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"1004856-04.2021.8.26.0309" - Resultados da Busca

Resultados para "1004856-04.2021.8.26.0309"

Denise Lima Do Espirito Santo x Lelia Lima Do Espirito Santo e outros

ID: 281953999

Tribunal: TJES Órgão: Serra - Comarca da Capital - 4ª Vara Cível Classe: PROCEDIMENTO COMUM CíVEL Nº Processo: 0007108-05.2021.8.08.0048

Data de Disponibilização: 28/05/2025

Polo Ativo:

DENISE LIMA DO ESPIRITO SANTO

Polo Passivo:

LELIA LIMA DO ESPIRITO SANTO RAFAEL LIMA DO ESPIRITO SANTO SERGIO LIMA DO ESPIRITO SANTO

Intimação - Diário

Advogados:

GILBERTO MARTINS FILHO

OAB/ES XXXXXX Desbloquear

FERNANDO ANDRE SAIDE MARTINS

OAB/ES XXXXXX Desbloquear

ANDRE FELIPE SAIDE MARTINS

OAB/ES XXXXXX Desbloquear

VITOR SAIDE AZEVEDO

OAB/ES XXXXXX Desbloquear

JHORDAN NEVES DE LIMA

OAB/ES XXXXXX Desbloquear

ESTADO DO ESPÍRITO SANTO PODER JUDICIÁRIO Juízo de Serra - Comarca da Capital - 4ª Vara Cível Avenida Carapebus, 226, Fórum Desembargador Antônio José Miguel Feu Rosa, São Geraldo/Carapina, SERRA - E… ESTADO DO ESPÍRITO SANTO PODER JUDICIÁRIO Juízo de Serra - Comarca da Capital - 4ª Vara Cível Avenida Carapebus, 226, Fórum Desembargador Antônio José Miguel Feu Rosa, São Geraldo/Carapina, SERRA - ES - CEP: 29163-392 Telefone:(27) 33574820 PROCESSO Nº 0007108-05.2021.8.08.0048 PROCEDIMENTO COMUM CÍVEL (7) REQUERENTE: DENISE LIMA DO ESPIRITO SANTO REQUERIDO: LELIA LIMA DO ESPIRITO SANTO, SERGIO LIMA DO ESPIRITO SANTO, RAFAEL LIMA DO ESPIRITO SANTO Advogado do(a) REQUERENTE: JHORDAN NEVES DE LIMA - ES32784 Advogados do(a) REQUERIDO: ANDRE FELIPE SAIDE MARTINS - ES8227, FERNANDO ANDRE SAIDE MARTINS - ES10568, GILBERTO MARTINS FILHO - ES2297, VITOR SAIDE AZEVEDO - ES11167 D E C I S Ã O Trata-se de AÇÃO ORDINÁRIA proposta por DENISE LIMA DO ESPÍRITO SANTO em face de LÉLIA LIMA DO ESPÍRITO SANTO, SÉRGIO LIMA DO ESPÍRITO SANTO E RAFAEL LIMA DO ESPÍRITO SANTO, visando, em suma, a extinção de condomínio e alienação judicial de quatro imóveis que as partes detêm em copropriedade e o arbitramento de alugueis. Narra a petição inicial, em suma, que: i) as partes são coproprietárias dos lotes nº. 07, 08, 12 e 13 da Quadra 02, situados em Capuba, Serra/ES, em razão de inventário e partilha realizados após o falecimento de Nelson Monteiro do Espírito Santo, pai e marido dos litigantes; ii) os os réus ocupam de forma exclusiva os imóveis comuns e realizaram edificações — incluindo residência, salão de festas e restaurante — sem sua autorização, e têm impedido o acesso da autora aos bens; iii) apesar disso, não há pagamento de remuneração pela utilização exclusiva. Requer, inclusive em sede de tutela provisória, a alienação judicial do imóvel e o arbitramento de aluguel mensal de R$ 10.500,00 (dez mil e quinhentos reais) em favor da autora. Pugna pela concessão da gratuidade de justiça; Contestação às fls. 80/101, em que suscitadas preliminares de impugnação à gratuidade da justiça e prescrição. No mérito, os réus rebatem a narrativa da autora quanto à exclusividade da posse, à ausência de autorização para as edificações e ao impedimento de acesso. Aduzem, ainda, a impossibilidade de cobrança de alugueis ou a alienação do imóvel em razão do direito de habitação existente em favor da ré Lélia, viúva do autor da herança. Réplica às fls. 109/116. Sentença proferida às fls. 128/132. Apelação interposta pelos réus às fls. 138/159. Acórdão no ID 45290082, anulando a sentença e determinando a produção de prova pericial técnica. Após a descida dos autos as partes foram intimadas para indicarem provas, tendo a autora pugnado pela produção de prova pericial, testemunhal e documental (IDs 50261112 e 50619834) e os réus pelas provas testemunhal e documental suplementar (ID 52039629). É o relatório. Decido. O momento