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Processo nº 1002308-76.2018.8.11.0002

ID: 319351573

Tribunal: TJMT Órgão: 4ª VARA CÍVEL DE VÁRZEA GRANDE Classe: CUMPRIMENTO DE SENTENçA Nº Processo: 1002308-76.2018.8.11.0002

Data de Disponibilização: 08/07/2025

Polo Ativo:

UEWERTON MARCELO LIMA DE OLIVEIRA

Polo Passivo:

Decisão

Advogados:

MARCELO FALCAO FERREIRA

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ESTADO DE MATO GROSSO PODER JUDICIÁRIO 4ª VARA CÍVEL DE VÁRZEA GRANDE DECISÃO Processo: 1002308-76.2018.8.11.0002. EXEQUENTE: UEWERTON MARCELO LIMA DE OLIVEIRA EXECUTADO: FABIOLA DIAS ALMEIDA Vistos;… ESTADO DE MATO GROSSO PODER JUDICIÁRIO 4ª VARA CÍVEL DE VÁRZEA GRANDE DECISÃO Processo: 1002308-76.2018.8.11.0002. EXEQUENTE: UEWERTON MARCELO LIMA DE OLIVEIRA EXECUTADO: FABIOLA DIAS ALMEIDA Vistos; Trata-se de Impugnação ao Cumprimento de Sentença apresentada pela Defensoria Pública, na qualidade de Curadora Especial da executada, em face da decisão que converteu o mandado monitório em título executivo judicial. A impugnante sustentou a possibilidade de contestação por negativa geral dos fatos e a aplicação do princípio da menor onerosidade da execução. Por sua vez, o exequente apresentou contrarrazões, refutando ambas as alegações. Compulsando os autos, verifica-se que a executada, apesar das diversas tentativas de citação e intimação por mandado, carta precatória e meio eletrônico, permaneceu inerte, não apresentando embargos à ação monitória e tampouco se manifestando sobre o débito após a conversão em título executivo. A nomeação da Defensoria Pública como Curadora Especial decorreu justamente da inércia da executada e da sua localização em lugar incerto e não sabido, situação que, por si só, justifica a aplicação da negativa geral prevista no artigo 341, parágrafo único, do Código de Processo Civil. Esse dispositivo legal estabelece uma prerrogativa ao Defensor Público, ao advogado dativo e ao curador especial, desobrigando-os do ônus da impugnação especificada dos fatos em razão da ausência de contato e informações diretas com a parte que representam. A jurisprudência, inclusive, tem consolidado esse entendimento, conforme precedentes do Superior Tribunal de Justiça. Portanto, a negativa geral apresentada pela Curadoria Especial é plenamente válida e elide os efeitos da revelia, forçando o exequente a provar os fatos constitutivos do seu direito. No que tange ao princípio da menor onerosidade, consagrado no artigo 805 do Código de Processo Civil, é fundamental que haja um equilíbrio entre os interesses do exequente e do executado. Embora a execução deva se processar pelo modo menos gravoso para o devedor, tal prerrogativa não pode inviabilizar a satisfação do crédito do exequente ou torná-la excessivamente morosa. A inércia da executada em colaborar com a identificação de bens ou em apresentar qualquer proposta de acordo demonstra a ausência de intenção em adimplir a dívida, o que legitima a busca por meios eficazes de constrição patrimonial. O princípio da menor onerosidade não desonera o executado de indicar outros meios mais eficazes ou menos onerosos para a satisfação do débito, o que não ocorreu no presente caso. Em vista disso, considerando a ausência de indicação de outros meios executivos menos gravosos pela executada, e tendo em conta que o exequente já buscou diversas formas de localização e cumprimento, inclusive a citação por edital, a qual foi deferida pelo Juízo, a impugnação deve ser rejeitada neste ponto, devendo a execução prosseguir pelos meios requeridos. Pelo exposto, acolho a impugnação tão somente para reconhecer a validade da contestação por negativa geral apresentada pela Defensoria Pública, e, no mérito, rejeito a impugnação no tocante ao pleito de aplicação da menor onerosidade, determinando o prosseguimento do cumprimento de sentença nos moldes requeridos pelo exequente. Providencie-se a intimação do exequente para que, no prazo de 15 (quinze) dias, requeira o que entender de direito para o prosseguimento da execução, manifestando-se sobre as formas de constrição patrimonial, caso ainda não o tenha feito de forma pormenorizada, e indique eventuais bens da executada passíveis de penhora. Após, voltem o autos conclusos. Cumpra-se. Flávio Miraglia Fernandes Juiz de Direito

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Processo nº 1022898-36.2025.8.11.0000

ID: 325186895

Tribunal: TJMT Órgão: Quinta Câmara de Direito Privado Classe: AGRAVO DE INSTRUMENTO Nº Processo: 1022898-36.2025.8.11.0000

Data de Disponibilização: 15/07/2025

Polo Ativo:

CARLOS CESAR PEREIRA TARGINO CONSTRUFABRIL - CONSTRUTORA E PRESTADORA DE SERVICOS LTDA - EPP

Polo Passivo:

Intimação

Advogados:

RENAN LEMOS VILLELA

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AGRAVO DE INSTRUMENTO (202) 1022898-36.2025.8.11.0000 AGRAVANTE: CONSTRUFABRIL - CONSTRUTORA E PRESTADORA DE SERVICOS LTDA - EPP, CARLOS CESAR PEREIRA TARGINO AGRAVADO: COOPERATIVA DE CREDITO, POUPAN… AGRAVO DE INSTRUMENTO (202) 1022898-36.2025.8.11.0000 AGRAVANTE: CONSTRUFABRIL - CONSTRUTORA E PRESTADORA DE SERVICOS LTDA - EPP, CARLOS CESAR PEREIRA TARGINO AGRAVADO: COOPERATIVA DE CREDITO, POUPANCA E INVESTIMENTO DO SUDOESTE MT/PA - SICREDI SUDOESTE MT/PA Vistos. Trata-se de recurso de agravo de instrumento interposto por CONSTRUFABRIL CONSTRUTORA E PRESTADORA DE SERVICOS LTDA – EPP e CARLOS CESAR PEREIRA TARGINO com o objetivo de reformar a decisão proferida pelo Juízo da 2ª Vara de Campo Novo dos Parecis/MT ajuizada em desfavor COOPERATIVA DE CREDITO, POUPANCA E INVESTIMENTO DO SUDOESTE MT/PA, nos autos da Ação Execução nº 1002308-19.2024.8.11.0050 pedido de desbloqueio de valores penhorados via sistema SISBAJUD. Diante do pedido de gratuidade de justiça, o preparo deixou de ser recolhido, conforme consta da certidão de id.299111398. Pois bem. Trata-se de recurso em que a parte recorrente requer os benefícios da justiça gratuita, contudo, deixou de juntar os documentos que possam comprovar eventual hipossuficiência. I - DA ANÁLISE DO PEDIDO DE JUSTIÇA GRATUITA Verifica-se que o recorrente pretende a concessão dos benefícios da Justiça Gratuita para isenção do preparo recursal. Contudo, não apresentou documentação comprobatória de sua hipossuficiência financeira. A Constituição Federal, em seu art. 5º, LXXIV, estabelece que a assistência jurídica integral e gratuita será prestada pelo Estado "aos que comprovarem insuficiência de recursos". O art. 99, §2º, do Código de Processo Civil, por sua vez, dispõe que ‘o juiz somente poderá indeferir o pedido se houver nos autos elementos que evidenciem a falta dos pressupostos legais para a concessão da gratuidade, devendo, antes de indeferir o pedido, determinar à parte a comprovação do preenchimento dos referidos pressupostos’. No caso em apreço, não há elementos suficientes nos autos para demonstrar a alegada insuficiência de recursos, sendo necessária a comprovação documental da situação de hipossuficiência. II - DA NECESSIDADE DE EMENDA Considerando a ausência de documentação comprobatória, com fundamento no art. 321 do CPC, determino a intimação da parte recorrente para que, no prazo de 05 (cinco) dias: a) Comprove documentalmente sua hipossuficiência econômica, advertindo-se que a inobservância do presente comando ensejará o indeferimento do pleito relativo à concessão dos benefícios da justiça gratuita, apresentando, especialmente: Cópia da declaração de imposto de renda; CTPS (pessoa física) e Balancetes; Outros documentos que comprovem a alegada hipossuficiência; e Extrato bancário dos três últimos meses do recorrente, extraído de todos as instituições em que possuir conta. b) Ou, alternativamente, proceda ao recolhimento do preparo recursal, nos termos da legislação vigente. c) Possibilito, ainda, o parcelamento do preparo, com fundamento no art. 98, § 6º do Código de Processo Civil c/c art. 468, §§6º, 7º e 8º da Consolidação das Normas Gerais da Corregedoria-Geral da Justiça do Estado de Mato Grosso e do art. 76, § 2º do RITJMT, a serem divididas em no máximo em 03 (três) parcelas mensais. Fica a parte apelante cientificada de que deverá entrar em contato diretamente com o DCA, para obter as guias de recolhimento das parcelas, pelo email dca@tjmt.jus.br ou por telefone (Divisão de Arrecadação e Fiscalização dos Foros Judicial e Extrajudicial - 65 - 3617-3738 / 3617-3736). O recolhimento da 1ª parcela, dever-se-á realizar no prazo de 05 (cinco) dias, conforme dispõe o artigo 233, I, do Código de Normas da Corregedoria-Geral de Justiça, sob pena de deserção. Desde já, ESCLAREÇO a parte autora que o inadimplemento de uma das parcelas referente às custas processuais resultará na extinção do feito. III - DAS CONSEQUÊNCIAS DO NÃO ATENDIMENTO ADVIRTO expressamente que, caso juntados documentos que não comprovem a hipossuficiência do recorrente e, ocorrendo o indeferimento do pedido de gratuidade de justiça, o recolhimento do preparo se dará em dobro, nos termos do art. 1.007, § 4º, do CPC, sob pena de deserção. Publique-se. Intime-se. Cuiabá, data registrada no sistema. Des. Luiz Octávio O. Saboia Ribeiro Relator

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Processo nº 1002308-80.2023.8.11.0041

ID: 306553529

Tribunal: TJMT Órgão: 1ª VARA ESP. DA FAZENDA PÚBLICA DE CUIABÁ Classe: CUMPRIMENTO DE SENTENçA CONTRA A FAZENDA PúBLICA Nº Processo: 1002308-80.2023.8.11.0041

Data de Disponibilização: 24/06/2025

Polo Ativo:

SAVIO PELLEGRINI MONTEIRO

Polo Passivo:

