Resultados para "1004010-08.2024.8.26.0268" – Página 53 de 53

Lair De Almeida x Banco Csf S/A e outros

ID: 330557818

Tribunal: TJSP Órgão: Foro Regional I - Santana - 4ª Vara Cível Classe: PROCEDIMENTO COMUM CíVEL Nº Processo: 1003464-41.2025.8.26.0001

Data de Disponibilização: 21/07/2025

Polo Ativo:

LAIR DE ALMEIDA

Polo Passivo:

BANCO CSF S/A CARREFOUR COMéRCIO E INDúSTRIA LTDA MASTERCARD BRASIL LTDA.

Intimação

Advogados:

VANESSA RIBEIRO GUAZZELLI CHEIN

OAB/SP XXXXXX Desbloquear

JOBERSON ALEXANDRE PAIXÃO

OAB/SP XXXXXX Desbloquear

ANTÔNIO DE MORAES DOURADO NETO

OAB/PE XXXXXX Desbloquear

Processo 1003464-41.2025.8.26.0001 - Procedimento Comum Cível - Práticas Abusivas - Lair de Almeida - Carrefour Comércio e Indústria LTDA - - Banco CSF S/A - - Mastercard Brasil Ltda. - É o relat… Processo 1003464-41.2025.8.26.0001 - Procedimento Comum Cível - Práticas Abusivas - Lair de Almeida - Carrefour Comércio e Indústria LTDA - - Banco CSF S/A - - Mastercard Brasil Ltda. - É o relatório. Fundamento e DECIDO. Da retificação do polo passivo para que constasse sua verdadeira razão social, qual seja, Mastercard Brasil Soluções de Pagamento Ltda: Não tendo havido impugnação, defiro o requerimento da corré para retificar o polo passivo, constando dos autos MASTERCARD BRASIL SOLUÇÕES DE PAGAMENTO LTDA, CNPJ sob o nº 05.577.343/0001-37. Promova a z. Serventia a retificação supra. Da impugnação à concessão do benefício da gratuidade processual: Rejeito a impugnação à gratuidade da Justiça, uma vez que o réu não trouxe prova concreta hábil ao afastamento da alegada hipossuficiência econômico-financeira da parte autora, que ensejou o deferimento do benefício. O autor juntou aos autos documentação comprobatória de sua situação econômica, incluindo comprovante de aposentadoria no valor de R$ 2.194,87, declarações de imposto de renda e extratos bancários, além de demonstrar a existência de empréstimo consignado que compromete parte de sua renda. A Lei nº 1.060/50 e o artigo 98 do Código de Processo Civil estabelecem que a pessoa natural com insuficiência de recursos para pagar as custas, despesas processuais e honorários advocatícios tem direito à gratuidade da justiça. A declaração de hipossuficiência goza de presunção juris tantum, admitindo prova em contrário. Contudo, a mera contratação de advogado particular, por si só, não afasta a presunção de necessidade do benefício, especialmente quando o interessado comprova documentalmente sua condição econômica. No caso dos autos, o autor demonstrou que percebe aposentadoria de valor modesto, possui empréstimo consignado que reduz sua renda disponível e trouxe aos autos documentação fiscal e bancária que corrobora sua alegada hipossuficiência econômica. O valor da aposentadoria percebida pelo autor, considerando os descontos do empréstimo consignado e os gastos básicos de subsistência de pessoa idosa, revela insuficiência de recursos para arcar com as custas processuais sem prejuízo do sustento próprio e familiar. Ante o exposto, rejeito a impugnação ao benefício da gratuidade processual, mantendo a concessão do benefício ao autor. Da preliminar de ilegitimidade de parte suscitada por Carrefour Comércio e Indústria Ltda: Deveras, à luz da denominada teoria da asserção ou prospettazione, as condições da ação devem ser aferidas a partir das afirmações deduzidas na petição inicial, de tal modo que a carência de ação deve ser reconhecida apenas quando possível constatar a ausência de uma das referidas condições em cognição não exauriente. Nesse sentido, é a orientação do Colendo Superior Tribunal de Justiça: "(...) 6. As condições da ação são averiguadas de acordo com a teoria da asserção, razão pela qual, para que se reconheça a legitimidade passiva 'ad causam', os argumentos aduzidos na inicial devem possibilitar a inferência, em um exame puramente abstrato, de que o réu pode ser o sujeito responsável pela violação do direito subjetivo do autor. (...)" (STJ, REsp 1769520/SP, Rel. Ministra NANCY ANDRIGHI, TERCEIRA TURMA, julgado em 21/05/2019, DJe 24/05/2019). Aplicável à espécie a Teoria da Aparência. Athos Gusmão Carneiro (in Intervenção de Terceiros, Editora Saraiva, 2ª edição, 1983, p. 25) refere que: "consiste a legitimação para a causa na coincidência entre a pessoa do autor e a pessoa a quem, em tese, a lei atribui a titularidade da pretensão deduzida em juízo e a coincidência entre a pessoa do réu e a pessoa contra quem, em tese, pode ser oposta tal pretensão." A boa-fé e a necessidade de segurança no convívio social deram origem à denominada teoria da aparência. Cabe, neste aspecto, mencionar o exemplo ofertado por Arnando Rizzardo (in Teoria da Aparência, Revista da AJURIS, n.