processual de saneamento se presta à organização do feito, com a resolução de questões processuais pendentes, se houver, delimitação de questões de fato sobre as quais recairá atividade probatória e questões de direito relevantes à decisão de mérito, além da definição de ônus probatório (art. 357 do CPC). DA GRATUIDADE DA JUSTIÇA A autora requereu a concessão da gratuidade da justiça, que até o momento não foi apreciada, e os réus impugnaram o pedido, alegando que não há comprovação da insuficiência financeira. A autora é pessoa natural, de modo que, a teor do previsto no art. 99, § 3º, do CPC, a alegação de hipossuficiência por ela deduzida (fl. 29) possui presunção de veracidade. Sendo assim, o benefício da gratuidade somente não poderia ser concedido caso os réus/impugnantes apresentassem provas hábeis a demonstrar a inexistência ou desaparecimento dos requisitos essenciais à concessão, o que não ocorreu no caso concreto. Ao propor a demanda, a parte se qualificou como desempregada e afirmou que residia “de favor” na casa de seu namorado, fatos que corroboram a presunção de veracidade da declaração de hipossuficiência. Não tendo a parte impugnante se desincumbido do ônus que lhe cabia, não há óbice à concessão do benefício. Por tais razões, DEFIRO a gratuidade da justiça, REJEITANDO a impugnação. DA PRESCRIÇÃO Os réus suscitaram a prescrição da pretensão autoral, afirmando que o prazo prescricional é trienal e o termo inicial deve ser a data de falecimento do genitor e esposo das partes, autor da herança, e abertura da sucessão ou a data da partilha. Todavia, razão não lhes assiste. O caso concreto não versa sobre a hipótese prevista no art. 206, § 3º, I, do CC, como sustentam os réus e, portanto, não se submete ao referido prazo prescricional. Trata, na realidade, de direito potestativo do coproprietário, que pode ser buscado a qualquer tempo, a teor da previsão contida no art. 1.320 do CC, e não é atingido pela prescrição ou supressio. Corroborando esse entendimento: DIREITO CIVIL E PROCESSUAL CIVIL. APELAÇÃO CÍVEL. EXTINÇÃO DE CONDOMÍNIO. DIREITO POTESTATIVO. SUPRESSIO E SURRECTIO. INOCORRÊNCIA. RECURSO DESPROVIDO. I. Caso em exame1. Apelação cível contra sentença que declarou extinto o condomínio entre as partes. II. Questão em discussão2. Discute-se a possibilidade de aplicação dos institutos da supressio e surrectio como impeditivos à extinção de condomínio. III. Razões de decidir 3. A extinção de condomínio é direito potestativo do coproprietário que não se extingue com o decurso do tempo. Precedentes. 4. Sentença mantida na forma do art. 252 do ritjsp. lV. Dispositivo e tese5. Recurso desprovido. Tese de julgamento: incabível a alegação de supressio ou surrectio para obstar o direito potestativo do coproprietário de extinguir o condomínio indivisível. - dispositivos relevantes citados: CC, art. 1.228 e 1.320; ritjsp, art. 252. Jurisprudência relevante citada: STJ, RESP nº 1.852.807/PR, relator ministro Paulo de tarso sanseverino, terceira turma, julgado em 10/5/2022, dje de 13/5/2022; agint no aresp nº 1.075.290/SC, relatora ministra Maria isabel Gallotti, quarta turma, julgado em 15/3/2018, dje de 20/3/2018. (TJSP; apelação cível 1004856-62.2023.8.26.0073; relator (a): Pastorelo kfouri; órgão julgador: 7ª câmara de direito privado; foro de avaré - 2ª Vara Cível; data do julgamento: 06/02/2025; data de registro: 06/02/2025) (TJSP; AC 1004856-62.2023.8.26.0073; Avaré; Sétima Câmara de Direito Privado; Rel. Des. Pastorelo Kfouri; Julg. 06/02/2025) APELAÇÃO CÍVEL. Extinção de condomínio c/c alienação judicial e arbitramento de alugueis. Sentença de procedência. Irresignação do requerido. Alegação de prescrição e, no mérito, tese defensiva de alcance do tempo necessário para a aquisição do imóvel por usucapião ordinária. Não