Sentença

Advogados:

TENARESSA APARECIDA ARAÚJO DELLA LÍBERA

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ALE ARFUX JUNIOR REGISTRADO(A) CIVILMENTE COMO ALE ARFUX JUNIOR

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ESTADO DE MATO GROSSO PODER JUDICIÁRIO 1ª VARA ESP. DA FAZENDA PÚBLICA DE CUIABÁ SENTENÇA Processo: 1002308-80.2023.8.11.0041. EXEQUENTE: SAVIO PELLEGRINI MONTEIRO EXECUTADO: ESTADO DE MATO GROSSO Vi… ESTADO DE MATO GROSSO PODER JUDICIÁRIO 1ª VARA ESP. DA FAZENDA PÚBLICA DE CUIABÁ SENTENÇA Processo: 1002308-80.2023.8.11.0041. EXEQUENTE: SAVIO PELLEGRINI MONTEIRO EXECUTADO: ESTADO DE MATO GROSSO Vistos. Trata-se de impugnação ao cumprimento de sentença apresentado pelo ESTADO DE MATO GROSSO em face do cumprimento individual de sentença coletiva de n.º 0016327-60.2013.8.11.0041, proposta por SAVIO PELLEGRINI MONTEIRO, alegando que a sentença proferida no citado processo reconheceu o direto dos Coronéis da PM/BM-MT de perceberem a revisão em seus subsídios, no percentual de 0,827%, referentes ao período compreendido entre maio de 2012 a abril de 2013, concernente à diferença do RGA reconhecida e não paga, sem, contudo, incluir todos os demais. Relata a parte impugnante que iniciado o cumprimento de sentença no feito coletivo, a parte exequente requereu a execução do título judicial obtido na fase de conhecimento em favor de todos os filiados, nas patentes de Cadetes, Aspirantes-a-Oficial, Segundo Tenentes, Primeiros Tenentes, Capitães, majores, Tenentes Coronéis e Coronéis, o que foi impugnado pelo ente público. Ao final, a impugnação à execução foi julgada procedente, para reconhecer o excesso à execução, determinando a implantação da diferença do RGA no percentual de 0,827% tão somente para os Coronéis da PM/BM-MT que já se encontravam nesta patente na data da propositura da ação coletiva de n.º 0016327-60.2013.8.11.0041. Nesse cenário, requer seja acolhida a impugnação ao cumprimento de sentença para reconhecer que a parte exequente não possui direito ao reajuste pleiteado por ocupar a patente diversa naquela ocasião. Instada, a parte exequente se manifesta no id. 166627759 pela rejeição da impugnação, sobrevindo os autos conclusos para deliberações. É o relatório. Fundamento e DECIDO. Sem delongas, realmente a sentença que julgou o mérito da ação coletiva de n.º 0016327-60.2013.8.11.0041, reconheceu que as verbas executórias são devidas tão somente aos Coronéis da Polícia Militar e Bombeiros Militares do Estado de Mato Grosso, e no período compreendido entre maio de 2012 até abril de 2013, como se vê no id. 102477721 do citado processo, e que a referida transitou em julgado no dia 26/09/2022 (id. 102477770). Consigne-se que, a execução deve ser realizada tomando por base os limites estabelecidos na fundamentação da sentença que julgou o mérito, de modo que não é possível realizar a extensão do direito a outras patentes, uma vez que isso ultrapassa os limites da coisa julgada, e os efeitos da sentença deverão atingir tão somente aqueles que foram expressamente indicados no título judicial, não havendo espaço para interpretação que amplie de maneira indevida os efeitos da decisão a terceiros que nesta não estejam incluídos. Logo, não restam dúvidas que não há a menor possibilidade de modificação da coisa julgada, e tampouco de extensão do direito delimitado a uma classe específica de servidores, que se refere a patente de coronéis da PM/BM-MT, para as demais classes de oficiais, uma vez que houve delimitação expressa do título executivo para a referida patente. Dito isso, em análise aos documentos que acompanham a inicial, observa-se que a parte exequente ocupava a patente de CAPITÃO (id. 107668619), não fazendo jus, portanto, ao reajuste pleiteado, por não estar incluído na sentença e também por ter recebido valores/reajustes diferentes dos coronéis, conforme tabela constante da Lei Complementar nº 433/2011. Com essas considerações, ACOLHO a impugnação apresentada pelo ESTADO DE MATO GROSSO para reconhecer que o Exequente/impugnado não possui direito ao reajuste pleiteado neste feito, por ocupar patente diverso daquela que reconheceu nos autos da ação coletiva de n.º 0016327-60.2013.8.11.0041 o direito à diferença do RGA, no percentual 0,827%, referentes ao período compreendido entre maio de 2012 a abril de 2013, somente em favor dos Coronéis da Polícia Militar e Bombeiros Militares do Estado de Mato Grosso. CONDENO a parte exequente/impugnado ao pagamento de custas processuais e honorários advocatícios, estes que fixo em 10% sobre o valor de execução, nos termos do art. 85, §§ 2º e 3º, inciso I, do CPC. Sentença não sujeita ao reexame necessário, conforme art. 496 do CPC. Transitada em julgado, após cumpridas as formalidades de praxe, ARQUIVEM-SE os autos com a devida baixa. Cumpra-se, expedindo o necessário. Às providências. datado e assinado digitalmente Laura Dorilêo Cândido Juíza de Direito

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Processo nº 1022898-36.2025.8.11.0000

ID: 335403150

Tribunal: TJMT Órgão: Quinta Câmara de Direito Privado Classe: AGRAVO DE INSTRUMENTO Nº Processo: 1022898-36.2025.8.11.0000

Data de Disponibilização: 28/07/2025

Polo Ativo:

CARLOS CESAR PEREIRA TARGINO CONSTRUFABRIL - CONSTRUTORA E PRESTADORA DE SERVICOS LTDA - EPP

Polo Passivo:

Decisão

Advogados:

RENAN LEMOS VILLELA

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AGRAVO DE INSTRUMENTO (202) 1022898-36.2025.8.11.0000 AGRAVANTE: CONSTRUFABRIL - CONSTRUTORA E PRESTADORA DE SERVICOS LTDA - EPP, CARLOS CESAR PEREIRA TARGINO AGRAVADO: COOPERATIVA DE CREDITO, POUPAN… AGRAVO DE INSTRUMENTO (202) 1022898-36.2025.8.11.0000 AGRAVANTE: CONSTRUFABRIL - CONSTRUTORA E PRESTADORA DE SERVICOS LTDA - EPP, CARLOS CESAR PEREIRA TARGINO AGRAVADO: COOPERATIVA DE CREDITO, POUPANCA E INVESTIMENTO DO SUDOESTE MT/PA - SICREDI SUDOESTE MT/PA Visto. Trata-se de recurso de agravo de instrumento interposto por CONSTRUFABRIL CONSTRUTORA E PRESTADORA DE SERVICOS LTDA – EPP e CARLOS CESAR PEREIRA TARGINO com o objetivo de reformar a decisão proferida pelo Juízo da 2ª Vara de Campo Novo dos Parecis/MT ajuizada em desfavor COOPERATIVA DE CREDITO, POUPANCA E INVESTIMENTO DO SUDOESTE MT/PA, nos autos da Ação Execução nº 1002308-19.2024.8.11.0050 pedido de desbloqueio de valores penhorados via sistema SISBAJUD. Nas razões, o recorrente pugna pela concessão da justiça gratuita, ocasião em que foi determinada a intimação para comprovar o preenchimento da hipossuficiência, ou, caso queira, recolhimento do preparo recursal, sob pena de deserção, nos termos do artigo 1007, do CPC (id. 299233896). Certidão de decurso do prazo para comprovar o preenchimento da hipossuficiência, bem como comprovar o pagamento das custas processuais, id. 301963387. É O RELATÓRIO. DECIDO. Inicialmente, destaco que, consoante o disposto no artigo 932, III, do Código de Processo Civil c.c. artigo 51, I-B, do Regimento Interno deste Tribunal de Justiça, incumbe ao relator, monocraticamente, não conhecer do recurso quando inadmissível, prejudicado ou que tenha deixado de impugnar especificamente os fundamentos da decisão recorrida. Feitas essas considerações, aplica-se ao caso o disposto no art. 932, do CPC, in verbis: “Art. 932. Incumbe ao relator: (...) III - não conhecer de recurso inadmissível, prejudicado ou que não tenha impugnado especificamente os fundamentos da decisão recorrida; (...) Parágrafo único. Antes de considerar inadmissível o recurso, o relator concederá o prazo de 5 (cinco) dias ao recorrente para que seja sanado vício ou complementada a documentação exigível”. Pertinente à matéria, colhe-se da doutrina: “Ao relator, na função de juiz preparador de todo e qualquer recurso do sistema processual civil brasileiro, compete o juízo de admissibilidade do recurso. Deve verificar se estão presentes os pressupostos de admissibilidade (cabimento, legitimidade recursal, interesse recursal, tempestividade, preparo, regularidade formal e inexistência de fato impeditivo ou extintivo do poder de recorrer). Trata-se de matéria de ordem pública, cabendo ao relator examiná-lo de ofício. (...) Nas hipóteses mencionadas, pode o relator, em qualquer tribunal, indeferir o processamento de qualquer recurso. (...) Pretende-se, com a aplicação da providência prevista no texto ora analisado, a economia processual, com a facilitação do trâmite do recurso no tribunal. O relator pode decidir monocraticamente tudo, desde a admissibilidade do recurso até o seu próprio mérito. (...) Existindo irregularidade no processo, capaz de ocasionar juízo negativo de admissibilidade do recurso, o recorrente tem o direito subjetivo de ser intimado pelo relator para sanar a irregularidade, se sanável for.” (NERY JUNIOR, Nelson. NERY, Rosa Maria de Andrade. Comentários ao Código de Processo Civil. São Paulo: Editora Revista dos Tribunais, 2015, p. 1850/1853, 2078/2079) (grifo nosso) O Regimento Interno deste Sodalício, também, disciplina a matéria, em seu art. 51, inciso L: “Art. 51 - Compete ao Relator: (...) L – Declarar a deserção do recurso”. Sabe-se que o preparo é um dos pressupostos de admissibilidade recursal, assim, o código de processo civil, em seu art. 1.007, assim preleciona: “Art. 1.007. No ato de interposição do recurso, o recorrente comprovará, quando exigido pela legislação pertinente, o respectivo preparo, inclusive porte de remessa e de retorno, sob pena de deserção. (...) § 4o O recorrente que não comprovar, no ato de interposição do recurso, o recolhimento do preparo, inclusive porte de remessa e de retorno, será intimado, na pessoa de seu advogado, para realizar o recolhimento em dobro, sob pena de deserção. § 5o É vedada a complementação se houver insuficiência parcial do preparo, inclusive porte de remessa e de retorno, no recolhimento realizado na forma do § 4o”. (grifo nosso) Na vertente hipótese, como exposto alhures, no ato de interposição do recurso, não houve o recolhimento do preparo inicialmente, tendo sido oportunizado a parte agravante o recolhimento do preparo recursal em dobro, o que não foi feito. Portanto, por não estar presente, in casu, um dos pressupostos de admissibilidade do recurso, o não conhecimento do agravo de instrumento é medida cogente. Diante do exposto, com fulcro nos arts. 932, inciso III e 1.007, ambos do CPC e art. 51, L, do RITJ/MT, NÃO CONHEÇO do vertente recurso, ante o não preenchimento de um dos pressupostos de admissibilidade recursal, qual seja, o regular recolhimento do preparo recursal. Comunique-se o teor desta decisão ao juízo a quo. Transcorrido in albis o prazo recursal, arquivem-se os autos. Intimem-se. Cumpra-se. Cuiabá/MT, data registrada no sistema. Luiz Octávio O. Saboia Ribeiro Relator