º 24, pág. 224): "Na hipótese de um gestor, um mandatário ou representante atuarem com poder ou capacidade aparentes, ou excederem o limite das faculdades recebidas, tendo o terceiro contratado confiando na capacidade de representação em vista da aparência que revelou, convalesce o ato jurídico, surtindo efeitos e obrigando o verdadeiro titular a respeitar o convencionado. Resta-lhe acionar os fictícios representantes. Sustenta a firmeza do negócio a necessidade de se emprestar proteção e boa-fé, manifestada através da confiança depositada na aparência." No caso dos autos, verifica-se que o cartão de crédito objeto da lide ostenta a marca "Carrefour", conforme se depreende das faturas juntadas aos autos, nas quais a denominação da ré aparece destacadamente no cabeçalho dos documentos. Tal circunstância cria, para o consumidor, a legítima expectativa de que a empresa detentora da marca responde pelos serviços prestados, ainda que a administração financeira seja realizada por instituição bancária. A utilização da marca "Carrefour" no cartão de crédito e nas respectivas faturas gera para o consumidor a aparência de que a empresa participa da relação consumerista, sendo parte legítima para responder pelos eventuais vícios ou defeitos na prestação dos serviços. Ademais, conforme narrativa da inicial, o autor adquiriu o cartão de crédito "por meio da loja física da 1ª Requerida", o que reforça a aparência de participação da ré Carrefour Comércio e Indústria Ltda na relação de consumo. A questão da efetiva responsabilidade da ré pelos fatos narrados na inicial constitui matéria de mérito, não afetando sua legitimidade para figurar no polo passivo da demanda. Ante o exposto, rejeita-se a preliminar de ilegitimidade passiva suscitada. Da preliminar de ilegitimidade de parte suscitada pela Mastercard Brasil Soluções de Pagamento Ltda: Embora a legitimidade passiva deva ser aferida pela teoria da asserção, conforme entendimento consolidado do Superior Tribunal de Justiça, é necessário verificar se as alegações da inicial, ainda que tomadas como verdadeiras, permitem inferir a responsabilidade do réu pelos fatos narrados. Não obstante o negócio jurídico descrito na petição inicial constitua relação de consumo protegida pelas normas do Código de Defesa do Consumidor, não se reconhece que a bandeira do cartão de crédito utilizada pelo autor quando foi vítima de fraude faça parte de tal relação e, portanto, que seja parte integrante da cadeia de consumo. Conforme bem esclarecido pela Mastercard em contestação, a emissão dos cartões de crédito é feita por bancos e instituições de pagamento, que são as pessoas que, de fato, concedem o crédito e mantêm relação com os usuários dos cartões. A bandeira do cartão de crédito, por sua vez: Detém a tecnologia que viabiliza a comunicação virtual entre quem processa a transação de pagamento com cartão (adquirente/credenciador) e quem autoriza ou não a conclusão da transação (emissor/administrador); Para tanto, concede licença de uso de tecnologia e marca aos adquirentes/credenciadores que processam as transações e aos emissores/administradores que as aprovam; Não contrata com portadores de cartões, papel exclusivo dos emissores (Bancos) licenciados, responsáveis pela gestão financeira dos cartões que ostentem a bandeira licenciadora; Não contrata com estabelecimentos vendedores ou prestadores de serviços que recebem pagamentos com cartões, papel exclusivo dos adquirentes/credenciadores licenciados, responsáveis pela gestão de valores a receber pelos estabelecimentos que foram credenciados para realização de transações com cartões da bandeira licenciadora. Diante de tais esclarecimentos, que não foram impugnados de forma específica pelo autor, que se limitou a justificar a pertinência subjetiva da Mastercard com a causa por versar a demanda sobre relação de consumo e por supostamente integrar a cadeia de fornecimento, é de rigor o reconhecimento da ilegitimidade passiva da ré. A empresa não teve qualquer participação nos fatos controvertidos, sendo mera licenciadora da marca Mastercard, que atua prestando aos emissores e administradores dos cartões de crédito o serviço tecnológico que permite a utilização dos cartões em estabelecimentos comerciais. Diferentemente do que ocorre com a ré Carrefour Comércio e Indústria Ltda, cuja marca aparece no cabeçalho das faturas e que mantém lojas físicas onde o cartão foi adquirido, criando aparência de participação na relação de consumo, a Mastercard atua exclusivamente como fornecedora de tecnologia e licenciadora de marca para as instituições financeiras, sem qualquer interface direta com o consumidor final. A responsabilidade pelos fatos narrados na inicial recai exclusivamente sobre o emissor e administrador do cartão (Banco CSF) e, eventualmente, sobre a empresa cuja marca identifica o estabelecimento onde o cartão foi adquirido, mas não sobre a bandeira que apenas licencia a tecnologia de pagamento. Ante o exposto, acolho a preliminar de ilegitimidade passiva suscitada pela ré MASTERCARD BRASIL SOLUÇÕES DE PAGAMENTO LTDA, o que implica na extinção da ação com relação a ela sem resolução do mérito em relação a esta ré, com fundamento no artigo 485, inciso VI, do Código de Processo Civil. Assim já se decidiu: "DECLARATÓRIA DE INEXIGIBILIDADE DE DÉBITOS CUMULADA COM INDENIZAÇÃO POR DANOS MORAIS CARTÃO DE CRÉDITO ALEGADO TOMADO POR FRAUDADORES EM NOME DO AUTOR PROCEDÊNCIA ILEGITIMIDADE PASSIVA DA