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Evelyne Campos Podolan x Mercado Pago Instituicao De Pagamento Ltda

ID: 330394695

Tribunal: TJMT Órgão: 7º JUIZADO ESPECIAL CÍVEL DE CUIABÁ Classe: PROCEDIMENTO DO JUIZADO ESPECIAL CíVEL Nº Processo: 1036183-93.2025.8.11.0001

Data de Disponibilização: 21/07/2025

Polo Ativo:

EVELYNE CAMPOS PODOLAN

Polo Passivo:

MERCADO PAGO INSTITUICAO DE PAGAMENTO LTDA

Decisão

Advogados:

JOAO THOMAZ PRAZERES GONDIM REGISTRADO(A) CIVILMENTE COMO JOAO THOMAZ PRAZERES GONDIM

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JADSON SOUZA NOBRE

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SARAH FURTADO SANTANA

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RAIANE ROSSETTO STEFFEN

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ESTADO DE MATO GROSSO PODER JUDICIÁRIO 7º JUIZADO ESPECIAL CÍVEL DE CUIABÁ DECISÃO Processo: 1036183-93.2025.8.11.0001. AUTOR: EVELYNE CAMPOS PODOLAN REU: MERCADO PAGO INSTITUICAO DE PAGAMENTO LTDA V…

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Processo nº 1036183-93.2025.8.11.0001

ID: 282248273

Tribunal: TJMT Órgão: 7º JUIZADO ESPECIAL CÍVEL DE CUIABÁ Classe: PROCEDIMENTO DO JUIZADO ESPECIAL CíVEL Nº Processo: 1036183-93.2025.8.11.0001

Data de Disponibilização: 28/05/2025

Polo Ativo:

EVELYNE CAMPOS PODOLAN

Polo Passivo:

Intimação

Advogados:

JADSON SOUZA NOBRE

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SARAH FURTADO SANTANA

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RAIANE ROSSETTO STEFFEN

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PODER JUDICIÁRIO DO ESTADO DE MATO GROSSO 7º JUIZADO ESPECIAL CÍVEL DE CUIABÁ / Juiz Titular 2 DISTRIBUIÇÃO E INTIMAÇÃO PROCESSO n. 1036183-93.2025.8.11.0001 Valor da causa: R$ 10.000,00 ESPÉCIE: [In… PODER JUDICIÁRIO DO ESTADO DE MATO GROSSO 7º JUIZADO ESPECIAL CÍVEL DE CUIABÁ / Juiz Titular 2 DISTRIBUIÇÃO E INTIMAÇÃO PROCESSO n. 1036183-93.2025.8.11.0001 Valor da causa: R$ 10.000,00 ESPÉCIE: [Indenização por Dano Moral, Indenização por Dano Moral, Resolução de conflito]->PROCEDIMENTO DO JUIZADO ESPECIAL CÍVEL (436) POLO ATIVO: Nome: EVELYNE CAMPOS PODOLAN Endereço: RUA QUARENTA E QUATRO, 41, n 41, Apto 701, BOA ESPERANÇA, CUIABÁ - MT - CEP: 78068-505 POLO PASSIVO: Nome: MERCADO PAGO INSTITUICAO DE PAGAMENTO LTDA Endereço: AV DAS NACOES UNIDAS, 3003, PARTE E, BONFIM, SÃO PAULO - SP - CEP: 02675-031 A presente, tem por finalidade a INTIMAÇÃO de Vossa Senhoria na qualidade de parte requerente, para comparecer à Audiência Designada, estando os documentos vinculados disponíveis no Portal de Serviços do Tribunal de Justiça do Estado de Mato Grosso, cujas instruções de acesso seguem abaixo descritas. DADOS DA AUDIÊNCIA: AUDIÊNCIA DE CONCILIAÇÃO VIRTUAL designada Tipo: Conciliação juizado Sala: Sala 1 - 7ºJEC Cuiabá Data: 26/06/2025 Hora: 17:40 (fuso horário oficial de Mato Grosso), na modalidade videoconferência, que será realizada através do link, retirado do portal abaixo informado. Consigno que a participação à audiência virtual pode ser realizada de diversas formas, utilizando o aplicativo “Microsoft Teams”. Ressalto que as partes são responsáveis pela funcionalidade do equipamento utilizado para o acesso à audiência. Link de acesso ao Portal de Audiências de Conciliação https://aud.tjmt.jus.br/ Para obtenção do link na íntegra, deverá clicar no texto acima com o botão direito do mouse e escolher a opção "copiar endereço do link". Para acessar o portal de audiências a parte deve: 1- Acessar o link acima ou scanear o QR code, 2- Já no site do Portal de Audiências, clicar no "Menu", entrar na aba "Salas Virtuais de Audiências", 3- Escolher a aba da Unidade Judicial, 4- escolher a sala de audiência designada e clicar em "acessar". - Para utilização de smartphone é necessário a instalação prévia do aplicativo Teams (antes de acessar o link da audiência), que se encontra disponível gratuitamente na loja virtual de aplicativos, sendo desnecessário a criação/abertura de uma “conta Microsoft”. - Tutorial de utilização do Teams para Acesso as audiências (https://www.youtube.com/watch?v=4t3zOpasD1s&list=PLL9e2waGUuu_vNAjdsBfn2jJkbs7s3Iyd&index=5) ADVERTÊNCIA(S): 1. O não comparecimento à audiência designada e não sendo apresentada justificativa até o inicio da audiência, implicará na extinção e arquivamento do processo, nos termos do artigo 51, inciso I, da Lei nº 9.099/95, com a condenação ao pagamento das custas processuais. 2. Deverá(ão) o(a, s) citando(a, s)/intimando(a, s) comparecer devidamente trajado(a, s) e portando documentos pessoais. Caso a parte não possua recursos tecnológicos para participação do ato (computador ou smartphone, software e acesso à internet), deverá comparecer pessoalmente no CEJUSC dos Juizados, nos endereços disponíveis no Portal de Audiência, portando documento pessoal, na data e horário acima, para viabilizar a sua participação, onde haverá uma sala preparada com equipamento e todas as condições necessárias. Apresentação de documento de identificação das partes: As partes deverão portar documento de identidade com foto, de preferência atualizado, a ser apresentado na audiência. Saliento, por oportuno, que a nulidade estabelecida no artigo 272, parágrafo 5º do CPC (exclusividade de intimações), não se aplica nos juizados especiais, conforme preconiza o Enunciado Cível n.º 169, que assim dispõe: "ENUNCIADO 169 - O disposto nos §§ 1.º e 5.º do art. 272 do CPC/2015 não se aplica aos Juizados Especiais (XLI Encontro - Porto Velho-RO)." Erro de intepretao na linha: ' CONTATO DO ${processoTrfHome.orgaoJulgador.orgaoJulgador} TELEFONE: #{processoTrfHome.orgaoJulgador.numeroTelefoneFormatado} ': Expression cannot contain both #{..} and ${..} : CONTATO DO ${processoTrfHome.orgaoJulgador.orgaoJulgador} TELEFONE: #{processoTrfHome.orgaoJulgador.numeroTelefoneFormatado} CUIABÁ, 27 de maio de 2025

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Evelyne Campos Podolan x Mercado Pago Instituicao De Pagamento Ltda

ID: 316274334

Tribunal: TJMT Órgão: 7º JUIZADO ESPECIAL CÍVEL DE CUIABÁ Classe: PROCEDIMENTO DO JUIZADO ESPECIAL CíVEL Nº Processo: 1036183-93.2025.8.11.0001

Data de Disponibilização: 04/07/2025

Polo Ativo:

EVELYNE CAMPOS PODOLAN

Polo Passivo:

MERCADO PAGO INSTITUICAO DE PAGAMENTO LTDA

Sentença

Advogados:

JOAO THOMAZ PRAZERES GONDIM

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JADSON SOUZA NOBRE

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SARAH FURTADO SANTANA

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RAIANE ROSSETTO STEFFEN

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ESTADO DE MATO GROSSO PODER JUDICIÁRIO 7º JUIZADO ESPECIAL CÍVEL DE CUIABÁ SENTENÇA Processo: 1036183-93.2025.8.11.0001. AUTOR: EVELYNE CAMPOS PODOLAN REU: MERCADO PAGO INSTITUICAO DE PAGAMENTO LTDA … ESTADO DE MATO GROSSO PODER JUDICIÁRIO 7º JUIZADO ESPECIAL CÍVEL DE CUIABÁ SENTENÇA Processo: 1036183-93.2025.8.11.0001. AUTOR: EVELYNE CAMPOS PODOLAN REU: MERCADO PAGO INSTITUICAO DE PAGAMENTO LTDA Vistos, etc. Fundamento e decido. Trata-se de AÇÃO INDENIZATÓRIA POR DANOS MORAIS proposta por EVELYNE CAMPOS PODOLAN em desfavor de MERCADO PAGO INSTITUIÇÃO DE PAGAMENTO LTDA. 1-DAS PRELIMINARES SUSCITADAS 1.1 AUSÊNCIA DE DOCUMENTOS BÁSICOS O requerido alega a parte autora não juntou à inicial os documentos úteis à comprovação do seu direito. Contudo, a preliminar se confunde com o mérito e com ele será analisada. AUSÊNCIA DE COMPROVANTE DE RESIDÊNCIA EMITIDO POR CONCESSIONÁRIA DE SERVIÇO PÚBLICO Levanta preliminar alegando que a parte reclamante não juntou nenhum comprovante de residência emitido por concessionária de serviço público, tal fato é de menor importância e não improcede pode obstaculizar o acesso à justiça, o formalismo excessivo não pode obstaculizar acesso à justiça, como direito fundamental que é. Ademais a fatura de telefone anexada é suficiente para fins de comprovação de residência. Dessa feita, resta afastada a preliminar. 2-DA INVERSÃO DO ÔNUS DA PROVA Destarte, apesar de a presente ação tratar de relação de consumo – consistente na deficiência de prestação de serviços – a parte reclamante não está dispensada de cooperar para o deslinde do feito. Igualmente, não podemos confundir a inversão do ônus da prova, deferida em casos de hipossuficiência do consumidor, com a ausência de dever pela parte de consignar ao menos indícios de suas alegações. A inversão do ônus da prova é técnica de julgamento. A reclamada tem o ônus de provar aquilo que é apto dentro de sua realidade. Apenas isso. Assim, a reclamante não se furtará ao dever de cooperar com a solução processual. Não se pode transformar a técnica de julgamento de inversão do ônus da prova em verdadeira prova diabólica, sob pena de obrigarmos a reclamada a comprovar todas as nuances fáticas e legais, mesmo aquelas que estejam fora de sua esfera de conhecimento. 3- MÉRITO No caso, não havendo vício que possa obstar o regular prosseguimento do feito, passo a conhecer do pedido, porque o caso comporta o julgamento antecipado da lide, nos termos do art. 355, I, do Código de Processo Civil, porquanto presentes os pré-requisitos para julgamento desta forma, pelo que se depreende da matéria sub judice e da análise do processo, demonstrando que a dilação probatória é despicienda. In summa, a autora alega que é titular de cartão de crédito vinculado à instituição ré, Mercado Pago, o qual sempre foi utilizado de forma regular e com as faturas pagas tempestivamente. Informa que no mês de maio de 2025, a fatura do cartão foi devidamente paga pela autora no dia 16/05/2025 no valor de R$ 1.550,42, por meio de PIX, conforme usualmente realizado nas faturas anteriores, sendo inclusive confirmada a quitação pelo próprio sistema/aplicativo da instituição. Contudo, desde o dia 25/05/2025, a ré bloqueou o uso do cartão de crédito, sob a justificativa de que haveria uma fatura em aberto, supostamente referente ao mês de junho, o qual sequer havia iniciado. Afirma que buscou solucionar o impasse com a ré, no entanto, sem êxito. Em razão do exposto requer a condenação