acolhimento. Prejudicial de mérito afastada. A extinção de condomínio é direito potestativo do coproprietário, que pode, a qualquer tempo, buscar a divisão da coisa comum. Inteligência do art. 1320, caput, do CC. Absoluta ausência de prova da posse com ânimo de dono. A posse exclusiva se dá por mera permissão da coproprietária. Requisitos da prescrição aquisitiva não atendidos. Desfecho correto. RECURSO DESPROVIDO. (TJSP; AC 1004066-21.2023.8.26.0577; Ac. 17842193; São José dos Campos; Sétima Câmara de Direito Privado; Rel. Des. Fernando Reverendo Vidal Akaoui; Julg. 29/04/2024; DJESP 03/05/2024; Pág. 1514) Sendo assim, REJEITO a prescrição arguída. DA TUTELA PROVISÓRIA A autora requer a concessão de tutela provisória para determinar a alienação judicial dos bens havidos em condomínio e a determinação de pagamento de aluguel pelos réus. O pedido, na realidade, esgota o próprio mérito da demanda e esbarra na irreversibilidade da medida especialmente em relação à alienação judicial, mas, também, em relação aos alugueis, pois a autora foi considerada hipossuficiente financeira e, provavelmente, não poderá reparar os prejuízos advindos de eventual concessão em caso de improcedência. Além disso, a situação aparente perdura há diversos anos, o que afasta a alegada urgência da medida. Nesse contexto, entendo que não restam preenchidos os requisitos previstos no art. 300 do CPC, pelo que INDEFIRO a tutela provisória. DOS PONTOS CONTROVERTIDOS Inexistindo outras questões prejudiciais ou preliminares pendentes de análise, delimito como controvertidos os seguintes pontos: i) se os réus exercem de maneira exclusiva a posse dos imóveis havidos em condomínio; ii) se existem novas edificações no bem e, em caso positivo, se contaram com a anuência (tácita ou expressa) da autora; iii) se o direito de habitação impede a alienação ou o pagamento de alugueis pelo uso exclusivo dos bens. Além disso, devem ser dirimidos os pontos indicados pelo segundo grau quando do julgamento da apelação, a saber, “se a residência é unidade independente dos demais espaços comerciais; se o edifício, por suas características e destinação, é indivisível; a possibilidade de dissolução parcial do condomínio, preservando o direito real de habitação; o valor mercadológico da terra nua para fixação dos alugueis e indenização” (ID 45290084). Não havendo particularidades que demandem a inversão da regra geral prevista no art. 373 do CPC, ficará a cargo da parte autora o ônus da prova relacionada aos pontos i e ii (art. 373, I, do CPC). A cargo da parte ré, ficam os ônus probatórios relacionados ao ponto iii (no que diz respeito ao inadimplemento do autor) (art. 373, II, do CPC). A fim de sanar a controvérsia, DEFIRO a produção das provas pericial, testemunhal e documental pleiteadas. Ressalto, por oportuno, que o vídeo juntado pelos réus no ID 52039631 não pôde ser executado, por erro no arquivo (print em anexo). Caso seja datado de 2022, como mencionado pela autora (ID 52790451) pode ser aceito, pois a inicial foi apresentada em meados de 2021, conforme fl. 80; logo, o vídeo é posterior à defesa, aplicando-se o art. 435, parágrafo único, do CPC). Assim, deverão os réus reapresentá-lo em outro formato, caso insistam na produção da referida prova. Para a produção da prova técnica, INTIME-SE a empresa F. FREGONASSI PERÍCIAS, no endereço Rua das Palmeiras, 795 - Santa Lucia, Vitória - ES, 29056-210, telefones ou pelos telefones (27) 3345-3088 e (27) 99981-7598, para manifestar se tem interesse na realização perícia, bem como apresentar o(a) profissional engenheiro(a) civil a ser indicado(a) para a produção da prova, ficando advertido que a parte responsável pelo custeio dos honorários está amparada pelo benefício da gratuidade da justiça e, por esta razão, estes serão