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Processo nº 1022898-36.2025.8.11.0000

ID: 335403155

Tribunal: TJMT Órgão: Quinta Câmara de Direito Privado Classe: AGRAVO DE INSTRUMENTO Nº Processo: 1022898-36.2025.8.11.0000

Data de Disponibilização: 28/07/2025

Polo Ativo:

Polo Passivo:

COOPERATIVA DE CREDITO, POUPANCA E INVESTIMENTO DO SUDOESTE MT/PA - SICREDI SUDOESTE MT/PA

Decisão

Advogados:

GUILHERME FREDERICO DE FIGUEIREDO CASTRO

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ANDRE DE ASSIS ROSA

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JOSE HENRIQUE DA SILVA VIGO

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AGRAVO DE INSTRUMENTO (202) 1022898-36.2025.8.11.0000 AGRAVANTE: CONSTRUFABRIL - CONSTRUTORA E PRESTADORA DE SERVICOS LTDA - EPP, CARLOS CESAR PEREIRA TARGINO AGRAVADO: COOPERATIVA DE CREDITO, POUPAN… AGRAVO DE INSTRUMENTO (202) 1022898-36.2025.8.11.0000 AGRAVANTE: CONSTRUFABRIL - CONSTRUTORA E PRESTADORA DE SERVICOS LTDA - EPP, CARLOS CESAR PEREIRA TARGINO AGRAVADO: COOPERATIVA DE CREDITO, POUPANCA E INVESTIMENTO DO SUDOESTE MT/PA - SICREDI SUDOESTE MT/PA Visto. Trata-se de recurso de agravo de instrumento interposto por CONSTRUFABRIL CONSTRUTORA E PRESTADORA DE SERVICOS LTDA – EPP e CARLOS CESAR PEREIRA TARGINO com o objetivo de reformar a decisão proferida pelo Juízo da 2ª Vara de Campo Novo dos Parecis/MT ajuizada em desfavor COOPERATIVA DE CREDITO, POUPANCA E INVESTIMENTO DO SUDOESTE MT/PA, nos autos da Ação Execução nº 1002308-19.2024.8.11.0050 pedido de desbloqueio de valores penhorados via sistema SISBAJUD. Nas razões, o recorrente pugna pela concessão da justiça gratuita, ocasião em que foi determinada a intimação para comprovar o preenchimento da hipossuficiência, ou, caso queira, recolhimento do preparo recursal, sob pena de deserção, nos termos do artigo 1007, do CPC (id. 299233896). Certidão de decurso do prazo para comprovar o preenchimento da hipossuficiência, bem como comprovar o pagamento das custas processuais, id. 301963387. É O RELATÓRIO. DECIDO. Inicialmente, destaco que, consoante o disposto no artigo 932, III, do Código de Processo Civil c.c. artigo 51, I-B, do Regimento Interno deste Tribunal de Justiça, incumbe ao relator, monocraticamente, não conhecer do recurso quando inadmissível, prejudicado ou que tenha deixado de impugnar especificamente os fundamentos da decisão recorrida. Feitas essas considerações, aplica-se ao caso o disposto no art. 932, do CPC, in verbis: “Art. 932. Incumbe ao relator: (...) III - não conhecer de recurso inadmissível, prejudicado ou que não tenha impugnado especificamente os fundamentos da decisão recorrida; (...) Parágrafo único. Antes de considerar inadmissível o recurso, o relator concederá o prazo de 5 (cinco) dias ao recorrente para que seja sanado vício ou complementada a documentação exigível”. Pertinente à matéria, colhe-se da doutrina: “Ao relator, na função de juiz preparador de todo e qualquer recurso do sistema processual civil brasileiro, compete o juízo de admissibilidade do recurso. Deve verificar se estão presentes os pressupostos de admissibilidade (cabimento, legitimidade recursal, interesse recursal, tempestividade, preparo, regularidade formal e inexistência de fato impeditivo ou extintivo do poder de recorrer). Trata-se de matéria de ordem pública, cabendo ao relator examiná-lo de ofício. (...) Nas hipóteses mencionadas, pode o relator, em qualquer tribunal, indeferir o processamento de qualquer recurso. (...) Pretende-se, com a aplicação da providência prevista no texto ora analisado, a economia processual, com a facilitação do trâmite do recurso no tribunal. O relator pode decidir monocraticamente tudo, desde a admissibilidade do recurso até o seu próprio mérito. (...) Existindo irregularidade no processo, capaz de ocasionar juízo negativo de admissibilidade do recurso, o recorrente tem o direito subjetivo de ser intimado pelo relator para sanar a irregularidade, se sanável for.” (NERY JUNIOR, Nelson. NERY, Rosa Maria de Andrade. Comentários ao Código de Processo Civil. São Paulo: Editora Revista dos Tribunais, 2015, p. 1850/1853, 2078/2079) (grifo nosso) O Regimento Interno deste Sodalício, também, disciplina a matéria, em seu art. 51, inciso L: “Art. 51 - Compete ao Relator: (...) L – Declarar a deserção do recurso”. Sabe-se que o preparo é um dos pressupostos de admissibilidade recursal, assim, o código de processo civil, em seu art. 1.007, assim preleciona: “Art. 1.007. No ato de interposição do recurso, o recorrente comprovará, quando exigido pela legislação pertinente, o respectivo preparo, inclusive porte de remessa e de retorno, sob pena de deserção. (...) § 4o O recorrente que não comprovar, no ato de interposição do recurso, o recolhimento do preparo, inclusive porte de remessa e de retorno, será intimado, na pessoa de seu advogado, para realizar o recolhimento em dobro, sob pena de deserção. § 5o É vedada a complementação se houver insuficiência parcial do preparo, inclusive porte de remessa e de retorno, no recolhimento realizado na forma do § 4o”. (grifo nosso) Na vertente hipótese, como exposto alhures, no ato de interposição do recurso, não houve o recolhimento do preparo inicialmente, tendo sido oportunizado a parte agravante o recolhimento do preparo recursal em dobro, o que não foi feito. Portanto, por não estar presente, in casu, um dos pressupostos de admissibilidade do recurso, o não conhecimento do agravo de instrumento é medida cogente. Diante do exposto, com fulcro nos arts. 932, inciso III e 1.007, ambos do CPC e art. 51, L, do RITJ/MT, NÃO CONHEÇO do vertente recurso, ante o não preenchimento de um dos pressupostos de admissibilidade recursal, qual seja, o regular recolhimento do preparo recursal. Comunique-se o teor desta decisão ao juízo a quo. Transcorrido in albis o prazo recursal, arquivem-se os autos. Intimem-se. Cumpra-se. Cuiabá/MT, data registrada no sistema. Luiz Octávio O. Saboia Ribeiro Relator

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Processo nº 1002308-97.2025.8.11.0045

ID: 276508049

Tribunal: TJMT Órgão: JUIZADOS ESPECIAIS DE LUCAS DO RIO VERDE Classe: PROCEDIMENTO DO JUIZADO ESPECIAL CíVEL Nº Processo: 1002308-97.2025.8.11.0045

Data de Disponibilização: 22/05/2025

Polo Ativo:

NATHALYA LIMA RAMOS FERNANDES

Polo Passivo:

Sentença

Advogados:

MATHEUS TAVARES

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ESTADO DE MATO GROSSO PODER JUDICIÁRIO JUIZADOS ESPECIAIS DE LUCAS DO RIO VERDE SENTENÇA Processo: 1002308-97.2025.8.11.0045. AUTOR: NATHALYA LIMA RAMOS FERNANDES REQUERIDO: ENERGISA MATO GROSSO - DI… ESTADO DE MATO GROSSO PODER JUDICIÁRIO JUIZADOS ESPECIAIS DE LUCAS DO RIO VERDE SENTENÇA Processo: 1002308-97.2025.8.11.0045. AUTOR: NATHALYA LIMA RAMOS FERNANDES REQUERIDO: ENERGISA MATO GROSSO - DISTRIBUIDORA DE ENERGIA S.A. Vistos, etc. Dispensado o relatório, a teor do art. 38 da Lei n° 9.099/95. Fundamento. Decido. Trata-se de AÇÃO INDENIZATÓRIA POR DANOS MATERIAIS E MORAIS proposta por NATHALYA LIMA RAMOS FERNANDES em face da ENERGISA MATO GROSSO - DISTRIBUIDORA DE ENERGIA S.A. Cumpre ressaltar que o caso em apreço é hipótese que comporta o julgamento imediato do mérito, nos termos do inciso I do artigo 355 do CPC, não havendo, salvo melhor juízo, a necessidade de dilação probatória. Inicialmente, reputo prescindíveis maiores divagações acerca das preliminares, posto que perfeitamente cabível no caso em epígrafe o disposto no art. 488 do CPC, in verbis: “Art. 488. Desde que possível, o juiz resolverá o mérito sempre que a decisão for favorável à parte a quem aproveitaria eventual pronunciamento nos termos do art. 485.” Desta forma, as preliminares suscitadas pela promovida não são suficientes para impedir a análise do mérito. MÉRITO A solução do mérito da celeuma instaurada depende da seguinte análise: se houve ou não falha na prestação de serviço e consequentemente o dever de indenizar. Em suma, relata autora que, é consumidora regularmente cadastrada, sempre manteve em dia o pagamento de suas faturas de energia elétrica. No entanto, em 09 de agosto de 2024, teve o fornecimento de energia interrompido de forma abrupta, e sem notificação prévia, mesmo inexistindo qualquer débito. Segue relatando que, a situação causou prejuízos significativos, pois atua na produção de doces e salgados, atividade que depende diretamente da energia elétrica. Apesar de ter solicitado a imediata religação, o serviço só foi restabelecido no dia seguinte, agravando os transtornos enfrentados. Pois bem. De proêmio, é curial salientar que, no caso em testilha, o ônus da prova cabe incumbe ao autor quanto ao fato constitutivo do seu direito e, ao réu, quanto à existência de fato modificativo, impeditivo ou extintivo do direito do autor (CPC, art. 373). Lucubrando o feito, verifica-se que a reclamada juntou histórico das contas, e ao analisar o documento, verifica-se que a energia foi suspensa em razão da fatura de JULHO/24, cujo vencimento se deu 19.07.24, quitada apenas no dia 12.08.24, na mesma data em que foi realizada a suspensão do fornecimento pelo inadimplemento, ocorrida em 12.08.24, bem como apresenta ordem de serviço, que demostra que a suspensão ocorreu apenas no dia 12.08.24, às 16h27min. Além do mais, verifica-se o valor pago no ID 187778612, é referente a fatura de junho/24, no valor de R$ 682,39, com vencimento em 20.06.24, e paga apenas em 10.07.24. No caso em comento, a reclamada demonstra que a suspensão do fornecimento ocorreu em 12.08.2024, às 16h27, em razão do não pagamento da fatura referente a julho/2024, cujo adimplemento só se deu posteriormente. O comprovante de quitação não foi apresentado no momento da suspensão, pois o débito ainda não havia sido pago. Após a identificação do pagamento, o serviço foi religado em 13.08.2024, às 06h11min, dentro do prazo legal de 24 horas. Sendo assim, diante de tão robusta prova, entende-se que a Reclamada cumpriu satisfatoriamente com seu ônus probatório (art. 373, II do CPC). Assim, não merece acolhimento a pretensão de indenização por danos morais porquanto não houve agir ilícito por parte da empresa demandada. O corte do serviço reclamado se deu por culpa exclusiva da consumidora. Nesse sentido: RECURSO INOMINADO. CONSUMIDOR. ENERGIA ELÉTRICA. AÇÃO INDENIZATÓRIA POR DANOS MORAIS. SUSPENSÃO DO FORNECIMENTO DE ENERGIA ELÉTRICA LEGÍTIMA. INADIMPLÊNCIA. FATURAS MENSAIS PAGAS COM ATRASO. DANO MORAL INOCORRENTE. AVISO DE CORTE LANÇADO NAS FATURAS DE CONSUMO. AUSENTE COMPROVAÇÃO DE PAGAMENTO DAS FATURAS E DO PARCELAMENTO. ÔNUS QUE CABIA À AUTORA, NOS TERMOS DO 373, I, DO CPC. SENTENÇA DE IMPROCEDÊNCIA MANTIDA. RECURSO DESPROVIDO. (TJRS, Recurso Cível, Nº 71008951253, Segunda Turma Recursal Cível, Turmas Recursais, Relator: Ana Cláudia Cachapuz Silva Raabe, Julgado em: 24-06-2020). Ainda, conforme extrato de contas trazido pela reclamada, percebe-se ainda que se não fosse a IMPONTUALIDADE da requerente no pagamento de suas faturas que é regra, e não exceção, os supostos atos danosos sequer teriam acontecido. In casu, não restando caracterizado qualquer ato ilícito pela reclamada, tampouco qualquer prejuízo experimentado, situação que força a reconhecer a improcedência dos pedidos. DISPOSITIVO Diante de todo exposto, opino por JULGAR IMPROCEDENTE a pretensão deduzida na inicial, declarando extinto o feito com resolução de mérito, nos termos do art. 487, inciso I, do CPC. Sem custas e honorários advocatícios neste grau de jurisdição, a teor dos artigos 54 e 55 da Lei n. 9.099/95. Intime-se. Cumpra-se. Submeto o presente projeto de sentença à homologação do MM. Juiz de Direito, nos termos do art. 40 da Lei 9.099/95. Lauriane A. Pinheiro Juíza Leiga Vistos. Homologo, para que produza seus jurídicos e legais efeitos, o projeto de sentença elaborado pela Juíza Leiga, na forma do artigo 40 da Lei n. 9.099/1995. Cumpra-se. Às providências. Lucas do Rio Verde/MT, data da assinatura digital. Maurício Alexandre Ribeiro Juiz de Direito

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Processo nº 1015201-61.2025.8.11.0000

ID: 311492811

Tribunal: TJMT Órgão: Quarta Câmara de Direito Privado Classe: AGRAVO DE INSTRUMENTO Nº Processo: 1015201-61.2025.8.11.0000

Data de Disponibilização: 30/06/2025

Polo Ativo:

AIRES POLESE

Polo Passivo:

Acórdão

Advogados:

BRENNO DE PAULA MILHOMEM

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ESTADO DE MATO GROSSO PODER JUDICIÁRIO QUARTA CÂMARA DE DIREITO PRIVADO Número Único: 1015201-61.2025.8.11.0000 Classe: AGRAVO DE INSTRUMENTO (202) Assunto: [Esbulho / Turbação / Ameaça, Honorários A… ESTADO DE MATO GROSSO PODER JUDICIÁRIO QUARTA CÂMARA DE DIREITO PRIVADO Número Único: 1015201-61.2025.8.11.0000 Classe: AGRAVO DE INSTRUMENTO (202) Assunto: [Esbulho / Turbação / Ameaça, Honorários Advocatícios, Liminar] Relator: Des(a). ANGLIZEY SOLIVAN DE OLIVEIRA Turma Julgadora: [DES(A). ANGLIZEY SOLIVAN DE OLIVEIRA, DES(A). RUBENS DE OLIVEIRA SANTOS FILHO, DES(A). SERLY MARCONDES ALVES] Parte(s): [JOSE ESTEVES DE LACERDA FILHO - CPF: 178.883.281-72 (ADVOGADO), ANA MAGDALENA REZENDE DE LACERDA - CPF: 010.925.671-94 (ADVOGADO), DEONISE ANTONIO CIGERZA - CPF: 411.696.541-34 (TERCEIRO INTERESSADO), ADIR POLESE - CPF: 655.432.891-20 (TERCEIRO INTERESSADO), EDUARDO DIAS RIBEIRO - CPF: 030.967.411-58 (TERCEIRO INTERESSADO), FILADELFO DOS REIS DIAS - CPF: 047.942.901-44 (TERCEIRO INTERESSADO), EDESIO POLESE - CPF: 872.359.271-00 (TERCEIRO INTERESSADO), BRENNO DE PAULA MILHOMEM - CPF: 022.757.091-00 (ADVOGADO), AIRES POLESE - CPF: 495.674.209-63 (AGRAVANTE), JOSE ESTEVES DE LACERDA FILHO - CPF: 178.883.281-72 (AGRAVADO), ANA MAGDALENA REZENDE DE LACERDA - CPF: 010.925.671-94 (AGRAVADO)] A C Ó R D Ã O Vistos, relatados e discutidos os autos em epígrafe, a QUARTA CÂMARA DE DIREITO PRIVADO do Tribunal de Justiça do Estado de Mato Grosso, sob a Presidência Des(a). RUBENS DE OLIVEIRA SANTOS FILHO, por meio da Turma Julgadora, proferiu a seguinte decisão: PROVIDO, UNANIME E M E N T A DIREITO PROCESSUAL CIVIL. AGRAVO DE INSTRUMENTO. CUMPRIMENTO DE SENTENÇA. HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS EXECUTADOS POR TERCEIROS INTERESSADOS. AUSÊNCIA DE PREVISÃO EXPRESSA NO DISPOSITIVO DA SENTENÇA. INEXISTÊNCIA DE TÍTULO EXECUTIVO. RECURSO PROVIDO. I. CASO EM EXAME 1.Agravo de instrumento interposto contra decisão que rejeitou impugnação ao cumprimento de sentença, reconhecendo a legitimidade da execução de verba honorária em favor dos agravados, patronos de terceiros interessados na ação originária de reintegração de posse. 