Resultados para o tribunal: TST

Resultados para "1000167-37.2023.5.02.0705"

Romildo Das Neves Santos x Souza Lima Seguranca Patrimonial Ltda. e outros

ID: 315763726

Tribunal: TST Órgão: Gabinete da Presidência Classe: AGRAVO DE INSTRUMENTO EM RECURSO DE REVISTA Nº Processo: 1000167-91.2024.5.02.0029

Data de Disponibilização: 04/07/2025

Polo Ativo:

ROMILDO DAS NEVES SANTOS

Polo Passivo:

SOUZA LIMA SEGURANCA PATRIMONIAL LTDA. SPAL INDUSTRIA BRASILEIRA DE BEBIDAS S/A

Distribuição

Advogados:

MARIA ITALA MARTA GONZAGA DE FREITAS KOHAGURA

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NEUSA APARECIDA SOTANA DE SOUZA

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VIVIANE CASTRO NEVES PASCOAL MALDONADO DAL MAS

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Processo 1000167-91.2024.5.02.0029 distribuído para Presidência - Admissibilidade - Gabinete da Presidência na data 02/07/2025 Para maiores informações, clique no link a seguir: https://pje.tst.jus.b…

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Municipio De Embu Das Artes x Associacao Metropolitana De Gestao - Amg e outros

ID: 320533839

Tribunal: TST Órgão: 7ª Turma Classe: RECURSO DE REVISTA Nº Processo: 1000167-15.2022.5.02.0271

Data de Disponibilização: 09/07/2025

Polo Ativo:

MUNICIPIO DE EMBU DAS ARTES

Polo Passivo:

ASSOCIACAO METROPOLITANA DE GESTAO - AMG GABRIELLY SILVA NASCIMENTO MEDIS DE MATOS NASCIMENTO TIAGO SILVA DE MATOS NASCIMENTO

Pauta de Julgamento

Advogados:

RAFAEL LOPES PINTO DA SILVA

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ROBERTO HIROMI SONODA

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ROBERTO HIROMI SONODA

OAB/SP XXXXXX Desbloquear

ROBERTO HIROMI SONODA

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WENDEL ALVES NUNES

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Pauta de Julgamento (processos PJe) da Sessão Ordinária da Sétima Turma, a realizar-se exclusivamente em ambiente eletrônico (sessão virtual). A sessão virtual terá início no dia 05/08/2025 e encerr…

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Ionara Feitosa Braga x Davo Supermercados Ltda

ID: 323664725

Tribunal: TST Órgão: 8ª Turma Classe: AGRAVO DE INSTRUMENTO EM RECURSO DE REVISTA Nº Processo: 1000365-04.2023.5.02.0502

Data de Disponibilização: 14/07/2025

Polo Ativo:

IONARA FEITOSA BRAGA

Polo Passivo:

DAVO SUPERMERCADOS LTDA

DECISÃO MONOCRÁTICA

Advogados:

