem alegados fatos impeditivos, modificativos ou extintivos do direito do autor ou fatos relevantes na reconvenção, deverá o(a) autor(a) manifestar-se sobre eles (art. 350 e 343, §1º do CPC); 5.2. Decorrido o lapso da réplica, intimem-se as partes para, querendo, especificarem as provas que pretendam produzir: (i) Se houver requerimento de produção de prova oral, deverá a parte, desde já, apresentar o rol de testemunhas, contendo o nome, a profissão, o estado civil, a idade, o número de inscrição no Cadastro de Pessoas Físicas, o número de registro de identidade e o endereço completo da residência e do local de trabalho da testemunha (art. 450 do CPC); (ii) Cabe, primariamente, ao advogado da parte informar ou intimar a testemunha por ele arrolada do dia, da hora e do local da audiência designada, dispensando-se a intimação do juízo (art. 455 do CPC), pugnando-se pela intimação judicial nas hipóteses do §4º de referido dispositivo. (iii) Quanto à prova documental, uma vez que incumbe à parte instruir a petição inicial ou a contestação com os documentos destinados a provar suas alegações (art. 434 do CPC), será admitida a juntada complementar tão somente em relação aos documentos novos (art. 435 do CPC). (iv) No que tange à prova pericial, deverão as partes, desde logo: a) Justificar objetivamente a sua real necessidade e pertinência para a solução da lide, indicando qual(is) fato(s) controvertido(s) se busca(m) elucidar (art. 464, §1º, I, do CPC); b) Delimitar o objeto da perícia; c) Apontar a área de especialidade do perito desejada; d) Formular os quesitos que pretendem ver respondidos pelo expert (art. 465, §1º, III, do CPC); e) Informar se pretendem indicar assistente técnico (art. 465, §1º, II, do CPC) e, em caso positivo, apresentar os respectivos dados de qualificação e contato, cientes de que a ausência de indicação neste momento não preclui a faculdade de fazê-lo posteriormente, no prazo legal após a intimação da nomeação do perito judicial (art. 466, §1º c/c art. 465, §1º, II do CPC). A ausência de quesitos nesta fase poderá ser interpretada como concordância com a eventual proposta de honorários periciais a ser apresentada, caso a prova seja deferida. 6. Cumpridas todas as determinações supra e decorridos os prazos para réplica e especificação de provas, certifique a z. Serventia o ocorrido e façam os autos imediatamente conclusos para deliberação acerca do saneamento e organização do processo (art. 357 do CPC) ou para julgamento antecipado do mérito (art. 355 do CPC), conforme o caso. 7. Recorda-se às partes e seus procuradores os deveres de boa-fé processual (art. 5º do CPC) e de cooperação (art. 6º do CPC), contribuindo para uma solução de mérito justa, efetiva e em tempo razoável. Intimem-se. Cumpra-se. - ADV: JOSIVAL AMARO DA SILVA (OAB 67399/SP)

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Processo nº 1001140-62.2025.8.26.0459

ID: 322971922

Tribunal: TJSP Órgão: Foro de Pitangueiras - 2º Vara Classe: ALIMENTOS - LEI ESPECIAL Nº 5.478/68 Nº Processo: 1001140-62.2025.8.26.0459

Data de Disponibilização: 11/07/2025

Polo Ativo:

A. DE O. R. M. DA C.

Polo Passivo:

Intimação

Advogados:

EDUARDA CAROLINA GAISDORF ALVES

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Processo 1001140-62.2025.8.26.0459 - Alimentos - Lei Especial Nº 5.478/68 - Fixação - R.M.C. - - A.O. - Vistos. 1. Defiro à parte autora os benefícios da Assistência Judiciária Gratuita. Anote-se. … Processo 1001140-62.2025.8.26.0459 - Alimentos - Lei Especial Nº 5.478/68 - Fixação - R.M.C. - - A.O. - Vistos. 1. Defiro à parte autora os benefícios da Assistência Judiciária Gratuita. Anote-se. 2. Sobre o pedido liminar, que tem natureza de tutela de urgência, exige-se a presença da probabilidade do direito afirmado, bem como o perigo de dano ou risco ao resultado útil do processo, nos termos do artigo 300, caput, do CPC: "Art. 300. A tutela de urgência será concedida quando houver elementos que evidenciem a probabilidade do direito e o perigo de dano ou o risco ao resultado útil do processo." A probabilidade do direito deverá estar sempre presente, podendo o segundo requisito ser o perigo de dano ou o risco ao resultado útil, a depender da tutela provisória requerida. No caso dos autos, em um juízo superficial, considerando as alegações constantes da exordial, considerando que, desde o fim do relacionamento havido entre os genitores, a menor está sob os cuidados exclusivos da autora, entendo presente a probabilidade do direito pleiteado. Quanto ao perigo de dano, diante da necessidade de regularizar a situação de fato vigente, e, principalmente, preservar o bem-estar e bom desenvolvimento, físico e psicológico, da criança, verifico a presença do segundo requisito para ensejar a concessão do pedido liminar. Portanto, defiro a tutela provisória de urgência para conceder a guarda provisória da menor A.O. à requerente, valendo cópia da presente decisão, digitalmente assinada, como Termo de Guarda Provisória. 2.1. No que diz respeito à visitação do requerido à filha menor, considerando o direito da criança e do genitor à convivência, entendo presente a probabilidade do direito pleiteado. O perigo de dano reside na quebra de vínculos afetivos entre pai e filho, caso tal medida só venha a ser adotada ao final do processo. Não havendo, por ora, elementos para uma análise mais aprofundada, fixo, provisoriamente, o direito de visitas do requerido ao filho menor, poderá ser exercido semanalmente, alternando-se os sábados e domingos, no período compreendido entre as 09:00hs e 18:00 horas e, quinzenalmente, poderá o requerido retira-la às 09:00 horas e devolvê-la às 09:00h do dia seguinte. 2.2. À míngua de outros elementos, e comprovada a filiação, fixo os alimentos provisórios em 30% (trinta por cento) do salário mínimo vigente à época do pagamento, em caso de desemprego e, 30% (trinta por cento) dos rendimentos líquidos do requerido, se empregado formalmente, devidos a partir da citação, devendo ser pago até o dia 10 (dez) de cada mês, diretamente à representante legal do menor, ou em conta bancária indicada por esta (fls. 03). 3. Encaminho os autos ao CEJUSC para designação de audiência de tentativa de conciliação/mediação, por sistema de videoconferência, observando-se, oportunamente o que dispõe o Art. 699-A, do Código de Processo Civil. 4. De acordo com o artigo 169 do Código de Processo Civil, Comunicado NUPEMEC nº. 03/2024 e a Resolução 809/2019 do Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo, deverão as partes arcar com a remuneração dos conciliadores/mediadores, preferencialmente, em partes iguais, observada a tabela vigente e o valor da causa. Neste caso, fixo a remuneração do (a) conciliador (a)/mediador (a) escalado (a) para atuar no CEJUSC local, no patamar básico - nível de remuneração 1, da tabela anexa à Resolução, no patamar fixado de acordo com o valor da causa (R$ 78,82 para valor da causa de até R$ 65.685,00). Cada parte deverá custear metade do valor arbitrado. Os beneficiários da assistência judiciária e gratuidade processual ficam isentos da obrigação. O valor será devido desde que realizada a sessão, independentemente da efetivação de acordo e o pagamento deverá ser feito, no prazo máximo de cinco dias corridos, contados da sessão realizada, mediante depósito direto na conta bancária a ser fornecida pelo (a) conciliador (a)/ mediador (a), servindo o comprovante de depósito como recibo de quitação. 5. A intimação da parte autora para a audiência supra será na pessoa de seu advogado (art.334,§ 3º, CPC), cabendo ao nobre advogado dar-lhe ciência, bem como informar desde logo nos autos os dados necessários (tais como e-mail e número de telefone celular/WhatsApp) da parte autora e do respectivo procurador, para viabilizar o envio do link/convite pelo CEJUSC/Serventia à videoconferência. 6. Desde logo, cite-se e intime-se a parte requerida acerca da audiência de conciliação/mediação supra, a ser realizada por videoconferência. Deverá constar do mandado de citação e intimação, nos termos do Comunicado CG n.º 666/2020, o QR-Code e link de acesso a ser gerado pelo CEJUSC/Serventia, para fins de acesso à videoconferência, salientando-se desde logo que o prazo de contestação (de 15 dias úteis) passará a fluir logo após a realização da audiência supra por videoconferência, sob pena de ser decretada sua revelia. 7. Para se evitar cerceamento do direito das partes à produção de prova, atento aos artigos 319, VI e 336, ambos do Código de Processo Civil, determino, sob pena de preclusão, que: a) o réu especifique, na contestação, de forma precisa e motivada, quais provas pretende produzir, indicando sua finalidade, salvo no caso de julgamento antecipado da lide, fazendo juntar todos os documentos relativos ao objeto da lide; b) em réplica, a parte autora também especifique pormenorizadamente as provas que pretende produzir, indicando sua finalidade, salvo no caso de julgamento antecipado da lide ou de já tê-las especificado no pedido inicial. 8. Consigne-se ainda, do mandado, que: a) A parte requerida também deverá informar nos autos seu endereço de e-mail e telefone celular/ WhatsApp (da parte e de seu respectivo procurador), inclusive diretamente ao Oficial de Justiça, se for o caso, a fim de que seja viabilizado o envio de link/convite/contato pela Serventia/CEJUSC, para realização da audiência por videoconferência, bem como as demais comunicações necessárias. Friso desde já que as partes e advogados podem comparecer ao fórum, por impossibilidade técnica de participação das audiências. b) Na realização da audiência supra, as partes deverão estar acompanhadas por seus advogados ou defensores públicos (art.334,§§ 8ºe9ºdoCPC). Se o (a,s) réu (é,s) não puder (em) constituir advogado, deverá(ão) comparecer, com urgência, à sede da OAB local para solicitar a nomeação de um advogado para defendê-lo(a) gratuitamente nesta ação e comparecer à audiência supra, por videoconferência, sob o Convênio OAB/DPE; c) Este processo tramita eletronicamente e a visualização da petição inicial, dos documentos e desta decisão que determina a citação (art.250,IIeV, doCPC) poderá ocorrer mediante acesso ao sítio do TJSP, na internet, no endereço e por meio de senha que constarão do mandado de citação (NSCGJ, art. 1.226, II); d) Tratando-se de processo eletrônico, em prestígio às regras fundamentais dos arts.4ºe6ºdoCPC, fica vedado o exercício da faculdade prevista no art.340doCPC, de modo que, mesmo a contestação com alegação de incompetência deverá ser juntada a esses autos digitais por peticionamento eletrônico. Ciência ao MP. Via digitalmente assinada da decisão servirá como mandado. Intimem-se. - ADV: EDUARDA CAROLINA GAISDORF ALVES (OAB 506287/SP), EDUARDA CAROLINA GAISDORF ALVES (OAB 506287/SP)

