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"1004870-42.2023.8.26.0624" - Resultados da Busca

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Processo nº 5002594-32.2025.4.02.5108

ID: 277874718

Tribunal: TRF2 Órgão: 1ª Vara Federal de São Pedro da Aldeia Classe: MANDADO DE SEGURANçA CíVEL Nº Processo: 5002594-32.2025.4.02.5108

Data de Disponibilização: 26/05/2025

Polo Ativo:

NAUBER LOPES DE CASTRO

Polo Passivo:

DESPACHO/DECISÃO

Advogados:

HIGOR PEREIRA DE MIRANDA

OAB/PA XXXXXX Desbloquear

MANDADO DE SEGURANÇA CÍVEL Nº 5002594-32.2025.4.02.5108/RJ IMPETRANTE : NAUBER LOPES DE CASTRO ADVOGADO(A) : HIGOR PEREIRA DE MIRANDA (OAB PA038805) DESPACHO/DECISÃO Vistos em inspeção, no período d… MANDADO DE SEGURANÇA CÍVEL Nº 5002594-32.2025.4.02.5108/RJ IMPETRANTE : NAUBER LOPES DE CASTRO ADVOGADO(A) : HIGOR PEREIRA DE MIRANDA (OAB PA038805) DESPACHO/DECISÃO Vistos em inspeção, no período de 19 a 23/05/2025, nos termos do que dispõem os Arts. 52 e 54 da Consolidação de Normas, e a Portaria nº TRF2-PTC-2024/00194, ambas da Corregedoria Regional da Justiça Federal da 2ª Região, bem como o § 4º, do Art. 19, da Resolução nº 496/2006 do Conselho da Justiça Federal, e o Edital SJRJ Nº 32/2025, de 08/04/2025. NAUBER LOPES DE CASTRO impetra Mandado de Segurança contra ato do REITOR DA FACULDADE UNIAO ARARUAMA DE ENSINO S/S LTDA - UNILAGOS , objetivando seja a autoridade compelida a analisar ementas de disciplinas já cursadas em curso superior realizado anteriormente, para que tais matérias sejam abonadas no curso atual. Requer a concessão da gratuidade de justiça. Narra estar matriculado no primeiro semestre do curso de Medicina da impetrada, tendo, antes, concluído integralmente o curso superior de Farmácia, no qual obteve aprovação em diversas disciplinas compatíveis com as exigidas na matriz curricular de medicina. Afirma que, para evitar a repetição desnecessária de matérias já cursadas, protocolou requerimento administrativo solicitando o aproveitamento de disciplinas, instruído com histórico escolar e ementas das disciplinas da graduação anterior, porém, o pedido foi indeferido pela instituição de ensino, sob a justificativa de que o curso de origem foi concluído há mais de dez anos, o que é incompatível com o regimento interno da faculdade. Alega que a negativa foi genérica e não foi acompanhada de parecer técnico pedagógico que demonstrasse a incompatibilidade substancial entre as disciplinas. Decido . Defiro a gratuidade de justiça, tendo em vista a juntada de declaração de hipossuficiência financeira pelo requerente ( evento 6, DECLPOBRE2 ). A concessão de medidas liminares em mandados de segurança está atrelada ao disposto no art. 7º, inciso III, da Lei nº 12.016/2009, que possibilita seu deferimento em caso de concomitância da plausibilidade do direito invocado (fundamento relevante) e a possibilidade de ineficácia da medida, caso deferida apenas ao final da tramitação do processo ( periculum in mora ). Ademais, como se sabe, a via estreita do mandado de segurança exige prova pré-constituída do direito alegado, não admitindo a dilação probatória. No caso dos autos, ao menos neste juízo perfunctório, próprio dos provimentos liminares, não se vislumbram elementos a evidenciar a plausibilidade do direito invocado, indispensável à concessão da medida requerida, sobretudo sem que antes seja ouvida a parte contrária. As instituições de ensino superior possuem, nos termos do disposto no artigo 207 da Constituição Federal, autonomia didático-científica, administrativa e de gestão financeira e patrimonial, o que inclui o poder de decidir sobre os cursos que serão oferecidos em cada semestre letivo, a grade curricular de cada um deles e demais normas internas para o planejamento necessário à melhor formação de seus alunos. Referida regra geral apenas pode ser mitigada em situações pontuais e com base no princípio da proporcionalidade e razoabilidade, sob pena de se incorrer em indevida negativa de vigência da norma constitucional. Por sua vez, o art. 47, §2º, da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, Lei nº 9.394/1996, prevê a possibilidade de a duração do curso superior ser abreviado, de acordo com as normas dos sistemas de ensino, aos "alunos que tenham extraordinário aproveitamento nos estudos, demonstrado por meio de provas e outros instrumentos de avaliação específicos, aplicados por banca examinadora especial". Embora inexista dispositivo legal específico sobre o tema tratado nos autos, da análise das normas acima citadas verifica-se que as Instituições de Ensino possuem autonomia para decidir sobre o aproveitamento de disciplinas já cursadas pelo aluno, na mesma ou em instituição de ensino diversa, desde de que observando a razoabilidade e proporcionalidade. No caso dos autos, a regra regimental da faculdade que obsta o aproveitamento de disciplinas