2. O juízo de origem entendeu que a atuação dos agravados foi essencial à solução da controvérsia, legitimando a fixação dos honorários, embora não constassem como partes principais no feito. 3. A decisão agravada teve seus efeitos suspensos por decisão liminar proferida neste recurso. II. QUESTÃO EM DISCUSSÃO 4.A questão em discussão consiste em saber se é exigível, no cumprimento de sentença, verba honorária em favor de terceiros interessados, quando a sentença não atribuiu expressamente tal verba no seu dispositivo. III. RAZÕES DE DECIDIR 5.A sentença que originou a execução não reconheceu, de forma clara, o direito dos agravados à percepção de honorários advocatícios. 6.A ausência de menção específica aos agravados na parte dispositiva da sentença revela a inexistência de título executivo judicial que ampare a execução pretendida. 7.Não é possível suprir omissão da sentença por interpretação extensiva, sob pena de violação ao devido processo legal, à coisa julgada e à segurança jurídica. 8.A atuação de terceiros interessados, ainda que relevante, não autoriza, por si só, a execução de verba honorária sem previsão expressa no título judicial. IV. DISPOSITIVO E TESE 9.Recurso provido para reformar a decisão agravada e acolher a impugnação ao cumprimento de sentença, reconhecendo a inexigibilidade da verba honorária postulada. Tese de julgamento: “1. A execução de honorários advocatícios por terceiros interessados depende de previsão expressa no dispositivo da sentença. 2. A ausência de menção aos beneficiários na parte dispositiva do julgado inviabiliza a constituição de título executivo judicial em seu favor.” Dispositivos relevantes citados: Não há dispositivo citado Jurisprudência relevante citada: Não há jurisprudência citada no acórdão. R E L A T Ó R I O Egrégia Câmara, Trata-se de agravo de instrumento interposto por Aires Polese contra decisão proferida pelo juízo da 1ª Vara de Juína/MT, que, nos autos de cumprimento de sentença, oriundo de ação de reintegração de posse n.º 1002308-36.2020.8.11.0025, rejeitou a impugnação ao cumprimento de sentença apresentada pelo agravante. O fundamento adotado na decisão agravada foi o de que, embora os exequentes, ora agravados, não figurassem como partes originárias na ação possessória, sua intervenção foi considerada essencial ao deslinde da controvérsia, o que, segundo o juízo de primeiro grau, legitima a fixação de honorários advocatícios em seu favor. O agravante sustenta que a sentença transitada em julgado não fixou expressamente verba honorária em favor dos agravados, razão pela qual seria inexigível o crédito exequendo, configurando, a seu ver, violação à coisa julgada material e ao devido processo legal. Requereu, liminarmente, a suspensão da execução da referida verba. A liminar foi deferida, suspendendo os efeitos da decisão impugnada até o julgamento final do presente recurso. (id. 286394881). Contrarrazões defendendo a legitimidade da exigência de honorários, diante da atuação exitosa dos agravados na condição de patronos dos terceiros interessados, cuja exceção de coisa julgada foi acolhida, conduzindo à extinção da demanda possessória. (id. 291661358). É o relatório. A liminar foi deferida, suspendendo os efeitos da decisão impugnada até o julgamento final do presente recurso. (id. 286394881). Contrarrazões defendendo a legitimidade da exigência de honorários, diante da atuação exitosa dos agravados na condição de patronos dos terceiros interessados, cuja exceção de coisa julgada foi acolhida, conduzindo à extinção da demanda possessória. (id. 291661358). É o relatório. V O T O R E L A T O R Egrégia Câmara, A controvérsia suscitada no presente recurso diz respeito à exigibilidade de honorários advocatícios pleiteados por patronos de terceiros interessados, cuja intervenção em ação possessória culminou na extinção do feito sem resolução de mérito. Aires Polese interpõe o presente agravo de instrumento contra decisão proferida em sede de cumprimento de sentença, a qual rejeitou a impugnação por ele apresentada, ao reconhecer a legitimidade da execução da verba honorária, sob o argumento de que, embora os agravados não figurassem como partes principais na ação originária, sua atuação processual teria sido decisiva para o desfecho da controvérsia. No entanto, a análise dos documentos que instruem o presente recurso revela que a sentença que ensejou o cumprimento de sentença não conferiu, de modo inequívoco, direito aos agravados à percepção da verba honorária ora executada. A parte dispositiva limitou-se a declarar: A atribuição dos honorários advocatícios teve por destinatários apenas as partes litigantes, sendo a omissão quanto aos patronos dos terceiros interessados indicativa de que não foram incluídos como beneficiários da verba fixada. O comando sentencial é claro e requisito inafastável à constituição do título executivo, não sendo lícito suprir eventual omissão por meio de interpretação extensiva ou analógica, especialmente quando se trata de obrigação pecuniária fundada em sucumbência. Nesse contexto, a ausência de menção específica aos agravados no dispositivo da sentença revela a inexistência de liame direto entre sua atuação e a condenação imposta, ainda que se reconheça a contribuição relevante por eles prestada na condução da controvérsia. Isso porque, a simples participação de terceiros interessados e o acolhimento de sua argumentação processual não autorizam, isoladamente, a extensão dos efeitos condenatórios da sentença, sob pena de afronta ao devido processo legal, à segurança jurídica e aos limites objetivos e subjetivos da coisa julgada. A manutenção da decisão agravada implicaria indevida ampliação da sentença, convertendo-a em título judicial contra quem nela não figurou expressamente como devedor, impondo-se, assim, o reconhecimento da inexigibilidade da obrigação que se pretende executar, diante da inexistência de título executivo válido. Face ao exposto, DOU PROVIMENTO ao agravo de instrumento, reformando-se a decisão agravada para acolher a impugnação ao cumprimento de sentença, com o consequente reconhecimento da inexigibilidade da verba honorária postulada pelos agravados. É como voto. Data da sessão: Cuiabá-MT, 25/06/2025