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Master Prev Clube De Benefícios x Severina Rodrigues De Rezende Filipini

ID: 320006882

Tribunal: TJSP Órgão: Grupo de Apoio ao Núcleo de Justiça 4.0 em Segundo Grau (Turmas I a V) Classe: APELAçãO CíVEL Nº Processo: 1001140-25.2024.8.26.0515

Data de Disponibilização: 10/07/2025

Polo Ativo:

MASTER PREV CLUBE DE BENEFíCIOS

Polo Passivo:

SEVERINA RODRIGUES DE REZENDE FILIPINI

Despacho

Advogados:

JÉSSICA SAVALLE SILVA CRUZ

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THAMIRES DE ARAUJO LIMA

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LESLIE CRISTINE MARELLI

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DESPACHO Nº 1001140-25.2024.8.26.0515 - Processo Digital. Petições para juntada devem ser apresentadas exclusivamente por meio eletrônico, nos termos do artigo 7º da Res. 551/2011 - Apelação Cível… DESPACHO Nº 1001140-25.2024.8.26.0515 - Processo Digital. Petições para juntada devem ser apresentadas exclusivamente por meio eletrônico, nos termos do artigo 7º da Res. 551/2011 - Apelação Cível - Rosana - Apelada: Severina Rodrigues de Rezende Filipini - Apelante: Master Prev Clube de Benefícios - Vistos. O recurso não comporta conhecimento, porquanto deserto. O art. 1.007, caput e § 2º, do Código de Processo Civil determina a obrigatoriedade na instrução dos recursos com o devido comprovante de pagamento das custas de preparo, sob pena de deserção: Art. 1.007. No ato de interposição do recurso, o recorrente comprovará, quando exigido pela legislação pertinente, o respectivo preparo, inclusive porte de remessa e de retorno, sob pena de deserção. (...) § 2º A insuficiência no valor do preparo, inclusive porte de remessa e de retorno, implicará deserção se o recorrente, intimado na pessoa de seu advogado, não vier a supri-lo no prazo de 5 (cinco) dias. No caso em tela, foi oportunizado à parte apelante prazo para apresentar documentos pertinentes à concessão do benefício da gratuidade judiciária ou, no mesmo prazo, que comprovasse o recolhimento do preparo recursal, porém, esta deixou transcorrer in albis. Indeferido o pedido de concessão da benesse da gratuidade da Justiça por ausência de comprovação documental, cabia à apelante recolher o preparo, que é requisito a ser cumprido para admissibilidade do recurso, visto que o não recolhimento das custas de preparo configura deserção e impede o prosseguimento do recurso. Para além disso, não se observou justificativa para o não recolhimento das custas de preparo. Nesse sentido é o entendimento do Colendo Superior Tribunal de Justiça: PROCESSUAL CIVIL. AGRAVO REGIMENTAL NO AGRAVO EM RECURSOESPECIAL. VIOLAÇÃO AO ART. 535 DO CPC. NÃO OCORRÊNCIA. PODER JUDICIÁRIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULO Agravo Interno Cível nº 1000484-76.2023.8.26.0459/50000 -Voto nº 61043 4 DESERÇÃO DA APELAÇÃO. PREPARO INSUFICIENTE. AUSÊNCIA DE COMPLEMENTAÇÃO. HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS. SÚMULA 7 DO STJ. INCIDÊNCIA. 1. As questões trazidas à discussão foram dirimidas, pelo Tribunal de origem, de forma suficientemente ampla, fundamentada e sem omissões, o que afasta a alegada violação ao art. 535 do Código de Processo Civil. 2. A jurisprudência desta Corte Superior somente afasta a deserção quando não tiver havido intimação para complementação nas instâncias de origem ou quando a extemporaneidade da complementação do recolhimento a menor em valor ínfimo vier acompanhado de justificativa plausível. 3. A matéria de que tratam os artigos 333, I, do Código de Processo Civil; 186, 927 e 944 do Código Civil, apontados como violados, não foi objeto de apreciação por parte do acórdão recorrido, ainda que opostos embargos declaratórios, o que tornou ausente o necessário requisito do prequestionamento, fazendo incidir, na espécie, o teor da Súmula 211 desta Corte. 4. "A reforma do entendimento firmado nas instâncias ordinárias, acerca do quantitativo em que os demandantes saíram vencedores ou vencidos para aferição da ocorrência de sucumbência mínima ou recíproca, demanda o reexame do conjunto fáticoprobatório dos autos, defeso pela Súmula 7/STJ" (AgRg no AgRg no Ag 1.257.530/SP, Rel. Ministro Napoleão Nunes Maia Filho, DJe 9.8.2010). 