CORRÉ DETENTORA DA BANDEIRA DE CARTÃO DE CRÉDITO As empresas concedentes da bandeira de cartão de crédito são responsáveis apenas pela comunicação entre a instituição emissora e os estabelecimentos comerciais, não possuindo qualquer ingerência no crédito disponibilizado ao titular do cartão, de forma que as providências judiciais que digam respeito à regularidade na contratação devem ser tomadas em face de sua administradora do cartão Ilegitimidade passiva reconhecida - Recurso da corré Visa do Brasil Empreendimentos Ltda. provido. DECLARATÓRIA DE INEXIGIBILIDADE DE DÉBITOS CUMULADA COM INDENIZAÇÃO POR DANOS MORAIS CARTÃO DE CRÉDITO ALEGADO TOMADO POR FRAUDADORES EM NOME DO AUTOR PROCEDÊNCIA PRETENSÃO DE REFORMA DESCABIMENTO O banco administrador do cartão de crédito em nome do autor não comprovou a higidez da relação jurídica, notadamente em face dos elementos de convicção de que tenha sido fruto de fraude perpetrada por terceiros, impondo sua responsabilização pelos danos causados à vítima em razão do indevido apontamento da dívida em bases de dados dos órgãos de proteção ao crédito Configuração do dano moral in re ipsa Indenização fixada em R$ 5.000,00 apta a ressarcir a vítima pelos dissabores experimentados, atendidos os princípios de razoabilidade e proporcionalidade. Sentença mantida, nessa parte. Recurso do banco corréu e do autor desprovidos, nessa parte. DECLARATÓRIA DE INEXIGIBILIDADE DE DÉBITOS CUMULADA COM INDENIZAÇÃO POR DANOS MORAIS CARTÃO DE CRÉDITO ALEGADO TOMADO POR FRAUDADORES EM NOME DO AUTOR PROCEDÊNCIA INSURGÊNCIAS EM RELAÇÃO AO HONORÁRIO ADVOCATÍCIOS DE SUCUMBÊNCIA Na hipótese em que o réu sucumbe em relação aos pedidos iniciais, deve ser aplicado o princípio da sucumbência, atribuindo-lhe o pagamento de honorários advocatícios Tendo em vista o baixo proveito econômico da condenação, cabível a majoração da verba honorária depara 20% sobre esta. - Recurso do autor provido e do banco corréu desprovido, nessa parte. (TJSP; Apelação Cível 1004010-95.2021.8.26.0564; Rel. Walter Fonseca; 11ª Câmara de Direito Privado; j. 04/12/2023). APELAÇÃO. DECLARATÓRIA. DANOS MORAIS. FRAUDE EM ABERTURA DE CONTA CORRENTE, CONTRATAÇÃO DE EMPRÉSTIMO E EMISSÃO DE CARTÃO DE CRÉDITO. Autora que sustenta ter tido seu nome indevidamente inscrito nos órgãos de proteção ao crédito, por desconhecer o contrato objeto da negativação. Sentença que julgou procedente o feito. Insurgência dos réus. Ilegitimidade passiva da corré Visa reconhecida. Atuação apenas como titular da bandeira do cartão de crédito, não integrando a cadeia de fornecimento de serviços. Preliminar de ilegitimidade passiva do Banco do Brasil e de falta de interesse de agir afastadas. Mérito. Falha na prestação do serviço da instituição bancária caracterizada. Risco atrelado ao negócio. Responsabilidade objetiva. Inteligência da Súmula nº 479 do STJ. Declaração de inexigibilidade do débito mantida. Dano moral configurado. Inscrição indevida do nome da autora em cadastro de inadimplentes que caracteriza dano moral in re ipsa. Sentença parcialmente reformada. Recurso da corré Visa provido. Recurso do Banco do Brasil desprovido. (TJSP; Apelação Cível 1083844-53.2022.8.26.0002; Rel. Heloísa Mimessi; 23ª Câmara de Direito Privado; j. 21/09/2023). Partes presentes e bem representadas. Presentes as condições da ação e os pressupostos processuais. Não há vícios ou nulidades a suprir. Das questões de fato e de direito: 1. Se o autor foi vítima de fraude na utilização de seu cartão de crédito no dia 06/11/2024, resultando em compra não reconhecida no valor de R$ 4.999,99; 2. Se as transações contestadas foram realizadas mediante uso de cartão com chip e senha, conforme alegado pelas rés Banco CSF e Carrefour Soluções Financeiras; 3. Se houve falha na prestação de serviços pelas rés ou se configurada culpa exclusiva do consumidor; 4. Se o valor de R$ 4.999,99 e seus encargos são exigíveis do autor; 5. Se configurados os pressupostos para concessão de indenização por danos morais e, em caso positivo, o quantum indenizatório; Da distribuição do ônus da prova: Nos termos do artigo 373, §1º, do Código de Processo Civil, o juiz poderá atribuir o ônus da prova de modo diverso do previsto no caput, desde que se trate de direito disponível e seja impossível ou excessivamente difícil a uma parte produzir a prova do fato constitutivo de seu direito ou seja extremamente fácil à parte contrária a produção da prova do fato impeditivo, modificativo ou extintivo. O artigo 6º, inciso VIII, do Código de Defesa do Consumidor prevê a facilitação da defesa dos direitos do consumidor, inclusive com a inversão do ônus da prova, a critério do juiz, quando for verossímil a alegação ou quando for ele hipossuficiente, segundo as regras ordinárias de experiência. No caso dos autos, estão presentes os pressupostos para a inversão do ônus probatório em favor do autor consumidor: Relação de consumo configurada: Resta incontroverso que a relação entre o autor e as rés configura relação de consumo, aplicando-se as normas do Código de Defesa do Consumidor. Hipossuficiência técnica: O autor encontra-se em situação de hipossuficiência técnica em relação às rés, pois não possui conhecimentos especializados sobre o sistema de segurança dos cartões com chip, os protocolos de autorização de transações, os mecanismos de validação de senhas e demais aspectos tecnológicos que envolvem as operações questionadas. Impossibilidade de produção de prova negativa: O autor alega fato negativo, qual seja, que não realizou as compras constantes da fatura de seu cartão de crédito. A produção de prova de fato negativo constitui probatio diabólica, sendo excessivamente difícil ou impossível ao consumidor demonstrar que não praticou determinado ato. Facilidade probatória das rés: As rés detêm todos os registros técnicos das transações, incluindo logs de sistema, dados de geolocalização, registros de autenticação, gravações de câmeras de segurança dos estabelecimentos credenciados e demais elementos que podem esclarecer as circunstâncias em que ocorreram as operações contestadas. Verossimilhança das alegações: As alegações do autor revelam-se verossímeis, considerando que o padrão das compras contestadas destoa significativamente do histórico de utilização do cartão, conforme demonstrado pelas faturas anteriores juntadas aos autos. Ante o exposto, com fundamento no artigo 6º, inciso VIII, do Código de Defesa do Consumidor c/c artigo 373, §1º, do Código de Processo Civil, determino a inversão do ônus da prova em favor do autor, cabendo às rés BANCO CSF S/A, CARREFOUR COMÉRCIO E INDÚSTRIA LTDA e CARREFOUR SOLUÇÕES FINANCEIRAS LTDA a comprovação de que: a) As transações contestadas foram efetivamente realizadas pelo autor ou com sua autorização; b) Foram observados todos os protocolos de segurança na validação das operações; c) O sistema de cartão com chip e senha é inviolável e não admite fraudes; d) Não houve falha na prestação dos serviços de administração do cartão de crédito. Ao autor incumbe apenas a demonstração dos fatos constitutivos de seu direito que se encontram ao seu alcance probatório, mantendo-se sob sua responsabilidade a prova do dano moral alegado. Das provas: Imprescindível a produção de prova pericial. De ofício, nomeio Perito Judicial o Sr. Dr. FABIO CAMPOS CRANCHI. A Serventia deverá registrar a nomeação no Portal dos Auxiliares da Justiça e cadastrar os dados do(a) Sr.(a) Perito(a) no processo, como terceiro [participação "232 Perito (Terceiro)]: opção "Cadastro" > "Partes e Representantes". Providencie-se, com urgência, a intimação do Perito para que apresente proposta de honorários definitivos. Prazo: 5 (cinco) dias. Sem prejuízo, as partes deverão, nos termos do art. 465 do CPC, se manifestar sobre eventual suspeição ou impedimento do(a) Senhor(a) Perito(a) nomeado(a), bem como ofertar quesitos e/ou indicar assistentes técnicos. Prazo: 15 (quinze) dias. Feita a estimativa (e se não houver impugnação à nomeação), as partes deverão ser intimadas por ato ordinatório a sobre ela se manifestar. Prazo: 5 (cinco) dias. Transcorrido o prazo retro, tornem conclusos para arbitramento. Nos termos do artigo 95 do CPC, o valor dos honorários periciais deverá ser rateado entre o autor (50%) e a ré (50%). Ocorre que o réu é beneficiário da gratuidade processual. Assim, sua meação será paga pela Defensoria Pública do Estado de São Paulo, devendo ser expedido ofício para reserva no valor de 44 UFESPs. O pagamento da metade do valor arbitrado pelo Sr. Perito deverá ser realizado em até 5 (cinco) dias após o arbitramento. Arbitro honorários provisórios em R$ 2.000,00. O prazo para entrega do laudo pericial será de 30 (trinta) dias após o pagamento da metade dos honorários definitivos. Com a vinda do laudo, as partes deverão ser intimadas (por ato ordinatório) a ofertar manifestação no prazo comum de 15 (quinze) dias. Nos termos do Provimento CSM 2.306/2015 e do Comunicado CG nº 2.348/2016, a Serventia deverá alimentar o Portal dos Auxiliares da Justiça. Deverá ainda manter em cartório a documentação do Senhor Perito, extraída do Portal de Auxiliares, para eventual consulta das partes. Nos termos do artigo 357, §1º, do Código de Processo Civil, manifestem-se as partes, sob pena de tornar estável a presente decisão. Nos termos do artigo 357, §1º, do Código de Processo Civil, manifestem-se as partes, sob pena de tornar estável a presente decisão. Posto isso, DECLARO EXTINTA a presente ação com relação à corré MASTERCARD BRASIL SOLUÇÕES DE PAGAMENTO LTDA, com lastro no art. 487, I, do Código de Processo Civil. Em virtude da sucumbência, condeno a parte autora no pagamento das custas e despesas processuais, bem como honorários advocatícios que arbitro em 10% do valor atualizado da causa, à luz do disposto no artigo 85, § 2º, do CPC, devendo ser observado o disposto no artigo 98, §3º, do mesmo diploma legal. Expeça-se ofício à DPE para reserva dos honorários periciais no valor de 44 UFESPs. Intimem-se. - ADV: VANESSA RIBEIRO GUAZZELLI CHEIN (OAB 284889/SP), JOBERSON ALEXANDRE PAIXÃO (OAB 296294/SP), ANTÔNIO DE MORAES DOURADO NETO (OAB 23255/PE), ANTÔNIO DE MORAES DOURADO NETO (OAB 23255/PE)