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Processo nº 1015201-61.2025.8.11.0000

ID: 311492812

Tribunal: TJMT Órgão: Quarta Câmara de Direito Privado Classe: AGRAVO DE INSTRUMENTO Nº Processo: 1015201-61.2025.8.11.0000

Data de Disponibilização: 30/06/2025

Polo Ativo:

Polo Passivo:

ANA MAGDALENA REZENDE DE LACERDA JOSE ESTEVES DE LACERDA FILHO

Acórdão

Advogados:

ANA MAGDALENA REZENDE DE LACERDA

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JOSE ESTEVES DE LACERDA FILHO

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ESTADO DE MATO GROSSO PODER JUDICIÁRIO QUARTA CÂMARA DE DIREITO PRIVADO Número Único: 1015201-61.2025.8.11.0000 Classe: AGRAVO DE INSTRUMENTO (202) Assunto: [Esbulho / Turbação / Ameaça, Honorários A… ESTADO DE MATO GROSSO PODER JUDICIÁRIO QUARTA CÂMARA DE DIREITO PRIVADO Número Único: 1015201-61.2025.8.11.0000 Classe: AGRAVO DE INSTRUMENTO (202) Assunto: [Esbulho / Turbação / Ameaça, Honorários Advocatícios, Liminar] Relator: Des(a). ANGLIZEY SOLIVAN DE OLIVEIRA Turma Julgadora: [DES(A). ANGLIZEY SOLIVAN DE OLIVEIRA, DES(A). RUBENS DE OLIVEIRA SANTOS FILHO, DES(A). SERLY MARCONDES ALVES] Parte(s): [JOSE ESTEVES DE LACERDA FILHO - CPF: 178.883.281-72 (ADVOGADO), ANA MAGDALENA REZENDE DE LACERDA - CPF: 010.925.671-94 (ADVOGADO), DEONISE ANTONIO CIGERZA - CPF: 411.696.541-34 (TERCEIRO INTERESSADO), ADIR POLESE - CPF: 655.432.891-20 (TERCEIRO INTERESSADO), EDUARDO DIAS RIBEIRO - CPF: 030.967.411-58 (TERCEIRO INTERESSADO), FILADELFO DOS REIS DIAS - CPF: 047.942.901-44 (TERCEIRO INTERESSADO), EDESIO POLESE - CPF: 872.359.271-00 (TERCEIRO INTERESSADO), BRENNO DE PAULA MILHOMEM - CPF: 022.757.091-00 (ADVOGADO), AIRES POLESE - CPF: 495.674.209-63 (AGRAVANTE), JOSE ESTEVES DE LACERDA FILHO - CPF: 178.883.281-72 (AGRAVADO), ANA MAGDALENA REZENDE DE LACERDA - CPF: 010.925.671-94 (AGRAVADO)] A C Ó R D Ã O Vistos, relatados e discutidos os autos em epígrafe, a QUARTA CÂMARA DE DIREITO PRIVADO do Tribunal de Justiça do Estado de Mato Grosso, sob a Presidência Des(a). RUBENS DE OLIVEIRA SANTOS FILHO, por meio da Turma Julgadora, proferiu a seguinte decisão: PROVIDO, UNANIME E M E N T A DIREITO PROCESSUAL CIVIL. AGRAVO DE INSTRUMENTO. CUMPRIMENTO DE SENTENÇA. HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS EXECUTADOS POR TERCEIROS INTERESSADOS. AUSÊNCIA DE PREVISÃO EXPRESSA NO DISPOSITIVO DA SENTENÇA. INEXISTÊNCIA DE TÍTULO EXECUTIVO. RECURSO PROVIDO. I. CASO EM EXAME 1.Agravo de instrumento interposto contra decisão que rejeitou impugnação ao cumprimento de sentença, reconhecendo a legitimidade da execução de verba honorária em favor dos agravados, patronos de terceiros interessados na ação originária de reintegração de posse. 2. O juízo de origem entendeu que a atuação dos agravados foi essencial à solução da controvérsia, legitimando a fixação dos honorários, embora não constassem como partes principais no feito. 3. A decisão agravada teve seus efeitos suspensos por decisão liminar proferida neste recurso. II. QUESTÃO EM DISCUSSÃO 4.A questão em discussão consiste em saber se é exigível, no cumprimento de sentença, verba honorária em favor de terceiros interessados, quando a sentença não atribuiu expressamente tal verba no seu dispositivo. III. RAZÕES DE DECIDIR 5.A sentença que originou a execução não reconheceu, de forma clara, o direito dos agravados à percepção de honorários advocatícios. 6.A ausência de menção específica aos agravados na parte dispositiva da sentença revela a inexistência de título executivo judicial que ampare a execução pretendida. 7.Não é possível suprir omissão da sentença por interpretação extensiva, sob pena de violação ao devido processo legal, à coisa julgada e à segurança jurídica. 8.A atuação de terceiros interessados, ainda que relevante, não autoriza, por si só, a execução de verba honorária sem previsão expressa no título judicial. IV. DISPOSITIVO E TESE 9.Recurso provido para reformar a decisão agravada e acolher a impugnação ao cumprimento de sentença, reconhecendo a inexigibilidade da verba honorária postulada. Tese de julgamento: “1. A execução de honorários advocatícios por terceiros interessados depende de previsão expressa no dispositivo da sentença. 2. A ausência de menção aos beneficiários na parte dispositiva do julgado inviabiliza a constituição de título executivo judicial em seu favor.” Dispositivos relevantes citados: Não há dispositivo citado Jurisprudência relevante citada: Não há jurisprudência citada no acórdão. R E L A T Ó R I O Egrégia Câmara, Trata-se de agravo de instrumento interposto por Aires Polese contra decisão proferida pelo juízo da 1ª Vara de Juína/MT, que, nos autos de cumprimento de sentença, oriundo de ação de reintegração de posse n.º 1002308-36.2020.8.11.0025, rejeitou a impugnação ao cumprimento de sentença apresentada pelo agravante. O fundamento adotado na decisão agravada foi o de que, embora os exequentes, ora agravados, não figurassem como partes originárias na ação possessória, sua intervenção foi considerada essencial ao deslinde da controvérsia, o que, segundo o juízo de primeiro grau, legitima a fixação de honorários advocatícios em seu favor. O agravante sustenta que a sentença transitada em julgado não fixou expressamente verba honorária em favor dos agravados, razão pela qual seria inexigível o crédito exequendo, configurando, a seu ver, violação à coisa julgada material e ao devido processo legal. Requereu, liminarmente, a suspensão da execução da referida verba. A liminar foi deferida, suspendendo os efeitos da decisão impugnada até o julgamento final do presente recurso. (id. 286394881). Contrarrazões defendendo a legitimidade da exigência de honorários, diante da atuação exitosa dos agravados na condição de patronos dos terceiros interessados, cuja exceção de coisa julgada foi acolhida, conduzindo à extinção da demanda possessória. (id. 291661358). É o relatório. A liminar foi deferida, suspendendo os efeitos da decisão impugnada até o julgamento final do presente recurso. (id. 286394881). Contrarrazões defendendo a legitimidade da exigência de honorários, diante da atuação exitosa dos agravados na condição de patronos dos terceiros interessados, cuja exceção de coisa julgada foi acolhida, conduzindo à extinção da demanda possessória. (id. 291661358). É o relatório. V O T O R E L A T O R Egrégia Câmara, A controvérsia suscitada no presente recurso diz respeito à exigibilidade de honorários advocatícios pleiteados por patronos de terceiros interessados, cuja intervenção em ação possessória culminou na extinção do feito sem resolução de mérito. Aires Polese interpõe o presente agravo de instrumento contra decisão proferida em sede de cumprimento de sentença, a qual rejeitou a impugnação por ele apresentada, ao reconhecer a legitimidade da execução da verba honorária, sob o argumento de que, embora os agravados não figurassem como partes principais na ação originária, sua atuação processual teria sido decisiva para o desfecho da controvérsia. No entanto, a análise dos documentos que instruem o presente recurso revela que a sentença que ensejou o cumprimento de sentença não conferiu, de modo inequívoco, direito aos agravados à percepção da verba honorária ora executada. A parte dispositiva limitou-se a declarar: A atribuição dos honorários advocatícios teve por destinatários apenas as partes litigantes, sendo a omissão quanto aos patronos dos terceiros interessados indicativa de que não foram incluídos como beneficiários da verba fixada. O comando sentencial é claro e requisito inafastável à constituição do título executivo, não sendo lícito suprir eventual omissão por meio de interpretação extensiva ou analógica, especialmente quando se trata de obrigação pecuniária fundada em sucumbência. Nesse contexto, a ausência de menção específica aos agravados no dispositivo da sentença revela a inexistência de liame direto entre sua atuação e a condenação imposta, ainda que se reconheça a contribuição relevante por eles prestada na condução da controvérsia. Isso porque, a simples participação de terceiros interessados e o acolhimento de sua argumentação processual não autorizam, isoladamente, a extensão dos efeitos condenatórios da sentença, sob pena de afronta ao devido processo legal, à segurança jurídica e aos limites objetivos e subjetivos da coisa julgada. A manutenção da decisão agravada implicaria indevida ampliação da sentença, convertendo-a em título judicial contra quem nela não figurou expressamente como devedor, impondo-se, assim, o reconhecimento da inexigibilidade da obrigação que se pretende executar, diante da inexistência de título executivo válido. Face ao exposto, DOU PROVIMENTO ao agravo de instrumento, reformando-se a decisão agravada para acolher a impugnação ao cumprimento de sentença, com o consequente reconhecimento da inexigibilidade da verba honorária postulada pelos agravados. É como voto. Data da sessão: Cuiabá-MT, 25/06/2025