5. Agravo regimental a que se nega provimento.” (STJ - AgRg no AgRg no AREsp: 757699 SP 2015/0190369-2, Relatora: Ministra MARIA ISABEL GALLOTTI, Data de Julgamento: 15/12/2015, T4 - QUARTA TURMA, Data de Publicação: 01/02/2016). No mesmo sentido, destaco os precedentes recentes deste Egrégio Tribunal de Justiça: Agravo Interno. Assistência Judiciária Gratuita. Indeferimento. Ausência de interposição de recurso contra tal decisão. Preclusão. Determinação para recolhimento do preparo em 05 dias. Inteligência do artigo 99, § 7º do Código de Processo Civil. Não recolhimento. Pedido de reconsideração, sem interposição de recurso. Deserção da apelação decretada. Carência de pressuposto extrínseco de admissibilidade recursal. Discussão somente neste agravo acerca do indeferimento da gratuidade judiciária. Preclusão temporal consumada. Agravo interno não conhecido, em razão de intempestividade. (TJSP; Agravo Interno Cível 1002003-18.2024.8.26.0438; Rel, Desembargador Elói Estevão Troly; Órgão Julgador: 15ª Câmara de Direito Privado; Foro de Penápolis - 1ª Vara; Data do Julgamento: 04/10/2024; Data de Registro: 04/10/2024). APELAÇÃO - BANCÁRIO Ação Declaratória de Revisão Cláusulas Contratuais c/c Consignação em Pagamento - Sentença de improcedência. ADMISSIBILIDADE RECURSAL - Não verificada - Ausência de preparo recursal -Indeferimento da gratuidade processual -Recolhimento das custas de preparo não realizado pela autora - Deserção configurada. RECURSO NÃO CONHECIDO. (TJSP; Apelação Cível 1007823-26.2023.8.26.0576; Rel. Desembargador João Battaus Neto; Órgão Julgador: Núcleo de Justiça 4.0 em Segundo Grau Turma II (Direito Privado 2); Foro de São José do Rio Preto - 4ª Vara Cível; Data do Julgamento: 03/10/2024; Data de Registro: 03/10/2024). APELAÇÃO CÍVEL. PEDIDO DE JUSTIÇA GRATUITA. Indeferimento. Intimação para recolhimento do preparo, após rejeição desse pedido. Descumprimento. Deserção configurada. RECURSO NÃO CONHECIDO, nos termos dos artigos 932, inciso III, do CPC. (TJSP; Apelação Cível 1009921-96.2021.8.26.0529; Rel. Desembargador Márcio Boscaro; Órgão Julgador: 4ª Câmara de Direito Privado; Foro de Santana de Parnaíba - 1ª Vara Cível; Data do Julgamento: 27/09/2024; Data de Registro: 27/09/2024). Sem o conhecimento do recurso, não há que se falar em condenação em honorários. A jurisprudência tem entendido que, nas hipóteses em que o recurso não é conhecido por deserção, não há necessidade de fixação de honorários advocatícios, pois não houve efetiva apreciação do mérito. Nesse sentido o Superior Tribunal de Justiça: AGRAVO INTERNO NOS EMBARGOS DE DECLARAÇÃO NO AGRAVO EM RECURSO ESPECIAL. NÃO COMPROVAÇÃO DO PAGAMENTO DO PREPARO NO ATO DE INTERPOSIÇÃO DO RECURSO. INTIMAÇÃO PARA REGULARIZAÇÃO COM RECOLHIMENTO EM DOBRO DAS CUSTAS. NÃO ATENDIMENTO. DESERÇÃO. SÚMULA N. 187 DO STJ. MULTA PREVISTA NO ART. 259, § 4º, DO RISTJ. INAPLICABILIDADE. AGRAVO DESPROVIDO. 1. Na hipótese de não comprovação do recolhimento do preparo no ato de interposição do recurso, o demandante será intimado para efetuá-lo em dobro, sob pena de consolidação da deserção do pleito recursal, conforme estabelece o art. 1.007, caput e § 4º, do CPC. 2. "É deserto o recurso interposto para o Superior Tribunal de Justiça, quando o recorrente não recolhe, na origem, a importância das despesas de remessa e retorno dos autos" (Súmula n. 187 do STJ). 3. Carece de interesse recursal a discussão a respeito da majoração dos honorários recursais quando a decisão recorrida menciona a referida verba apenas na hipótese de ter havido fixação prévia dos honorários advocatícios na origem, mas isso não ocorreu. 4. A multa prevista no art. 259, § 4º, do RISTJ não decorre do mero desprovimento do agravo interno em votação unânime, sendo necessária a configuração da manifesta inadmissibilidade ou da improcedência do recurso para autorizar sua imposição. 5. Agravo interno desprovido. (AgInt no AREsp n. 2.225.608/GO, Relator Ministro João Otávio de Noronha, Quarta Turma, julgado em 6/3/2023, DJe de 9/3/2023.) A propósito, também o Tribunal de Justiça de São Paulo: EMBARGOS DE DECLARAÇÃO. AÇÃO DE INDENIZAÇÃO POR DANOS MATERIAIS. Sentença de procedência em relação à ré Escudero e improcedência em relação à ré Indutil. Apelação da autora não conhecida, pois deserta, e apelação da ré Escudero desprovida. Alegação de omissão no venerando acórdão. Pretensão de majoração dos honorários advocatícios sucumbenciais em grau recursal. Descabimento. Ausência de condenação em honorários advocatícios desde a origem, requisito exigido pela jurisprudência do STJ. Vícios não constatados. Questões devidamente apreciadas. Via inadequada para manifestação de inconformismo quanto aos fundamentos da decisão, quando não conjugada com erro material, omissão, obscuridade ou contradição. Natureza integrativo-recuperadora não demonstrada. Embargos rejeitados. (TJSP; Embargos de Declaração Cível 1007054-48.2024.8.26.0005; Relator Desembargador Milton Carvalho; Órgão Julgador: 36ª Câmara de Direito Privado; Foro Regional V - São Miguel Paulista - 2ª Vara Cível; Data do Julgamento: 11/11/2024; Data de Registro: 11/11/2024). Ante o exposto, não conheço do recurso, porquanto deserto. Int. - Magistrado(a) Marcos de Lima Porta - Advs: Leslie Cristine Marelli (OAB: 294380/SP) - Thamires de Araujo Lima (OAB: 347922/SP) - Jéssica Savalle Silva Cruz (OAB: 392282/SP) - Sala 702 – 7º andar