MARCIO MOTA DE AVO

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NATHALIA ROQUE LEAO

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PODER JUDICIÁRIO JUSTIÇA DO TRABALHO TRIBUNAL SUPERIOR DO TRABALHO 8ª TURMA Relator: SERGIO PINTO MARTINS AIRR 1000365-04.2023.5.02.0502 AGRAVANTE: IONARA FEITOSA BRAGA AGRAVADO: DAVO SUPERMER… PODER JUDICIÁRIO JUSTIÇA DO TRABALHO TRIBUNAL SUPERIOR DO TRABALHO 8ª TURMA Relator: SERGIO PINTO MARTINS AIRR 1000365-04.2023.5.02.0502 AGRAVANTE: IONARA FEITOSA BRAGA AGRAVADO: DAVO SUPERMERCADOS LTDA PROCESSO Nº TST-AIRR - 1000365-04.2023.5.02.0502 AGRAVANTE: IONARA FEITOSA BRAGA ADVOGADA: Dra. NATHALIA ROQUE LEAO AGRAVADO: DAVO SUPERMERCADOS LTDA ADVOGADO: Dr. MARCIO MOTA DE AVO GMSPM/Ivo/lra D E C I S Ã O Trata-se de agravo de instrumento (fls. 968/974) interposto contra decisão do Tribunal Regional do Trabalho (fls. 962/964) mediante a qual se denegou seguimento ao recurso de revista (fls. 930/961). Não houve apresentação de contraminuta e contrarrazões. Desnecessária a remessa dos autos ao Ministério Público do Trabalho, nos termos do Regimento Interno do TST. Ao exame. O acórdão regional foi publicado na vigência da Lei nº 13.467/2017. O recurso foi subscrito por profissional regularmente habilitado (fls. 21) e interposto tempestivamente (ciência da decisão denegatória em 18/7/2024 e interposição do agravo de instrumento em 23/7/2024), sendo inexigível o preparo. A discussão cinge-se aos temas “CONTROLE DE JORNADA. HORAS EXTRAS”, “INDENIZAÇÃO POR DANO MORAL” e “RESCISÃO INDIRETA“. As transcrições realizadas às fls. 933/937, 939/940, 941, 945/947, e 957 atendem ao disposto no artigo 896, § 1º-A, I, da CLT. Quanto ao primeiro tema, a reclamante assevera que comprovou o trabalho em sobrejornada. Argumenta que os cartões de pontos não refletem a jornada efetivamente realizada e o intervalo intrajornada. Aponta violação aos artigos 74, §2º, 818, 845 da CLT, 373, II, do CPC, à Súmula 338 e 437, I, do TST, bem como dissídio jurisprudencial. Na fração de interesse, o Regional registrou: “A meu ver, as provas produzidas nos autos não infirmaram a veracidade dos registros de jornada, não restando demonstrado que não fosse permitida a anotação do horário efetivamente cumprido. Melhor esclarecendo, a Reclamante não comprovou que trabalhava 12 horas por dia. Ademais, em depoimento pessoal, declarou fatos sequer relatados na petição inicial. (...) Finamente, vê-se dos controles de jornada que a empregada registrava diariamente o tempo destinado à fruição da pausa, o que evidencia que trabalhou nos horários anotados nos cartões de ponto, inclusive com a fruição de 1h10min de intervalo para refeição e descanso, além de usufruir de folgas compensatórias. Dessa forma, por não comprovado o trabalho ‘em torno de 12 horas diárias’ e não demonstrada de maneira convincente a existência de sobrejornada não remunerada, reformo a r. sentença para excluir da condenação as horas extras, intervalos suprimidos, folgas em dobro e, por conseguinte, a multa convencional fundamentada no inadimplemento das horas extras.” (Fls. 922/923). Como se percebe, o Regional, soberano na análise de fatos e provas, concluiu pela veracidade dos cartões de ponto. Destacou que a reclamante não comprovou o trabalho em sobrejornada. Delineado esse quadro, conclui-se que para modificar a conclusão do Regional seria necessário o reexame dos fatos e das provas, vedado nos termos da Súmula 126 do TST. Logo, em razão do citado óbice, mostra-se inviável o processamento do recurso de revista, não havendo como reconhecer a transcendência da causa (artigo 896-A da CLT), em qualquer de suas modalidades. Quanto ao segundo tema (“Indenização por dano moral”), a reclamante assevera que sofreu assédio moral no trabalho, conforme demonstrado por meio de prova oral. Destaca que “não há que falar em prova dividida, vez que a testemunha da Ré ouvida apenas como informante não serve para comprovar as alegações da defesa, em razão de evidente intenção em beneficiar a sua atual empregadora” (fls. 957/958). Aponta contrariedade aos artigos 186 e 927 co Código Civil, 5º, X, da Constituição da República e divergência jurisprudencial. Na fração de interesse, o Regional registrou: “Do assédio moral Diz a Recorrente que não restou demonstrado o assédio moral, passível de indenização. Assevera que a prova restou dividida com relação ao tratamento dispensado à demandante pelo superior hierárquico Sr. Cleudo. À análise. Antes de tudo, é de se registrar que o dano moral materializa-se no profundo abalo moral ou sentimento de dor e humilhação gerado por ato direcionado a atingir a honra do trabalhador ou para desmoralizá-lo perante a família e a sociedade. E a ocorrência de prejuízos morais, como fundamento para a respectiva indenização pecuniária, necessita de três requisitos básicos: prova robusta que configure a efetiva existência de ação ou omissão lesivas, o dano à esfera psíquica da vítima Cabe, e o nexo de causalidade entre a ação ou omissão do agente e o trauma sofrido. a quem alega o dano, a demonstração do prejuízo que sofreu, por ser um dos pressupostos da responsabilidade civil. Esta, por óbvio, somente se justificará se houver dano a ser reparado. Tem o assédio moral, ainda, como pressuposto, o tratamento diferenciado e reiterado por parte do empregador, com a