Conteúdo completo bloqueado

Desbloquear

M. S. L. x B. N. L.

ID: 292954194

Tribunal: TJSP Órgão: Foro de Santo André - 4ª Vara de Família e Sucessões Classe: DIVóRCIO LITIGIOSO Nº Processo: 1012015-34.2024.8.26.0554

Data de Disponibilização: 09/06/2025

Polo Ativo:

M. S. L.

Polo Passivo:

B. N. L.

Intimação

Advogados:

SILVIA SATIE KUWAHARA

OAB/SP XXXXXX Desbloquear

MAÍRA FERNANDES POLACHINI DE SOUZA LOPES

OAB/SP XXXXXX Desbloquear

ILARA FERNANDES POLACHINI DE SOUZA REGO

OAB/SP XXXXXX Desbloquear

Processo 1012015-34.2024.8.26.0554 - Divórcio Litigioso - Dissolução - M.S.L. - B.N.L. - É O RELATÓRIO. DECIDO. Preliminarmente, considerando que a decisão de fls. 253 é de abril de 2024, comprove … Processo 1012015-34.2024.8.26.0554 - Divórcio Litigioso - Dissolução - M.S.L. - B.N.L. - É O RELATÓRIO. DECIDO. Preliminarmente, considerando que a decisão de fls. 253 é de abril de 2024, comprove a parte requerida a sua alegada hipossuficiência de recursos, em 15 dias, juntando nos autos as duas últimas declarações de I. R. ou, caso seja isenta de declarar ao Fisco nos últimos dois anos, comprove tal situação, com print do site da receita federal, e apresente cópias da CTPS e do último holerite. No mais, as partes são legítimas e estão bem representadas, não havendo nulidades ou irregularidades a serem supridas. DOU O FEITO POR SANEADO. Considerando o acordo parcial de fls. 251, nos termos do artigo 356, inciso I, do Código de Processo Civil, DECRETO o divórcio do casal, como decisão antecipada de mérito, observando que a requerida voltará a usar o nome de solteira. Expeça-se, desde logo, mandado de averbação (com trânsito em julgado do divórcio nesta data), cabendo à parte interessada imprimir o documento e apresentá-lo junto ao cartório de registro civil competente. O autor alegou na inicial que a separação de fato ocorreu em 27 de abril de 2024, fato não impugnado pela requerida. Além disso, às fls. 124 foi comprovado que a varoa fez a requisição das medidas protetivas no dia 26 de fevereiro de 2024, o que confirma a alegação do requerente. Desta forma, para fins de partilha, fica fixado que a separação de fato ocorreu em 27 de abril de 2024. O autor pleiteou que a cachorra Maui ficasse sob sua posse, enquanto a requerida se opôs a esse pedido, tendo pleiteado a posse de Maui e a fixação de um regime de convívio do autor com a cachorra. Pois bem, a legislação civil ainda não se alterou e os animais ainda são considerados como "coisas". Mas não há como ignorar o afeto que se nutre pelos pets, que são considerados como membros da família. Assim, ainda que haja discussão sobre a competência sobre os animais, uma vez que a cachorra foi adquirida durante o casamento, sendo patrimônio do casal, admito, excepcionalmente, que se discuta aqui com quem deverá ficar. No mais, cumpre esclarecer que ao juízo de família, na ação de partilha decorrente de divórcio, cumpre verificar quais são os bens que devem ser partilhados e fixar-se o percentual da partilha. Feito isto, posteriormente, em ação própria, perante Vara Cível, caberá às partes extinguir o condomínio, bem como apurar os valores dos bens partilhados e, se o caso, efetuar a compensação de valores. Nesse sentido, já se decidiu: "CONFLITO NEGATIVO DE COMPETÊNCIA - Ação de extinção de condomínio - Determinação de redistribuição para a Vara de Família e Sucessões - Descabimento - Vínculo desfeito pela ação de divórcio com a consequente partilha de bens - Relação subsistente de natureza obrigacional e patrimonial que deve ser conhecida pelo Juízo Cível - Matéria que não está afeta à competência absoluta das Varas especializadas - Precedentes - Conflito conhecido para declarar a competência do Juízo suscitado. (TJSP; Conflito de competência cível 0042952-33.2019.8.26.0000; Relator (a): Fernando Torres Garcia(Pres. Seção de Direito Criminal); Órgão Julgador: Câmara Especial; Foro de Jardinópolis - 2ª Vara; Data do Julgamento: 21/11/2019; Data de Registro: 21/11/2019) (grifos meus). Diante disso, restam prejudicados os pleitos do autor de venda do bem imóvel e dos bens móveis feitos neste feito. Quanto ao imóvel da Rua dos Coqueiros, nº 1.291, Terraço do Campestre, apartamento nº 104, Santo André - SP, as partes concordam que o bem deve ser partilhado, porém, discordam quanto aos termos da partilha, em razão das alegações de que houve sub-rogação. Foi comprovado que, em 19 de outubro de 2018, as partes compraram o imóvel da na Rua dos Coqueiros, nº 1291, apartamento nº 185 (fls. 86/88) e que, em 21 de dezembro de 2020, compraram o imóvel da Rua dos Coqueiros, nº 1.291, apartamento nº 104 (fls. 89/96), tendo dado o primeiro apartamento como parte do pagamento do segundo. O autor alegou que usou recursos particulares anteriores ao casamento na aquisição do primeiro apartamento, bem como na aquisição do segundo. A requerida, por sua vez, afirmou que usou parte de seu FGTS para a aquisição do primeiro imóvel. Desta forma, necessária a verificação dessas alegações para que, em caso de sub-rogação, os valores particulares e anteriores ao casamento não integrem a partilha. Sobre o primeiro imóvel, o contrato de financiamento foi juntado às fls. 104/123, tendo sido firmado em 18 de setembro de 2018, observando-se que às fls. 106 constou que foram utilizados R$ 22.477,78 de recursos de FGTS e R$ 45.522,22 de recursos próprios, tendo sido financiados R$ 272.000,00. A requerida juntou os extratos de seu FGTS às fls. 134/154. Às fls. 136 consta o saque