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Ariane Guimaraes Oliveira x Companhia Paulista De Força E Luz

ID: 301109157

Tribunal: TJSP Órgão: Foro de Guararapes - 1ª Vara Classe: PROCEDIMENTO COMUM CíVEL Nº Processo: 1001140-09.2025.8.26.0218

Data de Disponibilização: 17/06/2025

Polo Ativo:

ARIANE GUIMARAES OLIVEIRA

Polo Passivo:

COMPANHIA PAULISTA DE FORÇA E LUZ

Intimação

Advogados:

MILENA PIRAGINE

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JOSE LUIS PACHECO

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FLAVIO OLIMPIO DE AZEVEDO

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Processo 1001140-09.2025.8.26.0218 - Procedimento Comum Cível - Inclusão Indevida em Cadastro de Inadimplentes - Ariane Guimaraes Oliveira - COMPANHIA PAULISTA DE FORÇA E LUZ - Vistos. Trata-se de … Processo 1001140-09.2025.8.26.0218 - Procedimento Comum Cível - Inclusão Indevida em Cadastro de Inadimplentes - Ariane Guimaraes Oliveira - COMPANHIA PAULISTA DE FORÇA E LUZ - Vistos. Trata-se de AÇÃO DECLARATÓRIA DE INEXISTÊNCIA DE DÉBITO C/C INDENIZAÇÃO POR DANOS MORAIS C.C. TUTELA DE URGÊNCIA, ajuizada por ARIANE GUIMARÃES OLIVEIRA em face de COMPANHIA PAULISTA DE FORÇA E LUZ LTDA. Em síntese, a autora alega ter sido surpreendida com a informação de que seu nome se encontrava inscrito junto às listas de restrição ao crédito do Serasa/SCPC, em razão de um suposto débito apresentado pela empresa requerida, no valor de R$284,82, relativo à fatura vencida na data de 02/04/2025, sob nº 000910453. Entretanto, afirma a autora que o referido débito já havia sido integralmente quitado desde 10/03/2025. Dessa forma, requereu a concessão da tutela de urgência para que fosse excluído provisoriamente seu nome das listas de restrições ao crédito no Serasa e SCPC; a declaração de inexistência do débito; a condenação da requerida ao pagamento de indenização por danos morais no patamar mínimo de 25 salários-mínimos e a condenação da ré ao pagamento das custas, despesas processuais e honorários advocatícios a serem fixados no patamar de 25% sobre o valor da causa. Juntou procuração e documentos (fls. 17/25). Por meio da decisão de fls. 26/27 foi concedido o benefício da justiça gratuita, bem como foi concedida a tutela de urgência, para determinar a exclusão da restrição de crédito em nome da autora. A requerida foi devidamente citada (fls. 32) e se manifestou comprovando o cumprimento da liminar e afirmando haver outros débitos em aberto no nome da autora, porém não sendo estes objetos da ação (tendo um deles vencido em 08/05/2025 e outro com vencimento para 09/06/2025) (fls. 33/36). Juntou procuração (fls. 37/85). A autora se manifestou afirmando que referidos débitos em aberto já se encontram rigorosamente quitados, alegando que o primeiro débito estava quitado desde 08/05/2025 e que o outro venceria apenas em 09/06/2025 (fls. 87/88). Juntou comprovante de pagamento do débito (fl. 89). A requerida apresentou contestação (fls. 90/99). Preliminarmente, alegou ilegitimidade passiva, afirmando que a demora para exclusão do nome da autora do seu cadastro se deu em razão de falha no sistema da SPC/Boa Vista, pois a solicitação da exclusão do débito teria sido feita em 10/03/2025, e o SPC/Boa Vista não o teria feito. No mérito, alegou que, na verdade, o vencimento do débito ocorreu em 10/02//2025, tendo a autora efetuado o pagamento com um mês de atraso, em 10/03/2025. Alegou também que a autora foi notificada sobre a inadimplência via reaviso, e-mail e cobradora, e mesmo assim, não regularizou o débito, sendo a negativação legítima. Juntou procuração e documentos (fls. 100/151). Em réplica (fls. 156/164), a autora refutou a preliminar e reafirmou os argumentos e pedidos inicialmente invocados. É O RELATÓRIO. FUNDAMENTO E DECIDO. A preliminar de ilegitimidade passiva arguida pela COMPANHIA PAULISTA DE FORÇA E LUZ LTDA não merece acolhimento e deve ser afastada de plano. A requerida fundamenta sua alegação de ilegitimidade passiva em uma suposta falha do sistema do SPC/Boa Vista na efetivação da exclusão da restrição, mesmo após a solicitação de baixa pela própria Companhia em 10/03/2025. Contudo, a relação jurídica subjacente à dívida e à alegada inscrição indevida decorre de um contrato de prestação de serviços estabelecido diretamente entre a requerente e a COMPANHIA PAULISTA DE FORÇA E LUZ LTDA. É a requerida quem detém o domínio sobre o sistema de cobrança e quem, em última instância, realiza as comunicações aos órgãos de proteção ao crédito. Ainda que existam intermediários ou convênios para a concretização das inscrições ou baixas em cadastros restritivos, como o Serasa ou o SCPC/Boa Vista, a responsabilidade pela informação e pelo comando de manutenção ou exclusão do registro é da empresa credora. A Companhia Paulista de Força e Luz LTDA., ao alegar ter solicitado a baixa e imputar a demora ou falha a terceiros (SPC/Boa Vista), não se exime de sua responsabilidade perante o consumidor. Essa alegação, se comprovada, pode configurar questão atinente ao mérito da demanda, relacionada à análise da culpa ou responsabilidade pela manutenção indevida da inscrição, mas não afasta a pertinência subjetiva da requerida para figurar no polo passivo da presente ação. A teoria da asserção, largamente aplicada em nosso ordenamento jurídico, preceitua que a verificação das condições da ação, incluindo a legitimidade das partes, deve ser feita em abstrato, com base nas alegações formuladas na petição inicial. No caso em tela, a autora aponta a requerida como a responsável pela inscrição indevida de seu nome, o que, por si só, confere à COMPANHIA PAULISTA DE FORÇA E LUZ LTDA. legitimidade para responder à demanda. Eventuais falhas de terceiros, como o SPC/Boa Vista, na operacionalização da baixa, configuram mero desdobramento da cadeia de responsabilidade e devem ser discutidas no âmbito da responsabilidade civil da requerida, não como excludente de sua legitimidade para figurar no processo. O consumidor não pode ser prejudicado ou ter dificultada a busca pela reparação de seus direitos em razão de questões operacionais internas entre a empresa credora e os birôs de crédito. Assim, com base na teoria da asserção e na responsabilidade direta da fornecedora de serviços pela gestão e comunicação de débitos e créditos aos órgãos de restrição, REJEITO a preliminar de ilegitimidade passiva arguida pela COMPANHIA PAULISTA DE FORÇA E LUZ LTDA. Superada a preliminar, dou o feito por saneado. Fixo como pontos controvertidos sobre os quais recairá a atividade probatória: a) A data correta de vencimento do débito em questão (se 02/04/2025, conforme autora, ou 10/02/2025, conforme requerida); b) A comprovação do pagamento integral do débito de R$ 284,82 em 10/03/2025, conforme alegado pela autora, e a veracidade do comprovante de pagamento apresentado; c) A eventual extemporaneidade do pagamento em relação à data de vencimento alegada pela requerida (10/02/2025) e suas implicações; d) Se a inscrição do nome da autora nos cadastros de restrição ao crédito (Serasa/SCPC) foi realizada após a data de quitação alegada pela autora (10/03/2025); e) Se houve a comunicação prévia e regular da inadimplência à consumidora antes da negativação, conforme exigência legal (Súmula 359 do STJ); f) Se a requerida, após o pagamento, agiu de forma diligente para promover a imediata exclusão da negativação, observando o prazo de 5 (cinco) dias úteis previsto na Súmula 548 do STJ; e f) A existência de outras anotações negativas legítimas prévias em nome da autora que pudessem descaracterizar o dano moral pela nova inscrição (Súmula 385 do STJ) - ponto a ser provado pela requerida. No mais, a relação jurídica em discussão é nitidamente de consumo, aplicando-se as disposições do Código de Defesa do Consumidor (Lei nº 8.078/90), conforme entendimento sumulado pelo E. STJ (Súmula 297) aplicável a entidades equiparadas ou que prestam serviços remunerados mediante associação. Presentes os requisitos da verossimilhança das alegações da Autora e de sua hipossuficiência técnica e econômica frente às Requeridas (já reconhecida para fins de gratuidade judiciária), impõe-se a inversão do ônus da prova, com fundamento no art. 6º, inciso VIII, do CDC, como forma de facilitar a defesa dos direitos da consumidora em juízo. Levantadas tais premissas e, nos termos do art. 357, III, do CPC, intimem-se as partes para que, no prazo comum de 15 (quinze) dias, especifiquem as provas que pretendem produzir para demonstrar seus direitos em relação aos pontos controvertidos fixados, justificando objetivamente sua pertinência e relevância para a solução dos pontos controvertidos fixados, sob pena de preclusão e indeferimento. Após, tornem conclusos para deliberação sobre as provas e designação de perícia, se o caso. Intimem-se. Guararapes, 16 de junho de 2025. - ADV: JOSE LUIS PACHECO (OAB 144286/SP), MILENA PIRAGINE (OAB 178962/SP), FLAVIO OLIMPIO DE AZEVEDO (OAB 34248/SP)