do requerido em danos morais. O requerido apresentou defesa alegando que ao inabilitar a Parte Autora, agiu em estrito cumprimento de seu dever legal, já que está obrigado a garantir a segurança de seus serviços e de seus usuários, na forma da Circular BACEN n° 3680/2013. Alega ausência de ilegalidade, por fim, pugna pela improcedência do pedido da autora. Pois bem. Na espécie, trata-se de relação jurídica na qual deve ser aplicado o Código de Defesa do Consumidor (Lei nº 8.078/90), tendo em vista a adequação das partes ao conceito de fornecedor e consumidor, art. 2º, caput, e art. 3º, caput, do CDC. Em síntese, o cerne da controvérsia consiste em analisar a alegada falha na prestação de serviço pela parte requerida, em relação ao bloqueio da conta da autora. No caso, resta incontroverso o bloqueio na conta da autora, pois em sua defesa o requerido alega liberdade de contratação, informando que ao inabilitar a Parte Autora, agiu em estrito cumprimento de seu dever legal. Constituída a prova mínima do direito alegado, incumbe à parte reclamada o ônus de sua desconstituição, o que não o fez, pois não trouxe qualquer documento que indique a prévia notificação da autora acerca do bloqueio, não apresentou qualquer comprovação de ilícito praticado pela autora que ensejasse as medidas adotadas. A medida adotada pelo requerido revelou-se desproporcional e abusiva, porquanto o bloqueio da conta da autora. Desse modo, configurada a responsabilidade do requerido quanto ao dano sofrido pelo autor em decorrência da falha na prestação do serviço, resta estabelecido o dever de indenizar, seja moralmente ou pelos prejuízos suportados pelo consumidor que se viu tolhida da utilização do serviço, sem justificativa aparente. Assim, tenho que o valor de R$ 3.000,00 (três mil reais) a título de indenização por danos morais mostra-se mais compatível, considerando as particularidades do pleito e dos fatos assentados, porquanto ajustado comando disposto no artigo 944 do Código Civil bem como observados os princípios da moderação, razoabilidade, equidade e proporcionalidade na fixação do quantum indenizatório, respeitado ainda o duplo caráter punitivo e pedagógico da condenação, observando que o bloqueio ocorreu por apenas dois dias, não havendo provas de outros prejuízos que justifiquem a elevação do valor da indenização. 4- DISPOSITIVO Pelo exposto e por tudo mais que dos autos consta, nos termos do art. 487, inciso I do CPC JULGO PARCIALMENTE PROCEDENTE os pedidos da inicial para CONDENAR o requerido a compensar a autora pelos danos morais sofridos, no valor de R$ 3.000,00 (três mil reais). Saliento que em relação aos danos morais, o valor arbitrado deverá ser acrescido de correção monetária pelo índice oficial - IPCA, desde o seu arbitramento, conforme súmula 362 do STJ, e juros de mora calculados conforme a TAXA LEGAL divulgada pelo Banco Central do Brasil, observando-se a metodologia estabelecida nos §§ 1º a 3º do artigo 406 do Código Civil, deduzido o índice de atualização monetária (IPCA), a partir da citação válida. Sem custas processuais e honorários advocatícios (art. 54 e art. 55 da lei nº 9.099/95). Transitada em julgado, ao arquivo, com as devidas baixas. Intimem-se. Cumpra-se, expedindo-se o necessário. Consoante o disposto no art. 40, da Lei nº. 9.099/95, submeto o presente processo à apreciação da Meritíssima Juíza de Direito. Juliana Vettori Santamaria Juíza Leiga Vistos etc. Homologo, para que produza seus jurídicos e legais efeitos, o projeto de sentença elaborado pela Juíza Leiga, na forma do artigo 40 da Lei n. 9.099/1995. Preclusa a via recursal, em nada sendo requerido, arquivem-se os autos com as baixas e anotações de estilo. Cumpra-se. Cuiabá/MT, data registrada no Sistema. Patrícia Ceni Juíza de Direito