finalidade de excluir/isolar o empregado do ambiente de trabalho. Traduz-se em uma série de comportamentos abusivos, tais como gestos, palavras e atitudes, os quais comprometem a integridade física ou psíquica do trabalhador. E nesse sentido, mais uma vez, faço da prova colhida leitura diversa daquela levada a efeito pelo Juízo de primeiro grau. É certo que a testemunha da Reclamante afirmou "que o Sr. Cleudo era o chefe imediato da reclamante; que o tratamento do Sr. Cleudo com a reclamante era um pouco mais agressivo do que o tratamento com os outros empregados; que já viu o Sr. Cleudo destratar a reclamante em várias ocasiões, inclusive no refeitório; que já ouviu a reclamante ser chamada de burra; que já ouvir o Sr. Cleudo chamar a reclamante de analfabeta" (fls. 401 - Id 1d514a2). Não menos certo é que as testemunhas da Reclamada não presenciaram tais acontecimentos, esclarecendo que o Sr. Cleudo tratava de igual maneira todos os empregados. Pois bem. Tratando-se de prova dividida, como a hipótese dos autos, a causa é de ser julgada contra quem detém o ônus da prova e a demandante não provou de maneira robusta os fatos ensejadores da reparação por dano moral que postula. Reformo, portanto, para excluir da condenação a indenização por dano moral arbitrada em R$ 3.000,00.” (Fls. 956/957). Extrai-se da leitura do acórdão que a Corte regional, soberana na análise de fatos e provas, concluiu que a reclamante não provou de maneira robusta os fatos ensejadores da reparação por dano moral que postula. Delineado esse quando, para modificar a conclusão do Regional seria necessário o reexame dos fatos e das provas, vedado nos termos da Súmula 126 do TST. Ademais, o entendimento do regional está em harmonia com a jurisprudencial do TST no sentido de que “A jurisprudência deste egrégio Tribunal Superior é firme no sentido de que, constatada a existência de prova dividida, o julgamento deve ser feito em desfavor de quem detém o ônus da prova (...)” (TST-Ag-AIRR-1000167-06.2022.5.02.0371, 8ª Turma, Relator Desembargador Convocado Carlos Eduardo Gomes Pugliesi, DEJT 06/5/2024). Logo, em razão do citado óbice, mostra-se inviável o processamento do recurso de revista, não havendo como reconhecer a transcendência da causa (artigo 896-A da CLT), em qualquer de suas modalidades. Quanto ao terceiro tema (“Rescisão indireta”), a reclamada assevera que comprovou a falta grave cometida pelo reclamado, diante do labor habitual em horas extras e do assédio moral vivenciado no trabalho, o que justifica a rescisão indireta. Aponta violação ao artigo 483, d, da CLT e divergência jurisprudencial. Na fração de interesse, o Regional registrou: “Da rescisão indireta Insurge-se a Recorrente contra o decreto da rescisão indireta do contrato de trabalho, com a exclusão das verbas rescisórias deferidas na origem. À análise. Compartilho do entendimento que, tal como a falta grave do empregado, a justa causa patronal exige, para ser reconhecida, além da imediatidade entre os atos praticados pelo empregador e a opção do trabalhador pela rescisão indireta, a prova de fatos que demonstrem a inviabilidade da continuidade do vínculo. Na hipótese concreta dos autos, o pedido da rescisão contratual foi fundamentado em condutas faltosas imputadas à empregadora, as quais foram afastadas neste voto. A meu ver, a não comprovação da falta grave patronal justificadora da rescisão indireta, somada à recusa da empregada em retornar ao trabalho, impõe como consequência óbvia o reconhecimento de que o contrato de trabalho se operou por iniciativa da trabalhadora, como se se tratasse de pedido de demissão. A conversão do pedido de rescisão indireta julgado improcedente em pedido de demissão é automática em prol da segurança das relações jurídicas e em hipótese alguma implica julgamento " . É sob a ótica da intenção de uma das partes extra petita" em romper o vínculo contratual que deve ser solucionada a lide. Nesse contexto, considero rescindido o contrato de trabalho por iniciativa da empregada sem justa causa do empregador. Dou provimento ao apelo, para excluir da condenação aviso prévio indenizado de 39 dias e multa de 40% sobre o FGTS. Por reconhecido neste voto o pedido de demissão da empregada, não há que se autorizar a expedição de alvará para levantamento do FGTS. Reformo, portanto.” (fls. 939/940) Da leitura das razões recursais, percebe-se que o pedido de rescisão indireta da reclamante está fundamentado na suposta falta grave cometida pelo reclamado ao submetê-la a labor excessivo e a assédio moral. Todavia, conforme visto nos temas anteriores, a Corte Regional, soberana no exame dos fatos e das provas, concluiu que a reclamante não comprovou as horas extras alegadas e a discriminação no trabalho, sendo vedado alterar essa conclusão em sede de recurso de revista, nos termos da Súmula 126 do TST. Logo, em razão do citado óbice, mostra-se inviável o processamento do recurso de revista, não havendo como reconhecer a transcendência da causa (artigo 896-A da CLT), em qualquer de suas modalidades. Nesse contexto, nego seguimento ao presente agravo de instrumento, em relação a todos os temas nele versados, com fulcro no artigo 118, X, do Regimento Interno do TST. Publique-se. BrasÃlia, 10 de julho de 2025. SERGIO PINTO MARTINS Ministro Relator Intimado(s) / Citado(s) - IONARA FEITOSA BRAGA