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Processo nº 1001140-96.2025.8.26.0286

ID: 326632610

Tribunal: TJSP Órgão: Foro de Itu - Juizado Especial Cível Classe: Procedimento do Juizado Especial da Fazenda Pública Nº Processo: 1001140-96.2025.8.26.0286

Data de Disponibilização: 16/07/2025

Polo Ativo:

JOSé ALVES DE BARROS

Polo Passivo:

Intimação

Advogados:

CARLOS EDUARDO XIMENES VIEIRA LINO DOS REIS

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Processo 1001140-96.2025.8.26.0286 - Procedimento do Juizado Especial da Fazenda Pública - Repetição de indébito - José Alves de Barros - Vistos. Relatório dispensado. A ação é improcedente. A parte … Processo 1001140-96.2025.8.26.0286 - Procedimento do Juizado Especial da Fazenda Pública - Repetição de indébito - José Alves de Barros - Vistos. Relatório dispensado. A ação é improcedente. A parte autora pretende a declaração de inexigibilidade de IPTU sobre imóvel de sua propriedade, sob a alegação de que não se fazem presentes, no loteamento em que inserido, os melhoramentos públicos a que alude o artigo 32, §1° e incisos, do Código Tributário Nacional . Tenho que sem razão. De fato, o artigo 32, do CTN, estabelece que o fato gerador do IPTU será a propriedade, o domínio útil ou a posse de bem imóvel localizado na zona urbana do Municípío. O § 1°, de seu turno, traz os requisitos para que determinada área seja considerada como integrante da zona urbana do Município, para fins da exação: "§ 1º Para os efeitos dêste impôsto, entende-se como zona urbana a definida em lei municipal; observado o requisito mínimo da existência de melhoramentos indicados em pelo menos 2 (dois) dos incisos seguintes, construídos ou mantidos pelo Poder Público: I - meio-fio ou calçamento, com canalização de águas pluviais; II - abastecimento de água; III - sistema de esgotos sanitários; IV - rêde de iluminação pública, com ou sem posteamento para distribuição domiciliar; V - escola primária ou pôsto de saúde a uma distância máxima de 3 (três) quilômetros do imóvel considerado.". No entanto, o § 2°, do citado dispositivo, estabelece que a "lei municipal pode considerar urbanas as áreas urbanizáveis, ou de expansão urbana, constantes de loteamentos aprovados pelos órgãos competentes, destinados à habitação, à indústria ou ao comércio, mesmo que localizados fora das zonas definidas nos têrmos do parágrafo anterior." Desta forma, a cobrança do imposto abarca os imóveis localizados na zona urbana do Município, assim entendidos como sendo aqueles beneficiados por pelo menos dois dos melhoramentos previstos no § 1°, do artigo 32, do CTN, ou aqueles definidos como tal por lei municipal, hipótese em que não será levado em consideração o critério do número de benfeitorias. Nesse sentido, a Súmula 626, do STJ: "Súmula 626 - A incidência do IPTU sobre imóvel situado em área considerada pela lei local como urbanizável ou de expansão urbana não está condicionada à existência dos melhoramentos elencados no art. 32, § 1°, do CTN". E, no caso do Município de Itu, tal norma vem insculpida pelo artigo 207, § 2°, da Lei Complementar Municipal de n° 710/2005 (Código Tributário Municipal), ao estabelecer: "§ 2° - Considera-se também zona urbana as áreas urbanizáveis ou de expansão urbana, constantes de loteamentos aprovados pelo Município, destinadas à habitação, á indústria ou ao comércio, mesmo que localizados fora da zona definida nos termos do parágrafo anterior." (grifei). No caso, não há dúvidas sobre tratar-se de loteamento aprovado pelo Município, tanto que objeto de regularização fundiária finalizada em 2022, e nem tampouco que se destine à habitação, dados que podem ser extraídos da própria inicial, bem como da matrícula acostada aos autos. Veja-se que o plano de regularização do Loteamento Portal de São Lucas deu-se pelo Decreto n° 2.954/2018, e conforme os ditames das Leis Municipais de n° 1.346/2011 e Lei Complementar Municipal de n° 38/2019. Ocorre que ambos os textos normativos dão conta da hipótese de regularização fundiária de áreas urbanas. Neste sentido, confira-se o artigo 2°, da Lei Municipal n° 1.346/2011: "Art. 2° - Para efeito desta lei, a regularização fundiária consiste no conjunto de medidas jurídicas, urbanísticas ambientais e sociais que visam à regularização de assentamentos irregulares e à titulação de seus ocupantes, de modo a garantir o direito social à moradia, o pleno desenvolvimento das funções sociais da propriedade urbana e o direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado." (grifei). E, ainda, o artigo 6°, da LCM 38/2019: "Art. 6° - A REURB compreende duas modalidades: I - REURB-S - regularização fundiária aplicável aos núcleos urbanos informais ocupados predominantemente por população de baixa renda, assim declarados em ato do Poder Público municipal; II - REURB-E - regularização fundiária aplicável aos núcleos urbanos informais ocupados por população não qualificada, na hipótese de que trata o inciso I." Por fim, o artigo 4°, da citada lei complementar, estabelece que a regularização fundiária, dentre outros, deve se pautar pelas diretrizes e objetivos gerais da política urbana e habitacional residencial e não residencial prevista pelo Estatuto das Cidades. Certo, portanto, tratar-se de imóvel localizado em área urbana (loteamento para fins de moradia aprovado pela Municipalidade), como tal definida pelo artigo 207, § 2°, da Lei Complementar Municipal de n° 710/2005 (Código Tributário Municipal). Tanto é assim que, no Anexo I, do Código Tributário Municipal, contempla expressamente o condomínio Portal de São Tiago quando da definição do valor venal do metro quadrado, para fins de