de R$ 9.655,82 em 19 de setembro de 2018; às fls. 136 também consta o saque de R$ 354,68 em 19 de setembro de 2018; às fls. 146 consta o saque de R$ 138,28 em 19 de setembro de 2018; às fls. 147 consta o saque de R$ 4,52 em 19 de setembro de 2018; e às fls. 152 são identificados saques de de R$ 10.484,05 e de R$ 1.840,43, em 19 de setembro de 2018. A soma de todos esses saques resulta em R$ 22.477,78, restando comprovado que esse valor foi utilizado do FGTS da requerida. Apesar disso, considerando que as partes se casaram em 23 de setembro de 2017 e que o financiamento foi realizado em 18 de setembro de 2018, uma parte desse saldo foi formado na constância do matrimônio, vejamos: - Às fls. 135/136, consta que, em setembro de 2017, o saldo de FGTS da requerida era de R$ 5.436,82 e que, com os depósitos realizados a partir de outubro de 2017 até setembro de 2018, o saldo de FGTS aumentou para R$ 10.514,67; - Às fls. 146/147, consta que, em setembro de 2017, o saldo de FGTS da requerida era de R$ 139,04 e que, com os rendimentos a partir de outubro de 2017 até setembro de 2018, o saldo de FGTS aumentou para R$ R$ 145,21; - Às fls. 151/154, consta que, em setembro de 2017, o saldo de FGTS da requerida era de R$ 11.995,12 e que, com os rendimentos e saques a partir de outubro de 2017 até setembro de 2018, o saldo de FGTS aumentou para R$ 12.563,51. Desta forma, apenas houve a sub-rogação dos valores de FGTS da requerida que foram auferidos até a data do casamento, pois o saldo de FGTS acumulado na constância do casamento integra a meação. Além disso, apesar do saldo de FGTS formado anteriormente ao matrimônio não integrar a partilha, os frutos desses valores que foram percebidos durante o casamento a integram. Nesse sentido, destaco: "DIREITO DE FAMÍLIA. APELAÇÃO. PARTILHA DE BENS. ALIMENTOS. IMPROCEDÊNCIA. 1. Ação de alimentos e partilha de bens. Sentença condenou o réu a pagar ao filho 50% do salário-mínimo nacional vigente ou um terço da remuneração líquida, conforme vínculo empregatício. Partilha dos valores do FGTS acumulados durante o casamento. Alimentos à cônjuge virago julgados improcedente. 2. A questão em discussão consiste em: (i) alegação de ausência de fundamentação da sentença; (ii) pedido de redução dos alimentos para 20% dos rendimentos líquidos ou 49,58% do salário-mínimo; (iii) exclusão do FGTS da partilha de bens. 3. A sentença está devidamente fundamentada, atendendo ao artigo 93, IX da CF, com exposição clara das razões de decidir. 4. A necessidade do menor é presumida, e o valor fixado atende ao binômio necessidade/possibilidade, considerando a capacidade econômica do alimentante. 5. A partilha do FGTS acumulado durante o casamento é devida, conforme entendimento do STJ. 6. R. Sentença que deve ser mantida em sua integralidade. Recurso não provido. Legislação citada: Constituição Federal, art. 93, IX. Código Civil, arts. 1.694, §1º, 1.695, 1.696, 1.704. Código de Processo Civil, arts. 355, 370, 373, II, 487, I, 489, §1º, 85, §11º. Jurisprudência citada: TJSP, Apelação Cível 1018140-85.2016.8.26.0008, Rel. Clara Maria Araújo Xavier, 8ª Câmara de Direito Privado, j. 24.06.2024. STJ, AgInt no REsp 1735064/PR, Rel. Ricardo Villas Bôas Cueva, j. 18.12.2023. STJ, REsp 1399199/RS, Rel. Maria Isabel Gallotti, Rel. p/ Acórdão Luis Felipe Salomão, j. 09.03.2016. (TJSP; Apelação Cível 1035796-69.2023.8.26.0506; Relator (a): Alexandre Lazzarini; Órgão Julgador: 9ª Câmara de Direito Privado; Foro de São José do Rio Preto - 4ª Vara da Família e das Sucessões; Data do Julgamento: 20/05/2025; Data de Registro: 20/05/2025) (grifos meus). Sobre a partilha dos frutos, destaco o artigo 1.660, inciso V, do Código Civil: "Art. 1.660. Entram na comunhão: V - os frutos dos bens comuns, ou dos particulares de cada cônjuge, percebidos na constância do casamento, ou pendentes ao tempo de cessar a comunhão. " Restou demonstrado, então, que de 23 de setembro de 2017 até setembro de 2018, quando o contrato de financiamento fora realizado, o saldo de FGTS da requerida aumentou em R$ 5.652,41. Subtraindo esse valor dos R$ 22.477,78 resgatados, tem-se que R$ 16.825,37, eram valores particulares e anteriores ao casamento. Dessa forma, considerando que o primeiro imóvel foi usado como pagamento na compra do segundo imóvel e que, no financiamento do primeiro, a requerida pagou parte da entrada com valores particulares e anteriores ao casamento, RECONHEÇO que, na aquisição do imóvel da Rua dos Coqueiros, nº 1.291, apartamento nº 104, houve a sub-rogação de valores particulares da requerida no montante de R$ 16.825,37, o qual deverá ser considerado na partilha. O requerente, por sua vez, não comprovou satisfatoriamente que os R$ 45.522,22 foram auferidos integralmente antes do casamento, havendo a possibilidade de que parte deste valor tenha sido poupado já na constância do matrimônio, afinal, o financiamento foi realizado quase um ano depois do casamento. Essa prova, então, deverá ser objeto da instrução do feito. Sobre o segundo imóvel, o autor alegou que utilizou valores particulares para a sua aquisição, pois, à época, havia recebido recursos advindos da venda da casa que ele possuía com sua primeira esposa, o qual foi vendido em 2019, tendo ele recebido R$ 66.000,00, mais R$ 84.000,00. Ele, porém, não juntou documentos que comprovem satisfatoriamente suas alegações, bem como as partes não juntaram o segundo contrato de financiamento de forma completa. Essa provas, portanto, deverão ser objeto da