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Processo nº 1036183-30.2024.8.11.0001

ID: 263074619

Tribunal: TJMT Órgão: Segunda Turma Recursal Classe: RECURSO INOMINADO CíVEL Nº Processo: 1036183-30.2024.8.11.0001

Data de Disponibilização: 30/04/2025

Polo Ativo:

Polo Passivo:

F. A. LEITE - SERVICOS - ME FRANCISCO AGOSTINHO LEITE

Intimação

Advogados:

ROSIMAR DOMINGUES DOS REIS DOS SANTOS REGISTRADO(A) CIVILMENTE COMO ROSIMAR DOMINGUES DOS REIS DOS SANTOS

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MATHEUS TOSTES CARDOSO

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ESTADO DE MATO GROSSO PODER JUDICIÁRIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA GABINETE 3. SEGUNDA TURMA RECURSAL RECURSO INOMINADO 1036183-30.2024.8.11.0001 RECORRENTE: BANCO DO BRASIL SA, ITAÚ UNIBANCO S.A. RECORRIDO:… ESTADO DE MATO GROSSO PODER JUDICIÁRIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA GABINETE 3. SEGUNDA TURMA RECURSAL RECURSO INOMINADO 1036183-30.2024.8.11.0001 RECORRENTE: BANCO DO BRASIL SA, ITAÚ UNIBANCO S.A. RECORRIDO: F. A. LEITE - SERVICOS - ME, FRANCISCO AGOSTINHO LEITE SÚMULA DE JULGAMENTO DIREITO CIVIL E DO CONSUMIDOR. RECURSO INOMINADO. FINANCIAMENTO DE VEÍCULO. ALIENAÇÃO FIDUCIÁRIA. FALHA NA BAIXA DO GRAVAME E TRANSFERÊNCIA DE PROPRIEDADE. NEGATIVAÇÃO INDEVIDA DO CNPJ. DANO MORAL CONFIGURADO. RESPONSABILIDADE OBJETIVA DOS BANCOS ENVOLVIDOS. RECURSO NÃO PROVIDO. 1. Hipótese em que as partes recorrentes pleiteiam o julgamento de improcedência dos pedidos contidos na inicial. 2. A situação fática foi analisada detalhadamente na sentença de primeiro grau, que merece ser mantida pelos próprios fundamentos, nos termos do artigo 46 da Lei 9.099/1995: “O Banco do Brasil também alega que não possui legitimidade passiva para figurar no polo da demanda, uma vez que o financiamento do veículo teria sido quitado e o gravame se relaciona à operação de financiamento realizada com o Itaú Unibanco. Argumenta que não há responsabilidade do banco pela manutenção do gravame ou pela falha na transferência do veículo. Entretanto, essa preliminar não merece acolhimento. O Banco do Brasil, como credor fiduciário, tem responsabilidade direta sobre a regularização do gravame e da propriedade do veículo financiado. Após a quitação do contrato de financiamento, é dever do credor providenciar a baixa do gravame e a regularização dos registros junto ao DETRAN/MT, conforme prevê o artigo 1.367 do Código Civil e o artigo 123, §1º, do Código de Trânsito Brasileiro. A responsabilidade pela manutenção do gravame, mesmo após a quitação, constitui falha na prestação de serviços, sendo o Banco do Brasil parte legítima para figurar no polo passivo da presente ação, juntamente com o Itaú Unibanco, que teve envolvimento direto na operação de seguro do veículo sinistrado. Portanto, rejeito a preliminar de ilegitimidade passiva do Banco do Brasil. 2. No mérito a ação procedente. III- FUNDAMENTAÇÃO No mérito, verifica-se que o autor adquiriu o veículo Fiat Uno por meio de financiamento junto ao Banco do Brasil e, após o sinistro, o financiamento foi quitado pela seguradora do Itaú Unibanco. No entanto, os réus não providenciaram a transferência do veículo e a baixa da alienação fiduciária, o que resultou na cobrança indevida de débitos de IPVA e na negativação do CNPJ da autora em dívida ativa. A omissão dos réus em realizar a transferência e a baixa do gravame configura violação dos deveres contratuais e legais que lhes cabem. A regularização do veículo após a quitação do financiamento é de responsabilidade das instituições financeiras, que devem promover a transferência do bem e a baixa da alienação fiduciária junto ao DETRAN. A não realização desses procedimentos implica em falha na prestação de serviços, sujeitando os réus à responsabilidade objetiva prevista no artigo 14 do Código de Defesa do Consumidor. Ficou demonstrado que, devido a essa omissão, a autora foi compelida a pagar R$ 4.526,73 para regularizar sua situação fiscal e evitar novos protestos em seu nome. Esse valor foi pago indevidamente e deve ser restituído pela parte ré. O autor comprovou o pagamento indevido de R$ 4.526,73, referente aos débitos de IPVA e às custas cartoriais, gerados pela omissão dos réus em transferir o veículo e dar baixa no gravame. Portanto, esse valor deve ser integralmente restituído, corrigido monetariamente pelo IPCA desde a data do pagamento e acrescido de juros de mora de 1% ao mês, contados da citação. A inscrição indevida do CNPJ da autora em dívida ativa e a cobrança de débitos fiscais indevidos configuram dano moral, conforme pacificado pela jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça (STJ), que entende que a negativação indevida de nome ou CNPJ gera dano moral in re ipsa, ou seja, presumido pela própria ocorrência do fato. A conduta