cobrança do imposto. Também de se verificar que, na matrícula do imóvel, constam tanto a regularização fundiária quanto se tratar de imóvel urbano. Coloca-se a hipótese, portanto, de incidência tributária, nos termos dos artigos 32, § 2°, do CTN, 207, §2°, da LCM 710/2005 e da Súmula 626, do Superior Tribunal de Justiça. Neste sentido, aliás: "DIREITO TRIBUTÁRIO. APELAÇÃO.IPTU. EMBARGOS À EXECUÇÃO. RECURSO PROVIDO. I.Caso em Exame 1. Embargos à execução fiscal opostos por Pedro Grecco contra o Município de São José do Rio Preto, questionando a cobrança deIPTUdos exercícios de 2012 a 2015 sobre imóvel no Residencial Auferville V. Alega nulidade do lançamento por ausência de melhoramentos urbanos e isenção fiscal, pugnando pela extinção da execução fiscal e revogação da penhora. II.Questão em Discussão 2. A questão em discussão consiste em determinar a validade da cobrança deIPTUsem os melhoramentos previstos no § 1º do art. 32 do CTN e a aplicabilidade da isenção da Lei Complementar Municipal nº 492/2015 aos exercícios de 2012 a 2015. III.Razões de Decidir 3. O imóvel está em loteamento aprovado e integrado ao perímetro urbano, permitindo a cobrança deIPTUconforme § 2º do art. 32 do CTN, mesmo sem melhoramentos. 4. A isenção da Lei Municipal nº 492/2015 não retroage para alcançar exercícios anteriores à sua vigência, devendo ser interpretada de forma restritiva. IV.Dispositivo e Tese 5. Recurso provido. Embargos julgados improcedentes, com inversão dos ônus sucumbenciais em desfavor do executado. Tese de julgamento:1. A cobrança deIPTUé válida em áreas urbanizáveis ou de expansão urbana, conforme § 2º do art. 32 do CTN. 2. A isenção tributária não retroage para exercícios anteriores à sua vigência, no caso sub judice. Legislação Citada: CTN, art. 32, § 1º e § 2º. Jurisprudência Citada: TJSP, Apelação Cível 1027750-46.2021.8.26.0576, Rel. Eutálio Porto, 15ª Câmara de Direito Público, j. 13/03/2025. TJSP, Apelação Cível 1014132-05.2019.8.26.0576, Rel. Beatriz Braga, 18ª Câmara de Direito Público, j. 07/06/2022. TJSP, Apelação Cível 1052793-24.2017.8.26.0576, Rel. Henrique Harris Júnior, 18ª Câmara de Direito Público, j. 24/06/2022. STJ, REsp nº 1.903.076/SP, Rel. Min. Assusete Magalhães, Segunda Turma, j. 23/02/2021." (TJ/SP - 15ª Câmara de Direito Público - Apelação Cível n° 1015786-56.2021.8.26.0576 - Relator o Desembargador Eutálio Porto - julgado em 4 de abril de 2025 - grifei). "EMBARGOS À EXECUÇÃO FISCAL. Piratininga.IPTU. Sentença de improcedência. Irresignação. Descabimento. Imóvel de propriedade da parte embargante que, situado em área de expansão urbana, foi objeto de loteamento aprovado (denominado 'Recanto dos Pássaros'), conforme constante da matrícula do imóvel. Incidência, pois, da exceção prevista no § 2º do art.32 do CTN, a dispensar os melhoramentos prévios do §1º do mesmo artigo legal. Entendimento da Súmula nº626, do C. STJ. Precedente desta E. Corte. Lançamentos subsistentes. Sentença mantida. Majoração dos honorários advocatícios de sucumbência em 1%, nos termos do §11 do art.85 do CPC. Recurso não provido." (TJ/SP - 14ª Câmara de Direito Público - Apelação Cível n° 1000763-02.2022.8.26.0458 - Relator o Desembargador Walter Barone - julgado em 5 de fevereiro de 2025 - grifei). Ação improcedente, portanto. Do exposto, JULGO IMPROCEDENTE a ação e, de conseguinte, dou o feito por extinto, com resolução de mérito, nos termos do artigo 487, I, do CPC. Sem condenação em custas e honorários, incompatíveis com a espécie. No sistema dos Juizados Especiais, em caso de interposição do Recurso Inominado, deverá ser elaborada certidão antes da remessa dos autos ao Colégio Recursal. Ressalvada a hipótese de concessão de gratuidade da justiça, o preparo corresponderá: a) à taxa judiciária de ingresso, no importe de 1,5% sobre o valor atualizado da causa, observado o valor mínimo de 5 (cinco) UFESPs, a ser recolhida na guia DARE; b) à taxa judiciária referente às custas de preparo, no importe de 4% sobre o valor fixado na sentença, se líquido, ou sobre o valor fixado equitativamente pelo MM. Juiz de Direito, se ilíquido ou ainda 4% sobre o valor atualizado atribuído à causa na ausência de pedido condenatório, observado o valor mínimo de 5 (cinco) UFESPs, a ser recolhida na guia DARE; c) às despesas processuais referentes a todos os serviços forenses eventualmente utilizados (despesas postais, diligências do Oficial de Justiça, taxas para pesquisas de endereço nos sistemas conveniados, custas para publicação de editais etc.), d) os honorários do conciliador, caso tenha havido audiência de conciliação entre as partes do processo; a serem recolhidas na guia FEDTJ, à exceção das diligências de Oficial de Justiça, que deverão ser colhidas na guia GRD, e dos honorários do conciliador, a serem recolhidos mediante guia de depósito judicial. O preparo será recolhido de acordo com os critérios acima estabelecidos independente de cálculo elaborado pela serventia que apenas será responsável pela conferência dos valores e elaboração da certidão para juntada aos autos. Tratando-se de decreto de improcedência, com o trânsito em julgado, remeta-se ao arquivo, com as cautelas de praxe, e independentemente de nova decisão. P.I.C. Itu, aos . Eduardo de Lima Galduróz Juiz de Direito - ADV: CARLOS EDUARDO XIMENES VIEIRA LINO DOS REIS (OAB 513681/SP)

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Processo nº 1001140-89.2025.8.26.0062

ID: 331760109

Tribunal: TJSP Órgão: Foro de Bariri - 1ª Vara Classe: MANDADO DE SEGURANçA CíVEL Nº Processo: 1001140-89.2025.8.26.0062

Data de Disponibilização: 22/07/2025

Polo Ativo:

G. F. DE S.

Polo Passivo:

Intimação

Advogados:

FERNANDO APARECIDO MOGIONI JUNIOR

OAB/SP XXXXXX Desbloquear

Processo 1001140-89.2025.8.26.0062 - Mandado de Segurança Cível - Inquérito / Processo / Recurso Administrativo - G.F.S. - Vistos. Trata-se de mandado de segurança impetrado por Gisela Fernanda de Sa… Processo 1001140-89.2025.8.26.0062 - Mandado de Segurança Cível - Inquérito / Processo / Recurso Administrativo - G.F.S. - Vistos. Trata-se de mandado de segurança impetrado por Gisela Fernanda de Santis contra ato praticado pelo Prefeito do Município de Bariri, Sr. Airton Luis Pegoraro, objetivando, em caráter liminar, a suspensão do Processo Administrativo Disciplinar nº 3341/2025 até o julgamento final da presente ação. Fundamento e decido. 1) Inicialmente, de acordo com o art. 6º, § 3º, da Lei nº 12.016/09, Considera-se autoridade coatora aquela que tenha praticado o ato impugnado ou da qual emane a ordem para a sua prática. Nesse passo, considerando que a impetrante impugna, além das Portarias nº 11.484/2025 (que instaurou o processo administrativo disciplinar) e nº 11.485/2025 (que determinou seu afastamento preventivo) editadas pelo Prefeito Municipal, também o despacho proferido pelo Presidente da Comissão Processante, Sr. Phelipe Américo Magron (fls. 50), este último também deve figurar como autoridade coatora. Proceda a z. Serventia ao seu cadastramento. 2) De início, vale registrar que não compete ao Poder Judiciário se imiscuir no mérito administrativo, mas tão somente analisar os aspectos de legalidade do processo administrativo. Pois bem. De acordo com o art. 9º da Lei Municipal nº 5.048/2021: Art. 9ºDá-se início à sindicância e ao processo administrativo disciplinar pela Portaria de instauração, a qual deve especificar a Diretoria envolvida, a pretensa autoria (iniciais do nome e matrícula), a materialidade do fato, a exposição sucinta da infração, o dispositivo legal que foi infringido e o nome do servidor representante da Diretoria interessada que acompanhará e participará das audiências. Não se pode perder de vista, contudo, que a finalidade da norma, ao determinar a exposição sucinta da infração, entre outros requisitos, é viabilizar o efetivo exercício do contraditório e da ampla defesa, direitos constitucionalmente assegurados (art. 5º, LV, da CF). Examinando a documentação que instrui a inicial, infere-se que, embora a portaria inaugural não tenha descrito o fato objeto de apuração, apontando apenas o dispositivo legal em tese infringido, a impetrante teve acesso aos autos antes mesmo de ser citada (fls. 43/45) e foi-lhe oportunizada a apresentação de defesa prévia, por advogado, e de rol de testemunhas (fls. 55/60 e 67/75). Assim, relativamente às supostas agressões física e verbal praticadas pela impetrante, considerando que os fatos encontram-se precisamente delimitados nos autos do processo administrativo disciplinar (fls. 22/25), cujo acesso foi tempestivamente franqueado à impetrante, não se vislumbra, ao menos em sede de cognição sumária, prejuízo concreto ao exercício do contraditório e da ampla defesa. E, como se sabe, mera irregularidade formal, sem prova de efetivo prejuízo, não gera qualquer nulidade. Nesse sentido: DIREITO ADMINISTRATIVO. SERVIDOR PÚBLICO ESTADUAL. RECURSO EM MANDADO DE SEGURANÇA. CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL DE 2015. APLICABILIDADE. OMISSÃO NO ACÓRDÃO RECORRIDO. NÃO EXISTÊNCIA. PROCESSO ADMINISTRATIVO DISCIPLINAR. SUPRESSÃO DE ETAPA RELEVANTE. FALTA DE JUSTIFICATIVA IDÔNEA. VIOLAÇÃO AOS PRINCÍPIOS DO DEVIDO PROCESSO LEGAL, DO CONTRADITÓRIO E DA AMPLA DEFESA. RECURSO PROVIDO. I - Consoante o decidido pelo Plenário desta Corte, na sessão realizada em 09.03.2016, o regime recursal será determinado pela data da publicação do provimento jurisdicional impugnado. In casu, aplica-se o CPC/1973 . II - A Corte de origem apreciou todas as questões relevantes apresentadas com fundamentos suficientes, mediante apreciação da disciplina normativa e cotejo ao posicionamento jurisprudencial que entendeu aplicável à hipótese. Inexistência de omissão, contradição ou obscuridade. III - Caso em que o servidor, ora Recorrente, foi demitido do cargo de Auditor Fiscal do Tesouro Estadual do Estado de Pernambuco, após constatação, em Processo Administrativo Disciplinar, da prática de infração funcional consistente na participação de gerência ou administração de empresa comercial ou industrial, em afronta aos arts 193, V, e 194, VII, do Estatuto dos Funcionários Públicos do Estado de Pernambuco (Lei n. 6 .123/1968). IV - E pacífica a jurisprudência deste Superior Tribunal de Justiça no sentido de que, em processo administrativo disciplinar, apenas se declara a nulidade de um ato processual quando houver efetiva demonstração de prejuízo à defesa, por força da aplicação do princípio pas de nullité sans grief. Precedente. V - Por outro lado, vigora a orientação segundo a qual a inobservância do rito do inquérito funcional, quando importar em restrição ao exercício do contraditório e da ampla defesa, configura prejuízo presumido e nulidade absoluta, representando vício insanável no processo administrativo disciplinar quanto aos atos posteriormente praticados . VI - No caso específico dos servidores em exercício junto à Secretaria de Fazenda do Estado de Pernambuco, contexto do Impetrante, há procedimento próprio a ser observado na tramitação dos processos disciplinares, consistente na submissão do PAD à revisão do Conselho Especial da Corregedoria Fazendária antes de encaminhá-lo à autoridade julgadora, o que não ocorreu, tampouco foram apresentadas justificativas idôneas para a supressão da etapa. VII - Não há na legislação de regência nenhuma limitação quanto ao exame a cargo do Conselho Especial da CORREFAZ, no sentido de restringi-lo à regularidade formal do procedimento. Pelo contrário, estando diante de um conselho misto, com a presença de integrante da categoria indicado pelo sindicato respectivo, impositivo concluir que o parecer não representa mera formalidade possível de ser relevada, especialmente diante do inequívoco cunho moderador nesse tipo de composição heterogênea. VIII - Embora ostente caráter opinativo, não vinculando a autoridade julgadora, inviável afastar, ipso facto, a probabilidade concreta de um parecer total ou parcialmente favorável à defesa e capaz de influenciar na decisão final do Sr . Governador, porquanto retrata importante elemento de convicção. IX - O fato de a Administração não ter finalizado a investigação funcional dentro do prazo de 04 (quatro) anos, previsto no art. 209, III, da Lei n. 6 .123/1968, na sua redação original, não configura justificativa apta para desconsiderar fase do rito investigativo, providência que contraria os princípios do devido processo legal, do contraditório e da ampla defesa. X - Recurso provido para reformar o acórdão recorrido e conceder a segurança, a fim de declarar a nulidade do Processo Administrativo Disciplinar a partir do Despacho n. 001/2010 (fls. 267/268e) e possibilitar a colheita do parecer do Conselho Especial da Corregedoria Fazendária, determinando-se a reintegração do Impetrante ao cargo anteriormente ocupado