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Ionara Feitosa Braga x Davo Supermercados Ltda

ID: 323664746

Tribunal: TST Órgão: 8ª Turma Classe: AGRAVO DE INSTRUMENTO EM RECURSO DE REVISTA Nº Processo: 1000365-04.2023.5.02.0502

Data de Disponibilização: 14/07/2025

Polo Ativo:

IONARA FEITOSA BRAGA

Polo Passivo:

DAVO SUPERMERCADOS LTDA

DECISÃO MONOCRÁTICA

Advogados:

MARCIO MOTA DE AVO

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NATHALIA ROQUE LEAO

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PODER JUDICIÁRIO JUSTIÇA DO TRABALHO TRIBUNAL SUPERIOR DO TRABALHO 8ª TURMA Relator: SERGIO PINTO MARTINS AIRR 1000365-04.2023.5.02.0502 AGRAVANTE: IONARA FEITOSA BRAGA AGRAVADO: DAVO SUPERMER… PODER JUDICIÁRIO JUSTIÇA DO TRABALHO TRIBUNAL SUPERIOR DO TRABALHO 8ª TURMA Relator: SERGIO PINTO MARTINS AIRR 1000365-04.2023.5.02.0502 AGRAVANTE: IONARA FEITOSA BRAGA AGRAVADO: DAVO SUPERMERCADOS LTDA PROCESSO Nº TST-AIRR - 1000365-04.2023.5.02.0502 AGRAVANTE: IONARA FEITOSA BRAGA ADVOGADA: Dra. NATHALIA ROQUE LEAO AGRAVADO: DAVO SUPERMERCADOS LTDA ADVOGADO: Dr. MARCIO MOTA DE AVO GMSPM/Ivo/lra D E C I S Ã O Trata-se de agravo de instrumento (fls. 968/974) interposto contra decisão do Tribunal Regional do Trabalho (fls. 962/964) mediante a qual se denegou seguimento ao recurso de revista (fls. 930/961). Não houve apresentação de contraminuta e contrarrazões. Desnecessária a remessa dos autos ao Ministério Público do Trabalho, nos termos do Regimento Interno do TST. Ao exame. O acórdão regional foi publicado na vigência da Lei nº 13.467/2017. O recurso foi subscrito por profissional regularmente habilitado (fls. 21) e interposto tempestivamente (ciência da decisão denegatória em 18/7/2024 e interposição do agravo de instrumento em 23/7/2024), sendo inexigível o preparo. A discussão cinge-se aos temas “CONTROLE DE JORNADA. HORAS EXTRAS”, “INDENIZAÇÃO POR DANO MORAL” e “RESCISÃO INDIRETA“. As transcrições realizadas às fls. 933/937, 939/940, 941, 945/947, e 957 atendem ao disposto no artigo 896, § 1º-A, I, da CLT. Quanto ao primeiro tema, a reclamante assevera que comprovou o trabalho em sobrejornada. Argumenta que os cartões de pontos não refletem a jornada efetivamente realizada e o intervalo intrajornada. Aponta violação aos artigos 74, §2º, 818, 845 da CLT, 373, II, do CPC, à Súmula 338 e 437, I, do TST, bem como dissídio jurisprudencial. Na fração de interesse, o Regional registrou: “A meu ver, as provas produzidas nos autos não infirmaram a veracidade dos registros de jornada, não restando demonstrado que não fosse permitida a anotação do horário efetivamente cumprido. Melhor esclarecendo, a Reclamante não comprovou que trabalhava 12 horas por dia. Ademais, em depoimento pessoal, declarou fatos sequer relatados na petição inicial. (...) Finamente, vê-se dos controles de jornada que a empregada registrava diariamente o tempo destinado à fruição da pausa, o que evidencia que trabalhou nos horários anotados nos cartões de ponto, inclusive com a fruição de 1h10min de intervalo para refeição e descanso, além de usufruir de folgas compensatórias. Dessa forma, por não comprovado o trabalho ‘em torno de 12 horas diárias’ e não demonstrada de maneira convincente a existência de sobrejornada não remunerada, reformo a r. sentença para excluir da condenação as horas extras, intervalos suprimidos, folgas em dobro e, por conseguinte, a multa convencional fundamentada no inadimplemento das horas extras.” (Fls. 922/923). Como se percebe, o Regional, soberano na análise de fatos e provas, concluiu pela veracidade dos cartões de ponto. Destacou que a reclamante não comprovou o trabalho em sobrejornada. Delineado esse quadro, conclui-se que