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Processo nº 1002308-25.2022.8.11.0006

ID: 332559532

Tribunal: TJMT Órgão: 2ª VARA CÍVEL DE CÁCERES Classe: BUSCA E APREENSãO EM ALIENAçãO FIDUCIáRIA Nº Processo: 1002308-25.2022.8.11.0006

Data de Disponibilização: 23/07/2025

Polo Ativo:

Polo Passivo:

MARIA JOSE DE ALMEIDA MARTINS

Citação

PODER JUDICIÁRIO DO ESTADO DE MATO GROSSO COMARCA DE CÁCERES 2ª VARA CÍVEL DE CÁCERES RUA SÃO PEDRO, 2, TELEFONE: (65) 3211-1300, CAVALHADA, CÁCERES - MT - CEP: 78216-900 EDITAL DE CITAÇÃO PRAZO DE 2… PODER JUDICIÁRIO DO ESTADO DE MATO GROSSO COMARCA DE CÁCERES 2ª VARA CÍVEL DE CÁCERES RUA SÃO PEDRO, 2, TELEFONE: (65) 3211-1300, CAVALHADA, CÁCERES - MT - CEP: 78216-900 EDITAL DE CITAÇÃO PRAZO DE 20 (VINTE) DIAS EXPEDIDO POR DETERMINAÇÃO DO MM.(ª)JUIZ(A) DE DIREITO JOSEANE CARLA RIBEIRO VIANA QUINTO PROCESSO n. 1002308-25.2022.8.11.0006 Valor da causa: R$ 57.900,80 ESPÉCIE: [Alienação Fiduciária]->BUSCA E APREENSÃO EM ALIENAÇÃO FIDUCIÁRIA (81) POLO ATIVO: Nome: FUNDO DE INVESTIMENTO EM DIREITOS CREDITORIOS NAO PADRONIZADOS CREDITAS TEMPUS II Endereço: GOMES DE CARVALHO, 1195, ANDAR 4, VILA OLIMPIA, SÃO PAULO - SP - CEP: 04547-004 POLO PASSIVO: Nome: MARIA JOSE DE ALMEIDA MARTINS Endereço: LUGAR INCERTO E NÃO SABIDO FINALIDADE: EFETUAR A CITAÇÃO DO POLO PASSIVO, acima qualificado(a), atualmente em lugar incerto e não sabido, para responder, em 15 (quinze) dias, ou, sem prejuízo da resposta, para pagar a integralidade da dívida em 05 (cinco) dias, hipótese na qual o bem lhe será restituído livre do ônus. Na hipótese de pagamento integral da dívida, deverão estar computados juros legais e correção monetária, custas processuais e honorários advocatícios, que arbitro em 10% (dez por cento) sobre o valor do débito. Consigna-se que, 05 (cinco) dias após executada a medida, consolidar-se-ão a posse e propriedade plena do bem no patrimônio da parte requerente, estando esta autorizada a transferir a propriedade do bem junto às repartições competentes, para si próprio ou para terceiro por ela indicado DESCRIÇÃO DO BEM APREENDIDO E ESTÁ EM POSSE DO AUTOR/FIEL DEPOSITÁRIO: UM VEÍCULO MARCA CHEVROLET - MODELO S10 P-Up Executive 2.4 MPFI F.Power CD- CHASSI Nº 9BG138SP0BC481641 – RENAVAM 379069008 – PLACA OAX9610 – ANO/MODELO 2011/2011 – COR BRANCA RESUMO DA INICIAL (ID 80722201): "(...)O Requerente concedeu ao Requerido um empréstimo no valor de R$ 44.052,09 (quarenta e quatro mil e cinquenta e dois reais e nove centavos) para ser restituído por meio de 48 (quarenta e oito) prestações mensais, no valor de R$ 1.453,77 (um mil e quatrocentos e cinquenta e três reais e setenta e sete centavos) com vencimento da primeira parcela em 20/10/2021 e vencimento final em 20/09/2025, mediante contrato de empréstimo pessoal, com garantia de veículo automotor (Alienação Fiduciária). A Cédula de Crédito Bancário n° AF00023716 representativa do crédito foi emitida em 25/09/2021, através da plataforma digital da Certificadora Clicksign, instituição amparada nos termos da Medida Provisória nº 2.200 de 24 de agosto de 2001, conforme assinatura digital, devidamente autenticada pelo Código Hash encaminhado ao Requerente, de acordo com o disposto nas cláusulas 1.2.2; 9.1 e 9.2 do referido instrumento. UM VEÍCULO MARCA CHEVROLET - MODELO S10 P-Up Executive 2.4 MPFI F.Power CD- CHASSI Nº 9BG138SP0BC481641 – RENAVAM 379069008 – PLACA OAX9610 – ANO/MODELO 2011/2011 – COR BRANCA Ocorre que, a Requerida ficou inadimplente e deixou de pagar as prestações do empréstimo, a partir da parcela vencida em 25/10/2021. Diante do atraso no pagamento, a Requerida foi constituída em mora, através da notificação com AR, encaminhada para seu endereço residencial, nos moldes do que determina a legislação aplicável (§ 2°, do artigo 2°, do Decreto-Lei 911/69, com as alterações da Lei 13.043/2014, bem como artigo 394 e seguintes do Código Civil)." DECISÃO: "Vistos, etc. Trata-se de AÇÃO DE BUSCA E APREENSÃO COM PEDIDO DE LIMINAR ajuizada por FUNDO DE INVESTIMENTO EM DIREITOS CREDITORIOS CREDITAS AUTO VII em face de MARIA JOSE DE ALMEIDA MARTINS, ambos qualificados nos autos. Da análise da peça inicial e de seus documentos, verifica-se que a parte autora não informou ou juntou o pagamento da taxa judiciária e custas processuais. Nestes termos, preceitua o artigo 321 do Código de Processo Civil a possibilidade de emenda ou complementação da inicial quando não preenchidos os requisitos abrangidos pelos artigos 319 e 320 do mesmo diploma instrumental. Sem prejuízo da determinação retro, que deverá ser cumprida, sob pena de indeferimento da petição inicial e extinção do feito, passo à análise do pedido liminar de busca e apreensão. Diante do envio de notificação extrajudicial destinada à parte devedora, qual foi recebida no endereço declinado no negócio jurídico objeto da ação (id. 80722206), verifico a comprovação da mora do devedor. Nesse sentido:RECURSO DE APELAÇÃO CÍVEL – BUSCA E APREENSÃO – ALIENAÇÃO FIDUCIÁRIA – IDONEIDADE DA COMPROVAÇÃO DA MORA – RECURSO CONHECIDO E PROVIDO. I - De acordo com a jurisprudência pacífica deste Tribunal a mora constitui-se ex re nas hipóteses do art. 2.º, § 2.º, do Decreto-Lei n.º 911/69, ou seja, uma vez não paga a prestação no vencimento, já se configura a mora do devedor, que deverá ser comprovada por carta registrada expedida por intermédio de Cartório de Títulos e Documentos ou pelo protesto do título, a critério do credor. II - A intimação de protesto de título por edital é autorizada em situações específicas, previstas no artigo 15 da Lei nº 9.492/97. In casu, esgotadas as possibilidades de intimação pessoal e realizado o protesto com a intimação do devedor por edital, restou comprovada a constituição em mora do fiduciante. Atendimento aos requisitos do artigo 2º, §2º, do DL911/69. (TJ-MT - N.U 1007542-19.2018.8.11.0041, CÂMARAS ISOLADAS CÍVEIS DE DIREITO PRIVADO, SEBASTIAO DE MORAES FILHO, Segunda Câmara de Direito Privado, Julgado em 03/02/2021, Publicado no DJE 05/02/2021). Outrossim, foi demonstrada pela parte requerente a relação contratual que mantém com a parte requerida, tendo por objeto o bem cuja busca e apreensão pretende, a saber: " Automóvel, Modelo: S10 P-Up Executive 2.4 MPFI F.Power CD, Marca: CHEVROLET, Ano de fabricação: 2011, Cor: BRANCA, Placa: OAX9610, RENAVAM: 379069008, Chassi: 9BG138SP0BC481641”. Nesse contexto, a busca e apreensão liminar do bem é medida autorizada pelo art. 3º, caput, do Decreto-Lei n.º 911/69, responsabilizando-se o requerente por eventuais prejuízos que a medida injustamente acarretar ao demandado, como prevê o §7º daquele comando legal. Isso posto e por tudo mais que dos autos consta, decido: a) Intime-se a parte autora para efetuar o pagamento das custas processuais, consignando-se o prazo de 15 (quinze) dias úteis, sob pena de indeferimento da inicial (art. 321, parágrafo único, do CPC);b) Havendo o cumprimento da determinação supra, recebo, desde já, a petição inicial e defiro a medida liminar pleiteada, para o efeito de determinar a expedição de mandado de busca e apreensão do bem acima descrito, e seu depósito em mãos do depositário indicado pela requerente;c) Cumprida a medida, cite-se o requerido para responder, em 15 (quinze) dias, ou, sem prejuízo da resposta, para pagar a integralidade da dívida em 05 (cinco) dias, hipótese na qual o bem lhe será restituído livre do ônus. Na hipótese de pagamento integral da dívida, deverão estar computados juros legais e correção monetária, custas processuais e honorários advocatícios, que arbitro em 10% (dez por cento) sobre o valor do débito;d) Consigne-se que, 05 (cinco) dias após executada a medida, consolidar-se-ão a posse e propriedade plena do bem no patrimônio da parte requerente, estando esta autorizada a transferir a propriedade do bem junto às repartições competentes, para si próprio ou para terceiro por ela indicado;e) Defiro os benefícios constantes do artigo 212, §§1º e 2° do CPC/2015, bem como, fica desde já autorizada a prerrogativa §§1° e 2° do artigo 846 do mesmo diploma legal, devendo para tanto, os Oficiais de Justiça agirem com a devida cautela, podendo, inclusive, utilizar o Reforço Policial, em sendo necessário;f).Por fim, deverão os Oficiais de Justiça se limitar ao cumprimento do mandado no endereço indicado na inicial, exceto quando obtiverem informações sólidas quanto a local diverso onde possa ser encontrado o veículo e/ou requerido ou quando houver pedido expresso da parte autora, sob pena de não recebimento das diligências em excesso;g). Acaso a parte autora realize o pagamento de diligências realizadas em locais aleatórios e sem respaldo de informações consistentes, desde já saliento que em caso de procedência da ação, não haverá condenação da parte requerida ao pagamento das referidas despesas;h) Cumpra-se, providenciando e expedindo o necessário." ADVERTÊNCIAS À PARTE: 1. O prazo para contestação é contado do término do prazo deste edital. 2. Não sendo contestada a ação, o réu será considerado revel e presumir-se-ão aceitos como verdadeiros os fatos alegados pela parte autora (art. 344, do CPC). Os prazos contra o revel que não tenha advogado constituído nos autos contarão da data da publicação do ato no Diário de Justiça Eletrônico - DJe (art. 346, do CPC). 3. A contestação deverá ser assinada por advogado ou por defensor público. 4. O prazo será contado em dobro em caso de réu (s) patrocinado pela Defensoria Pública (art. 186 do CPC) ou Escritórios de Prática Jurídica das Faculdades de Direito (§3º do art. 186 CPC) e caso o requerido seja a Fazenda Pública (art. 183 do CPC) ou o Ministério Público (art. 186 do CPC). E, para que chegue ao conhecimento de todos e que ninguém, no futuro, possa alegar ignorância, expediu-se o presente Edital que será afixado no lugar de costume e publicado na forma da Lei. Eu, JULIENNE DE MELO KILL AGUIRRE, digitei. CÁCERES, 22 de julho de 2025. JULIENNE DE MELO KILL AGUIRRE Gestor(a) Judiciário(a) Autorizado(a) pelo Provimento nº 56/2007-CGJ OBSERVAÇÕES: O processo está integralmente disponibilizado pelo Sistema PJe - Processo Judicial Eletrônico, no endereço https://pjeinstitucional.tjmt.jus.br, nos TERMOS DO ARTIGO 9.º DA LEI 11.419/2006. INSTRUÇÕES DE ACESSO: Para acessar as peças e atos judiciais vinculados a este documento, acesse o endereço: > https://m.tjmt.jus.br/home, pelo seu navegador de internet. No celular: com o aplicativo aberto, acesse o serviço “Leia aqui seu código” e dê permissão para o aplicativo acessar a câmera do seu celular.Com a câmera habilitada, aponte para o QRCODE. No computador: com o portal aberto, acesse o serviço “Leia aqui seu código”, clique na lupa localizada na parte superior direita e digite o “Código” localizado abaixo do QRCODE. Caso V. S.ª não consiga consultar os documentos via internet, deverá comparecer à Unidade Judiciária (endereço acima indicado) para ter acesso, bem como proceder o seu cadastramento ao sistema. ADVOGADO: 1) O advogado deverá proceder à habilitação em cada processo que pretenda atuar, exclusivamente através da funcionalidade “Solicitar Habilitação”, sob pena de não conhecimento dos atos praticados. (Art. 21 da Resolução nº 03/2018-TP). 2) Quando da resposta a este expediente, deve ser selecionada o ícone de resposta a que ela se refere, localizada na aba “Expedientes” no “Painel do Representante Processual”, sob pena de o sistema não vincular a petição de resposta à intimação, com o consequente lançamento de decurso de prazo. Para maiores informações, favor consultar o Manual do PJe para Advogados em https://pjeinstitucional.tjmt.jus.br/#!suporte.