dos réus expôs a autora a uma situação de constrangimento e abalo à sua reputação empresarial, afetando sua imagem perante o mercado. Diante do exposto, fixo a indenização por danos morais em R$ 3.000,00 (três mil reais), valor proporcional aos transtornos e prejuízos causados pela falha na prestação de serviços dos réus. III – DISPOSITIVO Posto isso, com fulcro no art. 487, inciso I do CPC, OPINO pela PARCIAL PROCEDÊNCIA do pedido inicial, para: 1) Determinar que os réus providenciem a baixa do gravame e a regularização da transferência do veículo junto ao DETRAN/MT, no prazo de 30 dias, sob pena de multa; 2) Condenar os réus, solidariamente, a restituírem ao autor o valor de R$ 4.526,73 (quatro mil, quinhentos e vinte e seis reais e setenta e três centavos), corrigido monetariamente pelo INPC desde a data do pagamento e acrescido de juros de mora de 1% ao mês a partir da citação; 3) Condenar os réus, solidariamente, ao pagamento de R$ 3.000,00 (três mil reais) a título de indenização por danos morais, corrigidos monetariamente pelo INPC desde a data da sentença e acrescidos de juros de mora de 1% ao mês, a contar da citação.”. 3. Sentença mantida por seus próprios fundamentos (art. 46, Lei n. 9.099/1995). 4. Após análise detida dos autos, restou demonstrado que as reclamadas não providenciaram a transferência do veículo e a baixa na alienação fiduciária. Como consequência, a recorrida teve seu CNPJ negativado indevidamente. 5. O julgado está de acordo com a Jurisprudência recente da turma recursal: SÚMULA DE JULGAMENTO AGRAVO INTERNO – FAZENDA PÚBLICA - COBRANÇA DE IPVA DE PERIODO POSTERIOR A ALIENAÇÃO – PROTESTO INDEVIDO - DANO MORAL CONFIGURADO – DEVER DE INDENIZAR – DECISÃO MONOCRÁTICA MANTIDA – AGRAVO INTERNO CONHECIDO E DESPROVIDO. O Regimento Interno das Turmas Recursais (Resolução TJMT/OE nº 16/2023) não prevê em seu artigo 49, §1°, a possibilidade de sustentação oral (nas sessões ordinárias e extraordinárias) para o julgamento de Agravo Interno. Trata-se de Agravo Interno interposto pelas promovidas em face da decisão monocrática que desproveu o recurso das mesmas e deu parcial provimento ao recurso da parte promovente para acrescer à sentença, condenando as providas ao pagamento de danos morais. As partes Agravantes/promovidas alegam que o julgamento foi extra petita, tendo em vista inexistir pedido de transferência do veículo e, ainda, pleiteiam a improcedência da demanda, sob o argumento de inexistir ato ilícito praticado pelas mesmas. Compulsando detalhadamente os autos, constata-se que se trata de alegação de protesto indevido em 20.09.2018, referente a IPVA do veículo VW Golf 2.0, Renavam 797736948, Placas KEQ-8912, ano 2002/2003, cujo veículo em 11/11/2009, fora vendido a terceiro. Em que pesem as alegações das promovidas, restou comprovado nos autos que o veículo foi vendido e houve sua transferência para terceiro junto aos órgãos de trânsito competente no ano de 2009, conforme o extrato emitido pelo DETRAN/MT, assim, é indevida a cobrança e inscrição em dívida ativa, de IPVA, gerando a obrigação de indenizar a título de dano moral, na modalidade “in re ipsa”. É o entendimento da Turma Recursal: (...) Por fim, quanto à alegação de julgamento extra petita, tem-se que a mesma é infundada, pois em que pese a sentença tenha determinado a transferência do veículo, a decisão monocrática afirmou que o mesmo já havia sido transferido em 2009. Registra-se que o artigo 1.021, § 4º do CPC, prevê a aplicação de multa entre um a cinco por cento do valor atualizado da causa, caso haja interposição de agravo inadmissível ou infundado. Por todo o exposto, CONHEÇO do Agravo Interno e NEGO-LHE PROVIMENTO, pelos fundamentos apresentados e artigo 46 da Lei 9.099/95. Caso o julgamento seja pela unanimidade, condeno a parte agravante ao pagamento de multa de dois por cento do valor atualizado da causa, nos termos do artigo 1.021, § 4º do CPC. É como voto. Juanita Cruz da Silva Clait Duarte Juíza Relatora (N.U 1000660-30.2019.8.11.0001, TURMA RECURSAL CÍVEL, JUANITA CRUZ DA SILVA CLAIT DUARTE, Segunda Turma Recursal, Julgado em 12/08/2024, Publicado no DJE 15/08/2024) 6. Decisão monocrática em face ao disposto na Súmula nº 01 das Turmas Recursais do Estado de Mato Grosso. 7. Recurso conhecido e não provido. 8. Condeno as partes recorrentes em custas e honorários advocatícios no importe de 10% sobre o valor da condenação. 9. Aplicação de multa entre 1% e 5% do valor atualizado da causa, caso haja interposição de agravo interno manifestamente inadmissível ou infundado, nos termos do art. 1.021, §4º, do CPC. 10. Preclusa a via recursal, certifique-se o trânsito em julgado e devolvam-se os autos ao Juizado Especial de origem. Cuiabá, data registrada pelo sistema. Juíza Suzana Guimarães Ribeiro Relatora

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