para modificar a conclusão do Regional seria necessário o reexame dos fatos e das provas, vedado nos termos da Súmula 126 do TST. Logo, em razão do citado óbice, mostra-se inviável o processamento do recurso de revista, não havendo como reconhecer a transcendência da causa (artigo 896-A da CLT), em qualquer de suas modalidades. Quanto ao segundo tema (“Indenização por dano moral”), a reclamante assevera que sofreu assédio moral no trabalho, conforme demonstrado por meio de prova oral. Destaca que “não há que falar em prova dividida, vez que a testemunha da Ré ouvida apenas como informante não serve para comprovar as alegações da defesa, em razão de evidente intenção em beneficiar a sua atual empregadora” (fls. 957/958). Aponta contrariedade aos artigos 186 e 927 co Código Civil, 5º, X, da Constituição da República e divergência jurisprudencial. Na fração de interesse, o Regional registrou: “Do assédio moral Diz a Recorrente que não restou demonstrado o assédio moral, passível de indenização. Assevera que a prova restou dividida com relação ao tratamento dispensado à demandante pelo superior hierárquico Sr. Cleudo. À análise. Antes de tudo, é de se registrar que o dano moral materializa-se no profundo abalo moral ou sentimento de dor e humilhação gerado por ato direcionado a atingir a honra do trabalhador ou para desmoralizá-lo perante a família e a sociedade. E a ocorrência de prejuízos morais, como fundamento para a respectiva indenização pecuniária, necessita de três requisitos básicos: prova robusta que configure a efetiva existência de ação ou omissão lesivas, o dano à esfera psíquica da vítima Cabe, e o nexo de causalidade entre a ação ou omissão do agente e o trauma sofrido. a quem alega o dano, a demonstração do prejuízo que sofreu, por ser um dos pressupostos da responsabilidade civil. Esta, por óbvio, somente se justificará se houver dano a ser reparado. Tem o assédio moral, ainda, como pressuposto, o tratamento diferenciado e reiterado por parte do empregador, com a finalidade de excluir/isolar o empregado do ambiente de trabalho. Traduz-se em uma série de comportamentos abusivos, tais como gestos, palavras e atitudes, os quais comprometem a integridade física ou psíquica do trabalhador. E nesse sentido, mais uma vez, faço da prova colhida leitura diversa daquela levada a efeito pelo Juízo de primeiro grau. É certo que a testemunha da Reclamante afirmou "que o Sr. Cleudo era o chefe imediato da reclamante; que o tratamento do Sr. Cleudo com a reclamante era um pouco mais agressivo do que o tratamento com os outros empregados; que já viu o Sr. Cleudo destratar a reclamante em várias ocasiões, inclusive no refeitório; que já ouviu a reclamante ser chamada de burra; que já ouvir o Sr. Cleudo chamar a reclamante de analfabeta" (fls. 401 - Id 1d514a2). Não menos certo é que as testemunhas da Reclamada não presenciaram tais acontecimentos, esclarecendo que o Sr. Cleudo tratava de igual maneira todos os empregados. Pois bem. Tratando-se de prova dividida, como a hipótese dos autos, a causa é de ser julgada contra quem detém o ônus da prova e a demandante não provou de maneira robusta os fatos ensejadores da reparação por dano moral que postula. Reformo, portanto, para excluir da condenação a indenização por dano moral arbitrada em R$ 3.000,00.” (Fls. 956/957). Extrai-se da leitura do acórdão que a Corte regional, soberana na análise de fatos e provas, concluiu que a reclamante não provou de maneira robusta os fatos ensejadores da reparação por dano moral que postula. Delineado esse quando, para modificar a conclusão do Regional seria necessário o reexame dos fatos e das provas, vedado nos termos da Súmula 126 do TST. Ademais, o