pagos na forma do art. 95, § 3º, do CPC e do Ato Normativo Conjunto nº. 08/2021 do TJES. Deverão ser apresentados currículo com comprovação de especialização e contatos profissionais, na forma do § 2º do art. 465 do CPC, e os documentos exigidos nas alíneas do art. 6º, incisos IV a VI, do Ato Normativo Conjunto TJES nº. 08/2021. Os honorários periciais ficam desde já arbitrados em R$ 1.850,00 (mil oitocentos e cinquenta reais), nos termos do art. 2º, § 4º, da Resolução n° 232/2016 do CNJ, levando em conta a complexidade dos trabalhos a serem realizados, a necessidade de especialização, o lugar e o tempo exigidos para a prestação do serviço. Após a indicação do(a) perito(a) pela empresa, o(a) qual fica desde já nomeado(a) para o encargo, INTIMEM-SE as partes, conforme dispõe o art. 465, § 1º e § 3º do CPC, para, se for o caso, arguir o impedimento ou a suspeição do(a) perito(a), no prazo de 15 (quinze) dias. Nada sendo manifestado, INTIME-SE o expert para, no prazo de 05 (cinco) dias, indicar, com antecedência mínima de 15 (quinze) dias úteis, o dia, a hora e o local para a realização da perícia, devendo a Secretaria proceder à intimação das partes para comparecerem ao ato (§2º do art. 466 e art. 474 do CPC). Ato contínuo, OFICIE-SE à Secretaria Judiciária do Egrégio TJES, por meio de processo no Sistema SEI, solicitando a reserva orçamentária para o futuro pagamento, juntando à requisição os documentos exigidos nas alíneas do art. 6º do Ato Normativo Conjunto TJES nº. 08/2021. Apresentado o laudo pericial, no prazo máximo de 30 (trinta) dias depois do início dos trabalhos, INTIMEM-SE as partes para se manifestarem, nos termos do art. 477, § 1º do CPC, no prazo comum de 15 (quinze) dias, podendo os assistentes técnicos eventualmente indicados apresentarem seus respectivos pareceres. REMETA-SE à Secretaria Judiciária do Egrégio TJES (via SEI) cópia do laudo comprobatório dos trabalhos periciais, para o futuro pagamento dos honorários periciais, conforme previsto no art. 10 do Ato Normativo Conjunto TJES nº. 08/2021. Além disso, para a produção das provas testemunhais DESIGNO desde logo, a fim de dar celeridade ao feito, AUDIÊNCIA DE INSTRUÇÃO E JULGAMENTO para o dia 13/08/2025, quarta-feira, às 14h00. Eventuais questionamentos à prova pericial produzida deverão ser sanados, preferencialmente, de maneira escrita. Advirto que cabe ao advogado da(s) parte(s) informar ou intimar a(s) testemunha(s) por ele arrolada(s) do dia, da hora e do local da audiência designada, dispensando-se a intimação do juízo, que somente ocorrerá nas hipóteses do § 4º do art. 455 do CPC. Deverá o advogado da parte juntar aos autos cópia da correspondência de intimação e do comprovante de recebimento, com antecedência mínima de três dias da audiência, quando a intimação for realizada por carta com aviso de recebimento. A ausência de testemunha(s) arrolada(s) por parte que tenha se comprometido a trazê-la(s) à audiência independentemente da intimação de que trata o § 1º, será presumida como desistência de sua inquirição (art. 455, § 2º, do CPC). A inércia do advogado na intimação da testemunha na forma estabelecida no art. 455, § 1º, importará desistência na inquirição da testemunha. Ante o exposto, DOU O FEITO POR SANEADO. INTIMEM-SE as partes, por meio de seus advogados, para, no prazo comum, de 05 (cinco) dias, manifestarem-se acerca do ora decidido, propondo eventuais esclarecimentos e ajustes, caso queiram, nos termos do art. 357, § 1º, do CPC. Nada sendo requerido, ULTIMEM-SE as diligências contidas nesta decisão. DILIGENCIE-SE. Serra/ES, na data da assinatura eletrônica. CINTHYA COELHO LARANJA Juíza de Direito

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Resultados para o tribunal: TJES

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