cursadas há mais de dez anos pelo estudante não apresenta qualquer abuso de poder ou ilegalidade, nem ofensa aos princípios que regem a Administração Pública, ou às normas constitucionais que dispõem sobre o acesso à educação ou ao livre exercício profissional. Isso, porque os cursos universitários passam constantemente por atualizações didático metodológicas exigidas pela Diretrizes Curriculares, publicadas pelo Ministério da Educação, e o curso de medicina, especificamente, está sujeito a incessante reciclagem e aprimoramento, em razão da própria natureza da área de estudo, na qual os debates acadêmicos e descobertas científicas ocorrem com frequência ainda maior. A propósito, a Resolução nº 3/2014, do Conselho Nacional de Educação da Câmara de Educação Superior do Ministério da Educação, que instituiu as diretrizes curriculares nacionais do curso de graduação em Medicina, estabelece inclusive que: Art. 7º Na Educação em Saúde, o graduando deverá corresponsabilizar-se pela própria formação inicial, continuada e em serviço , autonomia intelectual, responsabilidade social, ao tempo em que se compromete com a formação das futuras gerações de profissionais de saúde, e o estímulo à mobilidade acadêmica e profissional, objetivando: V - comprometer-se com seu processo de formação, envolvendo-se em ensino, pesquisa e extensão e observando o dinamismo das mudanças sociais e científicas que afetam o cuidado e a formação dos profissionais de saúd e, a partir dos processos de autoavaliação e de avaliação externa dos agentes e da instituição, promovendo o conhecimento sobre as escolas médicas e sobre seus egressos; Art. 33. O Curso de Graduação em Medicina deverá constituir o Núcleo Docente Estruturante (NDE), atuante no processo de concepção, consolidação, avaliação e contínua atualização e aprimoramento do Projeto Pedagógico do Curso , com estrutura e funcionamento previstos, incluindo-se, dentre outros aspectos, atribuições acadêmicas de acompanhamento, em consonância com a Resolução CONAES nº 1, de 17 de junho de 2010. Não é à toa que tramita no Congresso Nacional o Projeto de Lei 2502/2022 que altera as regras para o aproveitamento de estudos por instituições de ensino superior, observado o prazo máximo de dez anos após a conclusão das disciplinas com aprovação 1 . É inevitável reconhecer, portanto, que os conhecimentos obtidos pelo impetrante antes de 2013, quando se formou em Farmácia, podem ter sofrido grandes alterações e estarem defasados, razão pela qual o pedido de aproveitamento de disciplinas cursadas há mais de uma década seria incompatível com uma plena capacitação profissional, cuja função social de promoção da saúde também não pode ser descuidada. Nesse sentido, transcrevo julgado recente do TRF1: APELAÇÃO CÍVEL. CONSTITUCIONAL E ADMINISTRATIVO. MANDADO DE SEGURANÇA. ENSINO SUPERIOR. APROVEITAMENTO DE DISCIPLINA. LAPSO TEMPORAL SUPERIOR A 10 ANOS. IMPOSSIBILIDADE . AUTONOMIA UNIVERSITÁRIA. AUSÊNCIA DE ILEGALIDADE A ENSEJAR A ATUAÇÃO DO PODER JUDICIÁRIO. APELAÇÃO DESPROVIDA. 1. A Constituição Federal, em seu art. 207, assegurou às Universidades a autonomia administrativa e didático-científica. A referida autonomia também foi prevista pelo art. 53 da Lei nº 9.394/96. 2. Em que pese a alegação da apelante, as normas internas sobre o aproveitamento de disciplinas, em verdade, refletem matéria atinente ao mérito do ato administrativo, e não de controle de legalidade a ensejar a atuação do Poder Judiciário. 3. Apelação desprovida. (TRF1, AC 1004870-22.2023.4.01.4100, 11ª Turma, Relator Des. Fed. Newton Pereira Ramos Neto, em 02/09/2024) Nesse contexto, entendo que não está presente a plausibilidade do direito (fundamento relevante), requisito essencial à concessão da medida, razão pela qual INDEFIRO O PEDIDO LIMINAR. Ausente a plausibilidade do direito vindicado, torna-se desnecessária a análise do requisito do periculum in mora. Notifique-se a autoridade apontada como coatora, para prestar informações no prazo de 10 (dez) dias, nos termos do inciso I do art. 7º da Lei nº 12.016/09. Intime-se o órgão de representação judicial da pessoa jurídica interessada para que, caso queira, ingresse no feito, no mesmo prazo (art. 7º, II, da Lei nº 12.016/2009). Prestadas as informações ou certificado o decurso do prazo, remetam-se os autos ao Ministério Público Federal para oferecer parecer no prazo de 10 (dez) dias, como determina o art. 12 da Lei nº 12.016/2009. Após, venham os autos conclusos para sentença. 1. https://www.camara.leg.br/noticias/912824-projeto-regulamenta-e-define-prazo-para-aproveitamento-de-estudos-nas-instituicoes-de-ensino-superior/#:~:text=O%20Projeto%20de%20Lei%202502,Bases%20da%20Educa%C3%A7%C3%A3o%20(LDB)

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Resultados para o tribunal: TRF2

Resultados para "1004870-42.2023.8.26.0624"

Processo nº 5002594-32.2025.4.02.5108