entendimento do regional está em harmonia com a jurisprudencial do TST no sentido de que “A jurisprudência deste egrégio Tribunal Superior é firme no sentido de que, constatada a existência de prova dividida, o julgamento deve ser feito em desfavor de quem detém o ônus da prova (...)” (TST-Ag-AIRR-1000167-06.2022.5.02.0371, 8ª Turma, Relator Desembargador Convocado Carlos Eduardo Gomes Pugliesi, DEJT 06/5/2024). Logo, em razão do citado óbice, mostra-se inviável o processamento do recurso de revista, não havendo como reconhecer a transcendência da causa (artigo 896-A da CLT), em qualquer de suas modalidades. Quanto ao terceiro tema (“Rescisão indireta”), a reclamada assevera que comprovou a falta grave cometida pelo reclamado, diante do labor habitual em horas extras e do assédio moral vivenciado no trabalho, o que justifica a rescisão indireta. Aponta violação ao artigo 483, d, da CLT e divergência jurisprudencial. Na fração de interesse, o Regional registrou: “Da rescisão indireta Insurge-se a Recorrente contra o decreto da rescisão indireta do contrato de trabalho, com a exclusão das verbas rescisórias deferidas na origem. À análise. Compartilho do entendimento que, tal como a falta grave do empregado, a justa causa patronal exige, para ser reconhecida, além da imediatidade entre os atos praticados pelo empregador e a opção do trabalhador pela rescisão indireta, a prova de fatos que demonstrem a inviabilidade da continuidade do vínculo. Na hipótese concreta dos autos, o pedido da rescisão contratual foi fundamentado em condutas faltosas imputadas à empregadora, as quais foram afastadas neste voto. A meu ver, a não comprovação da falta grave patronal justificadora da rescisão indireta, somada à recusa da empregada em retornar ao trabalho, impõe como consequência óbvia o reconhecimento de que o contrato de trabalho se operou por iniciativa da trabalhadora, como se se tratasse de pedido de demissão. A conversão do pedido de rescisão indireta julgado improcedente em pedido de demissão é automática em prol da segurança das relações jurídicas e em hipótese alguma implica julgamento " . É sob a ótica da intenção de uma das partes extra petita" em romper o vínculo contratual que deve ser solucionada a lide. Nesse contexto, considero rescindido o contrato de trabalho por iniciativa da empregada sem justa causa do empregador. Dou provimento ao apelo, para excluir da condenação aviso prévio indenizado de 39 dias e multa de 40% sobre o FGTS. Por reconhecido neste voto o pedido de demissão da empregada, não há que se autorizar a expedição de alvará para levantamento do FGTS. Reformo, portanto.” (fls. 939/940) Da leitura das razões recursais, percebe-se que o pedido de rescisão indireta da reclamante está fundamentado na suposta falta grave cometida pelo reclamado ao submetê-la a labor excessivo e a assédio moral. Todavia, conforme visto nos temas anteriores, a Corte Regional, soberana no exame dos fatos e das provas, concluiu que a reclamante não comprovou as horas extras alegadas e a discriminação no trabalho, sendo vedado alterar essa conclusão em sede de recurso de revista, nos termos da Súmula 126 do TST. Logo, em razão do citado óbice, mostra-se inviável o processamento do recurso de revista, não havendo como reconhecer a transcendência da causa (artigo 896-A da CLT), em qualquer de suas modalidades. Nesse contexto, nego seguimento ao presente agravo de instrumento, em relação a todos os temas nele versados, com fulcro no artigo 118, X, do Regimento Interno do TST. Publique-se. BrasÃlia, 10 de julho de 2025. SERGIO PINTO MARTINS Ministro Relator Intimado(s) / Citado(s) - DAVO SUPERMERCADOS LTDA

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