e o pagamento dos valores deixados de auferir desde a impetração (STJ - RMS: 60271 PE 2019/0058891-3, Data de Julgamento: 28/02/2023, T1 - PRIMEIRA TURMA, Data de Publicação: DJe 03/03/2023). APELAÇÃO MANDADO DE SEGURANÇA SERVIDOR PÚBLICO MUNICIPAL POÁ MÉDICO PROCESSO ADMINISTRATIVO DISCIPLINAR DEMISSÃO Pretensão à anulação do processo administrativo disciplinar que culminou em demissão do serviço público Impossibilidade Exame judicial que deve se restringir à análise da legalidade do processo administrativo Não verificada a ocorrência de quaisquer irregularidades Penalidade aplicada de acordo com a legislação de regência A simples oitiva de membro de comissão processante como testemunha ou informante no bojo de outro processo administrativo, por si só, não tem condão de, automaticamente, ensejar o reconhecimento da quebra da imparcialidade Ausência de demonstração, no caso concreto, de que o depoimento prestado carrega opinião ou prejulgamento sobre a conduta do indiciado Precedente do STJ Fatos apurados indicados na portaria de inauguração do processo administrativo disciplinar Inocorrência de nulidade, mesmo em caso de inexistência de singularização da conduta do servidor público, do dispositivo legal violado e de eventual pena na portaria de inauguração do processo administrativo disciplinar Precedente do STJ Respeito aos princípios do devido processo legal, do contraditório e da ampla defesa Sentença mantida Recurso de apelação não provido (TJ-SP - AC: 10045477720198260462 SP 1004547-77.2019.8 .26.0462, Relator.: Marcos Pimentel Tamassia, Data de Julgamento: 31/03/2021, 1ª Câmara de Direito Público, Data de Publicação: 31/03/2021). MANDADO DE SEGURANÇA PROCESSO ADMINISTRATIVO DISCIPLINAR Liminar concedida para retificar a portaria inaugural do processo administrativo disciplinar para constar a descrição completa dos fatos, o dispositivo legal infringido e a penalidade eventualmente imposta Inexistência de elementos suficientes para autorizar, neste momento, a concessão da liminar Jurisprudência do STJ no sentido de considerar prescindível a descrição detalhada dos fatos na portaria inaugural do procedimento administrativo Portaria que se fez acompanhar dos elementos necessários ao conhecimento dos fatos imputados, incluindo a tipificação da infração Decisão reformada Agravo provido (TJ-SP - AI: 22457163220238260000 Piracicaba, Relator.: Percival Nogueira, Data de Julgamento: 01/11/2023, 8ª Câmara de Direito Público, Data de Publicação: 01/11/2023). Por outro lado, relativamente ao suposto ato de discriminação racial praticado pela impetrante, os elementos acostados aos autos não permitem a mesma conclusão, ao mesmo em sede de cognição superficial, típica do atual momento processual. É que os documentos de fls. 46/52 indicam que a impetrante passou a responder por outro fato no âmbito do mesmo processo administrativo disciplinar, em virtude de denúncia anônima que não descreve sequer sucintamente a conduta atribuída à investigada, limitando-se a noticiar atitudes discriminatórias no ambiente escolar, que teriam ocorrido durante o período de atendimento regular da creche (...) (fls. 49). Com efeito, neste ponto, a mera devolução do prazo para apresentação de defesa é insuficiente para assegurar o pleno exercício do contraditório e da ampla defesa, porquanto não há como a impetrante se defender de um fato ou de uma conduta descrita apenas genericamente, sem delimitação precisa do dia, hora e local em que teria sido perpetrada. Logo, não convence, a princípio, a motivação da municipalidade no sentido de que a ocorrência ou não de racismo será apurada em relação às supostas agressões físicas e verbais praticadas pela Requerida em face da [mesma] aluna (...), e não contra outros alunos, em momentos distintos (fls. 63/64), porquanto a ocorrência descrita a fls. 23 e que ensejou a instauração do processo administrativo disciplinar não faz qualquer menção a ofensas proferidas em razão de raça ou cor. Também não se tem notícia de investigação ou sindicância preliminar em relação ao suposto ato de discriminação racial, não sendo possível a instauração de processo administrativo disciplinar com base apenas em denúncia anônima. Nesse sentido: Súmula 611 do STJ: Desde que devidamente motivada e com amparo em investigação ou sindicância, é permitida a instauração de processo administrativo disciplinar com base em denúncia anônima, em face do poder-dever de autotutela imposto à Administração. Se é assim, com fundamento no art. 7º, III, da Lei nº 12.016/09, CONCEDO PARCIALMENTE a liminar para determinar a suspensão do Processo Administrativo Disciplinar nº 284/2025 apenas em relação à apuração e imposição de eventual penalidade em razão da suposta denúncia anônima por ato de discriminação racial, podendo o processo prosseguir exclusivamente em relação aos fatos que foram objeto de apuração no Processo Administrativo nº 3341/2025 e que motivaram a edição da Portaria nº 11.484/2025, sob pena de nulidade, sem prejuízo de a autoridade administrativa competente proceder à investigação dos novos fatos denunciados. Caso os fatos e condutas sejam indissociáveis, de modo que o prosseguimento do Processo Administrativo Disciplinar nº 284/2025 possa prejudicar a adequada apuração e responsabilização, a juízo da autoridade administrativa competente, esta poderá aguardar o final julgamento do presente mandado de segurança ou, então, após a devida investigação ou sindicância, proceder ao aditamento da Portaria nº 11.484/2025, nos termos do art. 19 e em conformidade com o art. 9º, ambos da Lei Municipal nº 5.048/2021, reabrindo o prazo para a defesa se manifestar e arrolar testemunhas, de modo a compatibilizar o interesse público com o exercício pleno do contraditório e da ampla defesa. Por fim, quanto ao afastamento cautelar da impetrante, tendo em vista o caráter preventivo do ato, que encontra fundamento no art. 10 da Lei Municipal nº 5.048/2021, seja para assegurar a instrução, seja para evitar possível reiteração de condutas, cuja análise é discricionária da autoridade administrativa competente; e considerando, ainda, a gravidade em abstrato dos fatos reportados e que o afastamento se deu sem prejuízo da remuneração, INDEFIRO, por ora, o pedido até que o impetrado e a autoridade coatora tenham a oportunidade de se manifestar. 3) Deferida a medida liminar, anote-se a tramitação prioritária, nos termos do art. 7º, § 4º, da Lei nº 12.016/09. 4) Notifiquem-se as autoridades coatoras (Sr. Airton Luis Pegoraro e Sr. Phelipe Américo Magron) do conteúdo da petição inicial, enviando-lhes cópia integral do feito, a fim de que, no prazo de 10 dias, prestem as devidas informações. 5) Dê-se ciência do feito à Procuradoria do Município de Bariri para que, querendo, ingresse no feito. 6) Decorrido o prazo assinado no item 4, abra-se vista ao representante do Ministério Público para manifestação no prazo de 10 dias. Atribuo à presente decisão força de mandado/ofício. Intimem-se, com urgência. Bariri, 21 de julho de 2025. - ADV: FERNANDO APARECIDO MOGIONI JUNIOR (OAB 355127/SP)

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