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Processo nº 1002308-38.2025.8.11.0000

ID: 256481102

Tribunal: TJMT Órgão: Turma de Câmaras Cíveis Reunidas de Direito Público e Coletivo Classe: MANDADO DE SEGURANçA CíVEL Nº Processo: 1002308-38.2025.8.11.0000

Data de Disponibilização: 14/04/2025

Polo Ativo:

LETICIA GONCALVES VIANA DA SILVA

Polo Passivo:

Acórdão

Advogados:

ELEN REGINA DE CAMPOS GONCALVES

OAB/MT XXXXXX Desbloquear

ESTADO DE MATO GROSSO PODER JUDICIÁRIO TURMA DE CÂMARAS CÍVEIS REUNIDAS DE DIREITO PÚBLICO E COLETIVO Número Único: 1002308-38.2025.8.11.0000 Classe: MANDADO DE SEGURANÇA CÍVEL (120) Assunto: [Gestan… ESTADO DE MATO GROSSO PODER JUDICIÁRIO TURMA DE CÂMARAS CÍVEIS REUNIDAS DE DIREITO PÚBLICO E COLETIVO Número Único: 1002308-38.2025.8.11.0000 Classe: MANDADO DE SEGURANÇA CÍVEL (120) Assunto: [Gestante / Adotante / Paternidade] Relator: Des(a). LUIZ OCTAVIO OLIVEIRA SABOIA RIBEIRO Turma Julgadora: [DES(A). LUIZ OCTAVIO OLIVEIRA SABOIA RIBEIRO, DES(A). DEOSDETE CRUZ JUNIOR, DES(A). HELENA MARIA BEZERRA RAMOS, DES(A). MARCOS AURELIO DOS REIS FERREIRA, DES(A). MARIA APARECIDA FERREIRA FAGO, DES(A). MARIA APARECIDA RIBEIRO, DES(A). MARIA EROTIDES KNEIP, DES(A). MARIO ROBERTO KONO DE OLIVEIRA, DES(A). RODRIGO ROBERTO CURVO] Parte(s): [ELEN REGINA DE CAMPOS GONCALVES - CPF: 523.011.921-72 (ADVOGADO), LETICIA GONCALVES VIANA DA SILVA - CPF: 032.379.751-25 (IMPETRANTE), SECRETARIO DE SAUDE DE MATO GROSSO (IMPETRADO), SECRETÁRIO DE ESTADO DE SAÚDE DE MATO GROSSO (IMPETRADO), ESTADO DE MATO GROSSO - CNPJ: 03.507.415/0020-07 (TERCEIRO INTERESSADO), MINISTERIO PUBLICO DO ESTADO DE MATO GROSSO - CNPJ: 14.921.092/0001-57 (CUSTOS LEGIS)] A C Ó R D Ã O Vistos, relatados e discutidos os autos em epígrafe, a TURMA DE CÂMARAS CÍVEIS REUNIDAS DE DIREITO PÚBLICO E COLETIVO do Tribunal de Justiça do Estado de Mato Grosso, sob a Presidência Des(a). MARCIO VIDAL, por meio da Turma Julgadora, proferiu a seguinte decisão: POR UNANIMIDADE, CONCEDEU A SEGURANÇA, NOS TERMOS DO VOTO DO RELATOR, DES. LUIZ OCTAVIO OLIVEIRA SABOIA RIBEIRO. E M E N T A DIREITO CONSTITUCIONAL E ADMINISTRATIVO. MANDADO DE SEGURANÇA. LICENÇA MATERNIDADE. SERVIDORA PÚBLICA EM CARGO COMISSIONADO. DIREITO À PRORROGAÇÃO DO PERÍODO DE LICENÇA PARA 180 DIAS. ISENÇÃO DE DISTINÇÃO ENTRE REGIMES FUNCIONAIS. PRINCÍPIO DA ISONOMIA. SEGURANÇA CONCEDIDA. I. Caso em exame 1. Mandado de segurança impetrado por servidora ocupante de cargo comissionado, contra ato administrativo do Secretário de Estado de Infraestrutura e Logística e do Governador do Estado de Mato Grosso, visando à prorrogação de sua licença-maternidade para 180 dias, conforme previsto na legislação estadual. II. Questão em discussão 2. A questão em discussão consiste em determinar se a impetrante, ocupante de cargo comissionado, tem direito à prorrogação da licença-maternidade para 180 dias, conforme estabelecido pela Lei Complementar Estadual n. 04/1990, alterada pela Lei Complementar n. 330/2008, independentemente de sua vinculação ao Regime Geral de Previdência Social (RGPS). III. Razões de decidir 3. A legislação estadual, ao estender a licença-maternidade para 180 dias às servidoras públicas, não faz distinção entre cargos efetivos e comissionados, reconhecendo o direito ao benefício para todas as servidoras estaduais. 4. O princípio da isonomia exige tratamento igualitário para servidoras em condições funcionais idênticas, especialmente em temas relativos à proteção à maternidade e à primeira infância, que transcendem a distinção entre cargos efetivos e comissionados. 5. A jurisprudência do TJ-MT e do STJ é pacífica em assegurar o direito à licença-maternidade de 180 dias, sem discriminação, para servidoras públicas estaduais, incluindo as ocupantes de cargos comissionados, pautando-se na proteção da mãe e do recém-nascido, bem como na formação do vínculo afetivo. IV. Dispositivo e tese 6. Segurança concedida, confirmando a liminar previamente deferida para garantir à impetrante a prorrogação da licença-maternidade por mais 60 dias, totalizando 180 dias de afastamento. Tese de julgamento: "1. As servidoras estaduais têm direito à licença-maternidade de 180 dias, conforme previsto na legislação estadual, sem distinção entre cargos efetivos e comissionados. 2. O princípio da isonomia veda discriminação entre servidoras públicas quanto ao benefício de licença-maternidade, garantindo proteção igualitária à maternidade e à primeira infância." Dispositivos relevantes citados: CF/1988, art. 7º, inc. XVIII; art. 39, § 3º; LC/MT n. 04/1990, art. 235, alterada pela LC n. 330/2008 Jurisprudência relevante citada: TJ-MT, MS Cível nº 1001148-12.2024.8.11.0000, Rel. Maria Aparecida Ferreira Fago, j. 04/04/2024; TJ-MT, AgInt nº 10132105520228110000, Rel. Mário Roberto Kono de Oliveira, j. 06/10/2022; STJ. R E L A T Ó R I O EXMO. DES. LUIZ OCTÁVIO O. SABOIA RIBEIRO Egrégia Turma: Trata-se de mandado de segurança impetrado por LETICIA GONCALVES VIANA DA SILVA contra ato supostamente ilegal praticado pelo SECRETÁRIO DE ESTADO DE SAÚDE DE MATO GROSSO, consubstanciado na concessão de licença maternidade de apenas de 120 (cento e vinte) dias. A Impetrante aduz que pleiteou a prorrogação da licença por mais 60 dias, nos termos do art. 235 da Lei Complementar Estadual n.º 04/90, que prevê a concessão de 180 dias consecutivos de licença à servidora gestante. Contudo, o pedido foi indeferido sob o argumento de que o seu vínculo é temporário e que a prorrogação seria restrita às servidoras efetivas, razão pela qual defende que a decisão da parte impetrada fere o princípio da isonomia. Além disso, sustenta que a não prorrogação imediata poderá acarretar prejuízos irreparáveis tanto a ela quanto ao seu filho recém-nascido, que possui necessidades especiais decorrentes de problemas renais desde o nascimento. Por essa razão, pleiteia o deferimento de medida liminar para garantir o direito à prorrogação da licença maternidade por mais 60 dias a partir de 12/02/2025. No mérito, requer a concessão da segurança. A liminar foi concedida, conforme Id. 265640755. Embora intimados, tanto a autoridade tida como coatora, como o Estado de Mato Grosso, deixaram transcorrer o prazo sem qualquer manifestação. A Procuradoria-Geral de Justiça opinou pela concessão da segurança (id. 275031396). É o relatório. V O T O R E L A T O R DES. LUIZ OCTÁVIO O. SABOIA RIBEIRO Egrégia Turma: O mandado de segurança é remédio constitucional destinado a proteger direito líquido e certo, não amparado por habeas corpus ou habeas data, quando o responsável pela ilegalidade ou abuso de poder for autoridade pública ou agente de pessoa jurídica no exercício de atribuições do Poder Público, conforme preconiza o art. 1º da Lei nº 12.016/2009. Na hipótese, a impetrante pretende a concessão da ordem para que seja determinado à autoridade coatora que lhe conceda licença maternidade pelo prazo de 180 (cento e oitenta) dias, reputando ilegal o ato administrativo que lhe conferiu apenas 120 (cento e vinte) dias. De fato, a Constituição Federal, em seu artigo 7o, inciso XVIII, garante, como direito mínimo da trabalhadora gestante, seja ela submetida ao regime da CLT, seja a regime único de servidor público, sem prejuízo do emprego e do salário, a licença-maternidade de 120 (cento e vinte) dias. O direito à licença-maternidade descrito acima, foi estendido aos ocupantes de cargo público, consoante o disposto no artigo 39, § 3o, da Carta Magna que assim assegura: Art. 39. (..). (...) § 3º - Aplica-se aos servidores ocupantes de cargo público o disposto no art. 7º, IV, VII, VIII, IX, XII, XIII, XV, XVI, XVII, XVIII, XIX, XX, XXII e XXX, podendo a lei estabelecer requisitos diferenciados de admissão quando a natureza do cargo o exigir. Ocorre que a Lei Complementar Estadual n. 04/1990, com as alterações previstas na Lei Complementar n. 330/2008, ampliou o prazo da licença-maternidade, sem fazer qualquer distinção entre as servidoras efetivas e aquelas empregadas sob o regime de contratação temporária, senão vejamos: Art. 235 - Será concedida licença à servidora gestante por um período de 180 (cento e oitenta) dias consecutivos, sem prejuízo da remuneração, mediante inspeção médica. Não bastasse isso, a Lei Federal n. 11.770/2008, que criou o “Programa Empresa Cidadã”, destinado à prorrogação em 60 (sessenta) dias da licença-maternidade, mediante concessão de incentivos fiscais, foi editada pelo Congresso Nacional Brasileiro, dispondo em seu artigo 2o, o seguinte: Art. 2º - É a administração pública, direta, indireta e fundacional, autorizada a instituir programa que garanta prorrogação da licença-maternidade para suas servidoras, nos termos do que prevê o art. 1º desta Lei. Desta feita, deve ser garantido à impetrante o gozo da licença-maternidade conforme preconizado na legislação local, ainda que esta seja direcionada a um determinado grupo funcional, principalmente porque inexistem elementos significativos que justifiquem o tratamento diferenciado entre servidores que se encontrem em situações idênticas, seja qualifica para a natureza do vínculo funcional – efetivo, comissionado ou temporário – sob pena de infringir o princípio constitucional da isonomia. Logo, restando incontroverso o cargo ocupado pela impetrante e o trabalho por ela desenvolvido, bem como o nascimento de seu filho, deve lhe ser garantido a licença maternidade pelo prazo de 180 dias. Importante frisar que a licença-maternidade transcende a mera proteção materna, eis que a intenção maior é salvaguardar o recém-nascido, que exige a presença, zelo e dedicação da figura materna, essenciais para o desenvolvimento do vínculo afetivo entre ambos. Nesse sentido é o entendimento assente desta Turma Julgadora: MANDADO DE SEGURANÇA – SERVIDORA PÚBLICA – CONTRATO TEMPORÁRIO – LICENÇA MATERNIDADE – DIREITO GARANTIDO CONSTITUCIONALMENTE – GOZO DO BENEFÍCIO POR 180 (CENTO E OITENTA) DIAS – POSSIBILIDADE – ART. 235, DA LEI COMPLEMENTAR N.º 04/90, ALTERADO PELA LEI COMPLEMENTAR N.º 330/2008 – PRECEDENTES – LIMINAR CONFIRMADA – SEGURANÇA CONCEDIDA. 1. Sabe-se que a licença maternidade encontra seu fundamento na proteção, cuidado e amparo da criança, da mãe (biológica ou adotiva) e, também, do vínculo afetivo entre estes, que deve ser preservado nesses primeiros contatos, assegurando um relacionamento emocional saudável. 2. O Estado de Mato Grosso, por meio da Lei Complementar n.º 330/2008, regulamentou a matéria, reconhecendo o direito do afastamento de 180 (cento e oitenta) dias as servidoras estaduais, sem qualquer diferenciação entre elas, seja cargo efetivo, seja cargo precário. 3. Liminar confirmada, segurança concedida. (TJ-MT - MANDADO DE SEGURANÇA CÍVEL: 1001148-12.2024.8.11.0000, Relator: MARIA APARECIDA FERREIRA FAGO, Data de Julgamento: 04/04/2024, Turma de Câmaras Cíveis Reunidas de Direito Público e Coletivo, Data de Publicação: 15/04/2024) AGRAVO INTERNO – MANDADO DE SEGURANÇA – CONTRATO TEMPORÁRIO – VÍNCULO PRECÁRIO – SERVIDORA VINCULADA À SECRETARIA ESTADUAL DE SAÚDE – GRAVIDEZ – LICENÇA MATERNIDADE – DIREITO GARANTIDO CONSTITUCIONALMENTE – GOZO DO BENEFÍCIO POR 180 DIAS – POSSIBILIDADE – ART. 235 DA LEI COMPLEMENTAR N. 04/90 ALTERADO PELA LEI COMPLEMENTAR 330/2008 – PRECEDENTES DA TURMA E DO COLENDO STJ – RECURSO NÃO PROVIDO. Sabe-se que a licença maternidade encontra seu fundamento na proteção, cuidado e amparo da criança, da mãe (biológica ou adotiva) e, também, do vínculo afetivo entre estes, que deve ser preservado nesses primeiros contatos, assegurando um relacionamento emocional saudável. De acordo com a jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça, as servidoras públicas, incluídas as contratadas a título precário, independentemente do regime jurídico de trabalho, possuem direito à licença-maternidade e à estabilidade provisória, desde a confirmação da gravidez até cinco meses após o parto, consoante dispõem os arts. 7º, XVIII, da Constituição Federal e 10, II, b, do ADCT, sendo a elas assegurada a indenização correspondente às vantagens financeiras pelo período constitucional da estabilidade ( AgRg no RMS 27308 / RS, MINISTRO RELATOR SEBASTIÃO REIS JUNIOR, SEXTA TURMA, DJe 28/10/2013). O Estado de Mato Grosso, por meio da Lei Complementar n. 330/2008, regulamentou a matéria, reconhecendo o direito do afastamento de 180 dias as servidoras estaduais, sem qualquer diferenciação entre elas, seja cargo efetivo, seja cargo precário. Agravo interno não provido. (TJ-MT 10132105520228110000 MT, Relator: MARIO ROBERTO KONO DE OLIVEIRA, Data de Julgamento: 06/10/2022, Turma de Câmaras Cíveis Reunidas de Direito Público e Coletivo, Data de Publicação: 21/10/2022)– grifei. Diante do exposto, ratificando a liminar anteriormente deferida, CONCEDO A SEGURANÇA pleiteada para determinar que a autoridade coatora prorrogue a licença maternidade da impetrante por mais 60 (sessenta) dias, a contar do término do período inicialmente concedido, totalizando 180 (cento e oitenta) dias de afastamento, sob pena de multa. É como voto. Data da sessão: Cuiabá-MT, 03/04/2025

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