instrução. Ainda sobre o imóvel a ser partilhado, o autor pleiteou que a requerida fique responsável pelo pagamento do IPTU e despesas com energia, gás, taxas condominiais e outras, considerando que ela está na posse exclusiva do imóvel, e quanto a isso ele tem razão, pois os débitos que estejam porventura pendentes sobre o imóvel (IPTU, taxas condominiais e constas de consumo, como água, energia e esgoto) e que se refiram após a separação de fato das partes, ocorrida em 27 de abril de 2024, deverão ser suportados pela parte ocupante do bem. Nesse sentido, já se decidiu: "APELAÇÃO - RECONHECIMENTO E DISSOLUÇÃO DE UNIÃO ESTÁVEL - QUESTIONAMENTO ACERCA DA NATUREZA DO RELACIONAMENTO - ÔNUS DA PROVA DE QUE NÃO SE DESINCUMBIU A APELANTE - PROVA DOCUMENTAL ROBUSTA FAVORÁVEL AO AUTOR - PARTILHA DE BENS CORRETA - IPTU DEVIDO PELO CÔNJUGE DE POSSE DO IMÓVEL - DIVISÃO DE DÍVIDA DE EMPRESA - REQUERIMENTO AUSENTE NA CONTESTAÇÃO - INOVAÇÃO RECURSAL VERIFICADA - RECURSO PARCIALMENTE CONHECIDO E DESPROVIDO." (TJSP; Apelação Cível 1004010-80.2023.8.26.0126; Relator (a):Ronnie Herbert Barros Soares; Órgão Julgador: 8ª Câmara de Direito Privado; Foro de Caraguatatuba -2ª Vara Cível; Data do Julgamento: 30/04/2025; Data de Registro: 30/04/2025) (grifos meus) Desta forma, determino que a requerida, que está na posse exclusiva do imóvel, fique responsável pelos débitos de IPTU, taxas condominiais e constas de consumo, como água, energia e esgoto referentes ao período posterior à separação de fato das partes, em 27 de abril de 2024, enquanto ela ocupar o bem com exclusividade. Observo, porém, que eventual cobrança desses valores pelo requerente deverá ser feita em sede de cumprimento de decisão. No tocante ao veículo CROSSFOX e ao monociclo mencionados pela requerida em contestação, o autor alegou que eles foram vendidos na constância do matrimônio para pagamento de dívidas da família. Além disso, ele afirmou que comprou o monociclo elétrico com o valor de uma indenização que recebeu em decorrência de um acidente de trabalho. Suas alegações, porém, não foram comprovadas, sendo necessária a instrução probatória. Quanto aos bens móveis que guarnecem o bem imóvel, as partes discordaram dos termos de sua partilha, bem como quanto aos bens que devem ser partilhados. Nenhuma delas apresentou provas concretas da existência dos bens, o que deverá ser objeto da instrução do feito, sob pena de terem que ajuizar, posteriormente, uma ação de sobrepartilha para esse fim. No tocante ao saldo de FGTS, entende esta magistrada que tanto o autor, como a requerida, têm direito à metade do que cada um obteve a esse título durante o período de casamento, desde que não tenha sido levantado ou usado durante o matrimônio. Logo, o que houver a esse título nas contas de FGTS, de cada um deles, dentro do período de 23 de setembro de 2017 até 27 de abril de 2024, deve ser partilhado em 50% para cada um. Sobre a matéria destaco: AGRAVO INTERNO NO RECURSO ESPECIAL. PARTILHA DE BENS. DIVISÃO DO MONTANTE RELATIVO À CONTA VINCULADA AO FGTS. COMUNICABILIDADE. APLICAÇÃO DO ENTENDIMENTO DO STJ. AGRAVO INTERNO DESPROVIDO. 1. Consoante a jurisprudência desta Corte, "deve ser reconhecido o direito à meação dos valores do FGTS auferidos durante a constância do casamento, ainda que o saque daqueles valores não seja realizado imediatamente à separação do casal" (REsp 1.399.199/RS, Rel. Ministra Maria Isabel Gallotti, Rel. p/ Acórdão Ministro Luis Felipe Salomão, Segunda Seção, julgado em 9/3/2016, DJe 22/4/2016). 2. Agravo interno desprovido. (AgInt no REsp n. 1.985.026/RJ, relator Ministro Raul Araújo, Quarta Turma, julgado em 19/9/2022, DJe de 4/10/2022.).(grifos meus). Mesmo que o autor, só tenha feito esse pedido em réplica, no caso de partilha decorrente de divórcio, entendo, excepcionalmente, por força do princípio da economia processual, que as partes ainda possam pedir a partilha de outros bens ainda não indicados, até o saneamento do feito, quando os pontos controvertidos são fixados, visando estabilizar a demanda. É que, havendo essa possibilidade, evita-se o ajuizamento de ação de sobrepartilha, que correrá por dependência ao mesmo juízo da partilha, economizando o tempo no Poder Judiciário, os recursos das partes e dando-se uma solução mais rápida à questão patrimonial do ex-casal. Além disso, a questão do FGTS é de direito, não havendo nenhum prejuízo às partes que apenas terão que se manifestar sobre os valores encontrados nos extratos vindos da CEF. Assim, como decisão antecipada de mérito, nos termos do artigo 356, inciso I, do C.P.C., determino que haja a partilha, na proporção de 50% para cada parte, dos valores encontrados nos saldos de FGTS de cada um, referente ao período de 23 de setembro de 2017 até 27 de abril de 2024. OFICIE-SE à CAIXA ECONÔMICA FEDERAL para que envie a este juízo os extratos do FGTS das partes referentes ao período acima, em até 30 dias. Vindo os extratos, as partes deverão se manifestar sobre os valores ali encontrados, ou, não havendo oposição aos valores, apenas darem ciência dos valores informados. Às fls. 155/156, posteriormente à contestação, a requerida pleiteou que o autor apresentasse extratos de suas contas bancárias, aplicações financeiras e previdência privada, para a verificação do valor que deve ser partilhado. Esses pedidos, porém, não foram feitos na contestação, protocolada em 07 de agosto de 2024, tendo sido realizados apenas em 30 de agosto de 2024, mas com o mesmo fundamento supra, sobre a economia processual e para evitar uma ação de sobrepartilha, admito que se verifiquem também esses valores, para eventual partilha, determinando-se que se faça uma pesquisa, via SISBAJUD, de valores em contas e aplicações financeiras em nome das duas partes, incluindo previdências privadas, na data da separação de fato, ou seja, 27 de abril de 2024. Resolvidas essas questões, e não admitindo-se a partir desta decisão, novos pedidos de partilha de outros bens aqui não relacionados, os pontos controvertidos são: a) como deve ser feita a partilha do imóvel na Rua dos Coqueiros, nº 1.291, Terraço do Campestre, apartamento nº 104, Santo André - SP e se houve sub-rogação de valores particulares do autor em sua aquisição, observando-se que a sub-rogação de valores particulares da requerida já foi reconhecida nesta decisão, e observando-se que o imóvel está financiado; b) se é cabível a partilha do veículo CROSSFOX e do monociclo, caso não tenham sido vendidos durante o casamento, como alegou o autor, e, nesse caso, se é cabível a fixação de aluguéis em favor da requerida pelo alegado uso exclusivo desses bens por ele após a separação de fato; c) quais os bens móveis que guarneciam a residência do ex-casal, e como deve ser a partilha daqueles que forem comprovados; d) como deve ser a partilha de valores encontrados em contas, aplicações financeiras e previdências privadas em nome das partes, na data da separação de fato (27 de abril de 2024); e) com quem deve ficar a cachorra do ex-casal e como deve ser o contato daquele que não ficar fisicamente com o animal. Cada parte terá o ônus de provar suas alegações contidas na inicial, contestação e réplica, nos termos do artigo 373, do C.P.C. Assim, providencie o autor, em 15 dias, a juntada de documentos que: a) comprovem, de forma indubitável, que o veículo e o monociclo foram vendidos na constância do matrimônio; b) caso o monociclo tenha sido vendido após a separação de fato, que comprovem que o monociclo foi adquirido com valores particulares dele, não integrando a meação, e por qual valor o monociclo foi comprado e vendido; c) comprovem satisfatoriamente que os R$ 45.522,22 utilizados no financiamento de fls. 104/122, foram auferidos integralmente antes do casamento, ou que comprovem qual parte desse valor foi poupado anteriormente ao matrimônio e qual parte foi auferida após. Essa prova deve ser feita através da juntada de extratos bancários da conta na qual este valor estava guardado, a partir da data do casamento até a data da retirada do valor para pagamento da entrada do financiamento; d) comprovem, satisfatoriamente, que utilizou valores particulares no pagamento da entrada do financiamento do imóvel da Rua dos Coqueiros, nº 1.291, Terraço do Campestre, apartamento nº 104, Santo André - SP, ou seja, que utilizou valores oriundos da partilha do imóvel que possuía com sua primeira esposa, o qual teria sido vendido em 2019; e e) a juntada do contrato de financiamento completo do imóvel da Rua dos Coqueiros, nº 1.291, Terraço do Campestre, apartamento nº 104, Santo André - SP. Se a prova juntada pelo autor não comprovar, satisfatoriamente, as alegações dele quanto à venda do veículo e monociclo, será determinada a expedição de ofício ao DETRAN para esse fim. Providenciem as duas partes, em 15 dias, a juntada de documentos comprobatórios da existência dos bens móveis por ela indicados na petição inicial, contestação e réplica. Indefiro o requerimento de expedição de mandado de constatação feito pelo autor, pois a prova da existência dos bens deve ser feita documentalmente, uma vez que em decorrência do tempo desde a separação de fato, a situação já pode ter sido alterada, não havendo mais como a constatação ser de responsabilidade do oficial de justiça. No mais, OFICIE-SE à Caixa Econômica Federal para que envie a este juízo o extrato do FGTS do autor e da requerida, do período de 23 de setembro de 2017 até 27 de abril de 2024, no prazo máximo de 30 dias. No prazo de 15 dias, manifeste-se a parte requerida: a) acerca das alegações do autor de fls. 256/258, quanto à divisão do pagamento do financiamento do imóvel; b) sobre as alegações de que ela não devolveu os seguintes bens: toalhas de banho, cobertor, parte das ferramentas, conjunto completo de pratos brancos, panelas, itens religiosos e parte dos itens de churrasqueira; e c) considerando a revogação das medidas protetivas, informe quanto à possibilidade de designação de um dia para que o requerente vá ao imóvel para retirar o restante de seus bens particulares. Realize-se a pesquisa, via SISBAJUD, de contas, aplicações financeiras e previdências privadas em nome das partes, conforme acima determinado. Aguarde-se a vinda de todas as respostas em até 90 dias, e no silêncio cobrem-se, novamente. Com as respostas, as partes devem ser intimadas para informarem se ainda têm interesse na produção de prova oral, justificando, em caso positivo. Por fim, aguarde-se a comprovação, pela requerida, da alegada necessidade da justiça gratuita, conforme determinado acima e expeça-se o mandado de averbação, cabendo a qualquer das partes a sua impressão e entrega no cartório competente. Intime-se. - ADV: SILVIA SATIE KUWAHARA (OAB 185387/SP), MAÍRA FERNANDES POLACHINI DE SOUZA LOPES (OAB 206821/SP), ILARA FERNANDES POLACHINI DE SOUZA REGO (OAB 220403/SP)

Conteúdo completo bloqueado

Desbloquear

Encontrou 522 resultados. Faça login para ver detalhes completos e mais informações.

Fazer Login para Ver Detalhes